quarta-feira, 25 de junho de 2014
Defunta desaparece da morgue
Um corpo de uma mulher desapareceu na última madrugada da morgue do principal hospital da Guiné-Bissau e o caso está sob investigação da Polícia Judiciária (PJ) guineense, disse à Lusa fonte familiar.
A morte deu-se na última semana e o corpo devia ser sepultado hoje à tarde, mas terá sido levado por uma pessoa que se apresentou no hospital Simão Mendes como familiar da defunta, explicou um dos filhos.
Os parentes foram surpreendidos esta manhã quando se deslocaram ao Simão Mendes e o responsável pela morgue os informou que "alguém" que se disse ser familiar da falecida levou o corpo durante a madrugada. Lusa
A morte deu-se na última semana e o corpo devia ser sepultado hoje à tarde, mas terá sido levado por uma pessoa que se apresentou no hospital Simão Mendes como familiar da defunta, explicou um dos filhos.
Os parentes foram surpreendidos esta manhã quando se deslocaram ao Simão Mendes e o responsável pela morgue os informou que "alguém" que se disse ser familiar da falecida levou o corpo durante a madrugada. Lusa
Carta ao Rui de Barros
Perguntar-me-ão: o que leva um intelectual, alguém com provas dadas na nossa sub-região em organismos importantes, a aceitar o cargo de primeiro-ministro depois de um golpe de Estado? A resposta não é fácil, mas eu arrisco uma interpretação. Rui de Barros é, a meu ver, das pessoas mais elucidadas do enterrado governo de tansição. Tem escola, muita escola; é de boa família e é bastante educado para um guineense comum.
Rui aceitou o cargo para tentar ajudar. Não o deixaram. Teve problemas familiares, tudo para abandonar o barco da transição. Resistiu. Ouviu insultos de um CEMGFA bastante irritado - agora imaginem o Indjai a dizer ao Rui Barros "és burro e não sabes governar" e pensem onde chegou o nosso país e quão maltratado tem sido...
É claro que o Rui de Barros, assim como todos os membros (ainda que sem cabeças) do governo transitório não gozavam da minha simpatia, e a minha posição mantém-se: golpistas perto da vista mas longe do coração. Mas ocorre-me a frase sobre a recuperação do homem, e penso no Rui, e não no porta-disparate por exemplo. E há uma razão para isso: o Rui é inteligente ao passo que o Nando Vaz é esperto (para não dizer burro). E eu prefiro ter por perto um inteligente do que um esperto (ou burro).
Mas deixemos o Nando e os seus infelizes disparates, pois não se deve bater em ruíns defuntos. A meu ver, o Nando devia estar na cadeia!
O Rui de Barros pode agora ajudar a desfazer o nó que bem ou mal ajudou a atar, e, porque não?, contribuir com as suas capacidades e conhecimentos para o desenvolvimento do nosso País. Não desperdicemos cabeças, ainda que algumas deviam ser vistas a rolar.
Acabou a transição dolorosa. Investimos um Presidente da República e brevemente teremos um governo. Guiné-Bissau agradece. Mas, até quando? AAS
terça-feira, 24 de junho de 2014
Um pedido à navegação
Guiné-Bissau entrou finalmente na democracia. Durante mais de dois anos, impostores armados em políticos instalaram-se no poder, e alguns países inimigos do Povo da Guiné-Bissau impuseram-nos um presidente e respectivo primeiro-ministro.
Durante mais de dois anos, dezenas de compatriotas nossos foram assassinados, o País foi pilhado, as florestas devastadas, o roubo foi de proporções bíblicas. Claro que o Povo teve culpa, porque deixou que tudo acontecesse e nem mexeu uma palha. Em bom português, comeu e calou.
Das novas autoridades, espera-se mão rija contra os bandidos que mal fazem a nossa terra. Exigimos uma sindicância e as respectivas responsabilizações, doa a quem doer. AAS
Bai ku bu pé
CONVITE
No âmbito das celebrações dos 20 anos da nossa Editora, produzimos um livro especial: a maior colectânea de contos do país. São 23 contos escritos por 11 autores, dos mais jovens e talentosos aos já consagrados.
O lançamento é já no dia 27 de Junho, sexta-feira, às 18:00 horas, no Centro Cultural Brasil / Guiné-Bissau, em Bissau.
Venha comemorar connosco!
"Melhores dias virão.
Melhores livros também."
Posse de novo Presidente marca regresso, com compromissos, da Guiné-Bissau à democracia
“A instabilidade político-governativa não é a causa dos nossos problemas, é antes sim uma mera consequência da pobreza”, disse José Mário Vaz. A tomada de posse de José Mário Vaz como Presidente da Guiné-Bissau, na segunda-feira, é um novo e decisivo passo num regresso, recheado de compromissos, do país à democracia, após o golpe de Estado de Abril de 2012.
Com a entrada em funções de Vaz, e depois da tomada de posse da Assembleia Nacional Popular eleita em Abril, na semana passada, fica apenas a faltar a nomeação – esperada para breve – do Governo que vai ser liderado por Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, que tem 57 dos 102 deputados). Sinal do progressivo regresso à normalidade foi, também na semana passada, a readmissão do país na União Africana.
No discurso de posse que fez no Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau, José Mário Vaz, 57 anos, eleito com 61,9% dos votos, repetiu a prioridade que tinha anunciado durante a campanha eleitoral – o combate à pobreza que encara como a raiz dos problemas político-militares que têm condicionado a vida do país. “Contrariamente ao que à primeira vista pode parecer, a instabilidade político-governativa não é a causa dos nossos problemas, é antes sim uma mera consequência da pobreza e subdesenvolvimento que nos propomos desafiar”, disse, num discurso de 45 minutos, perante uma assistência calculada pela AFP em cerca de 15 mil pessoas.
Entre os que o ouviam estava o general António Indjai, chefe das Forças Armadas, líder do golpe que há dois anos interrompeu a ordem constitucional e derrubou o governo de que José Mário Vaz fazia parte como ministro das Finanças.
A presença do militar confirmou a natureza do processo de transição guineense feito de compromissos ditados por pressões externas, cedências e exclusões como a que o PAIGC aceitou – a do seu antigo líder e chefe de Governo derrubado pelo golpe de 2012, Carlos Gomes Júnior.
“Prosseguiremos, com diálogo permanente na base de consensos com a sociedade castrense às reformas e modernizações em curso no Sector da Defesa e Segurança”, disse no seu discurso José Mário Vaz, conhecido como Jomav. O novo chefe de Estado teve palavras elogiosas para o Presidente nomeado após o golpe militar. “A transição política só foi possível graças ao elevado sentido de Estado e a invulgar capacidade de facilitar consensos de Manuel Serifo Nhamadjo”, disse.
O regresso da Guiné-Bissau à ordem constitucional foi testemunhado por representantes de organizações e países estrangeiros – Portugal fez-se representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. A África Ocidental esteve em peso: Macky Sall, do Senegal; Yaya Jammeh, da Gâmbia; Alpha Condé, da Guiné-Conacri; Ibrahim Boubacar Keita, do Mali; Thomas Boni Yayi, do Benim;, Blaise Compaoré , do Burkina Faso; Mahamadou Issoufou, do Níger; Jorge Carlos Fonseca, de Cabo Verde; John Dramani Mahama, do Gana; e Goodluck Jonathan, da Nigéria - o peso pesado da região, que mantém um importante efectivo militar no país.
Marcada por anos de violência político-militar e golpes de Estado, minada pelo tráfico internacional de droga, a Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo. A situação agravou-se após o golpe que há dois anos derrubou Gomes Júnior, devido ao isolamento internacional a que o país foi votado.
Como refere a agência Lusa, os serviços públicos (incluindo forças de segurança) têm seis meses de salários em atraso, o aparelho de Estado não funciona e a economia caiu a pique. O quadro é agravado pela corrupção e saque de recursos naturais, denunciada por organizações nacionais e estrangeiras
TAP ainda sem data para retomar voos para Bissau
Rui Machete promete um protocolo entre os dois países. Portugal e a Guiné-Bissau vão celebrar um protocolo para serem retomados os voos da transportadora aérea portuguesa TAP entre Lisboa e Bissau, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, na capital guineense.
"Haverá um protocolo, com certeza", referiu o governante, sem adiantar detalhes sobre o que será definido no documento, uma vez que "ainda não está escrito", acrescentou. Questionado sobre quanto tempo poderá levar até entrar em vigor, o ministro português limitou-se a referir que o prazo "será breve, depende fundamentalmente do novo Governo da Guiné-Bissau".
"Ainda não há uma proposta, mas quando deixarem de existir as condições de insegurança que levaram à suspensão dos voos, serão reestabelecidos", acrescentou. Rui Machete fez estas declarações ao chegar ao aeroporto internacional de Bissau onde representou Portugal na cerimónia de posse do Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, eleito em Maio.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
REFORMA FA E SEGURANÇA: O (bom) regresso de Angola
Angola admite analisar uma nova participação no processo de reforma das forças de segurança da Guiné-Bissau, caso o país venha a fazer esse pedido, disse hoje na capital guineense o ministro da Defesa angolano, João Lourenço. "Quem tem que o dizer são as autoridades guineenses, não nos compete a nos tomar uma decisão de tal género. Se houver vontade, é uma questão a ver", ou seja, um assunto "a analisar", referiu.
João Lourenço falava à chegada ao aeroporto da capital guineense para participar na cerimónia de posse de José Mário Vaz, novo presidente da Guiné-Bissau. Angola teve uma missão de apoio ao processo de reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau (Missang) estacionada no país, mas anunciou a saída pouco tempo antes do golpe de Estado militar de abril de 2012. Os últimos militares angolanos deixaram o território guineense no início de junho do mesmo ano.
"Nós viemos à Guiné-Bissau para testemunhar o início de uma nova era para este país irmão a quem nós, os angolanos, queremos muito. O país atravessou momentos difíceis no passado, mas estamos todos esperançados que são águas passadas e temos que olhar para a frente", referiu. "Estamos otimistas", sublinhou o membro do executivo angolano, para quem "a Guiné-Bissau vai seguir o caminho que todos os outros países seguem", sem sobressaltos entre políticos e militares.
Questionado sobre se presença de Angola na Guiné-Bissau vai mudar, garante que o Estado angolano nunca deixou de pensar no guineense. "Sempre tivemos a Guiné-Bissau no nosso coração, não apenas em termos bilaterais, como também no quadro multilateral ao nível da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)", concluiu.
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