sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
TAP: Acordo para retoma dos voos será assinado brevemente
A TAP suspendeu os seus voos para Guiné-Bissau desde Dezembro passado, na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 sírios no aeroporto de Bissau rumo a Lisboa. Portugal e a Guiné-Bissau vão assinar na segunda-feira de manhã um acordo para retomar as ligações aéreas entre Lisboa e Bissau, confirmou à Lusa uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
O protocolo de cooperação, formação e capacitação nas áreas das migrações e controlo de fronteiras será assinado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, e pelo seu homólogo da Guiné-Bissau, Mário Lopes da Rosa, em Lisboa, estando também presentes os primeiros-ministros dos dois países.
"Falta limar o acordo Estado a Estado para dar garantias de segurança nos voos, e aliás foi essa a razão da interrupção dos voos, e quando estiver concluído esse acordo, a TAP terá depois de decidir, enquanto empresa, a retoma dos voos", disse o ministro Rui Machete na Guiné-Bissau, quando participou na cerimónia de tomada de posse do seu homólogo.
Questionada pela Lusa sobre a ligação entre este protocolo e a retoma das ligações aéreas diretas entre Lisboa e Bissau, uma fonte oficial afirmou que "a TAP neste momento não tem ainda informação oficial sobre a existência de condições a nível diplomático para retomar os voos, mas mantém a expetativa de retomar a operação logo que possível". A companhia aérea portuguesa, acrescentou, "desde a primeira hora que voa para os países de língua portuguesa e isso faz parte da sua tradição".
Questionada sobre quanto tempo poderá demorar até que sejam retomados os voos, a mesma fonte não quis avançar uma data, mas disse que, de uma forma genérica, o tempo que medeia entre uma decisão deste género e o início da operação costuma demorar dois a três meses, normalmente usados para criar condições técnicas, abrir os mercados e começar a receber reservas para os voos.
A TAP suspendeu os seus voos para Guiné-Bissau desde dezembro passado, na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 sírios no aeroporto de Bissau rumo a Lisboa. Na altura a TAP considerou que só retomaria os voos - que eram três semanais -, depois de as autoridades guineenses garantirem medidas de segurança no aeroporto, que a companhia considera ter sido quebrada com o incidente. Lisa
ADESÃO: Jornal de Angola volta atacar Portugal
O Jornal de Angola volta hoje a criticar Portugal, pela segunda vez em três dias, e novamente sobre a Guiné Equatorial, acusando os portugueses de darem "lições de democracia" quando no país "há crianças a morrer de fome". Em causa está a adesão daquele país, antiga colónia espanhola em África, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), concretizada quarta-feira na Cimeira de Díli, em Timor-Leste, apesar das dúvidas lançadas a partir de Portugal.
"Os portugueses têm um grande orgulho na expansão marítima da qual resultou o seu império. Mas agora há países e povos que guardam a memória desse passado comum e querem pertencer à CPLP. Alguns renegam esse passado e opõem-se ao alargamento da organização. São demasiado pequenos para a grandeza da Língua Portuguesa", afirma o editorial.
No editorial, intitulado "A grandeza da língua", o diário estatal recorda que parte do território da Guiné Equatorial "já foi colónia portuguesa" e que a ilha de Fernando Pó [atual Bioko] recebeu o nome do navegador português, o mesmo acontecendo com a ilha de Ano-Bom. "Mas na pequena ilha [Ano-Bom] está um tesouro da lusofonia: fala-se crioulo [fá d'ambô] que tem por base o português arcaico e que chegou quase incólume aos nossos dias", diz o jornal.
Afirma que "está provado" que aquelas ilhas da "foram povoadas por escravos angolanos" e que Angola pretende "ir lá render homenagem" aos antepassados. "Agora que Fernando Pó e Ano-Bom fazem parte da CPLP, mais facilmente podemos cumprir esse dever. Mas sem a companhia das elites estrábicas, que nem sequer foram capazes de defender a dulcíssima língua portuguesa do Acordo Ortográfico", lê-se.
Sobre as dúvidas em torno da adesão da Guiné Equatorial, o Jornal de Angola já tinha criticado Portugal no editorial de terça-feira, o mesmo dia em que o vice-primeiro-ministro Paulo Portas foi recebido em Luanda pelo Presidente angolano José Eduardo dos Santos.
Hoje é a vez de o ministro da Economia, António Pires de Lima, visitar a capital angolana. "Os angolanos querem saber mais sobre a Língua Portuguesa (...) Os portugueses deviam ter o mesmo interesse, mas pelos vistos só estão interessados em dar lições de democracia, quando dentro das suas portas há crianças a morrer de fome", diz o editorial.
O matutino volta a referir-se às "elites portuguesas ignorantes e corruptas", afirmando que com a introdução do português como língua oficial no país "esse argumento deixou de valer".
Num dos artigos mais críticos de Portugal dos últimos meses, aquele jornal diz que "em Lisboa surgiram numerosas vozes contra a adesão" mas que "nunca chegarão aos céus", provenientes de "políticos e líderes de opinião". "O que revela uma contradição insanável eivada de ignorância e uma tendência inquietante para criar um 'apartheid' nas relações internacionais", escreve o matutino. Diz por isso que não se "compreende" a "soberba" com que em Portugal "tratam a Guiné Equatorial e o Presidente Obiang".
Classifica o tema da pena de morte, invocado por Lisboa, como "muito débil", tendo em conta que os Estados Unidos "executam todos os dias condenados à pena capital" e que "nem por isso os porta-vozes dessas elites querem expulsar o seu aliado da OTAN [NATO]". "Pelo contrário, quando Washington anunciou que ia sair da Ilha Terceira por já não ter interesse na Base das Lajes, todos se puseram de joelhos, implorando que a base aérea continue", crítica, em editorial, o Jornal de Angola. Lusa
quarta-feira, 23 de julho de 2014
NOTÍCIA DC: Governo está 15 mil milhões de FCFA mais rico
Ditadura do Consenso apurou junto de uma fonte do banco central, que o Governo guineense recebeu hoje, na sua conta do BCEAO, 15 mil milhões de FCFA, inicialmente programado, preparado e solicitado pelo governo de trasição. O valor incialmente programado, através do ministério das Finanças, foi de 23 mil e cem milhões de FCFA, que foi autorizado e confirmado em parceria com o BCEAO.
Este valor destina-se principalmente à regularização dos salário e atrasados internos do Estado. A emissão de títulos do tesouro é da exclusiva competência do ministério das Finanças. AAS
COMUNIDADE TRAÍDA E APUNHALADA
Um já cá canta. Falta o Mugabe, outro escroque!
PROTESTO. PROTESTO. PROTESTO. Os cidadãos da CPLP foram traídos, ontem, em Díli pela entrada à socapa da Guiné-Equatorial e da ditadura de Teodoro Obiang na nossa comunidade "de Países de Língua Portuguesa". Sinto-me traído pelos oito países, mas mais pelo meu - a Guiné-Bissau.
Uma moratória por si só, não invalida a pena de morte, adia-a; a língua portuguesa não é nem nunca será falada (o francês, que é a segunda língua oficial não é falada sequer por 5 por cento da população. Obiang continua a roubar o seu povo, a torturar, a matar.
OS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CPLP TRAÍRAM OS POVOS DOS SEUS PAÍSES. TENHAM VERGONHA!!!
Por PROTESTO, o blog não será actualizado com notícias relativas à reunião até que a cimeira acabe, e, com alguma sorte o avião presidencial de Obiang se despenhe algures num oceano qualquer!!! É o meu desejo. António Aly Silva
terça-feira, 22 de julho de 2014
JOMAV convoca primeira reunião do Conselho Superior de Defesa da sua presidência
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, convocou hoje a primeira reunião do Conselho Superior de Defesa do país para uma apresentação formal dos novos membros do órgão, disse o diretor do seu gabinete, Octávio Lopes. Por inerência de funções o Presidente guineense é o comandante-em-chefe das Forças Armadas, pelo que preside ao Conselho Superior de Defesa.
Após a sua investidura no cargo José Mário Vaz convocou o órgão para se apresentar e conhecer os restantes membros, notou Octávio Lopes. Além da apresentação formal entre os membros, a reunião também visava debater a proposta de perfil do novo secretário do Conselho, cujo nome será indicado pelo Governo e ainda falar de diversos assuntos de defesa da Guiné-Bissau.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, também membro do Conselho Superior de Defesa, aproveitou para apresentar ao chefe de Estado a estrutura orgânica do comando militar e «falar de dificuldades e carências» da instituição.
Segundo Octávio Lopes, a reunião ficou marcada pelo «espírito de abertura total» para uma colaboração institucional entre a presidência da Republica, o Governo e as Forças Armadas para a resolução dos problemas. Além do Presidente da República, que preside ao Conselho Superior de Defesa, integram este órgão o primeiro-ministro, os ministros da Defesa, da Administração Interna e das Infra-Estruturas e um deputado. Lusa
AMEN: Bispo Auxiliar pede ajuda a Angola para o desenvolvimento da Guiné-Bissau
D. José Lampra Cá, Bispo Auxiliar
O bispo da Guiné-Bissau, Lampra Cá, pediu hoje o apoio de Angola no processo de desenvolvimento do país, depois de restabelecida a situação constitucional naquele país da comunidade lusófona. O prelado falava à imprensa à margem do XI Encontro dos Bispos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza em Luanda de 21 a 28 deste mês.
Segundo Lampra Cá, a situação envolvendo um Governo de transição que dirigiu a Guiné-Bissau desde 2012 criou várias dificuldades. "Os funcionários públicos não recebem os salários regularmente, como podem imaginar isso criou um mal-estar generalizado, mas agora com as novas autoridades há muita expectativa", disse o bispo.
Após o golpe militar que interrompeu a segunda volta da campanha eleitoral em abril de 2012, a Guiné-Bissau voltou à normalidade constitucional com a realização de eleições legislativas e presidenciais este ano, com a eleição de José Mário Vaz como Presidente da República.
CIMEIRA CPLP: Organização quer apoio internacional para recuperação da Guiné-Bissau
Os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) querem apoiar a Guiné-Bissau e estão empenhadas em reunir apoios da comunidade internacional para garantir o desenvolvimento daquele país, anunciou hoje o ministro timorense dos Negócios Estrangeiros.
José Luís Guterres falava hoje em Díli após o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, que antecede a X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização lusófona, que se realiza esta quarta-feira. "Há o interesse dos nossos países em dar o apoio que for preciso, de acordo com os meios que cada um de nós possuir, para que a Guiné-Bissau consolide o processo democrático, consolide a paz e a estabilidade, condições fundamentais para o arranque e desenvolvimento", afirmou o ministro timorense.
"Há um consenso de que precisamos de fazer mais pela Guiné-Bissau", disse Guterres, que sublinhou que "cada um dos países tem a sua própria conjuntura económica" e, por isso, não se pode dizer que a CPLP "sozinha vai resolver todos os problemas" daquele país africano.
O ministro anunciou que "há a ideia de organizar uma conferência internacional para que os doadores dos diversos países possam dar a sua contribuição", nomeadamente os membros da União Europeia, das Nações Unidas, da União Africana ou da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O governante timorense referiu ainda que a CPLP decidiu renovar o mandato do representante especial para a Guiné-Bissau, Carlos Moura, nomeado no início deste ano. "Certamente ele irá, em consonância com a União Africana e com a CEDEAO, arranjar forma de consultas com vários intervenientes para que encontremos o apoio político e financeiro necessário para fazermos o arranque para o desenvolvimento do país-irmão da Guiné-Bissau", declarou.
Mais do que a possibilidade de cada país de apoiar financeiramente Bissau, os membros da CPLP pretendem "intervir politicamente e mobilizar outros países" para contribuir para aquele país africano. "O governo da Guiné-Bissau tomou posse recentemente e precisará de algum tempo para fazer o plano necessário para saber quais são as necessidades".
A Guiné-Bissau tem um novo Presidente e governo eleitos, depois de mais de dois anos de autoridades de transição, na sequência de um golpe de estado militar, em abril de 2012. O primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, já chegou a Díli para participar na cimeira da CPLP. Lusa
DSP: "Regresso do país à CPLP demonstra solidariedade dos Estados-membros"
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, afirmou hoje que o regresso do país à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma demonstração de solidariedade dos Estados-membros da organização.
Domingos Simões Pereira falava aos jornalistas pouco depois de ter aterrado no aeroporto Nicolau Lobato, em Díli, num avião de uma companhia aérea indonésia que também transportou o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
É uma "demonstração de solidariedade o facto de os países da CPLP nos acolherem de volta e vamos tentar corresponder através das discussões que vão certamente acontecer", afirmou.
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau participa na quarta-feira na X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que vai ficar marcada pelo regresso daquele país à organização, depois de ter sido suspenso por causa do golpe de Estado de 2012, e pela possível entrada da Guiné Equatorial como membro de pleno direito.
"Queria expressar a minha enorme satisfação por estar de volta a Timor-Leste e queria dar os parabéns ao povo e Governo de Timor-Leste por se ter vestido de gala para mais este encontro da CPLP", disse Domingos Simões Pereira.
O chefe do executivo guineense afirmou também esperar que durante o encontro de quarta-feira a CPLP saiba "pavimentar o percurso para os grandes desafios" que a organização vai enfrentar.
Além de Domingos Simões Pereira, aterraram hoje no aeroporto Nicolau Lobato os presidentes de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, de Moçambique, Armando Guebuza, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca e o vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente. O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, deverá aterrar em Díli cerca das 17:00 locais (09:00 em Lisboa), segundo as autoridades timorenses. Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Lusa
segunda-feira, 21 de julho de 2014
CHOCANTE: Hospital Simão Mendes, Bissau, século XXI
COMO SOFRE O POVO DO MEU PAÍS: Três crianças numa cama, com os pés de fora, garrafas de soro penduradas em paus atados à cama... Fidju di Guiné foronta:
"Bentu fresku, na nha kaminhada
Sigridan Seku, kombersa camarada
Kaminhu kun na pensa, des povo kansado
Ku misti diskansa, pa fassil santadu"
Mama Djombo, Dus Passo
OPINIÃO: Sentimento de optimismo, mas...
Hoje, apesar de algumas desilusões geradas à volta de algumas figuras non gratas do actual elenco governativo, vive-se um sentimento generalizado de optimismo, senão de euforia no seio da sociedade guineense, em particular, relativamente à figura do Presidente da Republica e as expectativas criadas à volta do potencial de desempenho do futuro do Chefe do Governo.
Não seria para menos, dado que, Bissau voltou a estar na moda, certo, a custa de muitos sacrificios. Bissau voltou à agenda internacional, pela porta da legitimidade e do respeito, estatuto pelo qual, sempre o seu povo pugnou e lutou estoicamente. Sinais encorajadoras de abertura estão sendo dadas nos varios quadrantes da vida socio-politica nacional, marcando, a retoma do pais ao estatuto de Estado democratico. E bom, é bonito ser legitimo, é bom e reconfortante ser digno da sua representatividade. São bons todos esses sinais..., evidentemente gratificantes, para o povo e para o pais !
Contudo, também é bom aprimorar a nossa faustosa euforia, reconhecendo de que, esses bons sinais, so por isso não bastam para solucionar a enormidade dos problemas que submergem um pais exanque como o nosso, mercê de uma herança catastrofica deixada por um regime de irresponsaveis, orientados por padrões anormais de governabilidade cujas acções sobre o bem publico, foram particularmente pautadas pela incuria e actos de dilinquência primaria, principalmente por parte das figuras mais proeminentes do regime de transição vivida no pais.
Julgo, que devemos ser moderadamente ponderados na nossa legitima euforia. Digo isso, pois hoje, sem citar nomes, constactamos estupefactos, que algumas proeminentes figuras do regime de transição, principais responsaveis pelo estado calamitoso actual do pais, foram paradoxalmente recompensados pelos seus desvairios de ma governação, sendo reintegrados na estructura do novo governo legitimamente eleito – sera que o crime compensa ?!... Na verdade, trata-se de uma realidade chocante, um autêntico não senso que roça à provocação à vontade popular, caso nos atardemos sobre os racios de comportamento delinquentes dessas figuras da transição-golpista, hoje recicladas para servirem num governo democraticamente sufragado.
Sem querer ser maso-pessimista, é minha convicção, de que, mesmo com todos esses sinais de boa fortuna para o pais, eles arriscam-se a ser infimos e com impacto efémero sobre as inumeras questões de emergência nacional, caso essas valências conjunturais, não sejam orientadas para um ciclo de perenidade que proporcione resultados estruturalmente equitativos em todo o tecido nacional. Isso passa igualmente, pela credibilização, quer dos elementos institucionais, mas também, senão principalmente pelas "pessoas/figuras" que aportam a sustentabilidade desse desafio de interesse nacional que não se deve resumir a um jogo de xadrez geopartidario ou geopolitico, como é o caso em presença. Não sendo a questão ponderada dentro dessas premissas, num curto espaço de tempo, inevitavelmente seremos condenados a voltar ao âmago da desilusão e, irremediavelmente cairemos no ciclo do "bota à baixo", lema da sociedade retrocratica dos "krakris".
Por isso, impõe-se ao novo poder democratico emergente, um "alinhamento" com os verdadeiros valores da res publica assente na inevitavel responsabilização dos actos dos servidores do Estado no que toca a gestão da coisa publica, começando pela responsabilização dos servidores do regime cessante, assim como na balização da conduta e responsabilização dos que presentemente se perfilham para a legislatura em curso. E necessario, senão imperioso esse exercicio de cidadania governativa, por forma a aquilitarmos, em cada instância e em cada ciclo de governação do Estado, sobre : "quem", "como", "quando" e "porquê" de tal ou tal situação que se vive na Guiné-Bissau, seja ela presente ou passado.
É ppreciso fazer esse exercicio, sem medos, sem fantasmas ou "rabu di padja". E preciso assacar as responsabilidades de cada um e de cada qual, em cada momento da nossa historia, para que, o pais se possa encarar a si mesmo, se rever nos seus cidadãos e dar novo alento aos ventos de esperança que teimam a soprar nos horizontes do Geba. Não fazer isso, é tentar tapar o sol com a peneira, é atirar areia aos olhos dos nossos concidadãos, é pactuar com a irresponsabilidade e o comodismo tipicamente guineense do "djitu ka tem", "i coitadi dissal", "n'purdal" ou mesmo "n'portam la".
Entretanto, ao "day after" da transição-golpistas, para além deste desafio de "consciência governativa" que se impõe ao novo poder eleito, varios outros assuntos, quiça alguns, de maior acuidado aguardam igualmente soluções por parte dos guineenses ciosos de respostas aos seus ensejos.
Esperam aos novos governantes, desafios enormes e espinhosos. Perante isso, é bom não se acovardarem, tentando furtar-se aos desafios, fingindo ignorar os encolhos que lhe aguardam desafiadoramente ao virar da pagina da retoma democratica. A abordagem dessa confrontação, deve ser assumido de forma corajosa, pragmatica e com a actualidade que se impõe a sua resolução.
Deixando de ser evasivo, falo concrectamente das mudanças no seio da hierarquia militar, principalmente a substituição, necessaria e imperiosa, dos Chefes dos Ramos das Forças Armadas guineenses : a fonte, o principio e o cerne de todos os problemas da Guiné-Bissau.
Infelizmente, ao que parece, até a presente data, apesar da retoma constitucional, teima-se em fazer tabu sobre esse incomodativo "assunto". O novo poder não muge sobre o "assunto" e, mesmo a sociedade civil, activa e presente nos assuntos nacionais, parece ter caido no canto da sereia da aparente submissão dos militares ao poder politico depois das eleições, deixando por esse encanto... a carroça andar até se estatelar abrupta e brutalmente. E infelizmente assim que, num cenario de "sukundi-sukundi", uns fingem que o "assunto" não existe, outros assobiam para o lado evitando tocar ou incomodar-se com o "assunto", ha-os que varrem diplomaticamente o "assunto" para o canto da sala, pensando que com o tempo, passa o fedor e vem a acalmia.
Para mal dos nossos pecados, tudo é, pura mentira, simples ilusão..., o "assunto" esta la e, la continuara. Estara em latência letal ? Em hibernação reactiva ??... Não se sabe... Mas, so se sabera, se alguém tiver a coragem de tocar no "assunto"...nesse caso, todos preferem conviver com o "assunto", assobiando para o lado, com o nariz tapado.
Grupo de Reflexão, "Fongol – Pensar e agir em prol do bem comum".
AMADORISMO: Peripécias várias ditaram derrota na CAN
A Guiné-Bissau perdeu frente à seleção de futebol do Botswana por 2-0, na primeira mão da segunda eliminatória de qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2015 (CAN2015), em Gaberone. Os dois golos da seleção do Botswana foram marcados pelo médio Lemponye Tshireletso.
Fonte do Governo guineense afirmou que o encontro foi antecedido de "muitas peripécias", com oito jogadores guineenses a serem impedidos de participar no jogo devido a "irregularidades" invocadas pelas autoridades do Botswana. "Vamos aguardar pela chegada da delegação para apurar responsabilidades", acrescentou a mesma fonte.
Zézinho, considerado a estrela da seleção orientada por Paulo Torres, foi um dos jogadores impedidos de passar na fronteira do Gana. De acordo com a mesma fonte governamental, em causa está o facto de alguns jogadores não terem visto para entrar no Botswana e de outros por viajarem com passaporte português, uma vez que detêm dupla nacionalidade.
OPINIÃO: "Guiné-Bissau, a última oportunidade"
LUÍS NASCIMENTO
Fonte: Público
Um novo poder apoiado pela comunidade internacional será capaz de lidar com maior pragmatismo e, sobretudo, incutir confiança.
É muito frequente considerar-se a Guiné-Bissau um Estado falhado, à deriva, dominado pelo crime organizado.
Todos os indicadores o demonstram na última década. Está muito próximo desse “estatuto”. Não há presença da Administração estatal eficaz em praticamente nenhum sector da vida nacional. Existem serviços quase todos eles dominados por uma corrupção generalizada e ostensiva, que salta à vista de toda a gente. O Estado não consegue cobrar impostos. As actividades económicas desenrolam-se num autêntico maná de economias paralela, sem taxação, sem controlo de segurança e qualidade.
Alguns destes sectores alimentam-se do caos. Há uma transversalidade do caos.
A Guiné-Bissau foi engolida por problemas de crime organizado, tráfico de drogas, tráfico de seres humanos, o desmatamento, a pesca ilegal, que esgotou os seus recursos naturais. O Porto de Bissau está cheio de contentores carregados de madeiras preciosas que sem destinatários oficiais... alguns governadores provinciais (reconhecidamente corajosos…), denunciam todos os dias estas situações nas páginas dos jornais. Mas não há polícia, guarda-fiscal, exercito, com vontade de parar estes desmandos. Tudo na mais absoluta impunidade. Os tribunais não funcionam, o Ministério Publico tem centenas de processos, sobre crimes graves, incluindo espancamentos de políticos, que estão fechados na gaveta e provavelmente nunca verão a luz do dia.
Há uma sensação de impunidade sobre os militares, umas forças armadas descontroladas, mal alimentadas, mal pagas, sem dinheiro para uniformes, para equipamentos. Ao mesmo tempo há um generalato e almirantado completamente inúteis, desproporcionado em número, que exibe orgulhosamente galões e estrelas brilhantes, e com um poder avassalador. Gente muito “sensível” e orgulhosa.
Desde a guerra civil de 7 de Junho de 1998, que a Guiné Bissau conheceu vários golpes de Estado sangrentos, intentonas, assassinatos consumados de chefes militares, de um Presidente Eleito, tentativa de assassinato de um Primeiro-Ministro no golpe de Abril de 2012.
Nas eleições gerais de Abril e Maio, os eleitores mostraram um cartão vermelho a estes ditadores: querem mudar e querem fazer parte dessa mudança. A grande afluência às urnas em todo o País foi a confirmação de que os guineenses, nas cidades, nas tabancas, na diáspora, querem ser parte de uma transformação radical do actual “status quo”. Os comícios de campanha eleitoral foram marcados pelo civismo. Deve haver poucos lugares no mundo, onde os dois candidatos rivais escolhem para fecho de uma campanha na segunda volta das presidenciais, a mesma praça central de Bissau, em festa, sem discursos inflamados, com os dois campos de apoiantes a trocarem abraços, cumprimentos, entre si.
Fui testemunha privilegiada disso em serviço de reportagem, nos contactos pessoais.
E verifica-se que a generalidade dos guineenses sabe bem que escolhas há a fazer, neste regresso à Ordem Constitucional e no elenco de prioridades, que se podiam encaixar num autêntico programa de emergência nacional.
Não há medicamentos nem alimentos para os doentes internados nos hospitais, o abastecimento de energia electrica é caótico, a capital, Bissau, está quase toda às escuras, não obstante os seus residentes pagarem para ter “saldo”, um pré-carregamento de electricidade. Prolifera a poluição do ar por todo o lado, já que a alternativa à electricidade da rede pública, são os milhares de geradores a gasóleo, que não chegam à maioria dos residentes, mas são o motor do funcionamento de estabelecimentos comerciais, hotéis, edifícios públicos, etc.
Tudo isto encarece a prestação de serviços e bens essenciais.
Bissau é uma cidade cara, alguém me dizia que em “certa medida não anda muito longe do Dubai…”
Os produtores de fruta, deslocam-se do interior para os centros urbanos, para comercializarem os seus produtos, e no tajecto são “portajados” várias vezes por supostos fiscais, tornando a vida insuportável a muitos deles, e tudo inflacionando.
O abastecimento de água é igualmente muito irregular, obrigando muitos guineenses a percorrerem longas distâncias com bidões às costas, para poderem cozinhar e matar a sede. As condições higio-sanitárias são preocupantes, não há recolha de lixo, a alternativa são as queimadas um pouco por toda a cidade. Os esgotos a céu aberto são um autêntico viveiro de mosquitos e de muitas outras coisas insalubres, num país com um clima tropical quente e húmido, onde seres humanos, em especial as crianças e animais, “partilham” uma água pestilenta, perigosa, indutora de doenças como a cólera e a malaria.
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