O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) felicitou o povo guineense, em particular os cidadãos eleitores, que votaram na vitória do seu partido a 13 de Abril, que alcançou a maioria parlamentar de 55 deputados. «Por estes resultados muito positivos, o PAIGC se congratula com a clarividência do povo guineense, felicita a todos os eleitores e assume as responsabilidades de corresponder aos desígnios assim expressos», disse Domingos Simões Pereira, o Presidente do partido, em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 17 de Abril.
Neste sentido, Domingos Simões Pereira sublinhou que o povo conferiu ao seu partido a maioria necessária para governar, mas recomenda, impõe alianças e entendimentos para as reformas estruturais necessárias no país. Durante o encontro com os jornalistas, o Presidente do PAIGC revelou que o número de mandatos pode superar os 55, para 58 deputados, entre os quais os dois deputados eleitos nos Círculos da diáspora, África e Europa.
Comparativamente com as eleições anteriores, Domingos Simões Pereira explicou que o PAIGC em 2008, na altura dirigido por Carlos Gomes Júnior, disse qua a situação não é comparável porque, neste período, o partido tem controlo sobre o Governo. «17 mandatos sobre 20 em Bissau, este resultado tem um enorme significado em termos de valor, mas não se pode exigir de todos a nível nacional», referiu.
Apesar deste desfecho, o futuro Primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse estranhar alguns resultados em lugares considerados tradicionalmente fiéis ao PAIGC, nomeadamente nos Círculos 6, 7, 15, 16, 17 e 18, em Farim, Mansaba, norte do país, Pitche, Sonaco e Pirada, na região de Gabu, leste do país. «O cenário em perespectiva indica que o PAIGC pode governar sem grandes compromissos, mas vai necessitar de alianças para importantes reformas», admitiu Simões Pereira.
Neste sentido, informou que o seu partido vai confirmar o interesse e a disponibilidade já manifestada, de abrir um processo de diálogo com outras forças políticas e mesmo com os elementos independentes e a sociedade civil, a favor de um Governo de inclusão baseado no reconhecimento de mérito e congregar os melhores a favor da Guiné-Bissau.
Ao nível interno o Presidente do PAIGC disse que foram detectados alguns casos por parte de militantes do partido que assumiram um comportamento e posicionamento contrários aos interesses do partido. «Estes casos serão obviamente investigados de forma serena mas rigorosa e as conclusões vão ser submetidas a decisão nos órgãos competentes do partido», determinou Pereira.
Durante esta conferência de imprensa, o líder da maior formação política da Guiné-Bissau denunciou actos de ameaças e perseguição dos seus militantes em Bafatá, por parte dos elementos das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira confirmou que o partido vai reunir para analisar o modelo de Governo a ser formado e que irá dirigir os destinos da Guiné-Bissau nos próximos quatro anos.