sábado, 19 de janeiro de 2013
EXCLUSIVO - MACAU - Tudo falso, como Judas
REGISTOS CRIMINAIS em vez de Registo Criminal... trapaça
ESTES DOCUMENTOS, PARA ALÉM DE FALSOS, TINHAM A BENÇÃO DO EMBAIXADOR DA GUINÉ-BISSAU NA CHINA. AAS
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Tráfico de droga em livro
Maré branca em Bulínia (Romance) e Rosas da Liberdade (poesias) são dois livros que serão lançados no próximo dia 9 de Fevereiro de 2013, pelas 17H00, na FNAC do Chiado em Lisboa. De acordo com Manuel da Costa, o autor, os livros "cantam o nosso país [Guiné-Bissau] e transmitem mensagens pedagógicas que ensinam a população o que é o tráfico de droga".
MEU NOME É CIDADÃO
Minha querida Guiné,
Escrevi-te mais esta carta, porque ainda te amo.
Porém, a dor ainda continua a afligir-me este ano.
Sei que no Natal, (ainda bem) recebeste muitas prendas.
Também sei que não tiveste direito ao fogo-de-artifício no teu réveillon,
nem tão pouco a paz e felicidade no teu coração.
Pois, estes bens só chegarão por encomenda.
Dizem os poetas e jornalistas destemidos
que nas ruas tristes das tuas cidades,
ainda se ouve teus gemidos
e gritos afónicos de liberdade.
Dizem eles, que, continua a acontecer espancamentos,
assaltos aos cofres públicos e atentados à tua pobreza...
Vizinhos usurpam a tua riqueza
sem que a CEDE(R)AO agite uma palha.
Pois, esta comunidade, só tem um nome: - Canalha!
Estamos encurralados num beco sem saída.
Confesso que, toda a esperança que eu tinha, está adormecida.
A única coisa a se fazer é esperar e acreditar...
Esperar que a impotência passe e nos permita caminhar.
Não adianta pensar em estratégias e manobras!
Temos que pôr mãos à obra!
É preciso entender que, tudo tem sua hora,
mas torna-se pesado, quando se demora.
Não temos tempo a perder!
Pois, nosso povo está a sofrer...
Levou um golpe contra a sua soberania,
contra seus interesses e sabedoria.
O golpe foi tão profundo
que deixou perplexo todo mundo.
Deixou cicatrizes, mágoas,
dor e sangue nas tuas águas.
Querida,
A paz não é uma ilusão! É algo que existe,
do qual não se desiste
O diálogo é a melhor maneira de resolver esta questão...
O “portão” já está “aberto”, para se encontrar uma solução
para a actual e demorada crise política
que assola esta terra frágil e raquítica.
Nosso orgulho está “fodido”...
Isso, não devia ter acontecido!
O mal já está feito...
Neste mundo, ninguém é perfeito.
Este, é um modelo de país para poucos...
É uma estratégia de loucos.
Agora só nos resta deixar as diferenças políticas de lado,
e cuidar da nossa terra de coração quebrado.
Vamos continuar as nossas lutas,
acreditar e preparar as eleições
para que sejam livres e justas!
Para isso, temos boas razões:
A nossa independência suada;
A nossa democracia desmantelada;
Paz-justiça-liberdade sonhada;
Direitos humanos desrespeitados;
Futuro das nossas crianças.
O que nos separou foi o ódio, a ganância e a guerra....
O que nos vai unir, será o amor por esta terra.
Ah, esqueci-me de dizer o meu nome e a minha raça
mas isso não importa, nem tem graça.
O meu nome é cidadão...
N`ka tené djorson, ami i fidju di é tchon.
Sou Mandjaku, Fula, Mandinga, Fulupe e Balanta.
Pois, ser guineense, sinceramente, me encanta.
Londres, 06.01.2013
Vasco Barros.
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA vs DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Com a primavera árabe, longas ditaduras caíram, outras perderam o mistério aterrador, e ficou mais vincada a máxima universal, que prega o seguinte:
Pela liberdade, quanto mais esforços despendermos, mais livres seremos.
Tantas vezes escrevi sobre o insucesso da nossa sociedade, que chegou um momento, comecei a sentir repetitivo, e decidi parar. Alguém disse que, não se deve fazer sempre as mesmas coisas, e ainda esperar pelos resultados diferentes. O que é uma verdade. Mas a verdade só encontra credibilidade na mais pura das verdades, a de que, as diferentes verdades, mesmo as científicas, são todas elas passíveis de certas mutações. Compreendo que o pensador tenha ignorado isso na circunstância. Não compreendo, é essa crueldade nossa, em continuarmos a perseguir e neutralizar de entre nós, os melhores capacitados, e desejarmos progresso.
Aprendi que a esperança é última coisa a morrer. Desde então fui me orientando com base nessa verdade, mesmo depois de enganado por outra verdade, descobrir que isso não passava de uma manifestação do romantismo. Entretanto, como uma das consequências da última crise, a minha esperança no sucesso da nossa pátria independente morreu. Sim! Morreu mesmo. E eu com uma infindável dor, assim testemunhei, para descobrir que é sim, a última coisa a morrer, mas podendo ser logo antes da morte que nos mata de vez. Por isso fiquei a conhecer mais essa verdade.
Um dia de infortúnio, pessoas pouco azaradas, viram-se envolvidas na concretização de uma ampla conspiração, para mais do que nas outras ocasiões, negar ao eleitorado guineense, cheio de esperança e embalado nas fileiras das urnas, o direito de escolher no imediato, das opções para um futuro de desenvolvimento, a melhor. As seguidas justificações, para um golpe certeiro nas nossas aspirações, como hoje ainda assim é, só serviram para confirmar a ingenuidade dos que resolveram, num momento em que através dos diversificados meios de comunicação, metade do mundo, estava a acompanhar na nossa terra, o mais sagrado dos exercícios da democracia, para provocarem esse isolamento imposto pelos melhores dos nossos parceiros internacionais, acrescido às nossas limitações.
O poder político, como fenómeno social, advém de uma prática costumeira ancestral, longe do surgimento da instituição estado, que sustenta a aceitação por uma maioria, das orientações de uma determinada autoridade, para tal instituída, com o objectivo de conduzir para melhor, o destino comunitário. No poder, por força última das armas, está um conjunto de interesses desconexos, no que propriamente respeita aos aspectos fundamentais, para a melhor condução do nosso destino. Como exemplo flagrante, destaco a proibição de qualquer tipo de manifestação política, seja ela contra, ou a favor do regime!
Essa preocupação contraditória, para calar tudo e todos, só revela, nas distintas vertentes, a tamanha falta de segurança dos actuais detentores da vez, a frente do que devia ser uma urgente reorganização da nossa sociedade. Mas o poder político é um fenómeno sujeito ao desgaste, em consequência do uso. Por isso justifica a permanente revalidação, através da confiança a demonstrar firme, na recomendável competência dos governantes, que dentro das suas responsabilidades, devem satisfazer as expectativas. Também pelas mesmas razões, o seu uso inapropriado, implica sempre, a sua rápida deterioração. Para a desgraça comum, embora prestes a desaparecer, da musculada subserviência, será lembrado como demasiado distante das aspirações favoráveis à prosperidade duma nação, um governo tão opaco, como desempenho dos seus membros e companhia ilimitada.
Enquanto nação, ainda que em construção, o desafio é libertar os políticos da paupérrima ganância dos militares, perante o domínio da nossa sociedade, pelas máfias internacionais do tráfico ilícito das drogas e armas. Mas para que isso aconteça de maneira satisfatória, teremos que encher de coragem, e aplicar um golpe de misericórdia na moribunda esperança, que carregamos a partir da independência. E passarmos a brandir com determinação, o ceptro da indignação, contra todos os males que gangrenam a nossa antes, gloriosa caminhada. Para uma mudança perspicaz, jamais será suficiente votarmos e regressarmos o desconforto dos problemas. É preciso criarmos mecanismos, para sempre que necessário, defendermos o sentido dos votos. Assim como os partidos políticos, uma vez constituídos em diversas associações, para defesa dos interesses próprios, seremos da melhor maneira possível, parte fundamental no funcionamento de um Estado Democrático.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar
Flaviano Mindela dos Santos
ZOPACAS aprova declarações sobre Guiné Bissau
A sétima Reunião Ministerial da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) que decorreu em Montevideu (Uruguai) na terça e quarta-feira, aprovou duas declarações sobre a Guiné Bissau e a RDC. Sobre a Guiné Bissau o forum saudou a nomeação de Ramos Horta como novo enviado especial do secretário-geral da ONU para este apaís lusófono e manifestou a total disponibilidade de apoiá-lo na sua missão. Os delegados manifestaram ainda o seu apoio aos esforços sustentáveis que veêm sendo desenvolvidos pela União Africana, CEDEAO e CPLP para solução da crise guineense, de forma a se restaurar a ordem constitucional respeitando-se as liberdades políticas e os direitos humanos.
O que é que há de bom na Guiné?
"Boa tarde Sr. Aly Silva,
Sou guineense de naturalidade e portuguesa de nacionalidade.
Vivi em Portugal toda a minha vida, mas por vários motivos, entre os quais a atual conjuntura económica da Europa, penso seriamente em “gozar” o pouco que terei de reforma (embora ainda me falte algum tempo para tal) no meu país de origem…
Gosto da Guiné, do clima e das pessoas, portanto foi com muita naturalidade que elegi o país para passar os últimos anos da minha vida.
Naturalmente, após esta tomada de decisão, comecei a interessar-me de forma mais profunda pelos acontecimentos socioeconómicos e políticos do país.
Tudo isto para diz que o seu blog, entre outros, passou a ser uma fonte de informação semanal, mas para grande tristeza minha, não encontro uma única notícia positiva…
Assim, pergunto-me: É de facto tudo mau? O que é que há de bom na Guiné?
Cumprimentos,
Maria da Mata"
Minha resposta: Há o Povo. Mas esse, coitado, nada pode contra a tirania. Cumprimentos, AAS
O PAIGC e o futuro da Guiné-Bissau
A Campanha para a liderança do PAIGC está ao rubro e eu estou a acompanhá-la a par e passo. Este meu interesse face as movimentações em torno do Partido de Amílcar Cabral tem como único e exclusivo propósito, cumprir um dever de cidadania, face ao mais que evidente: as decisões tomadas no seu Congresso acabam, impreterivelmente, por se transbordar e inundar toda a sociedade guineense.
Seria muito ousado da minha parte, mencionar as qualidades humanas ou o perfil político de alguns dos possíveis candidatos, porque não os conheço, nunca tive oportunidade de privar com eles, não conheço os seus Programas e as respectivas equipas, nem consigo avaliar devidamente as suas capacidades, por nunca terem antes dirigido um Governo de um País tão caótico como o nosso ou um Partido com a dimensão do PAIGC, que podemos e muito bem, considerar um Estado dentro do Estado, a avaliar pela abrangência da sua estrutura no País. Estes factos fazem com que o próximo Congresso deste Partido esteja a suscitar tanto interesse e tanta agitação por parte de cidadãos comuns, como eu, sem qualquer vínculo político e portanto desprovidos das ferramentas necessárias para influenciar decisões, cujas consequências são, infelizmente, partilhadas por todos, sem excepção.
Por conseguinte, as minhas considerações dizem respeito, exclusivamente aos demarches que os prováveis candidatos estão a fazer nesta fase de preparação do terreno, para o lançamento oficial das respectivas candidaturas. Entretanto, com a vossa permissão, vou abrir uma excepção e claro, fazer algumas considerações, imprescindíveis, do meu ponto de vista, relativamente à algumas personalidades (gostaria no entanto que ficasse claro que estou a falar de uma opinião puramente pessoal e que vale o que vale):
Carlos Gomes Júnior – devia abandonar esta corrida à liderança do Partido, respeitar a suprema vontade do seu povo, expressa nos resultados da 1ª Volta das Eleições Presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, que demonstraram de forma inequívoca que o quer no exercício da Mais Alta Magistratura da Nação, ou seja, preparar-se para as futuras Eleições Presidenciais.
Domingos Simões Pereira – O timing não é propício para assumir o Poder na Guiné-Bissau. Dotado de uma mente brilhante e de quase todos os requisitos de um estadista moderno, teria necessariamente que fazer opções nada fáceis:
a) Manter-se fiel aos seus princípios, excluindo quaisquer hipóteses de coabitar com os Poderes constituídos à margem da legalidade constitucional, admitindo por conseguinte estarem criadas as premissas para a violência e a instabilidade;
b) Renunciar aos seus princípios, acatar as regras do jogo, impostas pelos detentores do monopólio do uso da força, decepcionando tudo e todos, sobretudo os que acreditam profundamente na sua capacidade de elevar o exercício político á outras dimensões. Com as condições existentes no terreno, seria quase impossível à DSP manter a sua firmeza de princípios e dirigir o País num clima de Paz e de entendimento mútuo com os diversos grupos de interesses instalados, sem correr o grande risco de fazer cedências “absurdas”, do ponto de vista da moral e da ética política, tendo em conta os interesses nacionais.
Este raciocínio não persegue a intenção de desencorajar quem quer que fosse (quem conhece CGJ e DSP, sabe, e bem, que não são estas palavras que os farão desistir das suas candidaturas, mas…), tem apenas a ver com a ideia que eu faço do exercício do Poder Político: Na minha óptica, o mais importante é o contexto em que projecto político é implementado. Ou seja, sempre que um projecto político se encaixe num determinado contexto social, tendo em conta as condições existentes e as necessidades mais prementes, estamos perante um caso de sucesso, sobretudo se a liderança desse projecto se encontra moldado para fazer face às adversidades e as imprevisibilidades que necessariamente acompanharão o percurso da sua implementação, sem se suicidar politicamente. Neste caso, consideramos que estamos perante o HOMEM DO MOMENTO.
Antes de tudo, convém recordarmos que foram 15 anos de desleixo (de nha boca ka s`ta lá), 15 anos de vazio do Poder, que os mais pragmáticos aproveitaram para se organizar em grupos que hoje detém o Poder real na Guiné-Bissau. Foram 15 anos que puseram a nu as nossas fragilidades como povo, demonstrando que afinal a tão proclamada unidade, forjada na Luta de libertação Nacional e que esteve na base de uma das mais belas epopeias libertadoras do nosso continente, não passa de um mito, porque afinal, continuamos a ser fundamentalmente beafadas, papéis, manjacos, balantas, fulas, oíncas, Felupes, Bijagós, etc. e o Bilhete de Identidade continua a ser o único vínculo que nos une.
Foram sem dúvida 15 anos para esquecer, mas que no final de contas constituem apenas uma extensão dos 18 que lhe precederam e que, contando com a preciosa colaboração da nossa precária mentalidade, atiraram o nosso País para a labareda infernal da pobreza absoluta.
Nesta complexa teia de relações estabelecidas em bases nem sempre descortináveis e perceptíveis do ponto de vista da lógica humana, relações essas que, entretanto, se assentam em poderes que, não obstante a sua ilegalidade, assumem a dimensão de Estado, ou pelo menos de uma “Força Político-Militar determinante de tudo e mais alguma coisa”, surge uma luz ao fundo do túnel – Braima Camará, vulgo Bá Quecutó, que para mim, é o HOMEM DO MOMENTO.
Em virtude da enorme diversidade de responsabilidades de carácter económico e sociopolítico que já assumiu ao longo da sua vida e que lhe valeram reconhecimento e admiração além fronteiras, Braima Camará aprendeu a dialogar com todos os extractos sociais do nosso País, factor imprescindível para que possamos levar a cabo as importantes reformas do Estado. Ou seja, nas qualidades de Membro do Bureau Político do PAIGC, Presidente da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau, Vice-Presidente da Camâra do Comercio da CPLP, Presidente do Conselho da Administração do Grupo Malaika, Conselheiro do Presidente João Bernardo Vieira e posteriormente Conselheiro do Presidente Malam Bacai Sanhá, este jovem acumulou valências e cultivou relações privilegiadas que constituem uma importante mais-valia para a resolução dos problemas do PAIGC e do País no seu todo.
Antes de manifestar a sua legítima pretensão de liderar o Partido de Amílcar Cabral, Braima Camará planeou minuciosamente a sua agenda política, estabelecendo alianças impulsionadoras dessa mesma pretensão, rejeitando compromissos e responsabilidades para os quais ainda não se sentia devidamente preparado e que não lhe auguravam o ambicionado sucesso, repudiando todas as tentativas do seu envolvimento no submundo da ilegalidade constitucional ou de violações dos princípios estatutários do seu Partido. E o mais impressionante foi o facto de ter conseguido fazer toda esta complexa trajectória política, sem provocar ódios nem crispações.
Perante a realidade objectiva do País em que se impõe privilegiar o diálogo franco, inclusivo, humilde e abrangente, para garantir uma governação tranquila, com base num clima de confiança mútua entre os diferentes grupos de interesses instalados e não adiar mais uma vez a Guiné-Bissau, é imperioso reconhecer que Braima Camará é o Homem Certo, o Lider ideal para lidar com as adversidades do momento.
Estou convicto de que paulatinamente, o cepticismo e as conclusões precipitadas que inicialmente envolviam a sua figura vão cedendo lugar ao pragmatismo e a uma visão mais realista do que realmente está em jogo. E por conseguinte, o reconhecimento das suas qualidades e faculdades para liderar um projecto tão ambicioso e numa conjuntura tão inóspita será uma questão de tempo, como ficou demonstrado nas últimas reuniões do Comité Central e do Bureau Político do PAIGC, em que foi aclamado por ovação.
Mesmo as acusações que lhe dão como “candidato dos militares”, ou ainda “menino bonito do General António Injai”, são salutares, porque demonstram a sua disponibilidade de conversar com toda a gente, desde que seja para encontrar soluções duradoiras para os problemas que preocupam a mente e o coração do nosso povo.
Neste momento a Guiné-Bissau não precisa de uma varinha mágica, ou seja, de alguém que sabe tudo e que faz tudo sozinho, mas sim de um Líder capaz de falar exaustivamente com toda a gente, juntar toda a gente e pôr toda a gente a trabalhar para arrumar a casa.
Nota de rodapé: Basta de demagogias! Basta de conversa fiada! Na nossa Guiné-Bissau, o sucesso de qualquer governação, está dependente do grau de entendimento entre as principais forças políticas, de um lado e entre estes e as Forças Armadas.
Lisboa, 17 de Janeiro de 2013
POERA DJÚ
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Contingentes de Angola, Moçambique e Cabo Verde previstos para a Guiné-Bissau
1 . Mantêm-se tendências anteriores no sentido de uma evolução positiva da situação político-militar na Guiné-Bissau; são referenciadas na mesma virtualidades capazes de, no seu conjunto, conduzir a uma efectiva resolução da crise fomentada pelo golpe de Estado.
A confirmação de um estimado sucesso da intervenção militar da França no Mali, visando, como visa, formas de crime organizado como o tráfico de droga, também presente na Guiné-Bissau em proporções potenciadoras de ingerências políticas, poderá constituir um elemento acelerador da actual evolução.
Factos e expectativas demonstrativos da evolução positiva que a situação regista, deixando antever uma normalização próxima:
- CEDEAO e CPLP, superadas que foram discrepâncias notadas até há ca de 2 meses, partilham agora de uma visão comum dos problemas e cooperam para a sua resolução de forma descrita como profícua; o ambiente facilita o papel da ONU, União Africana e União Europeia no processo.
- União Africana e CEDEAO reunem-se dentro de dias, a alto nível (cimeira extraordinária/Conselho de Defesa e Segurança), para apreciar o relatório elaborado pela missão conjunta, internacional, que em Dez.2012 esteve no país, e traçar orientações para um plano (roteiro) de normalização políticoconstitucional da situação, a começar a aplicar imediatamente.
- A formação de um novo Governo de transição, com a participação do PAIGC, e o lançamento efectivo do processo de reforma do sector de Defesa e Segurança, são medidas de carácter prioritário a contemplar roteiro; o novo Governo manter-se-á em funções até à realização de novas eleições, para as quais será fixada uma data.
A coordenação política do processo de normalização da situação ficará agora repartida
pela ONU e União Africana. A escolha do novo representante da ONU, Ramos Horta, cuja chegada a Bissau é aguardada para Fev, também é considerada auspiciosa. O seu estatuto político é superior ao do seu antecessor e dispõe de maiores influências.
2 . O clima de apaziguamento interno alcançado por via de iniciativas de aproximação entre partidos e organizações entre os quais estalaram desavenças após o golpe de Estado, também se afirmou, criando condições para um acordo abrangente. O elemento precursor do novo clima foi a reabertura da Assembleia Nacional Popular.
Factos subsequentes de natureza convergente:
- O PAIGC subscreveu formalmente o pacto de transição – retocado e transferido para a alçada parlamentar; adiou o seu congresso, que já deveria ter ocorrido, mas em condições consideradas eventualmente geradoras de atrito interno.
- Kumba Yalá perdeu nitidamente protagonismo político, na esteira do seu imprevisto afastamento da liderança do PRS, em congresso; na conduta do actual líder do partido, Alberto Nambeia, bem como da direcção em geral, é notada uma linha de ruptura com Kumba Yalá.
O restabelecimento pleno da Assembleia Nacional contrariou a vontade de um grupo até então dotado de decisiva capacidade de manobra (militares e ala afecta a K Yalá do PRS), que pretendia a sua dissolução. Contou com um discreto beneplácito da CEDEAO, exercido já no quadro da sua nova postura; reaproximou PAIGC e PRS.
3 . O início do processo de reforma das FA será antecedido da instalação de uma nova força multinacional, militar/policial, sob tutela conjunta da ONU e União Africana. Integrará contingentes provenientes de novos países, como Angola, Moçambique e Cabo Verde, simultaneamente identificados com União Africana e CPLP., simultaneamente identificados com União Africana e CPLP. Nas últimas semanas foi notado um reforço do já de si preponderante papel da Nigéria no comité político da CEDEAO que acompanha o processo e na própria estrutura militar, ECOMIG, cujo comando foi transferido para o antigo QG de Bissau. Estão também a ser construídos novos quartéis, um dos quais junto ao dos Pára-Comandos.
TERRORISMO: Guineense detido em Londres
A polícia britânica anunciara com pompa e circunstância a detenção de quatro homens por suspeita de apoio a atividades terroristas na Síria. Ditadura do Consenso apurou que o cidadão português, é natural da Guiné-Bissau mas com nacionalidade portuguesa. A polícia britâncica não divulgou até agora a identidade dos suspeitos. Entretanto, este cidadão com dupla nacionalidade foi já libertado sem qualquer acusação formal. Recorde-se que de acordo com o diário britânico The Independent, um dos suspeitos é um cidadão português de 33 anos. O porta-voz do MNE confirmou hoje à agência Lusa que "um cidadão de nacionalidade portuguesa foi detido pelas autoridades inglesas, suspeito de ligação a um grupo terrorista". AAS
O último prego no caixão da democracia
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) assinou hoje (quinta-feira) em Bissau o Pacto de Transição, instrumento que regula o período de transição no país e que o maior partido se recusava a assinar, noticia a AFP. O Pacto de Transição foi assinado a 16 de Maio de 2012 pela maior parte dos partidos políticos da Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril do ano passado. No entanto, o maior partido guineense, que estava no governo até ao golpe, recusara sempre participar, considerando na altura que assinar o documento seria como legitimar o golpe.
O documento estabelece a realização de eleições no prazo de um ano, aceita Serifo Nhamadjo como Presidente da República de transição, prorroga o mandato da Assembleia Nacional Popular, estabelece a escolha de um primeiro-ministro por consenso e diz que nem o Presidente nem o primeiro-ministro se podem candidatar nas próximas eleições. Hoje, decorridos oito meses, o PAIGC e mais quatro pequenos partidos assinaram o documento numa cerimónia na Assembleia Nacional Popular, na presença de todo o governo e do Presidente de transição e das chefias militares, além dos principais responsáveis do Estado da Guiné-Bissau e de representantes da comunidade internacional.
Assinaram o documento, além dos cinco partidos, o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (o presidente não esteve na cerimónia), Augusto Olivais, o primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, o representante do Fórum dos Partidos, Artur Sanhá, o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, António Injai, e representantes da comunidade civil e religiosa. O documento foi depois entregue por Augusto Olivais ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá. A cerimónia teve um importante valor simbólico por representar a união das forças políticas para o período de transição, permitindo um governo de inclusão, algo que a comunidade internacional tem exigido. AngolaPress
País sem norte
A partir do golpe de 12 de abril de 2012, eu, António Aly Silva, portador do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional Nr. 34537 da República da Guiné-Bissau, escolhi calmamente o meu caminho: estar - apenas e só - do lado da maioiria do POVO da Guiné-Bissau, que sucessivamente tem sido excluído do processo democrático. Está claro que alguns guineenses apoiam o golpe de Estado - ainda que nem saibam porque o apoiam... Estarão no seu direito, mas não estão a ser justos. Para alguns destes, se não mesmo a esmagadora maioria, é a maneira mais fácil para ganhar dinheiro. Não ter de prestar contas a um Tribunal de Contas posto de cócoras e manietado, é o paraíso para qualquer bandido, convenhamos. Ter a anarquia como valor supremo, é o caminho para o caos e para a desintegração de um Estado.
Mas este golpe de Estado de 12 de abril, na véspera da 2ª volta de uma campanha eleitoral para a escolha do Presidente da República, foi uma sonora bofetada na cara dos guineenses, dos países da sub-região, e da restante comunidade internacional. Reconciliar com tiros é algo que, infelizmente, nos habituaram. Lembram-se da 'concórdia nacional' bastante apregoada? Levou dezenas de vidas, em vão! A partir daí descarrilámos. Bissau tornava-se, mês sim, mês não, ano sim, ano não, num cemitério a céu aberto onde as pessoas choram por dentro, com medo.
Meus amigos: quer queiram, quer não, eu penso que Guiné-Bissau é, hoje, um Estado falido e governado por delinquentes. Ainda hoje, os presidentes de Angola e da África do Sul, foram unânimes nisto: "uma pequena franja" de militares tomaram o gosto de tomar o poder pela força em África. E parece que vão começar a ser combatidos. Oxalá! Os militares não são chamados quando o assunto é política. O militar obedece e ponto final! Para além do mais, está tudo bem peneirado na lei.
Que me lembre, a última (e talvez até a única) vez que houve um julgamento na Guiné-Bissau foi no caso 16 de outubro. É claro que seis pessoas foram executadas, e isso é sempre de lamentar e de condenar. Mas não menos importante é o facto de, à altura dos acontecimentos, o país ser dirigido por um único partido - o PAIGC. Não havia o multipartidarismo. E foi precisamente por passar a haver multipartidarismo que a Guiné-Bissau perdeu o norte. E tão cedo não a encontrará.
Eu, vou continuar serenamente a editar o blog com a responsabilidade e a isenção de sempre. Acusarei - com provas - quem tiver de ser acusado, e, atenção: quando cito uso aspas (se alguém não souber o que é um aspas que vá ao dicionário) e estou-mes nas tintas se alguém percebeu ou não. Não responderei a nada nem a ninguém. É isso que eles querem. Querem acusar-me? Apresentem provas tal como eu faço. A Guiné-Bissau é de todos nós. Você rouba o Estado? Ditadura do Consenso saberá, mais tarde ou mais cedo. Ah, e não, não tenho a culpa de ter tido um Pai com o nome imaculado na Guiné-Bissau. António Aly Silva
EXCLUSIVO: O esquema das vendas de passaportes
- Emissão de vistos de entrada apenas válidos para Macau com os quais os chineses aproveitam para realizarem compras e se divertirem nos jogos de fortuna e azar. Esses vistos só servem para Macau e mais nenhum outro sítio. São emitidos cerca de 300 mil vistos mensalmente por esse consulado com destino exclusivo a Macau. Os preços variam entre 100/200 patacas (10/20 euros) dependendo do período e da procura. Ditadura do Consenso apurou fortes indícios de que o mesmo é feito com a conivência das autoridades chinesas, mas que constitui um tabu visto que esses negócios são geridos pelas tríades (máfia chinesa);
- Autorizações de Residência: quando os chineses pretendem comprar imóveis ou obter contratos de trabalho e outros investimentos, têm de se munir de uma autorização de residência de um país terceiro. Esse consulado - que é honorario e não geral - criou falsas autorizações de residência (que Ditadura do Consenso publica oportunamente) que emite a preços de USD 50.000 dólares;
- O Consulado de Macau, também emite falsas Certidões de Registo Criminal (documentos que só podem ser emitidos exclusivamente pelos serviços de registo criminal de Bissau) aos cidadãos chineses os quais são acompanhadas das autorizações de residência para caucionarem os investimentos ou pedidos de emprego fora do território da China continental;
- O Cônsul honorário da Guiné-Bissau açambarca um lucro mensal de mais de USD 500.000 dólares com essas actividades ilicitas. De um simples homem de negócios, tornou-se num homem rico graças às negociatas criminosas em nome da Guiné-Bissau. Possui um vistoso Bentley;
Costuma "calar" as nossas autoridades com prendas carissimas e envelopes chorudos. Os principais beneficiários são normalmente a Presidência da República e o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Um alto funcionário da Presidência é a porta de entrada e intermediario de John Lo (que se encontra estes dias em Bissau);
- O consulado emprega uma cidadã guineense filha de um funcionário do MNE e sobrinha de um ex-ministro do PRS. Ela é que se ocupa dos assuntos consulares. Igualmente empregava um cidadão moçambicano de origem paquistanesa que se apresentava como "attaché Commercial" com o qual se incompatibilizou por razões financeiras e por causa de transferências fraudulentas. Este detém muitos segredos do John Lo mas, apurou o Ditadura do Consenso, receia pela vida pelo que não se atreve a falar com quem quer que seja. António Aly Silva
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
No papo: O Juiz Conselheiro Rui Nené foi eleito hoje, vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A votação ocorreu normalmente e a escolha foi feita pelos Juízes Conselheiros e Desembargadores. Interesses políticos, sobretudo do actual poder de transição, estiveram na origem da sua renúncia. Rui Nené faz parte de uma nova direcção do STJ, liderada por Paulo Sanha. AAS
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