domingo, 21 de outubro de 2012
Um país dilacerado
Estas são as principais datas da Guiné-Bissau, desde que viu a independência reconhecida por Portugal até aos dias de hoje. E com muitos golpes militares pelo meio
O pós-independência de Portugal
1974
10 de setembro
Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau, um ano depois da morte de Amilcar Cabral. Luis Cabral, o seu irmão, assume a presidência do novo país
1980
14 de novembro
Luís Cabral derrubado num golpe militar levado a cabo por João Bernardo "Nino" Vieira
1994
3 de julho
"Nino" Vieira foi eleito nas primeiras eleições presidenciais
A guerra civil
1998
6 de junho
Asumane Mané é destituído de chefe do estado maior general por "Nino".
Ele e os seus homens rebelam-se e o país entra em guerra civil
1999
7 de maio
Militares liderados por Asumane Mané derrubam "Nino" Vieira. Junta militar instala Malam Bacai Sanhá como presidente interino e "Nino" parte para o exílio em Portugal.
O golpe contra Kumba Ialá
2003
14 de setembro
Kumba Ialá, que fora eleito presidente nas eleições presidenciais de 2000, é derrubado do poder por um golpe de Estado militar. Aumane Mané também já tinha sido morto nessa altura ao tentar fazer um golpe
20 de setembro
Henrique Rosa assume interinamente as funções de Presidente
2004
março
AIGC vence as eleições legislativas
A esperança na estabilidade
2005
7 de abril
Nino Vieira regressa ao país depois do seu exílio em Portugal e chega ao poder através da vitória nas eleições presidenciais de julho desse ano
outubro
"Nino" Vieira demite de primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior
2007
março e abril
Aristides Gomes demite-se depois de o seu Governo perder uma moção de confiança. Martinho Ndafa Kabi é nomeado primeiro-ministro
Crise política de 2008
2008
5 agosto
Quase 16 meses depois de empossado, é demitido o Governo de Martinho N"Dafa Cabi, que emergiu de uma crise política prometendo acabar com a corrupção e o tráfico de droga
8 de agosto
Destituição do Chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Bubo Na Tchuto, por tentativa de perturbação da ordem constitucional. No mês seguinte, Bubo pede asilo humanitário à Gâmbia
6 de outubro
O então secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirma que a Guiné-Bissau se está a converter num mercado de drogas
16 de novembro
O PAIGC vence as eleições legislativas na Guiné-Bissau, elegendo 67 dos 100 deputados à Assembleia Nacional Popular
23 de Novembro
Vários tiros e explosões de granadas são ouvidas de madrugada em Bissau, próximo da residência do Presidente "Nino" Vieira. Da acção resultou um morto e um ferido entre os seguranças do chefe de Estado
O atentado que matou Nino Vieira
2009
2 de janeiro
O líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, é empossado como primeiro ministro
1 de março
Uma explosão no Quartel-General das Forças Armadas mata o general Tagmé Na Waié, tornando-se no terceiro CEMGFA a ser morto numa década, todos em circunstâncias algo difíceis de apurar
2 de março
Horas depois da explosão no Quartel General, militares armados atacam a residência do Presidente, João Bernardo "Nino" Vieira, matando-o
3 de março
O presidente da Assembleia da República da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, assume interinamente a chefia de Estado
6 de abril
Zamora Induta é nomeado interinamente para o cargo de chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas até haver novo Presidente
5 de junho
Baciro Dabó, candidato às presidenciais de 28 de junho, é assassinado de madrugada na sua residência em Bissau. Fontes da candidatura responsabilizam homens com uniformes militares
8 de Setembro
Malam Bacai Sanha, vencedor das presidenciais, toma posse no Estádio Nacional 24 de Bissau e promete que não haverá mais golpes no país ou queda de qualquer Governo legitimamente eleito
2010
1 de abril
O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, são feitos reféns por militares. Induta é destituído pelo chefe do estado maior general das Forças Armadas António Indjai. Gomes Júnior acabou por ser depois libertado e tentou controlar a fúria popular
2011
20 de março
Angola envia uma missão técnica de mais de uma centena de homens destinada a recuperar casernas militares e formar elementos da polícia
Tumultos de Natal e morte de Sanhá
2011
26 de dezembro
Um dia depois do Natal anunciou-se mais uma tentativa de golpe de Estado e houve troca de tiros nalguns pontos de Bissau.O Governo disse tratar-se de uma tentativa de subtração de arma de um paiol do Exército, mas o chefe das Forças Armadas, António Indjai, disse tratar-se de um golpe militar que visava eliminar fisicamente Carlos Gomes Júnior.Vários militares encontram-se detidos por ligações a este caso, entre os quais o chefe do Estado maior da Armada Bubo Na Tchuto.
2012
9 de janeiro
Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau, morre em Paris aos 64 anos, vítima de doença prolongada
18 de março
Nove candidatos apresentam-se às eleições presidenciais
12 de abril
Golpe de Estado entre as duas voltas das presidenciais depõe o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino Raimundo Pereira. Atualmente há um Governo de transição, liderado por Serifo Namadjo, o qual nomeou o primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. O Conselho de Segurança impôs, depois sanções aos líderes golpistas.
julho
O Conselho de Segurança da ONU expressou a sua preocupação em relação ao aumento do tráfico de droga na Guiné-Bissau, desde o golpe
21 de outubro
Tiroteio na unidade militar dos Boinas Vermelhas, junto ao aeroporto de Bissau, capital da Guiné-Bissau
Manhã violenta em Bissau
Testemunhas ouvidas esta manhã pela AFP deram conta de uma troca de tiros num quartel de uma unidade de elite do Exército da Guiné-Bissau, os "Boinas Vermelhas", a qual fica situada junto ao aeroporto de Bissau.A agência noticiosa francesa fala em pelo menosseis mortos.
O tiroteio terá demorado uma hora e eclodiu, alegadamente, quando um grupo de homens armados tomou de assalto o quartel militar às 04.00 (03.00 em Lisboa). O assalto terá falhado e os homens puseram-se em fuga, disseram as mesmas testemunhas que foram ouvidas pela AFP em Bissau. Não é certo, para já, qual o número total de vítimas, mas a AFP avança com pelo menos seis mortos, entre os quais cinco são os assaltantes. A sexta vítima mortal é um dos guardas que estava à porta do quartel.
O jornalista desta agência noticiosa francesa diz que, apesar de a tensão andar no ar nas imediações da caserna militar atacada, a situação parecia estar calma hoje de manhã na capital guineense. Não foi avançada ainda qualquer informação oficial sobre a origem e motivações dos assaltantes, mas, lembra a AFP, a recente promoção de alguns militares suscitou a cólera dos que não foram promovidos, segundo observadores atentos da realidade guineense.
sábado, 20 de outubro de 2012
Serifo Nhamadjo ameaçou "demitir-se e regressar à assembleia"
Na reunião da passada terça-feira, na Presidência da República, entre o PAIGC e o PRS, convocado pelo 'presidente de transição', as águas sulcaram o molhe... Serifo Nhamadjo queixou-se aos presentes por "já não ter sossego", mas disse querer "ter sucesso" enquanto PR de transição.
Serifo Nhamadjo, mostrou-se bastante desgastado com a ausência de consensos entre os dois maiores partidos políticos (PAIGC quer discutir a entrada no Governo e o impasse criado na ANP, de uma só assentada enquanto que o PRS quer discutir um assunto de cada vez), e ameaçou "ir para a imprensa acusar o PRS e o PAIGC pelo impasse criado, demitir-se e regressar à assembleia". A reunião foi entretanto suspensa por falta de acordo, mas será retomada na próxima segunda-feira.
O PRS fez-se representar por Martina Moniz, Augusto Poquena, Serifo Embaló, e o líder parlamentar Serifo Djaló, enquanto que Luis Sanca, Isabel Buscaridine, Aristides Ocante, Barros Bacar Banjai e Rui Diã, líder dos 'libertadores' representaram o PAIGC. A presença dois líderes parlamentares deve-se à questão da presidência da Assembleia Nacional Popular, que Sori Djaló, do PRS, tomou de assalto quando o lugar devia ser ocupado pelo PAIGC, na pessoa de Adiato Nandigna, que de momento se encontra em Cuba. AAS
Give me 5
Austrália, Argentina, Coreia do Sul, Luxemburgo e Ruanda - são estes os cinco países que foram eleitos como novos membros não permanentes para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O único país eleito a causar alguma «estranheza» foi o Ruanda, pelo facto de ter atualmente um ministro da Defesa que é acusado por parte de um painel de especialistas da ONU de estar a comandar uma rebelião na República Democrática do Congo. Portugal é um dos membros do Conselho de Segurança do ONU, tendo sido eleito para o biénio 2011/2012. AAS
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
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EXPLUSÃO? 'Governo' tem já a carta a pedir 'substituição de Joseph Mutaboba'
O 'governo de transição' da Guiné-Bissau, soube o Ditadura do Consenso de fonte fidedigna, tem já uma carta escrita para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pedindo a substituição do seu representante na Guiné-Bissau, o ruandês Joseph Mutaboba. Depois de o CEMGFA, António Indjai, ter acossado o homem-forte da UNIOGBIS, dizendo que se fosse governo "considerá-lo-ia personna non grata", o verniz estalou de vez. Todos ouvimos hoje - no meu caso com alguma incredulidade até - as declarações do 'ministro da presidência, Fernando Vaz quando instado pelos jornalistas sobre o 'destino' de Mutaboba.
Fernando Vaz não se coibiu de disparar, acusando Mutaboba de 'dificultar a Guiné-Bissau' mantendo-o no isolamento (o 'governo de transição' que saiu do golpe de 12 de abril obrigou a que a União Africana suspendesse o país da organização maior do continente, não é reconhecido, nem pela União Europeia nem pela ONU; tem dezenas de oficiais - generais e superiores - sob sanções das Nações Unidas, e arrisca-se a ver nomes de políticos sofrerem igual consequência). Depois, disse "não haver um prazo" em concreto para se enviar o 'desconvite'...
O que não se entende, atrapalhação incluida, é o seguinte: como pode o 'governo de transição' pedir a suspensão de quem quer que seja, no caso concreto de Joseph Mutaboba, se a ONU não reconhece sequer as autoridades impostas ao país por meia dúzia de países da sub-região, cada qual com o seu interesse, e com um ou dois a atrapalhar mais? Não engulo esta.
A meu ver - vale o que vale - o 'governo' devia enveredar pelo caminho da desdramatização, pois de cada vez que um seu membro fala, o cerco e o isolamento apertam-se, sufocando, não os membros do 'governo, mas a esmagadoria maioria do Povo guineense que vive pior a cada dia que passa. A diplomacia existe para isto mesmo! Para, em alturas destas, tentar furar o cerco, com pezinhos de lã, deitando água para a fervura e não atirando achas para uma fogueira já de si alta e em total descontrolo...
Joseph Mutaboba está na Guiné-Bissau ao abrigo da constituição da UNIOGBIS, por um governo eleito democraticamente e reconhecido internacionalmente. A UNIOGBIS está na Guiné-Bissau, mandatado pelo conselho de Segurança das Nações Unidas. Instalou-se no país no segundo semestre de 2009, e foi sendo renovado até hoje, pelo período de um ano. AAS
CRIME: Novos dados e outros tantos por esclarecer
O assassínio, à facada, de um cidadão português, há três dias em Bissau, assumiu agora novos contornos, deixando as coisas mais clara para a PJ. Mas permanece um mistério: Onde está a mulher, suspeita de ter cometido o crime? Agora o Ditadura do Consenso apurou que uma cidadã angolana - mulher do Luís Rijo - encontrava-se em Bissau à altura do seu assassinato, com a finalidade de o levar na proxima semana para Portugal: o Luis estava muito doente e debilitado. Foi, de resto, ela quem denunciou o assassinato à polícia. O corpo de Luis Rijo será trasladado na próxima madrugada. Agora, cabe à PJ separar o trigo do joio: foi passional? Não foi? E, sobretudo, quem matou? AAS
Novela
"Caro Aly, favor publicar esta minha contribuição.
Mais um episódio da novela
Meus irmãos, asistimos mais uma vez um dos episódios desta novela que a provocadoria da República esta a apresentar. Esta novela que, apesar de estar nos primeiros capitulos já dá para perceber qual é o fim. Triste, pois, os filmes só têm gosto quando estamos com expectativa de qual vai ser o fim e não o contrário.
Com a apresentação da queixa por parte dos advogados de Carlos Gomes júnior na promotoria de justiça do tribunal militar, eis que os motores foram aquecidos com vista a dar uma réplica. E foi, pois dois dias depois, o queixoso foi constituido suspeito pelo MP. É o que se diz em criuolo "I dau bu tornal". Afinal para quem advoga o MP? Para o Estado ou para o regime?
Se querem ouvir o homem, então permitam que as forças da CEDE(R)AO sejam substituidas por uma outra sob égide das nações unidas, podendo garantir a segurança não só ao regime, mas a todos quantos são filhos deste país. Aí sim se pode falar de verdadeira justiça.
Por que é que, até então o Injai não foi acusado por calunias injuriosas quando ao público afirmou que Bubo estava implicado na tentativa de golpe de Estado? Como o homem também é de armas e mais, então, estão agora a procurar formas de o amansar.
É povo Ka burro, kaba i panha pé.
Bolingo Cá"
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Português assassinado em Bissau
Um cidadão português, de nome Luis Rijo, e que residia em Bissau desde o mês de fevereiro, em casa de um cidadão espanhol, foi assassinado à facada, presumivelmente por uma cidadã guineense, namorada deste último, casa onde de resto o português residia. O cidadão espanhol encontrava-se, ao que tudo indica, ausente na altura do crime. Os contornos do crime ainda estão por esclarecer pois a presumível homicida ainda está a monte, procurada pela polícia Judiciária.
A embaixada de Portugal em Bissau, ao que apurou o Ditadura do Consenso, está a acompanhar o caso. AAS
Reabilitação de Bubo Na Tchuto para reduzir tensões nas FA
1 . O Alm Bubo Na Tchuto está em vias de retomar o cargo de CEM da Marinha (agora exibindo nas insígnias 3 estrelas, em lugar de apenas 2). A medida, objecto de sucessivas reuniões nos últimos dias, nalgumas das quais o próprio participou, é relacionada com a necessidade de esvaziar tensões internas (AM 701) nas FA.
O reavivamento recente de um antigo ambiente de disputas e desconfianças entre o actual CEMG, Gen António Indjai, e o Alm B Na Tchuto foi apontado como um dos principais focos de tensões – que com o regresso deste ao cargo de CEM da Marinha se considera poder dissipar.
Episódios considerados ilustrrativos das sinuosas relações entre ambos:
- Em Ago.2008, A Indjai, então T/Cor, comandante do Batalão de Mansoa, é um dos militares que acusa o então Comodoro B Na Tchuto, CEM da Marinha, de implicação numa conspiração contra o então Presidente Nino Vieira (por efeito do que abandona o país e se refugia na Gâmbia).
- Cai um ano depois (a seguir ao assassinato do ex-CEMG, Gen Tagme Na Waie), B Na Tchuto regressa clandestinamente a Bissau e refugia-se no escritório da ONU, de onde foi retirado, 01.Abr.2010, sob protecção de militares às ordens de A Indjai – que nesse dia se havia amotinado e derrubado o então CEMG, Alm Zamora Induta; A Indjai terá então, intencionalmente, procurado cativar B Na Tchuto, tendo em conta a conhecida antipatia deste por Z Induta.
- B Na Tchuto, ilibado pela Justiça Militar, retoma entretanto o cargo de CEM da Marinha (sob seu comando directo continua uma força de 300 Fuzileiros). Em Dez.2011 foi, porém, novamente afastado e detido por A Indjai, sob acusação de estar a preparar uma intentona contra o Governo de então, de Carlos Gomes Jr; ficou preso, em Mansoa, até há ca 2 meses.
Em Set o CEMG pôs em marcha um plano de promoções nas FA que contemplaria chefes e comandantes militares. A medida foi protelada em razão de resistências internas baseadas em argumentos como o que seria necessário resolver “o problema de B na Tchuto”; a sua reabilitação plena é, por isso, embaraçosa para A Indjai.
2 . O facto de ambos terem a categoria de figuras referenciais das FA, embora B Na Tchuto se considere superior a A Indjai, e de também terem origem étnica comum (balanta) faz com que as desavenças e rivalidades entre si tenham projecção no meio militar, no seu todo, e também na sua tribo/base étnica.
A reabilitação de B Na Tchuto como CEM da Marinha (paralelamente, A Indjai passará a ostentar uma quarta estrela de general), foi aventada e encorajada por um “conselho” de dignitários balantas com influência nas FA, entre os quais predomina Kumba Yalá, secundado por Artur Sanhá e por figuras do PRS, partido étnico-tribal.
O “leitmotiv” do “conselho” consiste em preservar o chamado “poder balanta”, especialmente presente nas FA. A antiga autoridade de K Yalá como “principal chefe
balanta” tem vindo a perder fulgor nos últimos anos, em especial à escala da etnia balanta, mas ainda goza de ascendente apreciável em meios militares.
Há cerca de 5 dias, Sola N’Quilim, antigo dirigente e lider parlamentar do PRS e membro de um dos governos de K Yalá, referiu-se desprimorosamente a este, tratando-o em público (entrevista a um jornal de Bissau), como “violento” e movido por consciência e instintos tribais.
3 . Meios com capacidade adequada para acompanhar o “inside” da situação político-militar sustentam que as tensões nas FA têm, além desta, outras causas, incluindo algumas relacionadas com a presente situação política (e face às quais um aparente apaziguamento A Indjai/B Na Tchuto tem limitados efeitos amenizadores).
Por ex, está identificada uma corrente interna nas FA, descrita como “básica”, que defende ostensivamente a substituição do actual Presidente de transição, Serifo Namadjo, por K Yalá; outra, mais polida, considera prioritária uma reposição da legalidade institucional nas FA para salvaguarda do seu futuro.
Os adversários de S Namadjo agitaram-se por efeito do encontro que o mesmo manteve em Nova Iorque com Raimundo Pereira. Também contrariaram, inclusive em público, declarações do mesmo segundo as quais o PR e o PM depostos pelo golpe de Estado de 12.Abr poderiam regressar ao país.
A mais recente das reuniões consideradas de “alto nível” que nos últimos dias têm tido lugar em Bissau, 13.Out, juntou S Namadjo e os militares, incluindo alguns sem funções de chefia. Não foi apurado, em concreto, de qual das partes partiu a iniciativa da reunião.
O contingente senegalês da força da CEDEAO estacionada em Bissau, ECOMIB, nominalmente constituído por uma companhia de engenharia e uma equipa médica, também é objecto de rumores fomentadores de mal estar nas FA. Considera-se que o contingente oculta um braço da “renseignement militaire” e outro de operações.
De acordo com os referidos rumores, o intuito do Senegal é preparar operações contra o movimento separatista do Casamansa, MFDC. Contará, para tal, com a cumplicidade dos chefes militares guineenses. As autoridades militares senegalesas consideram uma faixa N da Guiné-Bissau como “base de refúgio” da guerrilha do MFDC.
A má reputação que os chefes e comandantes militares guineenses têm entre as restantes camadas de oficiais, também decorre da ideia de que os mesmos tiram “proveitos pessoais” de préstimos a que sujeitam as FA (ou parte delas), dos quais fazem parte compromissos informais como os que se julgam existirem com o Senegal. AM
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