domingo, 16 de agosto de 2015

QUEDA DO GOVERNO OU GOLPE DE ESTADO?


A presidente da rede das mulheres para a paz da Guiné-Bissau pede às esposas do Presidente e a do primeiro-ministro, demitido, para convencerem os maridos a adotarem a via do diálogo para ultrapassar a crise politica no país.

"Neste momento imagino como é que elas devem estar", disse à agência Lusa líder da Rede das Mulheres para a Paz na Africa Ocidental (Rempsecao), Elisa Pinto.

A mensagem é dirigida à esposa do chefe de Estado, Maria Rosa Vaz, e à mulher do primeiro-ministro demitido, Paula Pereira.

Segundo referiu, as esposas dos dois líderes podem ser capazes de levar os respetivos maridos para o caminho de um diálogo franco, aberto e positivo para a Guiné-Bissau.

Se nos próximos dias os políticos não alcançarem um entendimento, outras organizações da sociedade civil pretendem organizar ações de rua para demonstrarem o desagrado face à crise política.

O presidente do Sindicato Nacional dos Professores da Guiné-Bissau (Sinaprof), Luís Nancassa, receia que o ano letivo nas escolas públicas possa estar comprometido se não houver uma solução "constitucional" para o problema criado com a demissão do Governo.

Antigo candidato à presidência da Guiné-Bissau, Luís Nancassa dirigiu-se especialmente ao chefe de Estado que disse ser o único elemento capaz de "ajudar" o país a sair da crise.

Nos últimos dias têm decorrido reuniões em Bissau entre líderes de organizações da sociedade civil, juntando sindicatos, associações socioprofissionais, mulheres e jovens, com vista a afinar estratégias de resposta perante a crise.

"Até à próxima semana, no máximo, se não houver uma solução, vamos sair às ruas e começar a demonstrar-lhes o nosso descontentamento", indicou à Lusa um elemento afeto ao sindicato do pessoal da Saúde Pública.