sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Orgulho
Estimado Aly!
Foi com muita pena que vi no seu blog ditadura do consenso, o seu desejo de uma eventual desistencia em continuar o trabalho que tem feito ate aqui. Solicito que nao faca isso, pois é o que muita gente pretende que aconteca. Meu caro amigo, a maioria do povo da Guine, esta contigo. Os teus filhos terao todo o orgulho no que tens feito para o povo daquele martirizado pais.
Que Deus te de forca e coragem na labuta diaria. Coragem, caro amigo.
Com muit estima e consideracao,
Ismael B.
Não virar costas
Irmão Aly,
Ouvi o teu desabafo,
...dizendo querer desistir,
deixar-nos sós, perdidos...
orfão, das esperanças diárias,
que se renovam na tua leve pluma... prenhes de irreverência,
satiricamente fina,
de acutilante verdade.
Ouvi, mas não acreditei,
conhecendo-te,
faço questão de não te levar a sério,
pois, não me lembro,
ver-te virar costas à luta.
De peito aberto,
teus inimigos,
sempre olhaste de frente,
bazuka apontada, aos teus grandes olhos de espanto,
sem cobardia, soubeste conter-te,
gesto impotente, ... perguntaste apenas,
..., o porquê.
Veio depois,
o imponente Algoz,
...saido do nada, silenciosamente,
benzeu-te com o sinal da decapitação,
vacilaste e, pensaste na morte,
a prudência não é uma demência,
...de mansinho, furtaste-te ao encontro dos finados.
Esse fim mortal, que todos tememos,
sem gloria talvez,
quiça mesmo, um dia ninguém se lembre de ti,
assim, pensaste resignado quizeste desistir
Porém,... digo-te, que estas errado irmão.
Um desabafo como o teu,
virá sempre do comum dos mortais,
e, entre eles, haverá alguns que desistem,
são aqueles que não crêm na justiça,
são aqueles que não acreditam na verdade
Tu acreditas neles,
tu neles foste forjado,
voluntariamente
esses ideais abraçaste,
sem gloria esperar
foi o dom e a missão que o Povo te confiou.
Para, em seu nome,
falares,
contra aqueles que nos estão oprimindo,
contra aqueles que nos tolhem a liberdade,
contra aqueles que nos estão matando
A tua vida é uma luta sem retorno,
essa tua permanente irreverência,
essa tua natural rebeldia,
é uma missão que o Povo te confiou,
para,
com a tua pluma por ele esgrimar.
Um amigo de infância
O regresso do porta-disparates
O Governo de transição da Guiné-Bissau disse hoje desconhecer qualquer reunião com as autoridades depostas no golpe de Estado de 12 de abril, na capital da Etiópia. Na quinta-feira, o primeiro-ministro deposto no golpe, Carlos Gomes Júnior, disse em conferência de imprensa em Lisboa que as autoridades de transição e o Governo deposto se iriam encontrar ainda este mês, na capital da Etiópia, para retomar o diálogo. Hoje, em Bissau, o porta-voz do Governo de transição e ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Vaz, disse que o executivo em Bissau "não tem conhecimento de nenhum encontro" em Adis Abeba.
Quem tem sido o mediador de todo este processo é a CEDEAO (Comunidade dos Estados da África Ocidental) "e as informações que temos não apontam para nenhuma reunião", afirmou aos jornalistas, frisando: "A nós não nos foi transmitido nada". Questionado sobre se o encontro estará a ser organizado pela União Africana (UA), como disse Carlos Gomes Júnior, o porta-voz do Governo afirmou que se tal se vier a concretizar o executivo de transição "na altura própria analisará", acrescentando: "Tudo o que for para a estabilidade, a paz e o progresso da Guiné-Bissau este Governo estará disponível".
A propósito de uma missão de observadores que na próxima quinta-feira deverá chegar ao país (composta pela ONU, CEDEAO, UA, União Europeia e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) o porta-voz avisou que "os países que recusam vistos à Guiné-Bissau também não terão visto para entrar no país". Questionado sobre se se estava a referir a Portugal, Fernando Vaz disse que "Portugal é um deles". "Portugal não dá visto a nenhum membro do Governo, de igual forma nós iremos proceder", disse, acrescentando que "é absurdo" algum responsável de Portugal vir dialogar com um Governo de transição que não reconhece.
"Primeiro tem de haver reconhecimento, depois do reconhecimento o diálogo", disse, esclarecendo que essa restrição não se coloca por exemplo a Moçambique. "Houve membros deste Governo que se deslocaram a vários países da CPLP sem problema, houve um reconhecimento ainda que não formal. Portugal recusou sistematicamente visto a qualquer membro deste governo, não nos peçam visto para nenhum membro ou representante oficial do Governo português", afirmou. LUSA
ASSASSINADO
Luis Ocante da Silva, raptado e assassinado por militares na Guiné-Bissau. Que a sua alma descanse em paz. Condolências para a família. AAS
Mais um espancamento
No dia passado dia 7, um antigo deputado do PAIGC, Mama Samba Baldé, actualmente delegado dos serviços de alfandega no sector de Quebo provincia sul do país, foi barbamente espancado em Mansoa pelos militares. Neste momento encontra-se internado no hospital de Mansoa sob vigilancia dos militares fieis ao Antonio Indjai. A viatura de serviço dele encontra-se nas maos dos militares em serviço na quinta do general Antonio Indjai.
O povo guineense lança um grito de socorro à comunidade internacional para acabar com esta ditadura militar repressiva que está a matar, espancar e intimidar os cidadaos inocentes.
Respirador
"MANO ALY,
VOCÊ É O PRINCIPAL "RESPIRADOR" DO POVO GUINEENSE NESTE MOMENTO DIFÍCIL QUE ESTAMOS ATRAVESSAR. A SUA DESISTÊNCIA NESSA ALTURA DE CAMPEONATO EQUIVALE A UM GOLPE DE ESTADO.
UM ABRAÇO.
Tcharles Panaque"
Perigoso
"Aly, tudo bem?
Espero que sim! Segue, abaixo, um pequeno texto meu, avalia se vale a pena postar.
O que é mais triste no actual estado das coisas no nosso país é a indignação selectiva de alguns guineenses que têm tornado públicas as suas opiniões (as quais são muito diferentes da opinião pública da maioria dos guineenses), me refiro em particular ao nosso PIG (PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA). Essa indignação selectiva faz de uns, dignos seres humanos e de outros, reles mortais. Aos amigos, a justiça e a dignidade e aos adversários (“inimigos”), a bala, a paulada e a catanada!
Sobre as mortes, perseguições e torturas ocorridas nestas últimas semanas do PIG não se ouviu nada, pelo menos até agora!
Venho acompanhando desde há muito tempo o seu blog, e posso dizer que vejo em você a mesma indignação com relação às mortes, perseguições, injustiças, entre outros, ocorridas em outros tempos, quanto os que ocorrem actualmente.
Para um guineense médio é difícil entender isso “uai anta i ca él cu ta denuncia ba flanu, que gós i bindi bandera?”. Pensamento esse resultado, entre outros, de excesso de pessoalismo na nossa sociedade! Não se trata mais de ideias, convicções, de cultura política, etc. Mas sim, de fulano, sicrano ou beltrano, o que é muito perigoso para um país que quer se fazer sério!
E assim, vamos vivendo com a nossa “democracia delivery”, imposta a revelia de todo um povo! Vale lembrar que isso nunca deu certo na Guiné!
VS"
... E a aula acabou
"Caro Irmão,
O meu pai morreu no dia 11 de Novembro de 2011, e a verdade é que não o chorei, mas ontem, ao saber da noticia da morte Luis Ocante da Silva não pude conter as lagrimas. Pessoalmente não o conheço mas estava na turma quando o meu professor foi informado da morte do seu primo. Aly, imagina o que aconteceu, metade da turma chorou, e a aula terminou ali mesmo.
Aly Silva, das mensagens de solidariedade que li ontem quero só dizer que voce tem direito de viver no seu país e ao lado da sua familia. Na Guiné reina a ditadura da minoria que usam a arma para resolver os seus problemas em vez do uso da tecnologia (Internet...). Voce não pode continuar a fugir do seu país perseguido por um grupo de marginais treinados só e só para torturar ou matar.
Estou muito revoltado e se eu não tivesse familia na Guine prefereria sair deste pais e começar a vida noutro país. Podem matar, prender e torturar mas um dia a justiça de Deus há de chegar.
Que Deus ajuda a Guiné sair deste terror implantado
Obrigado"
Fora com as 'milicias'
"Aly, bom dia,
Nao vou alongar na minha opniao, mas acho que se a tua vida esta em perigo é melhor para ti os teus familiares, amigos e desconhecidos mas conhecidos de blog, que procures um lugar seguro e te protejas, pois nao ha nada que nao acaba, estudamos na historia os Fenicios, gregos cartagineses, os lusitanos, os romanos, os otomanos e mais recentemente a URSS, todos perderam a força e desapareceram, sem falar do apartheid e ainda do 14 de Novembro, etc.
No dia em que a sub regiao deixar de apoiar essas milicias, tudo voltara ao normal. Fui aluno do sr., teu pai, ele é que me ensinou o segredo da administraçao. Teremos a oporunidade de falarmos um dia se Deus, quizer. Um abraço do mais velho, que Deus,te tire no caminhos dos maldosos.
Tchau.
Mama"
A 2ª vez
"Antonio Aly,
Esta é a segunda vez que me intervenho nesse teu blog apesar de ser um consultor assíduo, porque é onde me informo de tudo que passa na nossa terra “Guiné – Bissau”, e sempre vi teu blog como um blog IMPARCIAL mais de verdadeiras críticas a todo os que não querem o bem-estar do nosso povo.
Venho te dar o meu apoio seja qual for a decisão que venhas a tomar sobre se deves ou não deixar por o fim do teu blog porque sei que como é difícil lidar com esta situação e sentir perseguido pelos que têm medo da verdade, este apoio não as terás só de mim mais sim de todo o povo da Guiné-Bissau que te querem e te vêm como um verdadeiro Homem e Herói vivo que temos, e que como ti gostaríamos de ter mais, porque talvez só assim os senhores da arma eram capazes de serem vencidos… a tua coragem e tua frontalidade é de ser reconhecido por todos nós, és filho da Guiné-Bissau e estas lá no terreno e nunca fugiste para começar a criticar como vejo muitos outros Srs. que têm blog fazem de fora para dentro as suas criticas e não estão na Bissau para os fazer porque como são parciais têm medo, tu como um profissional que não tens cor partidária mais sim um Homem neutro na politica, sempre lutas-te para que os teus irmãos que estão na diáspora como os que estão na Guiné-Bissau sabem toda verdade da situação do País.
Os nossos governantes, alguns, nunca tiveram coragem de mostrar as suas capacidades sem uso a força (arma) o que esta a levar muita fuga de cérebros guineenses para estrangeiros ou países vizinhos por não terem condições de expor os seus conhecimentos para o bem da nossa terra, Eu falo por mi e por meus (minhas) colegas que estão espalhados por este mundo fora mais que querem voltar e não o fazem por falta de estabilidade que os militares e seus colaboradores não permitem.
Meu caro Aly, peço a deus que te proteja e sempre porque és um herói vivo, és um exemplo de um cidadão com vontade de fazer mudar a situação do teu e nosso país para que o mundo nos vê como um país que tenha tudo para desenvolver e não como um estado falhado, de falhado temos só os militares (alguns), porque sabemos que mesmo dentro das nossas forças armadas temos homens capazes de levar o país a frente só que estes estão na minoria mais sabemos que há…
Meu caro Aly so me resta dizer que tenha muita força e muito cuidado com a tua vida porque nos queremos o teu bem…
Abraço,
Paulo Teixeira (Palakas)"
O valor supremo é a vida
"Caro Aly,
Após leitura do seu texto que não me parece nada mais que uma pré-despedida, não podia deixar de lhe dirigir alguns comentários, primeiro na qualidade de um humanista convicto e segundo, como um guineense muito desiludido com as quase quatro décadas da nossa (in)dependência.
Antes de tudo, queria começar por alertar-lhe que, no mundo actual, o valor supremo para qualquer indivíduo deve ser a vida, motivo pelo qual deve-see lutar pela sua preservação sob qualquer preço e com alguma qualidade. Olhando para a história, para além das estátuas e menções, que valem o que valem, que gratidões as várias sociedades, incluindo a guineense, tiveram para com os descendentes dos seus heróis revolucionários, verdadeiramente altruistas? Não são notórias!
O segundo valor primordial a preservar, é a família nuclear (filhos e esposa), só depois virá o resto da família de sangue e amigos. Depois de tudo isso acautelado, poderemos falar da pátria e do patriotismo. Por isso, antes de qualquer heroísmo, preserve a sua vida, porque também faz parte da inteligência sabermos criar mecanismos para a preservação da vida. Não deixe também perder o seu filho, que é neles que devemos investir mais, se efectivamente queremos deixar algum legado neste mundo hostil...
Infelizmente a nossa Guiné-Bissau está entregue a "bicharada" em pleno delírio e em transe, conforme havia já referido noutro texto. Ou a maioria da população entre em desespero e reajam, correndo o risco de instalação de uma verdadeira guerra civil, de motivação tribal, ou não vamos sair disto em que mergulhamos tão cedo. Tal como noutras partes do mundo, em que existem também flagrantes violações dos direitos humanos, mas onde não existem riquezas naturais que interesssam ao Ocidente, a comunidade internacional ou a União Africana face ao problema guineense, limitarão a emitir comunicados e a tentarem encetar conversações para se criar uma paz podre, até os interesses do narcotráfico começarem novamente a serem beliscados...
Neste desabafo, não consigo deixar de fazer referência ao silêncio "ensurdecedor", que chega a magoar a nossa alma, vindo dos activistas patrióticos virtuais, mais de 48h depois da confirmação de mais um animalesco assassinato de um cidadão Guineense, Luis Ocante Silva. Será que o silêncio é justificável, por não ter havido qualquer suposta relação com uma eventual ordem ou manobra de Cadgo Jr.? Ou estão mesmo a cair na realidade e aperceberem que o principal cancro da Guiné-Bissau, são os criminosos travestidos de Forças Armadas Revolucionárias do Povo? Já agora, sugiro desde já a substituição da palavra "Povo" na sigla das FARP, para a palavra "Pó" e assim tornaria condizente com as suas verdadeiras motivações (Forças Armadas Revolucionárias do Pó). Outra sugestão seria passrem a parecer-se na designação com os seus verdadeiros fornecedores, transformando-se nas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Coca). Que me desculpem todos aqueles que ainda vestem as fardas, acreditando nos ideais da sua criação.
Cuide primeiro de si e dos seus filhos, pois da pátria todos temos a mesma obrigação para com ela.
Abraço,
Jorge Herbert"
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