quarta-feira, 4 de março de 2015

Abertura do ano judicial: Discurso da Ministra da Justiça, Carmelita Pires


"Sua Excelência Senhor Presidente da República;
Sua Excelência Senhor Primeiro Ministro;
Venerando Presidente do Supremo Tribunal da Justiça;
Venerando Presidente do Tribunal de Contas;
Venerando Presidente do Tribunal Superior Militar;
Digníssimo Procurador-Geral da República;
Ilustre Bastonário da Ordem dos Advogados;
Senhores Ministros, Excelências;
Senhores Chefes das Bancadas Parlamentares, Excelências;
Venerandos Juízes Conselheiros;
Digníssimos Procuradores-Gerais Adjuntos;
Venerandos Juízes Desembargadores;
Suas Excelências Senhores Deputados da Assembleia Nacional Popular;
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Bissau;
Senhores Membros dos Conselhos Superiores da Magistratura Judicial e da Magistratura do Ministério Público;
Senhora Presidente da Comissão de Direitos Humanos;
Senhores Membros do Corpo Diplomático e de Organismos Internacionais acreditados na Guiné-Bissau;
Caros parceiros de cooperação;
Senhores Magistrados e ilustres Advogados;
Senhores Funcionários do Ministério da Justiça;
Distintos convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores;
Excelências;

Nesta Abertura Solene do Ano Judicial 2015, decorrido meio ano de governação, não vou queixar-me da imensidão de trabalho com que deparei. No nosso país, quase tudo continua por fazer. Quando aceitei tomar a peito este grande desafio, tinha plena consciência das dificuldades que me esperavam e de que seria necessário enterrar as «mãos na lama».

O Governo executa, de momento, um Plano de Urgência e elaboramos um Programa de Reforma a apresentar à Mesa Redonda de Doadores - a realizar brevemente - com os primeiros passos de uma inadiável Reforma do sector, na expectativa de conseguir arranjar financiamento para o cumprimento desse ambicioso Programa, sem prejuízo de uma abordagem estratégica estabelecendo prioridades, para uma utilização racional dos magros recursos de que podemos dispor.

A pretexto da abertura deste ano judicial, permitam-me que, no cumprimento das minhas incumbências institucionais, partilhe publicamente um DIAGNÓSTICO SUCINTO do setor da Justiça, arrolando os múltiplos constrangimentos com que este se depara. As principais críticas reportam-se:

− À morosidade do sistema judicial, com atrasos processuais crónicos, redundando numa perceção pública de inconclusividade, agravada pela ideia de um produto errático, caro e vulnerável à corrupção;
− À absoluta necessidade de atualização dos registos de identidade individual e coletiva, de instituir uma cobertura geográfica e cadastral sobre todo o território nacional;
− Ao facto de a legislação se encontrar, na maioria dos casos, obsoleta e carente de adaptação aos vários acordos internacionais assinados;
− Ou ainda a um deficit de procuração pública em relação a crimes não esclarecidos, cometidos desde a Independência, casos cuja improcedência tem contribuído para a generalização de um sentimento de impunidade.


Excelências,

Reconhecendo pragmaticamente a incapacidade da Justiça para recuperar os atrasos que foi acumulando na sua atuação, chamamos a atenção para a novidade que representa a proposta de criação de uma AUTORIDADE DA MEMÓRIA E JUSTIÇA. Com este gesto de reconciliação com o passado, pretende-se assumir o DIREITO DAS VÍTIMAS A UMA REPARAÇÃO, bem como o direito da posteridade a conhecer a VERDADE HISTÓRICA, fomentando o espírito de ARREPENDIMENTO DOS CULPADOS.

Ora, plagiando um poema guineense recente, a culpa será sempre culpa. Devemos guardar as nossas forças para encarar os desafios que o futuro nos reserva. Simplesmente, não queremos voltar a cair nos mesmos erros e por isso a condição que colocamos aos autores confessos de crimes de cariz político-militar enquadrados nessa figura, é a da NÃO REINCIDÊNCIA. Queremos inaugurar uma NOVA ERA DE JUSTIÇA COM J GRANDE. E para isso, muito trabalho nos espera.

E estamos perante um DILEMA GERACIONAL: se as atuais lideranças políticas não conseguirem institucionalizar o Estado, recuperando a confiança das populações, sobretudo agora que para isso possuem MANDATO POPULAR INEQUÍVOCO, perderemos definitivamente o comboio do desenvolvimento, esgotando-nos em querelas internas inúteis.

Ambicionamos criar as condições para UMA NOVA PARTIDA. Para que ninguém se sinta tentado a tomar essa benevolência e magnanimidade - de que agora usamos, por compreendermos o anterior período de fragilidade judicial e a forte reatividade envolvida - como um sinal de fraqueza. Que não é. Antes pelo contrário. Tem por contrapartida fortes exigências e conotações, no sentido da IMPLACABILIDADE FUTURA.

Sua Excelência Senhor Presidente do Supremo Tribunal da Justiça,

O Ministério da Justiça está empenhado não só em aumentar drasticamente a celeridade processual, aumentando o nível de exigência, como em recuperar os atrasos que se verificam no panorama judicial. NÃO PODEMOS CONDESCENDER, QUANDO É A CREDIBILIDADE DA JUSTIÇA QUE ESTÁ EM CAUSA.

O Governo está a fazer um grande esforço para REGULAMENTAR E CODIFICAR, por vezes coisas tão básicas como o Código da Estrada, que há muito se revelava desadequado. Esperamos enquadrar muita legislação avulsa, incompleta e desatualizada. Nessa consolidação, que se impunha, esperamos incluir não apenas as obrigações de transposição para a lei nacional, decorrentes de acordos internacionais ou sub-regionais já assinados, como considerar igualmente as RECOMENDAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS, sempre levando em consideração a sua exequibilidade nas NOSSAS CONDIÇÕES SOCIOLÓGICAS E IDENTITÁRIAS ESPECÍFICAS. Perante esse NOVO QUADRO LEGAL, a Justiça terá então plena legitimidade para exigir o seu integral cumprimento, decretando tolerância zero para com os infratores.

Sua Excelência Senhor Procurador-Geral da República,

Defendemos igualmente um papel mais pró-ativo da Procuradoria-Geral da República, coadjuvado pela figura do Promotor, para que crimes públicos, ou até simples suspeitas sobre crimes supostamente cometidos por titulares de cargos políticos quando publicamente denunciadas, sejam exaustivamente indiciadas, investigadas e processadas, até ao seu cabal esclarecimento, para que A IMPARCIALIDADE E OPERACIONALIDADE DA JUSTIÇA SE MANTENHAM ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA.

Pela mesma ordem de ideias, torna-se necessário tipificar crimes fazendo uso de recursos informáticos, como por exemplo de DIFAMAÇÃO ATRAVÉS DE BLOGUES OU REDES SOCIAIS, no caso de se revelarem infundadas tais acusações, contribuindo assim para moralizar alguns excessos que se têm vindo a verificar.

Excelências,
Distintas Personalidades,

A Constituição da República reconhece a independência do poder judicial, no entanto, também reconhece o DIREITO À JUSTIÇA PARA TODAS E TODOS OS CIDADÃOS, independentemente das suas possibilidades económicas. Por essa razão, considero que o principal desafio é o do estabelecimento de uma plataforma orgânica setorial que nos permita obter resultados palpáveis rapidamente.

CADA UM DEVE DESEMPENHAR O SEU PAPEL, em benefício do valor supremo que representa a Justiça, a qual deve ser administrada em nome do povo. Se, ao titular de um cargo de magistratura, se exige que responda com a sua consciência perante a Lei, independentemente do poder político, essa independência não deve significar que a sua atuação se transforme em caixa negra, seja isenta de avaliação ou da obrigação de prestar contas. Em caso algum podemos tolerar que se constituam feudos em torno da defesa de interesses corporativos.

Um dos eixos de governação e cavalo de batalha do Ministério da Justiça é a TRANSPARÊNCIA: quem não deve não teme. A qualidade percebida do sistema judicial melhorará substancialmente caso sejam devidamente publicitados os seus resultados, com uma produção de estatísticas fiáveis e sempre atualizada. A curto prazo, o Ministério da Justiça dará início à sua presença na internet, com notícias e algumas funcionalidades simples, como por exemplo a publicação de tabelas de preços, a transferência de formulários, ou a apresentação de reclamações. Posteriormente, essa presença virtual deverá evoluir para um Portal da Justiça, onde virá a ser possível consultar on-line todas as estatísticas do setor, ou mesmo efetuar pagamentos.

A TRANSPARÊNCIA É A MELHOR FORMA DE LUTAR CONTRA A CORRUPÇÃO: corta-se o mal pela raiz. E esse combate tem de ser travado em todas as frentes, tanto face a corruptos como a corruptores, seja face ao pequeno seja ao grande. Justifica-se uma GRANDE MOBILIZAÇÃO SOCIAL contra esse género de prática imoral, penalizando como opróbrio aquele que o pratica. Neste campo, seria desejável que se funcionalizassem os instrumentos jurídicos já existentes, ou se agilizassem outros meios para esse fim, configurando a corrupção como crime público que é.

Excelências,

Quero ainda chamar a atenção para o projeto de itinerância da Justiça «CARAVANA DA CIDADANIA», cujo objetivo é o de aproximar vários serviços às populações do interior, incluindo os de identificação. Os primeiros passos deverão servir de projeto-piloto para um sistema nacional de identificação e cadastro, a disponibilizar sob a forma de Sistema de Informação Geográfica, integrado no âmbito do Portal da Justiça.

Todos estes objetivos de credibilização da Justiça não poderão ser alcançados sem a PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS ATORES ENVOLVIDOS. É urgente aproveitar a capacidade local de formação de quadros, consubstanciada na Faculdade de Direito de Bissau, para promover uma massa crítica nacional no ramo, oferecendo estágios que proporcionem verdadeira experiência profissional, num ambiente de qualidade, para que esses jovens possam no futuro garantir a renovação das gerações mais antigas. Se todos estiverem conscientes do seu papel e das vantagens de trabalhar em prol do bem comum, havemos de conseguir, juntos, dignificar o nome da Justiça na Guiné-Bissau.

Que seja já este ano O NOSSO BOM ANO JUDICIAL!
Gostaria de terminar citando a célebre frase de Martin Luther King: "I have a dream" - Também eu tenho um sonho para o meu país. Um sonho de mudança.
Muito obrigado a todos pela atenção."

terça-feira, 3 de março de 2015

Inauguração da mini-rede híbrida mais ampla do mundo


A 4 de Março de 2015, pelas 09h00, em Bambadinca, a Delegação da União Europeia junto da República da Guiné-Bissau e a ONG TESE Sem Fronteiras, irão inaugurar o Serviço Comunitário de Energia de Bambadinca (SCEB), com a prevista participação de S.E. o Primeiro-Ministro e de outros membros do Governo da Guiné-Bissau, bem como do Embaixador da União Europeia em Bissau e do Comissário da CEDEAO para Energia e Minas.

A entrada em serviço do SCEB permitirá aos 8 mil habitantes de Bambadinca ultrapassar os constrangimentos no acesso à electricidade, beneficiando de um abastecimento permanente de energia renovável, garantido por uma inovadora central fotovoltaica híbrida de 312 kW de potência.

Este é o resultado do programa "Bambadinca Sta Claro", financiado pela União Europeia, pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, com o apoio da Direcção-Geral de Energia.

O projecto foi desenvolvido e executado pela TESE Sem Fronteiras e pelos seus parceiros, a Associação Comunitária de Desenvolvimento de Bambadinca (ACDB), a ONG guineense DIVUTEC e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O SCEB será gerido pela ACDB, que garantirá o fornecimento de electricidade a um preço acessível, assim como um modelo de gestão sustentável, com vista à sua replicação futura noutras localidades da Guiné-Bissau e da sub-região.

QUEM BENEFICIA?

 Os beneficiários directos do projecto são todos os habitantes de Bambadinca (cerca de 8 mil pessoas) e nomeadamente os grupos mais vulneráveis, que para iluminação podiam utilizar apenas petróleo, pilhas ou velas.
 As instituições e comerciantes passam também a ver assegurado o seu abastecimento de energia eléctrica, graças a um serviço moderno e fiável.

Quem FINANCIOU e quem COORDENOU?

 O financiamento, de cerca de mil e 450 milhões de Francos CFA, foi assegurado a 75% pela União Europeia, a 23% pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a 2% pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
 A coordenação e a execução do projecto foram confiadas à ONG portuguesa TESE Sem Fronteiras, em parceria com a Associação Comunitária de Desenvolvimento de Bambadinca (ACDB), a ONG guineense DIVUTEC, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Direcção Geral de Energia da Guiné-Bissau.

Porque é um PROJETO INOVADOR?

 Bambadinca será a primeira cidade da Guiné-Bissau a usufruir da energia renovável
produzida por uma central fotovoltaica híbrida operacional 365 dias por ano.
 A partir de agora, a rede eléctrica de Bambadinca é considerada, pelos actores do sector energético, como a mini-rede híbrida mais ampla do mundo.

É de bradar aos céus!!!



Um táxi a circular em Bissau...com matrícula portuguesa!!! Ai, se a moda pega...Foto: Albano B.

O que faz a Direcção Geral de Viação e Transportes Terrestres? E a polícia de trânsito? Será que ninguém, nessa cidade, tem olhos no sítio? Como é que uma viatura entra no País, é pintado de azul e branco e faz com toda a calma o serviço de táxi?! AAS

Combate à fuga ao fisco


O tesouro público guineense situa a sua margem de receita vinda de imposto fiscal em apenas 11 por cento, enquanto o Senegal, seu vizinho, com o qual tem um fluxo comercial muito expressivo, ronda os 20 por cento, o tesouro público guineense situa a sua margem de receita proveniente do imposto fiscal em 11 por cento.

Este quadro vem de longos anos e deve-se a uma profunda corrupção que domina o aparelho administrativo estatal, sobretudo, os sectores directamente envolvidos na execução das políticas governamentais para coleta das receitas.

O Ministério das Finanças assume-se como o principal responsável pela tal execução, enquanto as suas células, nomeadamente as direções-gerais de contribuições e impostos e as alfândegas, apresentam-se como estruturas motoras para este propósito.

Só que, na verdade, com a rede de corrupção instalada, envolvendo alguns operadores económicos e os próprios agentes do Estado, estima-se que, por mês, o Governo perca cerca de 350 milhões de francos Cfa, o equivalente a 700 mil dólares americanos.

Consciente desta realidade, o actual Executivo pôs um plano em marcha, que, segundo o ministro Economia e das Finança, Geraldo Martins, consiste a combate a fuga ao fisco e os resultados já são evidentes.

Entretanto, os desafios são enormes. É que o critério da convergência adoptado ao nível da União Económica e Monetária Oeste Africana (Uemoa), define que os países membros devam atingir uma média de 17 por cento da sua receita fiscal.

Uma exigência que, para o titular da pasta das finanças, impõe a implementação de uma reforma fiscal justa, equilibrada e eficiente, sem querendo, para isso, asfixiar o sector produtivo ou os operadores económicos. Geraldo Martins perspectiva para o presente ano um crescimento económico na ordem de 4,7 por cento, contrariamente aos anos últimos três anos. VOA

domingo, 1 de março de 2015

TESTEMUNHO: "O meu coração bate pela Guiné-Bissau"


LEIA AQUI

Um país chamado esperança


Por Mónica Ferro

E foi isso que vi nas minhas visitas ao terreno: um enorme potencial humano libertado com formação. Se investires nas pessoas é pessoas qualificadas que tens, dizem-me, eu oiço, verifico e acredito.

Há aqui na África Ocidental um país chamado esperança.

São 36.544 km2 [36.125 km2] com cerca de 1,6 milhões de pessoas [um pouco mais] cheias de esperança. Esperança na normalidade, no normal funcionamento das instituições, no normal acesso a água, energia, saneamento básico, educação, segurança alimentar e saúde.

Têm outras esperanças, mas estas aparecem no topo de qualquer conversa e todas elas assumem um caráter mais que urgente, pois todas estão interligadas, todas são estruturantes do desenvolvimento. O insucesso em garantir qualquer uma destas necessidades põe em causa qualquer conquista, por mais sólida que ela pareça.

E há muitas conquistas neste país.

Ontem numa comunicação sobre o abandono da Mutilação Genital Feminina pelo Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas (CNAPN), organizada pela Embaixada de Portugal, com o Camões, no Centro Cultural Português, e no qual participei, todos fomos testemunhas de muito trabalho, de muitos desafios, de tantas outras frustrações, mas de muitas mais realizações.

Quita Djuta (CNAPN) relatou-nos um combate pelos direitos humanos, desconstruiu os mitos associados à MGF, denunciou as suas consequências e mostrou que temos que levar a cabo uma abordagem multinível – comunitária, legislativa, judicial, de empoderamento das raparigas e mulheres e de saúde – mas que o país da esperança está a saber ganhar, porventura não com a celeridade que alguns desejavam.

O elevado número de pessoas, organizações da sociedade civil e organismos de comunicação social que disseram presente mostra que o caminho se faz em conjunto, para se ir longe. Mostra-nos também que é um combate que não tem género, não tem idade, não tem religião, etnia ou nacionalidade, é de todas as pessoas que se preocupam com as pessoas.

E foi isso que vi nas minhas outras visitas ao terreno: um enorme potencial humano libertado com formação, com equipamentos adequados às necessidades identificadas para cada comunidade, com uma aposta clara nos resultados pretendidos. Se investires nas pessoas é pessoas qualificadas que tens, dizem-me, eu oiço, verifico e acredito.

Nos centros de saúde e hospitais que visitei, na sessão de formação a que assisti, uma das várias ações levadas a cabo ao longo da duração do PIMI (Projeto Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-infantil), o que vi foi pessoas formarem pessoas, capacitarem-nas para que possam ser os protagonistas do seu próprio desenvolvimento, para a sua autonomização.

Vi médicos e enfermeiros, e outros agentes, gerirem as suas unidades com profissionalismo, cuidando de farmácias abastecidas com os medicamentos necessários, aprendendo a usar os equipamentos de diagnóstico disponibilizados, ambicionando fazer mais e melhor com mais recursos. Esta é a chave da esperança.

Este é o racional da cooperação portuguesa no terreno, o modus operandi do PIMI e que o Instituto Marquês Valle Flor me desafiou a conhecer. Da teoria à prática vai a distância da realidade, e foi essa prática que pude acompanhar esta semana passada. Equipas de profissionais de muitas organizações, munidos dos seus conhecimentos, de medicamentos e equipamentos, de boas práticas para partilhar, a realizar o potencial destas pessoas que vivem com esperança.

Acredito, e não estou só, que cada pessoa conta, que contam as suas realizações, os seus projetos, a sua esperança. A Guiné-Bissau, o país de todas as esperanças, conta connosco. Não lhes podemos falhar.


Mónica Ferro, é Vice Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, coordenadora do Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento, membro do Comité Executivo do Fórum Europeu de Parlamentares para a População e Desenvolvimento

"Desavenças" junta PR, PM e presidente da ANP (todos do PAIGC)


O PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, vai juntar à mesma mesa o presidente do país, o líder do parlamento e o primeiro-ministro, para um esclarecimento sobre os motivos de alegadas desavenças entre os três. A informação foi avançada à Lusa por uma fonte da direção do Partido Africano da [PARA A] Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), como sendo uma das principais conclusões da reunião do ´bureau´ político realizada no sábado, em Bissau.

Os veteranos do partido auscultaram individualmente o presidente José Mário Vaz, o líder do parlamento, Cipriano Cassamá, e o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, para saber se as alegadas desavenças entre os três têm fundamento ou não e quais os motivos.

Após estas diligências, os veteranos do PAIGC, que se dizem preocupados, fizeram a restituição das auscultações aos 91 membros do ´bureau´ político, que, por sua vez, sugeriram um encontro entre os três. "A ideia é juntar os três à volta da mesma mesa para esclarecer os eventuais mal entendidos que possam existir", assinalou a fonte da direcção do PAIGC.

Os três dirigentes do país são todos membros do ´bureau´ político, mas devido às funções de presidente do país, José Mário Vaz não presencia as reuniões do partido, ao contrário de Cipriano Cassama e Domingos Simões Pereira, que marcaram presença no encontro de sábado.

A fonte da direcção do PAIGC fez notar ainda que o encontro entre os três, a ser organizado pelos veteranos do partido, visa sobretudo esclarecer mal entendidos "e promover a coesão a bem do partido e da Nação", sublinhou.

O ´bureau´ político também fez uma menção honrosa ao desempenho do Governo de Domingos Simões Pereira, a quem encoraja a prosseguir com as suas acções, manifestando ainda "total solidariedade" quanto à mesa redonda com os doadores prevista para 25 de março em Bruxelas, Bélgica. Lusa

UM RECADO PARA A AGÊNCIA LUSA: Não é Partido Africano DA (mas sim PARA) a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde. AAS

sábado, 28 de fevereiro de 2015

UE/Guiné-Bissau: Um projecto de saúde para redução da mortalidade materno-infantil na Guiné-Bissau vai passar a dispor de duas ambulâncias e dois motociclos para melhorar os transportes de urgência, anunciou hoje a delegação da União Europeia (UE) em Bissau.

Catió Baldé contra-ataca


PR JOMAV: 'Enquanto eu estiver como Presidente da República, não faltará refeição aos doentes deste hospital'




"Vou entregar ao Bispo um cheque de nove milhões de francos cfa. E enquanto eu estiver como Presidente da República a refeição de um milhão e meio de Fcfa [pouco mais de 1.500€] está garantida até eu sair do poder na Guiné-Bissau." Garantia dada pelo Presidente da República, José Mário Vaz, na visita que fez ao hospital de leprosos em Cumura

Presi ka sta na brinkadera

EXCLUSIVO DC/VERGONHA: Bandeira Nacional invertida...na nossa representação na ONU!!!




BANDEIRA...KABEÇA BAS...PÉ RIBA, com o Presidente a ver... Dá pena, dói. Agora também até na nossa representação diplomática junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, vemos a nossa bandeira sendo enxovalhada vezes sem conta. Não há alguém do protocolo na representação?!
Uma SUGESTÃO: Porque não mudamos a bandeira para uma só cor? Por exemplo, toda vermelha com uma pintinha azul...em qualquer lado? Respeitem pelo menos a bandeira, porra!

P.S.: Essa mesa é uma merda. AAS


Justino Delgado cantou:

É fadjal di padja
É bistil di kansaré
É kalsal darnakô
Ala fidju di djinti na mankussa pa nasson


AAS

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Banco Mundial e FMI apoiam a Guiné-Bissau


BM entrega memorando económico e FMI diz que arrecadação de receitas aumentou 60 por cento. O Banco Mundial apresentou esta semana o Memorando Económico da Guiné-Bissau ao Executivo de Domingos Simões Pereira, em que analisa as restrições de desenvolvimento de cada sector e recomenda opções sobre o caminho a seguir. Por seu lado, o Fundo Monetário Internacional revelou que a arrecadação de receitas em 2014 subiu 60 por cento, o que deixou o Governo satisfeito.

No documento, o Banco Mundial destaca que a Guiné-Bissau tem um enorme potencial de desenvolvimento, apesar de cerca de 70 por cento da população viver actualmente com dois dólares norte-americanos por dia. A organização realça que o país “está a mostrar sinais claros de apreciação da estabilidade”, tendo por isso prometido acompanhar o que chama de “embarque para um novo caminho para a prosperidade”.

O ministro guineense da Economia e Finanças Geraldo Martins disse que o documento expõe o que deve ser feito ao longo do próximo ano. Martins destacou que o memorandum deve ser usado no diálogo com doadores e parceiros para atingir os objectivos de desenvolvimento. A 25 de Março, o Governo participa numa reunião de doadores em Bruxelas, em busca do apoio

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional revelou ontem, 26, que as receitas fiscais da Guiné-Bissau em 2014 subiram acima das previsões da organização. "Comparando com as receitas de 2013, elas aumentarm 60%. Isto é um desempenho importante e muito encorajador", referiu o economista do FMI Félix Fischer, em conferência de imprensa, em Bissau.

A previsão apontava para um incremento de 40 por cento na arrecadação fiscal, mas o número foi superado e isso traz vantagens para a Guiné-Bissau, segundo o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins. VOA

Iraque ultrapassa Angola e é agora o segundo maior fornecedor de petróleo à China. AAS

Economia cresceu em 2014 acima das previsões, diz FMI


As receitas fiscais da Guiné-Bissau em 2014 subiram acima das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou esta quarta-feira o chefe de uma comitiva daquela organização que visitou o país. "Comparando com as receitas de 2013, incrementaram 60%. Isto é um desempenho importante e muito encorajador", referiu o economista Félix Fischer, em conferência de imprensa, em Bissau.

O novo Governo tomou posse em Julho, após dois anos de crise que se seguiram ao golpe de Estado de 2012. A previsão apontava para um incremento de 40% na arrecadação fiscal, mas o número foi superado e isso traz vantagens para a Guiné-Bissau, referiu o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins.

"Com estas receitas, [o Estado] liquidou os atrasados de dívida externa, o que é importante porque abre caminho para novos financiamentos dessas organizações, que, em alguns casos, já tinham fechado as portas à Guiné-Bissau durante vários anos", referiu.

Geraldo Martins ilustrou o cenário: "é como se tivéssemos roupa nova e pudéssemos agora apresentarmo-nos diante dessas organizações e dizer: temos projetos para solicitar financiamento". O aumento de receitas é atribuído a um controlo reforçado de mercadorias e à criação de um comité de tesouraria para as finanças públicas, entre outras medidas.

A avaliação positiva do FMI surge pouco tempo antes na mesa redonda de doadores, promovida pelo Governo da Guiné-Bissau, para o próximo dia 25 de março, em Bruxelas. No encontro em que o Governo vai procurar parceiros para a estratégia de desenvolvimento do país, "o FMI joga um papel informativo", referiu Félix Fischer.

A missão que quinta-feira termina a visita a Bissau serviu para apreciar a situação do país depois de em novembro ter recebido um empréstimo do FMI. Na altura, foi aprovado um montante de 5,4 milhões de dólares (4,7 milhões de euros) ao Governo da Guiné-Bissau para fazer face às despesas urgentes e para pagamento de parte da quota do país para com aquela organização.

Até final do primeiro semestre, uma nova missão deve deslocar-se ao país para preparar um plano de financiamento distribuído por vários anos. Lusa

COMUNICADO: PAIGC/PRS-Praia, Cabo Verde


COMUNICADO CONJUNTO DO PAIGC E PRS EM CABO VERDE

Comunicado de Imprensa

As comissões politicas dos partidos PAIGC e PRS em Cabo Verde, reunidos na sua última sessão de concertação no passado dia 25 de Fevereiro de 2015, na cidade da Praia, decidiram tornar ao público as suas posições relativamente a actual situação política na Guiné-Bissau, tendo em conta os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo actual governo de inclusão, num contexto em que a normalidade do funcionamento das instituições é imperativa, para a ainda débil estabilidade política e governativa, em construção.

As partes consideraram que:

1. mais uma vez, estamos perante um novo governo eleito pelo povo e que está exercendo o seu mandato que lhes confiaram, fazendo o melhor de si, nas circunstâncias em que o aparelho do Estado e toda a administração pública está operando, com fragilidade e graves problemas tanto estruturais como funcionais;

2. já se passaram 25 anos desde abertura política e democrática no país, sem que se possa colher frutos satisfatórios que da mesma se esperava;

3. o povo nunca sentiu a verdadeira liberdade decorrente da democracia e nem tão pouco viu consolidadas as iniciativas de desenvolvimento do país de que todos almejam;

4. a Guiné-Bissau e o seu povo têm sido altamente prejudicados pelas constantes intrigas internas no seio dos partidos políticos, com o simples propósito de ocupação de cargos políticos susceptíveis de concorrerem para a satisfação de interesses meramente individuais;

5. a cada turbulência política provocada, coloca-se o país em situação de retrocesso e de grandes perdas humanas, financeiras, materiais e de oportunidades;

6. hoje em dia, é notório na Guiné-Bissau, que há uma espécie de Clube de “cabalidos”, organizado para desorganizar o país, que sistematicamente toma de assalto o poder executivo e assim vai prosseguindo mergulhado em águas turvas de sustentação da corrupção e de abuso de poder;

7. o Clube em referência deve merecer especial atenção de todos, acompanhando e denunciando suas manobras desestabilizadoras, tanto no seio da comunidade guineense, como junto dos seus parceiros de desenvolvimento;

8. é importante recordar alguns trechos dos ensinamentos bíblicos que aconselham: “os humanos devem ter sempre o pensamento de comunhão de bens para o sucesso e bem-estar de todos. Isto é, de que nunca devemos penalizar por completo o pensamento dos nossos governantes e nem tão pouco dos nossos vizinhos e amigos. Mas sim lamentar o mal e procurar sempre apresentar soluções que sirvam o interesse de todos”;

9. chegou a hora de se parar com intrigas e calúnias, pois, essas práticas nunca guiaram os países para o desenvolvimento, nem facilitaram o respeito pelos direitos humanos.

Assim, entendem as partes signatárias do presente Comunicado declarar o seguinte:

1. apelar a todas as organizações políticas e a sociedade guineense em geral, a reflectirem profundamente sobre as razões dos atrasos que o país tem tido ao longo dos anos da sua independência;

2. alertar os actores políticos para o estado vigilante em que estão todos os guineenses espalhados pelo mundo, e que acompanham a evolução política do país, a postura dos dirigentes e políticos que serão responsabilizados pelos seus actos, desvendando as acções dos promotores da instabilidade política, principalmente as do grupo de “cabalidos”, mas igualmente congratulando com os avanços promovidos na senda do desenvolvimento nacional;

3. exortar os demais órgãos do poder a darem o melhor de si, para que o governo ora eleito possa tranquilamente materializar o programa aprovado pela maioria parlamentar, até o fim do seu mandato;

4. encorajar o Governo da Guiné-Bissau a prosseguir com as reestruturações em curso, nomeadamente nos domínios da economia, da fiscalidade, da educação, da saúde, da defesa, da justiça, da agricultura e da administração pública;

5. felicitar e encorajar o Governo a prosseguir com suas diligências na organização da Mesa Redonda de Parceiros de desenvolvimento nacional;

6. felicitar as forças da defesa e da segurança pela postura que têm tido nesta etapa de estabilização do país, submetendo-se ao poder político e respeitando as leis nacionais;

7. apelar o Presidente da República a manter-se distante das querelas intrapartidárias e a assumir-se como guardião da Constituição da República e presidente de todos os guineenses, sem interferências nas atribuições do poder executivo que tem um Programa sufragado, com calendário próprio de sua execução, para cumprimento das promessoas feitas ao eleitorado;

8. aplaudir a postura dos Deputados da Nação que têm revelado sentido de Estado, observando suas prerrogativas constitucionais.

A união que faz a força!

Viva a democracia!
Viva a unidade da nação guineense!
Unidos, venceremos as batalhas da estabilização e do desenvolvimento!

MUITO OBRIGADO

A organização,

COMISSÃO POLITICA DO PAIGC & COMISSÃO POLITICA DO PRS

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O Representante do PAICG O Representante do PRS

Praia, 27 de Fevereiro de 2015

Contactos: PAIGC – (+238)923 22 15; e-mail: pedromadona@gmail.com
PRS – (+238) 9894058; e-mail: daudasano@hotmail.com

ESTATÍSTICA: Enquanto os cães ladram, desdentados, a caravana segue tranquila e faz o seu caminho. 15 milhões sempre são quinze milhões... AAS




Ditadura do Consenso. Paixão, Credibilidade, Alma. Mais tarde ou mais cedo, o seu blogue. Muito OBRIGADOS. AAS

AAS/OPINIÃO: Somos Todos Primos


"A revolução não é um convite um para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado; ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um acto de violência pelo qual uma classe derruba a outra." Mao Tsé-Tung
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Sejamos verdadeiros. Se houve uma coisa que sempre existiu na Guiné-Bissau foi uma corrupção e uma utilização da calúnia muito marcantes. Fosse de uma forma isolada, através de lobbies ou ainda de compadrios por conveniência. E doses industriais de descaramento.

Aliás, se a Guiné-Bissau alguma vez fosse uma democracia a sério, muita gente – mas muita gente mesmo – teria sido julgada e condenada com base em provas irrefutáveis. Outros estariam ainda hoje a cumprir pena e quem ficava ganhar era o Estado - e o Povo.

Mas não. Hoje, quando sonho, é um pesadelo. Uns dias atrás, sonhei que numa madrugada qualquer uns Homens acabaram com o franco CFA e fizeram da corrupção a nova moeda nacional. Acordei sobressaltado, e limpei o suor que me escorria pela testa. «Trata-se apenas de oficializar uma realidade», admiti a custo.

Caros compatriotas,

Temos que cerrar fileiras, defender a custo, ainda que corram rios de sangue, a única coisa que temos como certo: o nosso País!, a nossa Pátria! A força do Povo é indestrutível e pode ser avassaladora! Se não for agora, quando será? Se não formos nós, quem será?

Não podemos consentir que nos voltem a assustar. Um golpe de Estado precisa apenas de uma coisa: ruas vazias. Enchamos as ruas, os becos, os cruzamentos. Não podemos permitir-nos mais atraso ainda. Quase 42 anos de independência, caramba! Toda metamorfose dói. António Aly Silva"

DENÚNCIA: A (des)Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau


"Caro AlY

Desejo-lhe tudo de bom e que o seu regresso seja para breve. Envio-lhe este excerto para publicar no seu e nosso Blog Ditadura do Consenso.

Pensei que já tinha idade suficiente para não me surpreender com nada do que se faz em Guiné-Bissau mas enganei-me redondamente.

Há um mês atrás, numa conversa de vizinhos, um Pai muito irritado (e com razão) dirigiu-se a mim para desabafar do seguinte; O seu filho beneficiou duma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian atribuído a Estado da Guiné-Bissau, que consequentemente, distribuiu-as mediante um concurso público realizado em 2001 (de que muitos ainda se lembram), tendo ido cursar medicina em Portugal.

Este jovem Médico hoje de regresso ao País, segundo apurei junto dos meus sobrinhos que também beneficiaram da mesma bolsa para Portugal, foi UM DOS melhores Guineenses alguma vez formado naquele País irmão (não é todos os dias que se encontra um Médico formado em Portugal com distinção de MUITO BOM no seu diploma e inclusive inscrito na Ordem dos Médicos Portugueses.

Até aqui tudo normal, não fosse o caso da (Des)Ordem dos Médicos e dos Farmacêuticos da Guiné-Bissau não o reconhecer o exercício da Profissão Médica na Guiné-Bissau.

Vamos resumir isto. Um Jovem Médico guineense formado numa Universidade Pública de Portugal mediante uma bolsa de estudo que lhe foi atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian através do Estado da Guiné-Bissau, tendo resistido a tentação materialista da Europa e decidiu cumprir com a sua promessa de regressar ao País e dar o seu contributo como cidadão.

Contudo, ainda hoje não o pode fazer porque um grupo de “velhas guardas” apoderaram-se daquilo que devia ser uma instituição digna da designação “Ordem dos Médicos” acharem que reconhecer com brevidade exigível o seu Diploma e consequentemente permitir-lhe exercer medicina, seria incentivar o regresso maciço dos outros médicos o que aumentaria a concorrência e a qualidade do exercício médico e reduziria as suas cotas no mercado.

Ora, por que raio de água estamos sempre a choramingar pelo facto de Portugal reduzir o número de doentes que aceita para Juntas Médicas, para serem tratados pelos Médicos que estudaram na mesma faculdade com os que nós não reconhecemos?

Como é que é possível Guiné-Bissau solicitar bolsas para formação de quadros Médicos em Portugal, ao mesmo tempo que fecha os olhos estes atos da (Des)ordem dos Médicos da Guiné-Bissau que não os reconhece depois de terminarem a formação? Se não reconhecemos o nível da formação dada em Portugal, porque é que lhes pedimos ou aceitamos as suas bolsas?

Porque é que um Médico formado em Portugal tem de esperar em média 6 a 12 meses para que o seu diploma seja reconhecido pela (Des)ordem dos Médicos da Guiné-Bissau, quando os formados em Guiné-Bissau, na China, em Cuba, na Russia etc… esperam em média uma a duas semanas?

Quem, a não ser um verdadeiro patriota, deixaria Portugal onde já estava integrado a exercer medicina para vir meter-se nesta disfuncionalidade?

Peço a quem de direito, que tome medidas para pôr termo a estas práticas nefastas para o nosso sistema de saúde.

Um cidadão indignado."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Aly Silva na...ANP


"Bom dia, irmão

O nome do António Aly Silva foi hoje mencionado na Assembleia Nacional Popular (ANP) o parlamento guineense. O deputado Sola Na Quilim, do PRS (maior partido da oposição, que integra o governo de Domingos Simões Pereira) questionou o parlamento sobre o regresso de cidadãos guineenses que foram forçados ao exílio.

Pediu para "já" o seu regresso a casa. Ele disse ainda que deve ser um compromisso do governo, e da ANP, para o regresso entre outros do jornalista António Aly Silva, do Ex-Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr. (CADOGO), do ex-CEMGFA, General Zamora Induta.

I. B."

Na djugu di baradju: Bas di messa!


PR na tomada de posse do Bastonário da Ordem dos Advogados


O Presidente da República, José Mário Vaz, presidiu esta quarta-feira, 25 de Fevereiro, à cerimónia da tomada de posse dos novos membros dos corpos sociais e do Bastonário da Ordem dos Advogados, saídos da eleição de 24 de Janeiro.

Falando à PNN durante o acto, José Mário Vaz disse que esta instituição foi chamada perante a sociedade guineense a assumir as suas responsabilidades na tarefa da boa administração da Justiça guineense, qualificando como «tolerância zero» contra a corrupção, o tráfico de influências, o abuso de poder e o nepotismo, a participação activa e apresentação de propostas concretas sobre assuntos das reformas no sector, compartilhando as suas aspirações com o justo interesse da sociedade.

Foi neste sentido que Mário Vaz destacou que, neste momento de «provação nacional», a sociedade guineense anseia por uma ordem exigente e empenhada na selecção e formação permanente dos seus membros. «Uma ordem presente e muito atenta ao comportamento ético-profissional dos advogados no cumprimento escrupuloso dos prazos processuais, mas também sensível e preocupada em acudir o clamor quotidiano dos clientes e dos cidadãos em geral», disse o Chefe de Estado.

Por outro lado, o Presidente da República disse que a Guiné-Bissau precisa de uma Ordem dos Advogados moderna e em linha com os problemas do país, interventiva na prevenção de ilegalidades e nas práticas profissionais e administrativas, capaz de dar uma resposta acertada no difícil processo de estabelecimento da confiança dos guineenses no funcionamento das instituições da Justiça, citando como exemplo um Estado em que a supremacia da Lei seja uma realidade incontestável e ainda um Estado em que é garantido o gozo efectivo do compromisso constitucional de acesso à Justiça.

«Um Estado em que as prerrogativas funcionais atribuídas aos advogados sirvam para construir e não destruir a confiança que os cidadãos devem ter no funcionamento do nosso sistema judicial, um Estado em que a ordem se mostre sempre capaz de oferecer à sociedade e aos cidadãos um enquadramento claro e consistente dos direitos e garantias dos guineenses, em estrito cumprimento das leis da Guiné-Bissau», declarou. Na cerimónia estiveram presentes alguns membros do Governo, assim como representantes do corpo diplomático acreditados no país. PNN

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Abate de árvores sem controlo


A região sul do Sul Senegal, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, foi invadida, nos últimos meses, por organizações ou “empresas” que operam no sector de exploração de madeiras. A actividade volta a ganhar força meses depois das autoridades guineenses terem impedido a prática de abate abusivo e descontrolada de árvores.

A extracção ilegal de madeiras conheceu o seu ponto alto durante o período de transição com a cobertura de algumas figuras civis e militares.

Informações sugerem, entretanto, que a nova linha de exploração de madeiras no território de Casamance, no Senegal, envolvem senegaleses e guineenses, tanto assim que as madeiras são exportadas a partir do porto de Bissau por, algadamente, não serem da Guiné-Bissau.

Ao que a VOA apurou, o negócio envolve também militares ligados a uma das facções do Movimento Independentista de Casamance (MFDC), que opera naquela fronteira com a Guiné-Bissau, e cuja missão é garantir a segurança do transporte dos contentores até o território guineense.

Entretanto, há suspeitas do envolvimento de alguns militares guineenses, a título individual. Até agora, não houve qualquer pronunciamento por parte das autoridades senegalesas sobre o assunto. Aliás, alguns consideram ser uma acção legal.

As nossas fontes consideram, no entanto, ser estranho o facto de os troncos estarem a ser exportados a partir do Porto de Bissau e não do Senegal, apesar da decisão do Governo guineense de proibir a exportação das árvores. O Executivo de Bissau ainda não se pronunciou sobre o assunto. VOA

AI quer responsabilização dos violadores dos direitos humanos na Guiné-Bissau


A Amnistia Internacional(AI) revelou que as tensões políticas e os casos de violação de direitos humanos diminuíram depois das eleições gerais de 2014, mas a impunidade mantém-se em relação aos casos registados no passado. No relatório divulgado hoje, 25, a AI diz que, a nível social, o descontentamento também decresceu com "o retomar das ajudas internacionais", que permitiram "pagar ordenados em atraso" e reduzir a ameaça de greves.

O cenário global melhorou na Guiné-Bissau, mas a AI cita casos de ameaças, agressões e rapto de políticos por parte das forças de segurança durante os períodos de pré-campanha eleitoral, alegadamente com o intuito de condicionar o trabalho de alguns candidatos a favor de outros.

Para aquela organização de defesa dos direitos humanos no mundo, não houve investigações sobre estes incidentes e ninguém foi responsabilizado pelas violações de direitos humanos cometidas no contexto do golpe de Estado de 2012, nem pelos assassínios políticos de 2009.

Esta posição é corroborada pelo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos Luís Vaz Martins em entrevista à Voz da América. A nível social, o relatório da Amnistia Internacional cita a relatora das Nações Unidas para a pobreza extrema, para referir que "a desigualdade de género e discriminação são as principais causas de pobreza na Guiné-Bissau".

Entretanto, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos lamenta a ausência de referências aos casos de tráfico de pessoas, casamentos precoces e forçados e mutilação genital feminina. Luís Vaz Martins congratula-se com a aprovação de leis para combater esses fenómenos, mas diz que a prática não acompanha a legislação.

Refira-se que em Angola, a AI denunciou os despejos forçados, a repressão aos direitos de liberdade de expressão e manifestação, os homicídios e o desaparecimento de pessoas. Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não foram citados no relatório. VOA

MESA REDONDA: UE vai pagar deslocação da Guiné-Bissau a encontro com doadores em Bruxelas - PM


A União Europeia (UE) vai pagar a deslocação da comitiva da Guiné-Bissau à reunião com doadores, marcada para 25 de março, em Bruxelas, anunciou hoje o primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira.

A saída de uma audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz, o chefe do Governo disse estar satisfeito com os sinais que tem vindo a receber no âmbito da preparação da mesa-redonda com os doadores e parceiros do país, mas sobretudo pela manifestação de apoios por parte da UE.

"A União Europeia enviou-nos duas notas. Uma do Parlamento Europeu e outra da própria UE", em que comunica que "vai assumir todos os custos da delegação da Guiné-Bissau" declarou Domingos Simões Pereira, quando dava conta aos jornalistas do teor da conversa com o presidente José Mário Vaz.

O primeiro-ministro guineense enalteceu também as manifestações de solidariedade que recebeu da Comunidade Económica dos Países da Africa Ocidental (CEDEAO) e das Nações Unidas e diz-se confiante no sucesso do encontro internacional.

Foi com o propósito de apresentar o estado dos preparativos da reunião de Bruxelas que Domingos Simões Pereira se reuniu hoje com o presidente guineense, que informou das diligências em termos logísticos e a quem apresentou os documentos que vai levar ao encontro.

"O Presidente manifestou interesse em conhecer em detalhe essa documentação, que vamos facultar-lhe ", observou Simões Pereira.

O primeiro-ministro escusou-se a comentar "outros assuntos de índole interno" que teria discutido com o Presidente, mas enfatizou o gesto de solidariedade manifestada na terça-feira pelo líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, em relação à mesa redonda.

"É um sinal positivo que vem confirmar o que a Assembleia Nacional Popular já tinha feito quando aprovou, por unanimidade, o Programa do Governo. É um sinal muito forte da adesão da população a este processo", disse Domingos Simões Pereira.

O chefe do Governo guineense comentou também o alegado clima de tensão com o Presidente do país, para sublinhar que cada um faz a parte que lhe cabe, de acordo com os deveres constitucionais, ainda que alguns assuntos sejam delicados.

"Nós temos tratado de assuntos delicados com o Presidente da Republica. Eu estou satisfeito porque nenhum de nós foge dos assuntos difíceis. Estamos a tratar das questões e quando elas são realmente mais delicadas temos que levar mais tempo na sua análise, na sua abordagem", referiu.

Domingos Simões Pereira disse não ter motivos de queixa nas suas relações com José Mário Vaz. "Ele enquanto presidente da Republica, eu enquanto chefe do Governo: não tenho razões de queixa. Penso que é o país, é a governação é todo o ambiente politico que sai reforçado", acrescentou o primeiro-ministro guineense. Lus

Pedido de ajuda


"Bom dia, sr Aly,

Antes de tudo gostaria de agradecer-lhe pelo bom trabalho que tem feito, tornaste-te num Super Herói ou melhor uma inspiração para as gerações futuras, puseste a tua vida em risco para o bem estar deste Pais e por isso tenho uma grande admiração pelo Senhor.

O que vou falar agora é acto de um homem em desespero: tenho família e os meus filhos precisam de ir para a escola, comer e vestir mas como estamos num pais onde os mais fracos são massacrados em prol do mais rico a única espera que nos resta é o seo blogue.

Sou funcionário de uma Instituição do Estado E fui enviado para a balança do Porto de Bissau no mês de Junho de 2014 para o controle da campanha de caju, e fiz 6 meses, quase 7, entrava às 8h e ficava até às 10 da noite e às vezes dormíamos no porto. Porém, mas assim que a campanha terminou esqueceram-se de nós até hoje. Não nos deram sequer 10% do que nos haviam prometido. Por favor ajude-nos, és a nossa única salvação porque confiamosem si.

Mário S. De Pina"

Abate de árvores


"As informações veiculadas na Voz dA América, relativa ao abate de arvores em Casamance (Senegal) pode ser verdade, mas o que é mais verdade é de que neste momento estão a ser cortadas arvores na região de Quinará.

Prova disso é de que na ultima semana estive em missão de serviço na região de Quinará e de regresso a Bissau, encontramos vários camiões na trajetória Saltinho/Xitole e todos a serem carregados com troncos e prontos para exportação.

Portanto parece que a situação de exploração ilegal dos nosso recursos ainda não estão cessado, por isso peço as pessoas que tem mais informações no sentido de denunciar e de apresentar fatos que prova que este ato continua a decorrer dentro do nosso território, alias todo o tronco estão a ser exportado a partir do porto de Bissau e não de Senegal."

Violação dos direitos humanos diminuíram


As tensões políticas e os casos de violação de direitos humanos diminuíram na Guiné-Bissau depois das eleições gerais de 2014, mas a impunidade mantém-se em relação aos casos registados no passado, refere o relatório anual da Amnistia Internacional.

"As tensões políticas persistentes e violações de direitos humanos diminuíram depois das eleições em abril [e maio] e da posse de um novo Governo em julho", refere a organização.

A nível social, o descontentamento também decresceu com "o retomar das ajudas internacionais", que permitiram "pagar ordenados em atraso" e reduzir a ameaça de greves. Lusa

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A ELECTRA vista da minha varanda


Ahahah, nô pintcha!




"Após a denúncia feita ontem, no Ditadura do Consenso, hoje de manhã vi um dos camiões cisternas da Arezki a regar a estrada de Antula (Volta Bissau), e posso confirmar que já há muito tempo que não o faziam.
Manganas si bu ka uliulil i kata cosidu...

Um cidadão atento..."

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015