terça-feira, 30 de abril de 2013
Daqui não saio, daqui ninguém me tira
No dia 28 de março do corrente ano, o 'encarregado de negócios' da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, 'Noni' Vieira, recebeu uma carta do ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Motivo: a missão que lhe tinha sido confiado, acabou. Mais. Deve regressar à base. Devia!!! Pois 'Noni' fitcha pó di kurpu na sol de Lisboa... e não há maneira de desamparar a loja.
Desde que chegou a Lisboa, há já uns bons mesinhos, que 'Noni' tem andado por aí... Portugal não o chamou para a entrega das cartas (o governo português não reconhece o poder instituído em Bissau desde o golpe de Estado de 2012), não goza de imunidade, não é convidado para nada que seja oficial, nem por outras embaixadas ou representações diplomáticas na agitada Lisboa.
Numa palavra: 'Noni' Vieira foi completamente marginalizado por não ter conseguido desatar o nó sufocante que se aperta cada vez mais sobre os golpistas (mas alguém conseguiria?!)... Para a história ficará certamente a tal reunião em que 45 minutos dos 60 que durou a reunião foram passados a ouvir o seu curriculum...ah, e deixa uma embaixada ainda mais escancarada. AAS
Cajú: Boicote ameaça taxa
A Associação dos importadores e exportadores da Guiné-Bissau ameaçou, domingo de boicotar a campanha de comercialização da castanha de caju de 2013, o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, se uma taxa adoptada em 2011 não seja suprimida. O seu presidente, Mamadu Yéro Djamanca, que se dirigia à imprensa, exigiu que o governo de transição suspenda a colecta dessa taxa instituida pelo governo deposto de Carlos Gomes Junior, que é de 50 FCFA por kilograma de castanha de caju exportado. Essa taxa devia permitir a promoção e o favorecimento da indistrialização dos produtos agricolas nacionais, segundo a antiga equipa governamental. Para M. Y. Djamanca, a supressão desta taxa permiteria aos exportadores de disporem de capacidades financeiras para a compra e exportação da castanha de caju. Em 2012, a Guiné-Bissau exportou 120.000 toneladas de castanha de caju, isto é, menos que os 174.000 toneladas de 2011.
Por outro, ele preconiza que o Fundo de promoção da industrialização agricola, criada em 2012 e que tinha a gerado 30 milhões de dolares, seja concedida alocado aos intermediarios para salvar a campanha da castanha de caju. Estes fundos é gerido pelo Governo e a Camara de Comércio, da Industria e Serviços. O governo de transição decidiu este ano de manter todos as taxas ligadas a comercialização da castanha, mas sem fixar o preço de referência ao quilo. A India é o mais importante comprador de castanha de caju da Guiné- Bissau, com mais de 80% das importações. Xinhuanet
Cabo Verde deve evitar polémicas com a Guiné-Bissau - académico
O académico cabo-verdiano Corsino Tolentino defendeu hoje (terça-feira) que Cabo Verde "não deve envolver-se em polémicas evitáveis", ao comentar as críticas da Guiné-Bissau ao comportamento das autoridades da Cidade da Praia no conflito político-militar guineense. Entrevistado pela agência Inforpress, citadado pela LUSA, o também antigo director geral da Fundação Calouste Gulbenkian defendeu que Cabo Verde deve acompanhar "com cautela" a crise guineense, desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. "Creio que devemos acompanhar este assunto com muita cautela e qualquer posição pública deve ser devidamente ponderada, porque, neste momento, pode ter desenvolvimentos imprevisíveis", opinou Corsino Tolentino, "histórico" do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001).
Em causa está a operação levada a cabo a 04 deste mês pelo Departamento Anti-Droga (DEA) dos Estados Unidos para a detenção do antigo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, acusado pelos norte-americanos de ligações ao narcotráfico e tráfico de armas. Para as autoridades da transição guineense, a detenção de Bubo Na Tchuto ocorreu, não em águas internacionais, mas nas guineenses, tendo contado com o apoio de elementos cabo-verdianos, que permitiram, depois, que o antigo CEMA fosse transportado para os Estados Unidos a partir da ilha cabo-verdiana do Sal. O Governo de transição guineense acusou ainda as autoridades cabo-verdianas de envolvimento no tráfico de armas para os rebeldes da guerrilha senegalesa - Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) que luta pela secessão da província do sul do Senegal e fronteira à Guiné-Bissau.
Na resposta, a 23 deste mês, um dia depois das críticas, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que as acusações "não são credíveis". "Não estamos a brincar aos Governos e não comento declarações desta natureza. Desvalorizo-as completamente. Não têm nenhum significado ou credibilidade para o Governo de Cabo Verde. Não comento as declarações de governantes da Guiné-Bissau em relação a essas matérias", afirmou José Maria Neves. Hoje, Corsino Tolentino indicou que as acusações do Governo de transição guineense revelam "falta de sabedoria política", salientando que se está à procura de um "bode expiatório" para um caso "muito delicado e muito concreto", o da afirmação de um Estado de direito na Guiné-Bissau. Comentando a detenção de Bubo Na Tchuto, Corsino Tolentino disse que a situação "está longe de ser líquida", uma vez que o caso não esteve a coberto de um "mandado de um tribunal internacional devidamente legitimado".
Pessoalmente, disse que gostaria que os cabo-verdianos não entrassem no que considera ser "um jogo", que pode prejudicar tanto Cabo Verde como a Guiné-Bissau e a região em que os dois países estão integrados. Segundo o analista, Cabo Verde "foi envolvido ou deixou-se envolver" no caso da detenção de Bubo Na Tchuto. Instado sobre que papel pode o arquipélago desempenhar numa solução para a crise guineense, Corsino Tolentino sublinhou que, apesar do passado histórico que liga os dois países, não vale a pena basear-se nesses pressupostos para se justificar qualquer tomada de posição por parte de Cabo Verde sobre os assuntos da Guiné-Bissau. "O passado histórico entre os dois países é diverso", alegou, acrescentando que houve "muito de positivo", mas também "muito de negativo".
Parlamento acorda - Eleições em novembro
Políticos e outros responsáveis da Guiné-Bissau concordaram hoje no parlamento que as eleições gerais devem ser em novembro e que o período de transição deverá terminar a 31 de dezembro. As propostas foram aprovadas pelos presentes numa reunião no parlamento (políticos, chefias militares, chefes religiosos e lideres sindicais) e resultaram de um consenso sobre o novo modelo para o período de transição em curso na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado militar. Além da realização de eleições gerais em novembro, em data a ser marcada pelo Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, as partes concordaram também na formação de um novo Governo "mais inclusivo" e ainda na eleição de um novo presidente da Comissão Nacional de Eleições, cujo nome deve ser indicado pelo Conselho Superior de Magistratura Judicial. LUSA
Bim nô bai
Sondagem DC
PERGUNTA: Quem é que os EUA levam a seguir?
- António Indjai - 141 (84%)
- Serifo Nhamadjo - 33 (19%)
- Kumba Yalá - 70 (42%)
- Fernando Vaz - 44 (26%)
NOTA: Por esta andar, o 'porta-CEDEAO' só vai no fim...mas, irá?! AAS
"Coca em Stock" - Jeune Afrique
Logo que soube através dos medias, no inicio de abril, como os agentes americanos da Drug Enforcement Administration (DEA) tinham montado uma cilada a dois dos mais altos responsáveis militares da Guiné-Bissau, um deles se encontra atualmente em prisão e o segundo (António Indjai, actual CEMGFA da Guiné-Bissau) é procurado pela Interpol, o coração de Ali quase ia tendo um colapso. Ali, não é nem o seu apelido, nem o seu nome, mas este homem de negócios ivoiriense-libanês conhecido em Abidjan e em Ouagadougou, e que foi um próximo de Laurent Gbagbo, se reconhecerá sem duvidas nesse rocambolesco negócio de enredos múltiplos e sucessivos. Isto porque, se a vasta operação clandestina lançada em meados de 2012 pela administradora da DEA, Michele Leonhart, que visava decapitar algumas das principais redes da cocaína connection na África Ocidental tinham na mira os dois barões da droga guineenses desse gigantesco tráfico, outros alvos eram igualmente visados, entre eles Ali, decididamente alguém muito inconsciente desde que está em jogo o dinheiro.
UM EXCELENTE TRABALHO DA JEUNE AFRIQUE
Eis a história - e o contexto.
Depois de pouco mais de uma dezena de anos, a África Ocidental tornou-se numa plataforma de trânsito, armazenamento e de distribuição da cocaína proveniente da América latina. Um quarto do consumo europeu passa por essa região, ou seja um mercado de 33 bilhões de dólares para 4 milhões de consumidores. Comprada a 4.000 dólares o quilograma na Colômbia ou no Peru, o pó branco revende-se 12 vezes mais caro na Europa. A droga chega até aos portos africanos nos contentores dos cargueiros que seguem a rota da «Highway 10», uma espécie de autoestrada transatlântica que liga os dois continentes ao longo do paralelo 10°. Porém, igualmente, mas raramente seguem a bordo de aviões, dado que o famoso episódio do «boeings da coca» ocorrido em 2009, não longe de Gao, no Mali com 8 toneladas de cocaína no seu interior proveniente da Venezuela, é porventura uma excepção. A mercadoria é de seguida reexpedida em direcção ao norte por via marítima ou terreste através do severo deserto do Sahara. Os narco-jihadistas do Movimento para Unicidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO) e os rebeldes tuaregues, que asseguravam até há pouco tempo a protecção e o encaminhamento da mercadoria, foram obrigados a deslocalizar as suas actividades desde o inicio da operação Serval - daí que, o trânsito da mercadoria segue a partir desse momento a partir do Níger e da Líbia. Somas em jogo e os ganhos realizados são de tal forma enormes que nada aparentemente conseguira erradicar esse negócio.
A ROTA - O EIXO DO MAL, COM LISBOA PELO MEIO
MAFIOSO
Não é evidentemente por acaso que o golpe da DEA teve como alvo, e em primeiro lugar, a Guiné-Bissau. Esta antiga colónia portuguesa é a principal feitoria da cocaína e o único prestador de serviço do tráfico. Até ao fim de 2011, o contra-almirante Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-maior da Armada, reinou no negócio até ter sido posto de lado pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, o general António Indjai. Entre junho 2012 e abril 2013, os dois passam a ser alvos de uma bem montada operação de intoxicação e de manipulação por parte dos agentes da DEA, que se apresentaram como dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), movimento narco-terrorista que luta contra o poder instalado em Bogotá, vai para meio século, e que os EUA classificam de organização terrorista. No decurso de reuniões secretas sistematicamente filmadas e gravadas em audio e vídeo pelos norte-americanos, Bubo Na Tchuto e António Indjai aceitam armazenar a cocaína transportada até Bissau e de servir idepois de ntermediários para a compra de armas para as FARC. A 3 de abril, o primeiro foi detido a bordo de um navio nas águas internacionais ao largo de Cabo-Verde e presentemente transferido para uma prisão do Estado de Nova-Iorque. O segundo não caiu na cilada, mas ele é, depois de 18 de abril oficialmente acusado pela justiça norte-americana, cuja acção está consubstanciado num mandato de captura internacional. O que não se sabe é que, ao mesmo momento a DEA levava à cabo uma operação similar entre Abidjan e Accra, tendo como objetivo de montar cilada não aos notórios barões como os dois mafiosos de Bissau, mas sim homens de negócios pouco ciosos quanto à natureza dos contratos que se lhes propõem. "Eles lançaram uma linha de pesca à agua e sem duvidas, eles devem ter lançado uma dezena iguais a fim de ver quem ira morder o isco" sugere um especialista em funções afeto na região. Foi assim que Ali mordeu o isco.
737 VIP - Como e por quem foi contactado?
Tal continua um mistério. Em meados de novembro o nosso ivoiriense-libanês marcou um encontro num restaurante de Abidjan com o representante de uma empresa de aluguer de aviões francês. Eu tenho um grande cliente para ti, melhor que um simples locador, terás um comprador, disse-lhe o seu interlocutor. Ele e os seus amigos esperam-nos no Ghana, eles estão com pressa. Em finais de novembro, Ali e o alugador, chamamos-lhe "Michael" voltaram a encontrar-se, desta vez num salão discreto do Hotel Golden Tulip de Accra, na presença de dois outros homens. O primeiro, cinquentão, disse chamar-se Diego e ser de nacionalidade colombiana. O segundo, Joseph, 35 anos aproximadamente, de origem libanesa, afirma ser o seu associado. É ele que, talvez tenha estabelecido o contacto com Ali porquanto apercebe-se um pouco mais à frente de que os dois têm amigos em comum no círculo de relações dos libaneses do famoso "trìângulo de ouro" da noite parisiense.
Com grande surpresa, "Michel" e Ali, que supostamente pensavam estar a contactar com homens de negócios aventureiros como tantos que existem um pouco por Africa, os seus interlocutores põem as cartas na mesa. Ambos afirmam trabalhar por conta das FARC e que o objectivo deles é de abrir uma nova linha aérea de exportação da cocaína a partir de Accra com destino à Península Ibérica. Paralelamente, o avião que eles procuram adquirir para efetuar essas entregas servirá para o encaminhamento das armas compradas na Africa do Sul para os guerrilheiros colombianos, via Venezuela. Para assim ser, eles estão dispostos a pagar em "cash" o aparelho e os membros da equipa, pouco importando o preço a dispender. No fim da entrevista, Diego e Joseph entregam aos seus novos parceiros dois telemóveis BlackBerry de um género muito particular: eles servem para corresponder de maneira segura unicamente por email. Ali e "Michel" estão espantados: que fazer? O negócio é extremamente atractivo, mas totalmente ilícito. O risco é também tão grande quanto o benefício. De volta a Abidjan, o primeiro hesita: negociar com narcotraficantes pode valer dez anos de prisão e não será essa a questão, mas porque não jogar sorrateiramente com eles, isto é vender-lhes o avião pura e simplesmente e sumir com o dinheiro sem entrar directamente no negócio? Claramente mais exposto pois será ele o comprador oficial do aparelho, "Michel" hesita, reflecte e depois confia as suas desconfianças a um amigo, antena local de um serviço de informações europeu. O honorável correspondente escuta-o com um ar aparentemente distraído antes de desabafar: "Esta operação é uma cilada da DEA. No vosso lugar, eu deixaria cair esse negócio".
Perturbado, dado que não devidamente convencido pelo interlocutor que lhe pareceu não ter tomado muito a sério a sua história, mas sobretudo curioso e teimoso por natureza, "Michel" decide de continuar por mais algum tempo com a aventura, à espera para ver o que acontecerá com o tempo. Ali, ele é completamente mais entusiasta: ele não acredita minimamente na hipótese de uma cilada e quer ir até ao fim com o negócio. Rapidamente, via BlackBerry, o negócio vai tomando forma. "Michel" detecta um Boeing 737 VIP de ocasião na Roménia que custa 3 milhões de dólares e que aparentemente parece agradar aos seus parceiros. Estes fazem-lhe chegar o plano de voo inicial. O aparelho saíria de Bucareste para Lisboa, depois seguiria directamente para a Africa do Sul, onde o armamento encomendado seria embarcado de forma legal graças a um certificado de utilização final fornecido pelo exêrcito venezuelano. Escalara a seguir num pequeno aeroporto junto à fronteira venezuelano-colombiana, onde a carga seria desembarcada sob a protecção dos militares chavistas e as armas seriam posteriormente entregues às FARC. O regresso para Accra far-se-ia com o avião vazio. Segue-se o carregamento da cocaína com carimbo das FARC, que chegou ao Ghana por barco e está já armazenado em contentores no porto de Tema. Depois a direção seria Portugal ou Espanha ou um local de acolhimento "seguro" onde o Boeing e da sua mercadoria seria organizada. "Michel" recebe, a 29 de novembro de 2012, um pedido de importação de armas por parte dos seus novos amigos colombianos: 4.000 espingardas de assalto russas e americanas, 2.000 pistolas, 1000 granadas, 1.000 minas antipessoais, 1.000 espingardas com miras telescópicas, 100 lança misseis Stinger e SAM...Tudo isso parece verdadeiro e concreto. Se for uma montagem, uma mentira, seria desagradável.
ARMAS DE TODOS OS TIPOS, PARA FORNECER AS FARC, NA COLÓMBIA...
ESCOBAR
Durante todo o mês de dezembro, "Michel" reflecte. Ele que nunca tinha infringido a linha vermelha da legalidade, acabou por se convencer de que, nessa história, nada haverá de bom, senão acabar mal. Porém, os seus interlocutores pressionam mais e mais, e Ali está por seu lado cada vez mais determinado a conclui-lo. Ele ("Michel") inventa um pretexto familiar para não estar presente num encontro fixado para Accra a 17 de janeiro. Ali vai sozinho e do encontro voltará ainda mais convencido e excitado pelo negócio: para além de Diego e Joseph, explica ele a "Michel, de que tinha encontrado um outro dirigente das FARC, assim como a própria filha de Pablo Escobar, mítico narcotraficante colombiano morto faz vinte anos na sequência de uma operação da DEA. Contudo, tudo isso de momento, pouco interessava a "Michel", pois estava já convencido de que quem lhe tinha posto de sobreaviso sobre a possibilidade de ser uma cilada de agentes americanos, tinha razão. Ele virou a página, desligou o pequeno aparelho BlakBerry fechou as ligações e retomou os seus negócios na maior discrição. Quanto a Ali, que ainda continua em Abidjan, fez o mesmo, apesar de tê-lo feito mais tarde, quando ouviu, a 6 de abril, a forma como os agentes da DEA tinham feito cair na cilada as suas presas guineenses. Uma surpreendente indiscrição da agência antidroga que, sem dúvidas, deve estar em curso noutras operações na Africa Ocidental. Nesta saga da Coca onde os policias e bandidos rivalizam na engenhosidade e onde os segundos estão sempre um passo à frente relativamente aos primeiros, tudo acaba, mas recomeça de novo.
(Artigo de François SOUDAN em Jeune Afrique – numéro double 2729/2730 du 28 avril au 11 mai 2013)
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Guerra na FFGB - 'Manelinho' debaixo de fogo
NOTA DE IMPRENSA
“Aparecimento de um pistoleiro a solta no seio da Federaçao de Futebol da Guiné-Bissau”
No nosso entender o futebol sempre é e continuará a ser veículo de Paz e amizade entre os povos. Pois nela não deve haver lugar para a descriminação racial, tribal e nem agressão física e verbal entre os seus actores.
Porque ele é centro de actração universal dos povos. Por essa razão há mais de uma decada, dediquei todo o meu tempo e a minha vida a bem desta modalidade " Desporto rey".
Na qualidade do membro da Comissão Executiva da Direcção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), venho com toda minha verticalidade por intermedio deste instrumento tornar público o comportamento infantil, iresponsável e inadequado do dito Presidente da prestegiada instituição futebolistíca, que através das suas actividades congrega centenas se não milhares de jovens e amantes do futebol:
1. Na presença de altas personalidades públicas a saber: Dr. Armando Purcel - Director do Gabinete do Presidente da Republica de Transição, Dr. Arnaldo - Director Geral da Identificação Civil, Dr. Alfredo Gomes - Ex-ministro da Educação, Majores Quicala Baldé- Adjunto Comandante da Guarda Fiscal e Hamed Oulg Hamed - Chefe de Gabinete do Comissário Geral Policia de Ordem Pública, Bubacar Conte - Presidente da Liga Guineense de Clubes de Futebol (LGCF) e Sr. Mutaro Barri - Responsável financeira da Federação de futebol da Guiné-Bissau Mamadu Saliu Balde Empresario;
O Deputado da Nação Senhor MANUEL IRENIO NASCIMENTO LOPES, actual Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau fez uma acusação a minha pessoa na tentativa de derrubar a direcção sob o seu auspício;
2. Consequentemente declarou a plenária do comité executica (reuniao do dia 24 de Abril) que sempre transporta na sua mochila duas armas de fogo (revolver-pistola) e que a qualquer momento pode ceifar a vida de qualquer pessoa;
3. O mais caricato e inacreditável, foi que o Deputado da Nação expressou em alto e bom som de que o país carece das leis (nao tem pena de morte) mesmo que ele cometisse um crime de assassinato vai pagar a caução porque tem dinheiro suficiente para tal e que sairia impune da tal acusaçao;
4. Como pessoa de bem, empresário de profissão, dirigente desportivo,chefe de familia e membro da Comissão Executiva da Federação de futebol da Guiné-Bissau (FFGB), acredito veemente nas nossas autoridades e espero que este assunto vai ser tratado com maior responsabilidade e brevidade.
Feito em Bissau em 29 dias do mes de Abril de dois mil e treze.
C.C:
Ministério Público, Ministério do Interior/Defesa e a Comunidade Internacional.
Sr. Inum Embalo
Membro do Comite Executivo da FFGB
Embaixada da França desmente
Para a Vossa Informação, Prezados receptores do Press Review,
A Embaixada de França na Guiné-Bissau, desmentiu esta manhã, as notícias veiculadas sobre eventuais declarações do seu Embaixador, relativamente ao processo de transição política no nosso país, retiradas de um artigo publicado pelo jornalista Nelson Herbert e difundida nesta estação emissora, no passado sábado.
Ademais a Embaixada lembra que o Embaixador Michel Flesh citado no referido artigo, nunca poderia ter proferido as referidas declarações, na medida em que já não se encontra no país, tendo cessado as suas funções diplomáticas na Guiné-Bissau desde o ano transacto.
A França é representada actualmente por um Encarregado de Negócios, o senhor Pierre Voillery, que afirma nunca ter proferido qualquer declaração ou apreciação em relação à figura do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General António Indjai.
Embaixada da França em Bissau
Obrigado
"Bom dia, Aly
Só umas linhas para te dizer que de cada vez que abrimos o teu blog é como se recebessemos uma lufada de ar fresco. Consegues, com um humor que te é próprio, escrever sobre temas sérios e manter informados os que sabem ler nas linhas e nas entrelinhas...
Mantém o teu estilo pois a informçao é assim mesmo - escreve-se no presente, deixando à Historia (que relata o passado) o papel de investigar com o recuo temporal necessário para corrigir certos relatos cujas vertentes não sao sempre fáceis de por a nu no presente. Mantém sempre o blog actualizado.
I.H."
SEGURANÇA, TERRORISMO, CRIME ORGANIZADO, TRÁFICO DE DROGA: Os desafios a vencer para obter a paz na África Ocidental
A evolução do contexto politico e de segurança na sub-região ao curso dos ultimos meses preocupa Saïd Jinnit, o Representante Especial do Secretario geral das Nações Unidas para a Africa Ocidental. Na sua visita quarta feira, 24 de abril 2013 à Costa do Marfim, o actual facilitador internacional do dialogo politico da Guiné Conakry visando a preparação das eleições legislativas trocou impressões com presidente Alassane Ouattara, Chefe de Estado Costa Marfinense e presidente em exercicio da Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que, para além da situação politica na Africa Ocidental ligada a paz e segurança, falaram sobre os «desafios impostos pelo crime organizado, o trafico de droga, a pirataria maritima e o terrorismo». Segundo um comunicado do Centro de Informação das Nações Unidas (NU) baseada em Dakar, o encontro entre Saïd Jinnit e Alassane Ouattara «centraram-se sobre a evolução do contexto politico e de segurança na sub-região no decurso destes ultimos meses».
O Representante Especial de Ban Ki Moon na sub-região informou o presidente Ouattara sobre os seus esforços enquanto facilitador internacional do dialogo politico conakry-guineense tendente a preparação das eleições legislativas. Ao mesmo tempo deu-lhe conta das deliberações da reunião do Grupo de apoio de seguimento do Mali que teve lugar em Bamako, a 19 de abril de 2013, sob a co-presidência da CEDEAO, das NU e da União Africana, informa a fonte.
Justamenta a proposito do Mali, os dois homens abordaram as questões relativas à transição proxima da Missão Internacional da Apoio ao Mali (MISMA) para uma Missão de Estabilização das NU, uma vez a resolução em discusão no Conselho de Segurança seja adoptada. Eles trocaram igualmente impressões sobre as iniciativas que poderão ser tomadas em apoio das autoridades malianas para promover o dialogo e ciar as condições propicias para a realização das eleições presidenciais em julho de 2013, informa o mesmo documento.
O presidente Ouattara e Saïd Djinnit não esconderam os «desafios que se impõem a sub-região pelo crime organizado, o trafico de droga, a pirataria maritima e o terrorismo» assim como os «esforços dispendidos pela CEDEAO e as medidas a tomar para fazer face a esses flagelos». A esse nivel eles acordaram sobre a necessidade de reforçar a cooperação sub-regional, continental e internacional para lutar eficazmente contra as novas ameaças para a segurança e a estabilidade na Africa Ocidental, revela a fonte.
Para melhor se atacar a esses flagelos, uma conferência de doadores tendo em vista apoiar o plano de acção sub-regional da CEDEAO de luta contra o trafico de drogas, o crime organizado e o abuso de drogas assim como o Programa WACI (West Arica Coast Initiative) esta previsto para junho de 2013. Este ultimo programa foi estabelecido pelas NU e a Interpol em apoio aos esforços dos paises concernantes para a fase inicial do programa no quadro da implementação do plano de acção da CEDEAO.
Trata-se da Libéria, Serra Leoa, Guiné-Bissau, Guiné-Conakry e a Costa do Marfim. Igualmente, o Comité Politico da WACI presidido pelo Representante especial do Secretario Geral para a Africa Ocidental tera lugar à margem da conferência de Abidjan, precisa a fonte que da conta do engajamento reiterado das NU em continuar a apoiar os esforços da CEDEAO para a paz e a segurança na Africa Ocidental. Sud Quotidien
Presidente da FFGB ameaça
Um membro do comité executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau acusa o presidente do organismo, Manuel Nascimento Lopes (Manelinho), de lhe ter feito ameaças de morte, caso persista em questionar a sua liderança. Em nota de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Inum Embalo, suspenso por ordens de Manuel Nascimento Lopes, diz que o presidente da Federação tem tido "comportamentos infantis e irresponsáveis". Na carta, Embalo, até agora o membro do comité executivo da Federação encarregue do futebol feminino, afirma que Manuel Lopes o terá ameaçado de morte numa reunião e que este afirmou que se isso acontecesse sairia impune, porque "o país não tem pena de morte". LUSA
França pede entrega de António Indjai à Justiça Americana
Em recente encontro entre os embaixadores de países da União Europeia acreditados em Bissau e dirigentes dos principiais partidos da Guiné-Bissau, o embaixador francês, Michel Flesh, defendeu a entrega do chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses, António Indjai, à Justiça norte-americana que acusa o general guineense de conspiração narco-terrorista.
Recorde-se que os Estados Unidos acusaram recentemente esta alta patente militar guineense, de envolvimento numa conspiração narco-terrorista, que previa a intermediação das Forças Armadas guineenses no tráfico de armas, nomeadamente mísseis terra-ar, para a guerrilha colombiana das FARC. Para Washington, o chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses, valeu-se do seu poder e funções, para envolver o estado e as instituições guineenses no negócio que envolvia cocaína e armamentos.
Na sequência do esquema, cinco cidadãos guineenses, incluindo o antigo chefe de estado-maior da armada, o contra almirante Bubo Na Tchuto, capturados pela agência americana de combate a narcóticos, encontram-se desde início de Abril, presos em Nova Iorque. As autoridades de transição bissau-guineenses, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Mbali, e do porta-voz governamental, Fernando Vaz manifestaram-se entretanto, no início da semana, desejosos de ver os guineenses sob acusação de narcotráfico dos Estados Unidos, serem julgados pelos tribunais guineenses e só posteriormente transferidos, caso de se provar as acusações, para a eventual custódia de tribunais internacionais.
Eleições
Apoiante das soluções encontradas pela CEDEAO para a crise guineense, gerada pelo golpe militar de 12 de Abril do ano passado, a Franca ameaçou com endurecer de posição face ao impasse no processo de transição na Guiné-Bissau.
Agastado com a relutante posição da classe política daquele país lusófono ante a urgência de consensos para a saída da crise a todos os níveis que assola Guiné-Bissau, o embaixador francês exortou os políticos guineenses a um urgente entendimento que resulte na formação de um governo de transição de base alargada, com mandato para preparar as eleições gerais no país. À luz do roteiro de transição estabelecido pela CEDEAO, na sequência do golpe militar se seguiu a controvérsia gerada pelas eleições presidenciais de Fevereiro de 2012, os eleitores guineenses deveriam em princípio ir, ainda este ano, às urnas para novas eleições legislativas e presidenciais.
Uma hipótese encarada cada vez mais remota devido aos condicionalismos resultantes do “braço de ferro” que opõe os contendores políticos guineenses com reflexos a nível do cumprimento de prazos, da capacidade de mobilização logística e dos fundos financeiros necessários à organização do pleito eleitoral que deverá, à partida, devolver a ordem constitucional ao país. Foi com este cenário de incerteza que Michel Flesh teria dado aos políticos guineenses um ultimato no sentido de, até 9 de Maio próximo, ser encontrado uma solução para o impasse, sob pena da União Europeia ser forçada a levar a questão bissau-guineense à consideração do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Diga-se um expediente da qual poderia resultar um agravamento de sanções contra a Guiné-Bissau com todo o seu cortejo de consequências para o actual estado de (in) governabilidade do país. VisãoNews
AVISO
A embaixada de Cuba, foi informada que um dos golpistas quer pedir asilo político na sua representação diplomática, em Bissau. O embaixador informou já ao golpista em causa que recebeu ordens superiors de Cuba para não receber nenhum militar ou político nas instalações da embaixada... AAS
domingo, 28 de abril de 2013
Guiné-Bissau é o país com piores indicadores em termos de segurança aérea
Guiné-Bissau é o país da África Ocidental que apresenta os piores indicadores em termos de segurança aérea. As conclusões surgiram durante o encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental.
A Guiné-Bissau não conseguiu atingir a meta estabelecida pelos países da África Ocidental no que toca à segurança aérea. Quem o diz é Gregório Gomes, director de segurança do Instituto Nacional de Aviação civil na Guiné-Bissau. O responsável afirma que a falta de quadros especializados poderá ter contribuído para a má prestação do país no que refere aos indicadores de segurança aérea.
No oitavo encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental-UEMOA- a Guiné-Bissau aproveitou para pedir apoio aos parceiros para que no futuro o país possa atingir os níveis desejáveis, ou seja os sessenta e cinco por cento. Todavia, no que diz respeito à segurança aeroportuária a Guiné-Bissau apresentou melhorias, avanços que foram saudados pelos países que participaram no encontro. RFI
Subscrever:
Mensagens (Atom)