terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Dúvidas? Nada disso
"Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2012
CASA ESCADA: Para comprar o edifício, José Mário Vaz, segundo informações de uma fonte digna de crédito, hipotecou junto do Banco da África Ocidental (BAO), três prédios, a saber: O antigo infantário 'Nhima Sanhá', o prédio onde funciona a RTP e a sua própria residência na rua Justino Lopes. AAS"
NOTA: O Aly não mente, nem deturpa. E nunca disse que o José Mário Vaz "roubou ao Estado" para fazer o negócio da Casa Escada. Aprendam a ler e depois falamos... AAS
ÚLTIMA HORA/EXCLUSIVO: Carlos Gomes Jr., fala ao DC sobre o assunto José Mário Vaz
Depois de inúmeras tentativas, Ditadura do Consenso conseguiu finalmente ter uma conversa de poucos minutos com Carlos Gomes Jr., primeiro-ministro e candidato à segunda volta das eleições presidenciais guineense, entretanto deposto por um golpe de Estado militar no dia 12 de abril de 2012. Sobre o assunto da detenção do seu antigo ministro das Finanças, para dar conta do paradeiro de cerca de 15 milhões de dólares, Carlos Gomes Jr., foi peremptório: "Se for preciso, serei o primeiro a defender o José Mário Vaz", disse Cadogo Jr., realçando "não entender o porquê desta atitude" por parte do Ministério Público da Guiné-Bissau. Carlos Gomes Jr., garantiu que José Mário Vaz "está na posse de todos os documentos" e disse que o MP "quer apenas humilhar alguém que foi Presidente do Conselho de Administração da UEMOA e ministro das Finanças da Guiné-Bissau". António Aly Silva
Ministério Público quer saber de José Mário Vaz sobre o destino dado aos fundos do governo angolano
O ministro das Finanças do Governo da Guiné-Bissau deposto no golpe de Estado de 12 de abril foi detido ontem em Bissau e esteve hoje a ser ouvido pelo Ministério Público, disse à Lusa fonte judicial. José Mário Vaz era o ministro das Finanças no Governo de Carlos Gomes Júnior e não tem estado na Guiné-Bissau, onde regressou há menos de um mês. Foi detido na segunda-feira na sua terra natal, Calequisse, a norte de Bissau, segundo a fonte para evitar que saísse de novo do país.
As autoridades judiciais, disse a fonte, querem saber o paradeiro de uma ajuda orçamental angolana de 12,5 milhões de dólares (9,1 milhões de euros) que nunca chegou a entrar nos cofres do Estado. “Esse dinheiro não se repercutiu nas Finanças, o apoio orçamental não apareceu, não há rastos, é preciso que ele explique o paradeiro”, disse a fonte, acrescentando que o ministro deposto também deve explicar o porquê de não haver pagamento de renda do edifício onde está atualmente a funcionar a RTP-África. A fonte salientou que Mário Vaz foi detido para ser ouvido pelo Ministério Público e que só depois das investigações se poderá ou não aplicar uma pena. “Pode ficar em liberdade, ou ficar com termo de identidade e residência”, disse.
O termo de identidade e residência foi aplicado também nos últimos dias a Odete Semedo, que era chefe de gabinete de Raimundo Pereira, Presidente interino deposto no golpe de Estado de 12 de abril do ano passado. Odete Semedo, disse a fonte, terá levantado, em dois meses, 350 milhões de francos CFA (mais de 500 mil euros). “A quatro de abril do ano passado levantou no banco 200 milhões de francos (305 mil euros). Não se sabe para quê”, explicou. Questionada sobre se o Ministério Público está a perseguir elementos ligados ao anterior Governo a fonte disse que não e acrescentou que do atual Governo já foram ouvidos três ministros. “Fernando Vaz, ministro da presidência, José Biai, ministro da Economia, e Abubacar Demba Dahaba, ministro das Finanças, já foram ouvidos pelo Ministério Público no âmbito da investigação de vários casos”, disse a fonte. LUSA
PAIGC: Mais um candidato
Vladimir Deuna, 29 anos, é o mais novo candidato à liderança do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, e diz que se for eleito quer ser primeiro-ministro para implementar o modelo do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva. Em declarações, ontem, à Agência Lusa, Vladmir Deuna, licenciado em Direito no Brasil, (e falando com sotaque daquele país), diz que vai ser o futuro primeiro-ministro da Guiné-Bissau porque vai ganhar o congresso do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) que deve ter lugar em maio próximo.
"Quero reconciliar e renovar a família do PAIGC. O partido precisa da nova geração que não tem compromisso com ninguém senão com o povo. Vou ser presidente do partido e ir para eleições com quadros competentes para assumir a governação a partir das próximas eleições gerais", afirmou Deuna. O jovem Vladimir, que já apresentou formalmente a candidatura no passado fim de semana, diz que se for primeiro-ministro não vai perder tempo. A ideia é formar um "Governo coeso" e arrancar com o programa Fome Zero lançado pelo ex-Presidente do Brasil Lula da Silva. "Quero ser o Lula da Silva da Guiné-Bissau. Amílcar Cabral (fundador do PAIGC e da nacionalidade guineense) dizia que devemos seguir os bons exemplos pois isso não é vergonha e nem é errado. Lula da Silva transformou o Brasil, antes de ele chegar ao poder a pobreza no Brasil era extrema mas ele diminui isso bastante. Eu quero fazer a mesma coisa aqui", frisou.
"Eu quero salvar o meu povo. Como é que penso fazer isso? É ser presidente do PAIGC e logo ser candidato a primeiro-ministro, formar um Governo forte e implementar a política de Fome Zero na Guiné-Bissau", explicitou.
Vladimir Deuna diz ser "um animal político", que se preocupa com os demais, mas que quer cooperar com países que forem justos com a Guiné-Bissau. "A Guiné tem potencialidades, é só fazer cooperação justa com países como Rússia, China, Cuba e Brasil", observou Deuna, dizendo que não tem medo de nenhum dirigente que se queira candidatar à liderança do PAIGC. E acrescentou: "Isto não é uma aventura, eu preparei-me para isto há muito tempo". "O meu nome é doutor Vladimir Deuna mas decidi chamar-me Vladimir Deuna Abel Djassi para homenagear a organização dos pioneiros do partido. Não tenho medo dos outros candidatos, porque eu sou jurista, com domínio do Estado. Não tenho medo das elites. Sou humilde, sou filho de camponês. Quero debates internos para que os militantes possam saber qual de nós está melhor preparado", afirmou.
Até agora, formalizaram também já a candidatura à liderança do PAIGC Aristides Ocante da Silva, ex-ministro da Função Pública, o atual presidente do partido, Carlos Gomes Júnior, através de uma carta enviada de Portugal, onde se encontra desde que foi alvo do golpe de Estado de abril de 2012, que afastou também do poder o Presidente interino, Raimundo Pereira. Também o ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Domingos Simões Pereira já manifestou a intenção de se candidatar, mas ainda não o fez formalmente. LUSA
A CEDEAO e a dimensão regional na resolução da crise maliana
Este 'apanhado' faz parte de uma conferência do general de duas estrelas, François Loeuillet, em Saint-Cyrien, na Sciences Po Aix, no dia 26 de janeiro. Este general que fez o essencial da sua carreira no seio das tropas da marinha do ultra-mar e no estrangeiro, participou em numerosas operações de paz (OPEX), nomeadamente no Libano, Tchad Kosovo etc e ocupou postos de cooperação ou de conselheiro muito importantes, caso do Burundi. Ele foi igualmente de 2010 a 2012 Conselheiro Militar junto do Comissario dos Assuntos Politicos, da Paz e da Segurança da CEDEAO em Abudja (Nigéria). Hoje, ele é um especialista de renome no dominio da segurança, nomeadamente nas questões do continente africano.
Dessa conferência do general François Loeuillet, ao falar da Africa Ocidental e, pela relação que tem para com a Guiné-Bissau. Importa, assim, transcrever as passagens seguintes:
«Elementos de desestabilização mais estruturais são igualmente de se tomar em conta, a começar pela grande importancia que a corrupção que marca os estados da zona ocidental de Africa. Parece que este fenomeno marca particularmente a Nigéria. Ha também a dimensão da rota internacional dos traficos com os Estados Narcotraficantes, que a olhos de todos, é a Guiné-Bissau. Um dos desafios da estabilização é igualmente a segurança maritima. Existe uma verdadeira economia de pirataria maritima (sequestro por troca de resgate) no Golfo da Guiné que influencia a economia dos estados dessa zona...»
...«A estabilidade politica esta em progressão regular. Não existem conflitos entre Estados significantes na região depois de muitas dezenas de anos. A parte a Guiné-Bissau, as forças armadas, são na sua globalidade legalistas e republicanas o que permite a ocorrência de processos democraticos pacificos e sem turbulências, como foi o caso do Senegal, por exemplo, onde o candidato Abdoulaye Wade aceitou a derrota nas urnas. O caso particular da Guiné-Bissau explica a mobilização de esforços da CEDEAO e a elaboração de um Plano de Ajuda de 60 milhões de dolares, nomeadamente para assegurar o afastamento progressivo das altas personalidades associados ao trafico de droga em ligação com os carteis sul-americanos»
Para concluir, o general Loueillet fez questão de insitir sobre os progressos conseguidos na Africa do Oeste no quadro de assossiações regionais em termos de governação. Ele fez igualmente questão de chamar a atenção que se trata de uma frente que não deve ser negligenciado pela Europa tendo em conta os desafios de desenvolvimento (questões ligadas aos fluxos migratorios) e de segurança (luta contra o trafico de droga com destinação a Europa e questões do djihadismo islamico).
CPLP vai propor à CEDEAO uma saída para a crise
Os países africanos de língua oficial portuguesa vão propor à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) uma saída para a crise na Guiné-Bissau, disse hoje à Lusa, a ministra são-tomense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades. Natália Umbelina, que regressou na quinta-feira da Etiópia onde participou na vigésima conferência da União Africana, disse que os representantes de Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe reuniram-se à margem deste encontro para “concertar posições” sobre a Guiné-Bissau. “Tivemos uma reunião entre os PALOP para juntos refletirmos um pouco mais, concertarmos as nossas posições, para numa próxima reunião da CPLP podermos também levar o nosso apoio, o apoio dos cinco países de língua oficial portuguesa em África para que rapidamente a Guiné-Bissau possa conhecer novas esperanças”, explicou Natália Umbelina.
A governante são-tomense reconhece que se trata de “uma aproximação” que os PALOP estão a fazer em relação a um dos seus membros mas rejeita a ideia de que essa posição seja uma legitimação do governo interino instalado depois do golpe de Estado de 12 de abril de 2012. A chefe da diplomacia são-tomense defende que “a Guiné-Bissau sozinha tem dificuldades em conseguir a saída da crise, precisa de ajuda e essa ajuda está a vir de todos os cantos: da CPLP, da CEDEAO, está a vir da União Africana, da União Europeia e do próprio Banco Mundial”. LUSA
O estado do 'presidente'
Pouco me importa sobre quem já deu, ou quem deu mais um golpe de Estado. Ou ainda sobre quem vem a seguir... Não têm esse direito. Com que cara é que alguém se apresenta ao seu povo - e ao mundo! O 'presidente da CEDEAO' vem agora armar-se em virgem ofendida, e, pasmem, indo até ao ponto de questionar a razão de os Governos eleitos, desde 1995, "nunca terminarem as suas legislaturas". Pois, Serifo, acabaste de dar um tiro no teu próprio pé: fizeste exactamente o mesmo. Participaste num golpe de Estado, que interrompeu um processo democrático na qual o POVO da Guiné-Bissau era único detentor da Justiça.
"A equipa de transição na Guiné-Bissau é legal, emanada pela Constituição da República guineense. Este regime não é um regime militar", Serifo dixit. Que coisa! Não sabia que os golpes de Estado estavam escritos na nossa Constituição!!! Nha mãe! O 'governo de transição' é, isso sim, uma grande mamada!
Depois, num descaramento nunca antes visto, olha pelas golas do casaco e autoconsidera-se, e aos restantes biltres, como «bombeiros». "O que cada guineense fez para que o país não chegasse a este ponto?" - perguntou. Eis a minha resposta: Um milhão e seiscentos mil guineenses nunca pegaram em armas para dar um golpe de Estado! Tenham vergonha, digam que não podem e afastem-se. Deixem a Guiné-Bissau respirar!
Em relação ao caso dos assassinatos do Presidente da República e do Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, nomeadamente João Bernardo Vieira e Tagme Na Waié, Serifo Nhamadjo lembrou que, nesta data, a comunidade internacional havia exigido a tomada de posse do Presidente interino antes das cerimónias fúnebres: «Grande parte da comunidade internacional esqueceu estes factos», recordou. Serifo: Kennedy foi assassinado e o seu sucessor tomou posse dentro do Air Force One, com o corpo do defunto a bordo!!! O poder não pode cair na rua!
E talvez para descomprimir, lembrou-se de Olesegun Obasanjo e fez a revelação do ano: «Obasanjo não tem muitos cabelos brancos»... No comments. Nhamadjo falou também sobre as Forças Armadas, mas, claro, não se lhe ouviu nenhum programa ou solução para meter a tropa de sentido. E lá veio uma frase feita: "Saíram de uma revolução e até à data o seu futuro tranquilo continua a ser adiando".
Para terminar - ainda que fosse melhor nem ter começado - o 'presidente de transição e da CEDEAO' falou da famosa reforma nos sectores de Defesa e Segurança, da não menos famosa na função pública, assim como na da Justiça e da reorganização geral do aparelho do Estado. Mas não disse nada. António Aly Silva
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Tensão em Bissau
A cidade de Bissau voltou a agitar-se com o sucedido ontem com o alferes Júlio. Há tensão no ar, portanto. JÚLIO MAMBALI, o alferes que ontem foi espancado e levado por militares a mando do general António Indjai, é um dos quatro militares que, em finais de 2008, foram para o Brasil para frequentar o curso de sargentos. Regressaram a Bissau em 2009 e foram todos promovidos a alferes. Ou outros três são Robna (colocado em Mansoa nas informações), Agostinho Sambé e Agostinho Nback. Na altura, o CEMGFA Zamora Induta ficou com os dois Agostinhos, mas o Júlio e o Robna ficaram com o vice-CEMGFA António Indjai.
Ditadura do Consenso apurou que problemas com a sobrefacturação de fardamento estiveram na origem do desentendimento entre os dois. Este é um assunto a ser desenvolvido amanhã, em exclusivo, no Ditadura do Consenso. Uma coisa é certa: parece haver muito nervosismo e tensão nas forças armadas da Guiné-Bissau. Durante o fim-de-semana, houve uma reunião entre António Indjai, Serifo Nhamadjo e o Governo. Referida como bastante azeda, Antonio Indjai foi aos arames, chegando mesmo aos insultos. "Pediram-me que corresse com o governo, mas vocês não valem nada. Não conseguem furar o cerco da comunidade internacional" - disparou o general que manda na Guiné-Bissau. A reunião foi retomada no domingo, mas terminou abruptamente, sem glória. AAS
EXCLUSIVO: Militar espancado por militares
Um alferes afecto ao EMGFA de nome Júlio, (era braço direito do general Antonio Indjai) que dirigiu a operação na casa de Carlos Gomes Jr no golpe de Estado de 12 de abril, terá sido ontem brutalmente espancado e preso, por militares, na zona que dá acesso ao bairro militar. Depois, foi levado numa carrinha dupla-cabine cheia de militares, a alta velocidade. Ditadura do Consenso apurou ainda que o infortunado Júlio foi depois levado para as instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas, na fortaleza D'Amura, no centro da cidade de Bissau.
Segundo informações que circulam em Bissau, Júlio terá tido problemas com o general, a quem jurou de morte, tendo ainda ameaçado revelar muitas informações, incluindo sobre o caso do desaparecido deputado Roberto Ferreira Cacheu. Recorde-se que o tal Júlio era um dos executantes, uma espécie de Pansau Intchama. Ditadura do Consenso não conseguiu, até esta altura, saber do paradeiro do alferes Júlio. AAS
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