quinta-feira, 11 de abril de 2013
Nem tudo são espinhos
Às vésperas de completar um ano após o golpe de estado de 12 de Abril 2012, a Guiné-Bissau apareceu nas primeiras páginas de notícias internacionais, infelizmente, mais uma vez, por piores motivos. Segundo os especialistas da matéria, estas detenções de cidadãos guineenses, incluindo o ex-Chefe de Estado Maior da Marinha, Almirante Bubo Na Tchuto, para além de ser fruto de excelente trabalho desenvolvido pelos EUA na luta contra o tráfico ilícito de armas e estupefacientes na costa ocidental africana, representa mais uma vitória do povo guineense, uma vez que estes flagelos sempre foram apontados pela ONU, como uma das principais causas destabilizadoras do nosso país.
Nós, Bissau-guineenses, vivemos momentos infelizes que gostaríamos que fossem apagados da nossa história. Ao longo de toda a nossa existência como nação, aprendemos a conviver com espinhos... Eles fazem e sempre fizeram parte da nossa caminhada. Por isso, não devemos temer, parar e nem tão pouco desistir desta luta desenfreada!
Espero honestamente, como cidadão, que todas as forças vivas da nação guineense, reconheçam a nossa debilidade; Compreendam de uma vez por todas, a necessidade (urgência) de aproveitar ondas de apoio da comunidade internacional que estão a nosso favor apesar da crise mundial, para que possamos realmente ajudar o país a sair do lamaçal que se encontra, resgatar a nossa democracia e devolver ao povo, a sua dignidade. É pegar ou largar, tendo em conta as dificuldades que hoje são evidentes na Guiné e que, a crise tende a aumentar.
Na verdade, as picadas e cicatrizes, hoje, estão à vista de todos... Mas, nem tudo são espinhos na Guiné-Bissau!
A nossa inteligência adicionada à vontade de transformar a nossa própria vida e salvar o país, são muito mais fortes do que as divergências, os obstáculos e os casos amargos da nossa história.
Existe um povo maravilhoso cujo coração e dignidade foram esmagados, mesmo assim, mantem-se firme, desfragmentado e de cabeça erguida.
Existe gente humilde que apesar de tanto sofrimento, ainda canta e dança, mesmo que for para espantar os males.
Nem tudo são espinhos nesta linda e rica terra!
Existem também rosas... Isso mesmo, rosas. Rosas ressequidas no silêncio duma história... A nossa história criada na fantasia e na mistura de indignação e sonhos. Lindas rosas que autrora abandonadas no espaço vazio entre o presente e o futuro, desabrocham nos canteiros da liberdade.
Caros compatriotas, devemos transmitir segurança e ter orgulho de tudo o que temos, (pouco ou muito) o que se fez e se faz de bom! Exibir as nossas conquistas, içar a nossa bandeira, cantar o nosso hino... Afinal somos um povo maravilhoso e temos muito para oferecer: Lindas praias; Enorme biodiversidade; Mosaico cultural riquíssimo, para além da nossa calorosa hospitalidade.
Devemos concentrar nas coisas boas e positivas que acontecem no nosso país e viver delas! Por exemplo: As grandes expectativas para a exploração dos recursos naturais (petróleo, bauxite, fosfato etc.); A construção do porto de águas profundas em Buba; A pesca e o turismo nacional etc... Tudo isto poderá criar muitos postos de trabalho, melhorar a vida de muitas famílias e fazer o país crescer.
Não pretendo com este artigo, ocultar o podre com uma visão cor-de-rosa ou tentar maquiar a crua realidade que marcou a nossa história de forma negativa. Dar uma falsa protecção, seria irónico da minha parte e de qualquer cidadão do bem.
Quero sim, que aproveitemos a fase final da transição, (fim dos golpes-assim parece) para promover o que temos de bom, mostrar os nossos valores, transformar esta crise numa oportunidade para fazer o mundo conhecer as potencialidades do nosso país e provar que, ONDE HÁ ESPINHOS, HÁ ROSAS.
Haja Rosas!
Pensamentos positivos...
Londres, 10.04.2013
Vasco Barros. (Vavá)
Morreu a Mãe do Presidente da República interino, Raimundo Pereira.
O editor do Ditadura do Consenso endereça as mais sentidas condolências a toda a família. Que a sua alma descanse em paz. AAS
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Ramos-Horta na Praia: O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, recebe amanhã, dia 11 de Abril de 2013, às 11h00 no Palácio Presidencial, o Representante do Secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Ramos Horta. Faz parte da agenda a análise dos problemas políticos, sociais e económicos da Guiné-Bissau e procura de soluções para a realização das eleições num clima de paz e tranquilodade, bem como para a actual situação institucional do país. AAS
AVISO SÉRIO: Ramos-Horta, o representante do secretário-geral da ONU em Bissau, avisou as autoridades de transição que a comunidade internacional está cansada e que existe um «perigo real» destes abandonarem a Guiné-Bissau. Independentemente das razões que levaram ao golpe de Estado, o Nobel da Paz frisou que, «a verdade, é que se aprofunda a crise social e económica e o isolamento internacional da Guiné-Bissau».". AAS
DEA: Ligações fatais
O relatório da DEA, a agência norte-americana de combate ao tráfico de droga, citada pelas agências noticiosas internacionais, implicou as autoridades do Governo de transição da Guiné-Bissau no narcotráfico internacional. Entre os citados constam o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, que poderá ter colaborado com os militares que planeavam um esquema de contrabando de droga e armas com as FARC colombianas, de acordo com a agência Reuters. O relatório, apresentado esta terça-feira, 9 de Abril, às autoridades judiciais norte-americanas, resulta do trabalho de agentes infiltrados, supostamente ligados às FARC, e da recente detenção do ex-Chefe da Marinha de Guerra da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, durante uma operação em águas internacionais, próxima de Cabo Verde.
Na ocasião, foram também presos Manuel Mamadi Mané, conhecido por «Quecuto», e Saliu Sisse, conhecido por «Serifo», que terão igualmente relatado aos agentes infiltrados da DEA que o Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Rui Barros, e o Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, dariam cobertura à operação de tráfico de droga e armas. O plano dos traficantes, segundo a força policial norte-americana, era transportar, por via marítima, 4000 quilogramas de cocaína da Colômbia para a Guiné-Bissau, camuflada em uniformes militares que seriam destinados ao Exército guineense. A importação de cocaína seria trocada pela compra, por Bissau, de armas, incluindo mísseis terra-ar, parte das quais iria para a Colômbia.
«Depois de uma reunião em Junho de 2012, no Brasil, entre os colaboradores dos dois narcotraficantes, os agentes norte-americanos deslocam-se a Bissau onde, a 30 de Junho, ´Serifo´, ´Quecuto´ e um dos seus operacionais, terão referido a ´necessidade de envolver responsáveis do Governo da Guiné-Bissau´ na operação». No mesmo dia, os dois alegados narcotraficantes «informaram que os responsáveis do Governo da Guiné-Bissau reteriam uma percentagem da cocaína enviada» e, mais tarde, «Serifo» teria informado os agentes da DEA que «por este serviço, os responsáveis do Governo guineense esperariam, como comissão, 13% da cocaína enviada» para o país. Acertados os detalhes da operação, um dos alegados traficantes referiu que, dois dias depois, iria «discutir o plano com o Presidente de transição da Guiné-Bissau».
DEA: Pistas sobre o isco norte-americano
Em meados do mês de março, oficiais superiores de dois exércitos (um guineense e dois guineenses da Guiné-Conacry) tentaram abrir uma mega-conta bancária em Dakar, no Senegal. Desconfiado com o montante, cerca de 4.5 milhões de dólares, alguém do banco pediu informações sobre:
- General Souleymane Camará, e
- Comandante El Hadji Mory Sékou TOURE (ambos naturais da República da Guiné-Conakry),
e de...
- Bion Na Tchongo, actual chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau.
A América foi apertando o cerco, mas ter-se-á precepitado: "A DEA podia ter feito muito mais prisões, pois as operações foram coordenadas entre as nossas antenas na Colômbia, Lisboa, Conacry e Dakar" - garante um funcionário da embaixada norte-americana - que não descarta essa hipótese. "Continuaremos com as operações de vigilância por terra, mar e ar."
A preocupação dos EUA tem que ver com as ligações perigosas e preocupantes entre quase toda a cúpula do Estado da Guiné-Bissau. Estado-Maior General das Forças Armadas, Presidência da República e até o Governo com as FARC, que os EUA apelidam de 'organização terrorista'. "A facilidade com que os traficantes falavam e agiam, deixam antever grandes problemas para a Europa e, sobretudo, para os Estados Unidos. Há que cortar o mal pela raiz", assume o diplomata. Depois do dia 15, os EUA poderão indiciar mais pessoas ligadas ao tráfico de droga, e de armas, na Guiné-Bissau. E continuam a monitorar tudo o que mexe... AAS
terça-feira, 9 de abril de 2013
BUBO: Juíz decreta prisão imediata e marca primeira audiência para dia 15 do corrente
O Procurador dos EUA decretou a prisão com efeitos imediatos do narcotraficante José Américo Bubo Na Tchuto, ex-chefe da Marinha da Guiné-Bissau e outros seis dos seus cumplices por delitos de tráfico de droga. Quatro dos réus também são igualmente acusados de crimes de terrorismo em acusações autonomas. Preet Bharara, o Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, e Michele M. Leonhart, o administrador do Drug Enforcement Agency (DEA) anunciou que os cinco acusados (José Américo Bubo Na Tchuto, ex-chefe da marinha da Guiné-Bissau; Manuel Mamadi Mané (Juba); Saliu Sisse; Papis Djemé e Tchamy Yala) chegaram no Distrito Sul de Nova York a 4 de abril de 2013. Relacionada com a mesma ação, Rafael Antonio GARAVITO-GARCIA e Gustavo PEREZ-GARCIA, ambos de nacionalidade colombiana, foram presos hoje na Colômbia através do sistema de Aviso Vermelho da Interpol (Interpol Red).
JUBA, Sisse, GARAVITO-GARCIA, e PEREZ-GARCIA são acusados de conspirar para participação em acções de narcoterrorismo, conspiração para importação de narcóticos para os Estados Unidos, e de conspirar para fornecer ajuda militar e equipamentos de guerra às Forças Armadas Revolucionarias da Colombia (FARC), um grupo paramilitar sul-americano ha muito catalogado pelos Estados Unidos como sendo uma organização terrorista estrangeira ("FTO"), através de armazenamento de cocaína na África Ocidental cuja propriedade pertence às Farc. JUBA, Sisse, e GARAVITO-GARCIA também são acusados de conspirar para vender armas, incluindo mísseis terra-ar, para serem usados para proteger as operações de contrabando de cocaína das Farc na Colômbia contra as forças militares dos EUA.
Bubo Na Tchuto, P. DJEME, e YALA enfrentam acusações de conspirar para importar narcóticos para os Estados Unidos. Na Tchuto foi designado um traficante pelo Tesouro dos EUA. Os cinco réus foram apresentados em Nova York perante a Corte dos Magistrado dos EUA, hoje.
Em 4 de abril de 2013, a Drug Enforcement Administration (DEA) da Divisão de Operações Especiais (SOD), Unidade de Investigação Bilateral (BIU) e Narco-terrorismo Group (NTG), trabalharam em conjunto com o Escritório Nacional DEA de Lisboa e a Representação da DEA em Bogotá concluiram uma operação planeada e levada a cabo à longa data por agentes à paisana que operavam na Guiné-Bissau e em outros lugares. A operação consistiu em duas fases separadas e foram levadas a cabo através de investigações e acções altamente sigilosas. Durante a primeira parte da operação, Na Tchuto, DJEME, e Yala foram presos em 02 de abril nas águas internacionais pela Equipe de Suporte da DEA instaladas nos paises estrangeiros como Consultores (FAST) e a NTG da Costa da África Ocidental. Toda a operação era monitorado a bordo de um navio sob controle DEA, igualmente localizado nas aguas internacionais. Na segunda parte da operação, Juba e Sisse foram presos a 4 de abril, um em um país da Africa Ocidental e transferido depois para a custódia dos Estados Unidos. Na Tchuto, Djémé, YALA, Juba, e Sisse foram transportados para Nova York para efeitos de serem acusados dos crimes respectivos. GARAVITO-GARCIA PEREZ-GARCIA permanecem ainda na Colômbia com mandato de extradição pendente para os Estados Unidos.
O Procurador dos EUA Preet Bharara disse: "As acusações de alegadas conspiração de narcoterrorismo mostra o perigo que pode crescer sem controle em lugares distantes onde as circunstâncias de fragilidade e pobreza podem permitir aos narcotraficantes, apoiantes e simpatizantes do terrorismo de transacionar e conspirar de forma dissimulada com grandes riscos para os Estados Unidos e os seus interesses. A ligação entre narcotraficantes e terroristas, os seus financiadores e apoiadores, precisa ser desmantelado, onde quer que se encontrem. Mas graças aos esforços extraordinários dos nossos parceiros da DEA, que durante anos atacou a ameaça narco-terrorismo, essa conspiração foi frustrada e podemos afirmar que obtivemos mais uma vitória em nossa campanha implacável contra os que pretendem prejudicar os americanos e os interesses americanos no exterior ".
A administradora da DEA Michele Leonhart disse: "Estas detenções feitas pela DEA são vitórias importantes no combate contra o terrorismo e o tráfico internacional de drogas. Alegados narco-terroristas como estes, que traficam drogas na África Ocidental e em outros lugares, são alguns dos criminosos mais violentos e brutais do mundo. Eles não têm nenhum respeito pelas fronteiras, e não respeitam nem as regras nem as que violam resultado das suas acções criminosas. Estes casos ilustram ainda de forma mais assustadora as ligações entre o tráfico global de drogas e do financiamento de redes terroristas. Graças ao trabalho qualificado e bravura dos nossos agentes e parceiros policiais, esses criminosos terão de enfrentar a responsabilidade de um tribunal dos EUA pelos seus atos hediondos. "
De acordo com as acusações contra MANE, Sisse, GARAVITO-GARCIA, e PEREZ-GARCIA concluida hoje:
A partir do verão de 2012, os réus comunicaram com fontes confidenciais (o "CSS"-colaboradores da DEA) que trabalham com a DEA, que pretendiam ser representantes e/ou sócios das FARC. Os contactos ocorreram por telefone, por e-mail, e em uma série de reuniões gravadas em áudio e também filmadas durante vários meses na Guiné-Bissau.
Durante as reuniões que teve inicio na Guiné-Bissau em junho de 2012, e continuando até pelo menos meados de Novembro de 2012, Mané, Sisse, GARAVITO-GARCIA, e PEREZ-GARCIA concordaram em receber e armazenar várias toneladas de cocaína embarcadas e propriedade das FARC na Guiné-Bissau. Os réus concordaram em receber a cocaína ao largo da costa da Guiné-Bissau, armazena-los em seus armazéns aguardando lá, até à sua eventual transferência para os Estados Unidos, onde seriam vendidos para o benefício financeiro das FARC. Os réus ainda acordaram que uma parte da cocaína seria usado para o pagamento dos funcionários do governo da Guiné-Bissau para garantirem uma passagem segura para a cocaína através da Guiné-Bissau.
Também durante essas reuniões, Juba, Sisse, e GARAVITO-Garcia concordaram em providenciar a compra de armas para as FARC, incluindo mísseis terra-ar, importando-os dessimuladamente para Guiné-Bissau como se fossem para o uso nominal dos militares Guiné-Bissau.
Por exemplo, em 30 de junho de 2012, durante uma reunião gravada na Guiné-Bissau com o CSS, Mané, Sisse, e GARAVITO-GARCIA concordaram em ajudar na distribuição de cocaína das Farc, facilitando o envio de cocaína para a Guiné-Bissau dentro de cargas e de uniformes militar, e pelo estabelecimento de uma empresa de fachada na Guiné-Bissau para exportar a cocaína da Guiné-Bissau para os Estados Unidos. Além disso, MANE concordou em ajudar na obtenção de armas para as FARC. Também, a 03 de julho de 2012, durante outra reunião igualmente gravada na Guiné-Bissau, Mané, Sisse, e GARAVITO-GARCIA reuniram com as fontes confidenciais e um representante militar da Guiné Bissau militar tendo discutido sobre os benefícios de usar a Guiné-Bissau como um ponto de transbordo para a cocaína obtida na América do Sul e destinada para os Estados Unidos, o processo de descarregar a cocaína uma vez chegado à Guiné-Bissau, bem como a natureza das armas a serem fornecidos às Farc para combater as forças americanas na Colômbia, incluindo mísseis terra-ar, fusisde assalto AK-47 com lança-granadas.
A 31 de agosto de 2012, durante uma reunião gravada em Bogotá, Colômbia, GARAVITO-GARCIA e PEREZ-GARCIA concordaram em facilitar o recebimento de cerca de 4.000 quilos de cocaína das Farc na Guiné-Bissau, cerca de 500 quilos de que viria a ser enviada para clientes nos Estados Unidos e Canadá. Durante uma reunião gravada na Guiné-Bissau com Juba e Sisse que ocorreu a 13 de novembro de 2012, um oficial militar da Guiné-Bissau aconselhou um dos CSs que a transação de armas (os anti-mísseis de aviões para serem vendidos para as Farc que seriam usados contra os helicópteros dos Estados Unidos que operam na Colômbia contra as FARC) poderia ser executado, uma vez que as FARC trouxessem dinheiro para a Guiné-Bissau.
Segundo a acusação contra Bubo Na Tchuto, DJEME, e também YALA concluida hoje:
A partir do verão de 2012, os três réus estiveram envolvidos em uma série de reuniões gravadas na Guiné-Bissau com fontes confidenciais (o "CSS") que trabalha com a DEA, que pretendia ser representantes e/ou associados de traficantes sul-americanos ligados ao narcóticos .
Em uma das primeiras reuniões em que os réus discutiram o envio de toneladas de cocaína da América do Sul para a Guiné-Bissau por mar, Na Tchuto observou que o governo da Guiné-Bissau esta fragilizado, à luz do recente golpe de Estado e que, portanto, era um bom momento para a transação de cocaína proposta. Em outras reuniões, Na Tchuto, DJEME, e YALA concordaram em ajudar o CSS a receber uma carga de duas toneladas de cocaína que seriam transportadas para a Guiné-Bissau de barco e armazenados em um armazém para posterior distribuição para a Europa e os Estados Unidos. Por exemplo, em 17 de novembro de 2012, Na Tchuto, DJEME, e YALA reuniram-se com os dois CSS na Guiné-Bissau e discutiram importar 1,000 kg de cocaína para encaminhar para os Estados Unidos. Também durante a reunião, Na Tchuto ofereceu-se para utilizar uma sua empresa para facilitar o envio de cocaína para fora da Guiné-Bissau. Em uma reunião anterior, Na Tchuto afirmou que sua taxa seria de R $ 1.000.000 por 1.000 kg de cocaína recebida na Guiné-Bissau.
***
JUBA, Sisse, GARAVITO-GARCIA, e PEREZ-GARCIA foram, cada um deles acusados de conspiração para participação em narco-terrorismo (Primeira acusação), uma acusação de conspiração para distribuir cinco quilos ou mais de cocaína, com conhecimento ou pretensão de que a cocaína poderia ser enviada para os Estados Unidos (Segunda acusação), e uma acusação de conspiração para fornecer apoio material e recursos a uma FTO (acusação três). JUBA, Sisse e GARAVITO-GARCIA também são acusados de uma acusação de conspiração para adquirir e transferir mísseis anti-aéreos (acusação Quatro). As acusações Um, Dois e Quatro cada uma por si esta sujeita a uma pena máxima prisão perpétua, e a acusação Três acarreta uma pena máxima de 15 anos de prisão. JUBA e Sisse estão programados para serem presentes ao Juiz dos EUA Jed Rakoff no prôximo dia 9 de abril de 2013 (hoje) às 11:30.
Na Tchuto, DJEME, e Yala foram, cada um encarregado de uma acusação de conspiração para distribuir cinco quilos ou mais de cocaína, com conhecimento ou pretensão de que a cocaína poderia ser enviada para os Estados Unidos. A acusação acarreta uma sentença máxima prisão perpétua. Na Tchuto, DJEME, e YALA tem a próxima agenda para recomparecer perante o Juiz Distrital dos EUA Richard Berman a 15 de abril de 2013 às 11:00
As prisões e as transferências dos réus foram o resultado de estreitos esforços e de cooperação aproximada do Gabinete do advogado dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, SOD DEA, o DEA Escritório Nacional de Lisboa, o DEA Escritório Nacional de Bogotá, o Departamento de Justiça dos EUA, o Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento de Estado dos EUA.
Este processo está sendo tratado pelo Gabinete da Unidade de Narcóticos e Terrorismo Internacional. Os Advogados Assistentes dos Estados Unidos são Aimee Hector e Glen Kopp que Representam o Ministério Público.
As acusações contidas nas acusações são consideradas meramente acusações e os réus são por enquanto considerados presumidos inocentes, até que se prove a sua culpabilidade.
Estado da Guiné-Bissau corre risco de desaparecer, avisa Ramos-Horta
A Guiné-Bissau "enfrenta como Nação uma ameaça existencial, enquanto Estado" e as elites políticas e militares deviam aproveitar o aniversário de mais um golpe para fazerem um exame de consciência, defendeu hoje o representante da ONU. Num depoimento a propósito do primeiro aniversário sobre o golpe de Estado que a 12 de abril derrubou os governantes eleitos, o representante do secretário-geral da ONU em Bissau, Ramos-Horta, avisou também que a comunidade internacional está cansada e que há um "perigo real" de abandonar o país. Independentemente das razões que levaram ao golpe, disse o responsável, "a verdade é que se aprofunda a crise social e económica e o isolamento internacional da Guiné-Bissau".
"Por isso espero que, ao completar-se o primeiro aniversário do golpe e do regime de transição, as elites política e militar façam uma introspeção, um exame de consciência, e ganhem consciência de que a Guiné-Bissau realmente enfrenta como Nação uma ameaça existencial, enquanto Estado", alertou. É que, justificou José Ramos-Horta, sem um Estado forte, um Governo e instituições políticas sólidas e coesas, é "extremamente difícil a Guiné-Bissau sobreviver aos desafios regionais, às ameaças de crime organizado, nomeadamente dos cartéis de droga das mais variadas origens", e a ameaças de outro género como a extrema pobreza.
Outro aviso de Ramos-Horta é o de que a comunidade internacional, que sempre quis e quer ajudar a Guiné-Bissau, "já está também cansada e há um perigo real de a própria ONU, a União Europeia e outros amigos e parceiros tradicionais da Guiné-Bissau dizerem ´não mais´". Por isso, Ramos-Horta apelou aos políticos guineenses para que cheguem rapidamente a um acordo para um roteiro de transição que contemple o recenseamento eleitoral e o calendário para as eleições, que podem ser este ano "desde que as elites políticas se entendam".
"Dado os desafios que este país enfrenta, bem grandes, até digo existencialistas para este país enquanto Estado, que se entendam e que formem um Governo de grande inclusão o mais rapidamente possível", para haver eleições num clima pacífico e para que depois das eleições não hajam vencedores ou perdedores", disse. Após as eleições, acrescentou, o partido mais votado terá sentido de Estado e consciência da gravidade da situação que o país enfrenta, e terá consciência de que nenhum partido sozinho, nenhuma elite partidária sozinha, pode resolver os problemas do país. "Deem a mão" e formem um Governo de grande abrangência, pediu Ramos-Horta, acrescentado que só assim se pode passar a uma segunda fase, após as eleições, de reorganização do Estado, com o apoio da comunidade internacional.
Tal é possível porque a Guiné-Bissau é um país potencialmente rico e com um "povo fabuloso" e pessoas "altamente qualificadas, disse Ramos-Horta, acrescentando: "por isso, neste ano em que se completa um aniversário de mais um golpe, triste, espero que façam uma reflexão séria, deem a mão e salvem a vossa Nação".O representante da ONU reafirmou que há tempo para organizar eleições ainda este ano e que as Nações Unidas continuam disponíveis para, em parceria com a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, e com o apoio financeiro da União Europeia, liderar o processo eleitoral.
DROGA: Serifo na área
O presidente interino da Guiné-Bissau pode ter cooperado com os planeadores de um esquema de contrabando de cocaína e armas para armar rebeldes colombianos das FARC, segundo documentos judiciais americanos na posse da agência Reuters. Os documentos lançam uma sombra sobre os esforços internacionais para restaurar a ordem no pequeno estado ocidental Africano, que sofreu uma série de golpes de Estado desde 1974, data da independência, e que desde então tem-se tornado num centro de transbordo de narcóticos com destino à Europa e aos EUA.
Promotores americanos apresentaram acusações contra o ex-chefe de estado maior da Marinha, Américo José Bubo Na Tchuto, e outros seis homens no final da semana passada, depois de os prender numa ousada operação sua costa atlântica. De acordo com as acusações, os homens planeavam levar 4.000 kg de cocaína colombiana para a Guiné-Bissau dentro de uma remessa de uniformes militares e contrabandear armas, incluindo mísseis, de volta para os rebeldes das FARC da Colômbia para o uso contra forças americanas anti-droga.
Um dos principais conspiradores no plano, descrito apenas como um "funcionário de alto nível da Guiné-Bissau", disse a agentes secretos. em julho de 2012, que iria discutir a trama com o presidente Manuel Serifo Nhamadjo. "Depois de amanhã, eu vou falar com o Presidente da República," ele é citado como tendo dito na acusação, aberta no tribunal de Nova York na sexta-feira passada. Dois outros suspeitos disseram aos agentes à paisana numa reunião em Bissau, em Setembro, que gostaria de falar com o "Presidente e o Primeiro-Ministro" sobre o negócio, de acordo com os documentos da DEA. REUTERS
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