sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O continente esquecido volta a despertar os olhos dos grandes!


Nos anos que se seguiram à queda do Muro de Berlim e ao “Fim da História”, nos dizeres do ideólogo neoliberal Francis Fukuyama, o continente africano foi abandonado à sua própria sorte. Regimes como o apartheid sul-africano, retoricamente criticado, mas na prática tolerado pelas potências ocidentais e encarado como um mal necessário frente à ameaça comunista, caíram por falta do discreto apoio antes recebido. Países como Angola, Moçambique, Zimbábue e Ruanda – de triste memória, foram esquecidos. Somente a Nigéria, por suas significativas reservas de petróleo, mereceu alguma atenção naquele período.

Quando a máquina de guerra francesa desembarcou no Mali, no início de 2013, com o surrado discurso de defesa do Ocidente contra os terroristas da Al-Qaeda, muita gente se perguntou: o que realmente os franceses desejam em um país com um dos menores IDHs do mundo? É preciso observar o que ocorreu no continente africano durante o vácuo que se seguiu ao fim da Guerra Fria para iluminar alguns elementos que levem a possíveis respostas para esta pergunta.
Este espaço pós-Guerra Fria foi ocupado por Muammar Kaddafi e seu projeto de pan-africanismo e, principalmente, pelos investimentos chineses no continente, que saltaram de 10 bilhões de dólares em 2000 para 107 bilhões de dólares a partir de 2008. Em comum, os dois novos atores jamais desenvolveram a prática de perguntar a seus parceiros comerciais como eles conduziam suas políticas internas, limitando-se, principalmente no caso chinês, a trocar investimentos em agricultura e infraestrutura por recursos naturais, como petróleo, zinco, ouro, diamante e cobre. O melhor exemplo desse movimento é Angola. Com a parceria dos chineses, o país, com o fim da guerra civil que lhe rasgou ao meio ao longo de três décadas, tornou-se progressivamente, a partir de 2002, uma das economias com crescimento mais vertiginoso no mundo, atingindo nos últimos cinco anos uma média de expansão de seu Produto Interno Bruto da ordem de 9% ao ano.

Atentos a este movimento de expansão chinesa no “continente esquecido”, os EUA e seus aliados adotaram algumas medidas para recuperar o terreno perdido. Em 2007, além das costumeiras ações de caridade empreendidas por ONGs dos mais diversos matizes ou das tradicionais promessas de financiamentos em troca de compromissos com os valores da democracia de mercado, surgiria o Africom, o Comando Militar da África, como fruto de uma proposta de ação mais incisiva na região. Seus idealizadores não contavam, contudo, que os países do continente, liderados por Kaddafi, se recusassem a fornecer uma sede para o órgão diretamente ligado ao Pentágono. Em meados de 2009, a então secretária de Estado, Hillary Clinton, visitou sete países (Quênia, África do Sul, Angola, Congo, Nigéria, Libéria e Cabo Verde), pleiteando um local para a instalação do quartel general do novo Comando. De todos os interlocutores, entre sorrisos diplomáticos e tilintar de copos, ouviu a mesma resposta: não.

Como agora se sabe, os dias de Kaddafi estavam contados e, coincidência ou não, a morte do ditador sepultou o discurso pan-africano e os investimentos líbios, como a aquisição em julho de 2010 de um satélite de comunicações pela União Africana, financiado em grande parte pelo Fundo Soberano da Líbia. Rapidamente após a morte do ditador as consultorias militares, treinamentos e ações humanitárias prestadas por homens uniformizados se espalharam por países como Djibuti, Uganda, Somália, Sudão do Sul, Argélia, Quênia, Etiópia e Congo. O Africom, que se movia com dificuldade no continente, tem agora atuação destacada no combate ao terrorismo, às calamidades humanitárias, etc., etc.
Nesta queda de braço em nome da democracia e da liberdade, 30 mil chineses fugiram às pressas da Líbia em 2011, e a China, além de perder seus investimentos, deixou de ter acesso à maior reserva de petróleo do continente, precisará recomeçar do zero, observando de longe o progresso das empresas dos países que apoiaram a queda do antigo ditador. Assim como outros emergentes, registre-se.

A última volta do parafuso também envolve as operações na região do Saara, onde a França do socialista François Hollande revive suas experiências coloniais em nome da defesa da civilização ocidental. O governo norte-americano mantém conversas bem adiantadas com o governo do Níger, rico em urânio, para a instalação de uma base de drones (aviões não-tripulados) no país vizinho ao Mali, com o alegado objetivo de monitorar possíveis ações terroristas.
Vale a pena destacar que toda aquela região do Saara vem se revelando rica, não só em urânio, mas também em petróleo, maganês, bauxita e o nada desprezível diamante. O “continente esquecido” como um todo produz hoje mais de 8 milhões de barris de petróleo por dia. Uma produção equiparável à Arábia Saudita. O Congo sozinho possui 80% das reservas mundiais de cobalto, fundamental para a indústria eletrônica. As reservas de gás natural na região do chifre africano se revelam a cada dia mais promissoras e os chamados metais raros, fundamentais para a indústria de ponta, também apresentam reservas nada desprezíveis na região subsaariana.

Com pouco mais de cem anos de diferença, a África revive hoje a corrida das potências coloniais do final do século XIX. À época, dizia-se que o fardo do homem branco era levar a civilização aos “povos atrasados”; em troca, explorava-se aquilo que a economia do período demandava. Atualmente, a guerra ao terror e os enxovalhados valores humanitários disfarçam muito mal aquilo que os números escancaram à luz do dia.

Autor: Márcio Sampaio de Castro

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Despachantes suspensos


Mais de um terço dos despachantes oficiais da Guiné-Bissau foram suspensos por suspeitas de fraude fiscal, disse hoje o ministro das Finanças do Governo de transição, Abubacar Demba Dahaba. A medida, de acordo com um documento do Ministério das Finanças, atinge 29 funcionários, entre despachantes oficiais, ajudantes despachantes e caixeiros despachantes, que estão a ser investigados pelo Ministério Público por suspeita de desvio de dinheiros do Estado.

Aos visados foram-lhe suspensas as cédulas de exercício da profissão e impedido o acesso ao sistema informático aduaneiro, o Sydónia. A fraude fiscal reporta-se aos anos 2007 e 2008. Hoje o ministro disse aos jornalistas que o Ministério está a "disciplinar o aspeto fiscal, a cobrança nas alfândegas". Dahaba acrescentou que é preciso "organizar da melhor forma a coleta de receitas" e por isso corrigir esse tipo de "evasão fiscal e desvio de procedimentos". O ministro não revelou quanto dinheiro foi desviado das alfândegas.

"Vamos discutir com cada um o valor desviado, para o repor, e só depois disso poderemos tomar outras medidas e talvez possam retomar as atividades, depois da responsabilização de cada um deles", disse. O ministro disse que até agora nenhum despachante foi detido e que, por enquanto, foi tomada uma medida administrativa, aguardando-se "a evolução a nível da Justiça". Na prática, para já, serão encerradas dezenas de escritórios de despachantes em Bissau, o que vai dificultar ainda mais o desalfandegamento de mercadoria no porto da capital. LUSA

2012: Menos liberdade de imprensa em Cabo Verde e na Guiné-Bissau


Como todos os anos, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou o seu relatório anual relativo ao “Índice Mundial da Liberdade de Imprensa”, um documento revelando que 2012 foi globalmente o ano mais mortífero para os jornalistas. No respeitante mais especificamente aos países Lusófonos, a classificação da RSF viu os posicionamentos do Brasil, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau regredirem drasticamente em termos de respeito pela liberdade de imprensa e de expressão.

Entre os países cuja classificação melhorou, situa-se Portugal que passou do 33° lugar para o 28°. Angola também subiu de duas posições, passando do 132° lugar para o 130°, todavia este país continua a ser o pior colocado entre os países Lusófonos nesta classificação.

No respeitante aos países cuja avaliação regrediu, o Brasil passou do 99° lugar para o 108° e Cabo Verde sofreu também uma queda significativa passando da 9ª posição para a 25ª, contudo continua a ser um dos países Africanos melhor colocados no ranking da RSF. Carla Lima, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Cabo Verde considera que a queda do seu país na classificação da RSF relaciona-se designadamente com alterações nos critérios de avaliação.

RFI

PARIS: 3ª tentativa de assalto


COLLECTIF DES RESSORTISSANTS, AMIS ET SYPATHISANTS DE LA GUINEE-BISSAU
 
MAIS UMA TENTATIVA ABORTADA DE ASSALTO À EMBAIXADA DA GUINE-BISSAU EM PARIS PELOS ENVIADOS DOS GOLPISTAS DE BISSAU
 
Mais uma vez, uma nova tentativa de desalojar a Embaixadora da Guiné-Bissau em Paris, ontem, dia 30 de janeiro, pelos enviados do governo imposto pelos militares, depois do golpe de Estado de 12 de abril de 2012. Recebemos a informaçâo que indica que um grupo de individuos enviados pelo dito governo de transiçâo em Bissau, para occupar a Embaixada em Paris e afastar a Embaixadora que representa o governo legitimo, democraticamente eleito.
 
O povo e a diaspora guineense nâo devem ser surpreendidos pelas atitudes de intimidaçôes e ameaças que caraterizaram o poder de forças que nos governou sempre. Esperamos que, um dia, o dialogo vai fazer parte da cultura dos homens que nos governam e vâo compreender que o dialogo é a unica forma de comunicaçâo para um bom entendimento.
 
Achamos que para o nosso bem todos, devemos evitar a logica a violência e a intimidaçâo - a melhor soluçâo para o futuro da Guiné-Bissau.

Paris dia 30 de Janeiro de 2013
A Direcção

Consta que o 'presidente da CEDEAO de Transição' vai fazer a inauguração das barracas do carnaval 2013...é transição e ninguém leva a mal. AAS

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Honoris...ridiculous


Pensando com isso estar a promover, respeitar e dourar a sua imagem interna e externamente, o Presidente da CEDEAO para a Guiné-Bissau e o seu Primeiro Ministro cairam no ridículo indecoroso de se aprestar à encomenda de uma dita condecoração honoris causa. O suposto galardão honorifico denominado «Transição sem Sangue» (???), no dia 18 do corrente. Segundo os seus promotores, este galardão foi-lhes atribuido pelos seus «empenhos a favor da paz e da estabilidade no processo de transição de pôs-golpe de estado na Guiné-Bissau».

Esse galardão foi iniciativa conjunta, diz-se no «Nô Pintcha», de três «instituições» ditas internacionais, denominadas pomposamente "International Human Rights Commission" (nome maliciosamente escolhido para confundir os incautos com a respeitável e insuspeita Human Rights International), o "Parlamento Mundial para a Paz e Segurança" e a "International Diplomatic Cooperation", vulgo INTERDIPCO.

Mas a verdade é que, essas ditas «instituições internacionais», não passam de um agregado de falsas instituições gerida por intrujões internacionais com cátedra mundial em negócios ilícitos e no branqueamento de capitais...uma autêntica associação de intrujões e criminosos internacionais. As acções e golpes desse grupo de intrujões cadastrados tem feito crônica na sub-região, desde a Libéria até à Serra Leoa, sendo uma das últimas vítimas mais mediáticas o ex-presidente Abdoulaye Wade, que, na sua megalomania de honorabilidade, levou uma banhada que lhe valeu o riso jocoso da imprensa local.

Quiçá na falta de originalidade ou pressa de honorar os nossos dirigentes golpistas, os promotores esqueceram-se que, de pacífica nada tem essa transição de força, pois por conta dos golpistas, onde se incluem em primeira linha os tristes galardoados, temos o saldo macabro de 14 mortes, 3 espancamentos de conceituados políticos, inúmeros espancamentos e torturas de activistas dos direitos humanos e cidadãos anónimos, detenções arbitrárias e um número incerto de pessoas desaparecidas, etc...

Porém, não estranha nada esse olhar distante dos promotores sobre essa realidade, se tivermos em conta que um paquistanês, dado à realidade que se vive no seu país, forçosamente terá que perceber mesmo muito pouco dos direitos humanos.

Enfim, mais um kafunbam para animar a entrada do Carnaval.

PS: ja agora, aconselhava a distinta delegação dar um pulo até Mansoa e galardoar, também, o nosso generalissímo Indjai com um Honoris Causa de «General da Democracia».

Francisco Sambu
Professor

O escurinho do FMI


Usando a metáfora dos reis magos para se referir à troika, Arménio Carlos da CGTP referiu-se, no seu discurso no final da manifestação dos professores, a Abebe Selassie como "o mais escurinho, o do FMI". Esta forma de falar do etíope representante do Fundo Monetário Internacional na troika causou natural incómodo a muita gente. A mim também. E por isso escrevi que "esta crise anda a fazer quase toda a gente perder o norte e o sul e coisas extraordinárias vêm de quem menos se espera". Outros foram os que, com mais ou menos veemência, se indignaram.

Em defesa de Arménio Carlos vieram muitas outras pessoas, mais e menos anónimas. Com argumentos variados. Uns, que nem deveriam merecer grandes comentários:criticar Arménio Carlos para defender o representante do FMI, nas circunstâncias em que o País vive, é dividir a oposição à troika e ajudar o inimigo. A ver se nos entendemos: considero a troika inimiga dos interesses do País e da justiça social. Mas isso não permite tudo. E não me permitirá a mim, com toda a certeza, esquecer outros valores e outros combates tão essenciais como os que agora se travam. O facto de ser dito pelo líder da CGTP, organização em que muitas vezes me revejo, torna a coisa mais grave para mim. Se não criticamos os nossos nunca teremos autoridade para criticar os outros.

Outro argumento foi um pouco mais sonso: então ele não é mesmo mais escurinho? Qual é o problema? A não ser que passe a ser normal responsáveis políticos referirem-se a adversários desta forma, tudo bem. Será, assim, natural ouvir em intervenções públicas falar do ministro das finanças alemão como o "aleijadinho" (ele, de facto, anda de cadeira de rodas, não anda?), a António Costa como o "monhé" (ele, de facto, tem origem indiana, não tem?), a Jaime Gama como o "badocha" (ele, de facto, tem uns quilos a mais, não tem?), a Ana Drago como a "pequenota" (ela, de facto, é baixa, não é?), a Mário Soares como o "velhadas" (ele, de facto, já não é jovem, pois não?), a Miguel Vale de Almeida como "larilas" (ele, de facto, assume publicamente a sua homossexualidade e faz da luta pelos direitos LGBT uma parte fundamental do seu combate político, não faz?). Espera-se, no entanto, que o debate público mantenha algumas regras de civilidade. E, sobretudo, que não alimente alguns preconceitos importantes. Arménio Carlos não disse o que disse num café, onde a conversa se pode aligeirar sem problemas. Disse o que disse numa intervenção pública oficial.

Por fim, porque não há oportunidade em que a expressão não seja usada a propósito ou a despropósito, veio a costumeira acusação do "politicamente correto". A ver se nos entendemos: o politicamente correto tem um sentido. E esse sentido resume-se assim: as palavras não são neutras e carregam consigo história, cultura e política. Por isso, devemos usá-las com correção. Não quer isto dizer que devemos ser bem comportados ou que devamos fazer de cada frase um manifesto político. Quer dizer que não devemos usar as palavras ao calhas. Pelo menos quando estamos a falar ou a escrever na arena pública e não conhecemos as convicções mais profundas dos nossos interlocutores. Há, claro, excessos de purismo no politicamente correto. Que me irritam, como me irritam todos os purismos. Mas o princípio está certo e não é preciso ser especialmente adepto dele para não gostar de ouvir falar de um responsável público como "escurinho".

Portugal é um país racista. Tem uma longa história de racismo. E uma longa história de negação desse racismo. É um racismo suave, sorrateiro, com diminuitivo (como "escurinho"), que não se exibe de forma descarada na praça pública. É, talvez, das formas mais insidiosas de racismo. E um homem que se enquadra numa corrente política com provas na luta contra o racismo e a discriminação, como Arménio Carlos, tem obrigação de saber isto. É por isso que o incómodo com esta afirmação deve ser maior por vir da sua boca. Não duvido, no entanto, que se a expressão tivesse sido dita por um homem de direita a indignação seria muito mais violenta. E mal. A direita tem, nesta matéria, menos responsabilidades. Não porque a direita seja, em geral, racista, mas porque acredita, em geral, que os portugueses não o são. É, por isso, menos vigilante consigo própria.

Se repararmos, Abebe Selassie é o primeiro negro com algum poder real em Portugal. Ou seja, num país razoavelmente multiétnico, o primeiro negro com algum poder só o consegue ter porque esse poder não resultou da vontade dos portugueses. Há, que me lembre, apenas um deputado negro no parlamento - e é do CDS. Não há nenhum presidente de Câmara, nenhum ministro, nenhum secretário de Estado. Isto tem de querer dizer qualquer coisa. Ou quer dizer que os portugueses não votam em negros ou quer dizer que a generalidade dos negros não consegue ascender socialmente no nosso país para chegar a cargos públicos relevantes. Porque são geralmente discriminados ainda antes de chegarem à fase de poder ascender a estes cargos. São discriminados na distribuição do rendimento, dos empregos, das oportunidades. E é neste contexto, e não numa sociedade que dá a todos, independentemente da sua etnia, as mesmas oportunidades, que Arménio Carlos falou de um "escurinho".

Arménio Carlos não se referiu aos outros dois representantes da troika como "o carequinha" e o "loirinho". E é normal. Carecas e loiros há em muitos cargos semelhantes. Não chega a ser um elemento distintivo. "Escurinhos" é que há poucos. Ou melhor, não há nenhum. Só que essa característica física não é comparável a outras que aqui referi. Ela é causa de uma discriminação muitíssimo mais profunda. E foi isso que Arménio Carlos, sem o querer, acentuou: em vez do nome e do cargo, sobrou a Selassie (que eu aqui já critiquei violentamente sem me ocorrer falar da sua cor de pele) o facto de ser "escurinho".

Selassie não foi identificado como etíope, que é, como técnico do FMI, que também é, como alguém que usa óculos, que usa, que é careca, que também é, ou que é politicamente incompetente, que parece ser. É negro. Não pretendo que sejamos cegos perante a negritude. O que fica claro é que, mal surge um pessoa com algum poder no nosso país que seja negra passa a ser essa a forma mais evidente de a identificar. Com direito a dimunitivo. Que isso aconteça num café ou entre amigos não me choca. Que seja essa a forma como o secretário-geral da CGTP se refere a um adversário político - e o facto de ser um adversário político e da frase ter sido dita no contexto de um ataque político só torna a coisa mais grave - numa iniciativa pública é relevante.

Arménio Carlos é racista? Não me parece. Mas a indignação não resulta de uma qualquer avaliação do carácter ou das características políticas de Arménio Carlos. Resulta do que a frase que proferiu num contexto oficial acrescenta ao discurso político em Portugal. Mais grave: o que ela acrescenta ao combate a uma intervenção externa que está a deixar as pessoas desesperadas. A intervenção externa é condenável, mas nunca se pode passar a ideia que ela é condenável porque envolve um "boche" ou um "escurinho". Porque, mesmo que não seja essa a intenção de quem assim falou, isso transforma uma resistência em defesa da soberania democrática num ataque xenófobo. Repito: mesmo que não seja, e estou seguro de que não era, a vontade de Arménio Carlos. É que o sentido das palavras ditas na arena pública não depende da vontade de quem as diz. Dirigindo-se indistintamente a todos - e também a quem seja, e são muitos, racista -, é apropriável por todos. Por isso somos obrigados a especiais cuidados quando as dizemos no espaço público.

Arménio Carlos já veio dizer que não sabe de ninguém que tenha ficado pessoalmente incomodado. E que se alguém ficou, transmite as suas desculpas. Arménio Carlos é um político e tem obrigação de saber que a questão não é o incómodo pessoal de cada um. O confronto político permite o incómodo dos outros. Ele até poderia insultar Selassie. Mas deve pensar bem se o insulto que escolhe corresponde aos valores políticos que defende. A questão é o que a expressão, ainda mais com o diminutivo paternalista, revela. E se há coisa que um político tem de saber é que as palavras, sendo parte fundamental do seu ofício, são importantes. Um trabalhador pode ser um "colaborador"? Pode. Um despedimento colectivo pode ser uma "reestruturação" de uma empresa? Pode. E, como tão bem sabe Arménio Carlos, não é indiferente se usa umas ou outras expressões. Mesmo que ninguém fique pessoalmente incomodado por ser chamado de "colaborador". Porque, como gritava Nanni Moretti, "as palavras são importantes". E em política elas são muito importantes. Mesmo quando não se quer ofender ninguém.

Publicado no Expresso Online
por Daniel Oliveira

Carmelita Pires: "Passa-se tudo em Bissau e nós sabemos"


Leia a ENTREVISTA da ex-ministra da Justiça da Guiné-Bissau.

PAIGC – Braima Camará alarga horizontes


No passado dia 20 do corrente mês, reuniu-se em Lisboa o Núcleo de Apoio à candidatura de Braima Camará (NACBC) com objectivo de apresentar os novos membros (quadros e jovens guineenses) interessados em aderir ao Projecto de "Ba-Quecuto" à liderança do PAIGC. Foram debatidas várias questões relativas ao passado, ao presente e ao futuro do País. Os debates centraram-se sobretudo na actual situação vigente, na correlação de forças entre os diversos grupos de interesses, no que é preciso fazer para atenuar as crispações e recriar um ambiente de harmonia, de fraternidade e sobretudo de confiança mútua entre os guineenses e, consequentemente, no perfil de um Líder capaz de assumir este desafio e fazer dele a razão da sua vida.

É de salientar ainda que um grupo de Guineenses residentes nos EUA, França, Bélgica e Espanha decidiu de uma forma livre e espontânea aderir á este Projecto e apoiar todas as actividades deste Núcleo na nobre tarefa de expandir os essenciais objectivos desta que é de longe a candidatura que mais apoios tem granjeado nos quatro cantos do Mundo.
Braima Câmara, Vulgo Bá Quecuto, filho de um combatente de Liberdade Pátria, Deputado da Nação, membro de Bureau Politico do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo verde (PAIGC), ex-conselheiro dos Presidentes Nino Vieira e Malam Bacai Sanha, Presidente de Câmara de Comercio Industria, Agricultura, e Serviços da GB (CCIAS), Presidente do Conselho de Administração do Grupo Malaika, é unanimemente considerado por todos o homem do momento para o PAIGC, com capacidade e disponibilidade para dialogar com todas franjas da sociedade Guineense, tendo ainda como principal mais-valia uma excelente relação de proximidade e de respeito mútuo com os militantes e simpatizantes do partido e com os nossos gloriosos combatentes de liberdade da pátria, sem esquecer o seu compromisso para com as normas estatutárias do Partido.

Homem de poucas palavras mas com obra feita (à vista de todos), e que imbuído de espírito patriótico e de dever de cidadania, decidiu investir no seu país, sem ter em conta os riscos resultantes do clima de instabilidade que a GB tem vivido nos últimos anos, porque sempre acreditou que era e é possível, dar a volta por cima e inserir a Guiné-Bissau no contexto das Nações Livres, Democráticas e Progressistas do Mundo. Ou seja, no seu entender era e é possível, com um Diálogo honesto e um trabalho sério e responsável, ultrapassar todas as adversidades que subsistem no país com para o nosso bem comum.

E os guineenses não devem ficar à margem deste processo, cuja nobreza e grandiosidade exige de cada um de nós um esforço e um sacrifício dignos de fazer história, tendo em conta a envergadura dos objectivos preconizados. Vamos todos, mas todos juntos, de mãos dadas, integrar este projecto, fazer dele um projecto nacional e mostrar ao Mundo que o guineense é capaz, não só de caluniar, acusar sem provas evidentes, fofocar, inventar casos e factos para prejudicar os outros, julgar os outros na praça pública, condenar sem julgar, etc., mas também de trabalhar para construir a sociedade com que sonhara Amílcar Cabral e os que deram o seu melhor para a nossa autodeterminação e independência.

Viva a Guiné-Bissau!
Viva o nosso Povo!
Viva o PAIGC!
Contamos consigo, irmão – ADIRA!

NESTE PROJECTO HÁ ESPAÇO PARA TODOS, PORQUE É INCLUSIVO!

Contactos da coordenação do Núcleo:
Telemóvel: 967174037 e 964278747
E-mail: nacbc.diasporaeuropa@gmail.com

Lisboa, 27 de Janeiro de 2013

NÚCLEO DE APOIO Á CANDIDATURA DE BRAIMA CAMARÁ (NACBC) à liderança do PAIGC na Diáspora – Europa

Nô mindjeris, nô mamés


30 de Janeiro é Dia nacional das mulheres da Guiné-Bissau. As mulheres guineenses tiveram um papel preponderante na luta de libertação e na reconstrução do nosso país. Hoje, elas têm os mesmos direitos que os homens e uma linda história cheia de lutas e conquistas.
 
Verdadeiras guerreiras e heroínas... Vivas ou mortas, devem ser lembradas e respeitadas! Muitas perderam a vida por causas nobres e justas; Tal como os homens, foram vítimas de ditadura nos períodos conturbados da nossa história; Ao lado dos homens, elas, incansavelmente lutam pela liberdade, democracia e o bem-estar do povo da Guiné-Bissau.
 
30 de Janeiro é uma das datas tristes que deve ser lembrada e homenageada. Pois, nesse dia, (dez dias após o assassinato de Amilcar Cabral) no ano de 1973, Titina Silá mãe e combatente destemida foi assassinada, numa emboscada, quando atravessava o rio de Farim numa canoa. As mulheres guineenses merecem o reconhecimento desta nação valente!
 
Esta é a minha singela homenagem a todas as mulheres da minha terra.

MINDJERNDADI

Na tchon di Guiledji, matu fitchadu,
Balentasku di homis odjadu.
Ma, nô mindjeris karga bala...
É karga bala... É kamba lala.
 
Mindjerndadi na riu di Farim, Titina
Sodadi di Boé Madina
Mindjer Guiné, bu fidi na fidida di speransa,
Bisti di djumé, bu kanta kantiga di kambansa!
 
Sol manci di repenti,
Tchuba ieri-ieri na korson di tera inocenti,
Lua nobu sukundi na manganassa
Pa djumpuni é nubdadi di prassa.
 
Mindjer combatenti mandjua di luta
Nundé bu rispitu, n`punta?
Mindjer balenti na kanua di luta
Nundé bu diritu, n`punta?
 
Né kassa ku nô na kumpu li,
Ku bu dur, bu mostra bu balur di mindjer.
Ka bu seta más sedu Apili!
Trás di bom homi, bom mindjer...
 
Poema de: Vasco Barros.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Levantamento das sanções pela UA: Angola e países africanos estão contra


"Há a tendência da CEDEAO, com a Nigéria à cabeça, obrigar a União Africana a levantar as sanções internacionais à Guiné-Bissau, sob o argumento de que a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo". Angola e países africanos da CPLP defendem manutenção das sanções. O secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, fez uma avaliação positiva da participação de Angola na Cimeira da União Africana (UA), que encerrou segunda-feira, em Addis Abeba, noticia hoje o Jornal de Angola.

De acordo com declarações do governante angolano, as discussões foram acaloradas, principalmente entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), devido à situação política na Guiné-Bissau. "Há a tendência da CEDEAO, com a Nigéria à cabeça, obrigar a União Africana a levantar as sanções internacionais à Guiné-Bissau, sob o argumento de que a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo", denunciou Manuel Augusto, esclarecendo que esta não é a opinião de Angola nem da CPLP. Após acesos debates, acrescentou, chegámos à conclusão de que as sanções vão continuar, até que o Conselho de Paz e Segurança da União Africana conclua que estão criadas as condições para se levantarem as sanções que pesam sobre a Guiné-Bissau.

"Foi um momento não muito bonito porque os argumentos apresentados pela CEDEAO não colheram e tentaram ir por um caminho que não é o que a União Africana segue. Felizmente, os países que aqui representaram os PALOP tiveram o apoio de outros países e manteve-se a posição inicial", disse. Segundo o secretário de Estado angolano, a Cimeira da UA teve como mérito chamar novamente a atenção de África para uma reflexão profunda. No encontro, foi entendido como um sinal não muito bom o facto de um país europeu, a França, ter intervido num conflito africano. "Isso demonstra a nossa incapacidade", admitiu Manuel Augusto, citado pelo Jornal de Angola, para quem a pobreza ou a falta de recursos materiais não pode ser a justificação para África ter dificuldades em lidar com os seus problemas. Africa21

Mitos e ilusões


A um nosso compatriota, um «renomado» economista, é reconhecido competências e atributos excepcionais, particularmente dos seus parceiros de interesses e lobbys francofonos que o vêm, como sendo o "homem ideal" para dirigir os destinos da Guiné-Bissau.

Assim, não é de estranhar, que neste momento em que interesses politicos e de posicionamento para a conquista do poder começam a acentuar-se na Guiné-Bissau, que o seu badalado nome volte naturalmente a ribalta, aparecendo com mediatismo bem orquestrado a propagar nos medias nacionais e internacionas projectos ilusionistas de centanas de milhões de dolares para a Guiné-Bissau.

Como guineense atento e quadro cioso do melhor para o meu pais, e ouvindo esse nosso "eminente" economista nas ondas da RTP-Africa, não posso deixar de reagir a essa manobra mediatica de promoção e oportunista de um vendedor da "banha da cobra".

Antes porém, importa salientar, de que nada me move contra esse meu compatriota, nem tenho o dierito de me opôr as suas legitimas aspirações politicas de ascensão ao poder na Guiné-Bissau. Para mim são aspirações legitimas de qualquer filho da Guiné-Bissau.

Reconhecendo por um lado, que o nosso compatriota conseguiu, ao longo dos anos em que andou na ribalta das organizações financeiras internacionais graças ao nome da Guiné-Bissau, criar uma aurea de competência e intelectualidade aparentemente insuspeita, não posso deixar por outro lado de questionar sobre o modus como granjeou a esse pedestal, assim como de questionar, sobre quais os efeitos praticos, ganhos ou retornos positivos que essa propalada sumidade guineense em economica trouxe na realidade para a Guiné-Bissau e os seus concidadãos. Posso estar errado na minha analise, mas se tiverem um exemplo concrecto que o digam, que darei a mão à palmatoria.

E minha modesta opinião de que, a ascensão desse nosso compatriota, foi, e é também, essencialmente fruto de conjugação de lobbys interesseiros com as quais as suas posições e tretensões sociais e politicas se coadunam. Em pezinhos de lã e sem esforço de maior, foram-lhe abertas as portas da sua ascensão. Primeiro como assessor do Ministro das Finanças da Guiné-Bissau, pouco tempo depois foi indigitado no quadro da configuração dos postos por paises, ao posto de administrador adjunto do BM. Nessa instituição, à parte a sua competência técnica que se lhe reconhece, o nosso economista internacional, soube fazer valer a sua valência francofona e rodeou-se de um staff técnico 100% francofono (até a secretaria era do Senegal), para conquistar a simpatia do eixo francofono de interesses na Guiné-Bissau. Dai foi um passo para a sua catapultação ao posto de um dos Administrador do BM com uma importante carteira africana. Enfim, um estatuto de privilégio construido na base de binômico de competência/lobby.

Contudo, a minha consciência impele-me a interpela-lo, chamando a colação dessa interpelação outros meus compatriotas, sobre a bondade e os verdadeiros fins dessa mise en scene repentino, mas devidamente calculado do nosso economista internacional.

Essa minha interpelação, consubstancia-se nos seus actos vis a vis as suas pretensões. Tudo isto, porque do meu ponto de vista, apesar de ter todo esse percurso de sucesso numa organização tão importante, mas ele, pertencendo a um pais tão carente como a Guiné-Bissau, enquanto administrador, o nosso compatriota economista internacional, nada fez de concreto e relevante para o seu pais contrariamente a outros guineenses que apesar de não terem ocupado postos tão estratégicos e importantes como o dele, assim mesmo, fizeram algo para o pais, ou logo que sairam desses postos se disponibilizaram a regressar ao pais e aportar a sua valiosa contribuição nesse nosso pais carente em tudo.

O nosso economista internacional, apos deixar esse cargo de administrador do BM, nunca se interessou, ou mostrou-se disponivel em dispensar os seus conhecimentos, quer técnicos quer de influências para ajudar a Guiné-Bissau. Ao contrario, o nosso economista internacional, limitava-se a cada mudança de ciclo ou turbulências politico-militares, reaparecer no pais, ar de intelectual inalcançavel, vender ideias surrealistas..., apalpar o terreno sempre com os olhos na cimeira do pais e,...não sentindo nada cheirar nesse sentido, mais manso do que veio, pega no primeiro avião e volta a sua saga de lobbysta e vendedor de ilusões. Assim foi com um obscuro gabinete de consultadoria financeira montada em Dakar, um fiasco que não durou nem mesmo um ano completo e, hoje quer nos vender a ilusão de fazer um «Béntém» onde a fartura da morte é que faz regra e onde todos os investidores correm, como da peste.

Esse percurso de ilusionismo do nosso economista internacional não é de hoje, e decerto não cessara enquanto não alcançar os seus objectivos e dos seus padrinhos lobbystas francofonos que o vêm como o modelo do que querem para a Guiné-Bissau: a servidão, a submissão aos interesses dos seus patrões lobbystas.

Outro facto que causa mais curiosidade, nessa "boa causa" do nosso economista internacional em vender as potencialidades de negocios e perspectivas fluorescente que a Guiné-Bissau tem, é que, toda essa montagem mediatica é feita num periodo de excepção, num periodo de instabilidade institucional, quando o pais esta tomado de assalto por um golpe e governado por um regime politico-narco-militar não reconhecido pela larga maioria da comunidade internacional.
 
Porém, esse timing não me surpreende, a mim isso não me espanta, pois o nosso economista nacional, nunca aparece com os seus famosos e ilusorios projectos para a Guiné-Bissau, quando os Governos são legais, quando são constitucionais e amplamente reconfortado pela Comunidade Internacional. Em nenhuma dessas circunstâncias vimos o nosso economista internacional empenhar-se com tanto fervor e tão afincadamente a vender a imagem da Guiné-Bissau e a prometer mobilizar tantos investimentos para o pais.

Posso até estar errado e, o economista internacional vir a conseguir mobilizar todas esas personalidades indinheiradas da banca e da alta finança que diz que vai levar a Guiné-Bissau. Pode ser pois as personalidades que citou fazem parte do seu circulo de influências e de interesses que pretendem pôr um guineense com ADN francofono à frente da Guiné-Bissau, pais que, a par com a Gambia constituem a espinha encravada na pretendida hegemonia francesa na Africa Ocidental.

Contudo, o caso eventualmente esse projecto do lobby que corre pelo nosso economista nacional se vier a concrectizar, gostariamos também de saber por quantos ja vendeu a Guiné-Bissau, pois o montante que o seu projecto promete num so ano até ultrapassa as maiores fasquias do Millenium Chalenger americano.

Para finalizar, quero deixar bem claro que, não tenho nenhum direito de querer negar a um compatriota meu a pretensão, ou o sonho de querer ser Presidente ou Primeiro Ministro da Guiné-Bissau (ao que me parece são esses os unicos cargos que interessam ao nosso economista internacional), porém, o que lhe exigimos é que, primeiro se desembarace do seu chip de grandes manias, depois que, seja mais guineense e que vista a camisola nacional, que saiba e servir o seu pais, saber viver na simplicidade, seja como técnico, seja como cidadão... para com todo o direito, ai sim, querer pretender-se guindar a esses cargos.

De ilusões, fatos de alpaca e papyons parisienses, estão os guineenses fartos.
Como diz o nosso Zé Manel, pubis ka burru

Izequiel Pedro Fernandes
Economista - Carregado

Será assim tão difícil pagar os salários?


Há um ditado muito popular que diz que "Quem pode, pode". Os funcionários públicos guineenses há qause quatro anos que estavam habituados a receber pontualmente os seus salários. Esta vitória, se assim o podemos apelidar foi graças ao empenho e rigor do executivo que até ao golpe de 12 de Abril governava o país. Após o golpe de 12 de Abril a situação continuou, pois, o executivo golpista, para além de deitar mãos a alguns fundos do sector privado, nomeadamente o FUNPI, estava a ser financiado por alguns países da CEDEAO, conseguindo assim honrar os compromissos com os funcionários públicos.
 
"Suma fidju tchiga dja maioridade, papé tiral fugom i rapa tchiga totis." É que os apoios da CEDEAO para o pagamento dos salários foram suspensos, o sector privado já não tem fundos para emprestar, então a coisa complicou. Os que menosprezavam os esforços do governo do Senhor Carlos Gomes Júnior no que tem a ver com o pagamento pontual dos salários (É tá fala ba: Kê ki paga salário?)agora já sabem que afinal vale alguma coisa.
 
O mal de tudo é que até gravaram uma música em que dizem que os outros (governo do CADOGO) pagava no dia 25 de cada mês e eles agora pagam no dia 22, sem no entanto explicar que É TÁ DJUDADU NAN PAGA. Até o ANTÓNIO INJAI entrou na jogada dizendo numa entrevista que "É TÁ PAGA DIA 25, ANÓS NÔ TA PAGA DIA 22".
 
Já estamos no dia 29 e alguns funcionários públicos continuam sem receber os seus salários. Mas os gajos são espertos, pois, pagaram os militares para não serem contestados por aqueles que os puseram lá.
 
Será que é assim tão dificil pagar os salários? Julgo que não, pois, é só perguntarem ao CADOGO ou o Sr. Mário Vaz.
 
Bolingo Cá

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ÚLTIMA HORA: O funeral de Domingos Fernandes Gomes terá lugar amanhã, dia 29 de janeiro no cemitério dos Prazeres, às 11 horas, antecedida de missa de corpo presente às 10h na igreja do Santo Condestável. AAS

Collectif homenageia Domingos Gomes


O "Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guinée-Bissau", recebeu a triste noticia do desaparecimento físico de Sua Excelência Doutor Domingos Fernandes Gomes, Primeiro opositor Guineense ao antigo regime do PAIGC, líder fundador e Presidente do Movimento de Ba-fata, ocorrido no dia 26 de janeiro de 2013 no hospital Santa Maria, em Lisboa depois de uma curta hospitalizaçao.

Homen de uma grande admiração e inteligência, contribuiu honestamente para o desenvolvimento e instalação da democracia, participando nos mais altos níveis das decisões do Estado.

Como médico mostrou sempre a sua capacidade profissional e humana acompanhando de perto aqueles que sofriam.

Com esse desaparecimento, o Povo da Guiné-Bissau, acaba de perder um Combatente pela Liberdade, pela Paz, pela Unidade Nacional que trabalhou junto das Igrejas em comunhão de fé e de respeito entre as comunidades.

A missa funerária terá lugar no dia 29 de janeiro de 2013 as 10 horas na Igreja Santo Condestável, seguida das cerimonias funebres as 11 horas no Cemitério de Prazeres, (Campo Ourique), em Lisboa.

Paz à sua alma !!!

Paris dia 28 de janeiro de 2013

A Direcção do Colectivo em França