quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

António Indjai agora é lavrador e não quer mais nada com armas


O general António Indjai, líder dos militares no golpe de estado de 2012 na Guiné-Bissau, exonerado em setembro, disse hoje que não pensa voltar a pegar em armas para intervir no rumo do país, dedicando-se apenas à agricultura.

“Podem confiar que o general está na lavoura. A pegar numa arma? Não é verdade. Não penso nisso, nem hoje, nem amanhã, para sempre”, referiu numa entrevista em crioulo à RTP África, numa das suas quintas em Bambadinca, leste da Guiné-Bissau.

“Quero ver o país em desenvolvimento, pelo menos para os nossos filhos poderem estudar. Um general vai pensar em problemas a cada dois anos”, questiona.

Na primeira entrevista desde que foi afastado da liderança das forças armadas, Indjai pediu ao governo para esquecer o que está para trás, para trabalharem juntos daqui em diante.

“Lembrar, falar do passado, traz problemas e inimizade. Falo ao povo e governo da Guiné-Bissau para fazermos como o Presidente da República disse: pormos a mão na lama”, uma expressão guineense que significa, “vamos ao trabalho”.

Indjai foi exonerado do cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMFGA) a 16 de setembro pelo novo Presidente da República, José Mário Vaz, eleito este ano (de par com o novo parlamento e governo), pondo fim ao regime de transição que saiu do golpe de 2012.

O general classifica o Presidente como um amigo de longa data e considera que o seu afastamento da liderança militar faz parte do jogo democrático. “Saí das forças armadas sem problemas, sem nada. Saí porque é assim a democracia”, referiu.

Para além da lavoura (culturas de sésamo e arroz), Indjai diz que espera vir a receber uma pensão de reforma adequada à patente de “general de quatro estrelas”.

“O povo deve ficar tranquilo (…), mas se alguém me expulsar da minha quinta, está a criar um problema: como é que eu vou comer? Tenho a certeza que ninguém vai dizer que eu não posso lavrar a terra”, acrescentou o militar que os norte-americanos ainda querem capturar, por alegado envolvimento no tráfico de droga.

O general faz um pedido ao povo e ao governo da Guiné-Bissau: “que guardem a minha vida para que eu possa trabalhar. Se pensarem que estou a fazer alguma outra coisa, que mandem uma delegação [para verificar]. Não tenho nada”, sublinhou.

Inocente

Na entrevista à RTP África, António Indjai desvaloriza as acusações da justiça dos EUA e volta a dizer-se inocente em relação às suspeitas de tráfico de droga internacional. A 18 de abril de 2013, foi acusado pelos norte-americanos de participação numa operação internacional de tráfico de drogas e armas, processo que se mantém em aberto, recaindo sobre o general um mandado de captura.

A acusação surgiu depois de um antigo líder da Marinha guineense, contra-almirante Bubo Na Tchuto, ter sido detido dias antes, a 04 de abril, em águas internacionais, perto de Cabo Verde, por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana, juntamente com outros quatro guineenses.

Indjai foi afastado por José Mário Vaz através de um decreto presidencial que já era esperado nos círculos políticos e militares, dada a saída de cena das figuras que tinham tomado o poder após o último golpe de estado. Lusa

DSP no Senegal em visita de trabalho


O primeiro-ministro Domingos Simões Pereira encontra-se no Senegal para uma visita de trabalho de dois dias. Em Dacar, o primeiro-ministro guineense foi recebido em audiência, no Palácio da República, pelo presidente do Senegal Macky Sall. Os dois governantes abordaram questões de cooperação bilateral e também a situação sociopolítica da Guiné-Bissau.

De acordo com o chefe do Governo guineense, o grande motivo da deslocação prende-se com a mesa-redonda com os doadores a ter lugar em Fevereiro, em Bruxelas, Bélgica. Bissau contratou o mesmo gabinete que assistiu Dacar, na sua mesa redonda.

A epidemia de ébola não ficou de fora da conversa entre Macky Sall e Domingos Simões Pereira. A Guiné-Bissau que reabriu esta semana as suas fronteiras, depois de ter encerrado em Agosto para evitar a entrada de casos de ébola no país. Medida que nunca foi adoptada pelo Senegal. Dacar que, de resto, registou um único caso de ébola. Ambos, Senegal e Guiné-Bissau, fazem fronteira com a Guiné-Conacri, um dos países mais afectado pela epidemia.

Domingos Simões Pereira e Macky Sall tempo tiveram ainda para abordar o incidente fronteiriço entre os rebeldes de Casamança e o ex-ministro da Administração Interna. Em Novembro, uma comitiva do governo da Guiné-Bissau liderada por Botche Candé teria sido interceptada por rebeldes de Casamança em território guineense. RFI

FUNPI: Governo trava fundo do caju e promete "auditoria minuciosa"

O governo da Guiné-Bissau excluiu o fundo de promoção do caju (Funpi) do Orçamento de Estado para 2015 e vai fazer uma auditoria às respetivas contas, disse hoje à Lusa o ministro do Comércio, Serifo Embaló. "O Governo fez uma proposta (da sua supressão) do Orçamento Geral do Estado, que foi aprovado pelo Parlamento. Portanto, tudo o que é previsão de formas de receitas do Estado está no Orçamento", do qual já não consta o Funpi, referiu.

"Neste momento, o Funpi não constitui preocupação para ninguém", disse hoje o governante que falava durante um encontro numa unidade hoteleira de Bissau dedicado a estratégias para rentabilizar o comércio do produto. Segundo referiu, o governo vai realizar uma "auditoria minuciosa" às contas daquele fundo, criado pela Câmara do Comércio para a promoção de iniciativas industriais no setor do caju.

O Fundo de Promoção às Iniciativas Industrias foi criado em 2011 numa concertação entre a Câmara do Comercio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) e o Governo do então primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, tendo gerado mais de 20 milhões de dólares (16 milhões de euros).

O dinheiro, guardado num conta do tesouro público, seria empregue para a promoção de iniciativas de industrialização e transformação de produtos agrícolas do país. No entanto, segundo o ministro das Finanças, Geraldo Martins, o dinheiro foi "mal utilizado" durante o período de transição, na sequência do golpe de estado de abril de 2012

Fontes ligadas ao executivo de transição afirmam que parte do dinheiro do Funpi foi utilizada no pagamento dos ordenados e outras despesas do estado. Ao mesmo tempo, muitos intervenientes da fileira do caju descordam da existência do fundo por ser gerado a partir de um imposto que é cobrado por cada quilograma do produto exportado.

Queixam-se de o dinheiro não reverter para o fim para o qual foi destinado. O ministro do Comércio defende que, no caso concreto do Funpi, o "Governo fez o seu papel" ao suprimir do Orçamento Geral do Estado um fundo que era motivo de "muita controvérsia".

OPINIÃO: Novo MAI ou velhas MANHAS?


A dor de cabeça do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira para a nomeação de um novo ministro da Administração Interna na Guiné-Bissau está agora a tomar contornos de uma autêntica novela mexicana. Desde que, a 28 de novembro e a "seu pedido", Botche Cande apresentou o pedido de demissão do cargo, o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira parece não ter conseguido, ainda, convencer o Presidente da República de um nome para ocupar uma pasta tão sensível como é o da Administração Interna.

Forças de bloqueio, dirão uns, mas a verdade é que tem sido bastante difícil convencer JOMAV. E agora as coisas complicaram e Domenico Sanca está cada vez mais longe de ser o próximo MAI: "Parece pouco provavél que o Domenico Sanca venha a substitur o Botche Cande como MAI", garantiu ao DC uma fonte bem colocada junto do executivo.

Os vários desentendimentos entre Domenico e JOMAV - o primeiro enquanto director das alfândegas e o actual PR então ministro das Finanças, eram famosos em Bissau. "JOMAV sentia-se 'desautorizado' pelo DG Domenico Sanca, que por sua vez se queixava de estar a sentir-se sufocado com as exigências do então ministro hiper-controlador", revelou a mesma fonte.

Quanto ao PAIGC, parece estar a perder o fio à meada: a ANP e a Presidência da República não podem com o Governo; o Governo também não pode com nenhum deles, mas sabe que perderá a guerra se tentar lutar com os dois (e é tudo PAIGC). Parecem mais entretidos a lavar a roupa suja.

Deviam era trabalhar em conjunto para tentar desastar o emaranhado de nós que teimam em sufocar a nossa Nação. Para já, e enquanto o País está numa guerra surda, o Povo suspira pela sã convivência entre todos os seus órgãos de soberania. AAS

OPINIÃO: Reconciliação - Esperança ou Miragem?


"Foi com muita supresa que ouvi a noticia do encontro entre o ex-presidente de transição, Serifo Nhamadjo e o Presidente da ANP, Cipriano Cassamá. A supresa não é o facto de os dois se encontrarem, mas sim a alegada, segundo os órgãos de comunicação, intenção do Presidente da ANP convidar o Serifo Nhamadjo a integrar a Comissão de Reconciliação Nacional ( não sei se para a presidir, ou apenas para integrar como membro).

A reconciliação nacional é uma questão de extrema importancia que merece ser tratada com toda a atenção e cuidado.
Ainda não apagou na mente dos guineenses os traumas dos dois anos de transição que quer queira, quer não, o Eng.º Serifo Nhamadjo é interveniente. Não vejo, no entanto que contribuição poderá o Serifo trazer para a comissão, senão aumentar ainda mais a desconfiança do povo sobre as verdadeiras intenções dos proponentes desta ideia de reconciliação.

Temos homens capazes de liderar o processo de reconciliação. Homens que nada têm com a políttica. Homens com um passado limpinho que poderão muito bem liderar esse processo. Espero que os partidos com assento na ANP, a sociedade civil, comunidade religiosa, se envolva desde já neste processo e proponham uma pessoa idónea para liderar o processo de reconciliação, porque só assim estaremos isentos de desconfiaças.

Bolingo Cá"

ÉBOLA: Segundo a OMS, até agora, 18 mil pessoas foram infectadas e 6.388 morreram. AAS

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

DIREITOS HUMANOS: Ministra quer criar a figura de provedor de justiça




Por ocasião da celebração hoje do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ministra guineense da Justiça, Carmelita Pires anunciou que o executivo vai criar nos próximos tempos a figura do provedor de justiça para dar mais protecção aos cidadãos.

Ao reconhecer que "ocorrem situações de violação dos direitos Humanos", a Ministra da Justiça referiu que o país "precisa urgentemente" de montar um novo sistema de protecção dos direitos dos cidadãos, do qual o provedor de justiça será uma figura central.

Neste aspecto, Carmelita Pires referiu ainda que pretende montar um vasto programa nacional de sensibilização e formação na área dos Direitos Humanos, dando especial atenção aos "grupos vulneráveis", as mulheres e as crianças. RFI

Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicação já tem sítio na internet


AQUI

NOTÍCIA DC: Preço para bilhete de avião foi determinado


O Secretário de Estado guineense dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, e o Ministro das Finanças, Geraldo Martins, determinaram que o valor do bilhete de avião Lisboa-Bissau-Lisboa na classe económica não pode ultrapassar os 500 mil francos CFA (mais ou menos 750 euros). AAS

ÚLTIMA HORA: Morreu hoje o Sr. Fernando Mandinga, pai do deputado Vitor Mandinga. Que a terra lhe seja leve. As mais sentidas condolências a toda a família. AAS


OPINIÃO: Areias, um peso para os felupes


"Caro Aly,


FOTO:DR/PM

Sobre a exploração das areias pesadas de Varela pelos russos, os felupes mais uma vez disseram que o terreno é deles e que não querem a exploração das areias pesadas - envio em anexo mais uma máquina que passou esta semana.

Ambientalmente a exploração é muito mau, quanto a contrapartidas para os felupes, são zero, a tabanca de Niquim vai ser expropriada, os
militares e a Guarda Nacional em vez de proteger o povo, protegem os russos, que querem dar 135 000 usd às 26 familias de Niquim, para onde eles vão? Já pagaram ao governo 3 milhões de usd, o que é uma vergonha.

Os felupes votaram em massa no governo, com a promessa de que as coisas iriam mudar e o que vêm é que os russos ainda os roubam mais com este novo governo.

Com os melhores cumprimentos,

PM
"

Combustíveis - é hora de rever o preço


"Caro Aly,

Desde Junho, o petróleo baixou 30%, porque é que na Guiné-Bissau o gasóleo e a gasolina continuam a 700 Fcfa? Será que a GALP não sabe que os preços já baixaram em Portugal, e que está na altura de baixar também na Guiné Bissau?

Alguém anda a roubar o povo da GuinéBissau - esse alguém tem nome ou se chama governo ou se chamam companhias petrolíferas. Porque o governo não intervém???

Com os melhores cumprimentos,

PM
"

Não conseguem matar a honra


"Lembro-me perfeitamente como se fosse ontem de, em certas ocasiões de crise política (perdi-lhes a conta) em que eu teimava em dar a cara e em bater-me pelos meus ideais e pelas minhas convicções, algumas pessoas diziam-me num tom quase paternal «vai, faz-te de vítima, queixa-te, pode ser que consigas 'vender' qualquer coisa».

Lá está. Não entendiam as minhas razões. Meus caros,

As minhas razões sempre estiveram e estarão na linha da frente das minhas lutas. O tempo da verdade chega sempre, pelo que a honra tem que ser paciente. Nunca serei uma vítima - e é isso que, afinal de contas, o País não me perdoa. AAS"

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

ÚLTIMA HORA: O Orçamento do Estado para o ano de 2015 foi aprovado esta noite por unanimidade no parlamento guineense. AAS

TAP não regressa a Bissau "porque a procura é muito baixa"


O presidente da TAP, Fernando Pinto, disse hoje que a companhia aérea nacional ainda não retomou os voos para Guiné-Bissau, suspensos há um ano, porque a procura é muito baixa, o que será reavaliado no início do próximo ano. "A razão principal é mercado mesmo. Chegámos a fazer uma pesquisa para ver como estavam as possibilidades, mas temos uma procura muito baixa do mercado", disse hoje o gestor, quando questionado sobre o retomar dos voos para a Guiné-Bissau, suspensos em dezembro de 2013 na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 sírios no aeroporto de Bissau rumo a Lisboa.

Fernando Pinto adiantou que, quando a TAP suspendeu a operação, "outras empresas" assumiram a sua posição e, por isso, houve "uma queda muito forte da procura". "Então vimos que não era ainda possível retornar ao mercado. No início do próximo ano tem que ser muito bem analisada para ver se a rota vale a pena", acrescentou.

Sobre o que levou à suspensão da operação, Fernando Pinto disse já ter "a garantia das autoridades que as condições de segurança estão reunidas". Na altura da suspensão dos voos a TAP considerou que só retomaria os voos - que eram três semanais -, depois de as autoridades guineenses garantirem medidas de segurança no aeroporto, que a companhia considera ter sido quebrada com o incidente.

Depois de assinado o protocolo, a companhia chegou a vender bilhetes para a retoma da ligação a partir de 26 de outubro, mas entretanto cancelou a operação, sem mais explicações. As ligações diretas entre Portugal e a Guiné-Bissau são agora feitas pela companhia Euroatlantic com um voo semanal às sextas-feiras.