quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Sakur!
O CEMGFA António Indjai, pediu hoje o "levantamento das sanções" impostas ao país pela União Europeia. Numa conversa com os jornalistas, na presidência da República e à margem da cerimónia de cumprimentos do novo ano ao 'presidente de transição', António Indjai disse que "a Guiné-Bissau precisa da paz" para que o país se possa desenvolver. E adiantou: "Pedimos à União Europeia que esqueça o passado, e apoie o desenvolvimento da Guiné-Bissau".
NOTA: Eu, no lugar da União Europeia, apertava - e alargava ainda mais - as sanções... AAS
Na onda...
... de greves:
- Saúde, começou hoje e durará 20 dias. A saúde está doente...;
- Correios, inciou dia 2 e prolonga-se por 30 dias. Ninguém escreve ao general;
- EAGB 'apaga' dia 9. Será o bréu. Mas, também, como ninguém nota diferença... AAS
Ramos-Horta chega a Bissau em fevereiro
O novo representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, disse hoje que deverá chegar a Bissau na segunda semana de fevereiro. "Arranco para a Guiné-Bissau, provavelmente no dia 09 de fevereiro", afirmou o ex-Presidente timorense e Prémio Nobel da Paz em conferência de imprensa, na sua residência em Díli. José Ramos-Horta, que viaja hoje para Portugal para participar nos eventos relacionados com o 40º aniversário do semanário Expresso, seguirá de Lisboa para Nova Iorque para uma semana de trabalho.
"De Lisboa, seguirei para Nova Iorque para uma semana de trabalho, de consultas, de briefing, sobre o mandato que acabo de receber do secretário-geral da ONU (Ban Ki-Moon) com luz verde do Conselho de Segurança", afirmou. De Nova Iorque, José Ramos-Horta vai participar ainda no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça, e em conferências na Alemanha e França. "Regresso a Timor no dia 29 de janeiro para fazer os últimos preparativos de natureza prática, algumas despedidas e, finalmente, arranco para a Guiné-Bissau", disse.
Militar mata com granada!
No dia 01/01/2013, por voltas das vinte horas, a pacatez do bairro de Cupelom de baixo foi quebrada com uma discussão entre um militar (Dú) e a sua namorada, Djari. Dois irmãos desta, postos ao corrente, deslocaram-se ao local para se inteirarem da situação. Encontraram, para além do casal de namorados, a mãe desta e Sene e Manafá Djanco, irmãos da vítima.
O clima era de grande exaltação porque o militar estava bêbado, e o Mustafa irritado com o comportamento do Dú. Palavra puxa palavra, e o militar tirou uma granada F51 e disse que ia morrer juntamente com o Mustafa. Num acto tresloucado, puxa a cavilha e... fez-se explodir. O militar morreu logo ali, mas Mustafa foi ainda levado para hospital Simão Mendes, tendo morrido pouco depois. No hospital ele gritava que ia morrer: perdera 53% por cento do corpo.
Ontem, por volta das 9 horas, um grupo de militares trajados a civil foram recuperar os pertences do militar: a farda e a pistola. Do grupo, havia igualmente agentes da PJ. Segundo testemunhas ouvidas pelo DC, o Dú era condutor de Arcénio Baldé, ex-porta-voz e oficial superior do EMGFA. Segundo informações, o militar costumava ameaçar a rapariga de morte. Ontem, pela calada da noite, um grupo de militares foi ao hospital resgatar o corpo e levaram-no para parte incerta. Tudo aconteceu na presença do médico que estava do serviço... AAS
DSP: Vexame no EMGFA
No dia 24 de dezembro, Domingos Simões Pereira, candidato à liderança do PAIGC, foi ao Estado-Maior General das Forças Armadas para, a seu pedido, ter uma audiência com o CEMGFA António Indjai. Na comitiva, estavam Camilo Simões Pereira (irmão de DSP e ministro da Saúde no governo de Carlos Gomes jr.), Filomeno (funcionário da APGB e membro da sociedade civil), Rui (administrador de S. Domingos, militante do PAIGC que transitou do PRS), Queba Banjai (administrador da ElectroSolar de Gabú) e Abu, funcionário das Obras Públicas.
Depois de António Indjai ouvir DSP, veio o troco: "Você esteve muito tempo fora da Guiné-Bissau e agora voltou para se candidatar para líder do PAIGC", disse o CEMGFA. De seguida, e de um só fôlego, Indjai rematou: "Isto [as eleições] é como um campeonato. Se ganhares, tudo bem e se perderes há que saber encaixar." Mas o CEMGFA não ficou por ali. "Uma coisa é certa - continuou - os militares nada têm que ver com o acto eleitoral de qualquer partido político". E assim acabou a audiência. Uma audiência amarga, diga-se. António Indjai desmarcou-se... AAS
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Ramos Horta substitui Joseph Mutaboba
O Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, designou o ex-presidente timorense José Ramos-Horta como seu representante especial na Guiné-Bissau. Ramos-Horta vai liderar a missão da UNIOGBIS - criada para consolidar a paz na Guiné-Bissau - e sucede a Joseph Mutaboba, um diplomata ruandês que termina o seu mandato a 31 de janeiro.
Numa declaração justificativa da escola de Ramos-Horta, a ONU salienta a sua experiência de mais de 30 anos ao serviço da política e da construção da paz e estabilidade em Timor-Leste e noutros pontos do globo. Presidente timorense entre 2007 e 2012, José Ramos-Horta tinha exercício antes os cargos de Ministro dos Negócios Estrangeiros e de Primeiro-ministro, e foi afastado na primeira volta das eleições de março do ano passado em Timor-Leste e que foram ganhas por Taur Matan Ruak.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Collectif des Ressortissants - Mensagem
Mensagem do fim do ano 2012 do Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guiné-Bissau ao POVO e a DIASPORA
Caros Compratriotas,
O ano 2012 está quase no seu fim. O mundo conheceu muitas convulsões e agitações preocupantes nas áreas políticas, económicas, culturais e religiosas. Esperamos que 2013 seja o ano da paz, da estabilidade económica e da diplomatia mundial.
No que se refere à Guiné-Bissau, essas convulsões políticas e ingerências das forças armadas nos asuntos políticos de Estado nesses últimos anos na nossa terra, impediram o desenvolvimento gradual da nossa sociedade, colocando assim, a Guiné-bissau como um dos países mais pobre e instável do mundo segundo a ONU.
Compatriotas,
A situação da nossa terra e gravíssima e preocupante para o nosso futuro e da nova geração. A via que alguns das nossas clases politicas e militares pretendem nos conduzir, não e aquela da Comunidade Internacional, do nosso Povo e nem tanto poco do fundador da nossa nacionalidade, Amilcar Cabral, que numa carta aberta Memorandum ao Governo Colonial Português sobre as condições da auto-determinação do povo da Guiné-bissau e Cabo Verde, no seu ponto 4, preconizou:
Liberdade de pensamento, de reunião, de associaçao, de formação de partidos políticos e de sindicatos, liberdade da imprensa e garantias para o exercício efectivo dessas liberdades sem discriminação de raça, degrau de cultura, do sexo, de idade e das condições de fortuna. Havia na verdade uma esperança do regresso progressivo a nossa terra natal de alguns dos nossas compatriotas segundos as indicações económicos e sociais do crescimento do balanço comercial.
Hoje, esse balanço caiu a pico com o Golpe de Estado do 12 de Abril de 2012. A maioria da Diaspora que tinham projetos e vontade de regressar a Guiné-Bissau, foi desiludida. A Diaspora é o primeiro embaixador e mediador do nosso Povo no Exterior, um verdadeiro regulador e porta voz do todo funcionamento constitucional da nossa terra. A nossa patria precisa mais que nunca a participação de todos os Guineenses para encontrar soluções pacificas e garantias para a Nação.
Nesse momento de grande aflição, a Unidade Nacional é a garantia das nossas instituições republicanas para o equilíbrio do bem estar de nosso Povo. O Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guinée-bissau, deseja que o Ano 2013, seja um ano de entendimento, de unidade nacional, de coesão social, de reformas para solucionar definitivamente os demais problemas da Nação. Só com o respeito da lei e das instituições republicanas que poderemos avançar juntos e desenvolver o nosso pais.
Viva a Unidade Nacional, Viva os Guineenses, Viva Diaspora, e Viva o Colectivo !
Boas entradas, Saude, Paz e e Felicidade para o Novo Ano 2013 !!!! Viva a Républica!!!!
Paris le 31 décembre 2012
A Direcção do Colectivo
Ode ao Aly
"Caro Aly,
Mais um ano que passa, mais uma vitória da tua perseverança e heroicidade em nome do Povo da Guiné-Bissau.
Estoica e corajosamente tens dado o exemplo do que deve ser o verdadeiro patriotismo despido de falsas guinendades fúteis e de falsa coerência.
Sozinho tens-te batido, com risco de vida e da tua estabilidade emocional e familiar a bem da tua/nossa Guiné-Bissau,... enquanto oportunistas e incompetentes à base de mentiras e falsidades são cobridos e bajulados com mordomias e bem estar. Sei que nada disso te preocupa, senão o desprezo que lhes dispensas na altivez do teu trabalho e do teu empenho em prol do bem comum e da justiça. Certo que não é isso que procuras em primeira linha, porém crente de que não desmerecerias melhor reconhecimento da parte dos guineenses, faço-me erigir na minha modesta figura para te cobrir com o manto sagrado dos agradecimentos da "commundadi" guineense.
Guardo ainda fresco na memória um dia em que, ao longe, te indiquei a uma pessoa amiga, um estudante cioso dos problemas da Guiné-Bissau. Hey..., olha bem! Esse tipo que aí vem, é o Aly do blog Ditadura do Consenso, apontando à tua figura meio desengonçada no andar, porém estranhamente ausente do cenário onde te encontravas. O meu interlocutor perguntou-me: é aquele da T-shirt às riscas (apontando a um abastado em músculos que se pavoneava como um gigolo perto do Aly)... Disse-lhe impacientemente que não.
O Aly, é aquele de calças jeans desbotada, cabelo grisalho..., é esse ai de camisa azul marinho. Incrédulo, respondeu o meu interlocutor... é esse o Aly!!! Divertidamente, disse-lhe que sim... é esse o Aly. Não acredito, quero conhecê-lo...tens que me apresentar o Aly, disse-me excitadíssimo o estudante-politico. Disse-lhe que sim. Num ápice, juntaste-te à nossa mesa e o resto foi só conversa e muitos palavrões à mistura... era esse o Aly. Um sujeito "complicado" para alguns, mas para mim, um tipo de simples trato, cheio de princípios, de força interior e de convicções fortes.
Na despedida, o miúdo ainda reclamou... mas não me apresentaste o Aly! Disse-lhe que, simplesmente não valia a pena... porque 'o gajo é um bocado tímido. E complicado.'
Enfim, caro irmão, Deus deu-te a coragem que não nos deu, teu Pai, o tio "Beto", deu-te o dom da escrita fácil e apaixonante, ele dotou-te da irreverência natural daqueles que perseguem a injustiça e combatem ferozmente a tirania e, nós, os teus amigos, não te podendo erigir uma estátua, nem te decorar com as mais altas insígnias do mais valoroso combatente, dar-te-emos singularmente aquilo que temos para te dar sem reservas: A AMIZADE DE SEMPRE que se junta neste dia especial de NOVO ANO que se vislumbra, para te desejar, do fundo do coração: UM FELIZ E PRÓSPERO NOVO ANO DE 2013 certos de que, juntos, estaremos na linha da frente para lutar contra a tirania e os desmandos daqueles que mandam hoje na nossa Guiné-Bissau.
UM PRÓSPERO E SINGELO ANO DE 2013 PARA TI, OS TEUS FILHOS E TODOS AQUELES QUE TE SÃO QUERIDOS.
Um grande e fraterno abraço,
Do amigo de sempre,
Nhâté Braiê"
PANSAU INTCHAMÁ: Investigação DC
- Quem enviou dinheiro ao Pansau Intchama, em França, para ir para a Gâmbia?
- Quem entregou do dinheiro?
- Como Pansau conseguiu o passaporte na embaixada da Guiné-Bissau em Banjul - e por cumplicidade de quem?
- Sabe quem é o noivo da filha do general, que vive em Banjul?
- Quem guarda os filhos do general António Indjai, em Banjul e o que fizeram em Bissau antes?
Toda a história, que prova que o assalto ao quartel dos paracomandos foi uma farsa, que custou a vida a mais de dez guineenses. AAS
Que futuro para o PAIGC?
No PAIGC, os Congressos servem essencialmente para radicalizar as os antagonismos, acentuar as contradições entre os grupos de interesses que vão surgindo por estas alturas, evidenciando manifesta incapacidade de dialogar e arrumar a casa. Numa altura em que está a ser montado um cenário fraudulento para relegar o PAIGC à oposição, seria lógico a tomada de consciência dos seus Dirigentes, quanto aos imperativos de se aglutinarem em torno de um único Projecto (reconciliador, inclusivo, realista e credível).
Entretanto, são nove (9) os candidatos que se perfilam à liderança do Partido, arrastando consigo os respectivos apoiantes, aflitos e desesperados, que encaram cada Congresso como uma oportunidade de vida ou morte para chegarem ao Comité Central, ou mesmo a Ministros.
A fatídica tradição de organizar os seus Congressos nas vésperas das eleições, sem se preocupar em posteriormente organizar, pelo menos uma Conferência, antes das eleições, para reconciliar os vencedores e os vencidos no Congresso e definir uma estratégia eleitoral inclusiva (partidária), faz com que o PAIGC se apresenta às eleições sempre fragmentado, com os excluídos e naturalmente descontentes, a constituírem uma forte oposição interna à direcção eleita no Congresso, acabando sempre por prejudicar os interesses do Partido, como aconteceu em 2005, com o regresso de Nino Vieira e mais recentemente com o Golpe de Estado perpetrado por Serifo Nhamadjo.
Apesar de existirem nove supostos candidatos à liderança do PAIGC, fala-se mais da candidatura de Braima Camará, que, em virtude de estar no terreno e da humildade com que se relaciona com os Militantes do Partido, leva uma vantagem confortável sobre as demais candidaturas. Quanto à Domingos Simões Pereira, parece ter dificuldades em compreender e dialogar com a complexa malha social que compõe o mundo do PAIGC. E o facto de ter afirmado que Braima Camará não tem condições para dirigir o PAIGC e posteriormente dirigir o País na qualidade de Primeiro-ministro, demonstra falta de humildade e constitui uma enorme desilusão para mim, enquanto seu admirador incondicional e que gostaria de ouvi-lo a falar das suas virtudes e não dos defeitos dos outros candidatos.
Acontece que Domingos Simões Pereira teve oportunidades que soube abraçar e se realizar na vida. E o seu percurso como secretário executivo da CPLP foi brilhante e constitui um orgulho para todos os guineenses de boa fé. Por sua vez, Braima Camará teve o mérito de chegar sozinho onde chegou, sem tios, nem padrinhos. E, tendo em conta a sua idade (muito novo), o seu património pessoal, o seu brilhante desempenho na Câmara do Comércio e no Grupo Malaika, o seu percurso político no PAIGC, do qual é membro do Bureau Político, seria injusto retirar-lhe o devido mérito, só por uma questão de concorrência, que neste caso, devia ser leal, por se tratar de uma eleição interna do Partido.
A desvantagem de Domingos Simões Pereira em relação à Braima Camará deve ser encarado com toda a naturalidade, porque tem uma explicação lógica: A DISTÂNCIA (que tanta angústia e tanto sofrimento já provocou, tanto sentimento destroçou, separando até mesmo o inseparável). Basta lembrarmos que, depois de dois mandatos á frente da Organização das Nações Unidas, Javier Perez de Cuellar não conseguiu ganhar eleições presidenciais no seu País; tanto El Baradei (director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica), como Amr Moussa (Ministro dos Negócios estrangeiros do Egipto, entre 1991 à 2001 e secretário-geral da Liga Árabe desde Junho de 2001 até Junho de 2011), foram derrotados nas últimas eleições presidenciais no Egipto, por um desconhecido chamado Mohamed Morsi. A tendência mostra que, prestar serviço longe de casa não compensa.
Ainda na sequência disto, gostaria de deixar bem evidente que seria insensato da nossa parte, estabelecer qualquer comparação entre estes dois candidatos, porque apesar de ambos terem tido um percurso de vida profissional simplesmente invejável, cada um deles tem as suas especificidades, suas experiências de vida e suas valências e, nenhum deles chegou a dirigir um Partido ou um Governo, portanto seria uma experiência completamente nova, tanto para um, como para o outro. E neste caso, a formação académica não deve ser um factor relevante, na medida em que, são funções que pressupõem trabalho de equipa e em que a capacidade e a experiência de gestão de Recursos humanos e financeiros acabam por ser determinantes. Basta recordarmos que os melhores governantes do Século XX (Luís Inácio Lula da silva, Pedro Pires, etc. não têm formação superior).
Reitero as minhas preocupações pelo futuro do PAIGC e do nosso País, a julgar pela manifesta indisponibilidade e incapacidade de fazer cedências em nome da estabilidade e da coesão nacional, revelando falta de humildade e ausência de patriotismo e de sentido de Estado, num contexto que deixa bem evidente que, qualquer candidato que for eleito no Congresso, terá que lidar com um Partido fragmentado, fazendo ressuscitar o fantasma de um passado recente que resultou na actual situação que se vive no País.
O mais alarmante em toda esta dança de cadeiras, é o facto de o PAIGC ter estado a subestimar as eleições presidenciais, como se de nada servissem, quando todos sabem que delas depende a estabilidade governativa. O mais lógico nesta altura do campeonato, era a Direcção do Partido envidar esforços para convencer Braima Camará, Simões Pereira e Aristides Ocante silva á fundirem as respectivas candidaturas, criando o posto de Vice-Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros para Domingos Simões Pereira e de Ministro da Economia e Desenvolvimento Regional para Aristides. E, se por ventura não forem criadas as necessárias condições para a participação de Carlos Gomes Júnior nas eleições presidenciais, o Partido comprometia-se a apoiar a candidatura de Domingos Simões Pereira para a Presidência da república e Aristides passava para a política externa. Seria maravilhosa ver um grupo de jovens realizados à reivindicar a gestão do País, num momento tão delicado como este.
Considerando as reais possibilidades desta fusão, antes ou depois do Congresso, com o vencedor a reconhecer a pertinência de incluir os vencidos no seu projecto, para garantir unidade e coesão no Partido e por reconhecer neles tributos imprescindíveis à uma boa implementação desse mesmo projecto, os candidatos devem pautar pela contenção, moderação, tolerância e respeito mútuo, como forma de erradicar o extremismo e manter aberta as portas do diálogo.
Nhu Preocupado.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2012.
DISCURSO DESCONECTO DA REALIDADE DO PRESIDENTE ILEGÍTIMO
Queria centrar-me no discurso do Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau, pela ocasião da passagem de ano. Não vou perder tempo em dissecar ponto por ponto, porque senão corro o risco do editor do Ditadura do Consenso não publicar o meu texto, por ser demasiado extenso.
Em termos da Cooperação Internacional, todos já sabemos a desgraça e a vergonha que é neste momento a Guiné-Bissau, mas para o Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau, isso é apenas consequência de “uma intensa campanha negativa levada a cabo por forças obscuras” e não de uma conduta irresponsável de alguns políticos, entre os quais o próprio Serifo Nhamadjo, e militares, na preparação e execução de um golpe de estado, com base apenas na rejeição de uma escolha clara e inequívoca do povo guineense de um candidato Presidencial!
O Presidente ilegítimo em dez meses, esqueceu-se ou quer que o povo se esqueça que, o mesmo povo que quer agora convocar para um “diálogo aberto, franco, inclusivo de ponta a ponta do nosso País, do leste a oeste e do norte a sul, do Cabo Roxo a Ponta Cajé”, foi esse mesmo povo que ele Serifo Nhamadjo, Kumba Ialá, António Indjai e outros candidatos nas últimas eleições presidenciais interrompidas na Guiné-Bissau, desobedeceram e desrespeitaram, através de um levantamento militar, invalidando a vontade popular, manifestada de forma ordeira e cívica nas urnas!
O Presidente ilegítimo está demente ou já se esqueceu que foi esse mesmo povo que deu mais votos a Carlos Gomes Júnior e colocou-lhe a ele Serifo Nhamadjo, fora da corrida presidencial, logo na primeira volta!? Já se esqueceu que foi esse mesmo povo que lhe disse nas urnas que não o quer no posto que agora ocupa, pela via da força das armas? Esqueceu-se que foi esse mesmo povo que foi amordaçado e espancado pelos militares, para o impedir de manifestar a sua vontade de forma livre, perante o silêncio e conluio do Presidente ilegítimo!? Ou está completamente desconecto da realidade, ou o Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau continua um transicionista em transe, conforme escrevi há tempos!
Caro Serifo Nhamadjo, o lobo, por mais que tente vestir a pele de cordeiro, continuará a ser lobo, porque está no seu gene predar e devorar os cordeiros e as ovelhas. E espero que o povo não se esqueça dessa importante lição da vida…
Percorrendo o discurso, andei a procura da referência do Presidente ilegítimo da GuinéBissau, aos actos de violência cometidos pelos supostos agentes de defesa do Estado contra civis e políticos, mas nem uma única linha encontrei! Será que no seu diálogo inclusivo pretende efectivamente incluir os espancadores e os espancados!?
Também já percebemos que o discurso foi algo centrado na Diáspora, como forma de tentar “furar” os bloqueios impostos à Guiné-Bissau, após o último golpe de estado, mas queria perguntar ao Presidente ilegítimo, se nessas acções com a diáspora, pretende também incluir aqueles políticos, jornalistas e cidadãos comuns que se encontram neste momento fora do país, com a vida pessoal e profissionais desestruturadas, vítimas do sistema que o próprio Serifo Nhamadjo e seus comparsas criaram?
Nas futuras eleições que pretende organizar, será efectivamente um acto livre, ao ponto de Raimundo Pereira, Carlos Gomes Júnior, Silvestre Alves, Iancuba Indjai e outros políticos do governo anterior possam participar de forma livre e sem pressão de qualquer “força oculta”?
Conforme disse anteriormente, não vou perder meu tempo a dissecar todo o discurso, mas não queria deixar de me centrar em dois pontos essenciais e básicos para qualquer país, a Educação e a Saúde.
No campo da Educação, o Presidente ilegítimo realçou 5 pontos, como sendo os objectivos da agenda da transição.
Desses 5 pontos, deu para ver que os transicionistas têm intenção de investir e muito no Ensino Superior, uma vez que 3 dos 5 pontos é dedicado tão só ao ensino Superior e os outros muito generalistas, que também podem incluir investimento universitário!
Será que Serifo Nhamadjo sabe que vive (já que não preside nada) num país cuja taxa de literacia é só de 54,2%? Ou seja, quase metade dos guineenses não sabem ler nem escrever! Será que Serifo Nhamadjo sabe que a maioria das escolas de mais variados níveis do ensino no país não cumprem as mínimas condições de dignidade para estarem em funcionamento? Serifo Nhamadjo tem noção da existência de uma grave carência de livros formativos para os ensinos básico e secundário na Guiné-Bissau!? Serifo Nhamadjo terá noção do nível de formação pedagógica da maioria dos professores do ensino básico e secundário na Guiné-Bissau!?
Face a essas factos, não posso deixar de perguntar se Serifo Nhamadjo sabe mesmo o que está a fazer no cargo que hoje ocupa e que país pretende presidir!?
Na área da Saúde Pública, a retórica é a mesma! Objectivos altos, esquecendo-se completamente do básico!!!
Será que Serifo Nhamadjo tem noção do que significa a palavra Saúde Pública!? Quer modernizar o Hospital, alargar o Serviço de Urgência, construir um Centro de Hemodiálise e mais uma vez investir no ensino superior na área da saúde, esquecendo-se que cerca de dois terços do país não tem saneamento básico, tendo esgotos a céu aberto, não tem sistemas de recolha e tratamento de lixo que cubra a necessidade da maioria do país, não tem um programa de vacinação que satisfaça a grande maioria da população!
Serifo Nhamadjo tem noção do custo de funcionamento e manutenção de um centro de diálise? Tem noção de quantos doentes insuficientes renais crónicos e agudos precisam ser tratados na Guiné-Bissau? Tem ideia de quais são os dados da OMS em relação a HIV, Malária e Cólera na Guiné-Bissau?
Pelos vistos, Serifo Nhamadjo quer contribuir para a construção de um país iniciado pelo telhado, com base nos financiamentos que pensa conseguir extorquir ao Banco Mundial, mesmo que não tenha qualquer sustentabilidade no futuro do país!
São esses governantes que têm contribuído para o que tem sido o aprofundar do luto da Guiné-Bissau e dos Guineenses!
Boas entradas a todos, uma vez que 2013 aparenta-me penoso para os guineenses.
Jorge Herbert
TRAGÉDIA NO MAR - CPLP solidariza-se com o Povo guineense
A Presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) manifestou a sua solidariedade para com o povo da Guiné-Bissau, na sequência do trágico naufrágio ocorrido sexta-feira naquele país da costa ocidental de África. No episódio fatal, segundo dados da imprensa guineense, 23 pessoas morreram e 74 outras sobreviveram na embarcação que levava 120 passageiros a bordo, quando a mesma naufragou ao largo de Bissau.
Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) de Moçambique, país que preside actualmente à organização lusófona, "a CPLP expressa a sua consternação pela perda de dezenas de vidas humanas, na sequência do naufrágio ocorrido na República da Guiné Bissau". Neste momento de pesar, segundo o comunicado, a CPLP associa-se à dor e sofrimento das famílias enlutadas e de todo povo guineense e reitera a sua solidariedade à Guiné Bissau.
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