"Então rapaz, pelos vistos a tua viagem não começou nada bem, mas não percas a calma porque vai melhorar de certeza. Desejo que te corra tudo melhor daqui para a frente. Um abraço,
J.A"
NOTA: Amigo, aquele abraço. Não me sinto lá muito bem a nível de saúde... AAS
terça-feira, 13 de julho de 2010
PAIC-PALOP - A bagunça total
Caro Aly,
Há um mês atrás, fiz circular pelos PALOP esta carta (em bold) dirigida a
colegas dos jornais, expondo a situação deste projecto cultural. Como a situação se encontra num impasse com clara perda para todos os artistas dos 5 países, permito-me sugerir a publicação dum pequeno artigo que agora junto. É um caso lamentável que as autoridades guineenses não assumam posição neste assunto! Esperando que esteja tudo bem consigo e que goze umas boas férias.
R.M.C.
PAIC-PALOP... SALVEM-NO!!!
Quando há alguns meses atrás, por ocasião da saída do seu gestor, nos referimos aqui ao PAIC-PALOP (Projecto de Apoio à intervenção Cultural nos PALOP) projecto sediado em Bissau, mas com carácter regional PALOP, previmos complicações pela forma como tudo foi levianamente tratado. Ora, elas aí estão! Entre o diz que assume ou não assume da consultora belga, o quer isto ou aquilo, os responsáveis em Bissau estão a transmitir uma má imagem da nossa capacidade de gestão dum projecto regional.
Não nos admiremos que em Maputo, Praia ou Luanda, os agentes culturais e até as autoridades se interroguem já se a decisão de entregar este projecto à Guiné-Bissau não terá sido precipitada!
O Ministro Artur Silva, e o Secretário de Estado Fernando Saldanha, não
foram antes ouvidos! Batam agora o pé e exijam uma solução rápida!
Se a consultora nº1 ganhou graças aos curricula dos peritos que já não estão… e se o processo “não vai, nem racha”. Então chamem o concorrente nº 2 ou nº3, mas não fiquem nas mãos de quem mostra ser como as “enguias”… fugitivo!
JOMAV, já viste? Isto de ficar nas mãos dos europeus, só dá mau resultado!
Arregaça as mangas, faz justiça: PAIC-PALOP …. Salvem-no!!! Artistas e agentes culturais dos 5 países ficarão gratos, pois tem havido tão pouco dinheiro para a cultura que “deitar fora 2 milhões e tal de euros” é crime de lesa majestade!!!
«Caro colega,
Regresso a si, pois tive conhecimento das dificuldades que o projecto PAIC-PALOP está a enfrentar. O que se passa é que na anterior gestão do Dr. Luís Machado tinha sido programado que o projecto seria executado em 3 fases: a primeira preparatória e 2 fases de execução. Este procedimento ainda que sendo mais trabalhoso, facilitaria na questão financeira, sobretudo no que diz respeito às garantias bancárias a apresentar pela consultora.
Numa última reunião, onde estiveram presentes o Dr. Luís Machado e o seu sucessor (o actual gestor), todos concordaram que iam fazer só uma fase de execução. O Dr. Luís Machado, ao que julgo, na altura, chamou a atenção para o facto de terem que avançar com uma garantia bancária enorme que cobriria quase todo o remanescente do projecto. Na altura, ninguém se preocupou!!!
Agora e há cerca de um mês que a Consultora belga Transtec está num braço de ferro com a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional (CAON) e a Delegação da UE em Bissau, pois querem ver se não têm que apresentar garantia bancária para os valores das subvenções (que são pouco mais de 1 milhão de euros).
Ora isto é inadmissível, pois a TRANSTEC assumiu um compromisso e se têm dificuldades em obter tal garantia bancária, a CAON e a Delegação da EU só têm que os afastar e convidar a segunda empresa para assumir o projecto tal como está.
Parece-me que a segunda empresa da lista (UCCLA, têm actualmente um projecto em curso com a Câmara Municipal da Praia e de Bissau) estaria disposta a avançar, se fosse convidada para isso. E eles, ao que julgo, não têm problema em arranjar a garantia bancária!
A OUTRA SOLUÇÃO SERÁ ACABAR COM O PROJECTO E PERDER ESTE DINHEIRO TODO!
O Ministério da Cultura guineense que é o principal actor representante de todos os Ministérios da Cultura, e o Moçambicano estão na disponibilidade de sugerir que os belgas da Transtec sejam afastados e que se avance com um convite ao número 2 da lista, com toda a rapidez, para até Julho ter o projecto a funcionar de facto.
A bem dos actores e agentes culturais dos PALOP que tantas dificuldades têm tido, sugiro-lhe que ajude a resolver esta situação através de um artigo no seu jornal.
Atenciosamente,
R. M. C.
Há um mês atrás, fiz circular pelos PALOP esta carta (em bold) dirigida a
colegas dos jornais, expondo a situação deste projecto cultural. Como a situação se encontra num impasse com clara perda para todos os artistas dos 5 países, permito-me sugerir a publicação dum pequeno artigo que agora junto. É um caso lamentável que as autoridades guineenses não assumam posição neste assunto! Esperando que esteja tudo bem consigo e que goze umas boas férias.
R.M.C.
PAIC-PALOP... SALVEM-NO!!!
Quando há alguns meses atrás, por ocasião da saída do seu gestor, nos referimos aqui ao PAIC-PALOP (Projecto de Apoio à intervenção Cultural nos PALOP) projecto sediado em Bissau, mas com carácter regional PALOP, previmos complicações pela forma como tudo foi levianamente tratado. Ora, elas aí estão! Entre o diz que assume ou não assume da consultora belga, o quer isto ou aquilo, os responsáveis em Bissau estão a transmitir uma má imagem da nossa capacidade de gestão dum projecto regional.
Não nos admiremos que em Maputo, Praia ou Luanda, os agentes culturais e até as autoridades se interroguem já se a decisão de entregar este projecto à Guiné-Bissau não terá sido precipitada!
O Ministro Artur Silva, e o Secretário de Estado Fernando Saldanha, não
foram antes ouvidos! Batam agora o pé e exijam uma solução rápida!
Se a consultora nº1 ganhou graças aos curricula dos peritos que já não estão… e se o processo “não vai, nem racha”. Então chamem o concorrente nº 2 ou nº3, mas não fiquem nas mãos de quem mostra ser como as “enguias”… fugitivo!
JOMAV, já viste? Isto de ficar nas mãos dos europeus, só dá mau resultado!
Arregaça as mangas, faz justiça: PAIC-PALOP …. Salvem-no!!! Artistas e agentes culturais dos 5 países ficarão gratos, pois tem havido tão pouco dinheiro para a cultura que “deitar fora 2 milhões e tal de euros” é crime de lesa majestade!!!
«Caro colega,
Regresso a si, pois tive conhecimento das dificuldades que o projecto PAIC-PALOP está a enfrentar. O que se passa é que na anterior gestão do Dr. Luís Machado tinha sido programado que o projecto seria executado em 3 fases: a primeira preparatória e 2 fases de execução. Este procedimento ainda que sendo mais trabalhoso, facilitaria na questão financeira, sobretudo no que diz respeito às garantias bancárias a apresentar pela consultora.
Numa última reunião, onde estiveram presentes o Dr. Luís Machado e o seu sucessor (o actual gestor), todos concordaram que iam fazer só uma fase de execução. O Dr. Luís Machado, ao que julgo, na altura, chamou a atenção para o facto de terem que avançar com uma garantia bancária enorme que cobriria quase todo o remanescente do projecto. Na altura, ninguém se preocupou!!!
Agora e há cerca de um mês que a Consultora belga Transtec está num braço de ferro com a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional (CAON) e a Delegação da UE em Bissau, pois querem ver se não têm que apresentar garantia bancária para os valores das subvenções (que são pouco mais de 1 milhão de euros).
Ora isto é inadmissível, pois a TRANSTEC assumiu um compromisso e se têm dificuldades em obter tal garantia bancária, a CAON e a Delegação da EU só têm que os afastar e convidar a segunda empresa para assumir o projecto tal como está.
Parece-me que a segunda empresa da lista (UCCLA, têm actualmente um projecto em curso com a Câmara Municipal da Praia e de Bissau) estaria disposta a avançar, se fosse convidada para isso. E eles, ao que julgo, não têm problema em arranjar a garantia bancária!
A OUTRA SOLUÇÃO SERÁ ACABAR COM O PROJECTO E PERDER ESTE DINHEIRO TODO!
O Ministério da Cultura guineense que é o principal actor representante de todos os Ministérios da Cultura, e o Moçambicano estão na disponibilidade de sugerir que os belgas da Transtec sejam afastados e que se avance com um convite ao número 2 da lista, com toda a rapidez, para até Julho ter o projecto a funcionar de facto.
A bem dos actores e agentes culturais dos PALOP que tantas dificuldades têm tido, sugiro-lhe que ajude a resolver esta situação através de um artigo no seu jornal.
Atenciosamente,
R. M. C.
A 'fórmula' para extorquir e humilhar os guineenses
"Olá Caro Aly,
Espero que este correio electrónico te encontre em melhores condições. Acabei de ler o teu posting sobre o ocorrido na Gâmbia. Acho que as autoridades policiais, militares e aduaneiras já encontraram uma fórmula de intimidar, burlar e saquear os guineenses, usando o pretexto "droga" para lançarem as suas ofensivas contra as pessoas clara e facilmente identificadas como sendo da Guiné-Bissau.
Eu tenho a plena certeza de que haverá centenas de outros guineenses anteriormente confrontados com a mesma situação. Mas em que parte do mundo uma pessoa é meticulosamente "revistada" com base numa simples "desconfiança" baseada no penteado do cabelo ou na origem da pessoa?
Como se isto não bastasse, uma outra pessoa da autoridade estraga a tua viatura e nem sequer pede desculpas ou oferece "reparações" pelos danos causados. Serão estas atitudes aceitáveis num país com mínimos direitos civis? O que te aconteceu é uma aberração e uma grande injustiça.
Se os guineenses - sobretudo o Governo guineense - não contestarem e repudiarem esta atitude inaceitável da nossa vizinha, haverá riscos de maiores incidentes e outras situações perigosas que poderão prejudicar gravemente o relacionamento entre os dois países.
Tomarei a iniciativa de fazer chegar esta mensagem às autoridades governamentais e civis da Guiné-Bissau, mesmo sabendo que tantas outras pessoas já o terão feito, já que o teu bloque é lido por muitos, incluindo diplomatas e pessoas nas posições de autoridade na Guiné-Bissau.
De resto, desejo-te a melhor sorte durante esta tua jornada. Que Deus te proteja todos os dias!
Abraços,
U.D."
NOTA: Meu caro amigo, muito obrigado. Um abraço para ti e outro a repartir pelos nossos irmãos nos States. Aly
Espero que este correio electrónico te encontre em melhores condições. Acabei de ler o teu posting sobre o ocorrido na Gâmbia. Acho que as autoridades policiais, militares e aduaneiras já encontraram uma fórmula de intimidar, burlar e saquear os guineenses, usando o pretexto "droga" para lançarem as suas ofensivas contra as pessoas clara e facilmente identificadas como sendo da Guiné-Bissau.
Eu tenho a plena certeza de que haverá centenas de outros guineenses anteriormente confrontados com a mesma situação. Mas em que parte do mundo uma pessoa é meticulosamente "revistada" com base numa simples "desconfiança" baseada no penteado do cabelo ou na origem da pessoa?
Como se isto não bastasse, uma outra pessoa da autoridade estraga a tua viatura e nem sequer pede desculpas ou oferece "reparações" pelos danos causados. Serão estas atitudes aceitáveis num país com mínimos direitos civis? O que te aconteceu é uma aberração e uma grande injustiça.
Se os guineenses - sobretudo o Governo guineense - não contestarem e repudiarem esta atitude inaceitável da nossa vizinha, haverá riscos de maiores incidentes e outras situações perigosas que poderão prejudicar gravemente o relacionamento entre os dois países.
Tomarei a iniciativa de fazer chegar esta mensagem às autoridades governamentais e civis da Guiné-Bissau, mesmo sabendo que tantas outras pessoas já o terão feito, já que o teu bloque é lido por muitos, incluindo diplomatas e pessoas nas posições de autoridade na Guiné-Bissau.
De resto, desejo-te a melhor sorte durante esta tua jornada. Que Deus te proteja todos os dias!
Abraços,
U.D."
NOTA: Meu caro amigo, muito obrigado. Um abraço para ti e outro a repartir pelos nossos irmãos nos States. Aly
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Ah, Dakar...perdão, Bissau
Manhã cedo, o telefone toca: 'Há tiros na zona do Alto Bandim'... E eu com isso?
Acordei cedo, pouco antes das 8 da manhã. E não posso dizer que tive uma boa noite de sono. Porque não tive. Depois de escrever o post que hoje leram, deu-me um ataque repentino de frio. Desliguei o ar condicionado e enfiei-me na cama com as calças e a t-shirt vestidos. Quando acordo...tinha a cama completamente encharcada. Parece que foi cansaço: saí de Bissau às 6 e qualquer coisa da madrugada e só cheguei a Dakar às 22h... Contudo, nada me pára. O Toyota está na oficina. AAS
Acordei cedo, pouco antes das 8 da manhã. E não posso dizer que tive uma boa noite de sono. Porque não tive. Depois de escrever o post que hoje leram, deu-me um ataque repentino de frio. Desliguei o ar condicionado e enfiei-me na cama com as calças e a t-shirt vestidos. Quando acordo...tinha a cama completamente encharcada. Parece que foi cansaço: saí de Bissau às 6 e qualquer coisa da madrugada e só cheguei a Dakar às 22h... Contudo, nada me pára. O Toyota está na oficina. AAS
Para começar: pode ser um mau sinal
A minha aventura num Toyota Camry CE, para chegar a Lisboa, não podia ter começado da pior maneira.
Saí bem cedo de Bissau. Em S. Domingos, visitei o meu bom amigo Otávio onde bebi 2 nescafés. Às 9:30 da manhã, arranquei rumo à fronteira de N´Pack. Desta vez e ao contrário da última visita que fiz a Dakar, empurrado por alguns amigos, lá fui por Binjona. E tudo começou a correr mal.
Cheguei a Banjul e rumei para a zona portuária. A minha primeira impressão dos ferry boat? Óptima (que se lixe o acordo ortográfico!). E então, do nada, surge uma figura de tez escura (azul metalizado?), olhos vermelhos como os de um djambatuto que, sem sequer me cumprimentar, ofereceu-se para me meter no próximo ferry. 'Go, go!', gritava-me num inglês pior do que o meu... Não desconfiei dele. Mas devia.
Assim que engato a mudança no D e arranco, ouço pancadas no porta bagagens. Era alguém, obviamente; Mas, o que quereria ele com aquela atitude? Assustar-me? Eu mesmo? Nããããã.
Saí disparado do carro e grito o meu já conhecido «fuck!» (o meu inglês não vai muito por aí além, mas ocorrem-me outras palavras como «bullshit», «fuck you», «Motherfucker». Ou esta, especialmente reservada aos francófonos: o «casse-toi pauvre con!».
Ele encara-me pela primeira vez. Encaramo-nos. E surge mais um. Eram polícias da imigração. Num ai, pede-me os documentos do carro e depois que saia do carro. «Não confio em ti», disse-me. De facto, ninguém confiaria em mim com este ar de vagabundo pedrado! Expliquei-lhe por que razão estava naquele momento na Gâmbia e contei-lhe o meu percurso. Nada.
DROGA. «O não confio em ti» afinal queria dizer «tens droga escondida algures, no carro». O tanas é que tenho. «Vai buscá-la», ripostei. E o que eu fui dizer. Três horas depois (3!), o meu carro ainda era minuciosamente revistado, até esvaziaram o pneu sobressalente!!! Depois, quando viram que não havia droga nenhuma (ou, como não viram droga nenhuma, o que vai dar ao mesmo...), lá me contaram a verdadeira farsa, que eu tardava em descobrir: sacaram-me 1.160 Dalasi, o equivalente a 20.000 fcfa. Menos maus, pensei. Quero sair daqui, e já! - pensei.
A REVELAÇÃO: Na semana passada um cidadão guineense foi preso no mesmo porto, quando descobriram numa revista de rotina ao seu automóvel, cocaína. Pagamos todos, ok, ok.
Entretanto, havia já perdido 3 ferry's. E o pior estava para vir. E havia de perder mais um ferry. Afinal, hoje (2ª feira) o presidente-feiticeiro Yayah Jameh irá fazer um périplo por mar a todos os recantos (os que contam) do País. E por isso, o porto estava cheio de militares, de carros militares, de carros do Governo, ambulâncias, e até postos de iluminação móveis alimentados e 'pregados' a enormes geradores brancos.
«Go!, go!...fast, fast my brother» - udju di djambatuto de novo. Sentia-se agora rico com os 580 dalasi no bolso. Os meus dalasi!!! E até já havia comprado um tubo de pasta de dentes com o sugestivo nome...Angola (quem lava mais branco?).
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Na Gâmbia, disse-me um guineense que também ia atravessar, há um enorme respeito pelo Estado. Ou seja: um carro do Estado gambiano faz o que faz ao meu carro, e fica assim: não aparece a polícia e quem arde é o bacalhau!
Vou fazer uma exposição à nossa embaixadora na Gâmbia, com conhecimento da Embaixada da Gâmbia em Bissau e do Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Ainda bem que há carros do Governo da Gâmbia em Bissau...
E o capot? Bom, até agora, não abre. Resultado: Tive que fazer um desvio para entrar em Dakar (a rota seria Kaolack, Thies, St. Louis e, depois, entrar na Mauritânia e atravessá-la logo, logo). Amanhã, oficina (o que é bom).
MAS NEM TUDO É MAU
Em Dakar, hoje e amanhã, por causa do bate-chapa e de uma ou outra afinação, ficarei sumptuosamente instalado no quarto 421 do Le Meridien President, e a dormir numa cama do tamanho do meu quarto de Bissau!!! Ah, pois - querer é poder!!!Embrulhem, e muito boa noite para mim!
Uma coisa é certa: vou amar cada kilómetro que percorrer.
P.S. - O próximo alvo: Mauritânia, e, a seguir o monstro: Marrocos - cerca de 3000 kilómetros. Há, contudo, uma coisa que não posso perder aqui: a paciência. Caso contrário, estarei fo-di-do (perdoar-me-ão...mas já viram a que horas escrevi este post?!).AAS
Saí bem cedo de Bissau. Em S. Domingos, visitei o meu bom amigo Otávio onde bebi 2 nescafés. Às 9:30 da manhã, arranquei rumo à fronteira de N´Pack. Desta vez e ao contrário da última visita que fiz a Dakar, empurrado por alguns amigos, lá fui por Binjona. E tudo começou a correr mal.
Cheguei a Banjul e rumei para a zona portuária. A minha primeira impressão dos ferry boat? Óptima (que se lixe o acordo ortográfico!). E então, do nada, surge uma figura de tez escura (azul metalizado?), olhos vermelhos como os de um djambatuto que, sem sequer me cumprimentar, ofereceu-se para me meter no próximo ferry. 'Go, go!', gritava-me num inglês pior do que o meu... Não desconfiei dele. Mas devia.
Assim que engato a mudança no D e arranco, ouço pancadas no porta bagagens. Era alguém, obviamente; Mas, o que quereria ele com aquela atitude? Assustar-me? Eu mesmo? Nããããã.
Saí disparado do carro e grito o meu já conhecido «fuck!» (o meu inglês não vai muito por aí além, mas ocorrem-me outras palavras como «bullshit», «fuck you», «Motherfucker». Ou esta, especialmente reservada aos francófonos: o «casse-toi pauvre con!».
Ele encara-me pela primeira vez. Encaramo-nos. E surge mais um. Eram polícias da imigração. Num ai, pede-me os documentos do carro e depois que saia do carro. «Não confio em ti», disse-me. De facto, ninguém confiaria em mim com este ar de vagabundo pedrado! Expliquei-lhe por que razão estava naquele momento na Gâmbia e contei-lhe o meu percurso. Nada.
DROGA. «O não confio em ti» afinal queria dizer «tens droga escondida algures, no carro». O tanas é que tenho. «Vai buscá-la», ripostei. E o que eu fui dizer. Três horas depois (3!), o meu carro ainda era minuciosamente revistado, até esvaziaram o pneu sobressalente!!! Depois, quando viram que não havia droga nenhuma (ou, como não viram droga nenhuma, o que vai dar ao mesmo...), lá me contaram a verdadeira farsa, que eu tardava em descobrir: sacaram-me 1.160 Dalasi, o equivalente a 20.000 fcfa. Menos maus, pensei. Quero sair daqui, e já! - pensei.
A REVELAÇÃO: Na semana passada um cidadão guineense foi preso no mesmo porto, quando descobriram numa revista de rotina ao seu automóvel, cocaína. Pagamos todos, ok, ok.
Entretanto, havia já perdido 3 ferry's. E o pior estava para vir. E havia de perder mais um ferry. Afinal, hoje (2ª feira) o presidente-feiticeiro Yayah Jameh irá fazer um périplo por mar a todos os recantos (os que contam) do País. E por isso, o porto estava cheio de militares, de carros militares, de carros do Governo, ambulâncias, e até postos de iluminação móveis alimentados e 'pregados' a enormes geradores brancos.
«Go!, go!...fast, fast my brother» - udju di djambatuto de novo. Sentia-se agora rico com os 580 dalasi no bolso. Os meus dalasi!!! E até já havia comprado um tubo de pasta de dentes com o sugestivo nome...Angola (quem lava mais branco?).
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Na Gâmbia, disse-me um guineense que também ia atravessar, há um enorme respeito pelo Estado. Ou seja: um carro do Estado gambiano faz o que faz ao meu carro, e fica assim: não aparece a polícia e quem arde é o bacalhau!
Vou fazer uma exposição à nossa embaixadora na Gâmbia, com conhecimento da Embaixada da Gâmbia em Bissau e do Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Ainda bem que há carros do Governo da Gâmbia em Bissau...
E o capot? Bom, até agora, não abre. Resultado: Tive que fazer um desvio para entrar em Dakar (a rota seria Kaolack, Thies, St. Louis e, depois, entrar na Mauritânia e atravessá-la logo, logo). Amanhã, oficina (o que é bom).
MAS NEM TUDO É MAU
Em Dakar, hoje e amanhã, por causa do bate-chapa e de uma ou outra afinação, ficarei sumptuosamente instalado no quarto 421 do Le Meridien President, e a dormir numa cama do tamanho do meu quarto de Bissau!!! Ah, pois - querer é poder!!!Embrulhem, e muito boa noite para mim!
Uma coisa é certa: vou amar cada kilómetro que percorrer.
P.S. - O próximo alvo: Mauritânia, e, a seguir o monstro: Marrocos - cerca de 3000 kilómetros. Há, contudo, uma coisa que não posso perder aqui: a paciência. Caso contrário, estarei fo-di-do (perdoar-me-ão...mas já viram a que horas escrevi este post?!).AAS
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Cônsul da Guiné-Bissau em Piacenza indiciado pela polícia italiana
Agentes da DIGOS (polícia especial de investigação do Estado) entraram ontem no escritório de Luciano Zilocchi, onde funciona o consulado da Guiné-Bissau, em Piacenza, Itália, e confiscaram várias pastas com documentos. Esta busca e apreensão de documentos foi confirmado por Michelle Morenhi, advogado de Luciano Zilocchi:”Existem investigações em curso”, disse, preferindo, contudo, manter em segredo as razões da mesma.
Segundos relatos, duas razões podem ter estado na origem desta investigação policial: a primeira tem que ver com o cargo de Cônsul que Zilocchi ocupa vai para mais de 20 anos (o advogado põe essa possibilidade de lado, uma vez que o seu cliente foi nomeado por Decreto Presidencial e a pedido do Estado da Guiné-Bissau); a segunda, tem que ver com os investigadores: querem investigar a fundo o trabalho do Cônsul, que, durante mais de 20 anos processou vários documentos, incluindo a emissão de passaportes da Guiné-Bissau). Para já, Luciano Zilocchi fecha-se em copas. Mas falará quando a Justiça o intimar.
Ontem mesmo, ditadura do consenso alertava para as situações dos consulados da Guiné-Bissau em Piacenza e Roma... AAS
Segundos relatos, duas razões podem ter estado na origem desta investigação policial: a primeira tem que ver com o cargo de Cônsul que Zilocchi ocupa vai para mais de 20 anos (o advogado põe essa possibilidade de lado, uma vez que o seu cliente foi nomeado por Decreto Presidencial e a pedido do Estado da Guiné-Bissau); a segunda, tem que ver com os investigadores: querem investigar a fundo o trabalho do Cônsul, que, durante mais de 20 anos processou vários documentos, incluindo a emissão de passaportes da Guiné-Bissau). Para já, Luciano Zilocchi fecha-se em copas. Mas falará quando a Justiça o intimar.
Ontem mesmo, ditadura do consenso alertava para as situações dos consulados da Guiné-Bissau em Piacenza e Roma... AAS
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Dolce fare niente
As autoridades italianas recusaram, diplomaticamente, a abertura de uma embaixada da Guiné-Bissau em Roma. "Não é a altura adequada", responderam à solicitação manifestada por Bissau.
As más condutas dos cônsules Luciano Zilocchi (Piacenza) e Roberto Tomsini (Roma) estarão na base desta recusa pela parte italiana. Recorde-se que o Presidente 'Nino' Vieira, durante uma estadia em Itália, havia solicitado o encerramento dos dois consulados. Até hoje... A 'resposta' italiana aí está para lhe dar razão. AAS
As más condutas dos cônsules Luciano Zilocchi (Piacenza) e Roberto Tomsini (Roma) estarão na base desta recusa pela parte italiana. Recorde-se que o Presidente 'Nino' Vieira, durante uma estadia em Itália, havia solicitado o encerramento dos dois consulados. Até hoje... A 'resposta' italiana aí está para lhe dar razão. AAS
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Bissau: Acredite se quiser...
E foi mesmo isto que os meus olhos viram. Hoje, no terreno onde está a nascer o 'Kilimanjaro do Lixo', em plena cidade de Bissau, na Av. D. Settimio Ferrazetta, populares surpreenderam e caçaram um... crocodilo! Havia mais um mas deu à sola. Apanham-no um dia desses. AAS
Anda tudo doido. Só pode!
Ontem, foi a tropa - reincidente por duas vezes - num confronto violento com a polícia. Balanço: 3 feridos, um dos quais ainda em observação.
Hoje, enquanto o parlamento se preparava para ouvir os ministros da Defesa e da Administração Interna, outra bomba: Conduto de Pina, deputado da Nação, informava a plenária isto: "Fui agredido VERBALMENTE por dois altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, entre eles o próprio director do gabinete do Ministro". Tudo por causa de uma lei sobre... Protocolo de Estado (violado pelo mesmo Governo na tomada de posse do Presidente da República, Malam Bacai Sanha). Tem a palavra o Ministro Adelino Mano Queta. AAS
Hoje, enquanto o parlamento se preparava para ouvir os ministros da Defesa e da Administração Interna, outra bomba: Conduto de Pina, deputado da Nação, informava a plenária isto: "Fui agredido VERBALMENTE por dois altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, entre eles o próprio director do gabinete do Ministro". Tudo por causa de uma lei sobre... Protocolo de Estado (violado pelo mesmo Governo na tomada de posse do Presidente da República, Malam Bacai Sanha). Tem a palavra o Ministro Adelino Mano Queta. AAS
terça-feira, 6 de julho de 2010
Milagre em Safim
O enorme poilão na saída de Safim - isto para quem vai no sentido de Nhacra - implodiu esta noite, há cerca de 20 minutos. Felizmente não houve vítimas humanas a lamentar, embora algumas habitações tenham sido atingidas.
Para já, ninguém passa para Nhacra. Pelo menos esta noite. AAS
Para já, ninguém passa para Nhacra. Pelo menos esta noite. AAS
domingo, 4 de julho de 2010
É isto que se esperava do Presidente de todos os Guineenses
"Uma coisa é querer, outra coisa é poder", disse o Presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, referindo-se às críticas de anormais sobre nomeação do novo chefe militar guineense, Tenente-General António Indjai. "O que eu posso dizer foi aquilo que eu disse à plenária, que efetivamente uma coisa é querer, outra coisa é poder fazer", afirmou
Nunca ouviram...«Os cães ladram e a caravana passa?» Bem haja, Presidente. AAS
Nunca ouviram...«Os cães ladram e a caravana passa?» Bem haja, Presidente. AAS
Os homens, sempre os homens
Penso...
...Que a Guiné-Bissau não é bem um país. Será mais um projecto sonhado pelos deuses e atraiçoado pelos homens. Da escravatura do colonialismo - acho que devemos pedir, a exemplo do que a Líbia fez com a Itália, um bom pagamento pelos quinhentos e tal anos de ocupação...- à independência (37 anos), repete-se o contraste gritante entre a natureza exuberante do seu povo e os homens que a arruinaram. Como se tudo isto fosse demasiado perfeito para a condição humana... Amo o povo do meu país! AAS
...Que a Guiné-Bissau não é bem um país. Será mais um projecto sonhado pelos deuses e atraiçoado pelos homens. Da escravatura do colonialismo - acho que devemos pedir, a exemplo do que a Líbia fez com a Itália, um bom pagamento pelos quinhentos e tal anos de ocupação...- à independência (37 anos), repete-se o contraste gritante entre a natureza exuberante do seu povo e os homens que a arruinaram. Como se tudo isto fosse demasiado perfeito para a condição humana... Amo o povo do meu país! AAS
A solução final + esclarecimento
A gritaria à volta da nomeação de António Indjai tem ensurdecido os guineenses, de resto bastante atrapalhados.
Uma pergunta à comunidade internacional: TERÃO encomendado os assassinatos do Presidente 'Nino' Vieira, do Tagme Na Waie, do Hélder Proença, do Baciro Dabó entre outros?
Por acaso já leram os relatórios às investigações desses assassinatos?... Então não ponham a carroça à frente do bois, perdão, dos verdadeiros assassinos e dos mandantes destes crimes.
Na Guiné-Bissau, alguma comunidade internacional mete dó! Estão metidos em cocaína e orgias sexuais; na bebedeira e no turismo sexual e, muito mais grave, na pedofilia. Ganham milhares de euros para nada fazerem e ainda por cima cansam-nos...ui, se nos cansam!
Deixem-nos em paz! Vão-se embora que nós não morremos de fome nem sentiremos saudades! Vão à MERDA: A ONU, a UE, os EUA e todos os outros lacaios.
Por mim, a solução, hoje, passaria pela demissão de todos - TODOS - e pela convocação de eleições antecipadas. AAS
P.S. - Hoje, vou publicar um esclarecimento enviado pelo H (pede anonimato). Estou a rever todo o texto para não ferir susceptibilidades. AAS
Uma pergunta à comunidade internacional: TERÃO encomendado os assassinatos do Presidente 'Nino' Vieira, do Tagme Na Waie, do Hélder Proença, do Baciro Dabó entre outros?
Por acaso já leram os relatórios às investigações desses assassinatos?... Então não ponham a carroça à frente do bois, perdão, dos verdadeiros assassinos e dos mandantes destes crimes.
Na Guiné-Bissau, alguma comunidade internacional mete dó! Estão metidos em cocaína e orgias sexuais; na bebedeira e no turismo sexual e, muito mais grave, na pedofilia. Ganham milhares de euros para nada fazerem e ainda por cima cansam-nos...ui, se nos cansam!
Deixem-nos em paz! Vão-se embora que nós não morremos de fome nem sentiremos saudades! Vão à MERDA: A ONU, a UE, os EUA e todos os outros lacaios.
Por mim, a solução, hoje, passaria pela demissão de todos - TODOS - e pela convocação de eleições antecipadas. AAS
P.S. - Hoje, vou publicar um esclarecimento enviado pelo H (pede anonimato). Estou a rever todo o texto para não ferir susceptibilidades. AAS
terça-feira, 29 de junho de 2010
UNODC entrega prisões de Bafatá e Mansoa
O gabinete das Nações Unidas de Combate à Droga - UNODC, fez hoje a entrega técnica (fim das obras de 'santa engrácia' e que ninguém sabe quanto custou. Já agora, quanto custou aquela borrada a que chamam pintura no Ministério da Justiça? Quanto?).
Para já, estão seleccionados dois directores e 80 guardas prisionais, que receberão a respectiva formação.
Em julho chega o recheio: para as celas, para as salas de aula e tudo o resto. Ainda tenho esperança de vir a conhecer uma dessas celas...AAS
Para já, estão seleccionados dois directores e 80 guardas prisionais, que receberão a respectiva formação.
Em julho chega o recheio: para as celas, para as salas de aula e tudo o resto. Ainda tenho esperança de vir a conhecer uma dessas celas...AAS
António Indjai toma posse e patente, com Bubo na assistência
Hoje, na Presidência da República, houve tomada de posse e nova patente: O Presidente da República Malam Bacai Sanha, pôs nos ombros do novo CEMGFA António Indjai a patente de Tenente-General.
Na sala, a assistir estavam o 1º Ministro Carlos Gomes Jr, o Procurador-Geral da República Amine Saad, e, Bubo Na Tchuto em pessoa.
O corpo diplomático, ainda amuado, fez-se representar pelo decano dos diplomatas, o Embaixador do Senegal. Também presenciou o acto o representante da CEDEAO.
No seu discurso, o PR deixou bem claro: "Os militares escolheram o general António Indjai, o Governo propôs o seu nome ao Presidente, que por sua vez o nomeou, promulgando o Decreto".
Quanto aos berros dos EUA e dos seus cães-de-fila (comunidade internacional), um recado de Bacai Sanha: "Tomámos a nossa decisão soberanamente, como um Estado soberano". O que é o mesmo que dizer "deixem-nos trabalhar (ou deixem-nos em paz)". AAS
Na sala, a assistir estavam o 1º Ministro Carlos Gomes Jr, o Procurador-Geral da República Amine Saad, e, Bubo Na Tchuto em pessoa.
O corpo diplomático, ainda amuado, fez-se representar pelo decano dos diplomatas, o Embaixador do Senegal. Também presenciou o acto o representante da CEDEAO.
No seu discurso, o PR deixou bem claro: "Os militares escolheram o general António Indjai, o Governo propôs o seu nome ao Presidente, que por sua vez o nomeou, promulgando o Decreto".
Quanto aos berros dos EUA e dos seus cães-de-fila (comunidade internacional), um recado de Bacai Sanha: "Tomámos a nossa decisão soberanamente, como um Estado soberano". O que é o mesmo que dizer "deixem-nos trabalhar (ou deixem-nos em paz)". AAS
Kilimanjaro em Bissau...
Na estrada da Granja, junto à aldeia SOS, está a crescer aquela que poderá vir a ser a maior montanha de lixo de África - uma espéciie do monte Kilimanjaro...AAS
segunda-feira, 28 de junho de 2010
UNIOGBIS - 100 viaturas novas todo-o-terreno!
FOTO: N´ka sibi...
É isso mesmo que leram: para além de poderosa, a nova missão das Nações Unidas na Guiné-Bissau, a UNIOGBIS é ainda dispendiosa. Muito mesmo!
Chegarão 100 - sim, cem - viaturas todo-o-terreno para alimentar vícios e fins-de-semana na sub-região. E os guineenses, os que ainda não enveredaram a comer aço pintado de branco... amanhem-se!
100 viaturas num País essencialmente a precisar de hospitais e centros de saúde - não de edifícios a parecerem novos com paredes pintadas;
100 viaturas num País sem qualquer infraestrutura escolar digna, onde ainda há alunos sentados no chão;
100 viaturas num País onde centenas de crianças morrem antes de completarem 1 ano de vida, e onde dezenas de mães morrem no parto por falta de cuidados médicos e de materiais;
100 viaturas num País que tem tudo invertido, incluindo a pirâmide que faz e orienta uma sociedade que se quer digna, trabalhadora, decente;
100 viaturas num País que assiste a outro flagelo, que também veio de fora: o Turismo Sexual (lembro a missão da ONU, no Cambodja, onde depois da sua partida, nasceram centenas de bebés loiros de olhos azuis...)
1 viatura todo-o-terreno blindada (não sei se vem equipada com mísseis terra-terra ou terra-mar, mas devia...) para o big boss Joseph Mutaboba que agora anda com três seguranças do Burundi. AAS
domingo, 27 de junho de 2010
Letter from Praia
"Olá
Meu nome é Suzana A., de Cabo Verde, Praia (badia di pé ratchado) e gostaria de te felicitar pelo excelente trabalho que tens feito. Sou leitora assídua do teu blog, aliás uma das poucas fontes de notícias on line da Guiné Bissau.
Fiquei ligada à Guiné-Bissau desde que fui consultora para a UNICEF ano passado. Passei 9 meses ai no âmbito do programa de prevenção e luta contra a cólera e podes crer que admiro todos os guinienses e não guinienses que ainda conseguem viver aí.
Força e muita coragem pelo excelente trabalho que tens feito
grande abraço caboverdianamente
Suzy"
Suzana, muito obrigado. Estarei por esses lados em Agosto. AAS
Meu nome é Suzana A., de Cabo Verde, Praia (badia di pé ratchado) e gostaria de te felicitar pelo excelente trabalho que tens feito. Sou leitora assídua do teu blog, aliás uma das poucas fontes de notícias on line da Guiné Bissau.
Fiquei ligada à Guiné-Bissau desde que fui consultora para a UNICEF ano passado. Passei 9 meses ai no âmbito do programa de prevenção e luta contra a cólera e podes crer que admiro todos os guinienses e não guinienses que ainda conseguem viver aí.
Força e muita coragem pelo excelente trabalho que tens feito
grande abraço caboverdianamente
Suzy"
Suzana, muito obrigado. Estarei por esses lados em Agosto. AAS
Onde é que você estava no dia 1 de abril?
Provavelmente, em todo o lado; Possivelmente, em lado nenhum. Mas, quase de certeza, sentiu-se livre sem aquele peso nos ombros que lhe dificultavam o andar.
Pois bem, o que o 1 de abril devolveu aos guineenses guineense nehum pode retirar. Essa é que é a verdade. A liberdade de dormir sem sobressalto é algo que ninguém dispensa. E que ninguém venderia de ânimo leve.
O 1 de abril permitiu-nos aprender algo sobre a liberdade. Ou pensavam que um Estado, por garantir as liberdades civis - liberdade de imprensa, de opinião, religiosa ou outra - produz automaticamente pessoas livres? Errado.
Não serás alguém livre só por viveres numa sociedade livre ou num País livre. Ser livre é tarefa de cada indivíduo no dia-a-dia. A liberdade é algo de extraordinário, um ideal importante e tentador. Mas é, acima de tudo, uma promessa pela qual é fácil deixares-te enganar.
Com 44 anos de idade, já experimentei de tudo neste País. A utopia e o lado fácil da História (gente houve que este Estado controlou do berço à campa!?).
Muitas vezes, em noites de completa insónia, tive certas ideias sobre o que de facto se passa connosco - enquanto Povo e País. Mas, se quiserem saber o que sinceramente eu penso, acho que merecemos o País que temos. AAS
sábado, 26 de junho de 2010
X Klub 'New Season' muda conceito de convite
Ah, pois é! Toma lá! Ontem, muitos dos cerca de 300 convidados para a reabertura do X Klub (a connecting company) ficaram agradavelmente surpreendidos. À porta não foram poucos os que fizeram a pergunta da praxe - "quanto é a entrada?". Claro que não era nada. E então lá foram entrando. E pedindo as bebidas todas. Sem pagar nada, claro (e quanto é que o X me pagará para vos engraxar assim tanto, pá? Ai nada? Ok, ok...). Então, até mais logo. No X Klub 'New Season'. AAS
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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