Dos enormes relógios no topo da torre de vinte metros dos Serviços de Meteorologia, ouviram-se 11 sonoras - e senhoras - badaladas, anunciando as 11 horas da manhã do dia 1 de abril do ano de 2009. Mas as badaladas eram uma mentira porque o relógio estava atrasado. A única verdade, aqui, é que o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior estava já, por essa altura, sob custódia dos militares. Durante a sua detenção/prisão, o ministro da Administração Territorial, Luís Oliveira Sanca, foi violentamente agredido à coronhada por um dos militares. Resultado: pequenas escoriações e os óculos completamente partidos.
Os elementos da empresa de segurança privada MaSa, de serviço na portaria do edifício das Nações Unidas, em Bissau, viram chegar de repente uma carrinha 4x4. Esta encostou calmamente, sempre com o motor a trabalhar, e de dentro saíram quatro militares, fardados e armados com metralhadoras Kalashnikov. E com uma intenção apenas: «Viemos buscar o Bubo Na Tchuto. Onde é que ele está?».
Assustado, um dos seguranças (eram cinco ou seis) foi a correr para o interior do edifício para chamar alguém. Este apareceu, e confrontou o militar: «Amigo, você não pode entrar armado no perímetro das Nações Unidas». O militar, visivelmente nervoso, barafustou qualquer coisa imperceptível, mas acatou. A arma e os três carregadores de 30 munições ficaram à porta.
O elemento de Segurança das NU foi então confrontar Bubo Na Tchuto. Depois, dirigiu-se à Fortaleza D’Amura. Lá dentro, António Indjai, vice-CEMGFA, espumava. De ódio e de raiva. «Bubo tem de sair, e já, das Nações Unidas». Gesticulava, barafustava e ditava sentenças. Calma e diplomaticamente, o interlocutor dirige-se-lhe: «Sr. General, o Bubo não está preso. Está nas Nações Unidas por vontade própria». Acalmou-se.
De regresso às NU, Bubo foi novamente confrontado. Pediu para ver quem eram os que lhe tinham vindo buscar e acedeu a partir com eles. Mas primeiro teve que assinar uma declaração em como abandonava voluntariamente as instalações. E, depois, o próprio Bubo sugeriu querer despedir-se de Joseph Mutaboba, o representante do Secretário-Geral das Nações Unidas em Bissau. O que também aconteceu. A máquina fotográfica registou um abraço e um aperto de mãos. E lá vai Bubo. Neste momento, José Américo Bubo Na Tchuto está na sua casa, vigiado por militares. Se, amanhã, for chamado a tribunal, nada - nem ninguém - o impedirá de responder a qualquer acusação. Nem o próprio António Indjai. AAS
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Ele já anda por aí...

O 1º Ministro Carlos Gomes Júnior esteve até há bem pouco tempo na Presidência, numa reunião com os órgãos de soberania. "Estou decidido a permanecer à testa do Governo", disse o PM. A ver se o deixam...
Ditadura do Consenso seguiu a caravana do PM num passeio pelas esburacadas ruas de Bissau, incluindo a das Nações Unidas... AAS
Letter from Scotland
"Boa Noite
Prezado Aly
Contava há muito fazer-te estas linhas mas por falta de vagar fui adiando. Para te dizer que realmente desde que tomei conhecimento do teu blog (já lá vão mais de ano e meio) nunca mais priorizei outra fonte noticiosa. Sempre admirei a tua coragem e frontalidade - coisa que escasseia hoje em dia em Bissau. Tive a oportunidade de falar contigo em Bissau no mês de Junho de 99 (foi na discoteca plack e como a noite ja ia longe não deu para mais como gostaria). Confesso que foi bom para a minha alma poder ver-te e falar contigo. Há muito que fazes parte das minhas orações tudo no sentido de pedir ao todo poderoso que te proteja e te dê muita saúde. Obrigado pelas notícias de hoje e tudo de bom para ti.
Obrigado
Sydney Monteiro
Edinburg-Scotland"
Prezado Aly
Contava há muito fazer-te estas linhas mas por falta de vagar fui adiando. Para te dizer que realmente desde que tomei conhecimento do teu blog (já lá vão mais de ano e meio) nunca mais priorizei outra fonte noticiosa. Sempre admirei a tua coragem e frontalidade - coisa que escasseia hoje em dia em Bissau. Tive a oportunidade de falar contigo em Bissau no mês de Junho de 99 (foi na discoteca plack e como a noite ja ia longe não deu para mais como gostaria). Confesso que foi bom para a minha alma poder ver-te e falar contigo. Há muito que fazes parte das minhas orações tudo no sentido de pedir ao todo poderoso que te proteja e te dê muita saúde. Obrigado pelas notícias de hoje e tudo de bom para ti.
Obrigado
Sydney Monteiro
Edinburg-Scotland"
Aly Silva - o D. Quixote guineense
Carta de Lisboa
"Jornalista e pintor, António Aly Silva, também bloguista, é um autêntico D. Quixote da Guiné-Bissau, uma figura ímpar de que me apetece aqui falar.
O António, de 43 anos, natural do Quebo, antiga Aldeia Formosa, na região de Tombali, no interior da Guiné-Bissau, é um caso fabuloso de desdobramento de personalidades, entre o pintor que começou a ser ainda muito novo, na adolescência, e o jornalista irreverente em que depois se tornou, com uma posição assinalável no blogue Ditadura do Consenso.
Rapaz de duas pátrias, a guineense e a portuguesa, pois que em ambas já viveu, ele tem um desassombro excepcional quando fala dos muitos problemas da terra onde também nasceu Amílcar Cabral; e onde tantos morreram, em circunstâncias várias.
Falar do António Aly Silva e da sua maneira de estar na vida é homenagear todos aqueles que transgridem, que fazem tantas vezes aquilo que nós pensamos mas não temos a coragem de fazer ou de dizer. Depois de tanto se ter escrito nos últimos anos sobre uma pátria ainda a dar como que os primeiros passos, pois que 36 anos pouco são na vida de uma nação, é bom ter uma matéria nova para falar, que não seja o peso dos militares ou as influências do narcotráfico.
Aly é um artista e um poeta, que nos sabe bem ler, pois dele transcende o mais puro espírito libertário. E aqui o gostaria de colocar ao lado de muitas das outras figuras africanas que já tenho abordado ao longo da vida, pessoas com maneiras diferentes de estar na vida, mas que de algum modo não podemos ignorar: o José Vicente Lopes, o Tony Tcheka, o José Eduardo Agualusa, o Ondkaji, o João Paulo Borges Coelho, o Mia Couto, o Nelson Saúte e tantos outros.
Esta minha carta é para eles, os cidadãos lusófonos que aprecio, pessoas que têm ajudado a fazer notadas as jovens nações onde vivem. Pessoas todas elas com menos de 65 anos; nascidas portanto depois da II Guerra Mundial e de tudo o que ela significou para marcar um antes e um depois.
O António Aly Silva andava na instrução primária em Portugal quando aqui foi o 25 de Abril de 1974 e algum tempo depois seguiu para Bissau, a matricular-se no Liceu Kwame Nkrumah, onde a sua pintura começou a ser notada, em tons vivos, como é próprio da África e dos africanos.
Galerias de Dacar, Lisboa, Sintra, Paço d'Arcos e Cascais viram os seus quadros, bem como algumas salas de Bissau. Toda uma corrente de afectos se foi gerando à sua volta, como de ódios também; ou não fosse a Guiné-Bissau um país de perfídias, onde por vezes parece tão fácil morrer, vítima do feitiço de alguém que nos quer mal.
Aos meus olhos, ao colocar claramente os pontos nos iis, denunciando as conjuras, os golpes baixos, em pleno terreno armadilhado, o Aly é um herói, um autêntico D. Quixote deste tempo novo, deste século XXI em que nos é dado viver, até que os deuses o permitam.
"Venham mais cinco!", como ele, como o Zeca Afonso, como o José Dias Coelho. E um dia talvez o mundo seja melhor, onde mereça a pena viver. Graças ao esforço dos que tantas vezes chegam a duvidar de que valha a pena. Dos que tropeçam nos escolhos mas acabam por arranjar forças para se levantar.
J.H."
NOTA: Comovente. Tocante. Um abraço, Jorge. António Aly Silva
"Jornalista e pintor, António Aly Silva, também bloguista, é um autêntico D. Quixote da Guiné-Bissau, uma figura ímpar de que me apetece aqui falar.
O António, de 43 anos, natural do Quebo, antiga Aldeia Formosa, na região de Tombali, no interior da Guiné-Bissau, é um caso fabuloso de desdobramento de personalidades, entre o pintor que começou a ser ainda muito novo, na adolescência, e o jornalista irreverente em que depois se tornou, com uma posição assinalável no blogue Ditadura do Consenso.
Rapaz de duas pátrias, a guineense e a portuguesa, pois que em ambas já viveu, ele tem um desassombro excepcional quando fala dos muitos problemas da terra onde também nasceu Amílcar Cabral; e onde tantos morreram, em circunstâncias várias.
Falar do António Aly Silva e da sua maneira de estar na vida é homenagear todos aqueles que transgridem, que fazem tantas vezes aquilo que nós pensamos mas não temos a coragem de fazer ou de dizer. Depois de tanto se ter escrito nos últimos anos sobre uma pátria ainda a dar como que os primeiros passos, pois que 36 anos pouco são na vida de uma nação, é bom ter uma matéria nova para falar, que não seja o peso dos militares ou as influências do narcotráfico.
Aly é um artista e um poeta, que nos sabe bem ler, pois dele transcende o mais puro espírito libertário. E aqui o gostaria de colocar ao lado de muitas das outras figuras africanas que já tenho abordado ao longo da vida, pessoas com maneiras diferentes de estar na vida, mas que de algum modo não podemos ignorar: o José Vicente Lopes, o Tony Tcheka, o José Eduardo Agualusa, o Ondkaji, o João Paulo Borges Coelho, o Mia Couto, o Nelson Saúte e tantos outros.
Esta minha carta é para eles, os cidadãos lusófonos que aprecio, pessoas que têm ajudado a fazer notadas as jovens nações onde vivem. Pessoas todas elas com menos de 65 anos; nascidas portanto depois da II Guerra Mundial e de tudo o que ela significou para marcar um antes e um depois.
O António Aly Silva andava na instrução primária em Portugal quando aqui foi o 25 de Abril de 1974 e algum tempo depois seguiu para Bissau, a matricular-se no Liceu Kwame Nkrumah, onde a sua pintura começou a ser notada, em tons vivos, como é próprio da África e dos africanos.
Galerias de Dacar, Lisboa, Sintra, Paço d'Arcos e Cascais viram os seus quadros, bem como algumas salas de Bissau. Toda uma corrente de afectos se foi gerando à sua volta, como de ódios também; ou não fosse a Guiné-Bissau um país de perfídias, onde por vezes parece tão fácil morrer, vítima do feitiço de alguém que nos quer mal.
Aos meus olhos, ao colocar claramente os pontos nos iis, denunciando as conjuras, os golpes baixos, em pleno terreno armadilhado, o Aly é um herói, um autêntico D. Quixote deste tempo novo, deste século XXI em que nos é dado viver, até que os deuses o permitam.
"Venham mais cinco!", como ele, como o Zeca Afonso, como o José Dias Coelho. E um dia talvez o mundo seja melhor, onde mereça a pena viver. Graças ao esforço dos que tantas vezes chegam a duvidar de que valha a pena. Dos que tropeçam nos escolhos mas acabam por arranjar forças para se levantar.
J.H."
NOTA: Comovente. Tocante. Um abraço, Jorge. António Aly Silva
E os leitores têm sempre razão...
"Caro Aly,
O todo poderoso Ministro das Finanças, José Mario Vaz, fugiu que nem um
relâmpago um dia antes dos acontecimentos de 1 de abril alegando problemas
graves de saúde (recorde-se que estava muito bem um dia antes a
presidir ao CM da UEMOA e a gabar-se de...) acho que nem esperou pela
Ordem de Serviço do PM e agarrou milhões de FCFA dos cofres do Tesouro
para a sua fuga e nem se dignou alertar o seu amigo PM e alguns
colegas seus. Coragem Aly e obrigado pelas informações que nos tem proporcionado.
Bartaba"
---------------
Caro Aly,
Faço este para te parabenizar e te agradecer por nos proporcionar notícias da terra.
Na nossa Guiné, quando se vê uma luz ao fundo do túnel, acaba sendo sempre um trem (comboio) vindo no sentido contrário para esmagar as esperanças de um dia melhor" - infelizmente.
Um abração
C.F.
----------------------
"F.M.
Enviou-lhe uma hiperligação para um blogue:
Parabéns pela coragem e irreverência. Lê-lo é uma lufada de ar fresco. Parabéns pelo presidente, que esteve à altura."
-----------------
"Bom dia Aly,
Eu sou seu seguidor a 100% desde há muito tempo. Obrigado pelas informações frescas na ditadura do consenso, coragem nesta luta que também é de todos nós.
Sou também leitor de vários outros jornais guineenses online, mas neste momento o Ditadura do Consenso é o único jornal que tem coragem de nos informar na diáspora sobre o que está acontecer no país passo a passo ou melhor minuto a minuto, isso sim é fazer jornalismo, lutar por aquilo que se gosta de fazer a ferro e fogo para defender o interesse da maioria. É uma pena que temos só você.
Escrevo desde Cabo Verde, pode contar conmigo que estou a divulgar o seu blog por todo lado imprimindo as suas notícias para informar os guineenses que precisam de acompanhar o que está passando no país.
Continue sempre em frente denunciando aos malfeitores da imagem e o bom nome da nossa terra. L.S."
NOTA: Agradeço todos os e-mail. A perseverança e a luta contra os que mal fazem a Guiné-Bissau não pode parar. Ainda que nos façam sangrar. António Aly Silva
O todo poderoso Ministro das Finanças, José Mario Vaz, fugiu que nem um
relâmpago um dia antes dos acontecimentos de 1 de abril alegando problemas
graves de saúde (recorde-se que estava muito bem um dia antes a
presidir ao CM da UEMOA e a gabar-se de...) acho que nem esperou pela
Ordem de Serviço do PM e agarrou milhões de FCFA dos cofres do Tesouro
para a sua fuga e nem se dignou alertar o seu amigo PM e alguns
colegas seus. Coragem Aly e obrigado pelas informações que nos tem proporcionado.
Bartaba"
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Caro Aly,
Faço este para te parabenizar e te agradecer por nos proporcionar notícias da terra.
Na nossa Guiné, quando se vê uma luz ao fundo do túnel, acaba sendo sempre um trem (comboio) vindo no sentido contrário para esmagar as esperanças de um dia melhor" - infelizmente.
Um abração
C.F.
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"F.M.
Enviou-lhe uma hiperligação para um blogue:
Parabéns pela coragem e irreverência. Lê-lo é uma lufada de ar fresco. Parabéns pelo presidente, que esteve à altura."
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"Bom dia Aly,
Eu sou seu seguidor a 100% desde há muito tempo. Obrigado pelas informações frescas na ditadura do consenso, coragem nesta luta que também é de todos nós.
Sou também leitor de vários outros jornais guineenses online, mas neste momento o Ditadura do Consenso é o único jornal que tem coragem de nos informar na diáspora sobre o que está acontecer no país passo a passo ou melhor minuto a minuto, isso sim é fazer jornalismo, lutar por aquilo que se gosta de fazer a ferro e fogo para defender o interesse da maioria. É uma pena que temos só você.
Escrevo desde Cabo Verde, pode contar conmigo que estou a divulgar o seu blog por todo lado imprimindo as suas notícias para informar os guineenses que precisam de acompanhar o que está passando no país.
Continue sempre em frente denunciando aos malfeitores da imagem e o bom nome da nossa terra. L.S."
NOTA: Agradeço todos os e-mail. A perseverança e a luta contra os que mal fazem a Guiné-Bissau não pode parar. Ainda que nos façam sangrar. António Aly Silva
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Dos leitores
Boa noite.
Escrevo apenas para expressar em poucas palavras o meu apreço por manter-nos (a mim e a outros fora do país) tão informados acerca dos incidentes que decorreram no país.
Já agora, aproveito também para congratula-lo pela coragem pois decerto expõe-se bastante a fazer o seu trabalho.
Obrigada,
T.S.
--
"In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul."
William E. Henley
-----------------
Neste blog, sim, há informação de qualidade. Só para quem sabe estar no local certo, na hora certa.
Obrigada.
LG.
-----------------
Aly,
Muito obrigada pela tua rapidez em actualizares o teu blogue com os eventos recentes. Continua! Espero que estejas bem.
Beijinhos,
M.
-----------------
NOTA: E os leitores têm sempre razão. AAS
Escrevo apenas para expressar em poucas palavras o meu apreço por manter-nos (a mim e a outros fora do país) tão informados acerca dos incidentes que decorreram no país.
Já agora, aproveito também para congratula-lo pela coragem pois decerto expõe-se bastante a fazer o seu trabalho.
Obrigada,
T.S.
--
"In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul."
William E. Henley
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Neste blog, sim, há informação de qualidade. Só para quem sabe estar no local certo, na hora certa.
Obrigada.
LG.
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Aly,
Muito obrigada pela tua rapidez em actualizares o teu blogue com os eventos recentes. Continua! Espero que estejas bem.
Beijinhos,
M.
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NOTA: E os leitores têm sempre razão. AAS
PR: Se quiserem, matem-me, mas isto que fizeram é um disparate
- Conversações que tiveram lugar, hoje, sobre a sorte que caberá ao Primeiro-Ministro deram, para já, em nada. Os militares não querem o actual chefe do executivo nem com molho de soja. Mas lá terão que engolir o peixe pelo rabo.
A verdade é que o Presidente da República deu uma descompostura tal aos cabeças do golpe de Estado, que estes logo se prontificaram, em comunicado, a respeitar a Constituição (já violada) e prometeram que a ordem seria reposta. "Se quiserem, matem-me, mas isto que fizeram é um disparate" - disse uma Malam bacai Sanha furioso;
- Fui jantar ao Malaika mais um amigo. Numa mesa próxima, um deputado e ex-ministro de Cadogo caído em desgraça junto deste, jantava sozinho. E o telefone não parava de tocar. E o toque era nem mais nem menos que cócórócócóóóó. E o gantar do galo, já se sabe, anuncia sempre um novo dia... AAS
A verdade é que o Presidente da República deu uma descompostura tal aos cabeças do golpe de Estado, que estes logo se prontificaram, em comunicado, a respeitar a Constituição (já violada) e prometeram que a ordem seria reposta. "Se quiserem, matem-me, mas isto que fizeram é um disparate" - disse uma Malam bacai Sanha furioso;
- Fui jantar ao Malaika mais um amigo. Numa mesa próxima, um deputado e ex-ministro de Cadogo caído em desgraça junto deste, jantava sozinho. E o telefone não parava de tocar. E o toque era nem mais nem menos que cócórócócóóóó. E o gantar do galo, já se sabe, anuncia sempre um novo dia... AAS
Obrigado, Sr. Presidente.

Os guineenses devem estar gratos ao seu Chefe de Estado. A lucidez - e a compaixão - do Presidente da República, Malam Bacai Sanha, evitaram um banho de sangue neste País. Hoje é 1 de abril. E esta é a verdade. Muito obrigados, Sr. Presidente.
António Aly Silva
Primeiro-Ministro Cadogo está cercado por cerca de 60 militares

FOTO: (C) AAS
- Zamora Induta está preso na mesma cela onde estava a mulher do Bubo Na Tchuto... A isso se chama provar do próprio veneno. AAS
PRESIDENTE INTERCEDE POR CADOGO
ANTÓNIO INDJAI É QUE FOI BUSCAR O BUBO NA TCHUTO ÀS NAÇÕES UNIDAS.
BACAI SANHÃ PEDIU AO VICE-CEMGFA PARA LBERTAR CADOGO, «PORQUE É UM CIVIL». AAS
BACAI SANHÃ PEDIU AO VICE-CEMGFA PARA LBERTAR CADOGO, «PORQUE É UM CIVIL». AAS
quarta-feira, 31 de março de 2010
Corre no Youtube um vídeo com um tal de McRoger
O que eu acho? Acho que a televisão é a culpada. E que quem inventou a TV devia ser enforcado... Confiram aqui. McRoger: vai à merda! AAS
Reunião para preparar homenagem e condecorações
- Ontem, dia 30, teve lugar, numa residência na Rua Cacheu uma reunião entre os ministros das Finanças, José Mário Vaz e o da Administração Pública, Fantasma e coisa e tal, Fernando Gomes e alguns administradores regionais. Motivo?
Preparam uma festa de homenagem para condecorar JOMAV e Fernando Gomes «pelos bons serviços prestados ao País». Foda-se! Desculpem lá...
Protocolo miti iagu
- Ficou uma nódoa na visita que o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, efectuou a Morés no âmbito da sua presidência aberta. Bacai foi ao cemitério prestar homenagem ilustre cidadão que dá nome ao maior hospital da Guiné-Bissau – Simão Mendes. O problema é que ninguém (ai, protocolo) se lembrou de convidar um familiar do malogrado para acompanhar o PR nessa cerimónia, ainda que informal... Assim, não se ganham pontos. Morés fica um pouco distante... ma noba ka ta pidi passadjo. AAS
Preparam uma festa de homenagem para condecorar JOMAV e Fernando Gomes «pelos bons serviços prestados ao País». Foda-se! Desculpem lá...
Protocolo miti iagu
- Ficou uma nódoa na visita que o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, efectuou a Morés no âmbito da sua presidência aberta. Bacai foi ao cemitério prestar homenagem ilustre cidadão que dá nome ao maior hospital da Guiné-Bissau – Simão Mendes. O problema é que ninguém (ai, protocolo) se lembrou de convidar um familiar do malogrado para acompanhar o PR nessa cerimónia, ainda que informal... Assim, não se ganham pontos. Morés fica um pouco distante... ma noba ka ta pidi passadjo. AAS
terça-feira, 30 de março de 2010
Inquérito sobre assassinato de Tagmé Na Waie no bom caminho + - claro! - a RDP África
- O Procurador-Geral da República, Amine Saad, reuniu-se hoje com o CEMGFA, Zamora Induta. A reunião teve lugar nas instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas. Sobre a mesa, o andamento do inquérito ao assassinato do general e ex-CEMGFA, Batista Tagme Na Waie. Há mais gente a ser ouvida nesta altura;
- A Procuradoria-Geral da República vai ter novas instalações a partir do próximo mês de Agosto/Setembro. Trata-se do edifício onde hoje funciona a Primatura. O Governo mudar-se-á para o Palácio do Governo - já terminado e a aguardar o recheio. Enfim, a PGR terá uma casa digna;
- Quatro dias depois - 4!, a RDP África lá acordou. Hoje, abriram os sinais horários com «PJ descobre dinheiro falso» e mais tretas do costume, a que, (in)felizmente, nos vamos habituando. Acontece que essa notícia é mais velha que o Pai Natal: ditaduradoconsenso dera a notícia desde 26 do corrente. Assim:
"18 MILHÕES DE EUROS FALSOS
A Polícia Judiciária deteve ontem, no Leste, três pessoas suspeitas no envolvimento da lavagem dos 18 milhões de Euros falsificados e em circulação em Bafatá. Os três detidos encontram-se já nos calabouços da PJ, em Bissau, à espera de serem presentes a um Juíz com vista à aplicação da medida de coacção. No primeiro interrogatório afirmaram que o dono do dinheiro falso está em Bissau."
Vão mas é trabalhar. Vocês e a RTP África. AAS
- A Procuradoria-Geral da República vai ter novas instalações a partir do próximo mês de Agosto/Setembro. Trata-se do edifício onde hoje funciona a Primatura. O Governo mudar-se-á para o Palácio do Governo - já terminado e a aguardar o recheio. Enfim, a PGR terá uma casa digna;
- Quatro dias depois - 4!, a RDP África lá acordou. Hoje, abriram os sinais horários com «PJ descobre dinheiro falso» e mais tretas do costume, a que, (in)felizmente, nos vamos habituando. Acontece que essa notícia é mais velha que o Pai Natal: ditaduradoconsenso dera a notícia desde 26 do corrente. Assim:
"18 MILHÕES DE EUROS FALSOS
A Polícia Judiciária deteve ontem, no Leste, três pessoas suspeitas no envolvimento da lavagem dos 18 milhões de Euros falsificados e em circulação em Bafatá. Os três detidos encontram-se já nos calabouços da PJ, em Bissau, à espera de serem presentes a um Juíz com vista à aplicação da medida de coacção. No primeiro interrogatório afirmaram que o dono do dinheiro falso está em Bissau."
Vão mas é trabalhar. Vocês e a RTP África. AAS
segunda-feira, 29 de março de 2010
Novo (e bom) negócio: vender estresse
Dois dias depois da abertura oficial da campanha do caju (eu acho que deveria ser «abertura do ano agrícola»), proponho uma boa carteira de negócio: vender estresse!

Reparem só:
Você acorda de manhã e o dia começa logo a correr mal: não corre uma pinga de água na torneira. Amanhe-se. Dinheiro para as compras? Em sonhos. Sai de casa para o trabalho e o estresse cola-se a si. Vai a conduzir na avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria e lá vem um carro em contra-mão com alguém lá dentro a mandar impropérios. Tenta esquivar-se e, alguém bate-lhe no vidro do lado direito: é um, são dez, vinte meninos-talibés a estender-lhe as mãos. Se escapar com vida, mais adiante um polícia de trânsito decide embirrar consigo e lá se vão 1000 francos (certo?).
E o dia mal começou... Chega ao trabalho e dá logo de caras com várias pessoas à porta, cada uma carregando ou arrastando o seu problema. Chega o meio-dia e você tem medo de ir para casa: não deixou um chavo para a feira, vai comer o quê? tente aqui ao lado. Vai a uma barraquinha, revira os bolsos. Saem 500 francos. É um quarto do preço do prato, mas é a conta certa para você não cair para o lado. De tontura, por causa da fraqueza.
Regressa para trabalhar, mas não há fita para a máquina de escrever que tem 40 anos e também não há papel químico para o duplicado. e também você não tem lá tanta vontade (diga a verdade). Fartas-te mas, ainda assim, insistes que tens um emprego. Ou ainda que és funcionário público de uma administração pública fantasmagórica.
Sais do trabalho a pensar ‘mas que merda de País, este! eu mereço!?’. Chegas a casa, depois de empurrares a custo um tintol barato numa tasca qualquer e de engolires um peixe frito que é mais espinhas que outra coisa. Começas a refilar com tudo o que mexe. Mulher, filhos, sogra.
Ops, mas logo mais joga o Benfica e não tens luz. Chapeau! Sais de casa a barafustar contra Deus e o diabo. Com sorte, o árbitro ajudou e Luisão há de encostar o pé ou a cabeça. E é golo. Retornas a casa com ar de verdadeiro chefe de família. Sorris e recebes sorrisos.
Deitas-te para dormir. Às duas da manhã, o telefone toca: ‘mataram fulano’ - dizem-te do outro lado da linha. Agora, até já amaldiçoas os teus progenitores. Desancas nos teus avôs. E ficas ainda mais stressado. Não tarda estarás hirto como um toro. Esperar-te-ão sete palmos de terra - a conta menor que tiraste em vida, segundo Chico Buarque.
Um conselho de quem tem um olho para o negócio: põe o teu estresse à venda. Ele vale dinheiro. Muito. A propósito, cá para nós: tenho paletes de estresse para vender!!!. AAS

Reparem só:
Você acorda de manhã e o dia começa logo a correr mal: não corre uma pinga de água na torneira. Amanhe-se. Dinheiro para as compras? Em sonhos. Sai de casa para o trabalho e o estresse cola-se a si. Vai a conduzir na avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria e lá vem um carro em contra-mão com alguém lá dentro a mandar impropérios. Tenta esquivar-se e, alguém bate-lhe no vidro do lado direito: é um, são dez, vinte meninos-talibés a estender-lhe as mãos. Se escapar com vida, mais adiante um polícia de trânsito decide embirrar consigo e lá se vão 1000 francos (certo?).
E o dia mal começou... Chega ao trabalho e dá logo de caras com várias pessoas à porta, cada uma carregando ou arrastando o seu problema. Chega o meio-dia e você tem medo de ir para casa: não deixou um chavo para a feira, vai comer o quê? tente aqui ao lado. Vai a uma barraquinha, revira os bolsos. Saem 500 francos. É um quarto do preço do prato, mas é a conta certa para você não cair para o lado. De tontura, por causa da fraqueza.
Regressa para trabalhar, mas não há fita para a máquina de escrever que tem 40 anos e também não há papel químico para o duplicado. e também você não tem lá tanta vontade (diga a verdade). Fartas-te mas, ainda assim, insistes que tens um emprego. Ou ainda que és funcionário público de uma administração pública fantasmagórica.
Sais do trabalho a pensar ‘mas que merda de País, este! eu mereço!?’. Chegas a casa, depois de empurrares a custo um tintol barato numa tasca qualquer e de engolires um peixe frito que é mais espinhas que outra coisa. Começas a refilar com tudo o que mexe. Mulher, filhos, sogra.
Ops, mas logo mais joga o Benfica e não tens luz. Chapeau! Sais de casa a barafustar contra Deus e o diabo. Com sorte, o árbitro ajudou e Luisão há de encostar o pé ou a cabeça. E é golo. Retornas a casa com ar de verdadeiro chefe de família. Sorris e recebes sorrisos.
Deitas-te para dormir. Às duas da manhã, o telefone toca: ‘mataram fulano’ - dizem-te do outro lado da linha. Agora, até já amaldiçoas os teus progenitores. Desancas nos teus avôs. E ficas ainda mais stressado. Não tarda estarás hirto como um toro. Esperar-te-ão sete palmos de terra - a conta menor que tiraste em vida, segundo Chico Buarque.
Um conselho de quem tem um olho para o negócio: põe o teu estresse à venda. Ele vale dinheiro. Muito. A propósito, cá para nós: tenho paletes de estresse para vender!!!. AAS
Ditadura do Consenso, a glória e os danos causados + caca de cão
“Aly,
Quero desejar-te muita força, para além dos possíveis danos que causas. O que tu fazes é nobre e merece a glória.
LA”
Viva,
Meu caro, sei que outras pessoas pensam o mesmo que tu, embora o não demonstrem e sei também que muitos, ainda que tentem demonstrá-lo, acabam por fazer com que corra mais tinta sobre o que quer que seja.
A verdade porém é que enquanto País temos passado por momentos difíceis e temos conseguido, de forma mais ou menos aceitável, superá-los. Temos subido um escalão no índice Y e descido outro no tema Z. Só não subimos no respeito e na consideração internacional.
Também me falaste em honra. Li muitas coisas sobre personalidades que ao longo dos séculos e durante determinados momentos da História falaram da glória. Napoleão foi um deles. Falou muito de glória, era constante a sua preocupação com a glória, quase uma absessão. Bem, mas hoje o que se vê? Hoje, em muitos países, o nome de Napoleão é mais conhecido por causa do conhaque que tem esse nome do que por tudo quanto ele fez nos campos de batalha.
Portanto, deixa a glória para lá. O inferno é que está a dar e é lá que estão todos os meus inimigos... Quanto a mim, até um cão tem mais do que eu. Por exemplo: tem um pedaço de passeio para cagar. E eu nem isso possuo... AAS
Quero desejar-te muita força, para além dos possíveis danos que causas. O que tu fazes é nobre e merece a glória.
LA”
Viva,
Meu caro, sei que outras pessoas pensam o mesmo que tu, embora o não demonstrem e sei também que muitos, ainda que tentem demonstrá-lo, acabam por fazer com que corra mais tinta sobre o que quer que seja.
A verdade porém é que enquanto País temos passado por momentos difíceis e temos conseguido, de forma mais ou menos aceitável, superá-los. Temos subido um escalão no índice Y e descido outro no tema Z. Só não subimos no respeito e na consideração internacional.
Também me falaste em honra. Li muitas coisas sobre personalidades que ao longo dos séculos e durante determinados momentos da História falaram da glória. Napoleão foi um deles. Falou muito de glória, era constante a sua preocupação com a glória, quase uma absessão. Bem, mas hoje o que se vê? Hoje, em muitos países, o nome de Napoleão é mais conhecido por causa do conhaque que tem esse nome do que por tudo quanto ele fez nos campos de batalha.
Portanto, deixa a glória para lá. O inferno é que está a dar e é lá que estão todos os meus inimigos... Quanto a mim, até um cão tem mais do que eu. Por exemplo: tem um pedaço de passeio para cagar. E eu nem isso possuo... AAS
sexta-feira, 26 de março de 2010
Procuradoria retoma processos de 'Nino' Vieira e de Tagmé Na Waie
Procuradoria-Geral da República 1 - Ministério das Finanças 0. Ah pois é! Toma lá, tra-lá-lá-lááááá... O 1º Ministro, Carlos Gomes emitiu já o despacho para o Ministro das Finanças: Desbloqueie os cerca de 40 milhões de Francos CFA a favor da PGR, para os inquéritos aos assassinatos de Tagmé Na Waie e 'Nino' Vieira.
No que toca a 'Nino' Vieira, serão emitidos mandados para serem ouvidas, para já, quatro testemunhas.
18 MILHÕES DE EUROS FALSOS
A Polícia Judiciária deteve ontem, no Leste, três pessoas suspeitas no envolvimento da lavagem dos 18 milhões de Euros falsificados e em circulação em Gabú. Os três detidos encontram-se já nos calabouços da PJ, em Bissau, à espera de serem presentes a um Juíz com vista à aplicação da medida de coacção. No primeiro interrogatório afirmaram que "o dono do dinheiro falso está em Bissau". AAS
No que toca a 'Nino' Vieira, serão emitidos mandados para serem ouvidas, para já, quatro testemunhas.
18 MILHÕES DE EUROS FALSOS
A Polícia Judiciária deteve ontem, no Leste, três pessoas suspeitas no envolvimento da lavagem dos 18 milhões de Euros falsificados e em circulação em Gabú. Os três detidos encontram-se já nos calabouços da PJ, em Bissau, à espera de serem presentes a um Juíz com vista à aplicação da medida de coacção. No primeiro interrogatório afirmaram que "o dono do dinheiro falso está em Bissau". AAS
Onde pára o Ministro das Finanças?
Agentes da Polícia Judiciária, acompanhados de peritos informáticos, deslocaram-se hoje ao MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, com a finalidade de inspeccionar e confiscar alguns computadores. Munidos de um mandado emitido por uma magistrada do Ministério Público, ficaram à porta porque "o ministro não está". E, não estando o ministro...ninguém entra.
Os agentes regressaram de mãos vazias mas não desistiram. Desta vez, tentaram obter um mandado para que o secretário de Estado autorizasse e/ou assistisse à inspecção. A insistência da PJ tinha razão de ser - a viatura oficial do ministro estava à porta do ministério, mas nao deu frutos.
Onde está a colaboração institucional? O que esconde José Mário Vaz?
Contudo, no meio de toda esta agitação, o jornalista (eu!) assistia a cena. E fez dois bonecos com a carrinha da PJ, de perfil, e... acabou por ser detido. Assim:
Eu falava ao telefone, e alguém veio falar-me. Como é óbvio (manda a educação que não se inetrrompa alguém que está a falar, muito menos ao telefone) não lhe liguei nenhuma. "O que você quer? Eu não o conheço e estou a conversar". Subi o vidro, liguei o motor e accionei o ar condicionado. O que eu fui fazer!!!
De repente, ouvi um baque do lado direito. Não é que a PJ, pensando que eu ia fugir, bloquearam o meu carro de lado e atrás?! Conversa puxa conversa, acabei por apagar as fotografias, e, depois, fui levado à Juíza. Defendi-me o melhor que pude: "Sra. Juíza, se encontrar uma fotografia que seja do carro da PJ, ok; se não encontrarem, eu processo a PJ". Vi olhos esbugalhados. Já ninguém era cúmplice.
Mas como no nosso País as coisas começam a tomar forma - a nível da Justiça - a Juíza (uma verdadeira Juíza), lá apaziguou os ânimos e acabou tudo em palmadinhas nas costas e coisa e tal. Mas garanti aos agentes isto: "Amigos, vocês apanham os bandidos, e eu só quero fotografá-los. Quando sair daqui, não vos conheço nem vocês a mim". E lá saí em liberdade e a assobiar para ao lado. JOMAV, deves-me uma! AAS
Os agentes regressaram de mãos vazias mas não desistiram. Desta vez, tentaram obter um mandado para que o secretário de Estado autorizasse e/ou assistisse à inspecção. A insistência da PJ tinha razão de ser - a viatura oficial do ministro estava à porta do ministério, mas nao deu frutos.
Onde está a colaboração institucional? O que esconde José Mário Vaz?
Contudo, no meio de toda esta agitação, o jornalista (eu!) assistia a cena. E fez dois bonecos com a carrinha da PJ, de perfil, e... acabou por ser detido. Assim:
Eu falava ao telefone, e alguém veio falar-me. Como é óbvio (manda a educação que não se inetrrompa alguém que está a falar, muito menos ao telefone) não lhe liguei nenhuma. "O que você quer? Eu não o conheço e estou a conversar". Subi o vidro, liguei o motor e accionei o ar condicionado. O que eu fui fazer!!!
De repente, ouvi um baque do lado direito. Não é que a PJ, pensando que eu ia fugir, bloquearam o meu carro de lado e atrás?! Conversa puxa conversa, acabei por apagar as fotografias, e, depois, fui levado à Juíza. Defendi-me o melhor que pude: "Sra. Juíza, se encontrar uma fotografia que seja do carro da PJ, ok; se não encontrarem, eu processo a PJ". Vi olhos esbugalhados. Já ninguém era cúmplice.
Mas como no nosso País as coisas começam a tomar forma - a nível da Justiça - a Juíza (uma verdadeira Juíza), lá apaziguou os ânimos e acabou tudo em palmadinhas nas costas e coisa e tal. Mas garanti aos agentes isto: "Amigos, vocês apanham os bandidos, e eu só quero fotografá-los. Quando sair daqui, não vos conheço nem vocês a mim". E lá saí em liberdade e a assobiar para ao lado. JOMAV, deves-me uma! AAS
Fantasmas me mordam se isto não pode dar início à ‘Operação Netetu’ no Parlamento...
Costuma dizer-se que um problema levanta logo a seguir outro problema, ou, ainda, vários outros problemas. Neste caso, para além do problema em si há uma dúvida que me assalta. E é um problema.
Senhores presidentes; do parlamento e do PAIGC
Como sabem, Excelências, há quase que uma rotina instalada nos últmos 15 dias no País: o Ministério Público não nos tem parado de surpreender pela positiva. A limpeza a que se tem sujeito o Ministério das Finanças, revelou, agora, outra indecência da nossa vida política:
Afinal, temos (pelo menos um) ‘deputado’ no Parlamento (e o Parlamento continua caladinho como se não fosse nada com ele) que nem sequer foi eleito nas listas do seu partido – o PAIGC, para Deputado da Nação. Porém, quando eles (o PAIGC, bem entendido) e a tropa fizeram a cama ao Baciro Dabó, tudo se precipitou.
Hoje, Rui Diã de Sousa, viu-se metido em dois becos sem saída, porém com várias janelas: para além de ocupar ilegalmente – ainda por cima como líder parlamentar da bancada do PAIGC !?, Rui Diã de Sousa, tem por obrigação de esclarecer a opinião pública, sobre duas coisas: porque ocupa, ilegalmente, um lugar na Assembleia Nacional Popular, e porque está a sua mulher detida preventivamente no âmbito da ‘Operação Fantasma’ – corrupção, falsificação de documentos, enfim, a roubalheira que todos sabemos.
Hoje, no café, alguém comentava como ser possível um marido ver a mulher chegar com tantos bens e não querer sequer saber da sua proveniência. É uma pergunta pertinente, e que qualquer pai faz a um filho se este chega a casa com uns ténis de marca, ainda que falsos como Judas.
Ao PAIGC e ao seu presidente, uma questão apenas: em que ficamos? Ou será que isto precisa é de um deputado não eleito em cada assento do parlamento? Ao presidente do Parlamento, um jurista: será possível isto acontecer??! AAS
Senhores presidentes; do parlamento e do PAIGC
Como sabem, Excelências, há quase que uma rotina instalada nos últmos 15 dias no País: o Ministério Público não nos tem parado de surpreender pela positiva. A limpeza a que se tem sujeito o Ministério das Finanças, revelou, agora, outra indecência da nossa vida política:
Afinal, temos (pelo menos um) ‘deputado’ no Parlamento (e o Parlamento continua caladinho como se não fosse nada com ele) que nem sequer foi eleito nas listas do seu partido – o PAIGC, para Deputado da Nação. Porém, quando eles (o PAIGC, bem entendido) e a tropa fizeram a cama ao Baciro Dabó, tudo se precipitou.
Hoje, Rui Diã de Sousa, viu-se metido em dois becos sem saída, porém com várias janelas: para além de ocupar ilegalmente – ainda por cima como líder parlamentar da bancada do PAIGC !?, Rui Diã de Sousa, tem por obrigação de esclarecer a opinião pública, sobre duas coisas: porque ocupa, ilegalmente, um lugar na Assembleia Nacional Popular, e porque está a sua mulher detida preventivamente no âmbito da ‘Operação Fantasma’ – corrupção, falsificação de documentos, enfim, a roubalheira que todos sabemos.
Hoje, no café, alguém comentava como ser possível um marido ver a mulher chegar com tantos bens e não querer sequer saber da sua proveniência. É uma pergunta pertinente, e que qualquer pai faz a um filho se este chega a casa com uns ténis de marca, ainda que falsos como Judas.
Ao PAIGC e ao seu presidente, uma questão apenas: em que ficamos? Ou será que isto precisa é de um deputado não eleito em cada assento do parlamento? Ao presidente do Parlamento, um jurista: será possível isto acontecer??! AAS
quinta-feira, 25 de março de 2010
+ 5 fantasmas na cadeia
Mais seis pessoas viram ontem a sua prisão confirmada pelo juiz de instrução criminal. Uma era pagadora de pensões e os outros cinco, processadores de mapas de pagamentos de pensões de reforma. Haja cela para tanto fantasma. AAS
quarta-feira, 24 de março de 2010
A esta hora? Só pode ser mesmo um fantasma...

'Operação Fantasma' volta a actuar com mão pesada. Desta vez, o alvo foi a mulher do líder parlamentar da bancada do PAIGC, Rui Diã de Sousa.
Por este andar, nem o Jomav pode dormir descansado...ops, parece que falei demais!
Obs.: O 'deputado' em causa não foi sequer eleito (?!), tendo ocupado o lugar deixado vago pelo assassinado major Baciro Dabó. AAS
terça-feira, 23 de março de 2010
Impotência vs anarquia
A tropa voltou a tomar a Polícia Judiciária de ponta. Será a terceira vez. O que é demais. A directora-geral da PJ, Lucinda Aukharié, revelou-se decidida mas também deixou escapar aluguma impotência: "Algumas pessoas, por usarem fardas e terem armas, julgam que nos podem fazer mal, que são superiores a nós". Acontece que na PJ também há armas. E o que a directora-geral quis dizer foi apenas isto: alguém que tenha mãos na tropa...
Mas a tropa é reincidente. Numa das vezes, entraram, forçaram as celas e raptaram um elemento da PJ. Levaram-no e mataram-no, depois de sabiamente torturado - até hoje, nem água vai nem água vem.
Da outra vez, forçaram novamente as instalações e libertaram cinco colegas, acusados de envolvimento no assalto à residência do malogrado Chefe de Estado, 'Nino' Vieira. Consequências? Nem vê-las... Mufunessa na durmi, ka bô kordal dê!? AAS
Mas a tropa é reincidente. Numa das vezes, entraram, forçaram as celas e raptaram um elemento da PJ. Levaram-no e mataram-no, depois de sabiamente torturado - até hoje, nem água vai nem água vem.
Da outra vez, forçaram novamente as instalações e libertaram cinco colegas, acusados de envolvimento no assalto à residência do malogrado Chefe de Estado, 'Nino' Vieira. Consequências? Nem vê-las... Mufunessa na durmi, ka bô kordal dê!? AAS
E agora, o futuro. Ontem.

O que se passa? Abraço do amigo JS
Nada. Agora é manhã e está sol, para além de um frio do caraças. Nada me preocupa, nem as folhas no pára-brisas, nem ainda um pneu furado. Chateia-me no entanto que um dia, antes ou depois de mim, morras, o que devia chatear-te mais do que eu.
Como vais?
Bom, deixa lá ver, os sinais vitais estão bem...e quanto ao resto logo se verá. Veremos.
Passo o tempo a delirar. O bom é que só deliro para dentro porque se delirar para fora internam-me! Já reparaste que quando fazemos, mesmo que a medo e à pressa, o balanço de meio século quase completo, há sempre um elemento ou dois que saem da ordem e gostamos então de dizer "valeu a pena". Em que ficamos? How's it going to end? Sei que te importas mesmo. Mas deixa para lá. Aly Silva.
segunda-feira, 22 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
CORRUPÇÃO: cada NÃO conta! Denuncie os corruptos!!!

«Meu caro Aly, vou ali e já venho!
Ouvi dizer que prenderam alguns funcionários públicos que, alegadamente, estão envolvidos na falsificação de folhas de vencimento dos reformados, alguns já sem vida, outros ausentes por tempo indeterminado no estrangeiro, outros “fantasmas”? Deixa-me ver se percebo. Todos os meses, Eu, cidadão cumpridor das minhas obrigações fiscais, desconto na minha folha de vencimento cerca trezentos mil francos CFA (e deves estar a pensar:“…ganhas bem meu cabrão!?". E eu digo: “…é verdade mas trabalhei para isso e chego a casa todos os dias depois 20:00h e no dia seguinte às 8:00h já estou a bulir, e não roubo nada de ninguém!") que vão direitinhos para os cofres do tesouro público. No final do ano são três milhões e seiscentos mil francos CFA.
Como Eu, haverá muitos outros trabalhadores honestos que mensalmente descontam uma parte do seu vencimento como forma de contribuição para uma sociedade onde tenhamos escolas para os nossos filhos, hospitais para nos tratarem da saúde (?!), estradas para roncar os nossos carros e sobretudo justiça para punir aqueles que roubam o dinheiro dos impostos que nós pagamos.
Qual não foi o meu espanto quando me apercebi que os familiares dos que foram presos, estão numa da fazer vigília na entrada VIP do Ministério das Finanças (asstafurlai! És propri ki bardadi!). Será que Eu e os outros que pagam os impostos religiosamente todos os meses, devemos também fazer uma vigília pelo facto de nos terem roubado esse tempo todo? Son pa bunta. Ampus! AM»
sábado, 20 de março de 2010
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