terça-feira, 30 de abril de 2013

"Coca em Stock" - Jeune Afrique


Logo que soube através dos medias, no inicio de abril, como os agentes americanos da Drug Enforcement Administration (DEA) tinham montado uma cilada a dois dos mais altos responsáveis militares da Guiné-Bissau, um deles se encontra atualmente em prisão e o segundo (António Indjai, actual CEMGFA da Guiné-Bissau) é procurado pela Interpol, o coração de Ali quase ia tendo um colapso. Ali, não é nem o seu apelido, nem o seu nome, mas este homem de negócios ivoiriense-libanês conhecido em Abidjan e em Ouagadougou, e que foi um próximo de Laurent Gbagbo, se reconhecerá sem duvidas nesse rocambolesco negócio de enredos múltiplos e sucessivos. Isto porque, se a vasta operação clandestina lançada em meados de 2012 pela administradora da DEA, Michele Leonhart, que visava decapitar algumas das principais redes da cocaína connection na África Ocidental tinham na mira os dois barões da droga guineenses desse gigantesco tráfico, outros alvos eram igualmente visados, entre eles Ali, decididamente alguém muito inconsciente desde que está em jogo o dinheiro.

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UM EXCELENTE TRABALHO DA JEUNE AFRIQUE

Eis a história - e o contexto.

Depois de pouco mais de uma dezena de anos, a África Ocidental tornou-se numa plataforma de trânsito, armazenamento e de distribuição da cocaína proveniente da América latina. Um quarto do consumo europeu passa por essa região, ou seja um mercado de 33 bilhões de dólares para 4 milhões de consumidores. Comprada a 4.000 dólares o quilograma na Colômbia ou no Peru, o pó branco revende-se 12 vezes mais caro na Europa. A droga chega até aos portos africanos nos contentores dos cargueiros que seguem a rota da «Highway 10», uma espécie de autoestrada transatlântica que liga os dois continentes ao longo do paralelo 10°. Porém, igualmente, mas raramente seguem a bordo de aviões, dado que o famoso episódio do «boeings da coca» ocorrido em 2009, não longe de Gao, no Mali com 8 toneladas de cocaína no seu interior proveniente da Venezuela, é porventura uma excepção. A mercadoria é de seguida reexpedida em direcção ao norte por via marítima ou terreste através do severo deserto do Sahara. Os narco-jihadistas do Movimento para Unicidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO) e os rebeldes tuaregues, que asseguravam até há pouco tempo a protecção e o encaminhamento da mercadoria, foram obrigados a deslocalizar as suas actividades desde o inicio da operação Serval - daí que, o trânsito da mercadoria segue a partir desse momento a partir do Níger e da Líbia. Somas em jogo e os ganhos realizados são de tal forma enormes que nada aparentemente conseguira erradicar esse negócio.

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A ROTA - O EIXO DO MAL, COM LISBOA PELO MEIO

MAFIOSO

Não é evidentemente por acaso que o golpe da DEA teve como alvo, e em primeiro lugar, a Guiné-Bissau. Esta antiga colónia portuguesa é a principal feitoria da cocaína e o único prestador de serviço do tráfico. Até ao fim de 2011, o contra-almirante Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-maior da Armada, reinou no negócio até ter sido posto de lado pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, o general António Indjai. Entre junho 2012 e abril 2013, os dois passam a ser alvos de uma bem montada operação de intoxicação e de manipulação por parte dos agentes da DEA, que se apresentaram como dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), movimento narco-terrorista que luta contra o poder instalado em Bogotá, vai para meio século, e que os EUA classificam de organização terrorista. No decurso de reuniões secretas sistematicamente filmadas e gravadas em audio e vídeo pelos norte-americanos, Bubo Na Tchuto e António Indjai aceitam armazenar a cocaína transportada até Bissau e de servir idepois de ntermediários para a compra de armas para as FARC. A 3 de abril, o primeiro foi detido a bordo de um navio nas águas internacionais ao largo de Cabo-Verde e presentemente transferido para uma prisão do Estado de Nova-Iorque. O segundo não caiu na cilada, mas ele é, depois de 18 de abril oficialmente acusado pela justiça norte-americana, cuja acção está consubstanciado num mandato de captura internacional. O que não se sabe é que, ao mesmo momento a DEA levava à cabo uma operação similar entre Abidjan e Accra, tendo como objetivo de montar cilada não aos notórios barões como os dois mafiosos de Bissau, mas sim homens de negócios pouco ciosos quanto à natureza dos contratos que se lhes propõem. "Eles lançaram uma linha de pesca à agua e sem duvidas, eles devem ter lançado uma dezena iguais a fim de ver quem ira morder o isco" sugere um especialista em funções afeto na região. Foi assim que Ali mordeu o isco.

737 VIP - Como e por quem foi contactado?

Tal continua um mistério. Em meados de novembro o nosso ivoiriense-libanês marcou um encontro num restaurante de Abidjan com o representante de uma empresa de aluguer de aviões francês. Eu tenho um grande cliente para ti, melhor que um simples locador, terás um comprador, disse-lhe o seu interlocutor. Ele e os seus amigos esperam-nos no Ghana, eles estão com pressa. Em finais de novembro, Ali e o alugador, chamamos-lhe "Michael" voltaram a encontrar-se, desta vez num salão discreto do Hotel Golden Tulip de Accra, na presença de dois outros homens. O primeiro, cinquentão, disse chamar-se Diego e ser de nacionalidade colombiana. O segundo, Joseph, 35 anos aproximadamente, de origem libanesa, afirma ser o seu associado. É ele que, talvez tenha estabelecido o contacto com Ali porquanto apercebe-se um pouco mais à frente de que os dois têm amigos em comum no círculo de relações dos libaneses do famoso "trìângulo de ouro" da noite parisiense.

Com grande surpresa, "Michel" e Ali, que supostamente pensavam estar a contactar com homens de negócios aventureiros como tantos que existem um pouco por Africa, os seus interlocutores põem as cartas na mesa. Ambos afirmam trabalhar por conta das FARC e que o objectivo deles é de abrir uma nova linha aérea de exportação da cocaína a partir de Accra com destino à Península Ibérica. Paralelamente, o avião que eles procuram adquirir para efetuar essas entregas servirá para o encaminhamento das armas compradas na Africa do Sul para os guerrilheiros colombianos, via Venezuela. Para assim ser, eles estão dispostos a pagar em "cash" o aparelho e os membros da equipa, pouco importando o preço a dispender. No fim da entrevista, Diego e Joseph entregam aos seus novos parceiros dois telemóveis BlackBerry de um género muito particular: eles servem para corresponder de maneira segura unicamente por email. Ali e "Michel" estão espantados: que fazer? O negócio é extremamente atractivo, mas totalmente ilícito. O risco é também tão grande quanto o benefício. De volta a Abidjan, o primeiro hesita: negociar com narcotraficantes pode valer dez anos de prisão e não será essa a questão, mas porque não jogar sorrateiramente com eles, isto é vender-lhes o avião pura e simplesmente e sumir com o dinheiro sem entrar directamente no negócio? Claramente mais exposto pois será ele o comprador oficial do aparelho, "Michel" hesita, reflecte e depois confia as suas desconfianças a um amigo, antena local de um serviço de informações europeu. O honorável correspondente escuta-o com um ar aparentemente distraído antes de desabafar: "Esta operação é uma cilada da DEA. No vosso lugar, eu deixaria cair esse negócio".

Perturbado, dado que não devidamente convencido pelo interlocutor que lhe pareceu não ter tomado muito a sério a sua história, mas sobretudo curioso e teimoso por natureza, "Michel" decide de continuar por mais algum tempo com a aventura, à espera para ver o que acontecerá com o tempo. Ali, ele é completamente mais entusiasta: ele não acredita minimamente na hipótese de uma cilada e quer ir até ao fim com o negócio. Rapidamente, via BlackBerry, o negócio vai tomando forma. "Michel" detecta um Boeing 737 VIP de ocasião na Roménia que custa 3 milhões de dólares e que aparentemente parece agradar aos seus parceiros. Estes fazem-lhe chegar o plano de voo inicial. O aparelho saíria de Bucareste para Lisboa, depois seguiria directamente para a Africa do Sul, onde o armamento encomendado seria embarcado de forma legal graças a um certificado de utilização final fornecido pelo exêrcito venezuelano. Escalara a seguir num pequeno aeroporto junto à fronteira venezuelano-colombiana, onde a carga seria desembarcada sob a protecção dos militares chavistas e as armas seriam posteriormente entregues às FARC. O regresso para Accra far-se-ia com o avião vazio. Segue-se o carregamento da cocaína com carimbo das FARC, que chegou ao Ghana por barco e está já armazenado em contentores no porto de Tema. Depois a direção seria Portugal ou Espanha ou um local de acolhimento "seguro" onde o Boeing e da sua mercadoria seria organizada. "Michel" recebe, a 29 de novembro de 2012, um pedido de importação de armas por parte dos seus novos amigos colombianos: 4.000 espingardas de assalto russas e americanas, 2.000 pistolas, 1000 granadas, 1.000 minas antipessoais, 1.000 espingardas com miras telescópicas, 100 lança misseis Stinger e SAM...Tudo isso parece verdadeiro e concreto. Se for uma montagem, uma mentira, seria desagradável.

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ARMAS DE TODOS OS TIPOS, PARA FORNECER AS FARC, NA COLÓMBIA...

ESCOBAR

Durante todo o mês de dezembro, "Michel" reflecte. Ele que nunca tinha infringido a linha vermelha da legalidade, acabou por se convencer de que, nessa história, nada haverá de bom, senão acabar mal. Porém, os seus interlocutores pressionam mais e mais, e Ali está por seu lado cada vez mais determinado a conclui-lo. Ele ("Michel") inventa um pretexto familiar para não estar presente num encontro fixado para Accra a 17 de janeiro. Ali vai sozinho e do encontro voltará ainda mais convencido e excitado pelo negócio: para além de Diego e Joseph, explica ele a "Michel, de que tinha encontrado um outro dirigente das FARC, assim como a própria filha de Pablo Escobar, mítico narcotraficante colombiano morto faz vinte anos na sequência de uma operação da DEA. Contudo, tudo isso de momento, pouco interessava a "Michel", pois estava já convencido de que quem lhe tinha posto de sobreaviso sobre a possibilidade de ser uma cilada de agentes americanos, tinha razão. Ele virou a página, desligou o pequeno aparelho BlakBerry fechou as ligações e retomou os seus negócios na maior discrição. Quanto a Ali, que ainda continua em Abidjan, fez o mesmo, apesar de tê-lo feito mais tarde, quando ouviu, a 6 de abril, a forma como os agentes da DEA tinham feito cair na cilada as suas presas guineenses. Uma surpreendente indiscrição da agência antidroga que, sem dúvidas, deve estar em curso noutras operações na Africa Ocidental. Nesta saga da Coca onde os policias e bandidos rivalizam na engenhosidade e onde os segundos estão sempre um passo à frente relativamente aos primeiros, tudo acaba, mas recomeça de novo.


(Artigo de François SOUDAN em Jeune Afrique – numéro double 2729/2730 du 28 avril au 11 mai 2013)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Guerra na FFGB - 'Manelinho' debaixo de fogo


NOTA DE IMPRENSA

“Aparecimento de um pistoleiro a solta no seio da Federaçao de Futebol da Guiné-Bissau”

No nosso entender o futebol sempre é e continuará a ser veículo de Paz e amizade entre os povos. Pois nela não deve haver lugar para a descriminação racial, tribal e nem agressão física e verbal entre os seus actores.
Porque ele é centro de actração universal dos povos. Por essa razão há mais de uma decada, dediquei todo o meu tempo e a minha vida a bem desta modalidade " Desporto rey".

Na qualidade do membro da Comissão Executiva da Direcção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), venho com toda minha verticalidade por intermedio deste instrumento tornar público o comportamento infantil, iresponsável e inadequado do dito Presidente da prestegiada instituição futebolistíca, que através das suas actividades congrega centenas se não milhares de jovens e amantes do futebol:

1.    Na presença de altas personalidades públicas a saber: Dr. Armando Purcel - Director do Gabinete do Presidente da Republica de Transição, Dr. Arnaldo - Director Geral da Identificação Civil, Dr. Alfredo Gomes - Ex-ministro da Educação, Majores Quicala Baldé- Adjunto Comandante da Guarda Fiscal e Hamed Oulg Hamed - Chefe de Gabinete do Comissário Geral Policia de Ordem Pública, Bubacar Conte - Presidente da Liga Guineense de Clubes de Futebol (LGCF) e Sr. Mutaro Barri - Responsável financeira da Federação de futebol da Guiné-Bissau Mamadu Saliu Balde Empresario;

O Deputado da Nação Senhor MANUEL IRENIO NASCIMENTO LOPES, actual Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau fez uma acusação a minha pessoa na tentativa de derrubar a direcção sob o seu auspício;

2.    Consequentemente declarou a plenária do comité executica (reuniao do dia 24 de Abril) que sempre transporta na sua mochila duas armas de fogo (revolver-pistola) e que a qualquer momento pode ceifar a vida de qualquer pessoa;

3.    O mais caricato e inacreditável, foi que o Deputado da Nação expressou em alto e bom som de que o país carece das leis (nao tem pena de morte) mesmo que ele cometisse um crime de assassinato vai pagar a caução porque tem dinheiro suficiente para tal e que sairia impune da tal acusaçao;

4.    Como pessoa de bem, empresário de profissão, dirigente desportivo,chefe de familia e membro da Comissão Executiva da Federação de futebol da Guiné-Bissau (FFGB), acredito veemente nas nossas autoridades e espero que este assunto vai ser tratado com maior responsabilidade e brevidade.

Feito em Bissau em 29 dias do mes de Abril de dois mil e treze.

C.C:
Ministério Público, Ministério do Interior/Defesa e a Comunidade Internacional.

Sr. Inum Embalo
Membro do Comite Executivo da FFGB

Embaixada da França desmente


Para a Vossa Informação, Prezados receptores do Press Review,

A Embaixada de França na Guiné-Bissau, desmentiu esta manhã, as notícias veiculadas sobre eventuais declarações do seu Embaixador, relativamente ao processo de transição política no nosso país, retiradas de um artigo publicado pelo jornalista Nelson Herbert e difundida nesta estação emissora, no passado sábado.

Ademais a Embaixada lembra que o Embaixador Michel Flesh citado no referido artigo, nunca poderia ter proferido as referidas declarações, na medida em que já não se encontra no país, tendo cessado as suas funções diplomáticas na Guiné-Bissau desde o ano transacto.

A França é representada actualmente por um Encarregado de Negócios, o senhor Pierre Voillery, que afirma nunca ter proferido qualquer declaração ou apreciação em relação à figura do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General António Indjai.

Embaixada da França em Bissau

Obrigado


"Bom dia, Aly

Só umas linhas para te dizer que de cada vez que abrimos o teu blog é como se recebessemos uma lufada de ar fresco. Consegues, com um humor que te é próprio, escrever sobre temas sérios e manter informados os que sabem ler nas linhas e nas entrelinhas...

Mantém o teu estilo pois a informçao é assim mesmo - escreve-se no presente, deixando à Historia (que relata o passado) o papel de investigar com o recuo temporal necessário para corrigir certos relatos cujas vertentes não sao sempre fáceis de por a nu no presente. Mantém sempre o blog actualizado.

I.H.
"

SEGURANÇA, TERRORISMO, CRIME ORGANIZADO, TRÁFICO DE DROGA: Os desafios a vencer para obter a paz na África Ocidental


A evolução do contexto politico e de segurança na sub-região ao curso dos ultimos meses preocupa Saïd Jinnit, o Representante Especial do Secretario geral das Nações Unidas para a Africa Ocidental. Na sua visita quarta feira, 24 de abril 2013 à Costa do Marfim, o actual facilitador internacional do dialogo politico da Guiné Conakry visando a preparação das eleições legislativas trocou impressões com presidente Alassane Ouattara, Chefe de Estado Costa Marfinense e presidente em exercicio da Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que, para além da situação politica na Africa Ocidental ligada a paz e segurança, falaram sobre os «desafios impostos pelo crime organizado, o trafico de droga, a pirataria maritima e o terrorismo». Segundo um comunicado do Centro de Informação das Nações Unidas (NU) baseada em Dakar, o encontro entre Saïd Jinnit e Alassane Ouattara «centraram-se sobre a evolução do contexto politico e de segurança na sub-região no decurso destes ultimos meses».

O Representante Especial de Ban Ki Moon na sub-região informou o presidente Ouattara sobre os seus esforços enquanto facilitador internacional do dialogo politico conakry-guineense tendente a preparação das eleições legislativas. Ao mesmo tempo deu-lhe conta das deliberações da reunião do Grupo de apoio de seguimento do Mali que teve lugar em Bamako, a 19 de abril de 2013, sob a co-presidência da CEDEAO, das NU e da União Africana, informa a fonte.

Justamenta a proposito do Mali, os dois homens abordaram as questões relativas à transição proxima  da Missão Internacional da Apoio ao Mali (MISMA) para uma Missão de Estabilização das NU, uma vez a resolução em discusão no Conselho de Segurança seja adoptada. Eles trocaram igualmente impressões sobre as iniciativas que poderão ser tomadas em apoio das autoridades malianas para promover o dialogo e ciar as condições propicias para a realização das eleições presidenciais em julho de 2013, informa o mesmo documento.

O presidente Ouattara e Saïd Djinnit não esconderam os «desafios que se impõem a sub-região pelo crime organizado, o trafico de droga, a pirataria maritima e o terrorismo» assim como os «esforços dispendidos pela CEDEAO e as medidas a tomar para fazer face a esses flagelos». A esse nivel eles acordaram sobre a necessidade de reforçar a cooperação sub-regional, continental e internacional para lutar eficazmente contra as novas ameaças para a segurança e a estabilidade na Africa Ocidental, revela a fonte.

Para melhor se atacar a esses flagelos, uma conferência de doadores tendo em vista apoiar o plano de acção sub-regional da CEDEAO de luta contra o trafico de drogas, o crime organizado e o abuso de drogas assim como o Programa WACI (West Arica Coast Initiative) esta previsto para junho de 2013. Este ultimo programa foi estabelecido pelas NU e a Interpol em apoio aos esforços dos paises concernantes para a fase inicial do programa no quadro da implementação do plano de acção da CEDEAO.

Trata-se da Libéria, Serra Leoa, Guiné-Bissau, Guiné-Conakry e a Costa do Marfim. Igualmente, o Comité Politico da WACI presidido pelo Representante especial do Secretario Geral para a Africa Ocidental tera lugar à margem da conferência de Abidjan, precisa a fonte que da conta do engajamento reiterado das NU em continuar a apoiar os esforços da CEDEAO para a paz e a segurança na Africa Ocidental. Sud Quotidien

Presidente da FFGB ameaça


Um membro do comité executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau acusa o presidente do organismo, Manuel Nascimento Lopes (Manelinho), de lhe ter feito ameaças de morte, caso persista em questionar a sua liderança. Em nota de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Inum Embalo, suspenso por ordens de Manuel Nascimento Lopes, diz que o presidente da Federação tem tido "comportamentos infantis e irresponsáveis". Na carta, Embalo, até agora o membro do comité executivo da Federação encarregue do futebol feminino, afirma que Manuel Lopes o terá ameaçado de morte numa reunião e que este afirmou que se isso acontecesse sairia impune, porque "o país não tem pena de morte". LUSA

França pede entrega de António Indjai à Justiça Americana


Em recente encontro entre os embaixadores de países da União Europeia acreditados em Bissau e dirigentes dos principiais partidos da Guiné-Bissau, o embaixador francês, Michel Flesh, defendeu a entrega do chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses, António Indjai, à Justiça norte-americana que acusa o general guineense de conspiração narco-terrorista.
 
Recorde-se que os Estados Unidos acusaram recentemente esta alta patente militar guineense, de envolvimento numa conspiração narco-terrorista, que previa a intermediação das Forças Armadas guineenses no tráfico de armas, nomeadamente mísseis terra-ar, para a guerrilha colombiana das FARC. Para Washington, o chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses, valeu-se do seu poder e funções, para envolver o estado e as instituições guineenses no negócio que envolvia cocaína e armamentos.
 
Na sequência do esquema, cinco cidadãos guineenses, incluindo o antigo chefe de estado-maior da armada, o contra almirante Bubo Na Tchuto, capturados pela agência americana de combate a narcóticos, encontram-se desde início de Abril, presos em Nova Iorque. As autoridades de transição bissau-guineenses, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Mbali, e do porta-voz governamental, Fernando Vaz manifestaram-se entretanto, no início da semana, desejosos de ver os guineenses sob acusação de narcotráfico dos Estados Unidos, serem julgados pelos tribunais guineenses e só posteriormente transferidos, caso de se provar as acusações, para a eventual custódia de tribunais internacionais.
 
Eleições
 
Apoiante das soluções encontradas pela CEDEAO para a crise guineense, gerada pelo golpe militar de 12 de Abril do ano passado, a Franca ameaçou com endurecer de posição face ao impasse no processo de transição na Guiné-Bissau.
 
Agastado com a relutante posição da classe política daquele país lusófono ante a urgência de consensos para a saída da crise a todos os níveis que assola Guiné-Bissau, o embaixador francês exortou os políticos guineenses a um urgente entendimento que resulte na formação de um governo de transição de base alargada, com mandato para preparar as eleições gerais no país. À luz do roteiro de transição estabelecido pela CEDEAO, na sequência do golpe militar se seguiu a controvérsia gerada pelas eleições presidenciais de Fevereiro de 2012, os eleitores guineenses deveriam em princípio ir, ainda este ano, às urnas para novas eleições legislativas e presidenciais.
 
Uma hipótese encarada cada vez mais remota devido aos condicionalismos resultantes do “braço de ferro” que opõe os contendores políticos guineenses com reflexos a nível do cumprimento de prazos, da capacidade de mobilização logística e dos fundos financeiros necessários à organização do pleito eleitoral que deverá, à partida, devolver a ordem constitucional ao país. Foi com este cenário de incerteza que Michel Flesh teria dado aos políticos guineenses um ultimato no sentido de, até 9 de Maio próximo, ser encontrado uma solução para o impasse, sob pena da União Europeia ser forçada a levar a questão bissau-guineense à consideração do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Diga-se um expediente da qual poderia resultar um agravamento de sanções contra a Guiné-Bissau com todo o seu cortejo de consequências para o actual estado de (in) governabilidade do país. VisãoNews

AVISO


A embaixada de Cuba, foi informada que um dos golpistas quer pedir asilo político na sua representação diplomática, em Bissau. O embaixador informou já ao golpista em causa que recebeu ordens superiors de Cuba para não receber nenhum militar ou político nas instalações da embaixada... AAS

domingo, 28 de abril de 2013

"Não importa o que as outras pessoas falem de você, o importante é que você continue sendo a pessoa que sempre foi. Se mudar, mude para melhor." - Theodore Roosevelt


Guiné-Bissau é o país com piores indicadores em termos de segurança aérea


Guiné-Bissau é o país da África Ocidental que apresenta os piores indicadores em termos de segurança aérea. As conclusões surgiram durante o encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental.
A Guiné-Bissau não conseguiu atingir a meta estabelecida pelos países da África Ocidental no que toca à segurança aérea. Quem o diz é Gregório Gomes, director de segurança do Instituto Nacional de Aviação civil na Guiné-Bissau. O responsável afirma que a falta de quadros especializados poderá ter contribuído para a má prestação do país no que refere aos indicadores de segurança aérea.

No oitavo encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental-UEMOA- a Guiné-Bissau aproveitou para pedir apoio aos parceiros para que no futuro o país possa atingir os níveis desejáveis, ou seja os sessenta e cinco por cento. Todavia, no que diz respeito à segurança aeroportuária a Guiné-Bissau apresentou melhorias, avanços que foram saudados pelos países que participaram no encontro. RFI

sábado, 27 de abril de 2013

Diga não à limpeza étnica nas Forças Armadas, antes que seja tarde!


"Caro Aly, peço-lhe que publique este texto. Abraço

Com a sentença (de fantochada) de “capitãozinho de Mafra” Pansau Intchama, veio ao de cima a verdadeira intenção da “inventona” do contragolpe de 21 de Outubro. A verdade é que repetiram a mesma maquiavelice do “caso 17 de Outubro” que culminou com as mortes de Viriato Rodrigues Pam, Paulo Correia e outras individualidades, nos anos 80. Criam-se “Inventonas”, executam-se quadros duma dada etnia e condenam os restantes para os poderem excluir das fileiras das nossas forças armadas. É isso o que está a acontecer à etnia Felupe, que doravante podem dizer e com toda razão que existe um “caso 21 Outubro” que visou uma limpeza da etnia Felupe das fileiras das nossas forças armadas.

A verdade seja dita, os militares da etnia Felupe são os mais temidos atualmente pelos da etnia militares da etnia balanta.  Consequência não só da bravura, coragem, disciplina, mais principalmente pelas suas dedicações a causa da formação, já que mesmo em serviço militar obrigatório nunca abdicam de irem tirando os cursos como podem, ao contrário dos “militares balantas” que só o fazem quando são atribuídos bolsas como recompensas de assassinatos e de preferência para irem estudar num país estrangeiro (Pansau Intchama, Júlio Man N’bali etc, etc…são exemplos disso).

Se não foi este o objetivo da “inventona” de 21 de Outubro de 2012, então que alguém me responda as seguintes perguntas:

1.  Alguém no seu perfeito juízo acredita que João Mendes e Ananias Djedju (militares e quadros superiores da etnia felupe com experiência de guerra, uma vez que combateram nos mais temíveis frentes de combate durante a guerra de 7 de Junho de 1998) iam-se juntar à meia dúzia de civis para atacarem um quartel com cerca de 1000 tropas de elite, "os Boinas Vermelhas"?

2.      Afirmaram que um militar que se encontrava de serviço naquela noite reconheceu e identificou o Pansau Intchama como o comandante da operação. Se assim fosse, porque é que não lhe matou? Porque optou antes por matar os comandados por este, deixando-o fugir? 

3.      Se foi o Pansau quem os comandou, como é conseguiu fugir sozinho para Bolama sem que os outros militares o acompanhassem? Onde é que estavam os que agora acusam (o Jonco Manga, Degol Manga, Jorge Sambu, Braima Djedjo, Etchem Sambu, Paulino Djata etc)? Estes não queriam fugir pois não?

4.      Que tipo de bala é que as nossas forças armadas possuem, que antes de te matar, queima-te primeiro a pele na coxa, do tórax etc? Vejam as fotos dos executados, não sejamos ingénuos, estes foram presos maltratados, queimados com maçarico, mortos e os corpos levados posteriormente para um local para darem espetáculo. Alguém viu os invólucros de bala junto dos corpos ou eles foram atacar o quartel das tropas de elite a pedrada? Vejam e revejam as fotos dos executados...

5.      Se prenderam, maltrataram e executaram os que acusaram em Bolama de terem tentado ajudar o Pansau à fugir para Guiné-Conacry, porque é que ele (Pansau) não foi se quer beliscado quando o prenderam? Alguém viu a aflição na cara de Pansau na sua chegada a Bissau ou algum sinal de maltrato? Não estava ele a sorrir nas nossas caras e a enfiar-nos barretes à todos?

6.      E os jovens assassinados em Bolama (Ensa Dabo, Carlos Alves, Amadu Baldé, Ussumane Sane da Costa «vulgo Baba» e Edgar) também eram assaltantes do quartel? Meus irmãos, estes foram executados porque viram e sabiam mais do que "deviam", por estado no sítio errado e na hora errada e presenciaram "in loco" a chegada de Pansau, que para lá fora levado pelas mesmas pessoas que o foram buscar, os militares.

7.      E mais, a quem interessa uma limpeza da etnia Felupe das forças armadas Guineense? O “porta disparates de transição” o Fernando Vaz, até já nos tinha levantado o véu quando disse que os executados não eram Guineenses (lê-se não eram Felupes), mas sim, “Djolas de Casamansa”… (Ai, ai, ser temido pelos Balantas e pelos Senegaleses tem o que se lhe diga).

8.      Se fosse verdadeiro contragolpe, como disse o Pansau, e se o Zamora Induta fosse o autor moral, porque é que não houve mais balantas envolvidos (mais balantas acusados), ou balantas mortos? Se isso fosse verdade, o Zamora não teria pelo menos mais um “macho” balanta dispostos a colaborar a não ser Pansau Intchama, que até nem era o seu braço direito quando era CEMGFA, mas sim, o braço direito de António Indjai que era seu comandante direto a quem afirmou ter obedecido ao executar o Nino Vieira?

Digo mais, esta limpeza não é de agora, pois já fez vítimas doutras etnias no passado recente. Se não, vejamos;

·         O Ansumane Mané (Comandante Supremo da Junta Militar) foi morto, no entanto, não mataram o Buota Nambatcha (da etnia balanta) que era o seu adjunto na altura.

·         Veríssimo Correia Seabra foi morto junto com Domingos de Barros, mas Watna Na Laie (o então Chefe de Estado Maior do Exercito, da etnia balanta) e Emílio Costa (o então vice-Chefe de Estado Maior General da Forças Armadas, da etnia balanta) não foram mortos…

·         Se não fosse por ser da etnia balanta, porque é que não mataram também o José Zamora Induta quando o António Indjai lhe deu "golpe" (como fizeram com Ansumane e Veríssimo) … “Kuma lubu ka ta kumé lubu?”

A semente já se encontra em terra fértil, não nos surpreendamos depois com os frutos (de vingança), ou porque não, já que se repetem “os Outubros” não seria ingénuo da nossa parte não esperarmos um outro “7 Junho” com consequências deveras imprevisíveis?

Kuma baga-baga ka tene tarsadu, ma i ta korta paja!

Mídana Silva"

Dapi ku fadi: Ditadura do Consenso, a caminho dos 7 milhões de visitas (6.837.479)... Bô na matil, ladraduris, cobardus. AAS


ANGOLA: "O desgaste (da Guiné-Bissau) na acção internacional, é como que um golpe"


A secretária de Estado da Cooperação angolana afirmou hoje, na Cidade da Praia, que a realidade dos factos na Guiné-Bissau demonstra "quem de facto tem razão" e desdramatizou críticas das autoridades de transição guineenses a Angola e Cabo Verde. Ângela Bragança falava aos jornalistas após um encontro de trabalho com o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Jorge Borges, reunião que marcou o primeiro de quatro dias de uma visita de trabalho a Cabo Verde. "Isto é natural (as críticas). Mas a realidade dos factos, no terreno, vai demonstrando de que lado está a razão. Há uma deterioração da situação social, que é ditada sobretudo pela dificuldade de (o país se) autofinanciar os projetos e as ações.

É preciso que haja estabilidade para que se capte o investimento estrangeiro e a ajuda externa", sublinhou, mas "na situação em que se encontra é muito difícil". "Angola e Cabo Verde estão a fazer o seu papel, sem intromissões, estão a agir no quadro das resoluções dos órgãos internacionais e da União Africana e acho que, neste quadro, continuaremos a dar a nossa ajuda ao povo da Guiné-Bissau", acrescentou Ângela Bragança.

A governante angolana advertiu também para os perigos do desgaste da comunidade internacional em relação às sucessivas crises político-militares e à falta de respostas face aos pedidos de paz e estabilidade no país. "Começa a haver um desgaste e o desgaste, na ação internacional, é como que um golpe. Quando já começa a não haver resposta pronta às solicitações, deixa-se cair no marasmo e eu receio que aconteça isso com a Guiné-Bissau", avisou, aludindo às autoridades de transição saídas do golpe de Estado de 12 de abril de 2012.

Lembrando as palavras ditas recentemente, também na capital cabo-verdiana, pelo enviado especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, a secretária de Estado angolana realçou que as autoridades da transição guineense estão perante "uma última oportunidade". "Mas devemos trabalhar no quadro que está estabelecido para que o país irmão se estabilize e possa dar dias melhores à população que sofre. Hoje, mais do que nunca, a população sofrerá mais, pois não há condições financeiras nem suporte económico para desenvolver o país", sublinhou.

Ângela Bragança, considerando que a atual situação na Guiné-Bissau é "desoladora", garantiu que Angola vai, porém, continuar a apoiar os esforços de estabilização no país, dentro do quadro que está definido. "Estamos comprometidos politicamente (com a Guiné-Bissau) e com o povo guineense e a nossa contribuição vai continuar a ser dada nos quadros que estão definidos", concluiu. Angola manteve até ao golpe de Estado uma missão militar na Guiné-Bissau, fruto de um acordo nesse sentido com o Governo então deposto pelos militares, liderado por Carlos Gomes Júnior.

Embaixadas ao deus dará


As nossas representações diplomáticas, sem excepção, estão a viver um autêntico calvário. A maior parte delas estão com mais de dez meses de salários em atraso, e é frequente ver os nossos representantes diplomáticos a pedinchar ou em cenas de pugilato com os senhorios ou, na falta de cabedal para resistirem à expulsão musculada, sair com o "rabo entre as pernas", mas deixando sempre algumas pertenças como garantia ao senhorio, não venha os nossos representantes escapulirem-se sem pagar as rendas que normalmente são mais acumuladas que os atrasados.

Esta situação começou a inquinar-se ainda mais com o último consulado presidencial e agravou-se com os novos abutres do regime de transição que, por uma palha, nomeam embaixadores como se fosse um exercício de prazer se tratasse. Qualquer pé descalço ou marginal quer ser embaixador, encarregado de negócios ou cônsul, e o resultado é o que se vê neste momento: a um sem número de representantes diplomáticos em exercício, mais os ex-representantes que nunca retornaram ao local de afectação, junta-se-lhes uma lista infindável de novos embaixadores, encarregados de negócios e cônsules nomeados por conveniência -ou dólares - pelo regime golpista de Bissau... sem qualquer orçamento para assegurarem a sua instalação e representatividade condigna.

Da minha passagem por Dakar, soube de fontes fidedignas de que a embaixada está a pão e água há mais de 8 meses e os nossos representantes andam num autêntico "sukundi-sukundi" com os respectivos senhorios, não ousando sequer andar nos seus veículos, portanto "car-rapide obligé" para mostrar ao wollof ndiaye de que estão falidos que nem o Bubo Na Tchuto, que nem um par de sapatos pode comprar (eu particularmente estou de acordo com a táctica, pois segundo ouvi dizer, o wollof até cobra dívida de morto... AAS

Braima Camará apresenta Moção de Estratégia


Acabamos de lançar no nosso Site de Campanha do candidato à liderança do PAIGC, BRAIMA CAMARÁ a Moção de Estratégia que o projecto para uma “Liderança Democrática e Inclusiva”, pretende apresentar ao VIII Congresso do nosso glorioso PAIGC, em cumprimento das disposições estatutárias que regulam a apresentação de candidaturas à liderança do Partido.

É um documento aberto, em preparação desde há vários meses, mas ainda completamente aberto para a contribuição de todos quantos nela se queiram rever. Por isso, todos quantos o queiram fazer poderão não só trazer as suas críticas e sugestões, como assiná-la, contribuindo assim para a definição das linhas de orientação que conduzirão a vida do nosso Partido nos próximos anos, caso o projecto por mim liderado saia vencedor, como o esperam todos quantos têm partilhado a sua construção.

Contamos com a vossa contribuição e podem crer que ela se reveste da maior importância para nós. Já acolhemos o conjunto das recomendações que nos foram apresentadas por militantes e simpatizantes do partido no périplo que realizámos por todo o país, para auscultar e sentir, na primeira pessoa, os problemas e as aspirações do partido e dos seus militantes, como continuaremos a acolher as contribuições que voluntariamente nos quiserem oferecer para melhorarmos a nossa visão sobre o futuro do nosso Partido e da nossa terra. O nosso firme propósito é que a Moção de Estratégia seja um documento participado, por cuja concretização todos e cada um de nós se sentirá responsável.

Os nossos antecipados agradecimentos