terça-feira, 11 de março de 2014
Koumba: Não há fumo sem fogo
Koumba Yalá não chegou a ser detido, nem 'exportado', como noticiou o pasmalu com as devidas reservas, mas a verdade é que houve um desentendimento entre as forças nigerianas do contingente da ECOMIB estacionadas em Bissau, e Kumba Yalá. Aconteceu no passado sábado. Kumba sabe que está na mira, e que a CEDEAO, a mesma que lhe cortou a caminhada para as presidenciais, está num beco sem saída junto da restante comunidade internacional, e tem que mostrar serviço.
Se estas eleições correrem mal - ou se não houver eleições - muita cabeça irá rolar. E na reunião dos Chefes de Estado Maior da CEDEAO, em Bissau, foi dito ao próprio António Indjai: depois das eleições, acabou. Tem de sair. E a UA, em concertação com a UE e a ONU, querem que os golpistas do 12 de abril sejam levados a tribunal e julgados.
A Nigéria, a potência golpista - e assumida - dos quatro da CEDEAO, está a ser por outro lado fortemente pressionada pela administração norte-americana: primeiro, querem o Kumba fora do barulho eleitoral; depois, para completar o ramalhete, pedem a cabeça do CEMGFA Indjai. Se a Nigéria assume o apoio aos golpitas e está à testa da ECOMIB, então que entreguem o acossado e assustado general.
Aliás, o contingente militar da ECOMIB foi reforçado - não, não é para as eleições - e ditadura do consenso sabe de fonte segura que existem movimentações perto das águas territoriais da Guiné-Bissau: a DEA, depois de prender El Chappo - os EUA ligaram-no à Guiné-Bissau nas suas actividades de tráfico de droga - reforçaram ainda mais a sua presença em África, nomeadamente em Dakar, e a AFRICOM está a postos.
A frota de dois aviões espião AWAC (enquanto um voa e vigia, o outro aguarda em terra) estacionadas no aeroporto Léopold Sénghor, em Dakar, faz supor que não se augura nada de bom para a Guiné-Bissau. Komba Yalá tem de ter alguma contenção, pois quem 'manda' na Nigéria...é a América! E tirar Kumba da Guiné-Bissau sem partir um ovo...é mais fácil do que aparenta... AAS