terça-feira, 3 de novembro de 2015

CIDADANIA: Mindjeris lanta


Um grupo de mulheres da Guiné-Bissau, residentes no país e na diáspora, criou um movimento para a paz, estabilidade e legalidade, com o qual pretendem "dizer basta" à instabilidade política e pobreza.

O grupo, que se autointitula "Minjderis di Guiné No Lanta" (Mulheres da Guiné-Bissau levantemo-nos), ou Miguilan, foi fundado por 29 guineenses de várias profissões e conta com cerca de 80 membros. Entre elas estão a cantora Karyna Gomes, a gestora de projetos Nelvina Barreto ou a jurista Vera Cabral.

Em conjunto, a decisão de criar o movimento surgiu no dia 24 de agosto, na sequência da decisão do Presidente guineense, José Mário Vaz, de demitir o Governo eleito, situação com a qual não concordaram.

"Somos um movimento constituído exclusivamente por mulheres que espontaneamente se mobilizaram para dizer 'basta' aos recentes eventos políticos que levaram ao derrube, pelo Presidente da República, do Governo saído das urnas após as eleições legislativas de 2014", lê-se num manifesto a que a Lusa teve hoje acesso. O Governo derrubado "já estava a dar passos importantes e a granjear a confiança interna e externa", acrescentam.

Para o Miguilan, a decisão do Chefe de Estado "mergulhou a Guiné-Bissau em nebulosas de insegurança, instabilidade, ilegalidade", factores que, dizem, conduzem à persistência da corrupção, injustiça e pobreza da população.

Cansadas de ver e viver com instabilidade política no país e confrontadas com os níveis da pobreza da maioria da população guineense, as mulheres do Miguilan pretendem passar aos atos, com a introdução de "um discurso diferente" na Guiné-Bissau e a colocação da voz e ação feminina "nas mais altas instâncias nacionais e internacionais" de discussão.

"O Miguilan é uma organização da sociedade civil guineense que é, por definição, partidária, e que se quer política, tendo a ambição de fazer ouvir a sua voz em tudo o que diz respeito às orientações e decisões relativas à paz, estabilidade e legalidade" na Guiné-Bissau, refere o manifesto.

Ter uma presença ativa das mulheres nos órgãos de poder, de gestão e resolução de conflitos é um dos objetivos do movimento.
O Miguilan promete trazer para o debate nacional questões como a boa governação, democracia, direitos humanos e género, bem como denunciar decisões e práticas vigentes na Guiné-Bissau que sejam contrárias às prerrogativas da democracia e de um Estado de Direito.

OBITUÁRIO



Os mais profundos sentimentos à família enlutada. AAS

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TERRA RANKA/BANCA: Bissau terá mais um banco comercial, o 5º a operar no País


A Atlantic Business International obteve, segundo informações recolhidas, o aval das autoridades da Guiné-Bissau para se instalar naquele que era, até agora, o único Estado da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) na qual essa holding financeira não tinha ainda presença marcada.

Após ter arrematado o Banco Internacional para a Africa (BIA, Niger) por 22 milhões de euros – validado em outubro pelas autoridades monetárias da UEMOA -, a holding financeira e bancária Atlantic Business International (ABI, sigla em inglês), filial comum da costa-marfinense Atlantic Financial Group (AFG) e do marroquino Banque Centrale Popularize (BCP), obteve a autorização das autoridades guineenses para a implantação do Banque Atlantique na capitals Bissau, segundo a Jeune Afique.

Segundo essas informações, a ABI não conta no entanto abrir uma nova filial, mas sim uma sucursal que dependerá do Banque Atlantique Côte d’Ivoire (BACI), o líder desse grupo financeiro. Essa implantação foi dirigida de inicio ao fim pelo costa-marfinense Souleymane Diarrassouba, o Director-Geral da ABI, contando igualmente com Rachid Agoumi, o ex-director para a área internacional do BCP.

Com esta operação, a ABI fecha o ciclo da sua implantação nos oito Estados membros da UEMOA, porquanto a Guiné-Bissau era o único pais da União que não beneficiava da cobertura do Banque Atlantique.

A abertura do BACI-Guiné-Bissau esta prevista para o primeiro semestre de 2016. O banco posicionar-se-á na vertente das pequenas/médias operações e poupanças. Será o quinto estabelecimento bancário do País, depois do Banco da Africa Ocidental (BAO), o BDU, o Ecobank e o Orabank (sucursal da Orabank Costa do Marfim). AAS

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

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ONU ALERTA: "Tempo urge" para a Guiné-Bissau após dois meses sem governação


O "tempo urge" para a Guiné-Bissau após dois meses sem governação e agora a enfrentar insegurança com a formação do novo Governo recém-empossado, afirmou Raul de Melo Cabral, chefe de coordenação do Assessor Especial para África da ONU.

por vezes, dá a impressão que vivemos um mal crónico, que é o mal da crise permanente", disse à Lusa o guineense, que chefia a coordenação do Programa de Desenvolvimento do Gabinete do Assessor Especial para África das Nações Unidas (OSAA, na sigla em inglês).

O Presidente da República, José Mário Vaz, nomeou a 12 de outubro o novo Governo de Carlos Correia, dois meses depois de ter demitido o executivo liderado por Domingos Simões Pereira.

Na opinião de Raul Cabral, a comunidade internacional esteve apreensiva durante o impasse político que tomou conta do país africano durante agosto, setembro e início de outubro.

"A Guiné-Bissau é um dos países frágeis em todos os seus aspetos, desde a governação, à sua economia. No meio dessa confusão, mal havia um governo de gestão sequer. Obviamente que a comunidade internacional estava apreensiva pela recente história do país", analisou.

Sobre as críticas de que a ONU não tem estado a cumprir o seu papel de ajudar na estabilização do país, Raul Cabral discorda.

"Penso que a ONU tem desempenhado um papel crucial e não há nenhuma dúvida que as coisas poderiam ser muito piores se as Nações Unidas não estivessem lá para ajudar. Mas a ONU só pode ajudar quando as partes envolvidas estão dispostas a isso", ressalvou.

Para o responsável, é uma questão de tempo até o país encontrar o seu passo. O guineense admitiu que foi apanhado de surpresa ao saber da notícia da demissão do Governo, porque estava entusiasmado com o rumo que o país estava a tomar.

"Fui apanhado de surpresa com o que aconteceu. Desta vez que o partido líder PAIGC conseguiu maioria, a Guiné-Bissau estava no bom caminho e tinha todo o apoio internacional", disse.

Em março deste ano, o então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira foi à mesa redonda de doadores em Bruxelas com o objetivo de conseguir 427 milhões de euros de ajudas financeiras. A União Europeia prometeu um apoio de 160 milhões de euros e Portugal outros 40 milhões.

Cabral destacou o facto de, desta vez, não ter havido nenhuma intervenção militar e que utilizaram-se os mecanismos jurídicos para resolver o impasse político.

"Esta situação poderia ter sido evitada, mas é de aplaudir o fato de que todos comediram as suas ações, o que permitiu que a solução fosse encontrada. Muito embora tenha levado tempo, foi uma solução negociada que utilizou as instituições jurídicas e legais", reforçou.

Para Cabral, a Guiné-Bissau tem todas as condições para ser um país de êxito e caberá aos seus governantes utilizarem o "bom senso" e os mecanismos institucionais. O responsável destacou ainda a necessidade de reforçar os mecanismos de prevenção de conflito e promoção de diálogo para detetar e impedir futuros males e problemas.

Cabral disse ter "muita fé" na Guiné-Bissau e no seu povo, e referiu estar convencido de que será possível encontrar uma solução pacífica e sustentável. "Como africano, partilho do ponto de vista que os problemas devem ser resolvidos pelos africanos e com os africanos. A ONU está lá para dar apoio, ajudar, servir como plataforma de coesão e ser um facilitador", defendeu. Lusa

Terra Ranka: Pescas


A instalação de uma indústria de conservação e redes de distribuição de pescado a nível da Guiné-Bissau deve ocorrerá em breve, anunciou sexta-feira o secretário de Estado das Pescas e Economia Marítima, Ildefonso Barros.

O governante, que falava perante uma delegação de empresários da província chinesa de Jiangsu – de visita ao país desde o dia 26 – acrescentou que estes são os grandes compromissos assumidos pelo governo e o seu parceiro chinês, a Companhia Nacional de Pesca Marítima da China (CONAPEMAC), através de um protocolo de acordo rubricado.

“O processo está muito avançado e espero que em breve possamos ter o privilégio de assistir ao início dos trabalhos de construção”, revelou o secretário de Estado das Pescas e Economia Marítima, indicando que a futura indústria pesqueira fica localizada em Bissau, junto às instalações onde funciona a CONAPEMAC.

Partidos progressistas da CEDEAO reunidos no Benin




"As crises políticas na África Ocidental e o surgimento de uma consciência coletiva progressiva" foi o tema com que o Presidente do Partido Social Democrata beninense, Emmanuel Golou abriu a sessão dos trabalhos da Conferencia dos Partidos de Esquerda da África Ocidental, que ontem iniciou-se no Azalai Hotel Praia em Cotonou, Bénin.

Um total de 23 partidos políticos progressistas, vieram de 11 países para esta reunião de Cotonou. Os delegados durante todo o dia refletiram sobre "a necessidade de um quadro consultivo permanente dos partidos progressistas da África Ocidental". E do “papel que que cabe a estes partidos progressistas na construção e preservação da paz na África Ocidental".

Aquiles Massougbodji, SG PSD, em suas palavras introdutórias e de boas-vindas, destacou as razões para a reunião sub-regional dos partidos progressistas no âmbito da CEDEAO, que considerou como uma iniciativa louvável e oportuna nascida de um projeto do Partido Socialista senegalês.

"a vossa presença em Cotonou para tomarem parte nesta reunião, demonstra a urgência e a necessidade deste encontro da família dos partidos de esquerda, nesta altura em que acrescem as necessidades de uma real e efetiva coordenação entre nós, de forma a encontrarmos uma estratégia comum para reintroduzirmos um mais do que necessário debate político sobre questões de grande importância para o futuro dos nossos países respetivos”, diria ainda Aquiles Massougbodji, SG PSD, para logo concluir que “nós estamos aqui para reconstruir ou afinar os conceitos ideológicos no seio dos nossos partidos, a fim de podermos ideologicamente fazer as mudanças urgentes de que a África Ocidental precisa. Estamos aqui para delinearmos os objectivos e as estratégias da nossa actuação para com o futuro".

Para o Presidente do Partido Social Democrata do Bénin (PSD-Bénin), Emmanuel Golou, “esta reunião é a primeira história de sucesso dos partidos considerados de esquerda, após a falhada tentativa empreendida pelo Presidente Léopold Sédar Senghor em 1946 e este encontro na nossa capital servirá para discutirmos as grandes questões nosso tempo”

Para Emmanuel Golou, “o socialismo é uma abordagem pragmática que não morre com o tempo e que também não morrem com o desaparecimento dos seus mentores”, para logo acrescentar, citamos, “hoje, é preciso uma redefinição de valores e a nossa missão para ter sucesso, é desejável que os nossos partidos resistam e sobrevivam ao tempo, não morrendo com os seus fundadores”.

O Presidente do PSD Emmanuel Golou não deixou de enviar parabéns aos militantes do PSD partidos progressistas cujo país sediou as últimos reuniões deste grupo, tendo também convidado os líderes presentes para desenvolverem acções concertadas entre eles no sentido de se reforçar de forma sustentável a segurança na África Ocidental, ao mesmo tempo que defendia a necessidade de se proceder a importantes reformas políticas e económicas no seio de cada um dos países integrantes do espaço CEDEAO, pois como sustentou, citamos, “é chegado o tempo para que a nossa região e a África faca valer a sua real forca e da necessidade de um esforço consciente e coletivo para extirparmos do nosso seio essa falsa impotência que às vezes nos deixa indefesos".

O camarada Domingos Simões Pereira, fará igualmente uma apresentação da situação política, económica e social da Guiné-Bissau e do papel que cabe ao PAIGC de que é Presidente jogar neste processo conducentes ao reforço da democracia, da unidade e coesão nacionais, do desenvolvimento económico, financeiro, social e cultural do nosso país, com vista ä materialização dos grandes eixos programáticos do PAIGC em prol do desenvolvimento, do progresso e do bem-estar dos guineenses.

sábado, 31 de outubro de 2015

Autoridades da Guiné-Bissau detêm 500 estrangeiros sem documentos


As autoridades da Guiné-Bissau detiveram cerca de 500 cidadãos estrangeiros nos últimos dez dias por circularem sem documentos de identificação, disse hoje fonte do Serviço de Migração, Estrangeiros e Fronteiras no âmbito da operação "Poeira Lanta" (Levanta Poeira) destinada a por cobro a atos de vandalismo e assaltos.

De acordo com a mesma fonte, todos "vão ficar encarcerados até que paguem multa" no montante de 2.500 francos CFA (3,80 euros) por pessoa, sendo agravada para quem não tiver a situação legalizada. A operação "Poeira Lanta" vai prosseguir durante o período festivo de Natal e passagem de ano.

TESTEMUNHO: Determinado


"Meu dignissimo mano Aly,

Sei que não deves lembrar de mim, pois sou o irmão mais novo do ..., um teu grande amigo. No outro dia cumprimentei-te no parlamento (Guineense). Sou um grande fã, e tu és um ídolo!

Admiro a tua coragem, a firmeza, a determinação.

Um abraço do,
B._., Deputado da Nação"


Obrigado, digníssimo Deputado. Um abraço. AAS

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

PAIGC no encontro da Esquerda africana



PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE

Comunicado de Imprensa

Uma delegação de alto nível do PAIGC, chefiada pelo Camarada Presidente Domingos Simões Pereira e integrada ainda pelo camarada Aly Hijazi, Secretário Nacional, encontra-se em Cotonou, Bénin, a convite do Presidente do Partido Social Democrata beninense, Emmanuel Golou, para participar num encontro dos partidos de esquerda da África Ocidental, cujos trabalhos se inicial a 31 de Outubro do corrente mês.

Os objectivos preconizados para este encontro dos partidos de esquerda da África Ocidental, afiliados ou não na Internacional Socialista é o de alcançarem uma plataforma que proporcione um melhor conhecimento entre eles, criar um verdadeiro espaço de solidariedade e cooperação, a par de uma procura de posições similares para as grandes questões de política regional e internacional e de assim poderem fazer face aos diferentes problemas que se colocam perante eles.

Esta procura de solidariedade regional e de reforço de cooperação e solidariedade entre estas forcas politicas da África Ocidental vem sendo reclamada pelas principais forcas políticas africanas ao nível de cada espaço regional, para assim poderem melhor responder aos desafios políticos e de desenvolvimento nos seus respetivos países e sub-regiões africanas.

Neste fórum de grande importância política, o Presidente do PAIGC, camarada Domingos Simões Pereira fará uma dissertação baseada não só na experiencia interna e externa do PAIGC, como igualmente sobre o seu papel e posicionamento perante os grandes problemas políticos e de desenvolvimento que a Guiné-Bissau tem vindo a registar nos últimos 20 a esta data.

O convite do Partido Social Democrata do Bénin ao PAIGC inscreve-se na linha do prestígio do nosso Partido além-fronteiras e da sua nova liderança, marcada principalmente pelos grandes êxitos alcançados pelo seu Executivo e que foram internacionalmente realçados pelos resultados e projeção conferidos a Guiné-Bissau sob a liderança de um Governo de Inclusão liderado pelo PAIGC.

Bissau, 30 de Outubro de 2015

Pelo Secretário da Comunicação a.i.

Oscar Barbosa “Cancan”

PM recebe representante da União Africana


O Primeiro-ministro, Carlos Correia, recebeu em visita de cortesia, o Representante da União Africana – UA, Sr. Ovídio Pequeno, que lhe veio saudar pela sua recente nomeação.



No encontro, com o Chefe do Governo, que foi assistido pelo Conselheiro para a área da Defesa e Segurança, Sr. Luís Melo, foi abordado a problemática da paz e segurança; questões como: o género, o armamento, a desmobilização das Forças Armadas, o Fundo de Pensões e Gratificações, a prevenção de conflitos, etc.

À saída, o Representante da UA, disse ter falado com a Sua Excelência: “um pouco sobre os programas e projetos que a União Africana,” a fim de “receber dele sobretudo orientações que possam ajudar na forma como a União Africana deve atuar.”