segunda-feira, 13 de outubro de 2014
REPORTAGEM: "Mata-bicho" e marchas combatem doença na Guiné-Bissau
Mal o Sol nasce, Amadú Djaló começa a servir o "mata-bicho" e apesar de não ter inventado nenhuma receita contra o Ébola, explica que os faz bem quentes para "queimar o vírus": ali ninguém é infetado, garante.
Sentado à mesa da pequena sala, onde é difícil estar de pé, junto ao mercado de Gabu (cidade da Guiné-Bissau mais próxima da fronteira com Conacri), Amadú fala com os clientes enquanto corta o pão "cuduro" (espécie de baguete) com as mãos nuas, tira manteiga do pote encaixado entre as pernas e serve café fervido numa chaleira ao fogareiro.
Hoje paga mais pelo açúcar e pelo arroz porque desde meados de agosto que a fronteira com a Guiné-Conacri está fechada, medida que faz parte do Plano de Emergência Sanitária para prevenir a entrada do Ébola na Guiné-Bissau.
Há menos mercadorias e os preços sobem. "Podem ser dois erros num só", disse à Lusa, Aladje Cassamá, presidente da associação de comerciantes local, que defende a reabertura das fronteiras.
A falta de mercadorias dos fornecedores da Guiné-Conacri começa a criar dificuldades aos comerciantes e Cassamá acredita que até o controle da epidemia é prejudicado, porque passam a ser utilizados caminhos secundários, não vigiados. "As pessoas passam de moto ou a pé", confirma Dicas Cassamá, diretor de um clube desportivo e correspondente em Gabu de váriAs rádios.
No entanto, com os receios crescentes em relação ao Ébola, "as autoridades estão a controlar a situação e as próprias comunidades fazem denúncias" quando surgem pessoas estranhas ou quando chegam residentes que tenham estado de viagem, acrescenta.
O nome do vírus já não passa despercebido a ninguém: há campanhas de sensibilização nas rádios e com agentes de sensibilização pelas ruas. À custa da prevenção resolvem-se problemas antigos, como o do lixo nas ruas: "Nunca vi Gabu tão limpo como está agora", refere Dicas.
Além disso, há bidões com água e lixívia espalhados por vários pontos da cidade, em especial em serviços públicos e nalgumas lojas, em que cada pessoa deve lavar as mãos ao passar - o que pode ajudar a consolidar hábitos de higiene e evitar outras doenças.
Até o Clube Recreativo e Desportivo de Gabu, que Dicas dirige, tem uma marcha que pede paz e saúde, num apelo à prevenção do Ébola. Sentado a servir pequenos-almoços, Amadú Djaló recita de cor e salteado os sintomas do Ébola, do qual sabe que se deve manter longe. "É medonho. Depende de deus e por isso devemos pedir-lhe para o manter afastado", refere. Especialistas acreditam que é mesmo a distância e os maus acessos entre a Guiné-Bissau e as zonas vizinhas mais afetadas pelo Ébola que estão a ajudar a manter o país livre de vírus.
"A localização da doença na Guiné-Conacri em relação à nossa fronteira é distante", referiu à Lusa, Cristóvão Manjuba, diretor de serviço no Ministério da Saúde guineense que acompanha as medidas de prevenção da epidemia.
As movimentações de pessoas entre os dois lados da fronteira acontecem com o norte da Guiné-Conacri, entre 500 a mil quilómetros de distância dos principais focos da doença, situados no sul do país, onde a epidemia eclodiu no final de 2013. Lusa
Aquilo que cada um é
"Um dia escrevi que tudo é autobiografia, que a vida de cada um de nós a estamos contando em tudo quanto fazemos e dizemos, nos gestos, na maneira como nos sentamos, como andamos e olhamos, como viramos a cabeça ou apanhamos um objecto do chão.
Ora, trazido pelas circunstâncias a viver longe, tornado de algum modo invisível aos olhos de quantos de habituaram a ver-me e a encontrar-me onde me viam, senti (sempre começamos por sentir, depois é que passamos ao raciocínio) a necessidade de juntar aos sinais que me identificam um certo olhar sobre mim mesmo.
O olhar do espelho. Sujeito-me portanto ao risco de insinceridade por buscar o seu contrário.
Seja como for, que os leitores se tranquilizem: este Narciso que hoje se contempla na água desfará amanhã com a sua própria mão a imagem que o contempla."
José Saramago
Cadernos de Lanzarote, Diário-1
Ilha de Lanzarote, Fevereiro de 1994
sábado, 11 de outubro de 2014
Há heróis em Bissau
"A elite política e militar da Guiné-Bissau tem provado que o palco mais intenso da guerra colonial deu origem a um estado falhado. Um dos países mais pobres do Mundo onde o acesso ao poder significa a fuga à miséria e a obtenção de rendas provenientes dos cheques da ajuda internacional e do dinheiro dos narcotraficantes.
É por isso que Bissau tem sido palco de vários golpes que decidem quais os militares com acesso ao pote. Mas neste cenário desolador há muitos guineenses que resistem. Como o jornalista António Aly Silva, detido e agredido pelos golpistas, que ontem escrevia no seu blogue: "O primeiro grau do heroísmo é vencer o medo." Ainda há sinais de esperança no país sonhado por Amílcar Cabral.
Armando Esteves Pereira,
Director-Adjunto do Correio da Manhã"
Sakur(*)
Dus Passo
Primero gestu, tudo balente
Na nha gustu, n'fassi konfianti
Kaminho de orano, listradura di passadu
Pabia di parano, n'na kunsi kansado
Bentu fresku, na nha kaminhada
Sigridan Seku, kombersa camarada
Kaminhu kun na pensa, des povo kansado
Ku misti diskansa, pa fassil santadu
Primero passu, tudo galante
Terreno falso, jovem balente
Segundo passo, tudu manso
Ku nha bom senso, n'na pensa tenso
Orquestra Super Mama Djombo
Letra: 'Atchutchi' - Chefi do Orkestra (i ka djuntu ku di guerra), di arti (i ka di kil arti barato)
(*) Sakur igual a Grito de Socorro
URGENTE: Precisa-se de uma ambulância e de uma vaga no hospital psiquiátrico Júlio de Matos, para ir buscar o mandinti a Mafra. P.S.: Levem um colete de forças porque o gajo está maluco dos cornos. Esse jornaleiro está com dor de cotovelo, pois sabe que NUNCA ganhará um prémio pelos direitos humanos. Vai espumar para o car@1#o!!! AAS
Precisas é de uma BALA para acabar! Morra o mandinti, pum! - engasgado no seu ódio visceral. Eu escrevo o obituário, sem problemas, ou peço ao segurança semi-analfabeto para o fazer, com os pontapés na gramática que todos lhe reconhecemos... Tudu manera bô djusta nam, cabrões!!, AAS
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Grande Botche: "Se depender do Governo, a TAP pode retomar os voos com total segurança hoje mesmo"
O ministro da Administração Interna da Guiné-Bissau, Botche Candé, garantiu hoje que o Governo dá "total segurança" à TAP para retomar os voos regulares para Bissau a partir do próximo dia 28. "Se dependesse do Governo a TAP pode retomar os seus voos com total segurança hoje mesmo", disse o ministro da Administração Interna, que entre outros serviços, tutela o aeroporto internacional Osvaldo Vieira.
A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) deve retomar os seus voos regulares para Bissau no dia 28 deste mês depois de rubricar com o novo Governo guineense (saído das eleições) um protocolo contendo algumas medidas de segurança que devem ser encetadas pela parte guineense.
Afinal, o PR José Mário Vaz até tinha razão...
...A própria Associação Sindical dos Magistrados Judiciais Guineenses, que escreveu uma carta aberta a tentar defender o indefensável, NÃO SABE qual o seu endereço de correio electrónico. É caso para dizer...em casa de ferreiro, espeto de pau! Vá, um sorrizinho:
As instituições da Guiné-Bissau estão, sempre foram, organizadamente...desorganizadas! AAS
TURISMO: Domingos Bragança reuniu-se com Secretário de Estado do Turismo da Guiné-Bissau, Vicente Fernandes
Encontro institucional permitiu estreitar relações com o país da costa ocidental de África. Périplo do governante incluiu visita a edifícios vimaranenses simbólicos.
O Presidente do Município de Guimarães, Domingos Bragança, reuniu-se esta quinta-feira, 09 de outubro, com o Secretário de Estado do Turismo da República da Guiné-Bissau, Vicente Fernandes. O encontro, que decorreu na Câmara Municipal de Guimarães, teve como objetivo estreitar relações institucionais, tendo em vista a realização de eventuais parcerias com entidades, empresas e operadores turísticos vimaranenses.
Na deslocação realizada a Guimarães, o Secretário de Estado do Turismo da Guiné-Bissau, que recentemente entrou em funções, estando no cargo desde o passado mês de julho, visitou alguns dos locais mais emblemáticos da cidade, tendo estado no Centro Histórico, Castelo, Paço dos Duques de Bragança, Plataforma das Artes e da Criatividade.
«Guimarães quer contribuir para o desenvolvimento da região, sabendo que estamos inseridos numa escala global onde a nossa imagem identitári
a é uma referência. É um prazer e uma honra termos entre nós tão ilustre convidado, que nos visita em missão institucional e com o objetivo de criarmos laços num futuro próximo», afirmou Domingos Bragança, após a reunião.
«Estou muito satisfeito pela forma como fui recebido na cidade onde nasceu Portugal. Guimarães tem um património valiosíssimo e um elevado potencial turístico, com pessoas e um tecido económico muito empreendedor», referiu o Secretário de Estado do Turismo da Guiné-Bissau. «A oferta turística do nosso país, além do sol e da praia, também contempla a diversidade cultural, elementos históricos e a biodiversidade», acrescentou Vicente Fernandes.
Refira-se que, no final do último mês de julho, Portugal e a Guiné-Bissau assinaram um acordo que permitirá retomar as ligações aéreas entre os dois países, o que deverá acontecer, ao que tudo indica, a partir do próximo dia 28 de outubro. O protocolo de cooperação, formação e capacitação foi celebrado nas áreas das migrações e controlo de fronteiras. Fonte: Correio do Minho
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
DEMITIDOS: Denúncia do DC provoca duas baixas na polícia, ambos de nome SALIU
Telejornal de hoje, da Televisão da Guiné-Bissau: Agora, falta pôr os patins ao ministro dos Negócios Esquisitos...
MULTA E PERDIÇÃO: Por causa desta denúncia, caíram dois Saliu (o Saliu que passou a 'multa' foi inteligente na altura: não pôs o apelido). Resultado? Lixou dois Saliu. Obrigado, Ministro Botche Candé. Guineenses, já sabem, se sentirem que foram enganados/roubados, mandem a prova. Será fatal! AAS
OPINIÃO/EDUCAÇÃO: 'A inversão de prioridades está a matar a Guiné-Bissau'
"Aly,
Quero felicitar-te pela tua opinião sobre o Ensino Superior na nossa terra e dizer que concordo absolutamente contigo. A inversão de prioridades esta a matar aquele Pais. E óbvio que precisamos antes de tudo de uma boa qualidade no ensino de base, com professores bem formados, que dominem as matérias e principalmente as línguas em que estas são leccionadas.
Carecemos igualmente, como bem realçaste, de escolas de formação técnico profissional, para formar mao de obra especializada em diferentes sectores necessários ao desenvolvimento da nossa terra. Ja chega de cursos sem nenhuma qualidade cientifica/pedagógica, Basta de universidades que não possuem um corpo docente digno desse nome e que só contribuem para colocar na sociedade indivíduos mal formados que irão engrossar o time de frustrados, que fazem da política o seu ganha pão, por não terem outras competências.
Obrigada pela tua clarividência! Um abraço,
B. N."
NOTA 10, minha cara senhora! AAS
OPINIÃO: Vírus Ébola - O embuste
Por: MANUEL PINTO COELHO(*)
Fonte: Publico.pt
Ao contrário da ideia com que se fica pela leitura da imprensa, não existe qualquer razão para recear que o vírus Ébola se possa transformar numa pandemia à escala mundial. Tem tanto de extraordinária como de caricata a histeria que vai por esse mundo por causa da “catástrofe” provocada pelo vírus Ébola.
A imprensa internacional fala de 1229 mortos entre Março e Agosto de 2014. Ora bem, se consultarmos a página da OMS sobre este assunto, veremos que na realidade foram 788 os casos de óbito formalmente identificados como causados pelo vírus Ébola, um número bem inferior aos 1,2 milhões de mortes causadas pela malária (paludismo). O número remanescente limitou-se a traduzir os casos “suspeitos” ou “prováveis”.
As imagens televisivas com que fomos recentemente presenteados, mostrando-nos técnicos de saúde, quais marcianos envergando complexas máscaras junto de doentes suspeitos, são totalmente insensatas e dignas de um mau filme de ficção científica.
É importante saber-se que o vírus Ébola não se transmite com facilidade. Para haver transmissão do vírus, tal como acontece com o vírus da SIDA - o VIH - é necessário um contacto direto com um líquido biológico do doente, como o sangue, as fezes ou o vómito.
O vírus Ébola é sobretudo perigoso quando mal acompanhado. Como os doentes infetados morrem de desidratação ou de hemorragias, então o tratamento consiste logicamente na hidratação e/ou transfusão sanguínea, e não na administração de uma qualquer vacina ou hipotético medicamento.
Como a solução contra a epidemia consiste essencialmente em respeitar medidas simples usando o bom senso - higiene, boa nutrição, vitaminas C e D nas doses adequadas -, a verdadeira prioridade nos países tocados pelo flagelo, deveria ser criar infra-estruturas médicas de forma a fornecer aos doentes os cuidados médicos de base.
Seria bom que se soubesse que não há qualquer transmissão por via aérea, ou seja, quando uma pessoa fala ou tosse, não vai espalhar o vírus pelo espaço aéreo circundante. Assim sendo, ao contrário da ideia com que se fica pela leitura da imprensa, não existe qualquer razão para recear que o vírus Ébola se possa transformar numa pandemia à escala mundial.
Semear o pânico pode ser um negócio muito lucrativo que importa desmontar. Veja-se o que se passou ainda recentemente (2005) com a “pandemia eminente” da “gripe das aves”. Através da sábia manipulação da opinião pública, a consequência foi uma totalmente desnecessária vacinação em massa da população com o consequente enriquecimento de alguma indústria farmacêutica por um lado, e esvaimento dos cofres públicos em muitos milhares de euros em vacinas usadas e… não usadas, por outro. O antiviral “milagre” Tamiflu limitou-se tão-só a reduzir a duração dos sintomas em menos de um dia, sem conseguir limitar minimamente as hospitalizações.
Os títulos sensacionalistas martelados por alguma imprensa nas últimas semanas não fazem qualquer sentido. Importa que não nos deixemos submergir pela informação viciada e pela mentira. A reação totalmente excessiva face a este problema corre o risco de provocar uma catástrofe humanitária de dimensões bem superiores à provocada pelo próprio vírus Ébola.
A medida tomada recentemente pelo governo da Serra Leoa, que interditou o albergue e os cuidados dados a estes doentes – única forma de os salvar -, mimoseando com a pena de dois anos de prisão os seus infractores, bem como uma outra tomada pelo governo da Libéria, ordenando aos soldados que atirassem a matar sobre as pessoas que procurassem passar a fronteira como forma de impedir a propagação da epidemia, é inacreditável.
O mito dum passageiro africano infetado pela doença, no avião, que poderia infetar o país europeu onde desembarcasse é da mesma forma totalmente irrealista e traduz uma total ignorância sobre a realidade do vírus Ébola. À semelhança do que se passou com a “gripe das aves” importa não enviar camiões de vacinas ou medicamentos para África ou para onde quer que seja. Tal servirá unicamente para enriquecer alguns laboratórios farmacêuticos.
A psicose informativa vigente, reprimindo as populações e isolando dezenas de milhares de infelizes criaturas, homens, mulheres e crianças, postos em quarentena na Libéria com medo dum contágio que nunca acontecerá se não houver contacto direto com os líquidos orgânicos do portador da doença, tem de ser urgentemente desmontado e desmascarado.
Não podemos aceitar a reedição dum negócio das arábias à custa da boa fé ingénua e da desinformação do incauto cidadão.
(*) Médico, doutorado em Ciências da Educação
Fonte: Publico.pt
Ao contrário da ideia com que se fica pela leitura da imprensa, não existe qualquer razão para recear que o vírus Ébola se possa transformar numa pandemia à escala mundial. Tem tanto de extraordinária como de caricata a histeria que vai por esse mundo por causa da “catástrofe” provocada pelo vírus Ébola.
A imprensa internacional fala de 1229 mortos entre Março e Agosto de 2014. Ora bem, se consultarmos a página da OMS sobre este assunto, veremos que na realidade foram 788 os casos de óbito formalmente identificados como causados pelo vírus Ébola, um número bem inferior aos 1,2 milhões de mortes causadas pela malária (paludismo). O número remanescente limitou-se a traduzir os casos “suspeitos” ou “prováveis”.
As imagens televisivas com que fomos recentemente presenteados, mostrando-nos técnicos de saúde, quais marcianos envergando complexas máscaras junto de doentes suspeitos, são totalmente insensatas e dignas de um mau filme de ficção científica.
É importante saber-se que o vírus Ébola não se transmite com facilidade. Para haver transmissão do vírus, tal como acontece com o vírus da SIDA - o VIH - é necessário um contacto direto com um líquido biológico do doente, como o sangue, as fezes ou o vómito.
O vírus Ébola é sobretudo perigoso quando mal acompanhado. Como os doentes infetados morrem de desidratação ou de hemorragias, então o tratamento consiste logicamente na hidratação e/ou transfusão sanguínea, e não na administração de uma qualquer vacina ou hipotético medicamento.
Como a solução contra a epidemia consiste essencialmente em respeitar medidas simples usando o bom senso - higiene, boa nutrição, vitaminas C e D nas doses adequadas -, a verdadeira prioridade nos países tocados pelo flagelo, deveria ser criar infra-estruturas médicas de forma a fornecer aos doentes os cuidados médicos de base.
Seria bom que se soubesse que não há qualquer transmissão por via aérea, ou seja, quando uma pessoa fala ou tosse, não vai espalhar o vírus pelo espaço aéreo circundante. Assim sendo, ao contrário da ideia com que se fica pela leitura da imprensa, não existe qualquer razão para recear que o vírus Ébola se possa transformar numa pandemia à escala mundial.
Semear o pânico pode ser um negócio muito lucrativo que importa desmontar. Veja-se o que se passou ainda recentemente (2005) com a “pandemia eminente” da “gripe das aves”. Através da sábia manipulação da opinião pública, a consequência foi uma totalmente desnecessária vacinação em massa da população com o consequente enriquecimento de alguma indústria farmacêutica por um lado, e esvaimento dos cofres públicos em muitos milhares de euros em vacinas usadas e… não usadas, por outro. O antiviral “milagre” Tamiflu limitou-se tão-só a reduzir a duração dos sintomas em menos de um dia, sem conseguir limitar minimamente as hospitalizações.
Os títulos sensacionalistas martelados por alguma imprensa nas últimas semanas não fazem qualquer sentido. Importa que não nos deixemos submergir pela informação viciada e pela mentira. A reação totalmente excessiva face a este problema corre o risco de provocar uma catástrofe humanitária de dimensões bem superiores à provocada pelo próprio vírus Ébola.
A medida tomada recentemente pelo governo da Serra Leoa, que interditou o albergue e os cuidados dados a estes doentes – única forma de os salvar -, mimoseando com a pena de dois anos de prisão os seus infractores, bem como uma outra tomada pelo governo da Libéria, ordenando aos soldados que atirassem a matar sobre as pessoas que procurassem passar a fronteira como forma de impedir a propagação da epidemia, é inacreditável.
O mito dum passageiro africano infetado pela doença, no avião, que poderia infetar o país europeu onde desembarcasse é da mesma forma totalmente irrealista e traduz uma total ignorância sobre a realidade do vírus Ébola. À semelhança do que se passou com a “gripe das aves” importa não enviar camiões de vacinas ou medicamentos para África ou para onde quer que seja. Tal servirá unicamente para enriquecer alguns laboratórios farmacêuticos.
A psicose informativa vigente, reprimindo as populações e isolando dezenas de milhares de infelizes criaturas, homens, mulheres e crianças, postos em quarentena na Libéria com medo dum contágio que nunca acontecerá se não houver contacto direto com os líquidos orgânicos do portador da doença, tem de ser urgentemente desmontado e desmascarado.
Não podemos aceitar a reedição dum negócio das arábias à custa da boa fé ingénua e da desinformação do incauto cidadão.
(*) Médico, doutorado em Ciências da Educação
+ 1 PROTESTO: Directamente do Jardim, as Sereias reclamam...
"Protesto de Coimbra
Caro Aly,
Seguidor assiduo do teu blog, li com prazer o artigo de "Ba Garandi", que além de felicitá-lo, subscrevo largamente a sua opinião quanto à qualidade dos "novos homens" que se formam na Guiné-Bissau. Deixam muito a desejar.
No entanto, apesar do mérito do seu artigo, agradecia-lhe que retirasse o nome do Abdu Mané, como um produto de formação de Coimbra, pois esse sujeito decerto nunca na vida atravessou o Mondego para estudar na prestigiada Lusa Atenas...quiça, para assistir à Queima das Fitas enquanto se queimava a repetir as cadeiras em Lisboa.
Por amor de Deus, Coimbra nunca teve um parto com essa obtsusidade juridica. Pelas margens do Mondego, não passaram felizmente, nem o Abdu, nem o Na Walna, graças a Deus. De resto os meus parabéns de novo para o artigo de "Ba Garandi".
Estamos juntos.
O poeta do Jardim das Sereias"
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