... E o Governo, truca, truca, truca! La nos foram ao pacote de novo. Preços dos combustiveis voltam a subir, e baixamos as calças. Truca, truca, truca!
- Gasolina: 617 fcfa
- Gasoleo: 530 fcfa
Son pa sufri. Fazer o quê mesmo, nê? AAS
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Disco pedido
- P. indignou-se...:
"Aly, tens ideia de que ha conteúdos no teu blogue, ainda que poucos, a roçar a porcaria?"
- O Aly riu-se...:
"Olá P., então não tenho? Mas a liberdade de expressão quer dizer isto mesmo: que se pode publicar não só aquilo que apreciamos mas também o que detestamos.
A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais.
É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. O teu e-mail (perdoa-me a ousadia ou a porcaria) reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS"
"Aly, tens ideia de que ha conteúdos no teu blogue, ainda que poucos, a roçar a porcaria?"
- O Aly riu-se...:
"Olá P., então não tenho? Mas a liberdade de expressão quer dizer isto mesmo: que se pode publicar não só aquilo que apreciamos mas também o que detestamos.
A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais.
É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. O teu e-mail (perdoa-me a ousadia ou a porcaria) reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS"
Ideias de (A)fundaçao?
O presidente eleito reuniu-se com o MAMBAS - Movimento de Apoio a Malam Bacai Sanha (fundado pouco depois do assalto ao quartel de Tite, em 1963...).
Para ja, a ideia é perpetuar o unico movimento civico, partidario, que, de derrota em derrota, acompanhou Bacai até à conquista da presidência, mas com a ajuda preciosa da Libia entre outros.
Parece agora que ha outros planos. "Apenas lancei a ideia de uma fundaçao", disse o PR eleito.
As suas ideias sao ordens, camarada Bacai. Apenas este conselho: nao convém delirar muito com a fundaçao. E a afundaçao em que o Pais se encontra? AAS
Para ja, a ideia é perpetuar o unico movimento civico, partidario, que, de derrota em derrota, acompanhou Bacai até à conquista da presidência, mas com a ajuda preciosa da Libia entre outros.
Parece agora que ha outros planos. "Apenas lancei a ideia de uma fundaçao", disse o PR eleito.
As suas ideias sao ordens, camarada Bacai. Apenas este conselho: nao convém delirar muito com a fundaçao. E a afundaçao em que o Pais se encontra? AAS
Ultima hora
- Funeral de Vital Incopté é hoje, às 16h. Policia Judiciaria prendeu FRANKLIN ANTONIO SILVA, suspeito da agressao que levou à morte do director geral:
- Silvestre Alves, Advogado de Faustino Imbali poe em causa acordao do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a prisao preventiva: "Se ha gente implicada a passear na praça, como é que o meu constituinte fica preso, onde esta o perigo de fuga? O STJ precisa de uma frande limpeza, porque poe em causa a dignidade da Justiça";
- 124.000 toneladas, é a quantidade de castanha de caju ja exportada. A maior de sempre.
AAS
- Silvestre Alves, Advogado de Faustino Imbali poe em causa acordao do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a prisao preventiva: "Se ha gente implicada a passear na praça, como é que o meu constituinte fica preso, onde esta o perigo de fuga? O STJ precisa de uma frande limpeza, porque poe em causa a dignidade da Justiça";
- 124.000 toneladas, é a quantidade de castanha de caju ja exportada. A maior de sempre.
AAS
O meu poema preferido
"As mãos de outros
São as mãos de outros que cultivam a comida que comemos
Que cosem as roupas que vestimos,
Que constroem as casas que habitamos.
São as mãos de outros que nos cuidam quando estamos doentes
E que nos erguem quando caimos;
São as mãos dos outros que nos levantam do berço
E finalmente nos descem para o túmulo
James Stockinger"
domingo, 9 de agosto de 2009
Dirigente do PRS assassinado à catanada
O director geral do Ministério da Funçao Publica, Emprego e Formaçao Profissional, e militante do PRS dr. VITAL PEREIRA INCOPTÉ, foi ontem brutalmente assassinado à catanada (três golpes profundos na cabeça, e um no braço). Tudo aconteceu por volta das 21 horas, no espaço Lenox, no bairro d'Ajuda, quando o malogrado estava no interior do cybercafé.
A falta de assistência no local e a chegada, muito tempo depois, da equipa de socorro, levou à morte deste jovem quadro nacional.
A policia Judiciaria, que tomou conta da ocorrência, tem ja na sua posse alguns suspeitos, entre eles estao guardas que faziam serviço neste estabelecimento de diversao. Paz à sua alma. AAS
A falta de assistência no local e a chegada, muito tempo depois, da equipa de socorro, levou à morte deste jovem quadro nacional.
A policia Judiciaria, que tomou conta da ocorrência, tem ja na sua posse alguns suspeitos, entre eles estao guardas que faziam serviço neste estabelecimento de diversao. Paz à sua alma. AAS
sábado, 8 de agosto de 2009
E esta, hein? Carago!
"Falta excitador à televisão pública
A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) está há três meses sem emissão regular devido a uma avaria no emissor que custa 150 mil euros, verba que o director-geral da estação, Eusébio Nunes, diz não possuir.
Há três meses que a TGB, única estação de televisão na Guiné-Bissau, emite escassas horas durante a noite, limitando-se a poucas notícias do telejornal e alguma publicidade.
À Agência Lusa, Eusébio Nunes explicou que a avaria no excitador do emissor (aparelho que propaga o sinal) é só parte de um "conjunto de problemas" que afectam a TGB ao ponto de os trabalhadores da estação admitirem o seu encerramento temporário.
"A avaria (no excitador) é parte de um conjunto de problemas que já existe há muitos anos. Há equipamentos que foram descontinuados, porque estão em funcionamento há vinte anos sem manutenção e as fábricas onde foram produzidos já não existem", contou o director-geral da TGB.
Eusébio Nunes deu o exemplo do excitador do emissor agora avariado mas que não pode ser substituído porque a fábrica onde foi fabricado já não existe.
O problema, referiu ainda o director da TGB, foi mais visível na campanha eleitoral para as eleições presidenciais recentemente realizadas no país, durante a qual a televisão praticamente não emitiu.
O excitador avariado foi enviado para Portugal na esperança de ser reparado pela RTP, mas chegou-se a conclusão que era melhor comprar um emissor novo, só que os custos apresentados ao Governo, 40 mil euros, afinal não correspondem ao preço real do mercado.
"O Governo arranjou esse valor, contactou-se a fábrica, só que esta já tinha sido encerrada há cinco anos. O Governo contactou um novo fornecedor que lhe indicou que um emissor novo ronda 150 mil euros", explicou Eusébio Nunes.
O Governo está agora em contacto com uma empresa espanhola e Eusébio Nunes espera que dentro de uma semana a "situação fique resolvida".
Até lá a televisão vai funcionando com uma câmara, uma unidade de montagem e uma máquina na "régie".
"Em todas as áreas há problemas: na central técnica, na régie de áudio e de vídeo, só temos uma unidade de edição com uma ilha de montagem... Torna-se difícil fazer televisão", afirmou o director da TGB.
"O telejornal é feito com uma máquina. Se não alinharmos as notícias numa única cassete, o apresentador tem que ler lento para que o técnico possa trocar de cassetes", contou.
Os estúdios da televisão não puderam ser visitados pela Lusa, "porque não há electricidade e a sala está escura".
O comité dos trabalhadores já colocou a hipótese de a estação ser encerrada até que haja condições de funcionamento. O director-geral da TGB concorda com a ideia, mas julga que o Governo nem quer ouvir falar desse cenário, devido a um imperativo constitucional.
"A constituição diz que o país deve ter uma televisão, uma rádio, uma agência de notícias e um jornal do Estado", declarou o director-geral da TGB, que tem esperança nos contactos que as autoridades de Bissau têm feito junto do Governo de Angola para resolver o problema.
Lusa/Mussá Baldé"
A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) está há três meses sem emissão regular devido a uma avaria no emissor que custa 150 mil euros, verba que o director-geral da estação, Eusébio Nunes, diz não possuir.
Há três meses que a TGB, única estação de televisão na Guiné-Bissau, emite escassas horas durante a noite, limitando-se a poucas notícias do telejornal e alguma publicidade.
À Agência Lusa, Eusébio Nunes explicou que a avaria no excitador do emissor (aparelho que propaga o sinal) é só parte de um "conjunto de problemas" que afectam a TGB ao ponto de os trabalhadores da estação admitirem o seu encerramento temporário.
"A avaria (no excitador) é parte de um conjunto de problemas que já existe há muitos anos. Há equipamentos que foram descontinuados, porque estão em funcionamento há vinte anos sem manutenção e as fábricas onde foram produzidos já não existem", contou o director-geral da TGB.
Eusébio Nunes deu o exemplo do excitador do emissor agora avariado mas que não pode ser substituído porque a fábrica onde foi fabricado já não existe.
O problema, referiu ainda o director da TGB, foi mais visível na campanha eleitoral para as eleições presidenciais recentemente realizadas no país, durante a qual a televisão praticamente não emitiu.
O excitador avariado foi enviado para Portugal na esperança de ser reparado pela RTP, mas chegou-se a conclusão que era melhor comprar um emissor novo, só que os custos apresentados ao Governo, 40 mil euros, afinal não correspondem ao preço real do mercado.
"O Governo arranjou esse valor, contactou-se a fábrica, só que esta já tinha sido encerrada há cinco anos. O Governo contactou um novo fornecedor que lhe indicou que um emissor novo ronda 150 mil euros", explicou Eusébio Nunes.
O Governo está agora em contacto com uma empresa espanhola e Eusébio Nunes espera que dentro de uma semana a "situação fique resolvida".
Até lá a televisão vai funcionando com uma câmara, uma unidade de montagem e uma máquina na "régie".
"Em todas as áreas há problemas: na central técnica, na régie de áudio e de vídeo, só temos uma unidade de edição com uma ilha de montagem... Torna-se difícil fazer televisão", afirmou o director da TGB.
"O telejornal é feito com uma máquina. Se não alinharmos as notícias numa única cassete, o apresentador tem que ler lento para que o técnico possa trocar de cassetes", contou.
Os estúdios da televisão não puderam ser visitados pela Lusa, "porque não há electricidade e a sala está escura".
O comité dos trabalhadores já colocou a hipótese de a estação ser encerrada até que haja condições de funcionamento. O director-geral da TGB concorda com a ideia, mas julga que o Governo nem quer ouvir falar desse cenário, devido a um imperativo constitucional.
"A constituição diz que o país deve ter uma televisão, uma rádio, uma agência de notícias e um jornal do Estado", declarou o director-geral da TGB, que tem esperança nos contactos que as autoridades de Bissau têm feito junto do Governo de Angola para resolver o problema.
Lusa/Mussá Baldé"
Ainda sobre a… «1ªasneira»!
"Não se tratando propriamente de uma resposta mas de corresponder a uma solicitação, farei ‘perceber a implicância’ AO CIDADÃO DE MELHOR MEMÓRIA E FUTURO! Afinal, ainda está por contar a história do PAIGC? - Entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde afinal, … QUEM DEVE A QUEM?! Fazendo apelo à sua brilhante memória, lembro-lhe de que nos primórdios da colonização a Guiné-Bissau foi invadida por administradores e cipaios, ao serviço da metrópole.
Mas há mais! As tímidas tentativas de uma meia-dúzia dos de ‘boa memória’ que pensavam puder tomar de assalto o país no pôs-independência, e que tiveram que se virar para relatos ‘macaronaises e/ou europeus de terceira’. Sinceramente, aconselhá-lo-ia a olhar para os «gestos» de Cabo-Verde, não na prespectiva de ‘dívidas’ mas como uma forma de RECONHECIMENTO (tardio). Pois…meu caro, se fossemos a falar de dívidas e ingratidões, poderíamos acordar os mortos e o Pedro Pires voltaria ao silêncio.
A luta pela libertação contra o colonialismo português, seus administradores e cipaios decorreu em território nacional e foi conquistada por guineenses que nas FRENTES DE BATALHA deixaram para a história de Àfrica mensagens de dignidade que novas as gerações políticas guineenses não mais deixarão ‘renegociar’. A Guiné-Bissau é um Estado e deve comportar-se como tal!
Talvez espíritos saudosistas ou de algum complexo luso-macaronaise o tivesse levado a exteriorizar o que lhe vai na alma... «achando uma boa atitude do Malam Bacai Sanha, já que não se pode ser ingrato!?» - mas, acredite que esse raciocínio é apenas para CONSUMO INTERNO DAS ILHAS. Consulte a rota da digressão ‘apressada’ de Malam Bacai: Senegal, Gâmbia, Angola e depois Cabo-Verde. É imperioso irradicar do figurino ético-deontológico dos Estados esse tipo de gestos que já NÃO fazem parte da ciência política do séc.XXI. Pense nisso e passe bem!
MP"
Mas há mais! As tímidas tentativas de uma meia-dúzia dos de ‘boa memória’ que pensavam puder tomar de assalto o país no pôs-independência, e que tiveram que se virar para relatos ‘macaronaises e/ou europeus de terceira’. Sinceramente, aconselhá-lo-ia a olhar para os «gestos» de Cabo-Verde, não na prespectiva de ‘dívidas’ mas como uma forma de RECONHECIMENTO (tardio). Pois…meu caro, se fossemos a falar de dívidas e ingratidões, poderíamos acordar os mortos e o Pedro Pires voltaria ao silêncio.
A luta pela libertação contra o colonialismo português, seus administradores e cipaios decorreu em território nacional e foi conquistada por guineenses que nas FRENTES DE BATALHA deixaram para a história de Àfrica mensagens de dignidade que novas as gerações políticas guineenses não mais deixarão ‘renegociar’. A Guiné-Bissau é um Estado e deve comportar-se como tal!
Talvez espíritos saudosistas ou de algum complexo luso-macaronaise o tivesse levado a exteriorizar o que lhe vai na alma... «achando uma boa atitude do Malam Bacai Sanha, já que não se pode ser ingrato!?» - mas, acredite que esse raciocínio é apenas para CONSUMO INTERNO DAS ILHAS. Consulte a rota da digressão ‘apressada’ de Malam Bacai: Senegal, Gâmbia, Angola e depois Cabo-Verde. É imperioso irradicar do figurino ético-deontológico dos Estados esse tipo de gestos que já NÃO fazem parte da ciência política do séc.XXI. Pense nisso e passe bem!
MP"
Alimária (excertos)
Por: Ricardo Godinho Gomes
Nota do autor
O contexto à volta do qual se desenrola a trama d`Alimária é actual, inspirado nas estórias do dia-a-dia que acabam fazendo a História dos sujeitos- e dos povos que estes formam.
A trama inspira-se num universo africano, num qualquer país da África lusófona, a partir da segunda metade do século XX. Um narrador, a «Kykia », inicia-nos na estória. Pouco ou nada fala, sendo o olho que a todos observa. Dele, que se considera o vigia da natureza humana e dos seus mais profundos recantos, virá o cimento moral da peça. É ele quem nos introduz na trama e é ele quem, dela, nos faz sair sem jamais pretender nela participar ou se imiscuir. «Um vigia apenas observa, nunca adjectiva»; ele conduz-nos à «paradimensão»- ao subterrâneo- da natureza humana: introduz--nos na dimensão animal do Homem!
A política, como espelho das interacções que regem o tecido social, um dos expoentes desse tecido e da vida cultural dos povos, mostra-nos perfeitamente o caminho percorrido por estes e o caminho que ainda falta percorrer. A peça Alimária, escrita por Ricardo Godinho Gomes em 2000 e encenada por Miguel Hurst em 2001, analisa e problematiza o tipo de relação que liga os sujeitos e que acaba cimentar a idiossincrasia dos povos.
Os homens, na terra onde reinam as «alimárias» , por mais competentes que sejam têm que falar a linguagem animal para obter o direito à palavra e à existência. Têm de virar bichos! Caso contrário, são ou esquecidos-calados, amordaçados, silenciados…- ou eliminados.
É esse mundo do não dito, dificilmente explicável mas facilmente perceptível; de imagens que falam somente a meia dúzia de iniciados; da dramatização da vida e da tradição em algo que até hoje tem destruído os bons e preservado os menos bons dentre os homens; de toda essa outra dimensão da vida que deveria ser de apenas de alguns homens mas que tende a impor-se a todos os homens, numa África que luta para se manter ao passo do resto do mundo; é esse mundo das «alimárias» que motivou o autor a escrever a peça que é dedicada a todos os que tiveram os seus princípios e a eles se mantiveram fieis.
Excertos da peça:
Ami qui kikya!
Sou eu o vigia, a coruja que tudo vê e nada faz. Não me cabe a mim o papel do Jambakos, o adivinho que vê o futuro e afasta o mal... o curandeiro que se procura em caso de doença. Procuro na noite o amanhecer. Procuro... só para saber, saber que nasce sem falta o dia de amanhã. Como nasce? Ahm? Isso já não é comigo. Nunca foi, nem o há-de ser!
Apenas canto as estórias no meu grito; estórias de vozes que lamuriam na noite, da cantiga que nasce do amanhecer certo... para morrer num qualquer anoitecer incerto.
E quem em meu canto ouvir uma voz… Então escutou falar a ancestral língua das alimárias; os outros? Ah! Esses passearão as suas vidas pelos dia... que espero, claros de esperança.
Disse-me, à nascença, um velho vigia: «Carregam todos os Homens de Deus, dentro de si um animal... UMA BESTA!!!» Há os que o sabem e os que não o sabem e por isso, entre eles, uns vivem de noite e outros de dia… esquivando-se por entre as suas próprias sombras. Mas dentre todos eles, há sempre um que vive entre uns e outros, de dia e de noite.
Esse, tal como Aquiles… e muitos outros príncipes antigos, foi confiado ao centauro Quirão, para que este o alimentasse e o mantivesse sob a sua disciplina. Esse, por ter tido por preceptor um ser metade animal e metade homem há-de, sempre que houver necessidade, saber usar uma e outra natureza.".
Era, era?
Era certo...
Coitada de Tchoca...
Ela está ali, junto a Santchu, para trabalhar. Dar o seu melhor! Tchoca só pede uma oportunidade para o mostrar, ideias é o que ela julga ter por demais. Quer agir, pô-las em prática. Tchoca não o faz por mera ambição, é mesmo vontade de servir bem os seus.
Bem lá no fundo, Santchu admira o esforço da sua subordinada. Mas ele sabe que as verdades de sua terra ultrapassam as boas vontades de Tchoca, vão um pouco mais além das universidades dos brancos que ela frequentara; vão mais fundo na Alma das gentes. Ele sabe o que a sua directora de gabinete desconhece ainda: a sua terra não é fácil!
Santchu sabe que, com as suas gentes, é infinitamente mais importante aquilo que não se diz... e tão ilusório o que abertamente se diz. Tchoca um dia o há-de saber, Santchu sabe-o e isso o faz sorrir. (C)RGG
Nota do autor
O contexto à volta do qual se desenrola a trama d`Alimária é actual, inspirado nas estórias do dia-a-dia que acabam fazendo a História dos sujeitos- e dos povos que estes formam.
A trama inspira-se num universo africano, num qualquer país da África lusófona, a partir da segunda metade do século XX. Um narrador, a «Kykia », inicia-nos na estória. Pouco ou nada fala, sendo o olho que a todos observa. Dele, que se considera o vigia da natureza humana e dos seus mais profundos recantos, virá o cimento moral da peça. É ele quem nos introduz na trama e é ele quem, dela, nos faz sair sem jamais pretender nela participar ou se imiscuir. «Um vigia apenas observa, nunca adjectiva»; ele conduz-nos à «paradimensão»- ao subterrâneo- da natureza humana: introduz--nos na dimensão animal do Homem!
A política, como espelho das interacções que regem o tecido social, um dos expoentes desse tecido e da vida cultural dos povos, mostra-nos perfeitamente o caminho percorrido por estes e o caminho que ainda falta percorrer. A peça Alimária, escrita por Ricardo Godinho Gomes em 2000 e encenada por Miguel Hurst em 2001, analisa e problematiza o tipo de relação que liga os sujeitos e que acaba cimentar a idiossincrasia dos povos.
Os homens, na terra onde reinam as «alimárias» , por mais competentes que sejam têm que falar a linguagem animal para obter o direito à palavra e à existência. Têm de virar bichos! Caso contrário, são ou esquecidos-calados, amordaçados, silenciados…- ou eliminados.
É esse mundo do não dito, dificilmente explicável mas facilmente perceptível; de imagens que falam somente a meia dúzia de iniciados; da dramatização da vida e da tradição em algo que até hoje tem destruído os bons e preservado os menos bons dentre os homens; de toda essa outra dimensão da vida que deveria ser de apenas de alguns homens mas que tende a impor-se a todos os homens, numa África que luta para se manter ao passo do resto do mundo; é esse mundo das «alimárias» que motivou o autor a escrever a peça que é dedicada a todos os que tiveram os seus princípios e a eles se mantiveram fieis.
Excertos da peça:
Ami qui kikya!
Sou eu o vigia, a coruja que tudo vê e nada faz. Não me cabe a mim o papel do Jambakos, o adivinho que vê o futuro e afasta o mal... o curandeiro que se procura em caso de doença. Procuro na noite o amanhecer. Procuro... só para saber, saber que nasce sem falta o dia de amanhã. Como nasce? Ahm? Isso já não é comigo. Nunca foi, nem o há-de ser!
Apenas canto as estórias no meu grito; estórias de vozes que lamuriam na noite, da cantiga que nasce do amanhecer certo... para morrer num qualquer anoitecer incerto.
E quem em meu canto ouvir uma voz… Então escutou falar a ancestral língua das alimárias; os outros? Ah! Esses passearão as suas vidas pelos dia... que espero, claros de esperança.
Disse-me, à nascença, um velho vigia: «Carregam todos os Homens de Deus, dentro de si um animal... UMA BESTA!!!» Há os que o sabem e os que não o sabem e por isso, entre eles, uns vivem de noite e outros de dia… esquivando-se por entre as suas próprias sombras. Mas dentre todos eles, há sempre um que vive entre uns e outros, de dia e de noite.
Esse, tal como Aquiles… e muitos outros príncipes antigos, foi confiado ao centauro Quirão, para que este o alimentasse e o mantivesse sob a sua disciplina. Esse, por ter tido por preceptor um ser metade animal e metade homem há-de, sempre que houver necessidade, saber usar uma e outra natureza.".
Era, era?
Era certo...
Coitada de Tchoca...
Ela está ali, junto a Santchu, para trabalhar. Dar o seu melhor! Tchoca só pede uma oportunidade para o mostrar, ideias é o que ela julga ter por demais. Quer agir, pô-las em prática. Tchoca não o faz por mera ambição, é mesmo vontade de servir bem os seus.
Bem lá no fundo, Santchu admira o esforço da sua subordinada. Mas ele sabe que as verdades de sua terra ultrapassam as boas vontades de Tchoca, vão um pouco mais além das universidades dos brancos que ela frequentara; vão mais fundo na Alma das gentes. Ele sabe o que a sua directora de gabinete desconhece ainda: a sua terra não é fácil!
Santchu sabe que, com as suas gentes, é infinitamente mais importante aquilo que não se diz... e tão ilusório o que abertamente se diz. Tchoca um dia o há-de saber, Santchu sabe-o e isso o faz sorrir. (C)RGG
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Deixa para lá, é como no cinema
Ao H., e respondendo apenas a uma pequena frase.
- “Não te pesa a consciência, nem um pouco?”.
Passemos então ao meu comentário, cingido apenas à frase supracitada. Não há dúvidas: é uma boa pergunta. Então, nada melhor que uma resposta à altura. Aperta o cinto.
“No meu caso, não. Ainda não passei por nenhuma circunstância em que defender uma posição do Governo violentasse a minha consciência. Quando o Governo faz algo de positivo, bato palmas; quando erra, leva palmadas! Tão simples quanto isso.
Neste País – imagine-se o rídiculo da coisa – aquelas pessoas que estagnaram do cimo da sua mediocridade achando que os outros (os opostos do medíocre, portanto) estão no lugar que devia ser deles. E isso é grave. Grave, porque essa vergonha gera normalmente um destilar de várias coisas más, que depois só nos fazem perder tempo.
A vergonha começa com a incapacidade de comunicar com os outros, o que leva à inveja. E há de chegar a insegurança e, finalmente, a maldade. Não tem que saber, é como quando cai uma peça do dominó...
Mas a verdade, caro H., é que para este povo que ficou décadas parado no tempo, estático, a achar que merecia melhor do que o que tem (ou seja, nada!), azeda para sempre.
E agora? E nós, e o povo? O povo sabe lá se a vida que pensou ser a melhor para ele é sequer boa...quanto mais a melhor! E foi assim, amigo, que nestes anos todos, o povo viveu infeliz e a sua vida, sem saber, também.
Aliás, aposto que no final deste ano (de mais um ano) este mesmo povo vai continuar revoltado com o que não viveu. E conformar-se-á. É como no cinema. Sem arrependimentos. Ah, e eu? Eu espero divertir-me enquanto o caos se desenrola à volta e tudo desmorona.
Abraço,
António Aly Silva"
- “Não te pesa a consciência, nem um pouco?”.
Passemos então ao meu comentário, cingido apenas à frase supracitada. Não há dúvidas: é uma boa pergunta. Então, nada melhor que uma resposta à altura. Aperta o cinto.
“No meu caso, não. Ainda não passei por nenhuma circunstância em que defender uma posição do Governo violentasse a minha consciência. Quando o Governo faz algo de positivo, bato palmas; quando erra, leva palmadas! Tão simples quanto isso.
Neste País – imagine-se o rídiculo da coisa – aquelas pessoas que estagnaram do cimo da sua mediocridade achando que os outros (os opostos do medíocre, portanto) estão no lugar que devia ser deles. E isso é grave. Grave, porque essa vergonha gera normalmente um destilar de várias coisas más, que depois só nos fazem perder tempo.
A vergonha começa com a incapacidade de comunicar com os outros, o que leva à inveja. E há de chegar a insegurança e, finalmente, a maldade. Não tem que saber, é como quando cai uma peça do dominó...
Mas a verdade, caro H., é que para este povo que ficou décadas parado no tempo, estático, a achar que merecia melhor do que o que tem (ou seja, nada!), azeda para sempre.
E agora? E nós, e o povo? O povo sabe lá se a vida que pensou ser a melhor para ele é sequer boa...quanto mais a melhor! E foi assim, amigo, que nestes anos todos, o povo viveu infeliz e a sua vida, sem saber, também.
Aliás, aposto que no final deste ano (de mais um ano) este mesmo povo vai continuar revoltado com o que não viveu. E conformar-se-á. É como no cinema. Sem arrependimentos. Ah, e eu? Eu espero divertir-me enquanto o caos se desenrola à volta e tudo desmorona.
Abraço,
António Aly Silva"
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Felicidade
O post em que um ex-militar português 'do Alentejo' (daquele Alentejo e dos seus jornaleiros a quem Amilcar Cabral dedicou a sua tese de mestrado) teve um final feliz.
Hoje, e filha do Sr. Reis enviou-me um e-mail. Nao fiz perguntas na minha resposta. Fico feliz - eu que toda a gente quer dividir e ver dividido - por juntar amigos de outrora e torna-los felizes novamente. Boa noite. AAS
Hoje, e filha do Sr. Reis enviou-me um e-mail. Nao fiz perguntas na minha resposta. Fico feliz - eu que toda a gente quer dividir e ver dividido - por juntar amigos de outrora e torna-los felizes novamente. Boa noite. AAS
De volta à vaca-fria...
Recomendo ao Governo da Guiné-Bissau que faça finca-pé junto da ONU, da UA, da UE, da OH OH ou la o que for:
- Doravante - podem despachar ja o muita-boba - chefe de qualquer missao diplomatica para a Guiné-Bissau, e o seu adjunto, DEVEM saber falar a lingua portuguesa.
Nisto, meus caros, tiro o chapéu a Angola: 'No portuguese? No entry'. Chapeau! Alias, Angola recusou dois nomes propostos pela ONU. E depois aceitou outros dois. E, assim, o chefe da ONU em Angola é moçambicano, e a sua adjunta caboverdeana. Touché!
É que la é Angola, e aqui, bem...aqui é a ** da joana. É pena que so copiemos Angola... 'na arti di mama taku'! AAS
- Doravante - podem despachar ja o muita-boba - chefe de qualquer missao diplomatica para a Guiné-Bissau, e o seu adjunto, DEVEM saber falar a lingua portuguesa.
Nisto, meus caros, tiro o chapéu a Angola: 'No portuguese? No entry'. Chapeau! Alias, Angola recusou dois nomes propostos pela ONU. E depois aceitou outros dois. E, assim, o chefe da ONU em Angola é moçambicano, e a sua adjunta caboverdeana. Touché!
É que la é Angola, e aqui, bem...aqui é a ** da joana. É pena que so copiemos Angola... 'na arti di mama taku'! AAS
As Nações Unidas, eu e o Aly Silva
Algum pessoal nas NAÇÕES UNIDAS decidiu embirrar-se com o Aly. Talvez seja por falta de trabalho (eu inclino-me mais por paródias e bebedeiras a mais, e promiscuidades de proporções bíblicas...); ou por tédio, ou, ainda, pelo calor que na Guiné-Bissau se faz sentir.
Não passa um dia numa semana sem que alguém me sussurre ao ouvido: «Fulano disse para ter cuidado contigo, que és perigoso e que não gostas das Nações Unidas», ou ainda «sicrano disse isto e aquilo».
Um recado às Nações Unidas (que me fez perder dinheiro, cerca de 700 euros...):
Eu, ao contrário de muita gente neste País de merda, de traidores e de analfabetos, de incompetentes e de assassinos a soldo, não presto vassalagem a quem quer que seja. Metam isto nas vossas cabeças desmioladas de uma vez por todos. E se pensam que estou a brincar, então deixo-vos isto:
POSSO PASSAR A SER UMA ESPÉCIE DE POLÍCIA DAS NAÇÕES UNIDAS, FOTOGRAFANDO AS VOSSAS PROMISCUIDADES, AS VOSSAS LOUCAS FESTAS REGADAS COM COCAÍNA, OU AS NOITES DE ORGIA DESENFREADA E OUTRAS MAIS, FOTOGRAFANDO TUDO E, DEPOIS... TUDO PARA O MEU BLOGUE. PERGUNTEM ÀQUELE CÔNSUL PATETA QUE A ESPANHA, NÃO SE SABE BEM PORQUÊ, DECIDIU ARRANJAR UM LUGAR EM CACHEU, COMO CÔNSUL HONORÁRIO... DA PESCARIA...
já estão fartos da Guiné-Bissau, País onde apenas vêm para encher os bolsos e, já agora, o vosso ego? então...o problema é vosso: basta apenas que nos deslarguem e regressem aos vossos poisos, onde quer que isso seja.
Pela parte que me toca, apenas mais isto: eu, ANTÓNIO ALY SILVA, estou FARTO das Nações Unidas. Não passam de um bando de inúteis e de salteadores! As Nações Unidas, os seus representantes, e uma boa parte dessa corja.
António Aly Silva
Não passa um dia numa semana sem que alguém me sussurre ao ouvido: «Fulano disse para ter cuidado contigo, que és perigoso e que não gostas das Nações Unidas», ou ainda «sicrano disse isto e aquilo».
Um recado às Nações Unidas (que me fez perder dinheiro, cerca de 700 euros...):
Eu, ao contrário de muita gente neste País de merda, de traidores e de analfabetos, de incompetentes e de assassinos a soldo, não presto vassalagem a quem quer que seja. Metam isto nas vossas cabeças desmioladas de uma vez por todos. E se pensam que estou a brincar, então deixo-vos isto:
POSSO PASSAR A SER UMA ESPÉCIE DE POLÍCIA DAS NAÇÕES UNIDAS, FOTOGRAFANDO AS VOSSAS PROMISCUIDADES, AS VOSSAS LOUCAS FESTAS REGADAS COM COCAÍNA, OU AS NOITES DE ORGIA DESENFREADA E OUTRAS MAIS, FOTOGRAFANDO TUDO E, DEPOIS... TUDO PARA O MEU BLOGUE. PERGUNTEM ÀQUELE CÔNSUL PATETA QUE A ESPANHA, NÃO SE SABE BEM PORQUÊ, DECIDIU ARRANJAR UM LUGAR EM CACHEU, COMO CÔNSUL HONORÁRIO... DA PESCARIA...
já estão fartos da Guiné-Bissau, País onde apenas vêm para encher os bolsos e, já agora, o vosso ego? então...o problema é vosso: basta apenas que nos deslarguem e regressem aos vossos poisos, onde quer que isso seja.
Pela parte que me toca, apenas mais isto: eu, ANTÓNIO ALY SILVA, estou FARTO das Nações Unidas. Não passam de um bando de inúteis e de salteadores! As Nações Unidas, os seus representantes, e uma boa parte dessa corja.
António Aly Silva
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Anôs i Kantu? + Bemba + Pimba
- Dados preliminares do recente recenseamento geral da população:
POPULAÇÃO: 1.548.159
População Feminina: 792.300
População Masculina: 755.859
A população cresceu, assim, desde o 1º censo (1979) passando pelo 2ª (1991) cerca de 2,9%. Trabalhava-se, estes anos todos, com números muito abaixos do real: 2,3%. Daqui a um ano, saberemos com total certeza «anôs i kantu» ou seja «quantos somos».
- O ex-líder rebelde e antigo vice-presidente da República Democrática do Congo (RD Congo), Jean-Pierre Bemba, tinha 1,7 milhões de euros no BPN de Cabo Verde, acusou o MpD. Este partido esqueceu-se foi de dizer que, há cerca de um ano, uma transferência de avultadas somas de capital foi detectada pelas autoridades caboverdianas que bloquearam imediatamente a operação. O dinheiro era do mesmo dono: jean Pierre Bemba.
Aliás o TPI pediu a colaboração das autoridades das ilhas sobre este caso, mas quem hoje faz queixinhas é o mesmo partido MpD quem não viabiliza, no Parlamento, a revisão da Constituição para que Cabo Verde coopere com este tribunal internacional.
- Hilary Clinton, a Secretária de Estado norte-americana inicia hoje um périplo por 11 países africanos. E passa mesmo aqui ao lado. Chiça!!!
Vou mas é dormir. Boa noite. AAS
POPULAÇÃO: 1.548.159
População Feminina: 792.300
População Masculina: 755.859
A população cresceu, assim, desde o 1º censo (1979) passando pelo 2ª (1991) cerca de 2,9%. Trabalhava-se, estes anos todos, com números muito abaixos do real: 2,3%. Daqui a um ano, saberemos com total certeza «anôs i kantu» ou seja «quantos somos».
- O ex-líder rebelde e antigo vice-presidente da República Democrática do Congo (RD Congo), Jean-Pierre Bemba, tinha 1,7 milhões de euros no BPN de Cabo Verde, acusou o MpD. Este partido esqueceu-se foi de dizer que, há cerca de um ano, uma transferência de avultadas somas de capital foi detectada pelas autoridades caboverdianas que bloquearam imediatamente a operação. O dinheiro era do mesmo dono: jean Pierre Bemba.
Aliás o TPI pediu a colaboração das autoridades das ilhas sobre este caso, mas quem hoje faz queixinhas é o mesmo partido MpD quem não viabiliza, no Parlamento, a revisão da Constituição para que Cabo Verde coopere com este tribunal internacional.
- Hilary Clinton, a Secretária de Estado norte-americana inicia hoje um périplo por 11 países africanos. E passa mesmo aqui ao lado. Chiça!!!
Vou mas é dormir. Boa noite. AAS
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