quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Fundaćão Mo Ibrahim: Ilhas Maurícias lidera no continente africano
Segundo um comunicado da Fundação Mo Ibrahim difundido segunda-feira, 15 de outubro 2012, as Ilhas Mauricias obtem um score de 83 pontos para a qualidade da gouvernação em 2010-2011 e esta classificando-se em primeiro lugar entre os 52 paises africanos avaliados pela fundação este ano. Esse resultado das Ilhas Mauricias é largamente superieur à média, quer ao nivel regional da Africa Austral (58p) quer do proprio continente em si (50p). Ao nivel das sub-categorias, as Ilhas Mauricias obtem a sua classificação mais elevada ao nivel da Segurança individual, Segurança national, Desenvolvimento das empresas e Protecção social (1°) e a mais baixa regista-se ao nivel da Paridade (7°).
Os paises que sistematicamente se classificaram nos cinco primeiros lugares quanto as perfomances globais da boa governação (Ilhas Mauricias, Cabo-Verde, Botswana, Seychelles e Africa do Sul) realizaram até a presente data excelentes perfomances em cada uma das quatro categorias (Desenvolvimento economico, Desenvolvimento humano, Segurança e Independência e soberania do Poder Judicial, Participação e Direitos Humanos), sublinha o comunicado.
A Fundação fez notar de que a Africa Austral ocupa o primeiro lugar rang regional do Indice 2012 tal como em 2011. Com solidos resultados em cada uma das quatro categorias, a sub-região ocupa o primeiro lugar para as categorias Segurança e Independência e soberania do Poder Judicial e Participação e Direitos Humanos, e o segundo lugar nas duas outras categorias, Desenvolvimento economico duravel, Desenvolvimento humano.
A Africa austral obtem um score superieur à média continental em cada uma das quatro categorias. O relatorio faz notar de que Madagascar, pais que em que ocorrido de uns tempos a esta parte pertubações civis e politicas, é o unico pais a registar um recuo indicativo nos cinco primeiros anos. Esta situação explica-se suficientemente pelos maus resultados nas categorias Segurança e Independência e soberania do Poder Judicial e Participação e Direitos Humanos. Madagascar encontra-se na 35° lugar com um indice de 46 pontos, ligeiramente à frente dos Camarões (45p). O Tchad, a Republica Democratica do Congo e a Somalia ocupam os três ultimos lugares da classificação. O Zimbabwe deixa pela primeira vez o terceto e sobe ao 47° lugar.
No que toca aos paises da CPLP, é precisamente a deterioração em termos de direitos humanos e participação cívica que impede uma melhor classificação de Angola no índice Mo Ibrahim. Angola subiu uma posição na classificação passando a estar em quadragésimo lugar num total de 52 países avaliados. Quanto aos outros países lusófonos a Guiné-Bissau tem a pior classificação neste índice ocupando o 45º lugar. Moçambique situa-se na 21ª posição, São Tomé é o 11º classificado, e Cabo Verde mantém o exemplar segundo lugar nesta tabela.
Atravês o Indice Ibrahim, a Fundação Mo Ibrahim, lançado em 2006 pelo multimilionario anglo-sudanês e magnata das telecomunicações Mohamed "Mo" Ibrahim, estabelece uma classificação das performances realizadas pelos paises africanos. A Fundação reune o mundo universitario, do sector privado e da ajuda ao desenvolvimento para debater sobre as questões de boa governação. Ele junta também regularmente os representantes da sociedade civil para partilharem as suas analises sobre os desafios e progressos da boa governação nos respectivos paises.
George Chicoti: "Não haverá negociações com o general António Indjai"
O Ministro das Relações Exteriores, George Chicoti, afirmou que não haverá negociações com o general António Indjai, devido a crise na Guiné Bissau, noticiou a RNA. Para George Chicoti, António Indjai é o mentor do golpe de Estado na Guiné Bissau, mas há todo interesse de Angola e da comunidade internacional em ver aquele país voltar a normalidade constitucional.
“Não podemos negociar com o general António Djai, porque o general António Djai realizou o golpe de Estado na Guiné Bissau e os golpes de Estado não são aceites nem pela União Africana nem pela CEDEAO nem pela CPLP,portanto estamos a prosseguir uma dimensão que é colectiva, em que todos os países, as Nações Unidas, CEDEAO, possam se rencontrar, que deveria avisar o alargamento do governo da Guiné Bissau e prosseguir com o programa de reforma do sector de defesa e segurança, há um interesse para se tirar a Guiné onde está, essa é a vontade de Angola, CPLP, CEDEAO e da União Africana”, afirmou.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
GUINÉ-BISSAU: Mais um avião...
Ontem, aterrou mais um avião na base aérea de Bissalanca, em Bissau, com carga desconhecida. A identificação do aparelho, um Piper, é PA-32/6V-AIC, e segundo investigação do ditadura do consenso, pertence a um clube do Senegal - o les tours aériens du Sénégal. AAS
Presidência moçambicana da CPLP promete "engajamento" na crise guineense
A presidência moçambicana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assegurou total apoio à Guiné-Bissau, para ultrapassar a crise sociopolítica que o país enfrenta, mas considera o diálogo "um potente mecanismo" para a resolução do conflito, noticiou à Lusa. "Nós estamos com o povo da Guiné e continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que as dificuldades que actualmente enfrentam sejam ultrapassadas e para o que o povo volte a viver em paz e a dar a sua contribuição que todos necessitamos na área politica, económica, social e cultural", disse o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, que é igualmente presidente em exercício da CPLP.
Falando hoje num encontro com os embaixadores da CPLP acreditados na Bélgica, à margem das VII Jornadas Europeias de Desenvolvimento, Armando Guebuza defendeu que os actores guineenses devem assumir o papel central na resolução dos problemas que o país enfrenta, uma acção que deve ser feita à base de diálogo, com apoio das organizações regionais e internacionais.
O restabelecimento urgente da ordem constitucional guineense é uma das principais apostas da presidência moçambicana da CPLP, para a Guiné-Bissau, actualmente administrada por um Governo de transição, após uma junta militar ter levado a cabo o golpe de Estado a 12 de Abril. Na última Assembleia-Geral, em Setembro, as Nações Unidas decidiram enviar à Guine-Bissau, uma missão composta pela CPLP, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, União Africana e a própria ONU para avaliar a situação e recomendar medidas que sejam necessárias para estabilizar aquele país.
Armando Guebuza, que é igualmente presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), participa durante três dias nas VII Jornadas europeias orientadas sob lema "Crescimento inclusivo e sustentável para o desenvolvimento humano". As Jornadas são um fórum de alto nível que junta representantes governamentais e da sociedade civil, para reflectir sobre questões prementes de cooperação internacional para o desenvolvimento. Portalangop
Murade Murargy: "Não vamos suspender a Guiné-Bissau da CPLP"
A instabilidade política na Guiné-Bissau é só um dos desafios que a CPLP tem pela frente, garante o novo secretário-executivo da organização. À beira de completar o primeiro mês no cargo, o diplomata moçambicano Murade Murargy acredita que a principal missão que terá pela frente passa por promover plataformas de promoção de investimento entre os estados-membros e atingir o objectivo de sempre: a consciencialização de uma cidadania lusófona.
- Quais são os desígnios do mandato?
Murade Murargy – Tornar a CPLP visível e fazer dela um instrumento que sirva todos os interesses dos estados-membros. Estes são os grandes princípios e objectivos que tentamos prosseguir. Na última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Maputo, também foi apresentado um tema que é do interesse de todos nós e que vai constituir o assunto principal deste mandato. É a questão da segurança alimentar e nutricional. Nos oito países da CPLP, e no mundo em geral, há um grande défice de alimentos. A nossa comunidade pensa que pode contribuir, não só para suprir as carências dentro da CPLP, como também para aumentar a reserva mundial de alimentação. Estes são os grandes objectivos e temas, além da questão da Guiné-Bissau, que sofre de um instabilidade política e constitucional, e que é o outro ponto que nos preocupa bastante.
- Em algum momento já foi ponderada a suspensão da Guiné-Bissau da CPLP?
M.M. – Não vamos suspender a Guiné-Bissau. Estamos a trabalhar para que a situação no país se estabilize. Quando há um problema, nós temos de contribuir para solucionar esse problema. Não só a CPLP. Também a União Africana, as Nações Unidas, a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], a União Europeia estão interessadas em recuperar a lei e ordem democrática na Guiné-Bissau, para que possam ser organizadas eleições livres nos próximos tempos. Não se fala em suspensão, fala-se em apoiar a Guiné-Bissau e os guineenses para que estes encontrem a sua estabilidade.
- Já foi feito algum contacto entre a CPLP e o Governo de transição?
M.M. – Não, porque continuamos a não reconhecer esse Governo. É verdade que é uma situação que temos de ter em conta, mas nós estamos a tentar trabalhar com a CEDEAO [que reconhece o Governo de transição], uma organização regional que está no terreno. Queremos em conjunto restabelecer a ordem democrática e constitucional, por forma que os responsáveis políticos que estão fora do país possam regressar. Não para os postos onde estavam, mas para contribuírem como cidadãos no processo de estabilização.
- O impasse arrasta-se desde Abril. Antevê um desfecho célere?
M.M. – A situação está muito complicada. Neste momento, estamos a trabalhar para ter uma missão de verificação no terreno e há um encontro previsto para os próximos tempos, em Adis Abeba, entre o Governo deposto e o Governo de transição, para continuarem o diálogo iniciado em Nova Iorque [nas Nações Unidas, à margem do debate anual da Assembleia Geral, que teve lugar no final de Setembro]. Neste momento, o desfecho desta reunião é imprevisível.
- A CPLP poderia ter um papel mais activo na resolução da crise guineense?
M.M. – Moçambique está a desenvolver grandes esforços. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, esteve em Nova Iorque e participou em grandes encontros com vista a limar um pouco das arestas que existem nesta questão. Portanto, a CPLP está muito activa. É verdade que não é uma organização regional que pode estar no terreno, mas está muito activa. Sendo a Guiné-Bissau um estado-membro, a CPLP não pode ficar estática. É por isso que estamos a organizar com a CEDEAO uma missão conjunta que vai fazer a verificação no terreno.
- Já há alguma data para essa verificação no terreno?
M.M. – Ainda não sei. O secretariado está a trabalhar nos termos de referência com os estados-membros, através do Comité de Concertação Permanente. Só depois de algum acordo entre a CPLP e a CEDEAO se vai constituir a missão de verificação.
- A discussão sobre a vertente económica da CPLP tem estado em foco. A organização terá capacidade de criar plataformas de promoção de investimento entre os estados-membros?
M.M. – Não é a CPLP que vai fazer comércio. Vamos verificar através dos respectivos governos quais são os problemas e obstáculos que se colocam hoje à criação de uma plataforma desta natureza. Se são obstáculos fiscais, aduaneiros, de financiamento. O secretariado vai propor medidas aos governos para que, em conjunto, possam chegar a um compromisso que permita facilitar o comércio e investimento. O nosso papel será esse.
- A economia poderá passar a ser a questão central da CPLP?
M.M. – A economia é o grande tema. Aliás, a Guiné-Bissau é uma questão pontual. O tema da última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP – segurança alimentar – está ligado à agricultura e não são os estados que vão fazer essa actividade. São as empresas. A agricultura é um negócio. Se conseguirmos, a partir da agricultura, desenvolver uma relação comercial entre empresas que existem em Angola, Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe… Vamos começar por aí. É uma boa base de partida.
- Curiosamente, a agricultura é um dos sectores em que a China está a investir, especialmente em África.
M.M. – Sou um grande defensor das chamadas cooperações triangulares ou quadrangulares. Vou citar um exemplo, que até nem junta a China, mas sim o Japão ao Brasil e a Moçambique. Existe um projecto [Programa de Desenvolvimento Agrícola das Savanas Tropicais de Moçambique] que vai permitir a transferência de experiência dos agricultores do cerrado brasileiro para a savana moçambicana [os japoneses prestam apoio técnico e financeiro]. Há todo um interesse e um potencial nestas parcerias. É preciso fazer isto.
- Não teme uma sobreposição entre a CPLP e o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa?
M.M. – São duas estruturas sem comparação. A CPLP tem mecanismos próprios e não olha só para as vertentes empresarial e económica. Olha para todas as áreas de desenvolvimento dos estados-membros e contempla uma concertação político-diplomática que o Fórum de Macau não faz.
- Uma das críticas que ouvimos ao espaço lusófono é a ausência de uma consciência de cidadania. Concorda?
M.M. – A comunidade existe há apenas 16 anos. Cada um dos nossos estados tem as suas particularidades e está inserido em outras comunidades regionais. Estamos espalhados por todo o mundo, na Europa, América do Sul, Ásia e África. Os estados-membros da CPLP estão inserido em organizações próprias, têm regras próprias e tem de harmonizar as suas políticas migratórias e de cidadania, dentro da sua região. Por exemplo, no caso de Portugal, a circulação e mobilidade de pessoas está sujeita a regras de Bruxelas. A questão da cidadania lusófona é um passo que queremos atingir, mas vai levar o seu tempo. Se conseguirmos iniciar o processo de circulação de pessoas e bens, que ainda não está consolidado e é urgente, daremos um grande salto para a cidadania lusófona. Vai levar o seu tempo e não existem prazos para atingir tal objectivo.
- Em 16 anos de história, a questão da cidadania lusófona não poderia ser já uma realidade?
M.M. – Acho que podia, mas ainda não está. Se os estados-membros da CPLP tivessem uma contiguidade geográfica seria mais fácil. Só que estamos espalhados pelo mundo e não temos fronteiras comuns. Por isso, temos de encontrar formas paulatinas de chegar lá.
- Considera que a língua portuguesa continua a ser o activo mais importante da CPLP?
M.M. – A língua é um instrumento muito importante para a nossa unidade e comunicação, mas existem outros aspectos, que teremos desenvolver, sobretudo na área política e diplomática.
- A aceitação de novos pedidos de adesão continua a estar em cima da mesa?
M.M. – Sim. A nossa comunidade está aberta a quem queira entrar, se os países que manifestem esse interesse cumpram os princípios da nossa constituição. Estamos abertos à colaboração entre todos os estados, na promoção da paz do mundo e no desenvolvimento económico-social. Queremos que haja estabilidade e que todos possamos beneficiar dela.
CPLP continua de “portas abertas” para Macau
O mês de Outubro é sinónimo de lusofonia em Macau. Foi por isso que o PONTO FINAL questionou Murade Murargy sobre a possibilidade do território integrar a CPLP. “A adesão de um novo membro tem de ser sempre manifestada de livre vontade e, neste caso concreto, tem de haver uma iniciativa de quem exerce o poder no território. Mas a CPLP está a aguardar esta manifestação de interesse a qualquer momento. Do nosso lado, a porta está aberta”, garante o novo secretário-executivo da organização.
Perfil do secretário-executivo da CPLP
Murade Murargy assumiu funções na CPLP a 18 de Setembro de 2012. Antigo embaixador de Moçambique no Brasil, o diplomata foi eleito secretário-executivo da CPLP pela IX Conferência de Chefes de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se realizou em Maputo, no dia 20 de Julho, sucedendo no cargo ao guineense Domingos Simões Pereira.
Pai de cinco filhos, Murargy é bacharel licenciado em Direito pela Faculdade Clássica de Lisboa, tendo ingressado em 1976 no ministério moçambicano dos Negócios Estrangeiros, onde foi conselheiro jurídico no Gabinete de Estudos, Planificação e Informações até 1980. Entre esse ano e 1985 assumiu os cargos de director para assuntos jurídicos, director nacional de protocolo e director das Organizações Internacionais e Conferências.
Desde então, foi embaixador extraordinário e plenipotenciário em França e não-residente na Alemanha, Suíça, Tunísia, Gabão, Mali, Costa do Marfim, Senegal, Irão e Palestina. Foi também delegado permanente junto a UNESCO, em Paris. Entre outras condecorações, o novo secretário-executivo da CPLP foi distinguido com a Grã Cruz da Ordem do Mérito de Portugal em 1996. Ponto Final
Polícias guineenses em Angola: Regresso aparentemente bloqueado
As autoridades angolanas opõem-se ao regresso dos de 372 agentes da policia Guineenses que concluiram o ciclo de formação em Angola desde Agosto ultimo, indicaram sabado fontes proximas do Commissariado Central da Policia de Bissau. Segundo Quemo Cissé, um dos agentes da policia bloqueados em Angola, as Autoridades Angolanas decidiram de não os repatriar, justificando esta decisão pelo facto de que não existe na Guiné-Bissau um governo reconhecido pela comunidade internacional na Guiné- Bissau". Em Bissau, as autoridades encarregues da segurança prometeram o regresso desses agentes de policia daqui ao fim do mês de outubro.
Em tempos, fontes não oficiais, tinham veiculado de que Luanda prometera mobilizar dois aviões para repatriar o grupo de policiais para Bissau num curto prazo de tempo. Até agora nada de concrecto, restando esperar confirmar a sua veracidade e a ser verdade, para quando. A recusa de Luanda de autorizar o regresso dos policias esta a ser interpretada por Bissau como uma represalia das Autoridades à decisão de Bissau de ordenar, em junho ultimo o repatriamento das tropas Angolanas instaladas em Bissau depois de março 2011.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Cólera assusta população, autoridades falam de 'diarreia'
Até quinta-feira tinham sido registados 541 casos e três mortos. A capital é a zona mais afectada. Internamente já se fala em surto de cólera, mas as autoridades não admitem a situação. As autoridades sanitárias da Guiné-Bissau alertaram, nesta segunda-feira, para a existência de um "surto forte de diarreia" no país, surto que já provocou a morte de três pessoas. Bissau tem sido a zona mais afectada pelo surto de diarreia, com 541 casos. A região de Biombo (nordeste) registou até quinta-feira passada, 20 casos, e Tombali, no sul, seis casos.
As informações foram avançadas por Lamine Indjai, responsável pela comunicação do ministério da saúde guineense, que pediu à população para ter cuidados especiais com o manuseamento de alimentos e bebidas, sobretudo, aquelas que são vendidas nas ruas, alertando também para os riscos de aglomeração de pessoas nas cerimónias fúnebres ou festas. Ainda segundo fontes médicas, em Bissau, o surto de cólera atinge já os países vizinhos da Guiné-Bissau, nomeadamente Senegal e Guiné-Conacri. Recorde-se que o último grande problema de saúde pública na Guiné-Bissau foi em 2008, quando um surto de cólera matou mais de 200 pessoas, entre cerca de 12 mil infectadas. RFI
How Cocaine Transformed a Tiny African Nation
Seven years ago, almost no one in Guinea-Bissau could imagine that just 1 g of a bland-looking white powder could be worth more than their average monthly salary. Tiny Guinea-Bissau has become a base for cocaine trafficking between Latin America and Europe, and officials seem helpless to stop it.
One morning in early 2005, the villagers of Biombo found hundreds of carefully sealed packets of white powder washed up on their mangrove flats on Guinea-Bissau’s Atlantic coast. The women discovered them as they checked their fishing lines; they had arrived, it turned out, from a simple-looking steel-hull cargo vessel that ran aground while trying to reach the shore. Some of the villagers thought the powder was Ajinomoto, a popular Japanese brand of MSG, and used it in their cooking sauces. One man mixed some with water and tried to use it to whitewash his house. Most people initially agreed it was fertilizer, but doubts grew when it seemed to be killing rather than invigorating the eggplant crop.
It took a Bissau-Guinean man who had been recently deported from Europe, known now by local legend simply as the Boy from Biombo, to realize exactly what the powder was: cocaine. Seeing calabashes filled with the stuff, he began buying it up for a few dollars a kilo and shipping it to the capital, Bissau. When one of the villagers, Joy, telephoned Guinea-Bissau’s City FM radio station, told them the story of the sacks of powder and asked them to contact the vegetable department at the Ministry of Agriculture on her behalf, a group of Nigerians arrived in Biombo and set about buying up whatever of the substance remained. By then, the Boy from Biombo was well on the way to establishing a small business empire. It was only after several months that the penny finally dropped for the police and the villagers. There were living in the middle of a new drug-trafficking highway running between Latin America and Europe.
Seven years ago, almost no one in Guinea-Bissau could imagine that just 1 g of a bland-looking white powder could be worth more than their average monthly salary. But in 2004 and ’05 the Latin American cartels, realizing they had all but saturated the North American market, began looking for growth in Europe, and today the U.S. estimates 30 tons of cocaine passes through this African country every year en route across the Atlantic. In Guinea-Bissau, one of the poorest countries in the world and one of the smallest, with a population of just 1.6 million, the drug now permeates the entire nation, from the military and political elites, who facilitate its passage, to the poorest and most vulnerable, who are developing a rising addiction.
Despite obvious signs of the trade — such as $100,000 cars in Bissau’s streets and smugglers’ abandoned Gulfstream jet at the airport — the drug business thrives on a willful silence. Malam is a 35-year-old Bissau-Guinean drug dealer and international trafficker. He tells me he has full impunity because he is related to a former President. “The police are worthless,” says Malam, who refuses to use his full name. “They’re in everyone’s pocket.” He dips into his own supply on occasion and counts himself lucky.
The younger and poorer in Guinea-Bissau use cocaine’s cheaper and more-addictive derivative, crack. As night falls in the capital, young people can be seen gathering in groups under mango trees or in sleepy side streets to smoke rocks of crack cocaine for less than a dollar a hit. “No police approach them,” says Peter Correia, a government health care worker, in his small office piled high with boxes of condoms. “They can’t because of the condition of these people — they are becoming dangerous.”
Guinea-Bissau’s only drug-addiction clinic lies on a back road in the quiet village about an hour outside Bissau. Nine months ago, fellow inmates watched as José Belenta arrived at Quinhámel mental-health center with his wrists and ankles bound.
Then addicted to crack, the former carpenter is now clean and has become a voluntary worker at the clinic. Run by an evangelical pastor with no formal medical training, it combines drug rehab with a safe environment for the mentally ill: Belenta has to break off from our conversation a number of times to administer sedatives to patients or to calm his charges. “It started in 2009,” he says. “Some of my friends had big money, and I’d travel up and down helping them to transport the drugs.” Belenta says he was paying around 70 ¢ for a hit. He estimates 20% to 30% of the young people in Bissau are now using crack. A World Health Organization representative in Bissau, who asks not to be identified, concurs with that rough assessment. “We have no proof,” he says, “but if you see the number of people with mental illness now, it figures that there is an increase in drug use.” A European health worker, who also requests anonymity, adds: “I like the Bible — I’m a Christian — but for recovery, people need a wider path. We need specialized psychiatric doctors and nurses.”
There is little hope of that. All aid to the state was cut after Army Chief of Staff Antonio Indjai — in a putsch most observers agree was at least partly motivated by a fight over the drug trade — staged a coup in April. The government cannot bring itself to accept that the 60 patients admitted to the Simão Mendes National Hospital with severe diarrhea in September were suffering from cholera. Cocaine, a trade in which the state is complicit, is even more taboo, says Correia, the government health worker. “No one will talk about it, so how can we address it?” he says. “There is no state control at all.” At least, he says, he himself knows about cocaine. Speaking of his 7-year-old daughter, he says, “I am aware of the problem.
I will be able to protect my child and give her the ability to understand.” In a country where the average age is 19, many thousands of others are likely to be less fortunate. “Our population is so young that if the youth enter into this phenomenon, we’ll never get out,” says Allen Yero Embalo, a former radio presenter who follows the rising influence of cocaine in Guinea-Bissau. In the end, he says, the white powder did turn out to be a kind of fertilizer. The political corruption and social instability it brought, he says, “is a fertilizer for criminals.”
'Ponta de Pedra' - Hotel Ancar
2ª feira > Filetes de Peixe com Laranja
3ª Feira > Strogonoff de Frango
4ª Feira > Linguado de Marinada
5ª Feira > Cabrito Estufado com Legumes
6ª Feira > Camarão à Glória com Fusili
Bom proveito.
GÂMBIA: YAHYA JAMMEH traduzido à justiça pela execução de nove pessoas
A Associação da Sociedade civil Gambiana (CSAG) depositou, sabado 13 outubro 2012 uma queixa junto ao Tribunal da CEDEAO com sede em Abuja, na Nigéria, contra o regime do presidente Yahya Jammeh. Esta acção judiciaria tem por finalidade defender e tentar proteger os direitos de 38 condenados à morte detidos neste momento na prisão Mile2 de Banjul cujas vidas estão dependentes da vontade do Presidente Yahya Jammeh. A mesma acção visa igualmente obter da CEDEAO que Yahya Jammeh responda por ter feito executer 9 prisioneiros em agosto ultimo.
No dossier depositado pelo advogado françês François Serres, seu colega maliano Mamadou Ismaila Konate e o advogado ghanês Anthony Akoto Ampaw junto dos serviços de diligência do tribunal comunitario, os autores da queixa que pretendem salvar a vida desses 38 prisioneiros, solicitam ao Tribunal da CEDEAO de pronunciar no sentido de que, "a Republica da Gambia violou a Carta Africana dos direitos do Homem e do Povos, os tratados internacionais relativos aos direitos civis e politicos, o direito costumeiro internacional, as normas basicas do direito internacional, o direito à vida, a interdição de tratamentos crueis, in-humanos ou degradantes, o principio da legalisdade dos delitos e das penas e o direito a um processo équitavel".
Conscientes de que Yahya Jammeh pode a qualquer momento cometer uma outro loucura, trata-se sobretudo para a CSAG de tantar obter do Tribunal da CEDEAO uma notificação/injunção formal segundo a qual, "a manutenção desses 38 prisioneiros nos corredores da morte de Banjul é uma violação volontaria e deliberada dos principios os mais elementares da vida humana" e de exigir a Yahya Jammeh "de pôr fim definitivamente a essas execuções programadas". Na mesma senda os queixosos constituiram-se partes civil para 9 outros presioneiros, executados em agosto ultimo na prisão Mile2 de Banjul sob as ordens de Yahya Jammeh.
Solicitam no respectivo requerimento que a Gambia seja condenada a pagar 1 milhão de dolares de indemnização às familles dos 9 executados, a CSAG faz sobretudo saber que "]essas pessoas não foram sequer autorizados a dizer adeus, muito menos ainda conhecer a data das execuções e os locais onde foram sepultados aos seus entes mais prôximos". A CSAG solicitou assim ao Tribunal da CEDEAO "de ordenar que a Republica da Gambia entregue aos familiares dos 9 detidos recentemente executados os respectivos corpos afim que elas possam lhes dispensar uma sepultura digna e lhes dedicar as ceremônias religiosas necessarias tal como se passa em circuntâncias da morte de uùm prôximo".
Terra de ninguém
- Dois supostos policias, fardados como GNR (farda preta) e mais três outras pessoas sem identificação, numa viatura sem matricula, invadiram ontem por volta da 1 da manhã a casa de um gambiano, funcionario de um chinês que exporta madeira e levaram 50 milhões de francos CFA com a acusação verbal de trafico de drogas. Ele não foi preso e nem lhe passaram qualquer recibo pela apreensão. Droga que é bom, nem sinal... O dinheiro e os policiais sumiram simplesmente.
- Passaportes disponiveis apenas para os muçulmanos que irão a Meca. Os simples mortais que esperem. Há doentes para evacuar e centenas de pessoas que querem viajar e não podem... AAS
Francofonia exige eleições "no mais curto espaço de tempo"
Os Chefes de Estado e de governo dos paises da Francofonia "apelaram", ontem em Kinshasa, à realização no "no mais curto espaço de tempo" de eleições presidencial e legislativas, "fiaveis e transparentes" na Guiné-Bissau, pais suspenso das suas instancias depois do golpe de estado de abril ultimo.
Um presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, foi designado em maio em Bissau, na sequência de discussões e entendimentos entre os militares golpistas e a CEDEAO. O economista Rui Duarte Barros foi por sua vez escolhido para o posto de Primeiro ministro em maio, tendo como missão de organizar as eleições gerais no prazo de um ano. Numa resolução – não vinculativa – sobre as situações de saida de crise adoptada ontem, domingo, a Francofonia enumera todas as acções a seguir nesse pequeno pais africano : "consolidar duravelmente a paz e a democracia", "restaurar a justiça", "lutar contra a impunidade", "implimentação de uma reforma credivel do sector da segurança"... E, de novo, a organização insiste sobre a necessidade de "lutar resolutamente contra o trafico de droga, com o poio dos parceiros internacionais".
Pais com uma situação de instabilidade cronica, a Guiné-Bissau foi de novo sacudida por um golpe de estado militar ocorrido a 12 de abril, no intervalo das duas voltas da eleição presidencial. A segunda volta deveria opôr o ex-Primeiro ministro Carlos Gomes Junior e o ex-presidente Kumba Yala. O dirigentes depostos pelo golpe de estado recusaram-se a reconhecer as autoridades de transição. Apos o golpe de estado, a Francofonia suspendeu imediatamente da suas instâncias a Guiné-Bissau, tal como fizera a União Africana (UA). Esta decisão implica o congelamento de todos os programas da Francofonia nesse pais, "à excepção dos programmes que beneficiam directamente as populações civil e daqueles quepossam contribuir ao resrabelecimento da democracia".
Missão conjunta da ONU-CPLP-CEDEAO-UA esperada a todo o momento
Uma missão conjunta da ONU, da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) e da União Africana (UA) é esperada a todo o momento na Guiné-Bissau, indicou sexta-feira em Dakar, 12 de outubro, Joseph Mutaboba, Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau.
Durante uma conferência de imprensa na capital senegalesa, Joseph Mutaboba, precisou que essa missão tera incumbência avaliar a situação no terreno em Bissau a fim de harmonizar, sob os auspicios das Nações Unidas, as posições dos parceiros sobre a crise politico-militar prevalecente. "Uma vez em Bissau, essa missão vai encontrar-se com as autoridades de transição, assim como com as outras diferentes partes do conflito", acrescenta esse diplomara onusino. Joseph Mutaboba aproveitou a ocasião para lançar um vibrante apelo as actuais autoridades Bissau-guineeses no sentido de se dignarem se empenhar seriamente no restabelecimento o fio do dialogo rompido apos o golpe de 12 de abril 2012.
Nessa mesma conferência lamentou a morte em janeiro 2012 do Presidente Guineense, Malam Bacai Sanha que provocou a anulação da Conferência Nacional de Reconciliação que estava prevista de 14 a 18 janeiro 2012. Falou igualmente do se à Dakar, Mutaboba do statu quo que impera na Guiné-Bissau com uma Assembleia Nacional que não fonciona depois do 12 de abril ultimo. Entretanto, disse que, é sua opinião de que a solução desta crise reside na vontade de todas as forças vivas da Nação Guineense de restabelecer e enveredar por um dialogo inclusivo no mais breve espaço de tempo.
Mutaboba é hoje corrosivamente criticado pelos altos oficiais das Forças Armadas que lhe acusam de imparcialidade e de tomar parte e posicionar-se a favor de Carlos Gomes Junior, no exilio. Rui Landim, analista politico, num dos seus comentarios radiofonicos, pede simplesmente que este renuncie ao seu cargo. "Joseph Mutaboba falhou na sua missão de consolidação da paz na Guiné-Bissau, com a agravante que é na sua presença que foram assassinados friamente, Nino Vieira, o general Baptista Tagmé na Wai, os deputados Baciro Dabo, Helder Proença, etc", conclui esse conhecido comentador da capital guineense.
domingo, 14 de outubro de 2012
Presidente da Mauritânia alvejado a tiro
O presidente da Mauritânia, Mohamed Abdel Aziz, ficou ferido no sábado ao ser atingido por um tiro disparado "por erro" por uma unidade militar, segundo o ministro da Comunicação, Hamdi Ould Mahjoub. Em declarações à televisão pública, citadas pela agência francesa AFP, Hamdi Ould Mahjoub esclareceu que se tratou de "um tiro por erro contra a comitiva do presidente, que voltava do interior do país" e que a unidade militar de origem do tiro não sabia que se tratava da comitiva presidencial.
Fontes policiais citadas pela agência espanhola EFE tinham inicialmente referido que o presidente tinha sido alvo de um atentado no norte do país, a 40 quilómetros da capital, Nuakchot. "O povo mauritano pode estar tranquilo, o presidente está bem, está a ser tratado no hospital nacional. Ficou ligeiramente ferido, mas saiu por si próprio da viatura quando chegou ao hospital e andava sem dificuldades", referiu o ministro.
sábado, 13 de outubro de 2012
JOÃO SOARES, JOÃO SOARES… DE NOVO!!!!
"Pelos vistos os tentáculos do nosso Embaixador nas Nações Unidas... chegou ao Japão e ao Congo. Será que também foi ele o culpado da nossa não participação nas reuniões do FMI/Banco Mundial e na Francofonia?
Estamos à espera que o governo de “transição” invente um “clone” do João Soares da Gama para o responsabilizar. Está factualmente comprovado que a equipa diplomática deste governo é incapaz de fazer face às tarefas diplomáticas que lhe foram incumbidas.
A única coisa honrosa a fazer neste momento é a apresentação de um pedido de demissão em bloco, a começar pelo falhado 'minitro dos Negócios Estrangeiros', depois pelo 'conselheiro diplomático do 'presidente' etc, etc. O presidente de “transição” está ansioso e à espera que esse pedido chegue à sua secretária. Afinal, às vezes, “DJITU TEM KU TEM
P.C"
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Joseph Mutaboba: "ONU está para ajudar o Povo guineense"
O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau sublinhou hoje em conferência de imprensa os avanços registados quanto à resolução da crise desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril. Reagindo às críticas de que foi alvo, nomeadamente pela cúpula militar, alvo alega estar a servir o povo guineense e não alguém em particular. Joseph Mutaboba fora duramente criticado por António Indjai, chefe de Estado maior general das forças armadas guineenses, nomeadamente devido ao facto de se equacionar o regresso a Bissau das autoridades depostas.
O representante de Ban Ki Moon fez questão em lembrar que uma missão internacional deve chegar ao terreno para se inteirar da transição guineense onde o presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram derrubados a 12 de Abril impedindo a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
Golpe de Estado de 12 de abril: Queixas-crime junto do Tribunal Militar Superior, contra o CEMGFA António Indjai e outros envolvidos
Os advogados do primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau apresentaram hoje em Bissau uma queixa-crime contra o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, António Injai, "e demais envolvidos no golpe de Estado de 12 de abril", disse à Lusa fonte judicial. De acordo com a fonte, a queixa dos representantes de Carlos Gomes Júnior foi entregue hoje na Promotoria de Justiça do Tribunal Militar Superior.
Ainda segundo a mesma fonte, a equipa de advogados de Carlos Gomes Júnior e da mulher (Floriberto de Carvalho, Ruth Monteiro, José Paulo Semedo e Itla Semedo) acusam os militares, nomeadamente, de extorsão, agressão e invasão de propriedade alheia.
A 12 de abril passado um autodenominado "Comando Militar" fez um golpe de Estado na Guiné-Bissau e prendeu o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira. A casa de Carlos Gomes Júnior foi saqueada, de acordo com a queixa-crime hoje apresentada. Uma parte da casa, nas traseiras, também foi destruída. O golpe aconteceu na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais antecipadas (na sequência da morte por doença do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá), nas quais deviam participar os dois candidatos mais votados na primeira volta, Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.
Carlos Gomes Júnior é o presidente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), o partido mais votado nas eleições legislativas de 2008, e Kumba Ialá, o líder do maior partido da oposição, o PRS (Partido da Renovação Social). Duas semanas depois de serem detidos, Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira foram libertados e partiram para a Costa do Marfim e daí para Portugal, onde estão desde então. Desde maio que a Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição e por um Presidente da República de transição. Em abril do próximo ano deverão realizar-se eleições gerais, presidenciais e legislativas. LUSA
Novo espaço africano em Lisboa
HOJE, DIA 12 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, PELAS 21 HORAS, NASCE, EM ODIVELAS, ARREDORES DE LISBOA, UM NOVO ESPAÇO LUSÓFONO DENOMINADO TROPICÁLIA.
DA GASTRONOMIA À MÚSICA, DA PROMOÇÃO DE EVENTOS À DIVULGAÇÃO DE ARTE E CULTURA, TROPICÁLIA PRETENDE SER O ESPAÇO DE EXCELÊNCIA DO CONVÍVIO LUSÓFONO. NO DIA DA INAUGURAÇÃO, ESCOLHEMOS TAMBÉM UMA VOZ DISTINTA E RECONHECIDA, A GUINEENSE ENEIDA MARTA, QUE VAI ESTREAR UM PALCO POR ONDE PASSARÃO, CERTAMENTE, MUITOS OUTROS TALENTOS LUSÓFONOS DE RENOME. NO MESMO DIA DA INAUGURAÇÃO, O ESPAÇO ACOLHERÁ AS OBRAS DO ARTISTA PLÁSTICO JOÃO DE BARROS.
NESTE SENTIDO, E VISTO SER O VOSSO MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL UM RECONHECIDO PROMOTOR DO CONCEITO DE EXCELÊNCIA DA LUSOFONIA, VIMOS PELA PRESENTE SOLICITAR A PROMOÇÃO DA INAUGURAÇÃO DO TROPICÁLIA, ASSIM COMO A COBERTURA "IN LOCO" DO PRIMEIRO DIA DE UM ESPAÇO QUE PROMETE PRIMAR PELA DIFERENÇA E QUALIDADE. EM NOME DO TROPICÁLIA Espaço Lusófono, AGRADECEMOS, DESDE JÁ, TODA A ATENÇÃO DISPENSADA, CONFIANTES DE QUE O NOSSO PEDIDO COLHERÁ DA VOSSA PARTE A MELHOR DAS ATENÇÕES. E QUE A TROPICÁLIA SEJA A NOSSA CASA, A CASADA LUSOFONIA.
Carlos Gomes Jr.: "CEDEAO agiu desastrosamente"
Guinea Bissau's coup complacency
By Syma Tariq/Africa Report
The deposed prime minister and leading presidential candidate, now living in exile, complains that West African leaders have sought too much compromise with rogue elements of the military. Deposed prime minister Carlos Gomes Júnior believes that the country "faces gloomy prospects" if the current government – formed after a military coup ousted the ruling Partido Africano da [I]Independência da Guiné e Cabo Verde[/I] (PAIGC) in April – stays in power. "The government I was leading had very high scores in performance and good governance, which was recognised by the Guinean people. That is the reason the army wanted us out," Gomes Jr says from Lisbon, where he and advisers are now living in exile.
In a country rife with political instability, military coups and a thriving drug trade since its 1974 independence from Portugal, the politician believes that only a United Nations-led intervention will restore stability. The aid-dependent country is now headed by a military command whose leadership has been mediated by the Economic Community of West African States (ECOWAS). "ECOWAS has acted disastrously," Gomes Jr continues, adding that Nigeria – which has just announced training for troops to go into Guinea-Bissau – Côte d'Ivoire, Senegal and Burkino Faso have eroded the principle held by ECOWAS and the African Union of zero tolerance for coups.
"Guinea-Bissau is not a self-sufficient country. It depends on the international community to guarantee that the basic needs of its population are met. The majority of the coup government have no governmental experience, legitimacy or credibility to convince international partners that it can continue with cooperation agreements." The Comunidade dos Países de Língua Portuguesa's tough stance – seeking a stabilisation force and completion of the interrupted presidential election – has encouraged Gomes Jr. and the PAIGC to refuse compromise and has left ECOWAS as the broker. "Angola has always been a strong ally of Guinea-Bissau and will continue to betoitspeople," Gomes Jr says.
But an ECOWAS force has now replaced the Lusophone nation's military support mission in Guinea-Bissau. A recent concession has resulted in the interim government, led by Manuel Serifo Nhamadjo, agreeing to an ECOWAS deadline of April 2013 for new elections – a year after Gomes Jr was seized by the army. "On 12 April we were arrested and held by soldiers, in an abusive way, for 14 days," Gomes Jr says of the events that occurred after he won the first round of the elections.
"ECOWAS made the necessary arrangements with the military officers involved in the coup, got us freed and taken dir- ectly to Abidjan, where we were not informed of the terms and status of our stay. That is when we decided to come to Portugal – where we have more freedom to fight against those who seized power in Guinea-Bissau." In early September, Gomes Jr was at the 67th United Nations General Assembly, where he hoped to solidify his legitimacy. In spite of the uncertain future, he doubts the likelihood of "total state collapse" and believes free and fair elections can be held: "I have faith in the international community, personified by the UN, because of what has been its coherence since the beginning:
Guiné-Bissau de fora na cimeira da Francofonia
O 'governo de transição' da Guiné-Bissau disse hoje estar a desenvolver diligências para participar na cimeira da Francofonia, no fim-de-semana, na República Democrática do Congo (RDCongo), mas até agora não obteve qualquer resposta da organização. De acordo com uma fonte do 'governo de transição', tudo indica que a Guiné-Bissau não estará na cimeira de Kinshasa já que o país está suspenso da Francofonia, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.
As autoridades de transição tentaram, através do 'Ministério dos Negócios Estrangeiros' guineense, conseguir a representação do país na cimeira, mas "todos os contactos tidos até aqui com a organização da cimeira foram infrutíferos", assinalou a mesma fonte. O 'Governo' pretendia que o 'Presidente de transição', Serifo Nhamadjo, pudesse estar presente na cimeira que decorre, entre sábado e domingo em Kinshasa, para fazer um pedido de apoio aos países da Organização Internacional da Francofonia (OIF). A Guiné-Bissau tem um 'governo' e um 'Presidente de transição' saídos de um golpe de Estado perpetrado por militares em Abril passado, mas as novas autoridades praticamente não têm o reconhecimento internacional, salvo de algumas organizações sub-regionais africanas.
Problemas, problemas...
Aspectos da actual situação político-militar na Guiné-Bissau referidos num relatório de Intelligence – que em substância alerta para a eventualidade de poderem virem a dar azo a convulsões internas, apesar do “elemento dissuasor” representado pela presença militar da CEDEAO:
a) Está a alastrar um clima de divisões e desconfianças internas nas Forças Armadas, designadamente entre os oficiais; o CEMGFA, General António Indjai não conseguiu fazer aprovar internamente um plano de promoções, que previa anunciar em 24 de Setembro; as condições de alojamento e alimentação nos quartéis continuam a deteriorar-se; referenciadas atitudes “saudosistas” dos militares em relação à situação anterior ao golpe de Estado;
b) O episódio da viagem a Nova Iorque do Presidente interino, Serifo Namadjo, empolou o mal estar que do antecedente vem sendo registado entre os militares, o Presidente e o Governo, em geral; os militares, aparentemente animados por Kumba Ialá, que tem ascendência sobre eles, atribuem ao Governo e ao próprio Presidente responsabilidades pelo “embaraço” que constituiu para o actual regime o facto de S Namadjo ter sido impedido de discursar na AG ONU;
c) O relacionamento entre o comando da força da CEDEAO e os militares, em particular o CEMG, aparenta ser precário; são deficientes as condições em que a força da CEDEAO está aquartelada, Cumeré, e os seus comandantes responsabilizam por isso as FA e o Governo; registadas iniciativas no sentido de levar o Governo a assegurar verbas destinadas a remediar as carências. Na conduta da força da CEDEAO são notados fenómenos de saturação – atribuídos à indefinição em que a situação no país se mantém (as expectativas iniciais sugeriam um período curto). Por exemplo, as suas patrulhas são agora menos regulares e o número de soldados empregados em cada acção passou de cerca de 15 para 4/5.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Guiné-Bissau: CPLP volta a falar na "reposição da legalidade"
O Secretário-Executivo da CPLP, o moçambicano Murade Murargy, volta a afirmar que a posição da CPLP é de que "é necessário que a legalidade seja reposta na Guiné-Bissau", reforçando a ideia de que deve haver um "governo inclusivo, com a participação do PAIGC". Com a firmeza que se lhe reconhece desde que assumiu as funções, substituindo o guineense Domingos Simões Pereira, Murargy volta a bater na mesma tecla: quer que as forças da CEDEAO "sejam transformadas em forças internacionais", e que se criem as condições para eleições livres e justas na Guiné-Bissau. AAS
Até onde e... até quando?
"Caro amigo Aly,
Antes de mais o meu fraterno e reconhecido abraço, querendo reconfortar-te, reconhecendo o trabalho corajoso e sem paralelo que tens feito em prol da democracia e dos anseios de liberdade do Povo da Guiné-Bissau. Estou certo, Aly, que este meu encorajamento, embora não seja nada de especial, da minha parte será decerto uma prova de amizade, de amizade e de solidariedade. Posto isto, muito me agradecia caso assim entenderes util, esta minha modesta contribuição a voz da revolta do nosso Povo, a qual tens sido o maior porta-voz com o teu site.
Fraternalmente,
Oguis
Aonde vamos parar...
Depois da fracassada e vergonhosa missão do "governo de transição" tendente a querer forçar a sua participação na AG das NU, aproveitando uma entrevista concedida à New York Times, o todo-poderoso General, dono e senhor de Bissau, não conseguiu esconder a sua ira e desagrado pelo falhanço da missão do seu Presidente. Assim, perante a pergunta da jornalista Jessica Hatcher da NYT, disparou em todas as direcções, tendo como alvos preferidos, o Primeiro Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr (o que não é de espantar neste caso) e contra a Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente contra a pessoa do Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas, Joseph Mutaboba e do Sr. Yuri Fedotov, Chefe do Escritorio das NU contra as Drogas e o Crime Organizado.
A entrevista do General, foi um chorrilho de insultos e de má-educação contra as Nações Unidas, organização que acusa de «promover e instigar problemas na Guiné-Bissau», aconselhando-o a se ocupar da Síria e do Mali porque na Guiné-Bissau "ninguém é molestado e não se matam pessoas". Enfim, assim se vive na Guiné-Bissau, na santa paz dos anjos. Quanto ao pobre do Joseph Mutaboba, foi simplesmente apelidado de "bandido, mentiroso, cunhado(!?) e cúmplice" de Carlos Gomes Jr. Ao Sr. Yuri Fedotov, Chefe do Escritório das ONU sobre Drogas e Crime Organizado, foi apelidado de "manipulador, aldrabão e de ser um ladrão" sendo que este o está a perseguir porque não quis se submeter ao CGJr.
Esses palavrões grosseiros endereçados contra os representantes de uma organização da envergadura mundial como são as Nações Unidas, seriam adjectivos normais, ordinários, nada surpreendentes e até meigos, os quais passariam despercebidos numa República das Bananas, num cartel de traficantes, num bando de milicianos armados. Esses adjectivos seriam encarados sem quaisquer problemas ou anormalidade. Enfim seria uma normalidade num Estado sem orgãos de soberania, sem leis, sem autoridade, sem respeito pela Ordem Internacional e primariamente sem hierarquia.
Acontece porém, que esses insultos foram proferidos por pessoas ligadas a um país chamado GUINÉ-BISSAU, um país dito independente, um país com uma bandeira, com um suposto «Parlamento», um suposto «Presidente» e um suposto «Governo» que, curiosamente, é, também, suposto ser membro de pleno direito dessa organização mundial.
Aos impropérios do General... nem se ouviu o zunzir de uma mosca, nem uma ínfima reacção de condenação ou desaprovação contra esse discurso violento e desrespeitador para com as Nações Unidas (creio que nem mesmo um simples abanar de cabeça de desaprovação ousaram fazer, não venha o General descobrir e dar um zás a essa cabeçona teimosa e desobediente).
Tudo ficou caladinho num silêncio sepulcral. Nem um mugido, nem um tussido se ouviu das ditas «Autoridades de Transição»..., KAPISKO, NADA... quer do dito «Parlamento», quer do dito «Presidente», quer do dito «Governo». Principalmente esperava-se do Sr. «Presidente», que pomposamente se apregoa de homem da legalidade, da justiça, da moderação e da paz um reacção de ombridade e de homem de Estado. Esperava-se, uma pequena reacção de desaprovação que seja, um mero sinal de condenação ou, ao menos, de chamada de atenção pedagogica à contenção e à ponderação de certas atitudes desvairadas. Mas, NADA, nem um pio. O "Presi" fez-se de MÚMIA...
Porém, analisando bem o estado actual da desordem e anarquia que grassa na Guiné-Bissau e, principalmente, quem de facto exerce o verdadeiro poder nesse país, percebe-se perfeitamente que, infelizmente, esses simples OBJECTOS E DEJECTOS DE DECORAÇÃO do poder militar, não podiam reagir de outra forma. Isto porque, por um lado, nenhum deles ousaria indispôr o senhor absoluto e, por outro lado, simplesmente, porque não existem, nem como entidade, nem como pessoas que se prezem de principios. São simples fantasmas, fantoches e marrionetas à mercê de alguém que se julga acima de toda a impunidade.
Porém, a ver vamos... Quiça, o silêncio de quem devia ao menos falar em contenção, esteja à espera da vinda dos DRONES AMERICANOS que negociou em NY, para sobrevoar os céus da Guiné-Bissau, para limpar esse país do narcotráfico e do crime organizado. Estes sim, embora negociados às escondidas contra o apoio na assembleia-geral das NU são, a todos os títulos bem-vindos, pois além de silenciosos, são eficazes e costumam ser mortíferos.
O Senhor de Bissau que se cuide.
Oguis Mendes"
Editorial - "Ahhhhhhh, Vicky, Vicky oh Vicky"
Se fosse em papel, teria muito gosto em limpar o cú a certos editoriais... Mas, atenção: sabem quem roubou dinheiro nos estaleiros navais...e depois fugiu para Dakar? E tudo isto 'na tempo di tuga?'... Nas calmas, contar-vos-ei TODA a história! Kapa Negra cantal propi pabia di é furto: "Ahhhhhhh, Vicky, Vicky oh Vicky"... AAS
Antero João Correia: "Poupem a minha vida!"
"Não me querem?, outros querem. Sou um quadro formado em Direito, em investigação criminal e na segurança do Estado - e em cada uma delas dei valiosas contribuições ao meu país. As investigações não se fazem com as pessoas que nadasabem, pois acabam por gerar montagens, mentiras, ódios e vinganças se não vejamos:
A título de exemplo do que está acontecer. Em finais de Junho de 1998, enquanto dirigia o aparelho da segurança do Estado, fui incumbido para investigar os casos de execuções colectivas nas matas de Portogole. Fiz os meus trabalhos técnicos com base nas legendas operativas no gabinete, e no terreno, quando a comitiva se deslocou parao local em companhia do Procurador-Geral de República, Amine Saad, membros do governo e representantes da comunidade internacional, lá estava a vala comum: metiam pás e picaretas, e encontravam dezenas de restos mortais bem identificados numa só vala com todas as provas perante familiares. Com muita pena minha, foi tudo amnistiado...
Não mexam comigo!
Tenho tudo o que é bom e mau da Guiné-Bissau, apenas o sigilo da minha profissão não se revela. Por isso prefiro ir paraa prisão ou morrer com os segredos do meu país. Quando as pessoas responsáveis pelas investigações não conhecem as mesmas, são obrigados a fazerem montagens para agradar o executivo e ganhar algo, mas as consequências serão a destruição total do país e segregação de ódios e vinganças.
Podem montar o que for necessário, só que nos casos de males, e até mortes, passará um século sem encontrar os meus vestígios, pois não sou dessa família, dessa educação, dessa formação e dessa colegagem. Claro que as vossas montagens podem contribuir falsamente para minha prisão ou morte, porém quer uma quer outra não será o fim da minha vida. O meu espírito e profissionalismo, aliás, a minha inteligência não me permite falsificações visto que lutei pela independência do meu país e por isso decidi dar o meu máximo contributo para a pátria de Amilcar Cabral.
Estou convicto de que um dia a Guiné-Bissau ultrapassará ou encontrará soluções para a paz duradora na base de uma justiça social e coerente, rumo ao desenvolvimento.
Obrigado,
Antero João Correia
brigadeiro-General"
Em busca do tempo perdido
Levava uma vida condenada a naufragar. Gravitava pela cidade fora procurando uma nesga de sol, um banco de jardim que melhor lhe proporcionasse encostar a sua canadiana para com ela se defender como se de um cajado se tratasse. Semicerrava um olho para melhor enxergar a passagem do tempo e a garganta seca de uma secura crónica. Tinha aspecto de um mendigo que ao fim e ao cabo não era. A barba em estado bruto cobria um colarinho de cor indefinido, coadjuvado de um cabelo grisalho que escapa de um boné de copa alta e cai na gola suada de um velho casaco, adquirido ao desbarato, algures no mercado.
Grande craque de futebol, ex-actor dos palcos do antigo liceu por onde passou algum tempo, sem êxito, embora se sentisse feliz hoje, infeliz de quando em vez, procurava na memória de tempo, o tempo perdido. O «Berlengas», alcunha que herdara do pai, nasceu numa longínqua paragem deste vasto universo há oitenta anos, e que o desgaste da vida e o sarro dos copos acrescentavam uma precoce velhice. Foi ajudante de mecânico de automóveis numa época em que o salário era pouco e dava para viver assim-assim. Não casou. Viveu com algumas raparigas em regime precário, das quais recorda pelos bons serviços prestados. Dizia a propósito das mulheres que «elas são uma parte essencial da vida de um homem, pela companhia e pelo amor». Não teve filhos e a família - avós, pai e mãe - foi-se com o tempo, levando com elas as últimas amarras de uma vida condenada a naufragar.
Lúdibrio da sorte, do infortúnio, do azar, da amaldiçoada vida que viveu e que, debalde, buscou no tempo perdido. O «Berlengas», figura muito conhecida no meio onde vivia, jamais teve conta num banco e para a política esteve sempre nas tintas. Amaldiçoava o frio que lhe roubava o calor do sol e mesmo o banco do jardim onde encostava a sua canadiana e, com um olho semicerrado, enxervaga a passagem do tempo que ainda não encontrou. AAS
Adivinha, adivinha...
A Guiné-Bissau é:
... Só para quem obedece;
... Só para quem não tem mais nada para fazer;
... Só para quem finge que faz;
... Só para quem não sabe o que quer/faz;
... Só para políticos afectos a militares?
NOTA: Um doce a quem acertar! AAS
Mali: A CEDEAO claramente sem saida estratégica
A grave crise que persiste no norte maliano a medida que o tempo vai passando apresenta-se como um verdadeiro atoleiro diplomatico na qual a organização sub-regional a CEDEAO vai-se afundando e corre o risco, caso se venha a engajar numa acção militar, a uma estrondosa derrota.
Alternando a diplomacia e ameças de intervenção militar, a Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental,(CEDEAO) manifestamente escolheram a estratégia de soprar o fogo e deitar agua fria. Porém, enquanto que a organização se esfarrapa a encontrar uma boa solução para sair dessa crise criada no norte do Mali seguidamente ao golpe de estado militar de 22 de março de 2012, a situação nessa parte do Mali agrava-se perigosamente para o grande desespero das populações. Enquanto o Conselho de Segurança das NU pede tempo para examinar o pedido oficial de intervenção armada introduzido por Bamako junto à CEDEAO, Blaise Compaoré, o mediador da organização tenta mais uma negociação com um dos protagonistas desta crise, em ocorrência o Movimento Nacional para a Libertação de Azawad, (MNLA). A 7 de outubro ultimo, o presidente burkinabé recebeu em Ouagadougou Ibrahim Ag Mohamed Assaleh , membro do Conselho de Transição de Azawad, o denominado governo provisorio do MNLA.
Porém, sabendo-se que este movimento, apos ter sido corrido militarmente da suas posições de Gao e de Tombouctou pelos movimentos islamistas de Ansar Dine e do Mujao, esta em perda de legitimidade no norte do Mali, dai questionar-se, se efectivamente, Compaoré não se tera enganado nessa escolha como um bom interlocutor. Indo à capital burkinabé, os independentistas de Azawad cuja margem de manobra é agora muito reduzida, puseram de lado as suas reivindicações de soberania, para se contentarem em falar de direito à auto-de determinação. Porém, antes disso, eles haviam ameaçado aliar-se de novo aos islamistas, se porventura a organização sub-regional se decidir por uma operação armada.
Blaise Compaoré um politico matreiro e amlicioso, soube compreender de que através esta chantagem, o MNLA procura visivelmente se salvaguardar, procurando um abrigo quando se anunciam uma grande tempestade sobre a faixa sahélo-sahariana. Na verdade, os independentistas de Azawad não têm verdadeiramente outra escolha, pois apos terem sido derrotados pelos islamista, eles arriscam-se também a sentir as consequências de uma eventual intervenção da CEDEAO caso essa se veja a acontecer e a ser bem sucedida.
Sendo Campaore, um grande defensor da força no Norte de Mali, não sera que, o objectivo dessas conversações, não são mais do que manobras de tentar obter um apoio do MNLA para as tropas oeste-africanas contra os islamistas ? Uma tal hipotese não é de excluir, pois os combatentes do MNLA poderão ser de uma grande utilidade no assalto armado contra os islamistas, dado ao seu perfeito conhecimento do terreno. Em troca, o movimento touareg podera ver-se-lhe outorgado um estatuto particular como a autonomia sobre o territorio Azawad.
Os islamistas são os verdadeiros interlocutores da CEDEAO: antes do MNLA, o presidente du Burkina Faso tinha igualmente tentado entabular conversações, sem sucesso à altura com uma delegação da Ansar Dine. A inflexibilidade das posições do movimento islamista não chegou a permitir dar sequência aos contactos. Contudo a mediação da CEDEAO não tem um bom interlocutor a hora actual do conflito pois os islamistas são incontornaveis e o MNLA não tem arcaboiço para fazer face a essa força islamita numerosa, fanatica e muito bem armada e financiada. No entanto, para reconquistar o Norte maliano, as forças coligadas da sub-região são forçosamente obrigadas a recorrer ao apoio dos paises vizinhos do Mali, nomeadamente a Argélia, o Niger, a Mauritania, o Tchad. Ora, todos esses paises, com a Argélia à cabeça, continuam prudentes perante esta iniciativa.
A CEDEAO não consegue esconder o seu embaraço perante a sua impotência e continua a ameçar com a força. Agitando cada vez mais a ameaça de uma guerra através de uma intervenção da CEDEAO, a organização comunitaria esta bem consciente de que, a hora da verdadeira batalha, ou seja a guerra das areias deserticas, ainda não começou.
Charles d'Almeida
Nota: Bamako não é Bissau. Os militares malianos têm orgulho, respeitam-se, não se deixando dirigir nem manipular por estrangeiros contra o seu povo. Os nossos militares não passam de "mulheres" subjugadas" e subordinadas a uma cultura de medo e de terror imposta por mentes obtusas que se apoiam na sua tribo para fazer da Guiné-Bissau o seu quintal de desmandos.
PS: Caso decidam pelo envio tropas guineenses para o Norte Mali, a CEDEAO que nos faça o favor de não se esquecer de levar o 'seu' General. Ai sim, gostariamos de ver, se é tão homem quanto aparenta quando fala para as populações indefesas e amedontradas. Lá, fará frente a homens armados como ele, e assim poderiamos aquilatar do seu tão propalado 'matchundade'...
A vida não acaba se não se discursar na ONU
Aly Silva,
Permita-me louvar em poucas linhas o seu grande trabalho. Para mim, você provou que os indivíduos devem adquirir competências, recursos, obrigações, comportamentos essenciais à manutenção da sociedade em vez de fazer golpes. Em outras palavras, o seu trabalho é benéfico para a sociedade como um todo, uma vez que os que não gostam do seu blogue são a minoria que hoje ocupam os melhores lugares (Golpistas).
Aos Politiquinhos e Militares GOLPISTAS:
Como bom filho desta terra e que pensa que a Guiné é um pais que já merece a outra parte da MOEDA.
Quero dar pequena lição da filosofia aos POLITIQUINHOS e MILICIANOS (militares)
Hoje somos pribidos de manifestar a nossa mágua sobre o 12 de Abril mais ao contrario do ano passado em que os nossos miltares (milicias) garantiram a segurança e proteção de um grupinho de fazer marchas, marchas mesmo não importando com o trafico na via publica. Quantas marchas foram feitas, hoje 99% dos que estavam atras dos POLIQUINHOS os seus filhos estão em casa a espera do levantamento de greve dos professores. Hoje todos estes POLITIQUINHOS são Vice-Presidente, Procurador geral, Ministros, Directores gerais. E agora os encarregados de educação que perderam dias atrás destes POLITIQUINHOS fazendo marchas, marchas, e mais marchas. A vida não acaba se não se discursar na ONU.
Eu, o Aly Silva, os bons filhos desta terra as nossas vidas estão entregues a Deus. Quero definir para os POLITIQUINHOS e MILICIANOS (militares) DIREITOS HUMANOS (proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948). O valor absoluto ou dignidade da pessoa humana converte-se em fonte de direitos a que se convencionou.
DIREITOS HUMANOS tem três gerações.
1ª GERAÇÃO: OS DIREITOS DA LIBERDADE
Nesta fase dá-se a conquista das liberdades individuais e dos direitos de participação política, reivindicações na sua luta contra as monarquias absolutas: direito à vida e à integridade física; liberdade de pensamento e de expressão (12 de Abril-2012)
2ª GERAÇÃO: OS DIREITOS DA IGUALDADE
Nesta fase desenvolvem-se os direitos económicos, sociais e culturais, ou seja, o direito à educação (Greve nas escolas publicas), e à assistência sanitária, à protecção contra o desemprego, a um salário digno.
3ª GERAÇÃO: OS DIREITOS DA SOLIDARIEDADE
O cumprimento dos direitos de solidariedade exige um trabalho conjunto da comunidade internacional(A CEDEAO sozinha não pode) para lutar contra condições adversas: a falta de recursos, a deterioração do pais desde o 12 de Abril.
Golpistas pensam a Guiné, e no amanhã dos vossos filhos. É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal. A verdade não está com os homens, mas entre os homens (porta-voz do governo de CEDEAO); Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir (porta-voz dos Golpistas); Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.(Lider dos Golpistas).
Viva a Democracia,
Serifo Djalo
Restaurante 'Ponta de Pedra' - Ementa
- Quarta-feira: caril de camarão
- Quinta-feira: picanha com feijão preto(*)
- Sexta-feira: peixe grelhado com alho
Preço do prato do dia: 5.500 f.cfa
(*) 7.000 f.cfa
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Então não?
A vida é filha da puta,
A puta, é filha da vida.
Nunca vi tanto filho da puta,
Na puta da minha vida!!
Joseph Mutaboba sobre a crise na Guiné-Bissau: "Ausência de progressos em vias ao restabelecimento da ordem constitucional"
Uma reunião dos chefes das missões de paz da NU na Africa Ocidental, costituida por Costa do Margim, Guiné-Bissau, Liberia e Sierra Leoa teve lugar, segunda feira 8 de outubro em Dakar. Ela foi realizada sob a alta autoridade do Sr Saïd Djinnit, representante especial na região do Secretario Geral das NU, Ban Ki-moon. As Nações Unidas não escondem mais a sua inquitude concernente a situação politica na Guiné-Bissau depois do golpe de estado de 12 de abril ultimo.
Joseph Mutaboba, Representante especial do Secretario Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau denuncia mesmo «a ausência de progressos em vias ao restabelecimento da ordem constitucional». Ele fala de «um verdadeiro quebra cabeças, com cada lado, e cada facção a agarrar-se aos seus interesses particulares e posições adquiridas de facto com o conflito, recusando-se terminantemente a um dialogo inclusivo», que para ele, «é a unica saida para a crise». Repete, «um verdadeiro quebra cabeças». RFI
Antero João Correia: Esclarecimentos
"Caros familiares, amigos e conhecidos,
Não se preocupem com os falsos alarmes dos burros, incompetentes e mentirosos que infelizmente o país possui até hoje. Durante a minha ausência de duas semanas do país, surgiram mentiras do que estou envolvido nos casos das mortes ocorridas no país, só porque exercia funções de Comissário da polícia e com fortes ligações com Carlos Gomes Jr., - Cadogo!
Medíocres.
Não estou preocupado com desinformações na Internet porque, felizmente, conheço as pessoas envolvidas e as suas telenovelas... Estou por enquanto apenas preocupado com a minha saúde. Há, contudo, pessoas que querem a todo custo desviar atenções daqueles que estão empenhados em encontrar os autores que vitimaram um dos mais prestigiosos deputados da nação - ROBERTO FERREIRA CACHEU.
Nunca mandei matar e nunca matarei, mesmo por ordem de quem quer que seja. Também nunca fui e nunca serei cavalo de batalha de quem quer que seja.
A minha inteligência destanciou-me sempre dos acontecimentos, mas a cada acontecimento surgem pessoas querendo eliminar-me fisicamente se não vejamos:
1 - Em 7 de Junho de 1989 fui preso na Amura sem que estivesse envolvido ou sido acusado de nada, durante onze meses;
2 - No governo de Kumba Yala, fui preso em Mansoa por ter negado confirmar acusações contra alguns oficiais-generais em como estariam envolvidos na dita tentativa de golpe de estado;
3 - Fui preso durante os assassinatos do major Baciro Dabó e do deputado Hélder Proença, por ter negado assinar documentos sobre um hipotético golpe de estado;
4 - Agora, querem envolver-me nos seguintes: caso ROBERTO FERREIRA CACHEU; envio de polícias para a CNE e, ainda, na morte de Yaya Dabó, acontecimentos de que nem sabia de nada;
Desta vez vou mover queixas-crime contra os autores das mentiras, calúnias, montagens e difamação junto da Justiça.
Estarei em Bissau assim que tiver um parecer favorável do médico que me tem acompanhado.
AS MENTIRAS TÊM PERNAS CURTAS.
Dtr. ANTERO JOÃO CORREIA"
New York, New York
"Caro Irmão,
Sempre estarei - e como estás disponível para denunciar os que pensam que a Guiné-Bissau vai bem, governado com golpes fabricados por politicos caducos. Nunca um governo saido de um golpe é melhor que um governo democratico. Falando disso, Delfim da Silva sabe muito bem que fabricando intrigas na rádio e empurrar certas pessoas para a guerra contra este povo não é a melhor solução.
A ONU nunca deve pactuar com golpes de estado, ao contrário da CEDEAO, organização constituida por um pequeno grupo de marginais. Se um governo ou presidente saido do golpe mais contestado na historia de Guiné-Bissause pronunciar em nome da Guiné-Bissau seria a vitória dos golpistas fora de prazo e uma derrota para a democracia.
Para o 'presidente da transição': continua ser enganado pelos seu colegas golpistas que sabem muito bem que na democracia não há lugar para eles. Esta história da ONU reflete a importância da democracia num país. A hora é de os golpistas pensarem a Guiné-Bissau. Ao senhor Delfim da Silva: devia no minimo ter respeito o P.A.I.G.C e a dona Carmen Pereira, que é a pessoa ajudou o senhor Delfim a ser nomeado várias vezes ministro nos governos anteriores do P.A.I.G.C
Se a voz da Guiné-Bissau não foi ouvida na ONU, significa que a democracia deve continuar e parar com golpes de estado. Quer alguêm queira ou não a Democracia saiu vencedora na ONU. Que Estado é este que um chefe de estado maior pode insultar o representante da ONU na Guiné-Bissau?
ONU e ka bó colega!
Abaixo golpistas!
Serifo Djalo"
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Detido ex-comandante da PIR
O antigo comandante da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) da Guiné-Bissau Ensa Ducuré foi detido a mando do tribunal, por suspeita de envolvimento no assassínio de um ex-agente policial. O polícia em questão estaria envolvido numa tentativa de golpe de Estado ocorrida em dezembro passado. Ensa Ducuré, e mais um agente da PIR cuja identidade não foi revelada, estão detidos preventivamente desde sexta-feira por ordens do Ministério Publico e hoje viram as suas prisões confirmadas pelo juiz de instrução criminal.
Parque de Safim: CCIAS investe três milhões de euros em infraestruturas
A Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau (CCIAS) anunciou hoje um forte investimento no parque de Safim, às portas de Bissau. Com efeito, e num investimento de 3 milhões de euros, a CCIAS vai adoptar o parque de Armazéns, apartamentos, escritórios e, até, de uma báscula. AAS
domingo, 7 de outubro de 2012
STJ: Eleições do presidente e vice-presidente, dia 5 de dezembro
O Conselho Superior da Magistratura Judicial deliberou marcar a data das eleições do Presidente e Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para o dia 5 de dezembro. A comissão eleitoral é constituida por Octávio Lopes (presidente), Dinis Cablol Na Fantchamna (vice-presidente), Osiris Ferreira (vogal) e Júlio Albino Nhaga (secretário). AAS
CARTA DE CONSOLO E ESPERANÇA
Querida Guiné, terra linda que me viu nascer, que me ajudou a crescer,
desejo sinceramente, que esta carta traga conforto e esperança ao teu povo que ainda sofre com violência e ignorância. Povo que transpira doçura e vive remediado com o pouco que tem. Povo que foi obrigado a calar sua voz, abaixar a cabeça e se submeter a colonização dos novos tempos.
Confesso que entristeço cada vez que ligo a Tv. e vejo notícias ruins... Cada vez que sintonizo a FM Guiné oiço histórias inventadas e sem nexo, ciladas armadas, acusações infundamentadas, algumas até ridículas. Cada vez que navego na Net, no blogue “Ditadura do Consenso” meu blogue, aliás, blogue do povo (Aly que me desculpe) onde já te enviei muitas mensagens de apreço e consolo, leio que estás invadida pela corrupção, dos “amparantés” aos engravatados, todos querem o seu quinhão não importa como. O teu futuro está distante e incerto, por isso não há muita visão de longo prazo, nem planos.
Procuro a lucidez para poder conter a minha tristeza, compaixão e indignação... Mas mesmo sereno, sinto-me angustiado e refém dos meus sentimentos. Longe de ti minha mãe, encontro-me muito triste por não te poder amparar neste momento difícil e desagradável da tua vida mas, prometo lutar e defender-te com muito orgulho com as minhas crónicas e poemas.
O teu povo conquistou a sua independência dos colonizadores, com suor e sangue mas ainda não dos ditadores que também tem causado muitas dores. Sei que estás muito decepcionada com alguns filhos e com tal da CEDE(R)AO dito mediador que pouco faz e pouco fez, a não ser alimentar e reforçar o ciclo da corrupção. Esta comunidade é constituída por alguns países que não querem que desenvolvas de verdade. Países com interesses obscuros, que querem humilhar-te e fotografar-te de mãos estendidas a mendigar.
Não vou mais reclamar nem tão pouco lamentar... Quero apenas te agradecer:
Obrigado por tudo, mãe Guiné! Obrigado pela dedicação, amor e carinho que tens dado aos teus filhos! Não vou mais olhar para os teus defeitos mas sim para as tuas virtudes... Terra mágica de gente boa e acolhedora; Terra linda e rica em recursos naturais que abriga um povo sofrido que não perde a esperança e busca dias mais felizes;Terra de diferentes tribos, diferentes línguas, diferentes culturas; Ninho de amor e solidariedade; Terra de todos os guineenses. Guiné-Bissau...
Querida, o teu coração de mãe é tão grande... Tenho a certeza que vais perdoar os teus filhos desnaturados... Quero te pedir a permissão de agradecer em teu nome e de todos os guineenses, a prestigiosa CPLP que defende com unhas e dentes a reposição da tua legalidade constitucional! Esta comunidade lusófona, ao contrário da CEDE(R)AO, é tua amiga. Defende incansavelmente os teus direitos e luta pela paz e estabilidade do teu povo. Obrigado CPLP!
Como sabes, as saudades apertam muito mas, o que me preocupa seriamente, é a situação dos meus irmãos que vivem oprimidos. Já lá vão seis meses de transição, ainda as liberdades de expressão e de imprensa que são direitos imprescindíveis à democracia, continuam a ser condicionadas e negadas na Guiné-Bissau. O que preocupa a todos guineenses é obviamente a paz que se encontra adormecida ou escondida atrás do “baga-baga” do quintal do vizinho.
Patria imortal, sempre acreditei na tua capacidade de dar a volta por cima, de saíres das situações mais críticas e delicadas. Ultimamente tenho andado um pouco aliviado ao ver que aos poucos, estás a reconquistar a tua liberdade e dignidade.
Tem havido sinais de boa vontade dos actores políticos para o entendimento nacional e a busca da tão desejada paz, estabilidade e bem estar que o povo guineense merece. A esperança está agora pintada num formato menos estranho e pouco confuso... A 67ª assembleia da ONU veio confirmar que a inconstitucionalidade não tem lugar no seio desta organização ainda que, na minha modesta opinião, o caso “Guiné-Bissau” está a ser tratado com dois pesos e duas medidas. A decisão da ONU apesar de manobras de alguns países da CEDEAO como era de esperar, representa sem dúvidas, vitória da democracia e do povo guineense.
Termino aqui e assim... Anciosamente a espera das coisas boas que o futuro te reservou, fica a promessa de que, apesar de ausente, estarei sempre presente... Conta, sempre com o meu carinho e o meu amor, pois és muito especial.
Quero que todo mundo saiba que “I LOVE YOU SO MUCH” a rainha das terras férteis.
Vasco Barros
Londres, 06/10/12
sábado, 6 de outubro de 2012
Assassínio de Iaia Dabó: Dois elementos da Segurança do Estado foram detidos ontem, suspeitos na morte do irmão de Baciro Dabó, à porta do comissariado da POP, dentro do carro do deputado Conduto de Pina. Serão presentes, na segunda-feira, ao juíz de instrução criminal. Antero João Correia, também foi ouvido no âmbito do mesmo processo. AAS
Na Guiné-Bissau, a mutilação genital afecta metade das mulheres
A Mutilação Genital Feminina afecta 50 por cento das mulheres na Guiné-Bissau, um ano depois de aprovada uma lei que a proíbe, alertou nesta quarta-feira em Bissau o ministro da Saúde do Governo de transição, Agostinho Cá. "Não é admissível que a cultura seja utilizada como justificação para o sofrimento de parte da população", disse o ministro, na abertura da 'Conferência Islâmica para o abandono da mutilação genital feminina', que durante dois dias junta em Bissau especialistas sobre a prática, muito comum especialmente em África.
Domingas Gomes, presidente de uma organização não-governamental (Sini Mira Nassique) que há mais anos luta contra a prática da excisão na Guiné-Bissau, concorda com o número apresentado pelo ministro, exponenciado pela presença de populações de países vizinhos. Num inquérito feito pela ONG no ano passado resultou que 44,5 por cento das mulheres guineenses eram mutiladas, mas neste momento a responsável acha que pode ser 50 por cento, "por causa de pessoas dos países vizinhos que estão a excisar as suas crianças às escondidas".
Também presidente do projecto DJINOPI (Djintis nô pintcha, que em português quer dizer "Pessoal, vamos em frente"), que junta organizações que lutam contra a excisão genital feminina e que é apoiada pelo WFD (Weltfriedensdienst, Serviço Comunitário para a paz mundial, de origem alemã), Domingas Gomes garante: apesar da lei que a proíbe, a excisão continua a ser feita na Guiné-Bissau. "Sabemos que não há aquele número de barracas (para praticar a excisão) como antes, mas continuam a fazer a excisão feminina às escondidas", e agora "de forma muito mais perigosa" porque sem controlo, disse a responsável, considerando que a lei (de Setembro de 2011) é importante mas que o "trabalho essencial" é a sensibilização das comunidades.
"Se têm conhecimentos vão deixar de fazer mas por causa da lei não estão a cumprir. Só com a lei vão continuar a fazer aquilo que querem, porque mutilar uma criança no seu quarto ninguém vai saber. O pilar mais forte é consciencializar", advertiu. Por isso, considerou que é importante trabalhar com os líderes religiosos, que "são pessoas credíveis nas suas comunidades". E esse é o objectivo da conferência que hoje começou, apoiada pelo DJINOPI mas também pela TARGET, outra organização não-governamental alemã que luta contra a mutilação, pelas Nações Unidas e pelo Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos da Guiné-Bissau.
Nela vão participar, ao longo de dois dias, nomes como Mohamed Shama, professor de estudos islâmicos no Egipto, Mahamadou Diallo, presidente da Associação Maliana para a Paz e Saúde, Muhamadou Sanuwo, imã gambiano, ou Ousmane Sow, da Rede Islâmica e da População, do Senegal. Pela TARGET-Direitos Humanos estão Tarafa Baghajati (consultor) e o próprio presidente da organização, Ruediger Nehberg. E também Tcherno Embaló, presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos na Guiné-Bissau, e Malam Djassi, vice-presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas contra a Mulher e a Criança.
E a história não acaba assim
- Está decidido: a famosa loja franca nas instalações da UNIOGBIS, no bairro da Penha, fecha definitivamente no fim de outubro. A querela entre o gabinete da consolidação da paz e as alfândegas ficou em águas de bacalhau. Os contentores seguem caminho rumo a outras lojas. Resultado: dez guineenses perderão o emprego;
- Dois peritos estão no país para uma auditoria às contas da UNIOGBIS. Chegaram na sexta-feira e ficam vinte e um dias. AAS
Fundação Ricardo Sanhá inaugura filial em Bissau
A Fundação Ricardo Sanhá, inaugura na próxima terça-feira, dia 9, a sua filial em Bissau, na rua de Cabo Verde. O patrono da Fundação, Ricardo Sanha, está em Bissau para esse propósito, regressando a Lisboa na próxima 4a feira. Com ele, leva para tratamento o advogado Pedro Infanda, vítima de espancamento pelos militares há mais de dois anos e que ainda se encontra paralisado e em cadeira de rodas. No dia da inauguração da filial da Fundação, em Bissau, será formalmente anunciado o primeiro encontro de médicos guineenses na diáspora, alargado aos amigos da Guiné-Bissau, para que pontualmente possam vir dar ajuda, e formação aos seus colegas guineenses. AAS
Subscrever:
Mensagens (Atom)