segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Kamaradas ku fala, i ka ami dê!
PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Relatório do Comité Central do PAIGC
Bissau / Janeiro 2013
Caros camaradas,
É com imenso prazer que nos reencontramos por ocasião desta reunião do Comité Central do nosso grande Partido.
Queremos em primeiro lugar, que as nossas primeiras palavras sejam de agradecimento e reconhecimento pela forma estoica e militante como têm reagido, defendendo e colocando o nosso Partido na primeira linha dos vossos pensamentos desde que a 12 de Abril de 2012, em que fomos arredados do poder, em consequência de um golpe de Estado.
Aos militantes e simpatizantes do PAIGC e em especial aos camaradas membros do Comité Central aqui presentes, queremos comunicar-vos que guardaremos com inestimável apreço as vossas manifestações de amizade e solidariedade para com a Direcção do Partido.
De igual modo, queremos render uma justa homenagem aos nossos camaradas e amigos que nos deixaram fisicamente para sempre, mas cujo exemplo de militância e de patriotismo ao serviço do PAIGC e dos superiores interesses dos guineenses, continuam a inspirar a nossa marcha e a dar-nos a força para continuarmos a trabalhar e a vencer os grandes desafios que nos aguardam e em respeito à eles, pedimos um minuto de silêncio.
Caros Camaradas,
Esta reunião do Comité Central estatutário do nosso Partido, tem lugar num momento muito especial da vida política nacional.
O país vive uma transição política e não obstante o contexto específico desta situação, o nosso grande Partido vem conseguindo sobreviver e lutar.
Sobrevive, porque no meio desta crise, praticamente sem recursos financeiros, o nosso Partido, a sua direcção, os seus responsáveis e militantes continuam dando mostras de uma incomparável e abnegada resistência, lutando com todas as suas forças e contra a maré, no sentido de alcançar a outra margem, onde está a democracia, o respeito pela legalidade constitucional e pela dignidade humana.
Lutamos pela reconquista do nosso espaço, enquanto partido libertador e vencedor incontestável do último pleito eleitoral, com a dignidade e ética próprias de um partido democrático e responsável, de forma transparente e honesta, em plena conformidade com a legalidade constitucional e demais leis.
De 12 de Abril a esta data, o PAIGC tem sabido delinear uma acção política assente numa estratégia ditada pela sua experiência e pela sua razão, mas principalmente direcionada na defesa dos superiores interesses do nosso heroico povo guineense.
Caros camaradas,
Outro grande desafio a juntar a tantos outros, é a necessidade urgente e premente de reconciliação da família PAIGC, não deve ser entendida só como um acto pontual, mas sim como um processo inadiável e decisivo.
Estamos absolutamente convencidos que hoje chegou o momento da reconciliação e da unidade do PAIGC, pois de contrário, estaremos irremediavelmente condenados e ultrapassados e muito aquém de podermos reassumir a liderança no processo de condução da luta pelo desenvolvimento político, económico, social e cultural, como o fizemos com sacrifício, elevado espirito patriótico e eivada de heroísmo no passado e que permitiu a libertação da nossa pátria.
As nossas contradições, podem conduzir a imprevisibilidade de eventuais males para o futuro do Partido e consequentemente para a própria sociedade guineense, daí que haja a necessidade de uma análise profunda de toda esta situação, que tem conduzido o nosso grande Partido e a sua Direcção a uma preocupante fragmentação interna e permitir que em consequência dela o surgimento de ciclos sucessivos de crises.
A nosso ver, a reconciliação é aconselhável e necessária, mas deve ter como base a aplicação da justiça estatutária e neste caso, pensamos que o Conselho Nacional de Jurisdição tem responsabilidades acrescidas e um posicionamento claro, imparcial, transparente e legal a assumir em todo este processo.
Contudo, urge encontrarmos as melhores soluções que nos permitam contornar esta situação, de forma a não comprometermos o nosso futuro e pôr em perigo os próximos embates políticos, que são de crucial e nuclear importância para o futuro do PAIGC e de uma esmagadora maioria de guineenses que se revêm no nosso grande e histórico Partido.
Caros Camaradas,
As divisões que temos registado nos últimos anos no seio do nosso Partido são absolutamente incompatíveis com o historial grandioso do PAIGC, e por outro, lamentável para um partido que lutou e venceu o colonialismo e criou um Estado livre, independente e democrático.
O PAIGC, enquanto Partido histórico, que lutou pela afirmação e independência nacionais, tem que continuar a trabalhar de forma organizada e disciplinada para banir a violência, o ódio, a intriga, o oportunismo político, a indisciplina e a corrupção no seu seio. Isso exige-nos a todos nós, dirigentes, responsáveis e militantes a redobrarmos os esforços e porque não, a sermos altruístas em prol da coesão, unidade e prestígio do nosso grande partido. Este é um dos problemas que gostaríamos de ver analisado pelos órgãos estatutários do Partido para deliberação.
Caros camaradas,
O PAIGC e a sua actual Direcção têm que continuar a assumir de forma convicta e patriótica as actuais responsabilidades políticas de levar a cabo esta gigantesca tarefa de recolocar a Guiné-Bissau nos caminhos da paz, da estabilidade, da reconciliação, da unidade, como factores imprescindíveis para a promoção do progresso e do bem-estar para todos os guineenses e cidadãos estrangeiros que connosco vivem e trabalham e só um partido unido e forte pode consegui-lo.
É no âmbito das reuniões dos órgãos estatutários do PAIGC e só neles e não fora delas, é que devemos discutir, analisar e corrigir eventuais erros ou problemas existentes no nosso seio e tomar de forma responsável, honesta e militante todos os nossos problemas internos, bem como, as medidas que se impõem necessária e obrigatória assumirmos, de forma a sanearmos uma situação que pode colocar em perigo a unidade e coesão internas do Partido e a sua destacada posição no xadrez político guineense, mas sobretudo, pela sua responsabilidade histórica para com o povo guineense.
Caros Camaradas,
Não queremos aqui expressar considerações sobre o actual estado de saúde do nosso Partido, porque estamos em vésperas da realização do nosso VIII Congresso Ordinário, que deverá tomar, com a eleição de uma nova direcção, urgentes e necessárias medidas, de forma a recolocar o PAIGC no seu devido lugar, de partido verdadeiramente nacional.
Assim sendo e de modo a permitir a possibilidade de realizarmos o nosso próximo Congresso Ordinário vamos propor aos órgãos estatutários que o analisem e proponham uma proposta de aprovação da nova orgânica e dos membros da Comissão Nacional Preparatória do VIII Congresso Ordinário do PAIGC, bem como analisar e propor uma nova data e o local para a sua realização.
É perante a situação aqui exposta que temos de tomar uma série de medidas que nos permitam criar as melhores e mais saudáveis condições para a realização do nosso VIII Congresso Ordinário, que permitirá criar uma nova etapa da vida do nosso Partido e prepará-lo melhor para responder aos grandes problemas que enfrentámos e que aliados aos desafios que se aproximam, devem merecer-nos uma atenção mais cuidada e urgente. Daí o nosso convite aos membros deste órgão, no sentido de encontrarmos as melhores soluções que permitam ao nosso Partido sair mais coeso e reforçado desta reunião.
Caros camaradas,
Gostaríamos igualmente de abordar a actual transição política na Guiné-Bissau, tomando como base o conteúdo do nosso Memorando V, elaborado pelo Grupo de Trabalho criado pela actual Direcção do Partido e que procedeu a uma avaliação a meio-percurso deste processo e suas perspectivas.
Desde a instituição das autoridades de transição, em Maio de 2012, após o golpe de Estado de 12 de Abril último, o PAIGC fez uma clara opção que consiste em facilitar todas as acções e iniciativas que contribuam para o retorno progressivo à normalidade constitucional e democrática na Guiné-Bissau. Neste âmbito, o Partido participou incondicionalmente nos esforços tendentes à busca de soluções, quer no quadro sub-regional, como por exemplo, a reunião do grupo de contacto da CEDEAO para a Guiné-Bissau, em Abril do ano transacto em Banjul, Gâmbia, quer, endógenas, através de encontros conjuntos com os partidos signatários do pacto de transição, o extinto comando militar e as confissões religiosas e, procedeu sistematicamente à análise e monitorização das principais recomendações da comunidade internacional, com particular destaque às das cimeiras dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, em Abidjan, Dakar e Yamoussoukro, em Abril, Maio e Junho de 2012, respectivamente, a Cimeira da CPLP em Maputo, as reuniões do Conselho da União Europeia bem como a resolução 2048 do Conselho de Segurança da ONU, para além de declarações e relatórios das estruturas intermediárias destas organizações.
Na sua dinâmica interna de funcionamento, o PAIGC desenvolveu um conjunto de reflexões que determinou os seus próprios posicionamentos, através dos seus órgãos, sobre a evolução do ambiente político, social e económico do país, o que permitiu:
1. Uma definição clara da sua posição sobre a gestão da crise político-militar (Memorando III, de Junho de 2012), evidenciando o facto de que o processo de retorno à normalidade constitucional deve ser conduzido pela formação política guineense com maior representação parlamentar, ou seja, cabe ao PAIGC, com a sua maioria qualificada no parlamento, a indigitação do Primeiro-ministro, e a constituição do governo de consenso e de base alargada;
2. A produção do Memorando IV, especialmente consagrado à agenda do período de transição, no qual foi exposto a visão global do PAIGC sobre o processo de transição e as preocupações do Partido sobre a agenda do processo eleitoral;
3. A adopção, pelo Partido, de um Plano Estratégico para o período de transição política (Junho de 2012), versado essencialmente sobre a questão da reposição da normalidade constitucional (a nível da Assembleia Nacional Popular, do poder judicial, do poder executivo com a organização das eleições legislativas e presidenciais), e a previsão de acções de intensificação da actividade política e diplomática
Caros camaradas,
Numa avaliação a meio-percurso deste processo, o papel do PAIGC na resolução dos problemas institucionais da Transição e apesar de não ser signatário do Pacto de Transição Política e do Acordo Político, após o golpe de Estado, por não ter sido associado devida e atempadamente no processo, o PAIGC, implementou um conjunto de acções pertinentes que contribuíram a viabilizar o período de transição, nomeadamente, dando particular enfâse ao processo de diálogo político.
O PAIGC analisou os instrumentos políticos de transição atrás referidos, e produziu uma reformulação do mesmo, sob forma de adenda, que foi aprovada pela Comissão Permanente do Bureau Político do Partido e, submetida ao Senhor Presidente da República de Transição, para apreciação.
O nosso Partido, manteve igualmente vários encontros no âmbito do Memorando IV e dos esforços para a resolução do impasse na Assembleia Nacional Popular, com o Senhor Presidente da República de Transição e a hierarquia militar.
No plano político-diplomático e no âmbito do diálogo político, tão recomendado pela comunidade nacional e internacional, o PAIGC, realizou uma ronda de conversações com 18 partidos políticos com e sem assento parlamentar, as duas centrais sindicais, nomeadamente, a União Nacional do Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI), e outras organizações da sociedade civil, nomeadamente a Liga, que é um movimento da sociedade civil para a democracia e desenvolvimento, tendo igualmente realizado vários encontros reagrupando os representantes da comunidade internacional, sob a égide da UNIOGBIS, bem como, encontros bilaterais com várias missões diplomáticas e consulares acreditadas na Guiné-Bissau e, respondeu positivamente às solicitações de sessões de trabalho de várias missões sub-regionais (Departamento Político da ONU, CEDEAO, Comissão Interparlamentar da UEMOA, União Africana) e de algumas chancelarias estrangeiras;
Caros camaradas,
Ao nível da Assembleia Nacional Popular (ANP), recorde-se que após o golpe de Estado, as sessões plenárias da ANP não conseguiram funcionar normalmente por falta de entendimento, entre o PAIGC e o PRS em relação à ordem do dia à estabelecer, em particular no que se refere ao preenchimento de vagas na Mesa da Assembleia.
Sob a iniciativa do grupo parlamentar do PAIGC, foi requerida uma sessão extraordinária para permitir a resolução dos problemas com os quais vinha deparando a ANP, sessão essa que veio a transformar-se em ordinária, por coincidir com o período normal da realização de uma sessão ordinária. A proposta das questões a serem debatidas foi feita pelo PAIGC e incluída na ordem do dia da sessão de Novembro/ Dezembro.
Graças a cedência feita pelo PAIGC, a questão do preenchimento de vagas foi resolvida, tendo o Partido abdicado do cargo de Presidente da ANP, e preenchido as vagas de 1º e 2º Vice-presidentes da ANP, como forma de se pôr termo ao bloqueio institucional que se verificava até ao momento, e permitido, com a sua maioria qualificada, a aprovação de todos os pontos constantes da ordem do dia.
Caros camaradas,
Em relação ao Governo de Transição, contrariamente ao acordado nos instrumentos políticos de transição, nem o Programa do Governo, nem o Orçamento Geral do Estado rectificativo, foram submetidos para aprovação do parlamento, deixando a execução deste último, sem fiscalização, nem controle e sem prestação de contas.
O ambiente político continua a caracterizar-se por uma intensa violação dos direitos humanos e restrição das liberdades fundamentais, como por exemplo a liberdade de fazer manifestações e reuniões públicas, as ameaças à cidadãos, espancamentos e assassinatos por grupos ainda não identificados, falta de progressos nos inquéritos e fraca determinação política em promover o desenrolar normal das acções de apuramento dos culpados.
A implementação do roteiro definido pela CEDEAO para o período de transição está muito aquém dos objectivos traçados, quer, em relação à agenda do processo eleitoral que deveria culminar com a realização das eleições gerais, quer em relação a reforma do sistema político, em geral e, do sector da defesa e segurança, em particular, tendo-se constatado por um lado, que os trabalhos de cartografia ainda não foram concluídos, o recenseamento eleitoral não começou e, por outro lado, assistiu-se a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo de Transição e a CEDEAO.
O nosso último Comité Central tinha dado luz verde para indigitarmos o Dr. Octávio Alves como nosso candidato a ser apresentado pela nossa Bancada Parlamentar como o futuro Presidente da Comissão Nacional de Eleições, mas ao nível da ANP essa proposta foi rejeitada pelo que se avançou com a proposta do Dr. Rui Nené, que preenchia todos os requisitos exigidos pelo Pacto e Acordo.
Contudo em relação a Comissão Nacional de Eleições (CNE), voltamos de novo à estaca zero, com a apresentação da renúncia do Dr. Rui Nené, cuja eleição, por uma maioria de dois-terços votada por todos os partidos com assento parlamentar, pressupunha uma normal transição do processo e que inesperadamente, por razões invocadas de pressão e de ameaças, nos obrigam a rever a situação da CNE.
Contudo, devemos recordar e sublinhar, que uma vez mais e face à várias tentativas de bloqueio, evocando disposições que não constam na Lei da CNE, em vigor (eleger um magistrado judicial á testa da CNE), o PAIGC aceitou propor um juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça para o cargo de Presidente da CNE em plena conformidade com o Pacto e Acordo Politico de Transição, afastando assim todos os equívocos sobre o perfil do titular desta importante função e viabilizando a capacidade funcional desta instituição, que se encontrava sem presidente há quase dois meses, em virtude do falecimento por doença do seu titular, o camarada Desejado Lima da Costa.
Em relação as eleições para a escolha do novo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) temos a sublinhar que no que concerne, ao processo que culminou com as eleições neste órgão de soberania, o PAIGC, manifestou, através do seu Grupo Parlamentar, a sua inquietação face a não aplicação da verdadeira Lei, aprovada pela ANP, promulgada pelo Presidente da República e publicada no 2º Suplemento do Boletim Oficial nº 18, de 04 de Maio de 2011, privilegiando uma Lei adulterada por autor(es) ainda não identificado(s), e que teve como consequência o impedimento de alguns juízes conselheiros e desembargadores de participar no acto de votação.
Caros camaradas,
O PAIGC tem vindo a registar de forma calma, serena e atenta os impasses e os recuos ao actual processo de transição.
À luz, do acima exposto, pode-se constatar com bastante evidência que, a Assembleia Nacional Popular, supremo órgão legislativo e de fiscalização política do país, poupado pelo golpe de Estado é, na realidade a única instituição que, em tempo recorde, fez progredir o processo de transição, através da sua acção facilitadora, ao:
i. prorrogar a sua legislatura para cobrir o período de transição;
ii. adoptar, sob reserva de revisão, o Pacto de Transição e o Acordo Político, criando uma Comissão Parlamentar para o efeito;
iii. aprovar a revisão pontual da Lei da CNE e da Lei do Recenseamento Eleitoral, permitindo a dualidade dos recenseamentos manual e biométrico, para além de outros diplomas legais. A este sucesso, se associa os esforços do Presidente da República de Transição na promoção do diálogo político e do entendimento entre os principais actores políticos da transição, designadamente, o PAIGC e o PRS.
Globalmente, continuam a registar-se os seguintes impasses, apesar das advertências que o PAIGC teceu, no seu memorando IV:
a) Grande atraso no cumprimento da agenda eleitoral, com a cartografia não concluída, estando os técnicos em greve pelo incumprimento da administração pública de tutela. O PAIGC, tinha advertido que, com base no cronograma eleitoral apresentado pela CNE, os trabalhos de conclusão da cartografia deviam iniciar em Agosto de 2012 deste ano, e o recenseamento eleitoral biométrico deveria iniciar o mais tardar até o passado dia 2 de Novembro de 2012 para que a data final do recenseamento não ultrapasse a data final de entrega das candidaturas;
b) Não disponibilização de recursos financeiros para a organização de eleições e, nenhuma informação sobre o processo de recrutamento da entidade executora do recenseamento;
c) Indefinição total dos mecanismos de envolvimento da comunidade internacional na monitorização e fiscalização do acto eleitoral;
d) Não cumprimento da Resolução 2048 de 18 de maio de 2012, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reunida na sua 67ª sessão, a não observância das Declarações do Presidente do Conselho de Segurança da ONU, do recente comunicado da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, em Yamoussoukro (Côte d'Ivoire), de 29 de Junho de 2012 e do Conselho de Mediação e de Segurança desta organização, no que se refere a organização das eleições, ao estabelecimento de um governo inclusivo dirigido pelo Partido maioritário na ANP e que tenha em conta as preocupações exprimidas pela primeira formação política do país e partido maioritário na ANP e que constitua uma emanação da ANP;
e) Degradação contínua e gritante das condições de vida das populações, o acentuar da pobreza, o aparecimento do surto de cólera com o seu cotejo de morbilidade e mortalidade humanas;
f) Contra performance da economia nacional, com a queda do crescimento económico em relação à 2011, fazendo da Guiné-Bissau, o país da África subsahariana com a mais baixa taxa de crescimento econômico;
g) Os acontecimentos violentos de 21 de Outubro, ocorridos no aquartelamento dos para-comandos, nos arredores de Bissau, que foram imediata e veementemente condenados pelo PAIGC, que, na ocasião, instou as autoridades competentes a empreenderem diligências necessárias, conducentes à identificação dos autores e das razões deste acto. Logo após estes acontecimentos, a sede do PAIGC foi invadida por alguns indivíduos armados não identificados, que fizeram intrusão no gabinete do 1º Vice-presidente do nosso Partido.
A todos estes impasses, vem se juntar um acto atentatório aos desígnios da transição e ao espírito de normalização político-institucional, que é a recente assinatura, no dia 11 de Dezembro de 2012, de uma Adenda ao Pacto de Transição Política, por um conjunto de partidos políticos inscritos no denominado Fórum, todos eles sem assento parlamentar.
É de se notar, porém que, dentre estes partidos, muitos nunca antes tinham assinado este Pacto, sendo de destacar que o maior partido signatário inicialmente destes documentos, o PRS, bem como o extinto Comando Militar e a ANP, não subscreveram esta adenda. Esta Adenda apresentada pelos partidos inscritos no denominado Forun, com este documento renovado pretendiam aplicar um duro golpe contra a transição política na Guiné-Bissau e, certamente o que constituiria um maior recuo em todo o processo de transição.
Caros camaradas,
O PAIGC, em termos de perspectiva, defende a realização de eleições legislativas e presidenciais simultâneas e para se atingir este desiderato, há um conjunto de pressupostos que devem ser preenchidos, nomeadamente, o respeito do calendário estabelecido pela CEDEAO e as autoridades de transição, para a duração do período de transição de 12 meses ou seja, as eleições em referência deverão ter lugar entre os meses de Abril e Maio de 2012;
A necessidade de realização das seguintes actividades prévias, designadamente, a conclusão do processo cartográfico, a realização do recenseamento eleitoral (manual ou biométrico) e o respeito dos prazos legais que regem a realização das eleições, de acordo com o programa da Comissão Nacional de Eleições;
Caros camaradas,
O PAIGC continua a apoiar a necessidade de se levar a cabo uma Revisão Constitucional e a Reforma do Sistema Político, que para o nosso Partido trata-se de uma necessidade já identificada para a qual a Assembleia Nacional Popular já tinha criado uma Comissão de Revisão da Constituição da República;
Com o surgimento do 12 de Abril e na tentativa de resolução da crise dela advinda a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO realizada em Dakar a 3 de Maio de 2012, recomendou entre outras questões a reeleitura da Constituição da República bem como a regulamentação do período de transição estatuído e a revisão do pacote das leis eleitoral e de recenseamento;
Nesta perspectiva, a Assembleia Nacional Popular já procedeu a revisão pontual da Constituição da República fazendo coincidir a legislatura ao período de transição, permitindo desta forma ao país um instrumento legislativo para todo o período;
Outrossim, refere-se a adopção pela plenária da Assembleia Nacional Popular de uma Resolução que cria uma Comissão Parlamentar com competências de analisar e rever os instrumentos de transição ora criados (Pacto e Acordo Político de Transição) para elaborar um novo Pacto de regime, em articulação com as demais formações políticas legalmente constituídos e a sociedade civil;
Neste quadro o PAIGC está plena e determinantemente engajado através de um diálogo aberto e franco para a busca de soluções que levem a viabilização do país em direcção ao restabelecimento rápido e sustentável da ordem institucional e constitucional;
Outro aspecto levantado e concernente a reforma do sector da defesa e segurança, realçar o facto de existirem todos os instrumentos legais para o arranque do processo, ou seja, o pacote normativo, o Roteiro da Reforma do sector da Defesa e Segurança inicialmente apelidado como o Roteiro CEDEAO/CPLP agora denominado Roteiro da CEDEAO e a contribuição financeira da nossa Organização Sub-Regional, a CEDEAO já assegurada através de um Protocolo assinado ultimamente entre o Presidente da Comissão da CEDEAO e as autoridades de transição;
Por conseguinte, o PAIGC considera que apesar de partes consideráveis das condições normativas e financeiras estarem reunidas faltando apenas a vontade política para a sua implementação, mesmo que seja gradual e progressiva, devendo ser consolidados os progressos que tinham sido alcançados antes do golpe, tais como, a criação do Fundo de Pensões, a existência de uma lista de desmobilizados, quer das forças armadas como das forças de segurança e a existência de um documento estratégico reformulado na sequência do Plano de Accão de Praia/Cabo Verde com programas e projetos concretos.
É de notar que a comunidade internacional está disposta em acompanhar-nos neste processo, designadamente, a CPLP, a União Europeia e as Nações Unidas.
Caros camaradas,
No que tange a justiça e impunidade e apesar dos esforços que já foram desenvolvidos a administração e o funcionamento da justiça na Guiné-Bissau estão aquém dos padrões universalmente aceites;
Até a data presente os dossiers referentes aos assassinatos políticos não foram resolvidos, com as devidas implicações na vida sociopolítica do país. De recordar que houve várias iniciativas para ajudar a ultrapassar este premente assunto, nomeadamente, apelando a comunidade intencional no sentido de ajudar na sua resolução.
Nesta perspectiva, o PAIGC defende a criação de um Tribunal Especial para proceder a averiguação, apuramento e julgamento de todos estes dossiers.
Caros camaradas,
As questões globais de desenvolvimento são tributárias da consolidação de Estado do Direito e democrático e do funcionamento normal das Instituições em termos de reforço da capacidade institucional, em termos de recursos humanos, materiais e financeiros.
Neste âmbito, o PAIGC está disposto a partilhar dos esforços nacionais no sentido de fazermos o país sair desta situação penalizante para os guineenses e o nosso contributo nesse processo deve ser entendido como um comprometimento nacional e não uma retórica oportunista e imbuída de falsas intenções.
Mas para o nosso Partido, as soluções devem ser encontradas para ultrapassarmos esta crise que começa a ter contornos muito preocupantes, com a promoção de um diálogo inclusivo, a criação de um Governo inclusivo de base alargada e de emanação parlamentar e paralelamente a necessidade de harmonização das posições da comunidade internacional e o início de um diálogo entre as Autoridades Guineenses e representantes da comunidade internacional.
Caros camaradas,
O PAIGC está consciente das suas responsabilidades e na linha da estratégia que delineou e vem executando com muita inteligência e sacrifício.
Assim sendo e atendendo a situação de reconhecida crise em que o país vive e com tendência para o seu agravamento e na linha da estratégia delineada pela Direcção Superior do PAIGC, de defesa dos superiores interesses dos guineenses, através do estabelecimento de um diálogo e de parcerias construtivas inter-guineenses, tal como defende e estimula a própria comunidade internacional, a Comissão Permanente do Bureau Político decidiu remeter aos órgãos estatutários do Partido para análise e deliberação, a questão dos próximos passos a dar no quadro da agenda da transição política, isto é, a assinatura do Pacto e do Acordo de Transição, em estrita observância do espírito e letra da Resolução nº 2 aprovada pela Assembleia Nacional Popular a 22 de Novembro de 2012.
Caros Camaradas,
Reconhecemos que vivemos uma situação difícil e que importa reforçar o diálogo construtivo entre as diferentes forças vivas da Nação, estamos cientes que sem uma cooperação institucional forte e orientada para as prioridades definidas na Agenda do país, as hipóteses de sucesso serão tímidas.
Na prossecução dos esforços que o PAIGC tem vindo a desenvolver no sentido de levar os partidos políticos na busca de soluções que levem à viabilização do país, o nosso Partido respondeu ao convite da nova Direcção do PRS, saída do seu IV Congresso Ordinário, com o qual iniciamos um diálogo que esperamos frutífero, necessário e útil para tirarmos a Guiné-Bissau da situação de profunda crise em que se encontra.
As conversações levadas a cabo no dia 8 do corrente mês de Janeiro deixaram-nos boas e corajosas perspectivas de relacionamento e cooperação com o PRS, baseadas e assentes na verdade, transparência e na defesa dos superiores interesses da Guiné-Bissau e dos guineenses.
Caros camaradas,
O PAIGC quer testemunhar o papel que o recém-eleito Presidente da Assembleia Nacional Popular vem levando a cabo, não só dignificante e prestigiante para a ANP, como para a própria Guiné-Bissau, razão pela qual o nosso Partido está convicto que a ANP saberá manter a sua postura que vem tendo, como promotor da paz e da estabilidade e de interprete dos superiores anseios dos guineenses.
Reiteramos-lhe aqui, perante os membros deste órgão estatutário, o nosso compromisso de trabalharmos afincada e lealmente e, ao seu lado, para a busca de uma solução democrática para os problemas que o país hoje enfrenta.
Gostaríamos de expressar aos guineenses, aos militantes e simpatizantes do PAIGC, aos nossos militantes na diáspora, de que a nossa convicção, empenhamento e dedicação ao PAIGC continuam inabaláveis e que todos juntos e apesar de respeitarmos o posicionamento de cada um, estamos plenamente convencidos de que se torna imperioso e vital reforçar a nossa democracia, como factor essencial à nossa sobrevivência, ao nosso bem-estar e ao nosso progresso.
Estamos determinados, com o vosso apoio e compreensão a trabalhar com todos os partidos políticos com e sem assento parlamentar e os demais actores da sociedade civil para o aprofundamento do nosso processo democrático tornando-o inclusivo.
Perante este importante órgão estatutário do nosso grande Partido, gostaríamos de expressar à Comunidade Internacional o nosso reconhecimento pelos esforços que estão a levar a cabo para ajudar os guineenses a encontrarem as melhores e mais sustentáveis soluções para um retorno à plena constitucionalidade.
Neste quadro, saudamos a recente decisão do Secretário-Geral das Nações Unidas em nomear um novo Representante Especial na Guiné-Bissau, na pessoa do ex-Presidente da República timorense e Prémio Nobel da Paz, o Dr. José Ramos Horta aquém aproveitámos felicitar e formular votos de sucessos na sua nobre missão em nome da Direcção Superior do Partido.
Camaradas,
Permitam-nos concluir a apresentação do presente relatório ao Comité Central, apelando a todos aqui presentes pela necessidade do ressurgimento de um PAIGC unido, forte, reconciliado e preparado para assumir os grandes desafios políticos que se avizinham.
Viva o PAIGC!
Muito obrigado!
PAIGC: Resolução do Comité Central
PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Sessão Ordinária do Comité Central do PAIGC
12 e 13 de Janeiro de 2013
Resoluções
Nos dias doze e treze do mês de Janeiro de 2013, reunido na Sede Nacional do PAIGC, sob a Presidência do Primeiro Vice-Presidente do partido, Camarada Comandante Manuel Saturnino Domingos da Costa.
Feita a devida verificação do quórum, ao abrir a sessão, o Presidente da mesa saudou os membros presentes deste órgão, seguida da apresentação e aprovação da Comissão da redação que ficou composta dos seguintes camaradas: Soares Sambu, Evarista de Sousa, Maria de Lurdes Vaz, Respício Silva e Domingos Simões Pereira.
Em homenagem aos camaradas entretanto fisicamente desaparecidos e num gesto de respeito e solidariedade às vítimas do naufrágio ocorrido a 28 de Dezembro de 2012, foi observado um minuto de silêncio.
Acto contínuo foi apresentada, analisada e aprovada com emendas, a ordem dos trabalhos proposta pela mesa (ver anexo 1).
De seguida, tendo escutado com atenção a apresentação do Relatório do Secretariado Nacional do Partido que mereceu uma detalhada análise e discussão;
Ouvido com profundo interesse a proposta de readaptação da orgânica da Comissão Nacional Preparatória do VIII Congresso Ordinário do PAIGC;
Depois de um longo debate sobre as condições estatutárias, materiais e humanas, para a realização do VIII Congresso Ordinário do PAIGC;
O Comité Central,
• após reafirmar o estatuto que confere ao PAIGC de partido libertador e vencedor incontestável do último pleito eleitoral, com a dignidade e ética, próprias de um partido democrático, e em plena conformidade com a legalidade constitucional e demais leis;
• Enalteceu o bom senso que tem caracterizado o posicionamento do PAIGC nas diferentes esferas da actividade politica, mormente o contributo para a viabilização do funcionamento da Assembleia Nacional Popular, elementos incontornáveis para o retorno progressivo da normalidade constitucional e democrática no país;
• afirmou a necessidade premente da reconciliação da família do PAIGC e a sua responsabilidade politica de levar a cabo a tarefa gigantesca mas nobre, de recolocar a Guiné-Bissau nos caminhos da paz, da estabilidade, da reconciliação e da unidade. Reafirmou todavia, a premente necessidade de uma observância rigorosa dos preceitos legais aplicáveis;
• constatou com preocupação os impasses prevalecentes na adopção de uma agenda eleitoral, na definição dos mecanismos de envolvimento da comunidade internacional, na monitorização e fiscalização do ato eleitoral assim como na disponibilização de recursos financeiros e na realização do recenseamento eleitoral;
• registou com preocupação que a Resolução 2048 do Conselho de Segurança das Nações Unidas continua por cumprir;
Nesta conformidade,
• considerando, que o ambiente político continua a caracterizar-se por uma intensa violação dos direitos humanos e restrição dos direitos fundamentais (liberdade de manifestação, de reuniões e de expressão) com ameaças, espancamentos, assassinatos de cidadãos, falta de progressos nos inquéritos e fraca determinação politica em promover o esclarecimento dos casos;
• tendo em atenção, que o roteiro definido pelas próprias autoridades da transição não está sendo respeitado e se afasta dos objectivos inicialmente anunciados;
• reconhecendo como de extrema dificuldade a situação financeira do partido;
Tendo ainda expressado,
• a sua inquietação face à aplicação da Lei nº18 de 4 de Maio de 2011 em vigor e referente á participação de juízes conselheiros e desembargadores na eleição do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
• o seu desconforto perante a alegada pressão e ameaças que levaram ao pedido de demissão do Presidente da CNE, eleito (por uma maioria de 2/3) em Plenária da ANP e em perfeita conformidade com a lei;
• repulsa pela contínua e gritante degradação das condições de vida das populações, particularmente afectadas pela desastrosa campanha de comercialização da castanha de caju;
O Comité Central do PAIGC, decide:
• Adoptar com emendas o relatório do Bureau politico apresentado pelo Secretário Nacional do Partido e recomenda considerá-lo documento de referência para as demais estruturas do partido;
• Mandatar a Direcção Superior do Partido a proceder à identificação e devido encaminhamento às instancias competentes do partido, todas as contribuições teóricas que têm sido produzidos pelos diferentes Grupos de Reflexão;
• Aprovar a proposta de readaptação da estrutura orgânica e a composição da Comissão Preparatória do VIII Congresso ordinário do PAIGC apresentada pelo Bureau politico (anexo 2);
• Aprovar, para a realização do VIII Congresso ordinário, o seguinte:
o Lema: Inspirados em Amílcar Cabral, unir e fortalecer o PAIGC rumo ao desenvolvimento (recomenda-se a adaptação);
o Data: Maio de 2013;
o Localidade: Cacheu (Ressalva da alternativa automática de Bissau em caso de impossibilidade da primeira opção).
• realçar o empenho dos deputados do PAIGC no período 2011-2012 e encorajar a Direcção Superior do Partido a prosseguir os esforços de articulação com todas as formações politicas legalmente constituídas, sobretudo as com assento parlamentar, e a sociedade civil, no sentido da adopção de um novo pacto de regime;
• encorajar a mesa da ANP, os Deputados, os grupos parlamentares, a prosseguirem o papel importantíssimo que vêm desempenhando para uma condução cuidada e inclusiva do presente processo de transição;
• mandatar o grupo parlamentar do PAIGC que se mantenha intransigente no respeito da prorrogativa que lhe assiste, de ser o proponente para a escolha do próximo Presidente da Comissão Nacional de Eleições;
• mandatar a Direção Superior do Partido a avaliação das condições e consequente adesão aos instrumentos de transição (pacto e acordo político revistos);
• criar uma Comissão encarregue de preparar as comemorações do dia dos heróis nacionais e da celebração do 40º aniversário do assassinato do saudoso líder e militante número um do PAIGC, fundador das nacionalidades Guineense e Cabo-verdiano, Camarada Amílcar Lopes Cabral, assim como o da morte da Heroína Nacional Titina Sila (anexo 3). Recomendar vivamente a essa Comissão, a criação dos mecanismos para o devido reconhecimento do contributo extraordinário que vários Camaradas já prestaram ao partido ao longo da sua vida;
• dinamizar a Escola Nacional do Partido e criar condições para a plena retoma do seu funcionamento ainda no decorrer do corrente ano;
• aprovar a proposta apresentada pelo Secretário da Administração, Finanças e Património do PAIGC para o equilíbrio da situação financeira do partido (anexo 4);
• agradecer e encorajar os contínuos esforços da CI na busca incansável de contribuições a favor da paz e da estabilidade da Guiné-Bissau. Saudar o Secretário-geral das Nações Unidas pela sua atenção permanente e congratular-se com a recente nomeação do novo representante, na pessoa do Nobel da Paz, ex-Presidente de Timor Leste, Dr. José Ramos Horta;
• Defender a criação de um tribunal internacional especial para a averiguação, apuramento e julgamento de todos os crimes de sangue;
• expressar a sua enorme solidariedade para com os camaradas no estrangeiro, nomeadamente o Presidente do Partido, o Segundo Vice Presidente e os restantes camaradas, e também os ainda refugiados nas Representações Diplomáticas e, renovar a determinação em tudo fazer para que todos os guineenses possam viver livremente neste pais e usufruir da plenitude dos seus direitos constitucionais;
• expressar igualmente indignação e particular repúdio pela violenta invasão do Secretariado Nacional do partido e o seu profundo sentimento de solidariedade para com as vitimas de agressão então ocorridas;
• registar com atenção a informação prestada pelo Conselho Nacional de Jurisdição. Recomendar a rápida divulgação dos acórdãos para permitir o subsequente posicionamento politico deste órgão (Comité Central) em reunião extraordinária que será convocada imediatamente a seguir;
• aprovar uma moção de felicitações ao Camarada Primeiro Vice-Presidente do Partido, Comandante Manuel Saturnino Domingos da Costa, distinguindo a coragem, o empenho e a clarividência do seu desempenho à frente do partido;
• aprovar uma menção de felicitações a todos os membros, da Comissão Permanente do BP, do secretariado Nacional e as estruturas regionais, do Grupo de trabalho para a gestão da crise, da UDEMU, JAAC, CONQUATSA, aos jovens do protocolo do partido, e pela coragem e determinação com que se colocaram sempre em defesa do partido e dos seus princípios e valores.
• estender a menção precedente aos membros da FRENAGOLPE e às estruturas organizadas da diáspora guineense;
• Exortar a Direcção do partido e a todos os militantes no sentido de prosseguirem e aprofundarem o diálogo militante e responsável e contribuírem para a construção e consolidação de um ambiente de verdadeira camaradagem, abertura e franqueza nos debates, e a edificação de um partido cada vez mais coeso e forte.
O Comité Central do PAIGC congratula-se pela forma como os trabalhos foram conduzidos e, pelos resultados alcançados.
Feito em Bissau aos treze dias do mês de janeiro de 2013.
O Comité Central
(Anexo 1)
Agenda dos trabalhos:
1. Analise, discussão e adoção do Relatório do Secretario Nacional do Partido sobre a situação sociopolítica do país;
2. Analise e aprovação da proposta de readaptação da orgânica da Comissão Nacional Preparatória do VIII Congresso Ordinário do PAIGC;
3. Analise e aprovação da proposta de lema e de uma nova data e local para a realização do VIII Congresso Ordinário do PAIGC;
4. Informação do Conselho Nacional de Jurisdição sobre as suas actividades.
(Anexo 2)
Moções:
1. Louvor ao I Vice e;
2. todos os membros da Comissão Permanente do BP, secretariado Nacional e do Grupo de reflexão, UDEMU, JAAC, jovens do protocolo do partido;
3. saudações á CI pelos esforços e ao SG pela nomeação do novo representante;
4. moção de solidariedade para com os vitimas do naufragio e exigência de responsabilização dos responsáveis
Moção de louvor ao Camarada
Comandante Manuel Saturnino Domingos da Costa
Primeiro Vice-presidente do PAIGC
Os acontecimentos ocorridos a 12 de Abril passado privaram de repente o PAIGC de toda a sua cúpula dirigente, com excepção do Camarada Manuel Saturnino Domingos da Costa. O país ficou mergulhado num ambiente de perseguição e permanente ameaça aos cidadãos, particularmente aos políticos, com destaque aos militantes do PAIGC. Apesar desse clima reinante e se saber particularmente visado, o Comandante Manuel Saturnino, com a serenidade que lhe é conhecida mas com clarividência e determinação, assumiu as rédeas do partido e foi a voz de comando que manteve os princípios e a orientação dos movimentos em conformidade com os valores sempre defendidos pelo PAIGC.
Assim, reunido em sessão ordinária, o Comité central reconhece este feito notável e o associa aos setenta anos recentemente completados pelo Comandante Manuel Saturnino da Costa para lhe outorgar esta moção de louvor e reconhecimento pelo dever cumprido com distinção, altruísmo e excelência.
Feito em Bissau, aos 11 dias do mês de janeiro de 2013
O Comité Central
Moção de agradecimento à Comunidade Internacional
E, de
Saudação à nomeação do novo representante do Secretário-geral das Nações Unidas.
A Guiné-Bissau vive desde há muito uma profunda crise social e politica que tem acentuado os níveis do seu subdesenvolvimento e dificultado a coordenação dos esforços para sua assistência, por parte da Comunidade Internacional. Contudo, apesar disso, esta (a CI) tem se mantido atenta e disponível a contribuir para a reconquista da paz e da estabilidade internas, condição indispensável para a construção do desenvolvimento.
Nessa perspectiva, reunida em sessão ordinária, o Comité Central do PAIGC regista com apreço a recente missão conjunta internacional que trouxe a Bissau, representantes da União Africana, União Europeia, CEDEAO, CPLP e das Nações Unidas e saúda os contactos e recomendações deixadas no sentido de uma condução pacífica e inclusiva do processo de transição e a rápida restauração da ordem democrática e constitucional.
Da mesma forma, agradece a atenção permanente do Senhor Ban-Ki Moon, Secretário-geral das Nações Unidas, para com a situação na Guiné-Bissau. Felicita o Senhor Joseph Mutaboba, Ex-Representante do Secretário-geral pelo trabalho realizado e se congratula com a nomeação do novo representante, Prémio Nobel da Paz, Presidente José Ramos Horta, a quem estende a sua solidariedade, e assegura da sua total disponibilidade em colaborar para o sucesso da sua missão na Guiné-Bissau.
Feito em Bissau aos treze dias do mês de Janeiro de 2013
O Comité Central
(anexo 4)
Proposta do Secretariado da Administração, Finanças e Património, referente às contribuições para constituição do fundo do partido:
Conforme artigos 95 e 98 dos Estatutos referentes ao orçamento do partido,
1. Valores a consignar:
b. Membros da Comissão Permanente 5.500, XOF
c. Membros do Bureau Politico 5.000, XOF
d. Membros do Comité Central e Suplentes 4.500, XOF
e. Deputados, membros do governo,
Secretários-gerais, Presidentes de
institutos, Diretores-gerais, Corpos
Sociais de empresas, Governadores,
administradores de sector 10.000, XOF
f. Diretores de serviço, Chefes de repartição
E equiparados 2.500, XOF
g. Militantes 250, XOF
2. Instrução da cobrança das quotas com a retroatividade de 2009 até Maio de 2011;
3. Consignar a totalidade da quota de 2012 e parte de 2011 (Junho a Dezembro) exclusivamente para o Congresso Ordinário previsto para 2013.
Feito em Bissau aos treze dias do mês de Janeiro de 2013.
O Comité Central
Congresso do PAIGC, talvez em maio
O principal partido da Guiné-Bissau, o PAIGC, deve realizar em maio o oitavo congresso ordinário, que esteve marcado para janeiro, disse hoje o porta-voz do partido, Óscar Barbosa. A decisão do adiamento do congresso, que servirá para a escolha de uma nova liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), saiu de uma reunião do Comité Central realizada no último fim de semana em Bissau. Segundo Óscar Barbosa, ainda não se decidiu sobre a data da realização do conclave mas o Comité Central aprovou, em princípio, o mês de maio e manteve a cidade de Cacheu (no norte) como palco da reunião. LUSA
Mais uma “made in golpistas"
"Em qualquer lugar do mundo existem quiosques em jardins públicos, incentivados pelo Estado como base para o desenvolvimento do sector privado FORMAL (pagam impostos, geram empregos autónomos, fornecem segurança no local, etc).
Com os iletrados golpistas é o contrário. O comércio informal tomou conta da cidade de Bissau com a benção da Câmara Municipal de Bissau que cobra feira até em portas de residências privadas. Já não podes estar sentado na tua porta a assar ostras, que aparecem os cobradores de feira a exigir dinheiro porque consideram isso um restaurante informal! Vendem-se bananas no chão até na porta da Assembleia da República!!!
Um jovem empreendedor solicitou a abertura de um quiosque pré-fabricado no Jardim da 2ª Esquadra. Foi-lhe concedida licença provisória e iniciou as obras. Um mês depois aparece um radialista, especialista em urbanismo “encomendado” a criticar a autorização. A ordem inverteu-se e o empreendedor foi ordenado a demolir tudo. Pergunto ao radialista e ao Estado se preferem ver o jardim abandonado como está, cheio de Comés a assaltar a noite? Preferem ver os jovens a vender ambientador nos cruzamentos? Consultou-se algum urbanista para solicitar opinião profissional sobre o funcionamento de uma cidade?
Pergunto ao radialista pelas áreas públicas existentes anteriormente em Bissau, como os campos de Cacoma, dos Lacarãns, a Praça de Bandé e por aí vai que desapareceram e viraram terrenos particulares, se tivessem quiosques o que aconteceria? Será que o Jardim da 2ª Esquadra também foi vendida/comprada?
O jovem em questão desistiu, depois de ver todo seu dinheiro amealhado após muita luta ser colocado no lixo, sem alguma compensação. Mais um a caminho da diáspora...
Assina, LoveBissau"
Um estado cómico
Depois do golpe de Estado de 12 de abril 2012, a Guiné-Bissau o seu estatuto no concerto das naçõe, recuou como estado democratico e como Estado social, piorou a sua situação ja de si precaria em todos os sentidos para as suas populações. Os dados são claros e extremamente violentos, razão pela qual temos que nos render a evidência do desastre que foi esse nefasto acontecimento na historia do nosso pais que esta a portas de completar um ano apos a sua ocorrência. A lista é deprimente, porém é essa a realidade com que os guineenses convivem alegremente... à força de nada puderem fazer, senão comer porrada ou levar um tiro no "suicidio". Vejamos caros compatriotas, o que se seguiu ao 12 de Abril 2012 :
- o ensino estagnou;
- a saude esta moribunda;
- a economia emperou;
- o sector privado esta agoniante;
- a Função Publica não funciona e esta tomada de assalto por compadrios e jogos partidarios tribais;
- os salarios não são pagos ha mais de três meses e a situação tende a piorar ;
- a Familia como suporte da sociedade perdeu a moral;
- não existe moralidade publica, estando esta gangrenada pela roubalheira e a corrupção;
- os parceiros internacionais viraram as costas ao pais e a CEDEAO representa mais um problema do que a solução;
- os valores da democracia foram invertidas : os eleitos estão no exilio e os golpistas estão no poder/os vencedores foram corridos e os vencidos governam com a abenção estrangeira/a maioria esta na oposição e a oposição governa com os militares;
- os direitos humanos são quotidiana e impunemente violadas;
- os assassinatos e execuções sumarias (12), espancamentos (inumeraveis) e prisões arbitrarias (sem conta)... sucedem-se a um ritmo aterrorizante, sem que se dê um pio;
- o trafico de droga atingiu o seu expiral maximo e hoje quase tornou-se numa actividade corrente dos militares e altas figuras do estado;
- o trafico de influências campea nos corredores da Presidência, do Governo e nos gabinetes das altas chefias militares;
- o branqueamento de capitais disparou, sendo que, alguns bancos da praça estão a agir em cumplicidade activa com redes criminosas;
- a delapidação do erario publico atingiu niveis recordes, pois cada um rouba e açambarca quanto mais pode, e em tempo recorde;
- a roubalheira e a delapidação dos bens publicos, principalmente das empresas publicas atingiu numeros nunca vistos, sendo que algumas EP funcionam como guichets de pagamentos de certos governantes e chefias militares;
- a indisciplina e a anarquia militar impera no pais e a sociedade castrense age totalmente à margem das leis e na maior impunidade como se fossem estado dentro de outro estado;
- as forças armadas, estão transformadas em milicias e guardas pretorianas de certas chefias militares e alguns dos seus elementos se abonam descarradamente ao trafico de droga e estão a soldo dos barões cujos carteis dominam Bissau. Os jovens estão armados e fardados nas Tabancas sem serem militares;
- a tribalização da sociedade guineense caminha a passos largos e tende a radicalizar-se devido a imposição pela via da violência de uma etnia sobre a sociedade no seu todo, o que leva instintivamente a sociedade a sectarizar-se em feudos de interesses e de sobrevivência de base comum (o sentimento de pertença tribal e de raça);
- as Instituições do Estado não são respeitadas. Nem a Presidência da Republica Interina, nem o Governo de Transição é respeito ou tido em conta, pois o poder « mora » nos quarteis e no Bairro Internacional;
- os militares e Kumba Yala são de facto, os verdadeiros detentores do poder, sendo eles que orientam e decidem pelo PRI e pelo GT que não passam de simples marionetas dos seus jogos tribais;
- a nossa soberania esta anexada e enfeudada a interesses sub-regionais da Nigéria, do Senegal, do Burkina Faso e da Costa do Marfim, os quais instalaram no pais uma força de ocupação da CEDEAO;
- o poder paralelo esta instituido e sobrepõe-se ao poder politico, chegando ao caricato de, até o CEMGFA fazer o balanço das suas actividades como se de um orgão de poder autonomo se tratasse;
- o enriquicimento ilicito faz passarele nas ruas pobres de Bissau, com exibição de sinais exteriores de riqueza fora do comum. Novos ricos surgem todos os dias como num campo de cogumelos em contos de fadas;
- Bissau tornou-se de uns tempos a esta parte também para além da droga, uma plataforma de transito e refugio de grupos mafiosos, portadores de « projectos » ilusionistas e de duvidosa seriedade particularmente virada para o branqueamento de capitais proveniente da droga, trafico de armas e do terrorismo internacional;
- os direitos de exploração dos nossos recursos, tanto naturais como minerais, com vai-vens de ministros do regime entre Bissau e Dakar, estão a ser alienadas, penhoradas ou transferidas através de negociatas mafiosas à companhias de reputação mafiosa e algumas com evidências criminosa;
- os recursos halieuticos da nossa ZE esta entrega à delapidação senegalesa e chinesa sem que as autoridades tomem quaisquer medidas devido as migalhas de esmolas que recorrentemente pedem e recebem do Senegal e da China;
- o Senegal, com a cumplicidade servil do Governo e de outras representações do Estado guineense esta a acaparar-se de zonas de exploração petroliferas situadas a 100% no nosso territorio as quais estão a ser vendidas as empresas canadianas e chinesas como se recursos senegaleses se tratasse;
- empresas chinesas sem escrupulos ligados ao Presidente de Transição estão a desmatar, maldosa e selvaticamente as nossas florestas do Sul do pais, incluindo a zona protegida de Cantanhês e outras zonas consideradas reservas da bioesféricas;
- alguns actuais dirigentes, outrora falidos que nem ratos da igreja e grande parte das actuais chefias militares tornaram-se repentinamente abastados economicamente, comprando como pãezinhos quentes, imponentes imoveis, principalmente em Dakar e Lisboa, e também viaturas de luxo de alta gama;
- as nossas representações diplomaticas, principalmente da China e de alguns paises do Médio Oriente transformaram-se em centros de negocios mafiosos, onde pontifica a venda de passaportes e de titulos de residência, onde uma boa parte revertem para as contas de eminentes figuras da transição, nomeadamente o Presidente da Transição, O MNE, o CEMGFA e o Min° da Presidência. Esses documentos são geralmente adquiridos a peso de ouro por redes mafiosas e grupos ligados ao crime organiszado;
- este governo ja deu mostras de que não mexera uma palha para que sejam criadas as condições necessarias para a realização de nenhuma eleição, pois se conforta e se conforma no status quo vigente;
lista extensa de factos e casos lamentaveis que espelham, quão nefasto foi o golpe de 12 de abril de 2012 contra as legitimas aspirações do Povo guineense. Enfim, um balanço triste, mercê de um acto ignobil de um grupo de irresponsaveis politicos e militares sedentos de poder e de ambição de mandar, sem saber mandar.
Pergunta-se : Não serão todos estes factos suficientemente graves, para que, os golpistas se rendam a evidência do mal que estão a causar ao Povo Guineense? Uma pergunta que ficara decerto sem resposta, pois na logica dos golpistas o pais esta bem e, recomenda-se... e, o Presidente de Transição, vai alegremente passeando abertamente pelo pais a « djamur » obras ficticias de quem muito contribuiu e forjou este estado de coisas na Guiné-Bissau antes de se despidir dos guineenses.
Bissimilaih...
Guigui Kansa
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Ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau
“Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”
Auditório CIUL, Picoas Plaza, em Lisboa, 16, 23 e 30 de Janeiro de 2013
Apresentando os nossos melhores cumprimentos e saudações de bom ano, temos o prazer de informar sobre a realização do 1º Ciclo de Conferências intitulado “Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”.
Este 1º Ciclo de Conferências será repartido nos seguintes painéis Guiné-Bissau: a vigente ordenação política: entre o desafio da construção do estado de direito e as recorrentes rupturas constitucionais; A Guiné-Bissau: antes, durante e depois; Reflexões sobre o devir guineense, e contará com a participação, entre outros, do Prof. Doutor Kafft Kosta, do Eng.º Anacoreta Correia, do prof. Doutor Costa Dias, do Dr. Nuno Rogeiro, do Jornalista António Soares, da Dr.ª Carmelita Pires, Dr.ª Graça Pombeiro, do Dr. Luís Barbosa Vicente, do Dr. Eduardo Jaló, do Dr. Jair Araújo e do Prof. Doutor Julião Soares, entre outros.
Pretende-se tratar de assuntos relacionados com as recorrentes crises multidimensionais; a questão da legitimidade da “solução” proposta pela CEDEAO à luz da constituição guineense; a questão do desafio da construção do estado de direito e as recorrentes rupturas constitucionais; a questão das múltiplas pertenças identitárias, formação do estado e da "nação"; o papel da CEDEAO, CPLP, UA, UE, ONU; a exploração dos recursos naturais: petróleo, bauxite e fosfato; os grandes planos de investimento e as suas repercussões económicas, sociais e financeiras na sub-região; a Guiné-Bissau sacrificada num conflito entre "potências regionais"; a questão do narcotráfico; As reformas da Administração Publica, de Justiça, do Sector de Defesa e Segurança; o papel da comunidade internacional: gestão de agendas/visibilidade versus eficácia/eficiência e, por fim, entre outros, o papel da Juventude, dos movimentos femininos, dos quadros nacionais e da diáspora na busca de consensos para o devir guineense, cuja súmula será publicada em livro.
Considerando o devir guineense, cujo progresso tem sido frequentemente impedido e protelado por interesses geoestratégicos e pela encruzilhada de interesses que o permeiam e impedem a afirmação do estado de direito democrático, eis o nosso apelo à mudança de paradigma!
O que é que ambicionamos? Pretendemos um estado moderno alicerçado no progresso económico e social, respeito pelos valores da democracia, direitos humanos e pela ordem constitucional.
Por fim, sublinhamos: os povos são a fonte da autoridade – devem ser respeitados!
É neste enquadramento que um grupo de quadros guineenses na diáspora uniu esforços e empenhou-se na organização deste ciclo de conferências intitulado “Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”, que terá lugar no Auditório CIUL, Picoas Plaza, em Lisboa, 16, 23 e 30 de Janeiro de 2013, consoante o programa infra.
PAINEL I
GUINÉ-BISSAU: A VIGENTE ORDENAÇÃO POLÍTICA: ENTRE O DESAFIO DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE DIREITO E AS RECORRENTES RUPTURAS CONSTITUCIONAIS.
Local: Auditório CIUL, Picoas Plaza (Metro Picoas)
Data: 16 de Janeiro de 2013
Sessão de abertura – 17h00
Oradores
Prof. Doutor Kafft Costa
Dr. Luís Vicente
Prof. Dr. Nuno Rogeiro
Prof. Doutor Eduardo Costa Dias
Moderador
Dr. António Soares (Toni Tcheca)
Sessão para questões/esclarecimentos
Sessão de encerramento: 20h00
Contamos com a presença de todos.
Com os nossos melhores cumprimentos,
Atenciosamente,
Organização do Ciclo de Conferências
Eduardo Jaló
Jair Araújo
Luís Vicente Barbosa
ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau
“Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”
domingo, 13 de janeiro de 2013
EXCLUSIVO - ESCÂNDALO, AS VENDAS DE PASSAPORTES NA EMBAIXADA DA CHINA E NO CONSULADO DE MACAU
Após as primeiras denúncias referentes aos escândalos e actos mafiosos que têm ocorrido nas nossas representações diplomáticas, particularmente na da Republica Popular da China e no Consulado de Macau, o blogue Ditadura do Consenso, após aturadas investigações, esta agora à altura de apresentar factos e provas sobre esse nebuloso negócio que mancha o nome da Guiné-Bissau. Membros dessa representação diplomática, assim como de altos dirigentes do actual regime de Bissau, estão ligados a este comprometedor e vergonhoso negócio, mostrando a face mafiosa e criminosa das nossas representações diplomáticas – sobretudo a da China.
Compra do lugar de embaixador Malam Sambu na Republica Popular da China
O lugar que ocupa hoje Malam Sambú, o actual embaixador Plenipotenciário da Republica da Guiné-Bissau na Republica Popular da China, Japão, Coreia do Sul, India e Singapura foi um negócio de Estado, dividido entre a Presidência da República, na pessoa do Presidente de Transição Manuel Serifo Nhamadjo e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através do titular da pasta, Faustino Fudut Imbali. No meio de tudo isto, estão em jogo mais de um milhão de dólares americanos (perto de de 650 milhões de Fcfa).
Para confirmar os factos, Ditadura do Consenso está à altura de provar, através do mapa que abaixo se reproduz, as referidas entidades e personalidades que receberam favores e contrapartidas para avalizar a nomeação do Malam Sambu ao posto referido.
Igualmente, Ditadura do Consenso publica um outro documento, enviado por Yang Yuan Sheng, na qual reclama ter dado ao Malam Sambu o montante de 100.000 dólares americanos em troca do posto de Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Hong Kong. No negócio em questão, estava previsto, para além do cargo, a disponibilização de cinco passaportes diplomáticos e seis passaportes ordinários e ainda um carro com matrícula e imunidade diplomática. Por questões de salvaguarda das fontes, o DC limita-se a fornecer a cópia do mail, com a data e os motivos. Naturalmente os destinatários são salvaguardados. De realçar que desse montante, cinquenta milhões (50.000.000) de Francos Cfa's foram entregues ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Transição, com a qual, apurou o DC, Faustino Imbali pagou a aquisição de uma residência em Dakar, no Senegal.
Situação no Consulado de Macau
Esta representação diplomática da Guiné-Bissau é dirigida pelo diplomata John Lo de origem macaense na qual se passam as seguintes movimentações mafiosas. O Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Macau é o principal actor da venda das falsas autorizações de residência nesses territórios (República da China e Hong Kong) e de certificados de registo criminal limpos e imaculados. Os referidos documentos são fraudulosamente convencionados em Macau sem conhecimento das autoridades competentes da Guiné-Bissau e não correspondem minimamente aos modelos e padrões convencionalmente adotadas pelas autoridades guineenses.
Estes factos e procedimentos criminosos das representações diplomáticas guineenses no território de Macau e Hong Kong é que estiveram na origem do cancelamento de isenção de visto aos cidadãos guineenses, tão badalado na imprensa internacional e, também oportunamente difundido pelo Ditadura do Consenso. De momento, são os documentos que o DC conseguiu reunir, e o seu editor promete que não poupará esforços no sentido de conseguir mais documentos e provas com vista ao total esclarecimento deste obscuro e vergonhoso negócio da China, que, para além de ensombrar o nome da Guiné-Bissau, coloca o nosso país no grupo de países expostos ao terrorismo internacional.
Consta que essas ilegalidades são feitas com a conivência e cumplicidade activa e ganhos evidentes por parte das autoridades locais macaenses que estão a par da ilegalidade dos documentos emitidos, fechando os olhos a esta fraude com as consequências que os guineenses já conhecem. Para que, os leitores do Ditadura do Consenso possam melhor compreender este esquema mafioso, eis algumas explicações sobre este nebuloso esquema.
Devido à situação particular da China Popular, os seus cidadãos encontram particular dificuldades em se deslocarem e se instalarem nas Zonas Administrativas Independentes, em particular, Macau, Hong Kong e Shenzhen. O esquema resume-se ao seguinte: os investidores chineses continentais que têm interesses em investir, e que se instalem em zonas administrativas independentes, são obrigados a provar de que são titulares de uma autorização de residência de um pais terceiro. Neste caso concreto, esses investidores recorrem aos serviços do Consulado da Guiné-Bissau, em Macau, para obterem o tão procurado sésamo. Para obterem o referido "passaporte" para a fortuna os investidores chineses dispendem no mínimo 50.000 dólares americanos por pessoa para cada autorização de residência que lhes permite entrar e se instalarem nas cobiçadas zonas livres de comércio (principalmente compra de casas e investimentos fixos).
O Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Macau, John Lo, chegará brevemente a Bissau, e, caso as autoridades de transição estejam interessadas em esclarecer estas denúncias, poderão interpelá-lo sobre esta mafiosa situação e, assim, desvendar esta tenebrosa rede de negociatas que ensombram a nossa diplomacia nessa zona do mundo.
De realçar que, ao que parece, as autoridades guineenses desconhecem estas negociatas. Recentemente o Primeiro Ministro de Transição foi rudemente confrontado pelo CEMGFA, António Indjai, irritado sobre a nomeação do Malam Sambu (principal suporte financeiro de Kumba Yalá) para o posto de embaixador da Guiné-Bissau na China, tendo Rui Barros respondido que da parte do Governo, e dele próprio nunca tiveram qualquer conhecimento ou propuseram quaisquer nomeação para esse posto. Recorde-se que Malam Sambu, é acusado pelo CEMGFA de ter abandonado o PRS para se vender ao PAIGC em troca do posto de Cônsul da Guiné-Bissau na Coreia do Sul, que lhe fora proposto e aceite pelo Governo deposto. António Aly Silva
Amanhã é o dia
Veja as votações parciais para o "Blog do Ano 2012"
As votações estão disponíveis de novo amanhã, 14 Janeiro. Os votos já contabilizados até ao momento serão contados para o resultado final. AAS
Ramos-Horta, agora mesmo, na SIC Notícias: excertos
O antigo presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi nomeado Representante Especial da ONU para a Guiné-Bissau. O Nobel da Paz vai substituir o ruandês Joseph Mutaboba, cujo mandato terminou a 31 de dezembro, na liderança do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz naquele país (UNIOGBIS). No Sociedade das Nações, emitida hoje, Ramos-Horta analisa os principais desafios da sua missão.
José Ramos-Horta tem como missão tentar ajudar a estabilizar a situação na Guiné-Bissau, onde sucessivos golpes militares e mudanças repentinas de governantes tem impedido que qualquer governo tenha conseguido cumprir o seu mandato por inteiro, desde a independência do país. Desde 12 de abril de 2012, na sequência de um golpe militar que derrubou o Governo e o Presidente de transição, a Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em abril.
Nesta entrevista, José Ramos-Horta discute as causas da atual crise guineense. O problema do narcotráfico e as divergências da comunidade internacional face ao governo de transição da Guiné-Bissau são dois dos principais temas em análise. Depois do golpe de 12 de abril, a CPLP, a ONU, a União Europeia e a União Africana retiraram o apoio às novas autoridades de Bissau, por não as reconhecerem.
EXCERTOS:
- "É necessário que os EUA usem os meios aéreos e navais para travar o tráfico de cocaína que entra na Guiné-Bissau";
- "A UE devia também pôr os seus meios à disposição para o combate à droga";
- "Os cartéis da droga dominam o poder na Guiné-Bissau";
- "As eleições devem ser bem pensadas e realizadas do ponto de vista técnico, logístico";
- "Não é segredo para ninguém que Angola surge como uma grande força em África";
- "Há uma relação muito grande entre a Guiné-Bissau e Angola. Combatentes guineenses estiveram juntos nas mesmas trincheiras com os seus irmãos angolanos na sua luta contra o regime sul-africano do apartheid";
- "A Guiné-Bissau não terá um aliado maior do que Portugal";
- "A Guiné-Bissau precisa de Angola"
sábado, 12 de janeiro de 2013
Democracia participativa vs democracia representativa
Com a primavera árabe, longas ditaduras caíram, outras perderam o mistério aterrador, e ficou uma vez mais vincada a máxima universal que prega o seguinte:
Pela liberdade, quanto mais esforços despendermos, mais livres seremos.
Tantas vezes escrevi sobre o insucesso da nossa sociedade, que chegou um momento, comecei a sentir repetitivo, e decidi parar. Alguém disse que, não se deve fazer sempre as mesmas coisas, e ainda esperar pelos resultados diferentes. O que é uma verdade. Mas a verdade só encontra credibilidade na mais pura das verdades, a de que, as diferentes verdades, mesmo as científicas, são todas elas passíveis de certas mutações. Compreendo que o pensador tenha ignorado isso na circunstância. Não compreendo, é essa crueldade nossa, em continuarmos a perseguir e neutralizar de entre nós, os melhores capacitados, e desejarmos progresso.
Aprendi que a esperança é última coisa a morrer. Desde então fui me orientando com base nessa verdade, mesmo depois de enganado por outra verdade, descobrir que isso não passava de uma manifestação do romantismo. Entretanto, como uma das consequências da última crise, a minha esperança no sucesso da nossa pátria independente morreu. Sim! Morreu mesmo. E eu com uma infindável dor, assim testemunhei, para descobrir que é sim, a última coisa a morrer, mas podendo ser logo antes da morte que nos mata de vez. Por isso fiquei a conhecer mais essa verdade.
Um dia de infortúnio, pessoas pouco azaradas, viram-se envolvidas na concretização de uma ampla conspiração, para mais do que nas outras ocasiões, negar ao eleitorado guineense, cheio de esperança e embalado nas fileiras das urnas, o direito de escolher no imediato, das opções para um futuro de desenvolvimento, a melhor. As seguidas justificações, para um golpe certeiro nas nossas aspirações, como hoje ainda assim é, só serviram para confirmar a ingenuidade dos que resolveram, num momento em que através dos diversificados meios de comunicação, metade do mundo, estava a acompanhar na nossa terra, o mais sagrado dos exercícios da democracia, para provocarem esse isolamento imposto pelos melhores dos nossos parceiros internacionais, acrescido às nossas limitações.
O poder político, como fenómeno social, advém de uma prática costumeira ancestral, longe do surgimento da instituição estado, que sustenta a aceitação por uma maioria, das orientações de uma determinada autoridade, para tal instituída, com o objectivo de conduzir para melhor, o destino comunitário.
No poder, por força última das armas, está um conjunto de interesses desconexos, no que propriamente respeita aos aspectos fundamentais, para a melhor condução do nosso destino. Como exemplo flagrante, destaco a proibição de qualquer tipo de manifestação política, seja ela contra, ou a favor do regime! Essa preocupação contraditória, para calar tudo e todos, só revela, nas distintas vertentes, a tamanha falta de segurança dos actuais detentores da vez, a frente do que devia ser uma urgente reorganização da nossa sociedade.
Mas o poder político é um fenómeno sujeito ao desgaste, em consequência do uso. Por isso justifica a permanente revalidação, através da confiança a demonstrar firme, na recomendável competência dos governantes, que dentro das suas responsabilidades, devem satisfazer as expectativas. Também pelas mesmas razões, o seu uso inapropriado, implica sempre, a sua rápida deterioração. Para a desgraça comum, embora prestes a desaparecer, da musculada subserviência, será lembrado como demasiado distante das aspirações favoráveis à prosperidade duma nação, um governo tão opaco, como desempenho dos seus membros e companhia ilimitada.
Enquanto nação, ainda que em construção, o desafio é libertar os políticos da paupérrima ganância dos militares, perante o domínio da nossa sociedade, pelas máfias internacionais do tráfico ilícito das drogas e armas. Mas para que isso aconteça de maneira satisfatória, teremos que encher de coragem, e aplicar um golpe de misericórdia na moribunda esperança, que carregamos a partir da independência. E passarmos a brandir com determinação, o ceptro da indignação, contra todos os males que gangrenam a nossa antes, gloriosa caminhada.
Para uma mudança perspicaz, jamais será suficiente votarmos e regressarmos o desconforto dos problemas. É preciso criarmos mecanismos, para sempre que necessário, defendermos o sentido dos votos. Assim como os partidos políticos, uma vez constituídos em diversas associações, para defesa dos interesses próprios, seremos da melhor maneira possível, parte fundamental no funcionamento de um Estado Democrático.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar
Flaviano Mindela dos Santos
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Golpe de Estado de 12 de abril: mais uma consequência
"Ranking da economia livre
A Rússia subiu 5 pontos na classificação para a liberdade económica, mas permaneceu muito baixo na lista geral - está no lugar 139 num total de 185 países avaliados, e é classificada agora como sendo "quase não-livre". A Rússia tem 51,1 pontos num total de 100. Outros países selecionados, e que estão por baixo neste ranking, aparece um muito nosso conhecido, a Guiné-Bissau!, e o Vietname.
Fontes: The Wall Street Journal e The Heritage Foundation.
Ibraima"
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Burru i burro son...
"Ola Aly,
Desejo-te tudo de bom este ano, e continuação de sucessos no teu trabalho que muito serve aos guineenses e não só.
Acabei de ver uma explicação tua, a tentar justificar uma fotografia no teu blog e comentado mal e porcamente num outro blog, criado apenas para tentar justificar o injustificado e tentar desviar a atenção dos menos atentos. Como você disse, e bem, burro nin diante de computador i Burro só…
Por que razão não podias trabalhar na Air Luxor, na Guiné-Bissau? Porque abó i di Cadogo? Ou na inauguração do terminal? Anta CEMGFA ku dibi di bai ou i Ministro de área? Ou... o Dr. Fernando Brito [já falecido] trabalhava para o Cadogo? Ou kim propi ku tira es foto ta tarbadja pa Cadogo? Bardade Burro nin ki nbarka na avion i Burro só!
Por último, gostaria de frisar aqui um ditado na criol ku manga di djinti propi gosta del, kaba gora é ditado tarda kita faladu, antes de 3 de agosto ku da independência, ku fadi caso de Canchungo ou de Bassamar de Onkalé, é ditadu ta fala: kim ku ta mata ku po, ku pó kita matadu.
Agredecia a publicação, pa mantenha tchiga nha terra, Canchungo.
Bostaste Canchungo!"
Um burro não deixa de ser burro, apenas por ter um modem à frente...
Incomodado?! Nem por isso. Orgulho, isso sim. Segundo um blog que ninguém se dá ao trabalho de, sequer, tentar perceber o que lá tem sido escrito, esta fotografia 'compromete' o Aly Silva...nada mais falso. Eu, como o texto indica, fui director do gabinete de relações públicas da Air Luxor. ESTA FOTOGRAFIA foi tirada no dia da inauguração da aerogare, um investimento totalmente pago pela companhia aérea.
Mas, aviso desde já: o que vou publicar por estes dias, será de fazer ressuscitar os mortos. Vão tugindo e mugindo. Se soubessem o que aí vem... AAS
Mensagem de dor
Collectif de Ressortissants, Amis, Sympathisants de la Guinée-Bissau
O Colectivo e a familia VIEIRA na pessoa da Senhora Maria Manuela VIEIRA assim como os seus filhos, têm a imensa tristeza de vos anunciar a morte de Sua Excelência Senhor Sebastião Lionel VIEIRA, Diplomata de Carreira, ex-Embaixador da Guiné-Bissau e Representante da CPLP na UNESCO, ocorrido no dia 5 de janeiro de 2013 as 21h30 no hospital Joffre Dupuytren, em Draveil depois de uma longa doença.
No protocolo de diplomacia Guineense, faz parte dos primeiros embaixadores plenipotenciários da Guiné-Bissau depois da independência.
Sem duvida, o Senhor Lionel VIEIRA foi um homem muito apreciado e admirado pelos Guineense, seus amigos e a Diaspora, que serviu longa e honestamente o seu pais, deixando hoje com o seu desaparecimento o Povo da Guiné-Bissau numa profunda tristeza.
A missa funerária terá lugar no dia 11 de janeiro de 2013 as 14h30 na Igreja Saint Pierre-Saint Paul, Evry Village, seguida das cerimonias funerárias as 15h30 no Cemitério de Bondoufle.
A familia Vieira agradece pelo vosso apoio e toda a vossa afecção.
Paris dia 08 de janeiro de 2013
A Direcção
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Era uma vez em Paris
O período das festas de Natal e novo ano, foi o momento escolhido para aquela que viria a ser um tentativa frustrada por parte dos membros das autoridades golpistas da Guiné-Bissau. O motivo: pretendiam organizar uma conferência de imprensa, secreta, junto dos órgãos de imprensa francófonos sedeados no Grand Palais de Paris.
Da delegação, faziam parte o secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Gomes Fernandes e Dino Seidi, que foi indicado para embaixador da Guiné-Bissau em França, mas que nunca chegou a ser aceite pelas autoridades francesas. Apresentaram-se na sede da imprensa CAPE (Centro de Acolhimento da Imprensa Estrangeira) para realizar uma conferencia de imprensa com vista a dar a conhecer o 'novo' Embaixador da Guiné-Bissau em França.
Infelizmente, para esta delegação, a operação fracassou quando essa mesma imprensa pediu para ver as cartas credenciais... faltava a credencial com a nomeação oficial pelas autoridades francesas. Mais uma vergonha para os golpistas que no dia 5 de novembro de 2012, tentaram tomar de assalto a Embaixada da Guiné-Bissau em Paris... AAS
Para memória futura
Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU: "Deixem-me que fale claramente: os responsáveis pelo golpe e posteriores violações dos Direitos Humanos serão responsabilizados pela comunidade internacional". O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou ao "regresso imediato da ordem constitucional" à Guiné-Bissau e avisou os golpistas de que serão responsabilizados pela comunidade internacional se atentarem contra os Direitos Humanos.
Estas declarações foram feitas em maio de 2012.
NOTA: Depois disto, dezenas de guineenses foram raptados, torturados e assassinados, mas até hoje ninguém foi responsabilizado... Portanto, é altura de a própria ONU ser chamada à responsabilidade. AAS
Um veto, um ex-prisioneiro
As autoridades da Gâmbia vetaram o nome de Daina-Bam-Na para embaixador da Guiné-Bissau em Banjul: não reunia as condições. Quanto ao futuro embaixador e genro de António Indjai, Idirssa Djaló, o historial não é menos triste: afinal, Idrissa esteve preso em Banjul antes da guerra civil de 7 de junho, por ter entrado em negócios menos claros. Hoje, claro, duvida-se até se a intransigência de Banjul face ao golpe de 12 de abril não foi apenas para inglês ver...
Daina-Bam-Na foi estudar para a Bulgária, mas não chegou a concluir os estudos, tendo ficado nesse país durante largos anos. Uma delegação guineense, de visita a este país, convenceu-o a regressar à Guiné-Bissau. Nessa altura, Daiana já nem sequer era militar. Vegetou em Bissau até que, por motivos desconhecidos, foi enviado para a representação diplomática guineense Banjul. Até hoje.
Assim que António Indjai chegou à chefia do EMGFA, começou a pressão para que Daiana-Bam-Na fosse promovido. Indjai trava-se de razões com as embaixadoras: primeiro com Munira Jauad e depois com Francisca Vaz. Depois do golpe de 12 de abril, o CEMGFA volta à carga: queria a promoção de Daina-Bam-Na e, assim, da noite para o dia este passa a coronel do exército guineense. Coisas nossas... AAS
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
SEMINÁRIO: "AMÍLCAR CABRAL, UM PROJECTO INTERROMPIDO"
AMÍLCAR CABRAL, UM PROJECTO INTERROMPIDO
Seminário por ocasião dos quarenta anos do seu assassinato
21 de Janeiro de 2013
Auditório da Fundação Mário Soares (Rua de S. Bento, 160)
Organização: Fundação Mário Soares e Instituto de História Contemporânea da UNL
Programa
11.00 | ESTADO DA ARTE
Apresentação do seminário
Arquivo Amílcar Cabral na internet, por Alfredo Caldeira (Fundação Mário Soares)
Investigadores e investigações académicas sobre Amílcar Cabral, por António Duarte Silva (Tribunal Constitucional)
Debate moderado por José Neves (IHC/FCSH-UNL)
13.00 | Intervalo para almoço
15.00 | ANTI-COLONIALISMO, RESISTÊNCIA E EMANCIPAÇÃO
Agronomia e Império, Cabral e uma outra partilha do sensível, por Maria-Benedicta Bastos (Paris IV – Sorbonne)
Alguns tipos de poder – Cabral no século XX português, por José Neves (IHC/FCSH-UNL)
“Alterar a verdade” – Meios de reprodução técnica e invenção de culturas trans-nacionais, por Manuela Ribeiro Sanches (FLUL)
Debate moderado por Marcos Cardão (ISCTE-IUL)
17.00 | Pausa café
17.15 | GUERRA COLONIAL, FIM DO IMPÉRIO E INDEPENDÊNCIA
A evolução estratégica da guerra na Guiné, por Daniel Gomes (CEIS 20-UC)
Mesa-redonda em torno do assassinato de Cabral e suas repercussões, com Diana Andringa (jornalista), José Pedro Castanheira (jornalista) e Eduardo Costa Dias (CEA-ISCTE)
Debate moderado por Pedro Aires de Oliveira (IHC/FCSH-UNL)
19.15 | ENCERRAMENTO
Fernando Rosas (IHC/FCSH-UNL)
Carlos Reis (Fundação Amílcar Cabral)
Mário Soares (FMS)
Ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau intitulado “Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”
Nota à imprensa
Ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau
Auditório CIUL, Picoas Plaza, em Lisboa, 16, 23 e 30 de Janeiro de 2013
“Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”
Face às recorrentes crises multidimensionais que assolam periodicamente a Guiné-Bissau, um grupo de guineenses na diáspora uniu esforços e empenharam-se na organização de um Ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau intitulado “Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”. Este primeiro ciclo de conferências terá lugar no Auditório CIUL, Picoas Plaza, em Lisboa, nos dias 16, 23 e 30 de Janeiro de 2013 e será repartido nos seguintes painéis:
- Guiné-Bissau: a vigente ordenação política: entre o desafio da construção do estado de direito e as recorrentes rupturas constitucionais.
- A Guiné-Bissau: antes, durante e depois
Reflexões sobre o devir guineense.
Pretende-se antes de mais abordar-se assuntos relacionados com as recorrentes crises multidimensionais; a questão da legitimidade da “solução” proposta pela CEDEAO à luz da constituição guineense; a questão do desafio da construção do estado de direito e as recorrentes rupturas constitucionais; a questão das múltiplas pertenças identitárias, formação do estado e da "nação"; o papel da CEDEAO, CPLP, UA, UE, ONU; a exploração dos recursos naturais: petróleo, bauxite e fosfato; os grandes planos de investimento e as suas repercussões económicas, sociais e financeiras na sub-região; a Guiné-Bissau sacrificada num conflito entre "potências regionais"; as consequências do analfabetismo, iliteracia e falta de cultura política e educação cívica; a questão do narcotráfico; o papel da comunidade internacional: gestão de agendas/visibilidade versus eficácia/eficiência e, por fim, entre outros, o papel dos quadros nacionais e da diáspora na busca de consensos para o devir guineense, cuja súmula será publicada em livro.
Porquanto a Guiné-Bissau tem sido, desde a declaração da independência, palco de crises multidimensionais, colocando em causa a paz, a estabilidade, o desenvolvimento sustentável e, consequentemente, a existência da Guiné-Bissau como um Estado soberano.
Considerando o devir guineense, cujo progresso tem sido frequentemente impedido e adiado por interesses geoestratégicos e pela encruzilhada de interesses particulares e regionais que o permeiam e o rodeiam tornando persistente as múltiplas crises multidimensionais.
Por tudo isto, eis o nosso apelo à mudança de paradigma! E que futuro queremos? Pretendemos um estado moderno alicerçado no progresso económico e social, respeito pelos valores da democracia, direitos humanos e pela ordem co nstitucional.
Por fim, sublinhamos: os povos são a fonte da autoridade – devem ser respeitados!
Este evento conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Centro de Informação Urbana de Lisboa e a ONG CIDUCA.
Contactos:
Luís Vicente Barbosa: 968 469 223 / Eduardo Jaló: 965 744 737
Ciclo de conferências sobre a Guiné-Bissau
“Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”
Um Nobel da Paz não merece o purgatório
Anda tudo num beija-mão, em Bissau, com a nomeação do timorense José Ramos-Horta para o cargo de representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, em substituição do ruandês Joseph Mutaboba. Todos saúdam a escolha do Nobel da Paz, mas todos eles sabem que não há uma ponta de seriedade naquilo que pregam. Eu, e para não variar, é isto que penso:
Penso que não vão deixar o José Ramos-Horta fazer nada. Para começar, já lhe tiraram as medidas. Depois, vão tentar desgastá-lo, vão levá-lo naquele eterno jogo de intrigas que se espalhou como um cancro na vida política e social bissau-guineense. Vai ser um diz que diz, portanto. E, sobretudo, vão enganá-lo. O Ramos-Horta que não se deixe impressionar com o que ouve da parte dos políticos matreiros.
Em suma, vão fazer com o Ramos-Horta aquilo que fizeram com todos os anteriores representantes. Com o David Stephen ("Koumba Yalá não dá ouvidos à comunidade internacional. Diz uma coisa e faz outra"), disse, em entrevista ao jornal Lusófono; o Nana Sinkan (que se meteu em embrulhadas, cada uma mais caricata do que a outra); com o Bernardo Honwana ("os modelos adoptados pela comunidade internacional não são efectivamente aplicáveis e funcionais na Guiné-Bissau"); com o Joseph Mutaboba...enfim.
Não digo isto a rir. Digo-o com enormes doses de desânimo e de tristeza e, um dia, dar-me-ão razão. Em termos pessoais, nada a apontar ao político timorense. E, para facilitar as coisas, Ramos-Horta fala a mesma língua. Mas vai ser triste, muito triste mesmo, ver um prémio Nobel da Paz a entrar no purgatório. AAS
Ramos-Horta diz que Guiné-Bissau “não é uma missão impossível”
Ramos-Horta considera que as relações históricas entre Portugal e Bissau são muito importantes e mostra-se confiante na retoma do diálogo bilateral. O novo enviado especial da ONU à Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, reconhece a “complexidade da situação” no país, mas diz que “não é uma missão impossível. Em entrevista à Renascença, o antigo presidente de Timor-Leste mostra-se relativamente optimista numa solução para o conflito e garante que vai ouvir todas as partes interessadas.
“Tenho consciência da complexidade da situação, mas não é uma missão impossível. Pelo que disse o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição na Guiné-Bissau, parece haver boa vontade em relação à minha pessoa, ao papel da ONU, e farei todo o possível para ganhar a confiança de todos”, afirma o prémio Nobel da Paz. Sobre as divergências entre a Guiné-Bissau e Portugal, que não reconhece o governo de transição guineense, José Ramos-Horta considera que as relações históricas entre os dois países são muito importantes e mostra-se confiante na retoma do diálogo bilateral.
Outra das preocupações é o tráfico de droga na Guiné-Bissau. Para o prémio Nobel da Paz, o país e o seu povo não são mais do que vítimas num negócio que começa com a produção na América Latina e o consumo da Europa. Por isso, José Ramos Horta defende uma maior intervenção das autoridades nos dois continentes. Nesta entrevista à Renascença o antigo presidente de Timor garante também que esta missão na Guiné-Bissau nada tem a ver com uma eventual candidatura a secretário-geral da ONU. SAPO e Rádio Renascença
EXCLUSIVO DC - Pansau Intchama teve cobertura do CEMGFA António Indjai para regressar a Bissau
Pansau Intchama saiu de Banjul por terra e passou legalmente nas fronteiras do Senegal antes de chegar à Guiné-Bissau. Já em território guineense, foi levado ao encontro do CEMGFA António Indjai, que o despachou para Bolama para aguardar o evoluir dos acontecimentos. Num comunicado antes da noite de 21 de outubro, o governo, através do seu porta-voz Fernando Vaz, denunciara uma hipotética instabilidade no país... promovida do exterior. Dizia ainda o comunicado estarem as forças em estado de alerta, apelando à calma da população... Na madrugada desse fatídico dia, enquanto se carregavam as espingardas para o massacre, Fernando Vaz bebia um copo na companhia da namorada e de um amigo, numa discoteca de Bissau. O esquema estava montado, e o famoso assalto ao quartel dos para-comandos não passou de um mau argumento que custou a vida a mais de uma dezena de cidadãos guineenses.
O passaporte guineense de Pansau Intchama, soube o ditadura do consenso, foi emitido, a pedido deste, na embaixada da Guiné-Bissau em Banjul, na Gâmbia, em Agosto de 2012. Ele mesmo entregou aos serviços consulares todos os documentos necessários - incluindo o bilhete de identidade com a profissão de electricista - e estes fizeram então o passaporte biométrico. Segundo contou ao DC uma fonte junto da representação diplomática guineense em Banjul, que pediu anonimato, Pansau saiu de Lisboa para França. Entretanto e por um tempo, as autoridades portuguesas perderam-lhe o rasto em Lisboa. Contudo, após o golpe de Estado de 12 de Abril, mais precisamente em Maio, o general Antonio Indjai envia dinheiro a um tal de Diane, que faz Pansau vir para a Gâmbia.
E é em Banjul, de forma clandestina, que o Diane tem acesso à Embaixada, levando o Pansau ao encontro do Encarregado dos Assuntos consulares, e é este que faz o seu Passaporte. Quando o assunto se começa a falar amiúde na embaixada, este afirmou que não sabia de quem se tratava e como o mesmo apresentou todos os documentos, a pedido do seu superior hierárquico emitiu-lhe o passaporte sem sequer lhe passar pela cabeça que se tratava de Pansau Intchama, a testemunha maior indiciada nos casos de assassínios de 2009. Por outro lado, alegou o encarregado consular em sua defesa, não existia nenhuma nota do Ministério dos Négócios Estrangeiros, em Bissau, ou mesmo uma lista de pessoas a quem não se deviam passar passaportes.
O passaporte com que Pansau se apresentou, fora prorrogado enquanto estava ainda em Lisboa, e como não era digital, solicitou um biométrico. Contudo, hoje, a nossa fonte duvida das palavras do Encarregado de Negócios. No que diz respeito à emissão de um novo passaporte, diz, "nenhum problema se punha. Era um cidadão como outro qualquer para o sr cônsul, o que hoje duvido"... Porém, em Novembro e com o "assalto" ao quartel dos para-comandos no dia 21 de Outubro, a embaixadora Zinha Vaz regressa de férias, e foi-lhe informada que o Pansau Intchama havia entrado na Guiné-Bissau com um passaporte emitido pela embaixada da Guiné-Bissau na Gâmbia. Mais, o passaporte tinha sido assinada pela própria embaixadora... ainda que ausente de Banjul. Contactado pelo DC a embaixadora Zinha Vaz recusou-se a comentar este e qualquer outro assunto que tivesse que ver com a representação diplomática. Para já, aguarda apenas que lhe sejam criadas as condições para o seu regresso a casa. Ainda assim, as autoridades acusaram a embaixadora Zinha Vaz, que é irmã do ministro da Presidência, Fernando Vaz, de estar a par do contra-golpe tendo dado por fim a sua comissão na Gâmbia.
As autoridades gambianas, entretanto, já responderam positivamente sobre as credenciais do novo Embaixador. Trata-se de Idrissa Djalo, que até depois do golpe de 12 de abril era protocolo do EMGFA, e que casou esta semana com uma Irmã do general Antonio Indjai. O general tem oito filhos menores e duas irmãs a viverem em Banjul, com carros levados pelo próprio Idrissa no passado mês de outubro só para levar os seus filhos à escola - moram todos perto da casa do Daiana, na zona de Koutu. A vivenda é alugada e os guardas da residência são todos militares guineenses - depois do golpe de 12 de Abril, muitos deles regressaram para Bissau.
Uma investigação do ditadura do consenso conseguiu chegar mais além... Afinal, quem deu cobertura total a Pansau Intchama na Gâmbia foi Daina-Bam-Na porque era o único que conhecia o capitão. Mas há mais, por exemplo, há dois indivíduos que participaram nos assaltos e nos assassinatos de felupes a 21 de outubro...e estão agora na Gâmbia fazendo guarda em casa dos oito filhos do António Indjai, em Banjul. Foram, por assim dizer, salvaguardados pelo poder militar de Bissau. A nossa fonte confirma e adianta que, por não existir um acordo de extradição entre os dois países, Banjul tornou-se no refúgio dos criminosos que fogem da Guiné-Bissau.
O Daiana Bam-Na, é um cidadão guineense que nasceu em Bidas, sector de Bula, Região de Cacheu. Gaba-se de ter ingressado na luta armada e que frequentou vários internatos das Zonas Libertadas desde 1972. Transferido para o Consulado da Guiné-Bissau na Gâmbia em 1982, para exercer as funçoes de Rádio Telegrafista e Técnico Criptográfico, por lá foi ficando. Está lá há 31 anos... Após a guerra civil de 7 de Junho, assume, sem nomeação alguma, o lugar de Encarregado dos Assuntos Consulares. Pelos "serviços prestados" e por ser militante do PRS, com a vitória desta formação política em 2000, é nomeado 3º secretário e logo em 2001 passa a 1º Secretário sem nunca ter sido 2º secretário - na carreira diplomática exige-se pelo menos quatro anos em cada categoria.
Durante anos, depois da promoção do Consulado para Embaixada, em 2000, a sua vida foi a venda de passaportes a cidadãos libaneses, chineses entre outros. Tinha grandes ligações com as forças armadas e a segurança nacional. Contudo, apurou o DC, já no tempo da embaixadora Munira Jauad, várias ordes de serviço indicavam para o regresso de Daiana a Bissau. Mas, claro, houve sempre a resistência do Estado-Maior General das Forças Armadas. Até que, com a chegada da embaixadora Zinha Vaz, esta consegue fazer entrar três novos funcionários. Então, o próprio Estado Maior volta a fazer finca pé para que Daiana não saísse da Gâmbia, fazendo de seguida uma proposta para a nomeação deste para o cargo de Adido de Defesa.
No inicio das funções da embaixadora Zinha Vaz, foi elaborado um termo de referência para a função de cada funcionário, tendo automaticamente excluido Daiana da confecção de passaportes. Foi nomeado um novo Encarregado de Assuntos consulares, enviado pelo ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Mesmo assim, e até hoje, Daiana acumula as duas funçoes, a de 1º Secretário e de Adido de Defesa e por ser pessoa de confiança de António Indjai e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, de algum tempo a esta parte é ele o único interlocutor com os golpistas de Bissau.
Há vários exemplos - o caso do Bubo Na Tchuto e de todos os militares que fugiram com ele para Banjul, continuam, na sua maioria a residir em Gâmbia, meticulosamente organizados pelo Daiana. Nos casos do Zamora Induta e do Fernando Gomes, que saíram de Bissau para Banjul sob escolta da União Europeia, Daiana enviou como sempre informações distorcidas e contraditórias ao general Indjai. No caso do Pansau Intchama, Daiana chegou mesmo a dizer que este tinha de regressar a Bissau, por ser "pessoa de confiança do General e uma peça fundamental nos processos crimes contra os malogrados Nino Vieira, Baciro Dabó e Helder Proença".
Daiana tem garantido a várias pessoas que Isabel Romano Vieira, viuva de Nino Vieira, vai regressar a Bissau para uma missa pela alma do Nino, e que o general até já a contactou, a pedido do sobrinho desta, Helder Romano, que é director-geral de Viação. Já no caso do Antero João Correia, que conseguiu chegar a Banjul em Outubro de 2012 e depois seguiu para Lisboa, por ser seu amigo pessoal, o general Indjai foi aos arames quando soube. Chegou a ligar ao Daiana, insultando-o, dizendo que ele é que deveria ser promovido a Embaixador com a saida da Zinha Vaz, mas que uma vez que apoiou a fuga do Antero seria punido... Tudo show-off, como se pode ver. António Aly Silva
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