terça-feira, 16 de setembro de 2014
ÚLTIMA HORA: Biague Na Ntam, Vice-Chefe do Estado Maior do Exército e actual chefe da Casa Militar do Presidente da República, poderá vir a ser o próximo CEMGFA. AAS
Fodé Cassama, Emilio Costa, Watna na Lai, Sandji Fati e Celestino de Carvalho são nomes que estiveram em cima da mesa. AAS
ÚLTIMA HORA/PARTO NORMAL OU CESARIANA? Nos bastidores para a escolha de um novo CEMGFA, fala-se em surdina que a CEDEAO 'quer' Emilio Costa (como se a CEDEAO fosse para aqui chamada...). Há quem aposte que José Mário Vaz vai nomear outro oficial, membro do mesmo grupo étnico do Indjai, porque detém influência nas tropas. AAS
Exoneração aplaudida
Os representantes de diferentes organismos internacionais acreditados na Guiné-Bissau, aplaudoram hoje a decisão do Presidente da República, José Mário Vaz, de exonerar o general António Indjai do cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses.
Joaquim Ducay, Ovídio Pequeno, Miguel Trovoada, todos foram unânimes em destacar a forma «oportuna» como o Presidente da República soube decidir em relação à matéria, o que vai agora abrir, de forma efectiva, caminho para restabelecer as relações com a comunidade internacional e para a reforma das Forças Armadas.
Os diplomatas ao serviço da União Africana, da ONU e da União Europeia frisaram que se trata de uma decisão soberana, da qual o Presidente da República goza de uma prerrogativa constitucional em nomear e exonerar o Chefe de Estado-maior General das Forcas Armadas.
ÚLTIMA HORA: A reunião do conselho de Defesa terminou há momentos. Segue-se a reunião do conselho de Ministros, que deve acontecer ainda esta tarde para apresentar a proposta do novo CEMGFA. Só depois o conselho de Defesa voltará a reunir, e dali sairá o decreto que nomeará o substituto de António Indjai. AAS
OPINIÃO: Sem retorno
"O tanto esperado, decreto presidencial de exoneração do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense, o general Antonio Injai, foi ontem tornado publico ao povo guineense. De surpreendente, talvez apenas o seu timing do seu anuncio.
A hora que se lia o tão esperado decreto de exoneração, chovia torrencialmente em Bissau e, por essa razão a maioria dos citadinos de Bissau estavam resguardados em suas casas perdidos em outros afazeres. Mesmo os mais afoitos e aversos ao aconchego caseiro que costumeiramente deambulam pelas ruas de Bissau à procura de catorzinhas, foram quiça aconselhados por uma voz amiga a não se aventurarem longe da casa porque "kau ka sta nada bom". Bissau no seu habitual suspense da imprevisibilidade.
A verdade é que, o decreto presidencial foi anunciado e não ha retorno possivel. Agora ha-que aguardar eventuais reacções e, em consequência, quem de direito assumir as despesas desse acto, ha muito imperioso, para permitir que o pais saisse do marasmo da desconfiança e do obstracismo da Comunidade Internacional (CI). O acto deve ser assumido com responsabilidade coragem e demais aléas que lhe são inerentes, mas havia que ser tomado e deve ser apoiado com firmeza por todos os guineenses de boa-fé.
Para nosso alivio seria bom, subentende-se, que desse decreto presidencial de exoneração do CEMGFA, cairão igualmente os chefes de todos os demais ramos das Forças Armadas (FA), assim como toda a cadeia de comandos das nossas FA e, assim partir-se para uma nova e renovada nomenclatura das nossas celebras FARP em bases novas e republicanas.
E bom, que o caso da exoneração do CEMGFA seja tratado com a devida e adequada terapia, como se de um gérmem cancerigino se tratasse para que as suas raizes não continuem a propagar o mal. Neste casos, deve-se expurgar e neutralizar todas as estirpes malignas conscientemente instaladas pelo general exonerado, os quais tinha ao seu serviço de facas longas, nomeadamente as criminosas e temidas celulas denominadas Esquadrões da morte.
Trata-se de um grupo de marginais em uniforme, surgidos logo apos o golpe de abril 2012, as temiveis e sanguinarias guardas pretorianas do general e as hordas de milicias tribais "yanque-yanques" de Kumba Yala que semeiam a desordem e a violência em nome dos seus esbirros de mandatarios politicos. Enfim, desactivar e desmantelar todas as células militares e para-militares de tendência claramente tribal, criadas tendencialmente para perpetuar a hegemonia do medo e do terror através da força das armas e da violência.
Contrariamente, se se limitarem a uma mera cosmética de exoneração de fachada, sem ir ao fundo da questão e cortar as raizes do mal maquiavélicamente implantados no seio das FA e Forças de Segurança (FS), é como se cortassemos somente uma cabeça da Hidra e deixar as outras seis cabeças livres na suas acções de violência, assassinatos impunemente praticada até a data presente.
Assim, a bem da Guiné-Bissau, exige-se que se expurgue esse mal maligno que nos foi impostos, banindo as suas raizes de uma vez por todas, para o bem da pais.
Cristiano Ronaldo"
ÚLTIMA HORA: Presidente da República José Mário Vaz já recebeu o Ovídio Pequeno e está agora reunido com Miguel Trovoada. Agenda para a tarde de hoje: receber partidos Politicos, e o conselho de Defesa. Tudo para explicar as razões da exoneração do Indjai. E começa, assim, o processo para a escolha de um novo CEMGFA. AAS
Ausência
"Bom dia, meu caro Aly
Apesar de todas as situaçoes por que tem passado, gostaria de lhe endereçar os meus votos de sucessos e de muita coragem. Nao tenho encontrado melhores palavras que lhe possa atribuir pelos esforços que tem tido para com todos os Guineenses e demais amigos deste martirizado povo.
Estou escrevendo lhe porque nao consigo encontrar onde procurar resposta a uma situaçao meramente delicado, trata-se da alusiva data de aniversario da morte do nosso saudoso lider imortal que foi realizado na sua terra natal, cidade de Bafata que ficou marcado com a AUSENCIA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA, pelo que se sabe que ele esta presente no país e que nunca poderia ter faltado a uma cerimonia desta.
Sera que os dois primeiros Chefes ja andam de costas voltadas? E se for. Em detrimento de que? O que anda de mal entre estas duas Instituiçoes?
Lembrando muitissimo bem que o mal estar de certas chefias sempre gerou motivos de GOLPES DE ESTADO.
Francamente estou chateado! E nao quero ouvir mal entendidos entre as Instituiçoes de Estado, porque isso gera conflitos e a razao destes conflitos reflecte a falta de sentido de ESTADO dos nossos politicos.
Abraços enormes
A.U."
Cônsul da Guiné-Bissau em Macau, John Lo, está em Bissau e já foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Lopes da Rosa, e está ainda prevista uma audiência com o Presidente da República. Isso mostra, em parte, a ligação de John Lo ao mais alto nível, mesmo depois dos vários escândalos noticiados pelo DC, sobre os desmandos no consulado de Macau. Aliás, DC sabe que John Lo quer passar a responder directamente ao MNE e ao PR. AAS
OPINIÃO: E agora, Indjai?
"Hora ku bu odja kon
Riba di montanha i na malkria
I na gassali tchon, i na kebra ramu i na fertcha pedra
Ka bu pukenta, kon ku na bin lanta i bai
Montanha nunca, nunca i ka na muda" - Orquestra Super Mama Djombo
Num processo guardado longe dos olhos e dos ouvidos da imprensa, e do próprio António Indjai (que não foi tido nem achado, e nem devia...) a noite do dia 15 de setembro ficará nos anais da nossa democracia: a exoneração do CEMGFA António Indjai marca o fim de quase três anos de medo, e o começo da estabilização da Guiné-Bissau.
Mas atenção, muita atenção: Os 'operacionais' do golpe de Estado de 12 de abril FORAM INCORPORADOS À PRESSÃO NA TROPA, sem que ninguém desse conta (ou, se deram, não se manifestaram; ou manifestaram-se e eu nem dei conta). Estão lá, no Estado-Maior. São a guarda pretoriana do Indjai, os homens para o trabalho sujo. Aliás, em Cumeré, durante a preparação militar, deixaram a sua marca: dois cadáveres. Gente simples, servidores do Estado assassinados a sangue frio...responsabilidades? O que é isso, doutor...
DE AUTORES DO GOLPE a 'militares'. António Indjai pensou em tudo...
A propósito, um deles confidenciou-me, à saída do meu tormentado cativeiro na Amura, que "foram chamados para fazer o golpe, com a promessa de que seriam pagos." Na falta do dinheiro, começaram a pilhar tudo: desde carros, a outros bens mateiriais que roubaram das várias residências nessa noite e nos dias seguintes. Algums compraram mercedes descapotáveis, jeep's, construíram casas. E traficaram toneladas de cocaína para a Europa, EUA - eles e aquela estirpe perniciosa e desgraçada pomposamente chamada de governo de transição, um catálogo de bandidos como nunca se viu no nosso País.
Portanto, a exoneração do Indjai (que equivale a levar com ele os chefes dos três ramos das forças armadas) por si só não chega. Há que limpar as forças armadas, eliminar os rambos e ninjas, e depois recrutar gente que sabe ler e, sobretudo, que percebe aquilo que leu. Enfim, gente que não confunda a caneta com a catana ou vice versa.
Aproveitemos a embalagem. O tempo está a favor das autoridades legítimas de Bissau. A saída de António Indjai era uma questão de tempo, pois ele tornou-se ilegal desde que depôs o Zamora Induta e manteve o Governo refém... Quando aconteceu o golpe de 12 de abril Indjai já era um pária, acossado e depois acusado pelos EUA de tráfico de drogas e associação terrorista, não perde pela demora...
O próximo CEMGFA deve ser escolhido com cautela. Terá de ser alguém insuspeito e com pulso. Acima de tudo respeitado - e não temido - pela classe catrense. Nada de medos, portanto. Não faço ideia dos nomes que estão em cima da mesa, mas acredito que será consensual. Deus abençoe a Guiné-Bissau. António Aly Silva
Riba di montanha i na malkria
I na gassali tchon, i na kebra ramu i na fertcha pedra
Ka bu pukenta, kon ku na bin lanta i bai
Montanha nunca, nunca i ka na muda" - Orquestra Super Mama Djombo
Num processo guardado longe dos olhos e dos ouvidos da imprensa, e do próprio António Indjai (que não foi tido nem achado, e nem devia...) a noite do dia 15 de setembro ficará nos anais da nossa democracia: a exoneração do CEMGFA António Indjai marca o fim de quase três anos de medo, e o começo da estabilização da Guiné-Bissau.
Mas atenção, muita atenção: Os 'operacionais' do golpe de Estado de 12 de abril FORAM INCORPORADOS À PRESSÃO NA TROPA, sem que ninguém desse conta (ou, se deram, não se manifestaram; ou manifestaram-se e eu nem dei conta). Estão lá, no Estado-Maior. São a guarda pretoriana do Indjai, os homens para o trabalho sujo. Aliás, em Cumeré, durante a preparação militar, deixaram a sua marca: dois cadáveres. Gente simples, servidores do Estado assassinados a sangue frio...responsabilidades? O que é isso, doutor...
DE AUTORES DO GOLPE a 'militares'. António Indjai pensou em tudo...
A propósito, um deles confidenciou-me, à saída do meu tormentado cativeiro na Amura, que "foram chamados para fazer o golpe, com a promessa de que seriam pagos." Na falta do dinheiro, começaram a pilhar tudo: desde carros, a outros bens mateiriais que roubaram das várias residências nessa noite e nos dias seguintes. Algums compraram mercedes descapotáveis, jeep's, construíram casas. E traficaram toneladas de cocaína para a Europa, EUA - eles e aquela estirpe perniciosa e desgraçada pomposamente chamada de governo de transição, um catálogo de bandidos como nunca se viu no nosso País.
Portanto, a exoneração do Indjai (que equivale a levar com ele os chefes dos três ramos das forças armadas) por si só não chega. Há que limpar as forças armadas, eliminar os rambos e ninjas, e depois recrutar gente que sabe ler e, sobretudo, que percebe aquilo que leu. Enfim, gente que não confunda a caneta com a catana ou vice versa.
Aproveitemos a embalagem. O tempo está a favor das autoridades legítimas de Bissau. A saída de António Indjai era uma questão de tempo, pois ele tornou-se ilegal desde que depôs o Zamora Induta e manteve o Governo refém... Quando aconteceu o golpe de 12 de abril Indjai já era um pária, acossado e depois acusado pelos EUA de tráfico de drogas e associação terrorista, não perde pela demora...
O próximo CEMGFA deve ser escolhido com cautela. Terá de ser alguém insuspeito e com pulso. Acima de tudo respeitado - e não temido - pela classe catrense. Nada de medos, portanto. Não faço ideia dos nomes que estão em cima da mesa, mas acredito que será consensual. Deus abençoe a Guiné-Bissau. António Aly Silva
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Exonerado
O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, exonorou hoje o general António Indjai do cargo de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, de acordo com um decreto presidencial.
O líder militar esteve à frente do golpe de Estado de 2012 e a sua substituição era admitida por círculos políticos e militares na sequência da eleição de novas autoridades, que tomaram posse em junho e julho.
"É o general António Indjai exonerado do cargo de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas. Este decreto entra imediatamente em vigor", referem os dois únicos artigos do decreto presidencial lido às 21:30 locais (22:30 em Lisboa) na Rádio Nacional.
O líder militar esteve à frente do golpe de Estado de 2012 e a sua substituição era admitida por círculos políticos e militares na sequência da eleição de novas autoridades, que tomaram posse em junho e julho.
"É o general António Indjai exonerado do cargo de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas. Este decreto entra imediatamente em vigor", referem os dois únicos artigos do decreto presidencial lido às 21:30 locais (22:30 em Lisboa) na Rádio Nacional.
Subscrever:
Mensagens (Atom)