segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Levante-se o réu
Antigos combatentes guineenses querem Portugal no banco dos réus, e a associação dos ex-combatentes guineenses que serviram a tropa colonial portuguesa garantiu hoje à Lusa que até final de 2012 irá interpor uma ação judicial contra o Estado português, que acusa de nada ter feito para os ajudar.
A queixa será apresentada num tribunal europeu ou mesmo no Tribunal de Haia, disse à Lusa António Albino Gomes, presidente do conselho fiscal da Associação dos Antigos Combatentes das Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Bissau.
É que, justificou, desde a independência da Guiné-Bissau que Portugal nunca apoiou os antigos combatentes e nenhum dos acordos com o governo de Bissau para que usufruíssem de pensões ou reformas foi cumprido.
Diário Digital / Lusa
A queixa será apresentada num tribunal europeu ou mesmo no Tribunal de Haia, disse à Lusa António Albino Gomes, presidente do conselho fiscal da Associação dos Antigos Combatentes das Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Bissau.
É que, justificou, desde a independência da Guiné-Bissau que Portugal nunca apoiou os antigos combatentes e nenhum dos acordos com o governo de Bissau para que usufruíssem de pensões ou reformas foi cumprido.
Diário Digital / Lusa
Brutalidade contra a própria mulher!
Boa tarde Aly,
Envio em anexo a queixa crime que hoje entreguei no Ministério Público e fotos da minha agressão. Aguardo notificação do "assessor-agressor" de um secretário de Estado deste Governo, e os próximos passos a tomar.
Há muita injustiça cometida contra as mulheres no nosso país, bem como as dificuldades para ter acesso à justiça, sobretudo no que diz respeito à violência
contra a mulher.
Existe uma Brigada de Crimes contra Mulheres e Menores na nossa Polícia Judiciária de Bissau, rua Mariem N'Gouabi, cujo serviço de piquete se encontra aberto 24 horas e onde todo o caso poderá ser encaminhado para o coordenador da brigada Mario Clodé, contactável pelo número 553 71 33.
TODAS AS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DEVEM RECORRER A ESSE SERVIÇO PARA QUE SE ACABE DE VEZ COM O COMETIMENTO DE CRIMES CONTRA AS MULHERES NA GUINÉ-BISSAU.
Gostaria que o meu caso fosse entendido como um acto de coragem e para que todas as mulheres nas mesmas condições ou piores me vissem como exemplo, denunciando o agressor (seja de renome ou não) e que este tipo de acto de selvageria possa ser punido justamente.
Um abraço,
M.F.C.A.'B'
M/N: Faço minhas as tuas palavras. Há milhares de mulheres nesta situação, talvez por acharem que é 'cultural' o espancamento pelos seus maridos, namorados, parentes e ou familiares. Desejo sinceramente que, tal como noutros casos, a justiça funcione e possa punir exemplarmente esta situação. António Aly Silva
Exmo. Senhor
Magistrado do M.Pº Junto a
Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau
Bissau, 21 de Novembro de 2011
Assunto: Queixa-Crime.
M.F.C.A.B, casada, guineense de nacionalidade, titular do B.I Nº 1A1-00169121-22, emitido pelo serviço de identificação civil de Bissau, contactável pelo Nº ------- / ---------, vem pela presente participar criminalmente contra o cidadão nacional Sr. C.A.K.B., casado funcionário publico afecto à Secretaria de Estado da Juventude, contactável pelo Nº ------/------, pelos seguintes fundamentos de facto e de direito:
Iº
A queixosa é mãe de uma menina de seis meses e meio de idade, cujo o pai é o ora participado de quem a queixosa é esposa;
IIº
No dia 18 de Novembro corrente quando eram 23:30mn após uma discussão entre o casal e tendo ambos chegado a conclusão que o ambiente conjugal tornara-se impossível, e havendo necessidade de cada um continuar o seu percurso pessoal e dar assim abertura a um processo de separação, foi discutida a situação da guarda da criança, tendo à propósito, o participado exigido que a bebé doravante passe todo o fim de semana com inicio ás quintas feira a noite à domingo, proposta que lhe foi recusada pela queixosa por razões que se prendem com a idade da menor supra, aliado ainda ao facto de ela estar a tomar peito sobretudo no período da noite e outrossim pelo facto de o próprio participado não dispor de condições de, nesta fase, ter a bebé em casa da mãe onde ele irá viver após o abandono voluntario do lar conjugal;
IIIº
A queixosa ao abrigo da discussão supra, de boa fé disse ao ora participado que mesmo nos fins de semana quando a bebé tiver que deslocar no período diurno a casa da avó paterna era necessário que ela na qualidade da mãe fizesse acompanhar da mesma tendo em atenção o seu regime alimentar e outros cuidados;
Posto isto,
IVº
De forma surpreende e deveras agressiva o participado com violência foi ao quarto buscar a bebé que já se encontrava a dormir para levar com ele, afirmando que se ele não podia ficar sozinho com a criança aos fins de semana então a queixosa também não ficaria com ela;
Vº
A queixosa na tentativa de impedir-lhe que não levasse a criança para fora de casa e sobretudo àquela hora da noite, foi brutalmente agredida pelo participado com “socos” na cara tendo atingido varias vezes o olho direito da queixosa, provocando-lhe hemorragia subconjuntival, equimoses infraorbital e edema palpebral tal como se depreende do Auto de Exame Directo (Guia Médica) anexa a presente (vide folha 03) e das fotografias igualmente em anexo (vide folha______);
VIº
E como se não bastasse o ilícito que o participado cometeria lançou a bebé no sofá antes da agressão, esta que por sorte não se magoou;
VIIº
Na sequência da violência sofrida pela queixosa, a mesma encontra-se impossibilitada de trabalhar durante um período de 14 dias, com todas as implicações laborais que a situação representa;
VIIIº
O facto praticado pelo participado consubstancia o crime de ofensas corporais previsto e punível pelo art. 114º do C.P;
São estes os factos aqui participados pela queixosa, termos em que se pede JUSTIÇA.
A Queixosa
_________________________
M.F.C.A.'B'
Envio em anexo a queixa crime que hoje entreguei no Ministério Público e fotos da minha agressão. Aguardo notificação do "assessor-agressor" de um secretário de Estado deste Governo, e os próximos passos a tomar.
Há muita injustiça cometida contra as mulheres no nosso país, bem como as dificuldades para ter acesso à justiça, sobretudo no que diz respeito à violência
contra a mulher.
Existe uma Brigada de Crimes contra Mulheres e Menores na nossa Polícia Judiciária de Bissau, rua Mariem N'Gouabi, cujo serviço de piquete se encontra aberto 24 horas e onde todo o caso poderá ser encaminhado para o coordenador da brigada Mario Clodé, contactável pelo número 553 71 33.
TODAS AS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DEVEM RECORRER A ESSE SERVIÇO PARA QUE SE ACABE DE VEZ COM O COMETIMENTO DE CRIMES CONTRA AS MULHERES NA GUINÉ-BISSAU.
Gostaria que o meu caso fosse entendido como um acto de coragem e para que todas as mulheres nas mesmas condições ou piores me vissem como exemplo, denunciando o agressor (seja de renome ou não) e que este tipo de acto de selvageria possa ser punido justamente.
Um abraço,
M.F.C.A.'B'
M/N: Faço minhas as tuas palavras. Há milhares de mulheres nesta situação, talvez por acharem que é 'cultural' o espancamento pelos seus maridos, namorados, parentes e ou familiares. Desejo sinceramente que, tal como noutros casos, a justiça funcione e possa punir exemplarmente esta situação. António Aly Silva
Exmo. Senhor
Magistrado do M.Pº Junto a
Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau
Bissau, 21 de Novembro de 2011
Assunto: Queixa-Crime.
M.F.C.A.B, casada, guineense de nacionalidade, titular do B.I Nº 1A1-00169121-22, emitido pelo serviço de identificação civil de Bissau, contactável pelo Nº ------- / ---------, vem pela presente participar criminalmente contra o cidadão nacional Sr. C.A.K.B., casado funcionário publico afecto à Secretaria de Estado da Juventude, contactável pelo Nº ------/------, pelos seguintes fundamentos de facto e de direito:
Iº
A queixosa é mãe de uma menina de seis meses e meio de idade, cujo o pai é o ora participado de quem a queixosa é esposa;
IIº
No dia 18 de Novembro corrente quando eram 23:30mn após uma discussão entre o casal e tendo ambos chegado a conclusão que o ambiente conjugal tornara-se impossível, e havendo necessidade de cada um continuar o seu percurso pessoal e dar assim abertura a um processo de separação, foi discutida a situação da guarda da criança, tendo à propósito, o participado exigido que a bebé doravante passe todo o fim de semana com inicio ás quintas feira a noite à domingo, proposta que lhe foi recusada pela queixosa por razões que se prendem com a idade da menor supra, aliado ainda ao facto de ela estar a tomar peito sobretudo no período da noite e outrossim pelo facto de o próprio participado não dispor de condições de, nesta fase, ter a bebé em casa da mãe onde ele irá viver após o abandono voluntario do lar conjugal;
IIIº
A queixosa ao abrigo da discussão supra, de boa fé disse ao ora participado que mesmo nos fins de semana quando a bebé tiver que deslocar no período diurno a casa da avó paterna era necessário que ela na qualidade da mãe fizesse acompanhar da mesma tendo em atenção o seu regime alimentar e outros cuidados;
Posto isto,
IVº
De forma surpreende e deveras agressiva o participado com violência foi ao quarto buscar a bebé que já se encontrava a dormir para levar com ele, afirmando que se ele não podia ficar sozinho com a criança aos fins de semana então a queixosa também não ficaria com ela;
Vº
A queixosa na tentativa de impedir-lhe que não levasse a criança para fora de casa e sobretudo àquela hora da noite, foi brutalmente agredida pelo participado com “socos” na cara tendo atingido varias vezes o olho direito da queixosa, provocando-lhe hemorragia subconjuntival, equimoses infraorbital e edema palpebral tal como se depreende do Auto de Exame Directo (Guia Médica) anexa a presente (vide folha 03) e das fotografias igualmente em anexo (vide folha______);
VIº
E como se não bastasse o ilícito que o participado cometeria lançou a bebé no sofá antes da agressão, esta que por sorte não se magoou;
VIIº
Na sequência da violência sofrida pela queixosa, a mesma encontra-se impossibilitada de trabalhar durante um período de 14 dias, com todas as implicações laborais que a situação representa;
VIIIº
O facto praticado pelo participado consubstancia o crime de ofensas corporais previsto e punível pelo art. 114º do C.P;
São estes os factos aqui participados pela queixosa, termos em que se pede JUSTIÇA.
A Queixosa
_________________________
M.F.C.A.'B'
Youssou N'Dour em Bissau
A estrela maior da música do Senegal, Youssou N'Dour, actuará em Bissau no próximo mês de Dezembro, a convite da comissão organizadora da Cimeira das Primeiras-Damas da África Ocidental, e dará um concerto extra no estádio 'Lino Correia, contratado por uma empresa guineense - a Connecting.
Em 1992, a convite da UNICEF, Youssou N'Dour deu um concerto na praça Che Guevara, em Bissau, em comemoração da 'Quinzena da Crianca'. AAS
Em 1992, a convite da UNICEF, Youssou N'Dour deu um concerto na praça Che Guevara, em Bissau, em comemoração da 'Quinzena da Crianca'. AAS
O jogo inesquecível de Jonas: «Abdebayor? É o rei do Togo!»
Jonas acaba de completar 22 anos, mas já tem um jogo inesquecível na sua carreira. Internacional pela Guiné-Bissau, o guarda-redes do Beira Mar jogou recentemente no Togo, no âmbito do apuramento africano para o Mundial 2014, e testemunhou o regresso apoteótico de Adebayor. E com cenas dignas de um filme, contadas, na primeira pessoa, ao Maisfutebol.
«Para onde quer que ele fosse estava sempre rodeado de segurança, todos bem armados. Foi a loucura à volta de dele. Quando ele entrou no relvado, o público entrou em êxtase. Foi uma coisa do outro mundo, quer no aquecimento, quer depois sempre que tocava na bola. Parecia que o estádio ia abaixo. Nunca tinha visto uma coisa assim», conta o internacional guineense.
«Apareceu-me isolado à frente duas ou três vezes. Umas situações, consegui resolver, nas outras, os remates saíram ao lado», conta, com orgulho, voltando rapidamente ao relato pasmado: «Por mais que digam que não teve o comportamento adequado ao abandonar a selecção, ele é o rei do Togo! A estrela. Está para eles como o Cristiano Ronaldo para Portugal.»
Invasão de campo e salve-se quem puder
No final do encontro, num estádio, ainda assim, com «cerca de 15 mil pessoas», houve invasão de campo. O Togo qualificara-se para a segunda fase do apuramento, graças à vitória por 1-0, e, além disso, o maior craque da selecção estava de volta à equipa. Razões de sobeja para que o povo entrasse pelo relvado adentro mal o árbitro apitou. Os guineenses temeram o pior.
«Corremos para os balneários, com medo que nos fizessem mal ou roubassem o equipamento. Claro que, depois, apareceu polícia por todos os lados para proteger o Adebayor», descreve, retirando, de toda a experiência, uma conclusão óbvia: «Foi muito bom jogar contra ele. Gosto, em geral, de jogar em África, em ambientes com muito público. É altamente motivante.»
Este nem foi o encontro no qual o guarda-redes dos auri-negros teve de enfrentar a maior multidão. Ainda este ano, jogou no Uganda perante 75 mil pessoas¿ no primeiro jogo oficial pela selecção A. «Foi a loucura completa, adoram futebol naquele país», sublinha, garantido que mesmo na Guiné há sempre muita gente a assistir aos jogos e treinos. «Portugal? É outra realidade...»
Em Aveiro, Jonas está a dar os primeiros passos na Liga principal, depois de anos a fio no Amora, dos distritais. Concorrer com Rui Rego não está a ser fácil. «Não considero azar. Ter um dos melhores guarda-redes do campeonato no nosso clube é excelente, trabalhamos todos para o mesmo, e, além disso, tenho oportunidade de aproveitar com um colega mesmo bom», finaliza, com pragmatismo. maisfutebol.iol.pt
«Para onde quer que ele fosse estava sempre rodeado de segurança, todos bem armados. Foi a loucura à volta de dele. Quando ele entrou no relvado, o público entrou em êxtase. Foi uma coisa do outro mundo, quer no aquecimento, quer depois sempre que tocava na bola. Parecia que o estádio ia abaixo. Nunca tinha visto uma coisa assim», conta o internacional guineense.
«Apareceu-me isolado à frente duas ou três vezes. Umas situações, consegui resolver, nas outras, os remates saíram ao lado», conta, com orgulho, voltando rapidamente ao relato pasmado: «Por mais que digam que não teve o comportamento adequado ao abandonar a selecção, ele é o rei do Togo! A estrela. Está para eles como o Cristiano Ronaldo para Portugal.»
Invasão de campo e salve-se quem puder
No final do encontro, num estádio, ainda assim, com «cerca de 15 mil pessoas», houve invasão de campo. O Togo qualificara-se para a segunda fase do apuramento, graças à vitória por 1-0, e, além disso, o maior craque da selecção estava de volta à equipa. Razões de sobeja para que o povo entrasse pelo relvado adentro mal o árbitro apitou. Os guineenses temeram o pior.
«Corremos para os balneários, com medo que nos fizessem mal ou roubassem o equipamento. Claro que, depois, apareceu polícia por todos os lados para proteger o Adebayor», descreve, retirando, de toda a experiência, uma conclusão óbvia: «Foi muito bom jogar contra ele. Gosto, em geral, de jogar em África, em ambientes com muito público. É altamente motivante.»
Este nem foi o encontro no qual o guarda-redes dos auri-negros teve de enfrentar a maior multidão. Ainda este ano, jogou no Uganda perante 75 mil pessoas¿ no primeiro jogo oficial pela selecção A. «Foi a loucura completa, adoram futebol naquele país», sublinha, garantido que mesmo na Guiné há sempre muita gente a assistir aos jogos e treinos. «Portugal? É outra realidade...»
Em Aveiro, Jonas está a dar os primeiros passos na Liga principal, depois de anos a fio no Amora, dos distritais. Concorrer com Rui Rego não está a ser fácil. «Não considero azar. Ter um dos melhores guarda-redes do campeonato no nosso clube é excelente, trabalhamos todos para o mesmo, e, além disso, tenho oportunidade de aproveitar com um colega mesmo bom», finaliza, com pragmatismo. maisfutebol.iol.pt
Cacheu canta e dança junto ao rio "o caminho dos escravos"
A cidade guineense de Cacheu, a norte de Bissau, começou este fim de semana oito dias de danças nas ruas, música e filmes, para lembrar que a primeira feitoria portuguesa na Guiné-Bissau também já foi "Caminho de Escravos".
Cacheu é a cidade mais antiga da Guiné-Bissau e fica junto do rio com o mesmo nome, tendo crescido muito graças ao tráfico negreiro. Portugal aboliu a escravatura em 1869 e meio século depois nasceu Caetano José da Costa. Hoje, 90 anos mais tarde, à sombra de um cajueiro, conta à Lusa. "Naqueles tempos ficou este nome, caminho de escravos, porque os escravos comprados nos arredores eram embarcados aqui, para fora". Por isso, pelo segundo ano consecutivo, Cacheu lembra durante uma semana "o caminho dos escravos" com exposições e filmes mas principalmente música e dança tradicional, com o palco principal junto ao rio e ao baluarte construído pelos portugueses.
É no forte que está em exposição o último caldeirão para fazer comida para os escravos, agora já meio destruído. "Cá em Cacheu havia recordações de outros tachos, quando eu era pequeno, em algumas casas. Usavam-se nas casas familiares, onde se podia conservar água. Havia até maiores mas quando nos lembrámos de conservar já era tarde, já estava tudo destruído", lembra Caetano José da Costa. De resto, diz, não há grandes vestígios desses tempos, talvez umas correntes numa vila vizinha, do outro lado do Cacheu. Nem da importância que a cidade já teve, quando o comércio era fomentado por tanto tráfico humano que Cacheu pode ser comparado à ilha de Gorée (Senegal), garante.
A escassa centena de metros, junto do rio, um palco abandonado à hora do calor anima-se todas as tardes com atuações de grupos de mandjuandade, que antes se espraiam pela principal rua de Cacheu. José Lopes está lá, é rei de um dos grupos, a rainha uma mulher alta, forte, cabelo liso escorrido e sorriso tímido. "Mandjuandade é uma cultura" diz à Lusa José Lopes. Depois busca as raízes da manjuandade, que terá tido origem no casamento. Quando a mulher tinha queixas do marido procurava uma amiga ou amigas, a quem contava os seus desgostos, e criavam uma música sobre isso. Depois, quando a aldeia se reunisse, as amigas cantariam a música, ao mesmo tempo recados para o marido e lamentos da mulher.
"Basicamente mandjuandade é uma forma de as mulheres transmitirem os seus sentimentos, e uma fonte de conselhos, porque o marido quando ouve a musica já sabe que a mulher está a dizer o que se passa em casa", diz José Lopes. No interior da Guiné-Bissau há muitos grupos de mandjuandade e muitos estão esta semana em Cacheu. Hoje já não é sobre a relação entre casais e já não se usam metades de barris mas sim tambores e tabuinhas para acompanhar os cânticos. Hoje são grupos de bairro que se juntam, que organizam festas, que animam cerimónias alegres (casamentos) ou tristes (funerais), ou mesmo cerimónias tradicionais como a do fanado (circuncisão e excisão).
Assemelham-se a um rancho folclórico, com roupas típicas também, e no sábado ao fim do dia receberam o músico Manecas Costa a dançar na principal rua de Cacheu, sua cidade natal. Cacheu, com o seu forte construído pelos portugueses, o caldeirão dos escravos e grandes e estátuas como as de Diogo Cão e Nuno Tristão. Cacheu dos símbolos de Portugal um pouco por toda a cidade. Cacheu cidade histórica, olha esta semana o rio e canta e dança "o caminho dos escravos". lusa/ANGOLAPRESS
Cacheu é a cidade mais antiga da Guiné-Bissau e fica junto do rio com o mesmo nome, tendo crescido muito graças ao tráfico negreiro. Portugal aboliu a escravatura em 1869 e meio século depois nasceu Caetano José da Costa. Hoje, 90 anos mais tarde, à sombra de um cajueiro, conta à Lusa. "Naqueles tempos ficou este nome, caminho de escravos, porque os escravos comprados nos arredores eram embarcados aqui, para fora". Por isso, pelo segundo ano consecutivo, Cacheu lembra durante uma semana "o caminho dos escravos" com exposições e filmes mas principalmente música e dança tradicional, com o palco principal junto ao rio e ao baluarte construído pelos portugueses.
É no forte que está em exposição o último caldeirão para fazer comida para os escravos, agora já meio destruído. "Cá em Cacheu havia recordações de outros tachos, quando eu era pequeno, em algumas casas. Usavam-se nas casas familiares, onde se podia conservar água. Havia até maiores mas quando nos lembrámos de conservar já era tarde, já estava tudo destruído", lembra Caetano José da Costa. De resto, diz, não há grandes vestígios desses tempos, talvez umas correntes numa vila vizinha, do outro lado do Cacheu. Nem da importância que a cidade já teve, quando o comércio era fomentado por tanto tráfico humano que Cacheu pode ser comparado à ilha de Gorée (Senegal), garante.
A escassa centena de metros, junto do rio, um palco abandonado à hora do calor anima-se todas as tardes com atuações de grupos de mandjuandade, que antes se espraiam pela principal rua de Cacheu. José Lopes está lá, é rei de um dos grupos, a rainha uma mulher alta, forte, cabelo liso escorrido e sorriso tímido. "Mandjuandade é uma cultura" diz à Lusa José Lopes. Depois busca as raízes da manjuandade, que terá tido origem no casamento. Quando a mulher tinha queixas do marido procurava uma amiga ou amigas, a quem contava os seus desgostos, e criavam uma música sobre isso. Depois, quando a aldeia se reunisse, as amigas cantariam a música, ao mesmo tempo recados para o marido e lamentos da mulher.
"Basicamente mandjuandade é uma forma de as mulheres transmitirem os seus sentimentos, e uma fonte de conselhos, porque o marido quando ouve a musica já sabe que a mulher está a dizer o que se passa em casa", diz José Lopes. No interior da Guiné-Bissau há muitos grupos de mandjuandade e muitos estão esta semana em Cacheu. Hoje já não é sobre a relação entre casais e já não se usam metades de barris mas sim tambores e tabuinhas para acompanhar os cânticos. Hoje são grupos de bairro que se juntam, que organizam festas, que animam cerimónias alegres (casamentos) ou tristes (funerais), ou mesmo cerimónias tradicionais como a do fanado (circuncisão e excisão).
Assemelham-se a um rancho folclórico, com roupas típicas também, e no sábado ao fim do dia receberam o músico Manecas Costa a dançar na principal rua de Cacheu, sua cidade natal. Cacheu, com o seu forte construído pelos portugueses, o caldeirão dos escravos e grandes e estátuas como as de Diogo Cão e Nuno Tristão. Cacheu dos símbolos de Portugal um pouco por toda a cidade. Cacheu cidade histórica, olha esta semana o rio e canta e dança "o caminho dos escravos". lusa/ANGOLAPRESS
UNIOGBIS: Loja? Franca(mente)
Oh, lá ,lá!!! É isso mesmo. Depois do heliporto, recusado pela Aeronáutica Civil, e da sala com porta blindada (para hóspedes ilustres, ainda que bandidos), eis que a UNIOGBIS volta a surpreender... pela negativa.
A novidade, agora, é que pretendem abrir nas suas instalações, na Penha, uma loja franca (funciona só com divisas)...uma loja franca num País que precisa desesperadamente de receitas (ali haverá isenção de imposto), e, parece-me até, nem pagarão impostos aduaneiros.
Sugiro aqui à UNIGOBIS, o seguinte: a abertura de um cabaret, de um ringue de patinagem 'no frio'. Tenham vergonha, pá! AAS
A novidade, agora, é que pretendem abrir nas suas instalações, na Penha, uma loja franca (funciona só com divisas)...uma loja franca num País que precisa desesperadamente de receitas (ali haverá isenção de imposto), e, parece-me até, nem pagarão impostos aduaneiros.
Sugiro aqui à UNIGOBIS, o seguinte: a abertura de um cabaret, de um ringue de patinagem 'no frio'. Tenham vergonha, pá! AAS
sábado, 19 de novembro de 2011
Candidatura da continuidade. Próximo estádio relvado: Cidade de Canchungo
A GUINÉ-BISSAU PARTICIPOU EM 14 JOGOS INTERNACIONAIS - FACTO ÚNICO EM 38 ANOS DE INDEPENDÊNCIA, E PARA CONTINUAR!
NOTA: Esta campanha foi paga pela candidatura de José Medina Lobato à Federação de Futebol da Guiné-Bissau
Caso Duarte Lima: Vítor Raposo está em Bissau e também será arguido
Vítor Raposo, amigo de Duarte Lima e sócio do filho, Pedro Lima, vai ser constituído arguido logo que regresse a Portugal.
O Ministério Público quer ouvir o ex-deputado e vai indiciá-lo exactamente pelos mesmos crimes por que está indiciado Duarte Lima: burla em co-autoria, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Raposo está na Guiné em trabalho, e está hospedado no hotel Azalai 24 de Setembro. AAS
O Ministério Público quer ouvir o ex-deputado e vai indiciá-lo exactamente pelos mesmos crimes por que está indiciado Duarte Lima: burla em co-autoria, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Raposo está na Guiné em trabalho, e está hospedado no hotel Azalai 24 de Setembro. AAS
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
MEC!
"Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu. Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!
Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.
Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja. Ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola.
Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...)
Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa.
De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar? Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses.
Imagine-se o impacte de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar.
Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho). E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).
É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro?
Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso ? Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?
É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra". Ninguém é do Porto ou de Lisboa. Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro).
É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and Go Away..."). Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa. Verá que não é bem atendido. (...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!!
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira, Vai Mais um Rissol. (...)
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um
percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do Bogadouro (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi em Alçaperna (Lousã)."
MEC=Miguel Esteves Cardoso
Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.
Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja. Ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola.
Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...)
Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa.
De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar? Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses.
Imagine-se o impacte de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar.
Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho). E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).
É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro?
Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso ? Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?
É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra". Ninguém é do Porto ou de Lisboa. Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro).
É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and Go Away..."). Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa. Verá que não é bem atendido. (...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!!
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira, Vai Mais um Rissol. (...)
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um
percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do Bogadouro (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi em Alçaperna (Lousã)."
MEC=Miguel Esteves Cardoso
Assim funciona um País LAICO...um País de LADRÕES, BANDIDOS!!!
Este ESTADO que se diz Laico, paga com dinheiro do erário público, quase 500 mil euros para mandar muçulmanos à cidade santa de Meca!!!!
CARTA AO BAO PEDINDO ADIANTAMENTO...
CHEQUES DO BAO, ADIANTADOS...
CARTA AO BAO PEDINDO ADIANTAMENTO...
CHEQUES DO BAO, ADIANTADOS...
Para a Procuradoria-Geral da República: Isto é um descaramento
O Governo, através do 1º ministro, DEU 10.000.000 de Fcfa a uma empresa senegalesa (mas com escritório em Conacry...), e como contrapartida - uma vez que estamos a um ano das eleições legislativas - essa empresa tratará da imagem do Governo. Um ROUBO descarado a merecer uma intervenção por parte da Procuradoria-Geral da República. Caso contrário, eu, enquanto cidadão accionarei uma queixa-crime contra o Governo. AAS
MANDATO DE PAGAMENTO
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
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