domingo, 29 de dezembro de 2013

Reerguer a Pátria


"Aly,

Mantenha a honrada posição de Independente e continua a tua marcha para a construção do Estado Guineense una e indivisível. Pensamentos dos mais nobres ainda não estão identificados com a criação dum Estado onde os Guineenses são todos os cidadãos que nasceram dentro das fronteiras da Guiné-Bissau. Procuremos unir as forças politicas nacionalistas para reerguemos a nossa Patria."

Cipriano Gomes

TAP/SÍRIOS: Esta é a minha vez


Tenho lido bastantes declarações, umas patéticas, outras incoerentes, acerca do embarque forçado de 74 "refugiados" sírios no aeroporto de Bissau, com destino a Lisboa e sob coação do próprio ministro (agora demissionário) do Interior António Suka Ntchama. Ponho aspas na palavra refugiados, porque um refugiado mal tem para comer ou mesmo onde cair morto, e esses viajaram sempre de avião do seu país até chegar a Bissau e não foi num avião da OIM..., pagaram sempre as suas despesas de hotel e alimentação, coisa que voltaram a fazer em Lisboa, onde pediram asilo político. Refugiados de luxo.

Ponto 1. Quando um ministro (também demissionário) e desta feita dos Negócios Estrangeiros, no caso concreto Delfim da Silva, vem a público dizer que «há uma rede organizada» em Bissau e noutros países africanos para o tráfico de ilegais, então cai por terra o patético discurso das autoridades ilegítimas de Bissau de chamar "refugiados" a esses cidadãos sírios: foi, isso sim, um acto criminoso, aquilo que aconteceu no aeroporto de Bissau! Ninguém parou para pensar nas consequências que um acto daquela natureza poderia acarretar para o país. Custou a ligação aérea Bissau/Lisboa/Bissau a quem dela necessita. Não custou nada para quem ilegitimamente ocupou o poder em Bissau, e 'despachou' os sortudos sírios, muito pelo contrário: meia dúzia de pessoas embolsaram centenas de milhares de euros, deixando na lama o nome Guiné-Bissau.

Ponto 2. As declarações, cada uma mais infeliz que a outra, do 'ministro' e porta-disparate Fernando Vaz, denotam não apenas um profundo desespero, mas também uma grande dose de mediocridade e, porque não, de vulgaridade. Só quem desconhece o que quer dizer Estado é que se comporta desta maneira perante outro Estado. Infantil, infantil, foi aquilo que o Nando Vaz provou ser. Alguma imprensa portuguesa faz apenas o seu - às vezes recorrente - triste papel: gastar ingloriamente os seus quinze minutos a favor de uma figura que nunca acrescentou nada, mas nada de bom à Guiné-Bissau.

Ponto 3. Portugal devia proibir qualquer membro deste governo pária, de delinquentes, de golpistas, de narcotraficantes de pisar o seu território. E pouco importa se têm residência ou mesmo a nacionalidade portuguesa. As autoridades portuguesas deviam inventariar todos os seus bens em Portugal, contas bancárias, casas e outros bens, e fazer depois a clássica pergunta: «como conseguiu tudo isto?», e deixar que fulano, beltrano e sicrano se pronunciem e façam prova daquilo que dizem. Mas Portugal, presumo, nunca irá por esses caminhos, Portugal é demasiado brando, lá está, um país de brandos costumes... Também, estamos habituados! AAS

TAP/SÍRIOS - Portugal e a Guiné-Bissau, o olhar de Seixas da Costa


AUTOR: EMBAIXADOR FRANCISCO SEIXAS DA COSTA
FONTE: O INFORMADOR

O embarque forçado de dezenas de cidadãos sírios num avião da TAP, sob pressão das autoridades guineenses, constituiu um ato da maior gravidade e representou um gesto de clara hostilidade para com Portugal. A questão, contudo, tendo uma indiscutível dimensão bilateral, não pode deixar de ser tratada, em prioridade, no quadro internacional, perante o qual deve ficar bem claro que a administração de facto que domina Bissau age à margem das normas mínimas que um qualquer Estado deve respeitar na ordem externa.

A acrescer às acusações de cumplicidade no narcotráfico, o governo saído do golpe militar anti-constitucional projeta agora esta nova imagem delinquente e isto não pode passar impune perante a comunidade internacional. Nenhum argumento de realpolitik deve sobrepor-se à necessidade de Portugal dever estar, neste caso, na primeira linha de mobilização de vontades para promover a condenação de um Estado pária que é como a Guiné-Bissau de hoje se apresenta ao mundo.

Portugal pode e deve também retirar todas as consequências, no plano bilateral, das inaceitáveis, por desrespeitosas, declarações de responsáveis guineenses face à legítima expressão de indignação formulada pelas suas autoridades (e era importante que se soubesse que decisões o nosso governo tomou já nesta matéria), mas só se fragilizará se se continuar a deixar envolver numa “guerra” de argumentos através da qual a parte guineense procurará criar fórmulas sucessivas de diversão, iniciadas com o caricato “relatório” sobre o incidente e prolongadas agora com “questão” as dívidas da TAP.

A condenação essencial que é importante garantir para este ato de pirataria – e é como ato de pirataria que o assunto deveria ter sido tratado por Lisboa desde o primeiro momento – é, naturalmente, no campo multilateral. Com firmeza e sem tibiezas, nomeadamente sem se deixar impressionar pelos apelos apaziguadores da comunidade dos interesses, que não podem nunca sobrepor-se aos princípios que sempre compete a Portugal defender na ordem externa, o nosso país deveria ter ido muito mais longe do que até agora se sabe ter ido no processo de denúncia e isolamento das autoridades guineenses, quer no plano multilateral europeu (mas não só), quer no âmbito da mobilização da solidariedade por parte da CPLP, que curiosamente não se viu nem ouviu. Mas, de facto, não tendo hoje Portugal, na prática, um representante diplomático junto da organização – inacreditável situação a que a nossa comunicação social não presta a menor atenção – como poderia o nosso país utilizar o quadro lusófono como uma das frentes para tratar devidamente este assunto?

Com pena, temo que nos deixemos enredar num processo que, com o passar dos dias, e com a prestimosa ajuda das agências portuguesas de comunicação – que, nos últimos dias, ajudam Bissau a “plantar” entrevistas, declarações e até “notícias” na nossa imprensa – , acabará por “beneficiar o infrator” ou, pelo menos, deixar passar impune esta falta. Espero bem estar enganado…

TAP/SÍRIOS: Erro de matemática​/cálculo de Fernando Vaz


«Ora viva Aly,

No passado dia 26.12.2013, em Lisboa, Fernando Vaz deu uma pequena entrevista à SIC na qual respondeu a algumas perguntas relativamente ao caso da TAP/Sírios. Da tal entrevista, houve um erro de cálculo crasso por parte do FV, a qual envio como “attachment” neste e-mail. Estou certo de que facilmente os teus leitores se aperceberão do erro ao ouvirem o clip que te envio.

Penso que seria interessante publicar o excerto da entrevista no teu blog. O link do clip completo é
ESTE

Bucas»

TAP/SÍRIOS: Suka Ntchama ameaça Abdu Mané com processo


O ministro do Interior da Guiné-Bissau, António Suca Ntchama, acusado de ter forçado o embarque dos 74 sírios com passaportes falsos num avião da TAP, anunciou que vai apresentar uma queixa-crime contra o Procurador-Geral da República. Através de uma nota de imprensa assinada pelo seu advogado, António Suca Ntchama diz que foi vítima de difamação por parte do Procurador guineense, Abdú Mané, quando este afirmou publicamente que se teria recusado a ser detido.

Em nota de esclarecimento, o Procurador-Geral da Republica guinenese afirmou que o diretor-geral da Polícia Judiciária, Armando Namontche, teria recusado acatar a ordem de detenção dada pelos magistrados contra o ministro Suca Ntchama. Para o advogado, em nenhuma circunstância António Suca Ntchama foi informado "nos autos" que deveria ser detido, "como relata o Procurador", e também não existe nenhum documento escrito que possa provar que o diretor da PJ se recusou a cumprir a alegada ordem.

Por outro lado, o advogado de Suca Ntchama entende que mesmo havendo uma ordem de detenção, à luz da lei aplicável em casos de crime cometidos por titulares de cargos públicos, a Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) devia ser chamda a pronunciar-se sobre o levantamento da imunidade do governante, o que não foi o caso, assinalou.

O advogado Basilio Sanca considera, por isso, que o Procurador-Geral da República incorreu num crime de divulgação do segredo da justiça ao admitir publicamente que o ministro do Interior, Suca Ntchama, teria agido de forma ilegal ao obrigar, via telefonica, que a tripulação da TAP levasse para Lisboa os 74 sírios.

Também em nota de imprensa, a Polícia Judiciária diz que "em nenhuma circunstância" recebeu qualquer mandado de detenção ou de condução à cadeia relativa ao ministro do Interior, António Suca Ntchama, como afirmou o Procurador-Geral da República.

A PJ insta Abdú Mané a tornar publico o ofício com qual solicitou a intervenção do diretor da corporação. O Procurador havia anunciado que vai mandar abrir um processo disciplinar contra o diretor da PJ, Armando Namontche, por desobediência e eventualmente um outro processo de natureza criminal. LUSA

sábado, 28 de dezembro de 2013

ÚLTIMA HORA/ELEIÇÕES 2014(?): Carlos Gomes Jr., Primeiro-Ministro deposto pelo golpe de Estado de abril de 2012, acabou de se recensear no Consulado Geral da Guiné-Bissau na Cidade da Praia, em Cabo Verde. AAS

A transportadora aérea portuguesa TAP é acusada por Fernando Vaz de não pagar 6 milhões de dólares do Imposto Geral sobre Vendas (equivalente ao IVA em Portugal) e a contribuição industrial na Guiné-Bissau desde 2004 até hoje. "Já notificámos a TAP várias vezes", afiança, mas diz depois que afinal "há um acordo desde 2004". A TAP não comenta

ELEÇÕES 2014(?): Braima Camara, recenseou-se hoje nas instalações do liceu Kwame N´Krumah, círculo eleitoral 24, em Bissau. AAS

TAP/SÍRIOS: PJ DESMENTE PROCURADOR-GERAL ABDU MANÉ


POLÍCIA JUDICIÁRIA
DIRECTORIA NACIONAL


Nota de Imprensa Nº 03/2013

A Directoria Nacional da Policia Judiciária em resposta a nota de esclarecimento do Ministério Publico relativamente ao “Caso 74 Sírios” vem pela presente esclarecer a comunidade nacional e internacional o seguinte:

1 – Em nenhuma circunstância e até a presente data a Policia Judiciária chegou de receber qualquer Mandado de Detenção ou de Condução a cadeia contra o Eng. António Suca Ntchama e que recusara cumprir, pelo que solicita o M.P a tornar publico o oficio que remetera a PJ contendo o Mandado em causa;

2 – A PJ realça e esclarece que foi este órgão de investigação criminal, que tendo conhecimento logo à partida dos factos, iniciou o competente inquérito tendo inclusive efectuado a imediata detenção do indiciado Calido Baldé tendo-lhe apresentado ao Ministério Publico para interrogatório e consequente requerimento de prisão preventiva e realizado ainda várias outras audições;

3 – A PJ salienta que é uma instituição cujo os procedimentos e actuações são presididos pelos mais elementares princípios e normas legal e constitucionalmente consagrados, aos quais deve escrupuloso cumprimento, observando sempre o primado da tramitação documental;

4 – A PJ apela o M.P a encetar mais e melhor coordenação com os órgãos de investigação criminal, em especial a Policia Judiciária, seu principal órgão auxiliar, reiterando aqui, a sua estrita dependência e submissão hierárquica nos termos da lei.

Bissau, 28 de Dezembro de 2013

A Directoria Nacional

____________________
Faustiniano Aires dos Reis
Director Nacional Adjunto

Pena


«Para que conste.

Pena é que alguns "media" luistanos com prestígio e alguma credibilidade, como é o caso da TSF, tenham dado espaço e guarida a gente desta. Em suma, a golpistas e a mafiosos. Nem sequer abrindo, mesmo ao de leve, as portas ao contraditório. Ficam-lhe bem tais sentimentos. Para mim, as coisas assim ficam claras e a TSF e outros que tais estão definidos. É pena!
»

F. H. da Silva

Nacionalismo


"Aly,

Tem piada que eu acho que o nacionalismo exacerbado de praticamente todos os guineenses que conheço pode ser justamente uma das causas da situação actual difícil. Esse tal deslumbramento! Para se crescer é preciso achar-se que o que temos não nos chega. Os guineenses, de resto como os portugueses, estão convencidos que o seu país é o melhor do mundo e arredores, o tal gigante-entre-gigantes-"to be".

E alimentam-se disso. Em Portugal deu no Sebastianismo. Na Guiné no Cabralismo. Se calhar é preciso o processo inverso: destruir o habitual discurso sobre os heróis de outros tempos para melhor construir um país hoje do qual possam dizer, não que é o melhor lá da rua, mas que "vai bem, obrigado. E há-de ainda melhorar.
"

Nuno M.

FINALMENTE. Conheça as 7 Maravilhas da Guiné-Bissau


> AK-47

> RPG-7

> Catana

> Analfabetismo

> Mentira

> Ódio

> Inveja

Crucificaç​ão do Fernando Vaz


«Olá António Aly Silva, bom dia e boas festas.

Aly, é através do seu blog que muitos de nós têm acesso à informação da nossa bela Guiné-Bissau. Peço-lhe, se possível, publicar no seu blog este meu pequeno texto. E obrigado antecipado.

Olhe, eu não sou apologista da violência, mas na conjuntura actual na Guiné-Bissau, o povo devia optar pela violência com algumas pessoas como o Fernando Vaz. Este imbecil que fala como se a Guiné-Bissau fosse sua e nós seus rendeiros. Vendo e ouvindo este merdas a falar, nota-se: se tudo depender dele, a Guiné-Bissau nunca irá às eleições para ele se perpetuar no poder. Da minha parte julgo que este lerdo devia ser crucificado vivo para servir de lição para outros lerdos iguais a ele! Que direito tem ele para andar a falar tanta merda em nome de todos nós?
»

Olho de Hórus

M/R: Nem a mim ocorreu isso da cruz e coisa e tal...mas estou 101% de acordo. Boas festas, para si e para os seus. AAS

Pense


Como é que um país com quarenta anos de independência, com tanta história de mestria e valentia; como é que este país que lutou pela sua independência e de mais quatro (!) países atirou a toalha ao chão?

Guiné-Bissau é coisa pouca para alguém? Seja. Mas é nossa. Pode até ser uma coisa pouca, uma luz qualquer. Chega-nos. Deslumbra-nos. Guiné-Bissau podia, hoje, ser um gigante entre gigantes mas nunca deixaram-na ter essa medida, esse sentido de proporção, a mínima mercê. E, no entanto, o país continua brilhante como se a noite não existisse.

Do que nos vale uma Nação sem nacionalismos? Que tal é a sensação desta alma colectiva que se desalma diariamente; esta idade sem qualidade, este tempo dessincronizado com a nossa natureza, onde já não há herói, figura, exemplo, esperança que nos empolgue ou nos sirva?
AAS