quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Bom dia
Assim que cheguei hoje a Roma, Itália, consultei a minha caixa de correio. Resultado: dezenas de email com "Aly, o Júlio não morreu. Rectifica a notícia." Mas eu não tenho que rectificar nada. Para quem percebe realmente o português, o Aly estaria ilibado. Eu escrevi que segundo informações NÃO confirmadas "o alferes Júlio TERÁ morrido". Não disse MORREU. E ainda bem que o Júlio está vivo, mas a continuar com a greve da fome e sem assistência médica, podemos temer o pior... AAS
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
A distância entre libertadores e opressores
Segue em preparação, mais uma reunião magna, que deverá decidir o próximo líder, logo, o mais que provável Primeiro-Ministro, de um governo por legitimar, pelo partido a precisar de profundas remodelações, que para o bem e para o mal, vai moldando toda a nossa convivência, enquanto sociedade e país. Por isso importa especial preocupação, todas as diligências, dos outrora, libertadores.
Fundado por personalidades de uma primeira geração independentista, souberam essas definir claramente, todos os diferentes objectivos, imediatos e mediatos, dessa natural pretensão humana, de conviver em plena liberdade. Enfrentando vários sacrifícios, também souberam ultrapassar as múltiplas consequências, das inevitáveis inconveniências, previsíveis e imprevisíveis, inclusive, o brutal assassinato daquele que para eternidade, será o nosso maior guia; aquele cujo ensinamento passou a ser, um inesgotável património universal, que sem falsos constrangimentos, deverá ser partilhado, por todas as organizações, da nossa esfera política. Partido que sob uma disciplinada orientação ideológica, bastante adequada a nossa realidade de então, e ainda hoje, complexa, conseguiu uma proeza de referência internacional, para tudo culminar na gloriosa independência nacional. Esse bocado dito, para lembrar, quanta responsabilidade carregará o próximo líder do PAIGC, para finalmente, conduzir essa calejada formação política, que paradoxalmente, tem sido para a nossa sociedade, fundamental e calamitosa, rumo a uma modernização, sem mais tempo, para adiamentos.
Num cada vez mais progressivo, abandono das competentes linhas ideológicas traçadas no passado, deixou-se acomodar na dinâmica desse grande partido, (falo da grandeza, na sua vertente volumétrica!) uma prática intriguista, visando unicamente, o sustentar de uma guerrilha feroz, implicando atrocidades de todos os tipos, dentro, e fora dessa organização, tudo, para a garantia do acesso facilitado, aos lugares de destaque, no seu mecanismo, esse, a descaracterizar-se, eles, na procura de um quinhão qualquer, ainda que por alguns dias, para uma miserável sobrevivência pessoal e familiar.
Lugares esses, que também vão sendo cada vez mais desprestigiantes, como tantas evidências, não deixam equívocos. Prática tão sórdida, que com eles, levam para o aparelho estadual, sempre que para a direcção do país, são comprometidos. E é precisamente esse, o mais crucial de todos os desafios, para o líder a surgir, depois do anunciado congresso em preparação. O desafio de devolver ao histórico partido, uma orientação ideológica válida e funcional, e com isso, influenciar positivamente, toda a nossa classe política, para a adopção de uma postura comum, democratizada, para fazer frente, às altas exigências governativas, nesses tempos, em permanente evolução, por mérito de significativos avanços, nas tecnologias de comunicação.
Comunicação, fenómeno essencial e ancestral, tanto quanto, as próprias sociedades; fenómeno do qual, os líderes políticos sempre serviram, e agora mais do que nunca, com o alastrar dessa grave crise económica mundial, com marcantes consequências morais, deve servir, para manter uma afinidade sustentável e convincente, junto dos governados; fenómeno do qual, o dirigente máximo, a resultar da nova escolha dos congressistas do PAIGC, deverá servir com distinção, e com eficiência, na ocasião da disputa política, pela liderança do país, para melhor conquistar mais eleitorado possível, mas sobretudo, um eleitorado jovem, letrado, politizado, muito ansioso por assistir, e também beneficiar, das verdadeiras mudanças qualitativas, a tempos demais, desejadas, na vida nacional.
Portanto, estará o homem que deverá seguir, perante uma oportunidade singular, na nossa infinita caminhada, enquanto nação, rumo à conquista da felicidade. Mas antes, com extrema coragem, e determinação suficiente, deverá esse líder partidário por escolher, empreender uma perspicaz reforma, no interior da sua formação política, para com doses acertadas de sensatez, afastar dos lugares mais influentes, afastamento esse, que também os deverá deixar, fora das posições elegíveis, para os assentos na Assembleia Nacional Popular, muitos dos elementos desgastados, que por se deixarem depender tanto, das benesses do partido, sobrevivem sabotando, todas as tentativas de regeneração.
A resiliência de uma ideologia nitidamente estabelecida, deverá também servir, para afastar toda a classe política, da dependência de financiamentos ilícitos, oriundos das redes criminosas, em franca propagação na nossa costa continental, e sempre muito bem-dispostas, a corromperem organizações políticas, ou mesmo, apropriarem-se das mais importantes dessas estruturas, nos estados mais debilitados, como é o nosso caso, fazendo eleger, os seus colaboradores directos.
Se antes, em quase todo o mundo, os políticos sem vocação alguma, para a nobreza da classe, deixavam-se usar, pelas redes criminosas, servindo de sarjetas, para uma constante descarga, das fétidas imundícies, provenientes das lavagens de capitais ilícitos, agora é a própria perversidade, a ambicionar as mais decisivas representações, na hierarquia dos estados, sejam esses, fortes, ou fracos, para melhor facilitar uma completa impunidade, e um acelerado enriquecimento dos facínoras.
Restam duas advertências, que são as seguintes:
1 - O próximo líder do PAIGC, logo, o nosso mais que provável, Primeiro-Ministro, não deverá ser um dos militantes, com um apurado traquejo, para melhor manipular consciências, tendo como instrumentos sempre inconstantes, os tais profissionais da intriga, dentro e fora do partido. Mas sim, um dos militantes, com uma visão apurada, para definir melhores linhas de orientação ideológica, para repor em andamento, o já bem planificado, programa máximo.
2 - O próximo líder do PAIGC, logo, o nosso mais que provável Primeiro-Ministro, não deverá ser um dos militantes, com fama empreendedora, como tudo o que isso constitui, numa sociedade como é a nossa, para melhor provocar inveja, aos tais parasitas, dentro e fora do partido. Mas sim, um dos militantes, com dignidade humana, com tudo o que isso constitui, numa sociedade como é a nossa, para servir de modelo, a todos os pretendentes, ao qualquer desempenho de funções, tanto, no sector público, assim como, no sector privado.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar.
Flaviano Mindela dos Santos
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Muito obrigado a cada um dos leitores do Ditadura do Consenso. António Aly Silva
Um grito para o mundo
"Caro Aly, por favor faça chegar esse meu grito ao mundo. Um Grande Abraço
As coisas vão de mal a pior no ministério da Educação. Há quase um mês, eu e muitos outros jovens estamos a tentar fazer reconhecimento de certificados e diplomas na Direcção Geral de Ensino Superior mas cada vez que nos dirigimos para falar com um funcionário, esse manda-nos aguardar mais uns dias porque ainda está tudo parado porque o Director Geral está suspenso, portanto o reconhecimento do nosso documento também está suspenso.
Até quando? Pelo o que está no despacho o Director Geral está indisponível (deixa subentender que ele está doente ou em viagem) por isso foi nomeado um funcionário para gerir os assuntos correntes. Pelo que apuramos os assuntos correntes não estão a ser geridos porque o DG suspenso levou as chaves de gabinete e jurou não entregar essas chaves porque ainda há-de voltar a ser DG. E apuramos ainda que o DG foi suspenso porque estava a roubar dinheiro...
Pergunto em que país um funcionário do Estado, suspenso, tem a ousadia de trancar a porta do gabinete e recusar entregar as chaves fazendo parar os trabalhos do ministério da Educação por um mês? O ministro e o seu secretário de Estado em vez de resolverem esses problemas candentes, permanecem nas guerrinhas pessoais.
POR FAVOR PESSOAS DE BOM SENSO CHAMEM A ATENÇÃO DOS DIRIGENTES DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO! NÓS, JOVENS, PRECISAMOS DE BOM ENCAMINHAMENTO PARA PROSSSEGUIR COM A NOSSA FORMAÇÃO.
Fidju di iagu salgadu"
De evolução em inacção
Os chefes de Estado da África Ocidental vão reunir-se, hoje e na quinta-feira, na Costa do Marfim para avaliar, uma vez mais, as crises na Guiné-Bissau e no Mali bem como as condições de segurança na região. A situação na Guiné-Bissau, país gerido por um governo de transição desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Serão apresentados e debatidos os memorandos do presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau e do responsável pelo grupo de contacto regional, bem como o relatório sobre o encontro extraordinário do Conselho de Mediação e Segurança sobre o país, realizado na segunda-feira. O representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas em Bissau, José Ramos-Horta, irá marcar presença na cimeira, onde apresentará as suas ideias para a resolução da crise na Guiné-Bissau.
O secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, confirmou também a sua participação no encontro de chefes de Estado da CEDEAO, adiantando que vai com um "espírito aberto e construtivo". "O simples facto de termos sido convidados já reflecte a vontade política da CEDEAO, que é quem está na frente da batalha, de que a CPLP possa participar efectivamente no encontrar de uma solução para a Guiné-Bissau", disse Murade Murargy à agência Lusa. A cimeira irá analisar também a situação do Mali, onde há 45 dias decorre uma operação militar liderada pela França contra grupos islamitas no norte do país.
Conflito em Nhacra: Cinco feridos, alguns em estado grave
O confronto ocorreu ontem, 26 de Fevereiro, entre a força de ordem e a população de Indam, tendo terminado com cinco feridos, alguns em estado grave, de entre os quais o Secretário de Segurança de Sector de Nhacra, Ensa Faty (Loubo). Armados com catanas e paus, os habitantes de Indam reclamavam a libertação dos seus colegas detidos em Nhacra, na sequência da disputa pela posse da terra entre duas tabancas do mesmo sector.
A situação fez deslocar o ministro do Interior ao terreno, onde se encontravam duas viaturas das forças policiais retidas pela população de Indam, durante várias horas. No local, a PNN registou palavras de jovens relativamente à detenção das viaturas policiais. «Loubo não sai daqui enquanto os nossos irmãos não forem libertados a partir de Nhacra» diziam, exibindo catanas e paus. No interior das viaturas da polícia estavam Loubo e outros três indivíduos, que foram agredidos no confronto pela posse da terra.
Dirigindo-se aos presentes, o ministro do Interior, António Suca Ntchama, advertiu os jovens dizendo que as suas iniciativas já atingiram níveis de desordem. «O Estado tem o poder de agir para repor ordem em certas circunstâncias. Caso se coloquem frente a frente com as forças de ordem vão aguentar com os vossos paus», referiu António Suca Ntchama, alertando os moradores de Indam em relação aos seus comportamentos perante a comunidade internacional. «Estamos perante a comunidade internacional, como é do vosso conhecimento, que não admite que sejam instigados para que o mundo possa concretizar os seus objetivos em relação a nós, como foi dito, que a Guiné-Bissau é um país de conflito», disse o governante numa clara alusão à presença da força da alerta da CEDEAO (ECOMIB) na Guiné-Bissau.
Ensa Faty, Secretário de Segurança do sector de Nhacra e uma das pessoas agredidas pelos populares, disse à PNN que se deslocou a Indam com um reforço de agentes, em perseguição de uma das pessoas, tendo sido agredido com paus mesmo na presença da Polícia da Intervenção Rápida. «As pessoas que foram agredidas inicialmente apresentaram queixa no Comissariado do sector. Tomámos iniciativa em busca dos agressores e fui espancado», referiu Ensa Faty. Durante o clima de desordem da população de Indam, foi confiscada a arma do Secretário de Segurança de Sector de Nhacra. PNN
EXCLUSIVO DC - Militares fazem mais uma vítima
IMAGENS - DR
Mais um caso de espancamento envolvendo os militares. Um cidadão de nome Fidel Fereira, irmão de Eusébio Ferreira, oficial superior da Marinha, foi espancado na estrada que liga Bissau à vila de Quinhamel. Tudo aconteceu no domingo passado, dia 24 de Fevereiro, quando, segundo apurou o ditadura do consenso, este atropelou acidentalmente um cidadão, provocando-lhe ferimentos. Os militares que estavam no local reagiram de imediato com socos e pontapés. Como consequência Fidel ficou com o braço esquerdo partido e tem vários hematomas e cortes no rosto e no corpo, como atestam as imagens. AAS
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
PAIGC posiciona-se
Posicionamento Politico e propostas para a realização de eleições legislativas e presidenciais do PAIGC face a actual situação do processo de transição politica em curso na Guiné-Bissau.
O PAIGC desde a primeira hora fez uma clara opção, que consistiu sempre em participar e facilitar todas as acções e iniciativas de dialogo politico e democrático que pudessem contribuir para o retorno progressivo à normalidade constitucional e democrática na Guiné-Bissau e foi em consequência dessa opção estratégica que o Partido Libertador participou incondicionalmente nos esforços tendentes à busca de soluções, quer no quadro sub-regional, como por exemplo, a reunião do grupo de contacto da CEDEAO para a Guiné-Bissau, em Abril deste ano em Banjul, Gâmbia, quer, endógenas, através de encontros conjuntos com os partidos signatários do Pacto de Transição e Acordo Partidário, os partidos políticos legalmente constituídos as Organizações da Sociedade Civil o extinto comando militar, as confissões religiosas e o próprio Presidente da Republica de Transição.
Sabe-se hoje através dos memoranda elaborados pelo PAIGC que o processo de auscultação empreendido por esta formação política que conduziram ao surgimento de importantes pontos convergentes para a busca de um consenso nacional necessário e indispensável para este período de transição e que conduziram o Partido Libertador a fazer as suas opções claramente espelhada de forma abrangente no seu posicionamento estratégico. O processo de diálogo então encetado permitiu ao nosso Partido analisar de forma abrangente não só os instrumentos políticos de transição atrás referidos, como igualmente a reformulação dos mesmos, sob forma de adenda, que foi aprovada pela Comissão Permanente do Bureau Político do Partido e, submetida ao Senhor Presidente da República de Transição e a hierarquia militar.
Recorde-se igualmente que foi a partir da iniciativa do grupo parlamentar do PAIGC, que foi requerida uma sessão extraordinária que permitiu a resolução dos problemas com os quais vinha deparando a ANP, pedido esse que veio proporcionara convocação da primeira sessão ordinária do ano legislativo 2012/2013, tendo sido, graças a cedência feita pelo PAIGC, que a questão do preenchimento de vagas foi resolvida, tendo o PAIGC abdicado do cargo de Presidente da ANP, e preenchido as vagas de 1º e 2º Vice-presidentes da ANP, como forma de se pôr termo ao bloqueio institucional que se verificava até ao momento.
OS IMPASSES E RECUOS DO PROCESSO DE TRANSIÇÃO
À luz, do acima exposto, pode-se constatar com bastante evidência que, a Assembleia Nacional Popular, supremo órgão legislativo e de fiscalização política do país, poupado pelo golpe de Estado é, na realidade a única instituição que, em tempo recorde, fez progredir o processo de transição, através da sua acção facilitadora, ao: (i) prorrogar a sua legislatura para cobrir o período de transição; (ii) adoptar, sob reserva de revisão, o Pacto de Transição e o Acordo Político, criando uma Comissão Parlamentar para o efeito; (iii) aprovar a revisão pontual da Lei da CNE e da Lei do Recenseamento Eleitoral, permitindo a dualidade dos recenseamentos manual e biométrico, para além de outros diplomas legais de natureza governativa. A este sucesso, se associa os esforços do Presidente da República de Transição na promoção do diálogo político e do entendimento entre os principais actores políticos da transição, designadamente, o PAIGC e o PRS.
Globalmente, continuam a registar-se os seguintes impasses, apesar das advertências que o PAIGC teceu, num dos seus memorandos, nomeadamente, um grande atraso no cumprimento da agenda eleitoral, com a cartografia não concluída, estando os técnicos em greve pelo incumprimento da administração pública de tutela. O PAIGC, tinha advertido que, com base no cronograma eleitoral apresentado pela CNE, os trabalhos de conclusão da cartografia deviam iniciar em Agosto deste ano, e o recenseamento eleitoral biométrico deveria iniciar o mais tardar até o passado dia 2 de Novembro para que a data final do recenseamento não ultrapasse a data final de entrega das candidaturas.
Para agravar ainda mais esta situação, não foram disponibilizados os recursos financeiros necessários para a organização de eleições e, nenhuma informação sobre o processo de recrutamento da entidade executora do recenseamento foi prestada, a par de uma indefinição total dos mecanismos de envolvimento da comunidade internacional na monitorização e fiscalização do acto eleitoral.
Outro factor preocupante e reiteradas vezes denunciado pelo PAIGC refere-se ao não cumprimento da Resolução 2048 de 18 de maio de 2012, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reunida na sua 67ª sessão, a par da não observância das Declarações do Presidente do Conselho de Segurança da ONU, bem como do último comunicado da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, em Yamoussoukro (Côte d'Ivoire), de 29 de Junho do ano em curso e do Conselho de Mediação e de Segurança desta organização, no que se refere a organização das eleições, ao estabelecimento de um governo inclusivo que tenha em conta as preocupações exprimidas pelo primeira formação política do país e partido maioritário na ANP e que constitua uma emanação da ANP.
Para agravar ainda mais esta situação, regista-se hoje no país uma profunda degradação contínua e gritante das condições de vida das populações, o acentuar da pobreza, o aparecimento do surto de cólera com o seu corteja de morbilidade e mortalidade humanas, o que aliadas a contra performance da economia nacional, como a queda do crescimento económico em relação à 2011, levam a que a Guiné-Bissau, seja catalogado como o país da África subsahariana com a mais baixa taxa de crescimento econômico.
Se se proceder a uma leitura atenta dos documentos estratégicos produzidos pelo PAIGC, este formação política defende sem nenhum equívoco a realização de eleições legislativas e presidenciais simultâneas até ao final de 2013 e para se atingir este desiderato, há um conjunto de pressupostos que devem ser preenchidos, nomeadamente, o respeito do calendário estabelecido pela CEDEAO e as autoridades de transição, para a duração do período de transição de 12 meses ou seja, as eleições em referência deveriam ter lugar entre os meses de Abril e Maio de 2012, mas a necessidade de realização de algumas imprescindíveis actividades prévias, designadamente, a conclusão do processo cartográfico, a realização do recenseamento eleitoral (manual ou biométrico) e o respeito dos prazos legais que regem a realização das eleições, levaram o Grupo de Reflexão do PAIGC a elaborar um Cronograma, onde este partido, demonstra de forma inequívoca que as mesmas podem ser levadas a cabo no decurso do presente ano.
Na sequência do precedente o PAIGC em função de um calendário preciso e realista poderá caucionar ou concordar com o prolongamento do período de transição por mais 3 ou 6 meses, razão pela qual se pode recorrer ao cronograma para que as dúvidas subsistentes possam ser dissipadas.
Para lá do cronograma, o PAIGC ainda defende e esclarece que em matéria de revisão constitucional e reforma do sistema político, que trata-se de uma necessidade já identificada para a qual a Assembleia Nacional Popular já tinha criado uma Comissão de Revisão da Constituição da República, esclarecendo esta formação política que com o surgimento do 12 de Abril e na tentativa de resolução da crise dela advinda a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO realizada em Dakar a 3 de Maio de 2012, recomendou entre outras questões a reeleitura da Constituição da República bem como a regulamentação do período de transição estatuído e a revisão do pacote das leis eleitoral e de recenseamento.
Nesta perspectiva, recorde-se que a Assembleia Nacional Popular já procedeu a revisão pontual da Constituição da República fazendo coincidir a legislatura ao período de transição, permitindo desta forma ao país um instrumento legislativo para todo o período.
Outrossim, refere-se a adopção pela plenária da Assembleia Nacional Popular de uma Resolução que cria uma Comissão Parlamentar com competências de analisar e rever os instrumentos de transição ora criados (Pacto e Acordo Político de Transição) para elaborar um novo Pacto de regime, em articulação com as demais formações políticas legalmente constituídos e a sociedade civil e cuja proposta final será ainda debatida no decurso desta sessão plenária que se iniciou a 15 de Fevereiro e que trabalhará até 15 de Março.
Neste quadro, segundo o PAIGC, esta formação política está plena e determinantemente engajado através de um diálogo aberto e franco para a busca de soluções que levem a viabilização do país em direcção ao restabelecimento rápido e sustentável da ordem institucional e constitucional.
Quanto a reforma dos sectores da defesa e da segurança, igualmente apresentado como justificação pelo Governo de Transição, para a não realização das eleições gerais ainda este ano, há que realçar o facto de já existirem todos os instrumentos legais para o arranque do processo, ou seja, o pacote normativo, o Roteiro da Reforma do sector da Defesa e Segurança inicialmente apelidado como o Roteiro CEDEAO/CPLP agora denominado Roteiro da CEDEAO e a contribuição financeira da nossa Organização Sub-Regional, a CEDEAO já assegurada através de um Protocolo assinado ultimamente entre o Presidente da Comissão da CEDEAO e as autoridades de transição.
Por conseguinte, e bem recentemente, o PAIGC considerou que partes consideráveis das condições normativas e financeiras estavam já reunidas faltando apenas a vontade política para a sua implementação, defendendo ainda que, mesmo que seja gradual e progressiva, devendo ser consolidados os progressos já alcançados no âmbito destas reformas antes do golpe, tais como, a criação do Fundo de Pensões, a existência de uma lista de desmobilizados, quer das forças armadas como das forças de segurança e a existência de um documento estratégico reformulado na sequência do Plano de Accão de Praia/Cabo Verde com programas e projetos concretos. De se notar ainda que a comunidade internacional está disposta em acompanhar-nos neste processo, designadamente, a CPLP, a União Europeia e as Nações Unidas.
No que concerne ao tráfico de droga, o PAIGC ainda bem recentemente, defendeu que este problema não é uma questão exclusiva do nosso país, considerando-o, no entanto, como um flagelo que urge condenar e combater com toda a firmeza e que o nosso país dispõe de instrumentos legais para esse efeito. Não tendo contudo, condições materiais de luta no terreno deste mal e para tal basta fazer-se alusões as diferentes iniciativas sub-regionais e regionais de combate contra este flagelo levados a cabo em alguns países da CEDEAO.
Quanto à justice e a impunidade, e apesar dos esforços que já foram desenvolvidos a administração e o funcionamento da justiça na Guiné-Bissau, o PAIGC sustenta que estão aquém dos padrões universalmente aceites, ao mesmo tempo que acusa que até a data presente os dossiers referentes aos assassinatos políticos não foram resolvidos, com as devidas implicações na vida sociopolítica do país. De recordar que houve várias iniciativas para ajudar a ultrapassar esta premente questão, nomeadamente, apelando a comunidade intencional no sentido de ajudar a resolver esta questão. Nesta perspectiva, o PAIGC defende a criação de um Tribunal Especial para proceder a averiguação, apuramento e julgamento de todos estes dossiers.
No que concerne a pesca ilegal que tem devastado os nossos recursos haliêuticos, o PAIGC defende que o nosso país, apesar dos enormes esforços, continua sem capacidade real para controlar a sua Zona Económica Exclusiva (ZEE). Numa perspectiva de médio e longo prazo e de controlo das actividades ilícitas, tais como o tráfico de droga e o crime organizado e a pesca ilícita e não declarada, a assistência torna-se imperativa e urgente.
Para o PAIGC as questões globais de desenvolvimento são tributárias da consolidação de Estado do Direito e democrático e do funcionamento normal das Instituições em termos de reforço da capacidade institucional, em termos de recursos humanos, materiais e financeiros.
Em conclusão, o PAIGC, considera que a promoção de um diálogo inclusivo, a par da criação de um Governo inclusivo de base alargada e de emanação parlamentar e paralelamente com a urgente necessidade de harmonização das posições da comunidade internacional e de um diálogo entre as Autoridades Guineenses e representantes da comunidade internacional, como condições urgentes e necessárias para fazer sair a Guiné-Bissau desta crise, cujos efeitos podem vir a degenerar num verdadeiro caos social e político no país.
'É calúnia', diz ele
O ministro das Finanças do Governo de transição da Guiné-Bissau, Abubacar Demba Dahaba, classificou hoje (terça-feira) de "calúnias" as afirmações do presidente do parlamento sob alegada existência de despesas não tituladas na execução orçamental do executivo. Falando em conferência de imprensa, Demba Dahaba admitiu terem sido realizadas despesas não tituladas, conforme prevê a própria lei do país, mas que já foram regularizadas 48 horas depois da execução.
Sem revelar o valor em causa, o ministro das Finanças declarou que as despesas não tituladas realizadas não foram na ordem dos 15 mil milhões de francos (23 milhões de euros) como foi dito pelo presidente do parlamento, Ibraima Sory Djaló. Demba Dahaba confirmou, no entanto, que são despesas realizadas "devido à urgência de certas situações" em que o Governo foi solicitado a pagar. O ministro das Finanças disse lamentar que tenham sido os deputados a trazer a público "informações que não correspondem à verdade", mas afirmou que neste momento todas as despesas realizadas pelo Governo já foram tituladas. Quanto à acusação do presidente do parlamento de que o Governo de transição está a governar sem apresentar um Orçamento Geral do Estado e Programa do Governo Demba Dahaba disse que essas afirmações também não correspondem à verdade.
O ministro fez notar que existe um Orçamento Rectificativo elaborado pela sua equipa, que já foi apresentado e aprovado pelo conselho de ministros, devendo esse documento ser entregue ao parlamento proximamente. No entanto, Dahaba sublinhou que todas as despesas do Estado têm sido feitas à base do duodécimo suportado pelo Orçamento Rectificativo de 2012 que ainda não foi entregue ao Parlamento porque estão a ser introduzidas as sugestões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em relação às acusações de Ibraima Sory Djaló e de vários deputados segundo as quais o Governo não vai conseguir pagar os salários aos funcionários públicos, o ministro das Finanças afirmou que em nove meses de governação os salários sempre foram pagos.
"Até os que nos acusam de não estarmos a pagar salários receberam até aqui os seus salários", defendeu Demba Dahaba, aludindo aos deputados. O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau avisou na segunda-feira que é impossível governar o país sem programa de Governo e sem orçamento e recusou qualquer responsabilidade do parlamento. Falando na Assembleia Nacional Popular, o responsável teceu críticas ao Governo mas também aos pequenos partidos, considerando que muitos deles nem existiam e que apareceram de novo após o golpe de Estado de 12 de Abril do ano passado.
S.O.S.: A Guiné-Bissau precisa urgentemente de ajuda! Senhoras e Senhores; Comunidade de Países de Língua Portuguesa, da União Europeia, da União Africana, Senhor Secretário Geral da Organização das Nações Unidas: é necessária uma força de estabilização para a Guiné-Bissau. Uma força com objectivos claros, e mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Salvem o povo guineense da tirania e do desasossego! Olhem para o exemplo de Timor Leste. AAS
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