quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Na íntegra, o relatório de Ban Ki-Moon


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GUINÉ-BISSAU: Ban Ki-Moon "profundamente preocupado"


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou-se "profundamente preocupado" com o impasse político e a degradação da segurança na Guiné-Bissau, "deplorando" as persistentes divergências internas e entre parceiros internacionais. A posição é expressa no mais recente relatório do secretário-geral sobre a situação na Guiné-Bissau, a que a Lusa teve acesso, em que Ban Ki-moon revela ter dado instruções ao secretariado da ONU e à missão em Bissau (UNIOGBIS) para organizarem uma reunião entre as "autoridades de facto" e o governo deposto "tão rápido quanto possível". Sob auspícios da União Africana, em Adis Abeba, esta reunião terá como finalidade um acordo sobre os "próximos passos para repor a ordem constitucional através de um processo de diálogo nacional", conforme dita a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança após o golpe de Abril.

O Departamento de Assuntos Políticos foi ainda incumbido de promover a elaboração de um "roteiro" entre União Africana, União Europeia, ONU, comunidade regional (CEDEAO) e comunidade lusófona (CPLP) para apoiar os esforços de reposição da constitucionalidade. "Continuo profundamente preocupado com a persistente falta de progressos na reposição da constitucionalidade na Guiné-Bissau e a deterioração da situação de segurança", afirma Ban no relatório, mencionando o recente ataque contra uma base militar em Bissau.  "O país tem permanecido paralisado com consequências graves para a população e uma degradação da situação económica", adianta.

A situação na Guiné-Bissau será discutida no Conselho de Segurança na próxima terça-feira, 11 de Dezembro, em consultas em que deverá estar presente o representante especial da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba. O tráfico de droga e o crime organizado aumentaram substancialmente na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de Abril pelos militares, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. No seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau, a que a Lusa teve acesso, Ban Ki-moon reitera o pedido ao Conselho de Segurança da ONU para que, face ao aumento, seja estabelecido um painel de peritos para investigar a actividade e identidade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado.

"Há provas substanciais de um aumento no tráfico de droga e crime organizado desde o golpe de Estado de 12 de Abril", afirma o secretário-geral no relatório. Ao painel de peritos no Conselho de Segurança, deve ser dado poder de aplicar sanções "direccionadas e punitivas" para "ajudar a inverter o crescimento de actividades relacionadas com tráfico de droga", defende.

O golpe de Abril teve entre os seus principais atores militares ligados pelo Departamento de Estado norte-americano ao crime organizado e tráfico de droga. A situação na Guiné-Bissau será discutida no Conselho de Segurança na próxima terça-feira, 11 de Dezembro, em consultas em que deverá estar presente o representante especial da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba.

Espera-se também um 'briefing' sobre o comité de sanções para a Guiné-Bissau, estabelecido pela resolução aprovada pelo Conselho após o golpe, organismo que é presidido pelo embaixador de Marrocos na ONU. No relatório, Ban Ki-moon frisa que "qualquer solução para a instabilidade na Guiné-Bissau deve incluir acções concretas para combater a impunidade". LUSA

GUINÉ-BISSAU: Thabo Mbeky consulta Macky Sall


O antigo presidente da Republica Sul Africano, Thabo Mbeki, consultou ontem, quarta-feira em Dakar o chefe de Estado, Macky Sall, sobre a situação no Mali e na Guiné-Bissau, dois paises frontaleiros com o Sénégal. "Eu vim fazer uma visita de cortesia ao presidente da Republica e ao mesmo tempo aproveitar desta ocasião para le pedir o seu ponto de vista e apreciação sobre a situação no Mali e na Guiné-Bissau", disse Thabo Mbeki, nas suas declarações difundidas pela Televisão estatal senegalesa (RTS).

Vindo participar na 6a Cimeira das Afrocidades (Sommet Africités) que teve o seu incio, ontem, quarta-feira em Dakar, o antigo dirigente Sul Africano precisou de que se trata de ver ‘’em qual medida é possivel a partir dessas informaçãoes e das apreciações do Presidente Sall nos possamos ajudar a CEDEAO e a União Africana’’ na resolução das crises que afligem esses dois paises.

A Guiné-Bissau e o Mali ambos conheceram este ano golpes de estado militares. Se no primeiro pais (Guiné-Bissau) os soldados interromperam brutalmente o processo eleitoral, no Mali, o derrube do poder de Amadou Toumany Touré precipitou a ocupação do Norte do pais pelo Movimento Nacional de Libertação de Azawad e d e outros grupos Islamistas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer


FONTE - JORNAL PÚBLICO

O ÚLTIMO GRANDE ARQUITECTO DO SÉCULO XX

MUDEI O MEU NOME PARA ARQUITECTURA

UMA ARQUITECTURA FELIZ

NIEMEYER

"A vida é um sopro", Oscar Niemeyer


VIAGEM TRANQUILA PELA OBRA DE NIEMEYER. De Pampulha a Brasília.

Paulo Henrique Amorim – Mas não no seu caso. As suas histórias são de concreto, ficam para sempre.

Oscar Niemayer – É, enfim. Trabalhei, não posso me queixar. O primeiro trabalho que eu fiz em Pampulha foi tendo sucesso, eu trabalhei para JK naquela ocasião, eu me lembro que Pampulha foi o início de Brasília, não é? A mesma correria, a mesma angústia, a mesma preocupação com prazo, e tudo correu bem, Pampulha com a Igreja assim diferente, coberta de curvas, ele ficou satisfeito. Tudo isso eu acredito, deu ao JK um ânimo assim para tocar para Brasília. Eu me lembro que ele me procurou e disse, "Oscar, fizemos Pampulha, agora vamos fazer a nova capital". E começou essa aventura que durou alguns anos e que deu, pelo menos, ao povo brasileiro a sensação de um pouco de otimismo diante do futuro que agora a gente vê com um certo prazer. A gente sentindo que o Brasil está bem conduzido, que o presidente é operário e está, pela própria origem, ligado ao povo, que o Brasil está crescendo para ser um país importante, a América Latina está se unindo contra essa aventura do império do Bush.

Paulo Henrique Amorim – O senhor não gosta do Bush?

Oscar Niemayer – Eu acho que ele é um merda, sabe.

ÚLTIMA HORA: Morreu o arquitecto brasileiro, Oscar Niemeyer. Tinha 104 anos. Que descanse em paz. AAS



"Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura e inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein."

oscar

Oscar Niemeyer, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907 — Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012

Bafatá misti iagu


COMUNICADO DE IMPRENSA

5 Dezembro 2012 – Projecto Bafatá Misti Iagu 1

Lançamento oficial do documentário resumo do projecto

O Projecto Bafatá Misti Iagu, promovido pelo programa Engenheiros Sem Fronteiras da ONG portuguesa TESE (TESE-ESF) em parceria com a Associação de Saneamento Básico, Protecção da Água e Ambiente de Bafatá (ASPAAB), permitiu assegurar um serviço de abastecimento de água mais sustentável na Cidade de Bafatá, na Guiné-Bissau.
Para assinalar o encerramento deste projecto, a TESE-ESF divulga em primeira mão o documentário resumo desta intervenção, realizada entre Janeiro 2010 e Junho 2012. O documentário está disponível em:

 Vimeo HD 720p: https://vimeo.com/53385238
 Vimeo HD 720p: https://vimeo.com/52093049 (Versão com legendas em Inglês)

E será disseminado através de diversos meios digitais.

Para mais informações CONTACTE:

David Afonso – Coordenador de País (Guiné-Bissau)
Antigo Edifício da Western Union,
Cidade Velha, Bafatá, Guiné-Bissau
Telf.(+245) 7362641 | 5836620 | 6155308 E-mail: d.afonso@tese.org.pt Web: www.tese.org.pt

O OBJECTIVO do projecto

Este projecto promovido pela TESE-ESF teve por objectivo assegurar um acesso mais sustentável a fonte melhorada de água para a população da Cidade de Bafatá, na Guiné-Bissau.

Quem BENEFICIOU do projecto

Antes da intervenção da TESE-ESF apenas cerca de 20% dos 28.067 habitantes da Cidade de Bafatá possuía acesso a fontes de água melhoradas. O projecto beneficiou directamente a população de Bafatá, contribuindo para que actualmente cerca de 45% da população, aproximadamente 13.375 mulheres e homens, passem a ter acesso a água de forma sustentável e mais segura.

Para além de reabilitar as infra-estruturas, a abordagem da TESE-ESF centrou-se na definição e implementação de um modelo de gestão do abastecimento, que permita ao parceiro local (a ASPAAB) assegurar o funcionamento do serviço de água de forma viável e sustentável, nomeadamente através da cobrança do consumo, redução de perdas e capacidade técnica para a operação, manutenção e gestão financeira.

Quem FINANCIOU e quem IMPLEMENTOU o projecto

O custo total de 436.409€ foi financiado pela Comissão Europeia (324.786€), Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (93.123€), Fundação Calouste Gulbenkian (12.500€) e pela própria TESE-ESF (6.000€).

O projecto foi promovido pelo programa Engenheiros Sem Fronteiras da TESE (TESE-ESF), em parceria com a Associação de Saneamento Básico, Protecção da Água e Ambiente de Bafatá (ASPAAB) – organização a quem o Estado Guineense transferiu a responsabilidade pela gestão do abastecimento de água na Cidade de Bafatá e a Delegacia Regional de Recursos Hídricos de Bafatá (DRRH-B). O projecto contou ainda com o apoio da EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA.

O que é a TESE-ESF

A TESE – Associação para o desenvolvimento é uma ONGD portuguesa criada em 2002, que procura criar e implementar respostas inovadoras que melhor promovem o desenvolvimento social, a igualdade de oportunidades e a qualidade de vida. O Programa Engenheiros Sem Fronteiras (TESE-ESF) é a unidade da TESE dedicada ao Desenvolvimento Internacional, que foca a sua intervenção nas áreas temáticas do Ambiente e Desenvolvimento, através da promoção do empreendedorismo social e do acesso sustentável a serviços e infra-estruturas sociais nos sectores da Água, Saneamento, Energia, Resíduos, Agricultura, Tecnologia.

Grandes con(v)ivências


O Capitão Pansau N’Tchama, acusado pelas autoridades militares guineenses de ter sido o autor de uma inverosímil tentativa de assalto do quartel do Batalhão de Pára-Comandos, Bissau, afinal convive no quotidiano, em aparente harmonia, com o CEMGFA, General António Indjai. O episódio da tentativa de assalto, considerado uma encenação tosca, culminou com uma também insólita “captura” do oficial – momento a partir do qual o seu rasto se perdeu.

Maleabilidade político-negocial da CEDEAO influencia Governo


1 . As atitudes de aproximação ao PAIGC, recentemente postas em marcha pelas actuais autoridades guineenses (abrangidos sectores da sociedade civil descritos como não afectos às mesmas), são decorrência de pressões da CEDEAO, por sua vez justificadas pela conveniência de se encontrar uma solução rápida para a crise na Guiné-Bissau.

A linha que a CEDEAO está agora a seguir na abordagem do problema da Guiné-Bissau, marcada por uma maior flexibilidade de posições, também ficou patente numa reunião dedicada ao assunto que nos dias 01/02.Dez juntou em Adis Abeba representantes seus, da CPLP, União Africana, União Europeia e ONU.

A CEDEAO em geral, mas em particular os seus principaís membros, Nigéria e Costa do Marfim, denotam cansaço em relação ao problema da Guiné-Bissau. Recentemente, a Rep da Guiné, não atendeu um pedido urgente de ajuda financeira da parte da Guiné-Bissau; comporometeu-se a corresponder apenas num “quadro político diferente”.

2 . O severo isolamento internacional a que o regime pós-golpe de Estado se sujeitou (suspensos todos os progranmas de ajuda), forçou a CEDEAO a providenciar apoios financeiros, e outros, destinados a assegurar o funcionamento do Estado. As ajudas têm, porém, vindo a diminuir; em Nov houve problemas com o pagamento dos salários.

A Nigéria e Costa do Marfim denotar sentir necessidade, por estritas razões financeiraas, de pôr termo e/ou abrandar o esforço que a crise na Guiné-Bissau acarreta para ambos.. Mas aparentemente também querem encerrar o assunto por imperativos de ordem política relacionados com os seguintes factores – em especial:

- Enfrentam problemas internos de tipo sedicioso; o seu envolvimento num problema que apresenta nos seus primórdios uma rebelião contra um Governo legalmente em funções, tende a criar-lhes embaraços políticos e morais; o “script” dos seus adversários internos apresenta parecenças com os autores do golpe de Estado na Guiné-Bissau.

- Um arrastamento da crise política na Guiné-Bissau demonstra incapacidade da CEDEAO e tende a “encorajar” situações anormais noutros países da região; os autores do golpe de Estado não foram responsabilizados, o status quo vingou e não foi ainda alcançada uma solução política para o problema.

3 . Na lógica da presente flexibilidade da CEDEAO é tido em conta um conceito segundo o qual uma solução efectiva da crise na Guiné-Bissau não pode marginalizar o PAIGC e sectores da sociedade com ele identificados ou próximos. É o partido mais organizado e mais representativo.

O forcing da CEDEAO no sentido de se alcançar o mais breve possível uma solução para o problema da Guiné-Bissau, transmitindo à mesma suficiente solidez, esteve na origem da oposição que moveu a planos considerados “enganosos” dos militares, aliados ao PRS, de dissolver a Assembleia Nacional Popular e impôr um regime de transição de 2 anos. A CEDEAO, que enquanto tal e/ou através de membros influentes, teve um papel instigador no golpe de 12.Abr, pretende igualmente que a sua intervenção na crise tenha um “fim honroso”. Na sua perspectiva tal desígnio será alcançado com a realização de eleições em Abr.2013 e com o início do processo de reforma das FA.

A sua única reserva, de momento, é em relação a um regresso ao país de Carlos Gomes Jr, que antevêm como podendo vir a constituir um foco de instabilidade – ou pior. Não se opôs a que uma delegação do Governo deposto, encabeçada por Djaló Pires, ex-MNE, se deslocasse a Adis Abeba para a referida reunião. A delegação do Governo, chefiada pelo actual MNE, Faustino Embali, é que não compareceu em Adis Abeba. Ao ser informado em Dacar de que uma delegação das anteriores autoridades também estaria presente, Faustino Embali, depois de uma consulta às autoridades em Bissau, decidiu regressar ao país.

ÚLTIMA HORA-STJ-ELEIÇÕES - Paulo Sanhá é o novo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e Rui Nene o Vice Presidente e novo Presidente da Comissão Nacional de Eleições. AAS

Afronta à ONU


Assim que o representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, deixou o país no passado dia 1 com destino a Nova Yorque a fim de apresentar o seu relatório a Ban Ki-Moon, a tropa decidiu tomar de ponta a sua segurança. Assim, um dos guarda-costas de Mutaboba, um cidadão ruandês, foi surpreendido perto das instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas e quase foi agredido pelos militares. Joseph Mutaboba, recorde-se, tem quatro cidadãos ruandeses (seu país) como guarda-costas. AAS

Desde quando?


Esta NOTÍCIA fez-me rir a bandeiras despregadas! Desde quando é que na Guiné-Bissau houve crianças a fazer guerra? Na Guiné-Bissau são os adultos que matam - e estão perfeitamente identificados!!! Ma n'falau, kussa tem bô?! AAS

Um filho é um filho é um filho



O Secretário de Estado americano, Cordell Hull, terá dito esta frase, referindo-se ao ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo: "Ele pode ser um filho da puta, mas é nosso filho da puta". Bem visto. AAS

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Golpe de Estado pôs economia K.O.


Crescimento econômico da Guiné-Bissau é mais baixo na África Subsaariana. A situação política na Guiné-Bissau fez recuar a economia neste ano, levando-o em último lugar entre os países da África Subsariana africanos em termos de crescimento econômico, um alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse. O diretor de África do FMI departamento, Antoinette Sayeh, disse que depois de mostrar crescimento em 2011, com o produto interno bruto crescer 5,3 por cento, a economia da Guiné Bissau sofreu um revés devido a uma queda nas vendas de castanha de caju e a política do país situação desde o golpe de Estado em 12 de abril.

De acordo com Sayeh, a situação política tem afetado o desempenho fiscal do país, apesar de um regresso ao crescimento económico sendo possível quando as exportações de caju voltem ao normal. Em relação ao resto da África subsaariana, Sayeh, disse que, apesar de uma recessão econômica mundial, o desempenho "é vigoroso" e alguns países têm perspectivas de crescimento boas, de 5 por cento ou mais, em alguns casos, para 2012 e 2013.