quarta-feira, 17 de abril de 2013
Indjai escapou por um triz, mas não perde por esperar...
O chefe de Estado Maior guineense, António Indjai, deveria ter-se juntado a Bubo na Tchuto e agentes anti-narcotráfico (DEA) norte-americanos em alto mar. À última hora, desconfiou e evitou a captura, avançou a Reuters, uma história de resto já contada pelo Ditadura do Consenso... Informantes infiltrados da DEA reuniram-se com Indjai, Na Tchuto e vários outros supostos traficantes “várias vezes desde meados de 2012” para preparar a operação policial que levaria à detenção, a 2 de abril, do almirante considerado um “barão do narcotráfico” pelos Estados Unidos, e que vai ser julgado em Nova Iorque. Fontes ligadas à operação disseram à Reuters que Na Tchuto enviou um dos seus ajudantes, antes de sair para o alto mar, ao largo das ilhas Bijagós, no final do dia. Indjai deveria seguir separadamente, algumas horas mais tarde, para lidar com o carregamento de armas envolvido no negócio. Contudo, tornou-se desconfiado, segundo uma fonte, que acompanhou a operação.
“Ele não mordeu o isco”, disse uma das fontes. Indjai protagonizou um golpe de Estado em abril de 2012, interrompendo eleições presidenciais e entregando o poder a um governo de transição liderado pelo presidente Manuel Serifo Nhamadjo, num acordo mediado por africanos CEDEAO. Os traficantes detidos pela DEA diziam que o presidente e o governo tinham conhecimento e facilitavam o negócio. Pela participação no golpe, Indjai integra a lista de indivíduos alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU, estando proibido de ausentar-se para o estrangeiro. “Indjai é um alvo de alto valor. E ele sabe que ele é”, disse um diplomata baseado em Bissau.
Ainda assim, a detenção de Na Tchuto é um dos maiores sucessos da Drug Enforcement Administration norte-americana na África, região que diz é cada vez mais usado por traficantes de droga da América Latina como plataforma para os Estados Unidos e Europa. Fontes do Exército Guiné-Bissau disseram à Reuters que vários oficiais militares vistos como aliados de Na Tchuto foram colocado sob prisão domiciliária, enquanto recrudescem as tensões entre fações militares rivais, que atribuem mutuamente as culpas pela operação.
E esta? U.S. drugs sting misses Bissau army chief - sources
U.S. anti-drugs agents who snared Guinea-Bissau's former Navy chief in a high-seas sting last week were also targeting the head of the West African state's army, sources familiar with the operation told Reuters. Guinea-Bissau General Antonio Indjai - widely seen as the coup-prone nation's most powerful man - declined to meet undercover agents in international waters where he had been told he could seal a lucrative deal to smuggle cocaine and supply weapons to Colombian rebels, sources said.
"He did not take the bait," said one of the sources with direct knowledge of the April 2 sting, in which former Navy chief Admiral Jose Americo Bubo Na Tchuto - labelled a drugs kingpin by the U.S. Treasury Department - was arrested. Guinea Bissau's military has long been accused of involvement in narcotics trafficking, using a jigsaw puzzle of mangrove-lined islands as cover against the region's notoriously weak law enforcement.
The capture of Na Tchuto - who prosecutors say was successfully lured offshore on the promise of a $1 million (656 thousand pounds) payoff for transhipping 1,000 kg of cocaine - marked one of the U.S. Drug Enforcement Administration's biggest successes in Africa, a region it says is increasingly used by smugglers moving Latin American drugs to users in the United States and Europe.
An estimated 50 tons of cocaine move through West Africa every year, according to the United Nations Office on Drugs and Crime, most of it heading north to European cities, where they are worth almost $2 billion on the streets. A spokesman for the U.S. Drugs Enforcement Administration declined to comment on the sting operation. A spokesman for Bissau's interim government, reached by telephone for comment about Indjai, said he would not answer any questions. The government has previously denied any links to trafficking. Na Tchuto, who is in detention in New York awaiting trial on a charge he conspired to smuggle cocaine to the United States, has previously denied involvement in the drugs trade.
Indjai seized control of Guinea Bissau in a coup last April before handing power the following month to a transitional government led by civilian president Manuel Serifo Nhamadjo, in a deal brokered by West African regional bloc ECOWAS. The European Union and the CPLP (Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa) grouping of Portuguese speaking nations have since refused to recognize Nhamadjo's administration, saying it remains under the control of military officials involved in the drugs trade.
INDJAI IS A 'HIGH VALUE TARGET'
Undercover informants for the U.S. Drugs Enforcement Administration had met with Indjai, Na Tchuto, and several other suspected traffickers several times since the middle of 2012 to set up the sting operation, according to the source.
Na Tchuto initially balked at the undercover informants' request he meet them offshore beyond the Bijagos Islands on the morning of April 2, first sending one of his aides before going out himself later in the day. Indjai was meant to take a boat offshore separately a few hours later to handle the weapons side of the deal but became suspicious, according to one of the sources, who had direct knowledge of the sting as it was happening. Another source, who was briefed by officials involved in the American operation, confirmed that Indjai had been targeted.
Na Tchuto's arrest sent shockwaves through the former Portuguese colony as it tries to organise elections to replace its fragile caretaker government. Guinea-Bissau army sources told Reuters on Wednesday that several military officials seen as allies of Na Tchuto had been put under house arrest as tensions soared between rival military factions blaming each other for the sting. Fissures in the military have triggered repeated gunfights in the ramshackle capital Bissau. The army has seized power from civilian rulers more than a dozen times since 1974 independence.
Na Tchuto and Guinea Bissau Air force chief Ibraima Papa Camara were placed on the U.S. 'drugs kingpins' list in 2010 after enforcement officials caught wind of a huge 2009 cocaine deal. Indjai, who is running the country's armed forces from the capital Bissau, has denied involvement in drugs smuggling and was never placed on the list. Camara too remains in Bissau, is still in charge of the airforce and has publicly denied involvement in smuggling "Indjai is a high value target. And he knows he is," said a Bissau-based diplomat, who asked not to be named.
"WE DON'T HAVE A STATE"
Indictments filed in a New York court last Friday by U.S. prosecutors against Na Tchuto and six other suspects say that conspirators in the arms and drugs deal told undercover agents on at least two occasions between July and September 2012 that Nhamadjo was being briefed in the plot. Nhamadjo's government has vehemently denied any drugs links and said it would seek to defend Na Tchuto, a 63-year-old veteran of Guinea Bissau's independence war. "We will do our duty to a citizen who took part in the liberation of Guinea Bissau and the Cape Verde islands," Prime Minister Rui Duarte de Barros said last Thursday.
Officials involved in efforts to combat organised crime in West Africa say the involvement of the DEA in the Na Tchuto arrest highlighted the weakness of regional governments to solve their own problems. "There had to be a U.S. police operation to fight the drug traffickers," said Pedro Pires, ex-president of Cape Verde who is now a member of the West Africa Commission on Drugs set up by former U.N. Secretary-General Kofi Annan this year. "This shows how weak this state is. If we cannot fight drug trafficking this shows we don't have a state or that the security and justice services just do not work."
REUTERS. Writing by Richard Valdmanis; Editing by Daniel Flynn and Ralph Boulton
Bubo Na Tchuto vai refutar todas as acusações
O antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau, acusado de conspiração para importar narcóticos para os Estados Unidos, está forte e vai refutar todas as acusações. A garantia foi dada à RDP África por Sabrina Schroff, advogada de defesa do militar guineense que Integra uma organização sem fins lucrativos conhecida pelo compromisso em defender acusados de crime federais que não têm condições financeiras para contratar um advogado.
Fonte ligada ao processo mas que pediu para não ser identificada, avançou que os Estados Unidos não atuaram de acordo com a lei, nem tentaram extraditar os detidos, considerando mesmo que estes cidadãos (Bubo na Tchuto e os restantes arguidos) foram raptados. RDP África
Ramos Horta: "Guiné-Bissau está a um passo de ser um Estado falhado"
O representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, considerou hoje, em Maputo, que o país está a "um passo" de se tornar um "Estado falhado", caso a instabilidade não tenha uma solução nos próximos tempos. Falando aos jornalistas no final de uma audiência com o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), José Ramos-Horta descreveu a situação guineense como sendo de "extrema precariedade". "Se o Estado existe para dar segurança, tranquilidade, saúde, educação, justiça às populações, então aí vemos que há extrema precariedade na Guiné-Bissau, daí para um Estado falhado é um passo", disse.
Ramos-Horta e Armando Guebuza discutiram a crise guineense. Segundo José Ramos-Horta, o presidente da CPLP "prometeu estudar e encontrar formas de, no quadro da CPLP e da União Africana, tentar contribuir mais ainda do que já tem feito para ajudar a resolver o problema da Guiné-Bissau". O antigo Presidente timorense acrescentou que a situação da Guiné-Bissau "continua extremamente delicada pela ausência de um roteiro político por parte da Assembleia Nacional, do Presidente interino, Governo e todos os intervenientes que indiquem luz ao fim do túnel visando à formação de um Governo mais incluso, com a participação do PAIGC".
"Não há nada em vista que nos garanta que esta situação vai ser resolvida nos próximos tempos", até porque, "por exemplo, não há data para a realização de recenseamento eleitoral, eleições presidenciais e legislativas até ao fim do ano, como foi prometido pelos guineenses aos chefes de Estado da CEDEAO", disse o responsável pelas Nações Unidas na Guiné-Bissau. Contudo, referiu Ramos-Horta, "há razões para otimismo", até porque "a Guiné-Bissau não é uma Somália, não é Congo, é de muito menor dimensão, há apenas um impasse político. O Estado existe nominalmente e, por outro lado, há um povo magnífico, que, apesar de multiétnico, multilinguístico, multirreligioso, nunca houve guerras por causa destas diferenças".
De resto, disse, "o povo da Guiné-Bissau tem dado grande exemplo de civismo e é triste por quase vive alheio e desconetado com a elite política e militar", pelo que "as Forças Armadas têm que ser totalmente reorganizadas". José Ramos-Horta garantiu que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, está "totalmente sensível ao problema e está muito bem informado", sobre a crise guineense. "O que é necessário agora é sensibilizar o Conselho de Segurança a fazer muito mais para evitar o pior na Guiné-Bissau", apelou.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Preocupante. Ban Ki-Moon considera que envolvimento da ONU no país está num momento crítico
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou segunda-feira no Conselho de Segurança que o envolvimento da ONU na Guiné-Bissau está "num momento crítico", noticiou a Lusa. "Na sequência do golpe militar do ano passado, a ONU tem continuado a promover um diálogo inclusivo entre os actores nacionais para a reposição da ordem constitucional", disse o secretário-geral da ONU. "As Nações Unidas estão num momento crítico no seu envolvimento na Guiné-Bissau", adiantou num debate dedicado à prevenção de conflitos em África. Ban Ki-moon referiu-se ainda à situação em países africanos de risco como a República Centro Africana, República Democrática do Congo, Sudão e Somália, além da Guiné-Bissau.
A agência da ONU anti-narcotráfico e crime organizado (UNODC) considerou recentemente a Guiné-Bissau como país da África Ocidental mais afectado pela ingerência do narcotráfico na governação. O relatório "Crime Organizado Transnacional na África Ocidental: Avaliação de Ameaças", divulgado no final de Fevereiro, refere que a Guiné-Bissau registou várias "mudanças abruptas de governo" desde que a droga começou a transitar pelo país, cuja economia vale menos do que muitas das apreensões de droga na região, e que altas patentes militares são suspeitas de cumplicidade no tráfico de cocaína. O Prémio Nobel timorense José Ramos-Horta é desde Fevereiro o novo chefe do gabinete da ONU em Bissau (UNIOGBIS), que viu recentemente renovado pelo Conselho de Segurança o seu mandato.
O mandato foi prolongado por apenas três meses, até 31 de Maio, dado que Ramos-Horta está em início de funções e a fazer uma avaliação da situação no terreno, com base na qual Ban Ki-moon irá fazer um conjunto de recomendações para ajustar o mandato da UNIOGBIS. O sistema da ONU, refere, vai "realinhar a sua intervenção" no país, também tendo em conta as recomendações conjuntas da União Africana, CPLP, CEDEAO e União Europeia, que enviaram uma missão conjunta a Bissau entre 16 e 21 de Dezembro de 2012. No seu último relatório sobre a UNIOGBIS, serão "especialmente" tidas em conta as recomendações no que diz respeito a reforma do aparelho militar, combate ao tráfico de droga e crime organizado, combate à impunidade, violações humanitárias e deterioração da situação sócio-económica. LUSA
A agência da ONU anti-narcotráfico e crime organizado (UNODC) considerou recentemente a Guiné-Bissau como país da África Ocidental mais afectado pela ingerência do narcotráfico na governação. O relatório "Crime Organizado Transnacional na África Ocidental: Avaliação de Ameaças", divulgado no final de Fevereiro, refere que a Guiné-Bissau registou várias "mudanças abruptas de governo" desde que a droga começou a transitar pelo país, cuja economia vale menos do que muitas das apreensões de droga na região, e que altas patentes militares são suspeitas de cumplicidade no tráfico de cocaína. O Prémio Nobel timorense José Ramos-Horta é desde Fevereiro o novo chefe do gabinete da ONU em Bissau (UNIOGBIS), que viu recentemente renovado pelo Conselho de Segurança o seu mandato.
O mandato foi prolongado por apenas três meses, até 31 de Maio, dado que Ramos-Horta está em início de funções e a fazer uma avaliação da situação no terreno, com base na qual Ban Ki-moon irá fazer um conjunto de recomendações para ajustar o mandato da UNIOGBIS. O sistema da ONU, refere, vai "realinhar a sua intervenção" no país, também tendo em conta as recomendações conjuntas da União Africana, CPLP, CEDEAO e União Europeia, que enviaram uma missão conjunta a Bissau entre 16 e 21 de Dezembro de 2012. No seu último relatório sobre a UNIOGBIS, serão "especialmente" tidas em conta as recomendações no que diz respeito a reforma do aparelho militar, combate ao tráfico de droga e crime organizado, combate à impunidade, violações humanitárias e deterioração da situação sócio-económica. LUSA
Ramos Horta: "A chave do futuro do país está nas mãos do povo e dos seus líderes"
O diplomata timorense está ciente das dificuldades da sua missão, mas acredita que desta vez, com maior implicação da comunidade internacional, o país poderá virar a página da violência e da instabilidade. Com a condição das elites políticas guineenses se entenderem e aceitarem a ideia de um Governo inclusivo após as eleições gerais.
África21 Já fez mais de um mês na Guiné-Bissau e ouviu os protagonistas. Quais são as suas impressões?
JOSÉ RAMOS-HORTA - A chave do futuro do país está nas mãos do povo e dos seus líderes. Hoje têm uma oportunidade única de ultrapassar os erros do passado e de procederem a um virar de página. Estou relativamente otimista, que com mais diálogo, com mais concertação com a ONU e desta com os outros parceiros internacionais, encontraremos uma estratégia comum para retirar a Guiné do ciclo de violência e de instabilidade. A situação guineense não é assim tão complicada, comparada com o Mali e a Somália. Depois da minha primeira semana de encontros em Bissau, em todas as capitais onde a seguir estive para harmonizar posições com os outros parceiros, constatei uma real vontade de apoiar a Guiné-Bissau. O secretário-geral das Nações Unidas, mesmo com as sérias preocupações relativas ao Afeganistão, Síria, Mali e à RD do Congo, ainda arranja tempo para procurar uma solução para a crise guineense. Tenho a sensação que os principais atores da crise, a classe política e os militares, parecem cansados e desgastados por estes constantes problemas. Assim, creio que a Guiné-Bissau possui um grande potencial para se tornar um oásis de paz e de prosperidade na sub-região. É certo que as suas Forças Armadas são pobres e desorganizadas e que o Estado é frágil e minado pelo narcotráfico, mas não enfrenta um conflito étnico-religioso nem a violência existente na Líbia ou no Mali. Vamos intensificar o diálogo e pensamos lançar os fóruns SRSG, isto é, debates temáticos promovidos pelo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas sobre questões como a reforma e modernização das forças de Defesa e Segurança ou o papel da sociedade civil na democracia. Tencionamos ainda propor uma sessão aberta, em que queremos desafiar os guineenses a encontrarem um tema da sua escolha, algo nobre, consensual e com capacidade mobilizadora, como foi a luta de libertação nacional. Cabe agora aos intelectuais refletirem sobre esta proposta.
O que acha da iniciativa de colocação dum representante da CPLP em Bissau?
Se a comunidade lusófona for coerente com a preocupação que manifesta com a crise e quiser ser solidária com o país, convinha de facto ter cá alguém. Por exemplo, uma personalidade de elevado perfil, ex-governante ou um general na reserva, disponível para assistir o país até à sua estabilização. Apesar da atual tensão com a Guiné-Bissau, a CPLP tem uma simpatia genuína pela Guiné-Bissau e alguns dos seus membros, como Brasil, Angola e Moçambique, têm recursos suficientes para sustentar este posto. Eu é que convidei o embaixador Murargy para vir tomar parte na reunião de reflexão e de concertação dos parceiros, incluindo os bilaterais, como Espanha, China e Rússia, a fim de adotarmos uma posição conjunta sobre o calendário político da transição, designadamente a questão da formação do Governo alargado. Cada parceiro identificará a área em que focalizará o seu apoio. África 21
ÚLTIMA HORA: O guineense Daniel Lopes Ferreira, foi eleito hoje, entre os seus pares, para o cargo de Presidente do Tribunal de Justiça da UEMOA, por quatro votos contra três, entre sete (o Burkina-Faso ausentou-se, e, assim, não votou). Esta vitória, ressalve-se, é pessoal e não envolve o governo de transição. Daniel Ferreira apresentou a sua candidatura e defendeu a sua tese perante os representantes dos oito países membros da UEMOA. O mandato é por 3 anos. AAS
Quem é Daniel Lopes Ferreira?
Nasceu em Bolama no dia 1 de janeiro de 1956 e é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Advogado de profissão, tendo desempenhou, entre outras funções:
- 1988/90, PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA
- 1990/91, SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUSTIÇA
- 1991, Março a Novembro, SECRETÁRIO GERAL DA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE ESTADO
- 1991/94, REGENTE DE CIÊNCIA POLÍTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL NA FFACULDADE DE DIREITO DE BISSAU
- 1991/93, PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
- 1994, INSPECTOR SUPERIOR DE LURA CONTRA A CORRUPÇÃO
- 1994/97, MINISTRO DA JUSTIÇA
- 1997/98, MINISTRO DA JUSTIÇA E DO TRABALHO
- 1999, nomeado MEMBRO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UEMOA (JUIZ), hoje eleito pelo seus pares Presidente do referido Tribuinal por voto secreto para um mandato de 3 anos.
ÚLTIMA HORA: Governo legítimo da Guiné-Bissau envia dois telegramas: a felicitar Nicolas Maduro, pela sua vitória nas eleições para Presidente da Venezuela; e as condolências ao Governo norte-americano, pelos atentados terroristas que tiveram lugar, ontem, na maratona de Boston, que mataram três pessoas e deixaram centenas feridas. AAS
O roteiro dos golpistas
O MNE de transição (nome pomposo, hein?!) Faustino Imbali, esteve o fim de semana em Abidjan, na Costa do Marfim, onde entregou uma mensagem do outro golpista, o PRT, ao PR Allassane Ouattara. Seguiu depois para Abuja, na Nigéria, para se juntar ao Nhamadjo com quem seguirá para Bissau, talvez na 5ª feira. E assim vai a transição: kunpanham pa n'kunpanhau... AAS
Olha, olha, a colonização no seu estado puro
O patrão do Grupo Africom, o burkinabé, Kader Roger Cissé acaba de ser nomeado conselheiro especial do presidente de transição da Republica da Guiné-Bissau. Chamado pelo novo "homem forte de Bissau", o presidente de transição Manuel Serifo Nhamadjo, o jovem Director Geral da Africom, conta pôr à disposição desse país os seus conhecimentos adquiridos na sua longa carreira de VRP.
Homem de contactos e de relacionamento fácil e com uma caderneta de contactos bem rica, Cissé tomou essa nomeação como uma "marca de confiança" da parte das autoridades guineenses. Mas é sobretudo um novo desafio que pessoalmente conta levar a bom porto. Mais ainda, afirma o nomeado, é a experiência burkinabé que esta a fazer escola no exterior".
NOTA: Mais um para terinar nas trafulhices de lavagens de dinheiro. Boa escola e uma belíssima escolha para o presidente corrupto... AAS
Guiné-Bissau: Breves
» O MPLA optou por não prestar qualquer ajuda material aos vários candidatos à liderança do PAIGC. O argumento invocado foi o de não pretender interferir numa disputa interna. Propõe-se, antes, apoiar o PAIGC, enquanto tal, em próximas eleições gerais. A posição do MPLA foi transmitida a Domingos Simões Pereira, um dos candidatos à presidência do PAIGC, numa reunião recente, em Luanda, com o seu SG, Dino Matrosse. Braima Camará, outro candidato à liderança do PAIGC, também já sondara antes o MPLA, com o mesmo resultado.
» Cabo Verde teve um papel “facilitador” no desenrolar das operações que levaram à captura pelos EUAde Bubo Na Tchutoe outros (AM 747), todos acusados de implicação no narcotráfico. Os aviões norte-americanos usados como plataforma logística nas operações, estiveram na fase de execução das operações baseados no aeroporto do Sal. Não apresentavam marcas identificadoras.
Constituição de novo governo facilitada por condescendência súbita de militares e PRS
1 .Perderam fulgor as reservas e/ou resistências que a formação na Guiné-Bissau de um novo governo de transição vinha suscitando entre os chefes militares e no PRS. O fenómeno é visto no plano dos efeitos políticos e sociais, provocados pelo “golpe”contra o narcotráfico, consubstanciado na captura de Bubo Na Tchuto. O novo governo, apresentado como inclusivo, por estar definida a participação no mesmo do PAIGC, terá mandato para aplicar umprograma de transição política (roteiro), a acertar coma comunidade internacional, e do qual fará parte a realização de eleições legislativas e presidenciais, ainda em 2013. Não se prevê a passagem para o novo governo de nenhum dos membros do actual, incluindo o PM, Rui Barros. A “orientação” respectiva é reflexo da “impressão negativa”que o governo em funções merece da parte de organizações internacionais/regionais envolvidas no processo, em especial a CEDEAO.
Entre as razões de tal “má impressão”, que tem vindo a avolumar-se e a dar azo a pressões acrescidas no sentido da substituição do governo, avultam as inaptidões gerais da maior parte dos seus membros, a sua incipiente e descoordenada acção e a propensão que governantes revelam para a venalidade.
2 .A atitude de boa vontade que os chefes militares e dirigentes do PRS passaram a revelar em relação à formação do novo governo, é considerada um afloramento da linha de condescendência que no rescaldo da captura de Bubo Na Tchuto os mesmo passaram a evidenciar em relação à normalização da situação política no país.
O PRS, um partido de extracção étnico-tribal, com vastas afinidades com os militares, não só contestava a substituição do actual governo, no qual tem influências próprias e provindas da sua ascendência sobre micro-partidos que o integram, como rejeitava a realização de eleições em 2013– cenário que também passou a aceitar. A mudança de atitude dos militares, um grupo comumente identificado com o narcotráfico, é vista como resultado de factores deduzidos – com os seguintes:
- O sentimento de aparente impunidade com que os militares se dedicavam às suas actividades marginais, foi abalado pela operação dos EUA, considerada uma demonstração de força a que são particularmente sensíveis.
- Há rumores de que Bubo Na Tchuto, numa manifestação de arrependimento de que espera a devida recompensa, está a revalar tudo o que sabe sobre o narcotráfico; algumas dessas revelações poderão vir a ser danosas para outros militares, ainda anónimos, como implicados no narcotráfico – inclusive por poderem vir a ser objecto de novos mandados internacionais de captura.
Também é apontada uma alegada “má consciência”dos militares como motivo da sua postura condescendente. Na origem dos pretensos interesses das FARCno narcotráfico com a Guiné-Bissauestaria também a aquisição de armamento em difusos mercados internacionais, em transacções abalizadas por instituições do Estado.
A gravidade que os EUA e países como a Françaassociam ao narcotráfico praticado na subregião do NOde África de que a Guiné-Bissau faz parte, é alimentada por assessments seguindo os quais receitas do mesmo são usadas para financiar actividades criminosas da Al Qaeda.
3 . Serifo Namadjo, o Presidente de transição, faz tenção de se candidatar às eleições presidenciais que se avizinham, mas está impedido de o fazer por uma norma vinculativa, imposta pela CEDEAO, que veda tal prerrogativa aos membros dos orgãos de poder constituídos no seguimento do golpe de Estado de 12.Abr.2012. A suposição de que a referida norma se aplicará também aos membros do futuro governo de transição, está a dar lugar a atitudes esquivas da parte de dirigentes do PAIGC e de personalidades independentes, que assim tratam de acautelar a possibilidade de se apresentarem como candidatos a próximas eleições. Serifo Namadjo considera que a norma “coarcta”direitos civis e políticos legítimos – no seu caso por maioria de razão, já que foi candidato às últimas eleições presidenciais, nas qual alcançou o terceiro lugar. A intenção de se demitir, manifestada recentemente, constituiu uma manifestação de inconformação face à referida norma. ÁfricaMonitor
BUBO: "Não tenho dinheiro para advogado e nem para comprar sapatos"
O antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau José Américo bubo na Tchuto, acusado de tráfico de droga nos Estados Unidos, compareceu no Tribunal de Nova Iorque com uma defensora pública, alegando que "não tem dinheiro" para contratar um advogado privado.
O embaixador da Guiné-Bissau para a Organização das Nações Unidas - João Soares da Gama, esteve presente em tribunal e reuniu-se com Bubo antes da audiência, onde este lhe garantiu que "não tem dinheiro" para contratar um advogado. No final da audiência, o almirante pediu à sua advogada que, quando contatasse a sua família, lhes pedisse para mandar dinheiro, "para comprar algumas coisas, como sapatos." Segundo a acusação, Na Tchuto cobrava um milhão de dólares por cada tonelada de cocaína da América do Sul recebida na Guiné-Bissau.
Soares da Gama esclareceu que não está a prestar apoio aos arguidos, mas decidiu estar presente "para mostrar aos suspeitos que não estão abandonados" e que "o seu país está comprometido em que toda a verdade seja conhecida." Na Tchuto e outros quatro guineenses - Manuel Mamadi Mane, Saliu Sisse, Papis Djeme e Tchamy Yala - foram detidos no início do mês em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da DEA - agência de combate ao tráfico de droga norte-americana. Na Tchuto, Djeme e Yala vão responder pela acusação de conspiração para importar drogas para os EUA, arriscando a prisão perpétua. RDP-África
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