domingo, 24 de fevereiro de 2013
Estou nesta, Ramos-Horta
"Caro Aly
Agradeço muito o incansável e irrecompensável trabalho que tens feito para a defesa da Verdade e da Democracia na Guiné-Bissau. Digo "estou nesta" porque não é o RAMOS HORTA nem a comunidade internacional quem deve ajudar a Guiné-Bissah. Quem pode ajudar a Guiné-Bissau a sair desta são as milicias. Para mim, enquanto as milicias não se subordinarem às leis internacionais (democracia, liberdade) não haverá melhores condições nos quarteis e a Guiné-Bissau sempre vai figurar na lista negra. Ao senhor RAMOS HORTA, com todo o respeito, não deve confundir os militares de que as Nações Unidas ou a comunidade Internacional lhes vai ajudar sem contrapartidas.
Desde a Guerra de 7 de Junho 1998 quantos representantes do secretárii geral da ONU passaram pela Guiné-Bissau? Quantos milhoes de dólares as NU gastaram na Guiné-Bissau? Desde então quantos generais, oficiais e população indefeso foram mortos ou torturados? Como se tudo isso não bastasse agora é trafico de drogas e tráfico de pessoas... Nestas condições, quem pode ajudar uma nação a seguir o seu caminho rumo ao desenvolvimento?
DR. RAMOS HORTA, diga a essas milcias a verdade e a sua verdadeira missão na Guiné-Bisssau, porque certeza tenho não tardará vão criar outra perturbação enquanto você represente as NU na Guiné-Bissau. A paz, a segurança e o desenvolvimento da Guiné-Bissau esta nas mãos dessas milicias!
Ibraima"
Coração no quartel
"Aly,
Agradecia que o estimado António Aly Silva Informasse o Sr. Ramos Horta que nesses últimos anos (salvo o erro, desde 2000 a esta parte) - O sector da Defesa absorve a maior fatia do Orçamento Geral de Estado (OGE) da Guiné-Bissau, com uma dotação que ultrapassa a da saúde e educação em conjunto. Ao ministério da Defesa tem sido atribuído a “fatia de leão” nos sucessivos OGE's em detrimentos dos sectores chaves do desenvolvimento de qualquer País. Não chega? Querem mais? Vão mas é trabalhar para a agricultura, que faziam um bom serviço à Pátria. O Sr. Ramos Horta que não se deixe condicionar. Espera-se por essa aberrante táctica de mendicância e pieguice que alguma escumalha travestida de militare nos vem habituando de cada vez que recebem uma visita vinda do exterior.
Mariano T."
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Carta aberta ao Sr. Ramos-Horta, representante do SG ONU
Para José Ramos-Horta, representante do Secretário Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau:
Resposta ao senhor José Ramos-Horta, que depois da visita ao EMGFA disse ter ficado com o 'coração partido' ao ver como viviam os militares. Pois bem.
Gostaria que estivesse atento à sondagem neste blog: "A Guiné-Bissau deve tornar-se num protectorado da ONU, a exemplo do que aconteceu com Timor-Leste? (o seu país?!)"
SIM - 431 (85%)
NÃO - 61 (12%)
TALVEZ - 14 (2%)
NÃO SEI/NÃO RESPONDO - 1 (0%)
E ainda faltam quatro dias para terminar a sondagem...
Vejamos, senhor Ramos-Horta:
Por acaso o senhor sabia que as reformas nas áreas da defesa e segurança começaram e estavam a bom ritmo, e que estavam em curso a reconstrução de casernas em todos os quartéis, a construção de raíz de novas instalações militares, incluindo o quartel-general da marinha? Saberá com certeza que a alimentação dos efectivos das forças armadas 'fazia parte'(!) dessas mesmas reformas e que já se tinham formado trezentos e tal homens e mulheres, e mais outros tantos acabaram há poucos meses a sua formação, totalizando mais de 700 novos agentes de segurança?
Ó, senhor Ramos-Horta! O senhor não está a ser bem aconselhado e ainda agora chegou!!! E o senhor sabia, tal como eu, tal como centenas de milhares de guineenses, tal como milhões de pessoas em todo o mundo, que o tráfico de droga, que era suposto ser sucessivamente erradicado com a conclusão dessa mesma reforma - proposta "há muito" - pela Guiné-Bissau, foi a responsável pelo golpe de Estado de 12 abril? E saberá, por mero acaso, que esse golpe, a que a CEDEAO infelizmente se aliou, teve como consequência o cancelamento abrupto da segunda volta de uma eleição presidencial, a suspensão de todas as obras que estavam em curso na Guiné-Bissau?
Parece que não sabe, senhor Ramos-Horta, que em consequência desse extraordinário acontecimento, a União Africana suspendeu a Guiné-Bissau da organização, a CPLP, a União Europeia, as Nações Unidas, o Movimento dos Não-Alinhados entre outras organizações nem querem ouvir falar em golpistas - recusando, quase um ano depois - em reconhecer a imposição, pela CEDEAO, numa aliança perfeita com alguns militares e políticos, de um 'governo' em detrimento da vontade da maioria do povo guineense?
Saberá, claro, que a Guiné-Bissau está bloqueada política e economicamente. E que isso poderá traduzir-se em mais instabilidade, causada pelo ódio, por remorsos e ressentimentos? E saberá certamente que as responsabilidades serão imputadas à CEDEAO e aos seus comparsas guineenses, ainda que seja em tribunais internacionais. Todos os representantes do Secretário Geral da ONU tiveram a sua dose no que aos golpes de Estado dizem respeito. O senhor terá o seu baptismo não tarda nada...
Sabe, por sinal, que em apenas seis meses dessa política desastrosa, destravada, depravada mesmo, doze cidadãos guineenses (transformados em "guerrilheiros de Casamança" pelo 'governo de fantasmas e de traficantes' da CEDEAO) foram assassinados? Saiba, ainda, que foram torturados antes dos tiros de misericórdia?... E, sabia que ninguém até hoje foi sequer ouvido? Qual é o seu papel na Guiné-Bissau, senhor Ramos-Horta? Os guineenses querem saber!
E sabe, ainda que lhe tenha sido dito por um passarinho, que dezenas de pessoas, cidadãos guineenses, irmãos nossos, estão ainda refugiados em várias representações diplomáticas em Bissau, temendo pela sua vida? E, já agora, deixe-me que lhe diga que os espancamentos, ameaças à integridade física e psicológica dos cidadãos continua e não se lhe avizinha um fim a curto prazo. E que o medo continua, acaso lho sussurraram?
- Fazia ideia de tudo isto que acabei de lhe contar, senhor Ramos-Horta? E estou a falar para um Prémio Nobel da Paz!
Senhor representante, já que estamos numa de tu-cá-tu-lá, por falar dos guineenses...onde está mesmo a 'segurança', pateticamente apregoada pela CEDEAO, para o envio dos seus marginais travestidos de militares para Bissau? E no resto do país? Saberá, com toda a certeza, senhor Ramos-Horta, porque continuam a aterrar aviões carregados de cocaína (a IIEE fala em 900kg/noite) para matar europeus e norte-americanos?
Eu digo-lhe: Porque, simplesmente, a CEDEAO pactuou com a canalha, parando a reforma nos sectores da defesa e segurança na Guiné-Bissau, que estava a ser custeada por Angola, um país nosso irmão, que teve sangue guineense derramado no seu chão, na luta contra o regime racista, e canalha, do Apartheid. Pense nisso, senhor Ramos-Horta e, sobretudo, NÃO se deixe enganar por gente matreira.
António Aly Silva
A propósito dos quartéis que 'partiram' o coração do Ramos-Horta
"Aly,
Que se deixe de enganar quem não está interessado em faltas de verdade. Se as tropas estivessem mal, saber-se-ia. Não se pode com a cara dos representante dos militares - todas cheias de gorduras - acreditar que todos os militares estão mal. Alias, se as acusações de envolvimento no tráfico de drogas for verdade, então têm todo o dinheiro do mundo para melhorarem os quartéis e muito mais. As condições nos quartéis são nada menos que sinais da necessidade de reformas. Os quartéis chegaram a esse ponto porque os militares que lá passam o tempo são responsáveis pelas mudanças de lugar das portas, telhados e demais materiais e ferramentas a sua disposição para algures sem basear nos critérios éticos e moralmente aceites pelo mundo civilizado.
Por outras palavras, o estado físico dos quartéis reflecte pura e simplesmente o habitat da maior parte dos militares - gentes sem a mínima ideia da organização, respeito, educação de base, convívio sã e futuro e responsabilidades partilhados. Vestir farda de tropa hoje é exibir falta de senso comum e reforça a tese de que "quem vive nos quartéis são na sua maioria pessoas com necessidades urgente de aprender a cuidar de lugares públicos." E, tira brilho a sua retórica de quartéis em péssimas condições. Isso não pega! Quartel não é residência pessoal. E, nem deve servir de lugar de ostentação para justificar irresponsabilidades para com o bem e a tranquilidade social. Que vão enganar Camões. Ele é que tem um olho!
A verdade liberta!
Guiné Lanta"
Prémio de Qualidade
O Presidente da Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau, e candidato à liderança do PAIGC, BRAIMA CAMARÁ, à direita na foto, proprietário do Hotel Malaika, em Bissau, premiado com o Compromisso com a Qualidade - em Paris, França. À esquerda na fotografia, Mário Fernandes, director do Hotel Malaika.
ONU prolonga mandato da UNIOGBIS até final de maio
O Conselho de Segurança das Nações Unidas prolongou até 31 de maio o mandato do gabinete da ONU na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), e pediu ao secretário-geral Ban Ki-moon que sugira um "possível reajustamento" do mandato no país lusófono. Na resolução hoje aprovada pelo Conselho de Segurança, os países-membros solicitam a Ban Ki-moon que apresente até 30 de abril uma avaliação da situação na Guiné-Bissau e um conjunto de recomendações sobre o mandato da missão e "um possível reajustamento do apoio da ONU".
Estas recomendações, adianta a resolução, devem levar em conta os desafios que a situação no país apresenta e a avaliação da missão internacional conjunta (União Africana, Comunidade de Económicos dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Europeia (UE) e ONU) que esteve em Bissau em dezembro do ano passado.
Russos exploram areias pesadas em Varela
O projeto de extração de areias pesadas de Varela, norte da Guiné-Bissau, prevê a exploração de um milhão de metros cúbicos de areia ao longo de quatro anos, de acordo com a proposta da empresa. Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, na exploração da areia apenas cerca de cinco a sete por cento é aproveitável, o que equivale a 119 mil toneladas de minerais como ilmenite, zircão ou rútilo (em bruto).
O governo de transição da Guiné-Bissau concedeu à empresa russa Poto SARL a exploração das areias pesadas de Varela, uma localidade a norte do país, junto da fronteira com o Senegal e onde fica maior praia continental da Guiné-Bissau. Feito que está o estudo de impacto ambiental, no passado fim de semana a Célula de Avaliação de Impacto Ambiental e a Direção Geral do Ambiente organizaram a primeira audição pública nas localidades que serão afetadas pelo projeto mas os moradores sentem alguma desconfiança em relação ao mesmo. A população, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo e que esteve presente, exigiu que a empresa as mantenha a par do que vai ser feito e também que os seus comentários sejam integrados no estudo de impacto ambiental a ser entregue ao governo.
Os habitantes querem nomeadamente saber custos e benefícios do projeto para a região, se há perigo de radioatividade, qual o impacto dos camiões nas estradas de acesso à mina e se o pó levantado pela exploração não poderá afetar a saúde e as sementeiras. Estiveram presentes responsáveis da empresa, o governador e o administrador da região e as entidades envolvidas na avaliação do impacto ambiental. Esta foi a primeira vez que na Guiné-Bissau se fez uma audição pública. De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, a extração de areia será feita a uma profundidade entre três e cinco metros através de uma plataforma flutuante que filtra a areia, retém os minerais e volta a deixar a areia no local. Os minerais serão depois transportados por camiões até ao porto de Bissau, de onde serão exportados.
O projeto dará emprego direto a mais de 50 pessoas e será uma fonte de rendimentos para o Estado, que tem direito a 10 por cento do capital social da sociedade de exportação, além de beneficiar de diversas taxas. Como impactos negativos o documento salienta a modificação da paisagem, a alteração do estado natural do solo e a modificação do perfil da praia e aumento da erosão da costa, já muito afetada devido às alterações climáticas. No documento admite-se que as águas subterrâneas poderão ser afetadas pela salinização e que poderá haver destruição ou fragmentação dos habitats naturais da fauna terrestre e marinha. Está previsto o relocalização de algumas famílias de uma aldeia que fica dentro da área de exploração, disse a fonte à Lusa. LUSA
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Uma manhã na fortaleza
O representante do secretário-geral da ONU em Bissau, José Ramos-Horta, afirmou-se hoje "com o coração partido" pelas más condições em que vivem os militares do país, acrescentando que tudo fará para ajudar a mudar a situação. Ramos-Horta reuniu-se hoje no forte de Amura, em Bissau, com as chefias militares, com quem discutiu a reorganização das Forças Armadas. Em declarações aos jornalistas após o encontro José Ramos-Horta afirmou-se "profundamente triste" com as condições em que vivem os militares, acrescentando: "Nós não temos muita autoridade moral para os criticar se os governantes da Guiné-Bissau, se a comunidade internacional, não conseguem dar uma vida digna aos militares deste país". LUSA
Parlamentar britânico insta deputados guineenses a liderarem processo de reconciliação nacional
O presidente da Comissão da Câmara de Lordes (Grã-Bretanha), Robin Teverson, que termina hoje (sexta-feira) uma visita de uma semana à Guiné-Bissau, instou os deputados do país a liderarem o processo de reconciliação nacional, noticia a LUSA. Dirigindo-se à sessão plenária do Parlamento, Robin Teverson afirmou que na situação actual da Guiné-Bissau "só um Parlamento forte, coeso e determinado" poder conduzir ao entendimento das diferentes sensibilidades do país. Salientando o facto de ser o primeiro cidadão britânico a dirigir-se aos deputados guineenses, Teverson frisou que, no seu entender, o Parlamento da Guiné-Bissau "tem o dever de guiar o país para um futuro melhor". "O Parlamento pode unir a Guiné-Bissau para que esta venha a ser uma nação forte e isso não é nem tarefa do Governo, nem do cidadão comum, e muito menos dos militares", notou o deputado britânico. Teverson disse que, para começar, o Parlamento guineense devia voltar a pôr em marcha o projecto de diálogo nacional, colocando-se no centro da nação que, afirma, "tem um futuro brilhante".
O parlamentar britânico fez um reparo sobre o curso da democracia guineense, lamentando o facto de a segunda volta das eleições presidenciais de 2012 não se ter realizado devido ao golpe de Estado militar. "Pudemos observar quão livre, justa e transparente havia sido a primeira volta das eleições presidenciais, que infelizmente não foram concluídas. A democracia saiu minada com a não realização da segunda volta das presidenciais de 2012", defendeu. O parlamentar britânico assinalou que "uma importante delegação de deputados" do seu país esteve na Guiné-Bissau aquando da primeira volta das presidenciais interrompidas e que no futuro poderá enviar representantes em caso de eleições.
"A comunidade internacional está disposta a ajudar a Guiné-Bissau se o Parlamento liderar o processo para a reconciliação e que conduza para as eleições", notou Lorde Teverson, cujo discurso foi interrompido durante dois minutos devido à falha da energia eléctrica no Parlamento. O presidente do Parlamento guineense, Ibraima Sory Djaló, considerou que a presença da delegação chefiada pelo Lorde Teverson na Guiné-Bissau "é um apoio incontestável" ao processo de transição em curso no país. "Apelo ao nosso ilustre hospede para que seja o porta-voz da Guiné-Bissau junto dos países da União Europeia para que voltem a apoiar as reformas no nosso país e particularmente a realização de eleições", disse Sory Djaló. LUSA
Quem de facto tem medo das reformas?
Juro que depois destas linhas abaixo, só voltarei a falar dos nossos sempre presentes militares, quando um dia, no cumprimento dos seus verdadeiros deveres nacionais, entrarem numa guerra mortífera, em defesa da nossa integridade territorial, perante uma invasão efectiva. Mais três anos, para um período de transição, já de si tão prejudicial ao país, estão os militares a proporem, enquanto alguns políticos, preferem mais seis meses! Deverá assim tanto tempo, durar o aplaudido anúncio de regresso aos quartéis, logo nos primeiros momentos a seguir ao mais insensato de todos os golpes, da nossa história?
De um país independente e auto-sustentável, vamos transformando a nossa sociedade, numa das mais atrasadas do Mundo, com os vários problemas sociais que fomos criando ao longo dos anos. E pelo contrário, criamos muitos deles, sempre assim, até chegarmos a esse lamentável ponto, de ficarmos completamente desabilitados, como estado soberano, para a devida resolução, de pelo menos, os mais básicos, desses problemas. Entre vários dos nossos problemas, convivemos com um, relativamente mais grave de todos eles, que é o da crucial necessidade, de reestruturar as nossas forças armadas, fundadas num contexto de guerrilha, para umas forças armadas republicanas.
Entretanto, como é do conhecimento de todos, as intenções e as implementações das reformas nesse sentido, foram se anulando durante décadas, fazendo uma mera estatística, até que por algum milagre, apareceu a oportunidade angolana, com todos os meios matérias e humanos, disponibilizados, para que finalmente, se avance com a reestruturação das nossas forças de defesa e segurança, numa clara vontade, em primeiro lugar, de saldar uma dívida moral, resultante de uma proeza dos nossos melhores operacionais, quando num passado recente, para travar uma eventual queda de Luanda nas alçadas de mercenários a conta do extinto regime apartheid sul-africano, foram solicitados. E num acto paradoxal, foram justamente alguns dos nossos militares, em conluio com políticos simplórios, a deitarem tudo por terra, com uma incompreensível justificação, de que, estaria em preparação, um completo aniquilamento, das nossas forças armadas.
Que não haja enganos! Jamais existirá um país paradisíaco para a mediocridade, enquanto uma maioria deverá sobreviver nos limiares da pobreza. De nada adiantará a esse grupo restrito de políticos e militares, o egoísmo leviano, ao cúmulo de se julgarem exclusivos decisores, de todas as etapas da nossa vida, enquanto sociedade em rota de modernização, quando de facto, só seguem de momento, as pretensões dos países dominantes na CEDEAO, comunidade que no lugar de resolver problemas da região, tem contribuído para o agravamento de muitos problemas, por falta de planificação no funcionamento, e cunho de irresponsabilidade política, reinante nessa organização.
Até porque a crise maliana, que teve de precisar de outra intervenção, porque tardou demasiado, a mais legitimada, em organizar e decidir, ainda perdura a sua completa resolução, para não deixar quaisquer dúvidas. A vontade popular, como elemento primordial de toda uma dinâmica democrática que se queira progressista, deverá, e terá que prevalecer, para que o comum funcione de maneira mais adequada, em benefício de todos, não obstante cada um, na medida da sua capacidade intelectual, responsabilidade nas funções e competência profissional, face às causas nacionais. Essas tentativas mitigadas de ignorar por inteiro, a vontade expressa pelo povo, sempre que esse, procura sugerir um roteiro governativo mais favorável ao seu destino, nas urnas, como tem acontecido, será sempre motivos de grandes retrocessos, nas nossas legítimas ambições, à felicidade.
Angola, um país africano, com o qual estamos unidos, através de séculos de sofrimento, pela mesma colonização; que nos dias que correm, felizmente, anda longe da órbita dessa grave crise económica e mundial, e a consolidar-se a velocidade das variadíssimas transacções, como uma das maiores potências financeiras, não somente regional, mas também mundial, onde quase todos os mercados, em mais dificuldades, ou menos dificuldades, buscam prioridade, na procura das melhores formas de liquidez. Existirá melhor estratégia, para negligenciarmos um futuro de prosperidades, aos nossos filhos e netos?!
Eu que sou um seguidor convicto, de John Maynard Keynes, consciente de que o nosso sector público, como até agora, o maior empregador, mas nunca capacitado de suficientes ofertas, quase que pulei de tanta alegria, quando soube que Angola, para além de se comprometer ao mais alto nível, na tarefa de apoiar firme, uma completa reestruturar das nossas forças de defesa e segurança, também decidiu mobilizar mais estruturas do seu emergente sector privado, a injectar grandes capitais na nossa debilitada economia, em forma de vários investimentos, num gesto mais de natureza solidária, que de natureza mercantilista, o que significaria, uma desejável proliferação de empregos directos, e indirectos, para retirar milhares de cidadãos guineenses, de uma cada vez mais galopante, miséria absoluta.
Logo agora que no imoral comércio mundial, a melhor justiça na competitividade, para os países nada desenvolvidos, como é o nosso caso, parece ganhar sustentabilidade, nas novas parcerias sul /sul, para a desgraça do nosso crescimento, resolvemos antes facilitar a baixeza nigeriana, na forja exibicionista dos seus complexos de superpotência regional, abdicando de uma poderosíssima cooperação angolana, de quase sem custos, para a nossa parte.
Como a vida nos tem ensinado, a felicidade ou infelicidade, a qualquer nível, foi, e para sempre será, uma questão de decidir por piores, ou melhores opções. Andamos a sobreviver dessa maneira tão péssima, porque temos preferido práticas mais maliciosas possíveis. E se por acaso, um dia descobrirmos que praticando o bem, passaremos todos a sentir muito bem, perante o nosso quotidiano, e em consequência disso, passaremos todos a partilhar de uma convivência genuinamente saudável, então definitivamente, estaremos todos a contribuir, para a glória de uma nação.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar.
Flaviano Mindela dos Santos
BREVES
- O novo Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas está a desdobrar-se em contatos de auscultações das forças vivas do país. José Ramos-Horta reuniu-se com a direção do PAIGC e com uma delegação do PRS liderada pelo seu presidente Alberto Nambeia. No mesmo dia, à tarde, o chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné Bissau reuniu-se com dignatários religiosos do país. Os encontros tiveram lugar na sede deste gabinete no Bairro de Penha arredores de Bissau;
- A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau acusou quinta-feira Mário Vaz e Odete Semedo, ligados ao regime deposto em abril, de "faltarem à verdade" e de estarem a tentar "intoxicar e manipular a opinião pública com base na vitimização". A acusação surgiu em comunicado divulgado na sequência de declarações públicas de José Mário Vaz, ministro das Finanças do Governo deposto no golpe de Estado de Abril passado, e Odete Semedo, chefe de gabinete do Presidente interino derrubado na mesma altura;
- O governo de transição não está a trabalhar para a promoção de consenso nacional contrariamente à atuação do presidente da República de transição, defendeu quinta-feira, em Bissau, o líder da Aliança Democrática (AD) em conferência de imprensa. Victor Mandinga justifica com aquilo que considera como 'desmando', que se verifica entre os membros do governo, com a recusa de apresentação do programa e orçamento do governo no parlamento. "Se olharem para o presidente da República de transição, de facto, apesar de muitas pessoas não o quererem, mas ele é um presidente da República que resultou da nossa constituição. Assim sendo, qualquer consenso que vier a ser alcançado em torno dele, ele está a lidar para todos os guineenses se entenderem uns aos outros. Ele está no bom caminho", sublinhou;
- O Partido da Renovação Social (PRS), disse quinta-feira, em Bissau, não compreender a forma como foi interpretada a ideia de criação de uma eventual Comissão Multipartidária e Social de Transição. Em comunicado, o PRS esclarece que nunca, enquanto partido legalista e democrático, alinhará com iniciativas que visem criar instituições opositoras à Assembleia Nacional Popular, mas, sim, um espaço de diálogo que não substitua as competências do parlamento. No documento, o PRS entende que só com espaços similares à Comissão Multipartidária e Social de Transição é que os grandes chegarão à consensos nacionais, associados à vontade da maioria dos guineenses. O comunicado destaca, por outro lado, a visão estratégica do partido para o período de transição, nomeadamente, as grandes reformas estruturais do país, que possam debatidos nesse espaço. Os renovadores entendem que a ANP, dada a dimensão dos problemas do país, não deve ser a única entidade para a solução dos problemas nacionais.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
UPG propõe eleições em novembro
A União para a Mudança (UPG), pequeno partido da Guiné-Bissau, propõe uma agenda para a segunda fase da transição política do país que contempla eleições em Novembro e posse do Governo e Presidente no início de 2014. Na sequência do golpe de Estado em Abril do ano passado foi aprovado um período de transição de um ano. Dado que não vai ser possível fazer eleições nessa data, é preciso definir um novo período de transição, com responsáveis políticos a defenderem períodos que vão de seis meses a três anos.
A UPG, num documento a que a Lusa teve hoje acesso, propõe que no novo período de transição o Presidente da República tenha "uma maior margem de manobra" e que se assuma "como elemento charneira no processo de facilitação do diálogo" entre todas as forças políticas, a sociedade civil e os militares. LUSA
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