quinta-feira, 3 de junho de 2004
O que diz Alatas?
O ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio que conduziu as negociações com Portugal para a independência de Timor-Leste, Ali Alatas, disse hoje, em Lisboa, que esse período "foi um dos mais difíceis" de toda a sua carreira diplomática. "Aquele período foi um dos mais difíceis de toda a minha carreira de diplomata. Tinha de conduzir a diplomacia em dois sentidos: perante Portugal e as Nações Unidas e perante o meu governo", disse Ali Alatas. O ex-ministro e actual conselheiro da presidência indonésia falava na conferência sobre as relações euro-asiáticas que está a decorrer hoje no Centro de Congressos da FIL, em Lisboa, para agradecer o "relato vívido" desse período feito na conferência por Ana Gomes, então embaixadora de Portugal em Jacarta. Na apresentação que fez do diplomata, a ex-embaixadora quis contar alguns dos "momentos decisivos" desse processo negocial que protagonizou com Ali Alatas na década de 1990 para ilustrar o papel em seu entender decisivo e empenhado que o então ministro indonésio teve. Segundo contou, logo na primeira reunião que mantiveram, dois dias depois de chegar a Jacarta para reabrir a secção de interesses de Portugal (31 de Janeiro de 1999), pôde "testemunhar a extraordinária qualidade do diplomata Ali Alatas". - Hum...
Será desta?
A alegada conta secreta que Ansumane Mané abriu na Costa do Marfim poderá pertencer afinal à ex-Junta Militar. Mas também, a mesma conta pode servir para descortinar o verdadeiro mistério por detrás do seu assassinato. Fonte da família do brigadeiro diz que os "verdadeiros contornos do assassinato estão ainda por revelar". A morte de Ansumane Mané, abatido a tiro em Novembro de 2000, pode estar relacionado com o depósito de 18 milhões de dólares (15 milhões de euros) e não com a alegada tentativa de golpe de Estado de que foi acusado pelo então presidente Kumba Ialá.
Pode ser desta, oxalá...
quarta-feira, 2 de junho de 2004
Portfólio, Guiné-Bissau
Fotografias © António Aly Silva/2004
Olhares distantes; o orgulho e a esperança sempre presentes...eis o guineense!
Uma imagem que vale mais do que mil palavras
Esta imagem ilustra a beleza das mulheres a pescar nas águas calmas de um rio qualquer da Guiné-Bissau. A coreografia parece ensaiada, mas não foi. É mesmo assim.
Cuidado com estes sítios
ALERTA PARA QUEM USA INTERNET VIA TELEFONE:
Acabam de me avisar para «não entrar» neste sítio e nem neste. Dizem que eles existem para roubar as passwords. Para aceder a este site é necessário instalar um ficheiro. Este ficheiro, quando instalado, substitui a ligação telefónica normalmente utilizada (clix, iol, Netc,Telepac, etc.), por outra ligação, pela "módica" quantia de 3,28€ (cerca de 659$00) por minuto. Esta situação é gravíssima, atendendo a que minguém se apercebe de nada, isto até aparecer a factura do telefone. O mais escandaloso é que o programa tenta constantemente ligar à internet, pelo que, se alguém abandonar o computador cortando a ligação, não imagina que o computador vai voltar a ligar, ficando a gastar 659$00 por minuto. Ficam avisados
Acabam de me avisar para «não entrar» neste sítio e nem neste. Dizem que eles existem para roubar as passwords. Para aceder a este site é necessário instalar um ficheiro. Este ficheiro, quando instalado, substitui a ligação telefónica normalmente utilizada (clix, iol, Netc,Telepac, etc.), por outra ligação, pela "módica" quantia de 3,28€ (cerca de 659$00) por minuto. Esta situação é gravíssima, atendendo a que minguém se apercebe de nada, isto até aparecer a factura do telefone. O mais escandaloso é que o programa tenta constantemente ligar à internet, pelo que, se alguém abandonar o computador cortando a ligação, não imagina que o computador vai voltar a ligar, ficando a gastar 659$00 por minuto. Ficam avisados
Minha bandeira, meu orgulho
...Num dia qualquer, lembro Amílcar, Pansau e outros e com orgulho digo Guiné-Bissau e o indicativo do nosso hino nacional: «Esta é a Nossa Pátria Amada».
terça-feira, 1 de junho de 2004
É a incompetência, estúpidos (II)
Caro amigo,
Antes de me ir embora, depois de mais um dia de trabalho, não pude deixar de lançar um olhar pelos sítios de temática africana, e lá me deparei com o teu artigo “É a incompetência, estúpidos”. Fiquei sobressaltado, pois conheço o teu estilo, e fiquei com a adrenalina no ponto, mas acabada a leitura sinto-me tal como me senti no dia em que alguém (guineense), se sentou ao meu lado para me convencer a votar no PAIGC, e perante a falta de argumentos para desmontar ao raciocínio que construí, reagiu dizendo que tinha documentos (termo de compromisso que os bolseiros assinam antes de partir para os estudos) assinados por mim que poderia entregar no SEF, para não me atribuírem a nacionalidade portuguesa uma vez que tinha o processo de naturalização em curso.
Caro amigo a minha resposta veio pronta e num tom diferente daquele que sei que habitualmente usas: “Os documento foram assinados em Bissau por isso ninguém os poderia ter em Lisboa. Por outro lado não surtiriam efeito pois o meu processo fruto da concentração das minhas energias e da minha inteligência em coisas construtivas, em apenas quatro meses deixou de ser da competência do SEF, uma vez que a minha naturalização já vinha publicada no Diário da República, o que impressionou até aos funcionários do SEF pois foi tão rápido quanto o dos jogadores de futebol.”
Ora aí está uma situação que me permite, hoje, perceber o que sente uma pessoa que se concentra em construir, em ser empreendedor, criativo, inovador... e em marcar uma posição que permita ampliar o espaço de manobra de toda a comunidade africana e sem sombra de dúvidas abrir precedentes positivos e incutir mais espírito crítico às gerações futuras, perante agressões de indigentes com que temos que lidar hoje.
Pois digo com uma frontalidade equivalente à calma que geralmente procuro manter neste tipo de situação, que o berço faz a diferença, muita gente minha amiga saiu dos internatos do PAIGC (sem querer generalizar) e dos confins da Guiné, para ocupar o espaço deixado por pessoas como o Luís Cabral. Independentemente da cor da pele, há quem tenha outra visão do mundo, outra dimensão e estatura ética e moral, e é assim não por culpa de alguém, mas por obra e graça do destino que colocou alguns do lado dos que mais oportunidades e proximidade tiveram do conhecimento, da formação, da cultura e dos bons costumes, da ética, da moral, dos princípios, do carácter ... e ninguém se pode auto flagelar por ter tido tal sorte, antes pelo contrario. Peço a Deus que me coloque sempre do lado das oportunidades, e quando assim não for não procuro destruir tudo e todos, mas sim conviver e evoluir com e ao lado dos melhores. Porém, não se deve esperar essa postura daqueles que usurparam os destinos da Guiné-Bissau.
Gente cuja visão do mundo e da essência da vida, até há bem pouco tempo se resumia a conceitos associados a fenómenos como o “fanado”, a agricultura de subsistência, o casamento tradicional e polígamo, o toca-tchur, cancuram, cansaré.... ora com todo o respeito que tais conceitos merecem no contexto da nossa cultura, é uma forma muito redutora superficial de conhecer e abordar o mundo.
O meu amigo, quando deu conta de si como gente, já conhecia o rádio, o gira-discos, o leitor/gravador de cassetes, nem se deve lembrar como e quando aprendeu a ler pois foi algo natural no seu contexto familiar, tinha pessoas da família que já conheciam a metrópole... por isso tem a obrigação de não se deixar atingir por quem não tem dimensão para tal. Um abraço do Insolente
NR - Insolente, sabes bem que há coisas que eu não engulo. Se esse alguém fosse homem, ter-se-ia identificado para, assim, lhe ir às trombas!!! Sem espinhas. Vai dando notícias. Abraço amigo.
Antes de me ir embora, depois de mais um dia de trabalho, não pude deixar de lançar um olhar pelos sítios de temática africana, e lá me deparei com o teu artigo “É a incompetência, estúpidos”. Fiquei sobressaltado, pois conheço o teu estilo, e fiquei com a adrenalina no ponto, mas acabada a leitura sinto-me tal como me senti no dia em que alguém (guineense), se sentou ao meu lado para me convencer a votar no PAIGC, e perante a falta de argumentos para desmontar ao raciocínio que construí, reagiu dizendo que tinha documentos (termo de compromisso que os bolseiros assinam antes de partir para os estudos) assinados por mim que poderia entregar no SEF, para não me atribuírem a nacionalidade portuguesa uma vez que tinha o processo de naturalização em curso.
Caro amigo a minha resposta veio pronta e num tom diferente daquele que sei que habitualmente usas: “Os documento foram assinados em Bissau por isso ninguém os poderia ter em Lisboa. Por outro lado não surtiriam efeito pois o meu processo fruto da concentração das minhas energias e da minha inteligência em coisas construtivas, em apenas quatro meses deixou de ser da competência do SEF, uma vez que a minha naturalização já vinha publicada no Diário da República, o que impressionou até aos funcionários do SEF pois foi tão rápido quanto o dos jogadores de futebol.”
Ora aí está uma situação que me permite, hoje, perceber o que sente uma pessoa que se concentra em construir, em ser empreendedor, criativo, inovador... e em marcar uma posição que permita ampliar o espaço de manobra de toda a comunidade africana e sem sombra de dúvidas abrir precedentes positivos e incutir mais espírito crítico às gerações futuras, perante agressões de indigentes com que temos que lidar hoje.
Pois digo com uma frontalidade equivalente à calma que geralmente procuro manter neste tipo de situação, que o berço faz a diferença, muita gente minha amiga saiu dos internatos do PAIGC (sem querer generalizar) e dos confins da Guiné, para ocupar o espaço deixado por pessoas como o Luís Cabral. Independentemente da cor da pele, há quem tenha outra visão do mundo, outra dimensão e estatura ética e moral, e é assim não por culpa de alguém, mas por obra e graça do destino que colocou alguns do lado dos que mais oportunidades e proximidade tiveram do conhecimento, da formação, da cultura e dos bons costumes, da ética, da moral, dos princípios, do carácter ... e ninguém se pode auto flagelar por ter tido tal sorte, antes pelo contrario. Peço a Deus que me coloque sempre do lado das oportunidades, e quando assim não for não procuro destruir tudo e todos, mas sim conviver e evoluir com e ao lado dos melhores. Porém, não se deve esperar essa postura daqueles que usurparam os destinos da Guiné-Bissau.
Gente cuja visão do mundo e da essência da vida, até há bem pouco tempo se resumia a conceitos associados a fenómenos como o “fanado”, a agricultura de subsistência, o casamento tradicional e polígamo, o toca-tchur, cancuram, cansaré.... ora com todo o respeito que tais conceitos merecem no contexto da nossa cultura, é uma forma muito redutora superficial de conhecer e abordar o mundo.
O meu amigo, quando deu conta de si como gente, já conhecia o rádio, o gira-discos, o leitor/gravador de cassetes, nem se deve lembrar como e quando aprendeu a ler pois foi algo natural no seu contexto familiar, tinha pessoas da família que já conheciam a metrópole... por isso tem a obrigação de não se deixar atingir por quem não tem dimensão para tal. Um abraço do Insolente
NR - Insolente, sabes bem que há coisas que eu não engulo. Se esse alguém fosse homem, ter-se-ia identificado para, assim, lhe ir às trombas!!! Sem espinhas. Vai dando notícias. Abraço amigo.
O ovo e a galinha do jornalista e a "doutrina" de Paulo Portas
A história do ovo e da galinha, ou a dúvida sobre o que surgiu primeiro, tem dividido opiniões, mas o ministro da Defesa português, Paulo Portas, defendeu hoje em Bissau que, sobre essa questão, "a doutrina divide-se".
A questão, inesperada, foi levantada por um jornalista guineense que, depois de Paulo Portas falar sobre as razões da sua estada em Bissau, foi provavelmente confrontado com a pergunta mais inesperada da sua vida e feita com o ar mais sério deste mundo. O diálogo, que tem tanto de curto como de inesperado, decorreu a bordo da fragata "Vasco da Gama", que se encontra ao largo de Bissau, e foi, no mínimo, bizarro:
- "Senhor ministro, só para satisfazer a minha curiosidade: ovo ou galinha, quem nasceu primeiro?", perguntou o jornalista, no meio da surpresa geral, quanto mais não seja pelo "atrevimento". O seu interlocutor, Paulo Portas, respondeu, naturalmente surpreendido: - "Como?".
- "Ovo e galinha. Qual deles «nasceu» primeiro?", repetiu o jornalista, ávido pela resposta. - "A doutrina divide-se", respondeu quase de imediato o governante português, não conseguindo, depois, disfarçar uma gargalhada bem sonora e que levou os restantes jornalistas presentes, até então atónitos e expectantes, a rir a bandeiras despregadas.
O inquiridor, sempre impassível, ficou satisfeito e embarcou, logo depois, no helicóptero que o trouxe de regresso a terra firme, enquanto Paulo Portas, ainda a abanar a cabeça de incredulidade, se afastava para algures dentro da fragata "Vasco da Gama".
"Senhores presidentes, estamos aqui!!!"...
..."Olhem um pouco mais por nós". Assinam as crianças dos países africanos de língua portuguesa. E nós subscrevemos na íntegra.
Hoje é 1º de Junho, o dia das Crianças
E estes são os seus direitos:
PRINCÍPIO I – A criança tem direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
PRINCÍPIO II – A criança tem o direito de ser compreendida, deve desenvolver-se em condições de igualdade de oportunidades, com liberdade e dignidade.
PRINCÍPIO III – A criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade.
PRINCÍPIO IV – A criança tem direito à alimentação, deve crescer com saúde e a mãe deve ter cuidados médicos antes e depois do parto.
PRINCÍPIO V – A criança deficiente tem direito à educação e cuidados especiais.
PRINCÍPIO VI – A criança tem direito ao amor e compreensão, deve crescer sob a protecção dos pais, com afecto e segurança para desenvolver sua personalidade.
PRINCÍPIO VII – A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, as suas opiniões e o seu sentimento de responsabilidade moral e social.
PRINCÍPIO VIII – A criança em qualquer circunstância deve ser a primeira a receber protecção e socorro.
PRINCÍPIO IX – A criança não deve ser abandonada, espancada ou explorada, não deve trabalhar quando isto atrapalhar sua educação, saúde e seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
PRINCÍPIO X – A criança deve ser protegida do preconceito, deve ser educada com o espírito de amizade entre os povos, de paz e fraternidade, deve desenvolver suas capacidades para o bem de seus semelhantes.
É a incompetência, estúpidos
Alguns energúmenos escrevem-me para o blogue, insultando, nalguns casos até ameaçando, tudo a coberto do anonimato e, portanto, COBARDEMENTE. Invocam até - vejam só! - o ex-presidente Luís Cabral, para me chamar de 'caboverdiano'. Para que conste, digo a estes meus polícias de luxo que poucos guineenses, compatriotas meus, serviram e servem aquele país, como eu. A essas pessoas peço que dêem a cara, que venham ao terreno enfrentar-me cara a cara. Tal como eu faço e sem medos.
Orgulho-me muito do papel que desempenho em Portugal em prol, não só da Guiné (mas mais da Guiné), mas de todos os países africanos que falam o português. Quanto a esta nobre área em que me movo - o jornalismo, orgulhar-me-ei sempre quando disser que trabalhei aqui e aqui - as duas MELHORES publicações em Portugal. Quero apenas ver esses países a caminhar na direcção certa e sem complexos estúpidos. Quero que as crianças dos nossos países tenham oportunidade para estudar e, mais tarde, servirem o país que lhes viu nascer. Quero ver os cidadãos dos nossos países a viver com dignidade, como humanos e não como animais. Quero ajudar a acabar com a CORRUPÇÃO, com a INCOMPETÊNCIA, com a DESUMANIDADE e com a GULA dos seus GOVERNANTES.
Falam mal de Luís Cabral, mas se me permitem, gostaria que me respondessem a esta pergunta: Dizem cobras e lagartos do ex-presidente...mas Luís Cabral saiu do poder em 1980... e a Guiné-Bissau parece que está na idade da pedra... Tenham vergonha e estejam calados, pois quando alguns de vocês abrem a boca, ou entra mosca ou sai asneira. Por isso é que a Guiné-Bissau está como se vê: tornou-se num santuário para mentirosos e delatores. E num país de nabos e empatias, eu considero-me um bom fazedor. Não sou palhaço. Palhaços são vocês, que medem tudo o que fazem e SOMAM nada. Garanto-vos aqui que eu, que fui para o fundo do poço com aquele povo e País que amo e venero, sairei vencedor. Juntamente com eles. Até porque não tenho inimigos à minha altura. Sem qualquer consideração, assina: António Aly Silva
segunda-feira, 31 de maio de 2004
Ainda o Nuno Luz (no escuro, claro...)
Meu caro Aly,
Infelizmente, quer a rádio quer a televisão são prenhes em frases como estas
"«Cristiano Ronaldo teve mesmo que ser saturado»". Eles reconhecem, mas
continuam e, depois, desculpam-se com o "stress - ou estresse, já não sei -
dos directos. Senhores directores, por favor facultem bons cursos de dicção
aos vossos repórteres, ou jornalistas???.
Lobitino Almeida N'gola
Um abraços meu caro, temos de marcar um almoço... ah!! eu recebi o jornal
(um) na segunda-feira passada, mas ainda não tinha tido oportunidade de te
avisar. As minhas desculpas.
NR - Caro Lobitino...perdoai-lhes, pois eles não sabem o que fazem. Mas como eu disse, a procissão ainda vai no adro. Preparemo-nos pois para muitos mais disparates em directos. A propósito, Gabriel Alves está na área...e eu à coca.
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