quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Atenção Bissau


Aos ouvintes da RDN "Rádio Difusão Nacional" da Guiné-Bissau, convido-vos a acompanhar uma entrevista do escritor guineense Emílio Lima feita pelo jornalista Lai Corobó, a propósito do lançamento do Livro "Romance" - FINHANI - O VAGABUNDO APAIXONADO. Às 09H10 (Hora de Bissau), de amanhã 19/Dezembro/2012.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PAIGC: Candidatura de Braima Camará gera consensos entre quadros


Na sequência do Artigo publicado no passado dia 11 de Dezembro, na Ditadura do Consenso, intitulado “PAIGC: Bá Quecuto na Pole Position” e segundo o qual o conhecido e bem-sucedido empresário guineense, Sr. Braima Camará vulgo “Bá Quecuto” prepara-se para anunciar a sua candidatura à presidência do PAIGC, com todas as previsões a indicarem que será o sucessor de Carlos Gomes Juníor, (em caso deste último abandonar a corrida à liderança do Partido para se preparar para as Eleições Presidenciais ou simplesmente não tiver condições para regressar antes da realização do Congresso), dando conta igualmente do interesse que as previsões da sua eleição despertaram por parte dos Serviços de Informação e da Diplomacia de Países com ligações estreitas à Guiné-Bissau.

Conscientes da importância das decisões do próximo Congresso do PAIGC para o restabelecimento da normalidade constitucional na Guiné-Bissau; para a resolução dos conflitos cíclicos com que o País se vem debatendo ao longo dos últimos 15 anos e sobretudo para a instauração de um clima de diálogo permanente entre os diversos quadrantes da sociedade, na busca de soluções duradoiras para os problemas que preocupam a mente e o coração do povo guineense, um grupo de Jovens Quadros Guineenses, residentes na Europa, predominantemente em Portugal, reuniu-se em Lisboa no passado dia 16 para “passar a pente fino” a figura do Sr. Braima Camará, num acto de pura cidadania que não pretende prejudicar nenhum Candidato e que tem como mero objectivo determinar a compatibilidade do seu perfil com as funções à que se pretende candidatar. Assim, após uma analise exaustiva de todos os detalhes relacionados com a vida e as actividades do cidadão Braima Camará, os presentes chegaram as seguintes conclusões:
 
 Braima Camará é um jovem promissor, que tem trabalhado muito para chegar onde chegou e espera-se que, caso seja eleito Presidente do PAIGC, aposte na juventude para imprimir novas sinergias, nova dinâmica e renovada energia ao Partido de Amilcar Cabral;
 
 Braima Camará, filho de um destacado Combatente da Liberdade da Pátria, é um Militante exemplar do PAIGC, do qual é Membro do Bureau Político e tem-se destacado, sobretudo, pela humildade intransigência de princípios e rigorosa disciplina estatutária, que lhe valeram o respeito e a simpatia de todos os outros Militantes, pelo que merece uma oportunidade;
 
 Braima Camará tem sido alvo de muitas acusações que os presentes consideraram de caluniosas e infundadas, próprias da nossa cultura política retrógrada e que, à semelhança das acusações outrora endereçadas à outros políticos, nunca foram devidamente fundamentadas e sustentadas com provas palpáveis e convincentes;
 
Para terminar, os presentes neste fórum desejaram longa vida, muita saúde e boa sorte ao candidato Braima Camará, lançando-lhe contudo os seguintes apelos:
 
 Não encarar esta eleição como um desafio de vida ou morte;
 
 Respeitar os restantes candidatos e aceitar com naturalidade qualquer opção que venha a ser feita pelos Delegados ao Congresso;
 
 Se for eleito Presidente do PAIGC, convocar uma Conferência Nacional para se debater exclusivamente os problemas internos do Partido e combater a indisciplina partidária que tem afectado o normal funcionamento das suas estruturas e tem motivado tantos sobressaltos ao País;
 
 Envidar esforços no sentido de recuperar, modernizar e apetrechar as infra-estruturas do Partido com modernos meios tecnológicos, tendo em conta as exigências da actualidade;
 
NOTA INFORMATIVA: Informa-se que este Fórum pretende ser o mais imparcial possível na avaliação dos candidatos à Cargos Públicos no nosso País, elogiando as suas qualidades e virtudes e denunciando tudo o que os torna incompatíveis para nos representar e falar em nosso nome. Mais se informa que o Fórum está aberto à todos os Cidadãos guineenses interessados em contribuir para a transparência política na Guiné-Bissau.
 
Fórum da Cidadania pela Transparência da Vida Publica na Guiné-Bissau (FCTP)

EUA avisa: "Há líderes civis e militares envolvidos no tráfico de drogas"


Estados Unidos apelam aos líderes guineenses a demonstrarem os seus compromissos em defenderem as obrigações e ideais internacionais. O embaixador dos Estados Unidos para Guiné-Bissau e Senegal afirmou que existem provas do continuo envolvimento de alguns lideres civis e militares no trafico de drogas. Lewis Lukens falava hoje em conferência de imprensa no termo de visita de algumas horas a Bissau, durante a qual, esteve reunido com o presidente da república, Manuel Serifo Nhamadjo e membros do parlamento guineense.

Com uma visão sobre o decurso do período de transição política, o diplomata americano encorajou a CPLP e a União Europeia, em colaboração com as Nações Unidas e a União Africana, a apoiar o processo transitório em curso liderado pela CEDEAO e ressalvou que não existe solução militar para a Guiné-Bissau.
 
Os Estados Unidos aguardam de momento os planos para a organização de eleições presidenciais e legislativas livres, justas e transparentes, de acordo com a legislação nacional e as normas internacionais. Um assunto que, segundo Lukens, foi tema de abordagem com o presidente Nhamadjo, tendo na ocasião pedido ao chefe de estado guineense, a fixação de uma data para o escrutínio.
 
A preocupação de Washington assenta também nos «relatos de violações de direitos humanos na Guiné-Bissau» e a propósito, os Estados Unidos apelam «aos líderes guineenses a demonstrarem os seus compromissos de defender as obrigações e ideais internacionais, de implementar a justiça e faze-la com base no respeito pelos direitos humanos de todos», rematou o embaixador americano para a Guiné-Bissau e Senegal.
 
Começaram entretanto hoje os contactos das várias delegações internacionais com as autoridades guineenses. O primeiro encontro foi  com o ministro dos negócios estrangeiros e da cooperação internacional, Faustino Imbali.
 
Na ocasião, o director do departamento da União Africana para paz e segurança, El Ghassim Wane, lembrou que o objectivo das organizações aqui representadas visa auscultar, constatar e avaliar a real situação por que passa a Guiné-Bissau. Dai que estão previstos vários encontros, nomeadamente com os responsáveis governamentais, da sociedade civil e dos partidos políticos.
 
O chefe da missão conjunta da União Africana, das Nações Unidas, da CEDEAO, CPLP e da União Europeia, falava à imprensa à saída do encontro no palácio do governo com o ministro dos negócios estrangeiros guineense. Ainda para hoje, a missão tem encontros agendados com os partidos políticos, legalmente constituídos, líderes religiosos e representantes do poder tradicional, meios de informação públicos e privados, ordem de advogados e os bancos privados sedeados em Bissau. Os contactos terminam na quinta-feira, devendo a delegação partir na sexta-feira.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Punhetas


Depois de comprar as duas edições em que o jornal 'O Diabo' entrevistou um e outro (Rui Barros e António Indjai), golpistas encartados, fui à página do referido jornal na internet jornalodiabo.blogspot.pt e comentei - educadamente. Disse, entre outros, que as entrevistas só mostravam que quem as conduziu não conhece minimamente a Guiné-Bissau e menos ainda as criaturas entrevistadas. Enviei o comentário e fiquei à espera de ser apreciado e colocado online...mas não foi!

O diabo, de saias ou de calças, ter-se-á sentido tocado com o meu comentário (educado) e não o postou. Estará no seu direito. Mas eu continuo a achar que foi uma, perdão, duas belas punhetas a favor do regime golpista e ditatorial que vigora na Guiné-Bissau. Não houve uma pergunta sobre as dezenas de assassínios de políticos, militares e civis que aconteceram antes e depois do golpe de 12 de abril (7 mortos). É claro que 'O Diabo' é um jornal que poucos lêem e que ninguém leva a sério. Desafio aqui a direcção desse jornal a publicar o meu comentário, ou terei todo o gosto em limpar o cú com as páginas desse pasquim... António Aly Silva

Silêncio, estamos a torturar e a matar


12 de abril de 2012, 18h30, Kumba Yala acompanhado dos seus quatro acólitos deu a ordem para interromper o processo eleitoral da 2a volta das eleições presidências que devia disputar com Carlos Gomes Júnior, que roçava a margem dos 50% dos votos expressos nas urnas. Efetivamente o processo da 2a volta foi interrompido, o Presidente e o Primeiro Ministro de então detidos e foram obrigados a exilar-se no exterior.

Veio a CEDEAO completar o cenário do caos parabenizando os golpistas e instalar no pais uma força de ocupação, para supostamente proteger as instituições, mas que na realidade estão, é a proteger o regime golpista e sanguinário saído do golpe militar.

Dessa data fatídica à presente, o balanço é tenebroso e inquietante:

- o pais de cócoras entregue à anarquia militar-tribal, à corrupção e ao narcotráfico ;

- uma lista exaustiva de políticos, quadros e cidadãos comuns deixam o pais ou se confinam ao exilio com medo de represálias e da própria vida;

- sob o olhar complacentes das forças de ocupação da CEDEAO, um balanço macabro de desaparecimentos, mortes, execuções sumarias cometidos impunemente por melícias partidárias, esquadrões da morte ou militares, entre eles Roberto Ferreira Cacheu (dado como desaparecido, mas mais provavelmente morto) Luís Ocante da Silva, vulgo Otis, seis jovens felupes mentirosamente catalogados de "rebeldes" do MFDC, quatro jovens da ilha de Bolama cujos corpos depois de deitados à agua deram a costa na praia de Colonia da mesma ilha, pelo simples facto de apuparem os militares, três jovens indiscriminada e gratuitamente abatidos na ponte cais de Bolama aquando da montagem da operação de captura do capitão Pansau Intchama, um quadro superior militar da etnia felupe foi abatido nas instalações dos para-comandos e dado como "suicidado" e... quiçá outros que só o tempo nos edificara;

- uma série de atrocidades e atos de opressão, terror e intimidação estão a ser praticadas quotidianamente por todo pais. São os casos de dispersão à baionetada e balas reais de manifestações organizadas por partidos políticos, associações e membros da sociedade civil que condenavam o golpe, sendo os casos mais marcantes os espancamentos infligidos ao coordenador da FRENAGOLPE e do advogado Silvestre Alves ;

- um número indeterminado de pessoas, entre eles, militares, ex-governantes e políticos encontram-se refugiados em instalações diplomáticas ou representações internacionais por temerem pela vida.

Vive-se um terror permanente, nas casas, nas ruas e nos quarteis, aqui principalmente, onde não ser de uma etnia determinada, é sinonimo de ser um potencial "traidor" e um alvo a abater... embora o carimbo seja sempre SUICIDIO.

Como num filme de terror, os poderosos pedem silêncio à Comunidade Internacional, pois estão a torturar e a matar o Povo da Guiné-Bissau.

Terêncio Silva Té

Os autos do medo


Sem se decretar ela vai-se impondo e paulatinamente esta a transformar-se no modus vivendi dos guineenses. O guineense esta a deixar-se modelar pelo medo, a sujeitar-se ao conformismo do djitu ka tem.

O medo esta a enraizar no guineense um espirito de conformismo e que esta a leva-lo a retrair-se nas suas acções de cidadania que apela a reações reactivas contra o estado de coisas vigente na Guiné-Bissau apos o golpe de estado de 12 de abril de 2012. O sentimento de insegurança assume-se na prudência retractiva que hoje esta involuntariamente a invadir o cidadão guineense, desde os politicos, intelectuais ao comum dos cidadãos, fazendo dele um povo cobarde que se demite dos seus direitos e da suas aspirações de viver em liberdade.

Reservar-se e não intervir, parece funcionar hoje na Guiné-Bissau, como o melhor «conselheiro» dos actos dos cidadãos e tal facto, leva-o a alhear-se do interesse comum, fechando-se num egoismo pessoal, de grupo ou de interesses.

Esse comportamento retro-activismo de exercicio de cidadania, faz hoje parecer que, o guineense aceita complascentemente uma opressão que se esta expressar na sua forma mais brutal e desumana sobre os seus mais legitimos interesses e aspirações de cidadania que é o exercicio da democracia em plena liberdade de escolha e de afirmação de identidade.

Nota-se que, uma larga maioria dos guineenses esta inconscientemente a aceitar que os seus sonhos e perspectivas de vida sejam coagidos, sufocados, banalizados e espezinhados. Enfim, os seus direitos mais lementares estão a ser sucessivamente interrompidos por uma horda de bandidos e criminosos que, infelizmente mal preparados para viver numa sociedade aberta, entendem impôr-se aos seus demais concidadãos utilizando metodos brutais e a pratica de actos criminosos traduzidos na violência e na intimidação quotidiana que vêm exercendo contra a população indefesa e, muitas vezes, quando os seus fins assim exigirem, acabam em mortes atroces como tem acontecido ultimamente no pais.

Aceitar-mos pacificamente, que essa cultura do medo seja enraizada na nossa mente bloqueando a nossa reactividade humana e civica, inibindo-nos de reagir contra esses actos de barbarie que esta sendo praticda por uma minoria em armas, cujos argumentos de «superioridade» prima pela cultura da violência de comportamentos e complexos de falsa legitimidade de mandar, estamos a condenar e hipotecar, não so o nosso futuro, mas também dos nossos filhos e das gerações vindouras e, mesmo a continuidade da Guiné-Bissau como pais uno e indivisivel.

Aceitar este estado de coisas, estaremos enfim, a render-mo-nos aos argumentos de um tribalismo perigosamente emergente que se orienta pelo sentimento de dominação impondo-se pelo odio, a exclusão ou mesmo a exterminação, querendo aqueles que o praticam, escamotear a sua inadaptação social e incapacitação para viver numa sociedade que se prima pela concorrência do saber e da qualidade.

Por isso, exorto os meus compatriotas guineenses a remanescer-mo-nos no nosso orgulho de unidade nacional que projectou a gloriosa luta de independência que venceu apeoticamente um colonialismo bem mais brutal do que a ameaça que encarna essa minoria complexada que esta a desestruturar e banalizar a nossa sociedade.

Juntos estou certo, de que podemos e devemos expurgar esse sentimento de conformismo que esta a invadir as nossas mentes e reactivar os nossos actos de cidadania para assim, unidos fazermos frente a todas e quaisquer tentativas de denominação da nossa sociedade multicultural e inter-relacional, por um grupo de pessoas complexadas, incapazes, incompetentes e retrogados que so se revêm na violência inspirado num tribalismo primario e apologista da exclusão.

Carlos Sa
Sociologo

'Guerra' na APGB


O Conselho Fiscal da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) está com os cabelos em pé, a propósito do sistemático desvio de fundos detectados junto da administração da mesma, isto desde que os novos corpos entrararm em funções, nomeados pelo governo ilegítimo saído do golpe de Estado de 12 de abril último.

Conforme apurou o ditadura do consenso junto de uma fonte da APGB, foram já detectados desvios de mais de 400 milhões de FCFA (perto de 1 milhão de USD dólares). O Conselho Fiscal acusa em particular um elemento da administração de "passar indevidamente isencões portuárias a algumas empresas". Apontam uma importação de cimento, da qual, garantem "membros da administração receberam comissões" por parte da empresa importadora.

O Conselho Fiscal revela outro desvio no valor de 8 milhões de FCFA, e acusam esse membro do Conselho de Administração de ter levantado 20 milhões de FCFA para a compra de mobilário para a sua residência particular. Dizem que o membro do CA "não tem poderes executivos" e, assim, acusam-no de agir "como patrão da APGB" e ao director-geral, Augusto Kabi "de obedecer-lhe como se de um criado se tratasse." Reunidos em 'conclave' há dias atrás num cafe de Bissau, consta que a roupa suja foi bem lavada... Estiveram presentes, para além do acusado, ST, HP, HV entre outros. AAS

domingo, 16 de dezembro de 2012

É hoje, é hoje



Uma missão de representantes de várias organizações internacionais chega hoje a Bissau para se inteirar da situação naquele país, anunciou o representante permanente da União Africana no país. Ovídeo Pequeno adiantou que a missão será constituída por representantes da CPLP, Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia e Organização das Nações Unidas. O objectivo da missão, cujo envio foi decidido numa reunião da comunidade Africana que teve lugar em Addis Abeba, capital da Etiópia, afirmou que a visita tem como finalidade analisar com as autoridades ilegítimas de Bissau, sociedade civil e povo em geral a situação do país e apresentar recomendações que possam servir de base a um trabalho harmonizado da comunidade internacional.

A Guiné-Bissau tem estado a vegetar, com “um governo e um presidente de transição”, designados pela CEDEAO na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril que depôs as autoridades legítimas e interrompeu a segunda volta da eleição presidencial. A comunidade internacional, com excepção da organização sub regional CEDEAO, continua a não reconhecer as novas autoridades provenientes do golpe militar.

POSSE NA CNE

O novo presidente da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau já tomou posse, apesar da polémica suscitada por alguns partidos que contestam a nomeação, pedindo até a impugnação do acto eleitoral. Rui Nené, que substitui Desejado Lima da Costa, falecido recentemente em Portugal vítima de doença, disse que “a crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada”.

A inveja - O Pecado Inútil*


O ressentimento em relação aos outros parece ser inato, sobretudo nas pessoas de talento. Por quê? Será o dinheiro, a fama, os carros de luxo ou a beleza física que a desencadeiam? Ou ela nasce simplesmente da nossa insegurança?

A inveja é um dos sentimentos mais difusos, mas ao mesmo tempo é o que temos maior dificuldade em admitir. É o único pecado capital completamente inútil (ao contrário da gula ou da luxúria); no entanto, é tão poderoso que provoca grande sofrimento em quem o experimenta. Psicólogos e sociólogos ainda não sabem exatamente o que é a inveja nem de onde ela vem. Mas, na história da humanidade, a inveja tem sido a causa de grandes realizações.

A execução dos afrescos da abóbada da Capela Sistina, por exemplo, foi confiada a Michelangelo diante da insistência do grande arquiteto e pintor Bramante (1444-1514). Este último, que invejava o talento e a qualidade do trabalho de Michelangelo, estava convencido de que a pintura em tetos era o seu ponto fraco. Acreditando que Michelangelo não seria capaz de realizá-la, usou de sua influência para que a obra fosse encomendada ao rival. Resultado: Michelangelo criou uma das mais extraordinárias obras-primas da história da arte.

Ao contrário da gula e da luxúria, a inveja é o único pecado capital totalmente inútil. no entanto, é tão poderoso que causa grande sofrimento em quem o experimenta Sucesso Profissional De acordo com uma pesquisa, 12% dos entrevistados invejam o sucesso profissional alheio, enquanto 39% dos homens admitiram cobiçar a companheira do colega. Como nasce a inveja? Comecemos pelo próprio sentido da palavra: ela vem do latim invido, de olhar mal, ou melhor, de mau-olhado (na Itália meridional, tirar o mau-olhado significa expulsar a inveja). O invejoso lança um olhar fulminante sobre o objeto invejado. Eis por que, quando sentimos inveja de uma pessoa, não conseguimos enxergar um único lado positivo nela. Não por acaso costuma-se dizer que a inveja seca. Lembram-se da expressão "olhar de seca-pimenteira"?


O sociólogo italiano Francesco Alberoni, no livro Os invejosos, escreve: "O invejoso diminui o sucesso dos outros, sustentando que ele é fruto de uma injustiça. Porém, se o invejoso estivesse vivendo as mesmas condições e recebendo o mesmo reconhecimento que a pessoa alvo de sua inveja, ele diria que o seu sucesso seria merecido." Terra.

* Dedicado a todos aqueles que invejam o editor deste blog... AAS

sábado, 15 de dezembro de 2012

Novo: vídeos no DC, sem sair do seu blog preferido

Nova sondagem DC: Vote. AAS

Guineenses querem força de estabilização internacional sob mandato da ONU


Sondagem ditadura do consenso

Pergunta: Força de Interposição (ONU, UA, CPLP e CEDEAO) para a Guiné-Bissau?

Respostas:

Sim - 1050 (91%)
 
Não - 91 (7%)
 
Não sei/
Não respondo - 12 (1%)

Votos apurados: 1153
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Hanks, Russel Hanks


Russel Hanks, o representante norte-americano em Bissau – tem um ar pouco convencional quando comparado com um típico e bem composto diplomata norte-americano – mesmo os mais novos, apesar de ele, já ter provavelmente atingido a década dos 50. O rabo-de-cavalo, espécie de tufo exibido numa cabeça de couro cabeludo já raro, é um dos traços do seu “desconvencionalismo”; outro, é a sua exuberância pessoal, manifestada em coisas como a forma calorosa como cumprimenta na rua os altos funcionários e militares com que se cruza.

Os adversários internos do golpe de Estado de 12 de abril detestavam as públicas efusividades do representante com a gente do poder; considerava-as manifestações de adulação em relação a “simples golpistas”, impróprias na conduta de alguém que representa um país com o gabarito dos EUA e os padrões morais a que as suas políticas devem estar sujeitas. As autoridades “provenientes” do golpe do Estado, essas, por sua vez, compraziam-se com os actos e até com as palavras do representante, vendo nelas compreensão dos EUA onde no caso da restante comunidade internacional só viam condenações. Eram por demais notórias as extremas mesuras com que as mais altas autoridades do regime pós golpe recebiam em audiência o representante norte-americano, para as quais cuidavam sempre de convocar os media, sabendo, como sabiam, da sua disposição em falar.

A exuberância do representante norte-americano tem, afinal, uma razão de ser – que por isso passou a ser objecto da compreensão dos que a detestavam. Não é propriamente diplomacia, na pura acepção da palavra, aquilo que ele faz em Bissau; ocupa-se disso, mas porventura acessoriamente. O seu verdadeiro “job”, para o qual apresenta um apreciável currículo, é quase de certeza o de acompanhar, com o seu olhar e os seus saberes de “expert” na matéria, fenómenos como o do narcotráfico e correlativos que se desenvolvem em toda a região, com ramificações na Guiné-Bissau. E, para isso, é de toda a conveniência um bom círculo de contactos e acessos, que a sua exuberância aparentemente inata facilita – nas circunstâncias em que é exercida. AM

Na hora 'H', mas com o pensamento na letra 'E'


Na hora de se escolher o novo presidente do Partido da Renovação Social (PRS), eis que Kumba Yalá, fundador do partido, decidiu desistir da presidência desta força política. A notícia não deixou de surpreender, mas para os analistas, é uma estratégia para preparar as próximas eleições do Presidente da República... Pois. AAS

ONU quer 'supervisão eficaz' do exército


O Conselho de Segurança da ONU divulgou ontem um comunicado à imprensa pedindo a restauração completa do constitucionalismo em Guiné-Bissau. A entidade expressou sua preocupação com falta de desenvolvimento deste processo. O CS reiterou que apenas com base em diálogos genuínos, supervisão eficaz do exército e através da transição coordenada,

é possível estabilizar o país. A entidade dá boas-vindas à abertura da Assembleia Nacional 2012-2013 de Guiné-Bissau e espera os consensos sejam alcançados no encontro. A entidade indicou ainda que a cooperação e o esforço da comunidade internacional são importantes para a solução da crise de Guiné-Bissau. o CS encoraja as cooperações entre Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Organização das Nações Unidas, União Áfricana e União Europeia. AAS