terça-feira, 27 de novembro de 2012

A queda moral


Caro Aly,

Na sequência de um artigo de um dos nossos compatriotas, não resisti e tornar publico um artigo que escrevi e pretendia solicitar a sua publicação. Acabei instintivamente guardando e aguardando este meu pedido de publicação. Quiça instintivamente reencontrado esse artigo, resolvi recupera-lo e certo de não ser redundante, solicito a amabilidade de permitir a sua publicação. Aproveito a ocasião para lhe endereçar os meus ardentes votos de encoragamento e louvor pelo trabalho patriotico que tem levado contra os desmandos passam no nosso amado pais.

A QUEDA MORAL

Não faz muito tempo, algures em Lisboa cruzei-me com o ex-presidente de transição na Guiné-Bissau, Henrique Pereira Rosa, diga-se de passagem, um amigo de longa data, desde Bafata à Bissau e, por todos os locais e ocasiões por onde nos cruzamos. Não me viu, nem tão pouco os nossos olhares se cruzaram um segundo que seja. Alias, ele nem se deu minimamente conta da minha presença e eu, involuntariamente dei conta de o querer evitar.

Por isso, de "longe" fui observando a figura. Pareceu-me estranhamente desconhecido a sua figura, certo o envelhecimento natural, porém pareceu-me repentino perdendo a sua jovialidade da velhice dos bons vivants, e o corpo, este parecia-me que carregava um fardo bem pesado, tal era a dificuldade que demostrava as suas movimentações, outrora fisisco, espartano e garboso, fruto natural do seu passado de "ranger" que, nos todos seus colegas gabavamos.

Pûs-me a pensar o porquê desse acabramento todo e recuei a abril à data desse "encontro" furtuito e cheguei a conclusão de que muita coisa mudou nesse meu velho amigo de longa data. Estou certo de que, muito coisa mudou nesse homem que conheço a longa data. Mudou o seu aspecto fisico, mas principalmente, desapareceu-lhe a resplandescente aurea de moralidade que lhe acompanhava. Aquela aurea que o acompanhava e o credibilizava na Guiné-Bissau, incluindo a respeitada Igreja Catolica de Bissau, onde em tempos, segundo os ecos de Bissau, era ouvido e respeitado, mas hoje é visto como Judas.

Senti que, muita coisa mudou nele, que fora meu amigo, ao ponto de sentir-me confortado por não nos termos cruzado e, inevitavelmente como se é de boa educação e os bons costumes, ser obrigado a cerrar-lhe a mão... seguido de um forte e fraterno abraço ha muito incutido na nossa velha e percorrida amizade.

Porém, por estranho que pareça, não senti nenhum remorsos por essa inconvenência involuntaria e impulsivamente da minha parte por o ter "evitado", porquanto via ao pé de mim, mas longe ao mesmo tempo... um homem estranho, estranho em todos os sentidos.

Na nossa querida Guiné, ha um ditado que diz "si bu djunta ku purku farel ki bu ta kumé".

Como não sou porco, assim foi e não me arrependo de ter perdido um amigo que escolheu o seu caminho.

Carlos Pontes - "O Pumpa"

Carlos Barros - A arte de viver da arte na Guiné-Bissau


Carlos Barros, 65 anos, é um caso raro na Guiné-Bissau, vivendo da cultura num dos países mais pobres do mundo, ainda que tenha de vender pelo correio os quadros que pinta. Em Janeiro abre uma escola de artes. No quintal de uma casa de traça colonial, fresca por natureza, tem telas meio pintadas e quadros prontos, feitos ao som de inspirações momentâneas, silêncios e barulhos de crianças a brincar, do mar e do quotidiano guineense.

"Eu gosto da Guiné. Vivi fora muito tempo mas gosto disto e de conviver com as pessoas. Isso ajuda-me a continuar a debater-me na arte", diz à Lusa, ainda que admita que não é fácil e que ainda se tenha tornado pior depois do golpe de Estado de 12 de Abril, que fez sair do país muitos estrangeiros, afinal praticamente os únicos clientes para os seus quadros. Ter vivido fora ajuda-o hoje. "Como tenho conhecimentos vou dialogando e torna-se mais fácil. Com as amizades tento entrar em contacto com outras pessoas que conheço fora, através de email ou do Facebook, e aí consigo fazer encomendas e ir trabalhando e encontrando um mercado que me vai dando um jeito para aguentar".

O "segredo" de Carlos Barros, CarBar, como assina os seus quadros, acaba por ser a internet. É através dela que busca compradores, porque até os poucos que tinha lhe fugiram com o golpe de Estado, que também lhe levou a inspiração. "Às vezes não há motivação com todas essas tormentas", assegura. Ainda assim mantém a capacidade de acordar a meio da noite e ir directamente para as telas, ou correr para elas de repente, deixando a meio uma conversa com amigos em qualquer canto de Bissau. E depois às vezes saem quadros que prefere vender a amigos, porque assim não lhes perde o rasto.

Carlos Barros faz acrílicos, aguarelas e óleos. E gosta de pintura com movimento, do quotidiano guineense. Em Janeiro quer recomeçar um projecto que já teve, o de uma oficina de pintura e de escultura, que ele também já foi escultor. E fez tecelagem. E fez batiques. E porque sabe que é difícil viver da arte, e para ela, sabe também que não pode cobrar muito a jovens guineenses que queiram ser pintores. Como também não pode cobrar por um quadro que venda a um guineense o mesmo que a um estrangeiro. Até ao golpe de Estado era o primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, um dos poucos compradores da terra.

"O nacional não se debruça muito sobre isto. Também são mais carenciados. Em Portugal vendo um quadro por 300 ou 400 euros, aqui nem pensar", diz o homem de cujas mãos saem por mês, quatro ou cinco quadros. Se a inspiração o ajudar, se o calor não apertar, se as tintas que lhe chegam por encomenda de Portugal ou da Holanda também não lhe falharem. "Na Guiné é difícil ser-se pintor, os que havia emigraram", diz, acrescentando que o povo guineense, em termos culturais "é mais para a música e a dança. E acabou". Não ele, que sempre teve apetência, embora a sua formação académica seja a arquitectura, um curso que tirou em Minsk, na ex-União Soviética.

Em Bissau, nos anos 80, chefiou a Direção Geral de Artesanato, para onde voltou em 2004. De 2006 até hoje é pintor a tempo inteiro, com passagem de um ano por Portugal por questões de saúde, onde de resto expôs, como também participou em exposições em Espanha, França, Canada e Rússia, Senegal, Burkina Faso e Togo. Tem sorte Carlos Barros, que é conhecido externamente e tem alguns contactos. "A partir daí vai-se organizando e tentando criar uma estabilidade".

Mas para os mais jovens "é muito difícil" e por isso tem ajudado muitos e está "a lançar outros". Porque pode. Porque CarBar já é um nome conhecido e porque é dos poucos, se calhar o único, a viver de arte na Guiné-Bissau. Da pintura mais exactamente. O boné preto, que usa descaído para um lado, não engana. LUSA

Suzana está quente...


No passado dia 21, um grupo de oficiais liderado por Augusto Mário Có (Capacete de ferro) foi, a mando do Comando Militar, para Suzana, após o Estado Maior ter ouvido que os régulos de todas as tabancas de etnia felupe reuniram e decidiram que iriam a Bissau pedir esclarecimentos sobre o caso 21 de outubro, no qual morreram apenas jovens quadros dessa etnia.

O Comando Militar antecipou, assim, a chegados dos referidos chefes e foram eles a Suzana. Da caravana fazia parte o Secretário de Estado dos antigos Combatentes, Mussa Djata – da mesma etnia, e a maioria do corpo de escolta era composta por soldados felupes - foi a forma encontrada para encobrir a vergonha, dando a entender que não estão a fazer nada em exclusivo contra os felupes.

Mencionaram os nomes de João Mendes e Ananias Djedju, dizendo que são quadros com os quais contavam em promover e não sabem como foi que eles se envolveram na tresloucada tentativa de assalto ao quartel dos para-comandos. Pediram ainda aos régulos que chamem a atenção aos jovens felupes que estão na forças armadas para que estes não se envolvam em nenhum acto desse tipo. Também disseram que o primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Jr. está a preparar mercenários na Gambia para virem desestabilizar o País.

Usando da palavra, o porta-voz dos regulos, Ukebau Djedjo, agradeceu as informações, mas alertou que queriam sobretudo ouvir as justificações para a morte dos seus filhos por parte chefe do Estado-Maior e do presidente da República de transição. E que mesmo com a ida da tal caravana para Suzana a deslocação deles a Bissau seria uma realidade, pois querem ouvir todas as justificações junto do Injai e do Nhamadjo. O régulo aproveitou ainda para lembrar à comitiva que afinal os jovens mortos eram guineenses e não rebeldes de Casamance, como alegou o governo. Querem saber porque só morreram felupes nessa tentativa de assalto ao quartel, revelando de seguida saber que neste momento todos os quadros felupes estão a ser perseguidos. António Aly Silva

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Djambatutu fiu na bida


As vezes as coisas passam tão rápido que nos levam esquecer algumas pessoas pelo bem ou pelo mal que fizeram. Há quase duas décadas despontou na cena politica guineense um senhor que ninguém esperava

que um dia se interessasse pela política. Era um simples pai dos ovos e avó dos pintainhos que na Guiné apelidamos de "galinha de granja". Parecia uma homem bondoso, seguidor dos ideais de cristo e do seu pai Deus. Em 2003 foi chamado a assumir a alta magistratura da nação desempenhando a função de Presidente da República de Transição. Quase todos os guineenses, pela aparência que o homem demostrava, deram confiança ao homem e até foi apelidado de "Homem de Paz".

Lá ficou o homem nos cantos da presidência até que infelizmente foi mordido por aquele bicho nocivo da política que tranformou o homem de paz em homem de guerra. Homem que só proferia palavra de paz, de justiça, de amor ao próximo, passou a ser uma autêntica bomba. Os padres já não vêem no homem aquele espirito de paz que outrora lhe caracterizava. Os miúdos e os jovens da paróquia também notaram essa estranha mudança no homem. Mas, ainda acreditavam que a força de Deus um dia refletiria no coração do homem, fazendo-o voltar a ser o que aparentava.

Mas a desilusão de os que ainda acreditavam foi quando o homem juntou ao barrete vermelho contestando os resultados eleitorais, considerados livres e justas por todos os observadores internacionais, pela CNE e pelo STJ.

Mais, o homem dos pintainhos foi um dos primeiros do grupo dos cinco que expressou publicamente a sua concordancia com o golpe de estado de 12 de Abri, alegando que o país vivia numa espécia de ditadura.

Ora ora, onde esta o tio pintainho neste momento? Será que concorda ou não com o actual momento em que o país vive? Tem ou não conhecimento de sequestro e espancamento de líderes de partidos políticos que posicionaram contra o golpe? Tem ou não conhecimento de assassinatos de jovens da etnia felupe militares e civis, sendo um deles licenciado pela Universidade Amilcar Cabral? Tem ou não conhecimento de assassinato a sangue frio de um jovem civil, funcionário da Guiné-telecom? Tem ou não conhecimento que ao povo é proibido manifestar e expressar a sua opinião? O estado em que o país se encontra em termos de violação dos direitos fundamentais é ou não pior em comparação ao estado em que se encontarva antes do golpe de 12 de Abril? Quantas manifestações foram realizadas no regime anterior ao golpe de estado?

Espero que o meu amigo e tio já pôs a mão na consciência, exprimindo o seu arrependimento pelo caminho errado que escolheu. Espero que o meu tio já fez várias conficções ao padre, pedindo a Deus que lhe perdoe por este grande erro cometido. Por este mal que provocou na pessoa daqueles, principalmente dos jovens que dantes acreditavam nele como sendo uma das alternativas para este país.

Bolingo Cá

O TIRO NO PROPRIO PÉ


(ver AngolaPress, de 24-11-2012)

Essa, não posso deixar passar! Previno, não sou militante do PAIGC. Mas será que compreendi? Ou estou a sonhar? Por favor ajudem a mandar os militantes do PAICG a formação politica, ainda que seja numa igual a essa escola do tempo da luta. Sr Rui Diã de Sousa, como lider do grupo parlamentar do PAIGC e comparsas acabam de dar um tiro no próprio pé ou melhor no pé do partido que a eles pertence.

O PAIGC chegou onde está porque foi eleito, pelos resultados que todos os partidos aceitaram, que tenha ou não comprado as consciências e os votos. Sabe o que é a democracia? Duvido! Justificam a atitude de deixar a presidência da mesa da Assembleia Nacional ao PRS como acto de “salvar a democracia” ou não seria antes salvar a pele? Ou está nas tintas porque já arrumou sua vida? Que falta de respeito para com os eleitores. Que falta de capacidade para fazer respeitar as regras do jogo democrático.

Portanto, obrigado PAIGC, por selar o golpe parlamentar. Afinal, o PRS sempre foi mais estratega, ainda que nos leve a portos obscuros. Têm medo? Então deixem que se dissolva o parlamento. Em vez de querer mantê-lo por causa do salário. Que seja feita e posto em funcionamento nova lei eleitoral. Você e o seu partido não provam nada e nada mesmo para ninguém senão uma atitude de tamanha irresponsabilidade de um partido que se diz democrático. O PAIGC acaba assim de demonstrar o quanto tem andado a margem da lei, em negociatas que a todos nós tem vitimado, de algum modo.

QES

OPINIÃO - E AGORA SENHORES DA CEDEAO E DEPUTADOS DA NAÇÃO?


Com a decisão dos deputados em prorrogar o mandato do parlamento até a tomada de posse de novos eleitos, cai por terra o tal badalado Pacto de Transição.

A Constituição da República continua, neste sentido, a ser a única Carta Magna a reger politicamente o funcionamento do Estado da Guiné-Bissau, portanto não faz nenhum sentido querer tentar substituir a nossa Constituição por um Pacto de Transição assinado por partidos políticos que não têm nenhuma expressão política, que não funcionam como uma organização política, porque a maioria só tem uma ou duas pessoas a frente, nunca conseguiram organizar um congresso para prestar contas aos seus constituintes e validar os órgãos sociais. Como pode um tal Pacto querer substituir a Constituição.

Se assim é, então pergunto:

1. Porque razão, o cidadão Serifo Nhamadjo é impedido de se candidatar a Presidência da República nas próximas eleições Presidenciais?

2. O direito de se candidatar é lhe automaticamente conferido pela Constituição da República e, em nenhum momento, tem o Pacto de Transição validade e força jurídica para o impedir.

3. Seria muito imprudente da parte dos guineenses, das organizações sociais, políticas e económicas que actuam no país, deixar perder a oportunidade de ter como candidato alguém com carisma, que respeita o próximo, que é dialogante e que pretende apenas unir os guineenses, como o senhor Serifo Nhamadjo em detrimento, por exemplo, de um Kumba Iala, que representa exactamente o polo oposto, que para além de ser instigador, ele é manipulador de sensibilidades e é violento, por isso, sempre que necessário recorre as forças militares por motivos de afinidade étnica para fazer valer os seus objectivos pessoais.

4. As regras de jogo num regime democrático são no mínimo estas: Todos os cidadãos têm o mesmo direito de concorrer em pé de igualdade aos cargos da soberania, pois nenhum argumento racional justifica a distinção entre cidadãos em função da sua ascendência. Só o mérito pessoal, reconhecido em eleições, deve ditar quem nos chefia.

5. Por isso, o cidadão Serifo Nhamadjo ao pretender pode de forma independente ou por via um partido político apresentar-se nas próximas eleições.

6. Portanto, estou em crer que vai ser necessário, a sociedade civil se levantar em peso, para protestar contra um acordo que põe em perigo a existência da Nação, e que poderá conduzir o país para o caos e perigar a sua existência como entidade de bem.

Pensem por favor compatriotas e bem..!

A.

OPINIÃO - A QUESTÃO DA GREVE NO SECTOR DA EDUCAÇÃO


A greve é, sim, um direito colectivo. É uma arma poderosa de pressão e de coerção que chega ao ponto de fazer cair um governo (com certeza que nenhuma greve fará cair o governo da Guiné-Bissau neste momento). Ninguém discute a legitimidade sindical de decretar a greve como também não se discute a titularidade do direito de greve que pertence aos trabalhadores. Por isso mesmo, convidamos a algumas reflexões sobre a oportunidade dessa greve, sobretudo, porque tudo indica que as reinvindicações não são conjunturais mas estruturais e ocorrendo no período de vida de um governo de transição. O próprio Presidente de Transição afirmou no primeiro congresso do Movimento Nacional da Sociedade Civil que “A nossa função como presidente de transição é de um bom bombeiro. Mas, posso dizer-vos que é um bombeiro que tem um cisterna de água a meio gás...”

Será que os promotores da greve não estarão fazendo o jogo daqueles que menos estariam interessados em mudanças positivas na Guiné-Bissau? Será que estão conscientes da tamanha ignorância na qual o povo foi e está mergulhado? Será que já analizaram as causas da mediocridade dos nossos poderes, e que os deputados me desculpem, em particular do poder legislativo, onde poucos sabem ler de facto?

Será que não se deram conta do aproveitamento que se fez e se faz do estado da ignorância dos nossos eleitores que resultou entre outros num parlamento com as caracteristicas que conhecemos, que permitiu que nos impõem ministros iletrados em pleno seculo vinte um e que a CEDEAO se substituisse aos eleitores, sem nenhuma resistência? Tudo isso, senhores promotores da greve, constitui a tentativa da legitimidade da ignorância e do obscurantismo! E, se por mais um deslize, isso continuar, acreditem que ainda menos será valorizado o papel que vos cabe de construir recursos humanos válidos para o país e, em perfeita igualdade de conhecimentos, capacidades e oportunidades com os demais de, pelo menos, a subregião. Será que não se deram conta que a educação deixou de ser uma referência e um trampolim para a mudança social e económica da sociedade guineense?

Já se perguntaram porque a crise no país parece não incomodar a população que vive as matanças como um destino fatal? Será que já analizaram, o impacto psicossocial da paralesia da instituição escola na vida das crianças e jovens neste momento de profunda crise? Será que têm a plena consciência da fraqueza da instuituição educativa no seu estado actual e da sua longínqua possibilidade de ser motor do fomento do desenvolvimento do país? Será que sabem que quanto mais semi-iletrados for os adolescentes e jovens maiores são as possiblidades de serem recrutados pelo narcotráfico e milicias armados?

E, quanto menos o povo for educado maiores são as possibilidades das crises se reproduzirem? Já se deram conta que os filhos dos poderosos não estudam em escolas públicas? E, que na volta, quando o estado se prezar pela boa governação, velará pelos critérios da competência para governar o país, e aí? Será que não existe outra maneira de fazer pressão para obter o que reinvidicam? Quais são as oportunidades da greve vir a ser coroada de sucesso, quer dizer ter ganhos colectivos palpáveis e objectivos sociais efectivamente realizados?

Senhores educadores, vamos repetir: “pursor tchumba, alunos passa?”. Até que ponto é oportuno continuar nessa via? Sr Luis Nancassa, conhecemos a sua firme e legitima vontade de ocupar, um dia, a magistratura suprema do país, então pare e pense. Então, crie outras estrategias, mais viáveis, mais adequadas e consequentes com o direito à educação em tempos de crise e de urgência.

Sejam patriotas! Todos para escola!

QES

Cinema guineense em Paris


O museu «Jeu de Paume», organiza em Paris uma conferência sobre a história do cinema da Guiné-Bissau, na presença dos cineastas Flora Gomes, Sana na N’hada e da realizadora Felipa César.

LOCAL - auditório do museu, das 14h30 às 16h00, com entrada livre
DIA 01/12/2012.
Metro Concorde – linha 1

Movimento Ação Cidadã - Conferência VII


Dia 29 de Novembro de 2012

Centro Cultural Franco Bissau Guineense

ENTRADA LIVRE

Bissau, 17h00-19h30

Painel I:

o Os Recursos Pesqueiros e a Economia Pesqueira na Guiné-Bissau: realidades e perspetivas, por Gualdino Afonso Té (Biólogo Marinho)

o O Estado da gestão das florestas na Guiné-Bissau: Realidades e Perspetivas, por Constantino Correia (Eng.º Florestal)

Painel II:

o Petróleo e Industrias Extrativas na Guiné-Bissau: potencialidades,
vantagens e riscos, Por Jacinto Tambá (Geólogo)


o Avaliação do Impacte Ambiental na Guiné-Bissau: mito ou realidade?, por Edinilson da Silva (Ambientalista)

Enquadramento e moderação de:

o Cristina Silva (Bióloga)

Feliz


Aly

Fico feliz por estares em liberdade, mas preocupada, pois esta liberdade não deixa de ser vigiada. O Atlântico separa-nos, mas há algo que me deixa extremamente perto de você - o sentimento de Justiça.

M., Brasil

Próxima grande reportagem ditadura do consenso - Fundação Ricardo Sanha. AAS

Neste Natal, faça uma criança feliz



campanha natal

Um bom apelo


O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, manifestou hoje preocupação com a situação da Guiné-Bissau e pediu apoio para o povo guineense. O chefe do governo timorense falava na sessão de abertura da VII reunião do Conselho de Chefes da Polícia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza em Díli entre hoje e quinta-feira.

"Os nossos irmãos guineenses estão também a enfrentar grandes dificuldades. Manifestamos aqui o nosso empenho para que a Guiné-Bissau rapidamente regresse à comunidade dos países onde a ordem pública e o respeito pelas decisões populares sejam a regra", afirmou Xanana Gusmão. No discurso, o primeiro-ministro timorense apelou também para que não se permita que o "povo guineense fique abandonado à sua sorte". A 12 de abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente.

Para memória futura - 2009


"A ONU É QUE DEVIA INVESTIGAR"

Uma semana após o duplo assassínio, de Nino Vieira e Tagmé Na Waié, as circunstâncias em que se deram as mortes continuam na boca do povo mas o medo de represálias impede que o façam abertamente. O jornalista António Aly Silva é um dos poucos que se atrevem a fazê-lo. "O que se passou é intolerável e não pode continuar. Estes acontecimentos ultrapassam o nosso próprio Estado, observou, apontando soluções: "A questão devia ser tomada pela ONU, abrir-se um inquérito internacional e criarmos uma comissão de reconciliação, como aconteceu na África do Sul."

Há heróis em Bissau


A elite política e militar da Guiné-Bissau tem provado que o palco mais intenso da guerra colonial deu origem a um estado falhado. Um dos países mais pobres do Mundo onde o acesso ao poder significa a fuga à miséria e a obtenção de rendas provenientes dos cheques da ajuda internacional e do dinheiro dos narcotraficantes.

É por isso que Bissau tem sido palco de vários golpes que decidem quais os militares com acesso ao pote. Mas neste cenário desolador há muitos guineenses que resistem. Como o jornalista António Aly Silva, detido e agredido pelos golpistas, que ontem escrevia no seu blogue: "O primeiro grau do heroísmo é vencer o medo." Ainda há sinais de esperança no país sonhado por Amílcar Cabral.


Armando Esteves Pereira,
Director-Adjunto do Correio da Manhã