terça-feira, 16 de outubro de 2012
Murade Murargy: "Não vamos suspender a Guiné-Bissau da CPLP"
A instabilidade política na Guiné-Bissau é só um dos desafios que a CPLP tem pela frente, garante o novo secretário-executivo da organização. À beira de completar o primeiro mês no cargo, o diplomata moçambicano Murade Murargy acredita que a principal missão que terá pela frente passa por promover plataformas de promoção de investimento entre os estados-membros e atingir o objectivo de sempre: a consciencialização de uma cidadania lusófona.
- Quais são os desígnios do mandato?
Murade Murargy – Tornar a CPLP visível e fazer dela um instrumento que sirva todos os interesses dos estados-membros. Estes são os grandes princípios e objectivos que tentamos prosseguir. Na última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Maputo, também foi apresentado um tema que é do interesse de todos nós e que vai constituir o assunto principal deste mandato. É a questão da segurança alimentar e nutricional. Nos oito países da CPLP, e no mundo em geral, há um grande défice de alimentos. A nossa comunidade pensa que pode contribuir, não só para suprir as carências dentro da CPLP, como também para aumentar a reserva mundial de alimentação. Estes são os grandes objectivos e temas, além da questão da Guiné-Bissau, que sofre de um instabilidade política e constitucional, e que é o outro ponto que nos preocupa bastante.
- Em algum momento já foi ponderada a suspensão da Guiné-Bissau da CPLP?
M.M. – Não vamos suspender a Guiné-Bissau. Estamos a trabalhar para que a situação no país se estabilize. Quando há um problema, nós temos de contribuir para solucionar esse problema. Não só a CPLP. Também a União Africana, as Nações Unidas, a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], a União Europeia estão interessadas em recuperar a lei e ordem democrática na Guiné-Bissau, para que possam ser organizadas eleições livres nos próximos tempos. Não se fala em suspensão, fala-se em apoiar a Guiné-Bissau e os guineenses para que estes encontrem a sua estabilidade.
- Já foi feito algum contacto entre a CPLP e o Governo de transição?
M.M. – Não, porque continuamos a não reconhecer esse Governo. É verdade que é uma situação que temos de ter em conta, mas nós estamos a tentar trabalhar com a CEDEAO [que reconhece o Governo de transição], uma organização regional que está no terreno. Queremos em conjunto restabelecer a ordem democrática e constitucional, por forma que os responsáveis políticos que estão fora do país possam regressar. Não para os postos onde estavam, mas para contribuírem como cidadãos no processo de estabilização.
- O impasse arrasta-se desde Abril. Antevê um desfecho célere?
M.M. – A situação está muito complicada. Neste momento, estamos a trabalhar para ter uma missão de verificação no terreno e há um encontro previsto para os próximos tempos, em Adis Abeba, entre o Governo deposto e o Governo de transição, para continuarem o diálogo iniciado em Nova Iorque [nas Nações Unidas, à margem do debate anual da Assembleia Geral, que teve lugar no final de Setembro]. Neste momento, o desfecho desta reunião é imprevisível.
- A CPLP poderia ter um papel mais activo na resolução da crise guineense?
M.M. – Moçambique está a desenvolver grandes esforços. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, esteve em Nova Iorque e participou em grandes encontros com vista a limar um pouco das arestas que existem nesta questão. Portanto, a CPLP está muito activa. É verdade que não é uma organização regional que pode estar no terreno, mas está muito activa. Sendo a Guiné-Bissau um estado-membro, a CPLP não pode ficar estática. É por isso que estamos a organizar com a CEDEAO uma missão conjunta que vai fazer a verificação no terreno.
- Já há alguma data para essa verificação no terreno?
M.M. – Ainda não sei. O secretariado está a trabalhar nos termos de referência com os estados-membros, através do Comité de Concertação Permanente. Só depois de algum acordo entre a CPLP e a CEDEAO se vai constituir a missão de verificação.
- A discussão sobre a vertente económica da CPLP tem estado em foco. A organização terá capacidade de criar plataformas de promoção de investimento entre os estados-membros?
M.M. – Não é a CPLP que vai fazer comércio. Vamos verificar através dos respectivos governos quais são os problemas e obstáculos que se colocam hoje à criação de uma plataforma desta natureza. Se são obstáculos fiscais, aduaneiros, de financiamento. O secretariado vai propor medidas aos governos para que, em conjunto, possam chegar a um compromisso que permita facilitar o comércio e investimento. O nosso papel será esse.
- A economia poderá passar a ser a questão central da CPLP?
M.M. – A economia é o grande tema. Aliás, a Guiné-Bissau é uma questão pontual. O tema da última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP – segurança alimentar – está ligado à agricultura e não são os estados que vão fazer essa actividade. São as empresas. A agricultura é um negócio. Se conseguirmos, a partir da agricultura, desenvolver uma relação comercial entre empresas que existem em Angola, Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe… Vamos começar por aí. É uma boa base de partida.
- Curiosamente, a agricultura é um dos sectores em que a China está a investir, especialmente em África.
M.M. – Sou um grande defensor das chamadas cooperações triangulares ou quadrangulares. Vou citar um exemplo, que até nem junta a China, mas sim o Japão ao Brasil e a Moçambique. Existe um projecto [Programa de Desenvolvimento Agrícola das Savanas Tropicais de Moçambique] que vai permitir a transferência de experiência dos agricultores do cerrado brasileiro para a savana moçambicana [os japoneses prestam apoio técnico e financeiro]. Há todo um interesse e um potencial nestas parcerias. É preciso fazer isto.
- Não teme uma sobreposição entre a CPLP e o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa?
M.M. – São duas estruturas sem comparação. A CPLP tem mecanismos próprios e não olha só para as vertentes empresarial e económica. Olha para todas as áreas de desenvolvimento dos estados-membros e contempla uma concertação político-diplomática que o Fórum de Macau não faz.
- Uma das críticas que ouvimos ao espaço lusófono é a ausência de uma consciência de cidadania. Concorda?
M.M. – A comunidade existe há apenas 16 anos. Cada um dos nossos estados tem as suas particularidades e está inserido em outras comunidades regionais. Estamos espalhados por todo o mundo, na Europa, América do Sul, Ásia e África. Os estados-membros da CPLP estão inserido em organizações próprias, têm regras próprias e tem de harmonizar as suas políticas migratórias e de cidadania, dentro da sua região. Por exemplo, no caso de Portugal, a circulação e mobilidade de pessoas está sujeita a regras de Bruxelas. A questão da cidadania lusófona é um passo que queremos atingir, mas vai levar o seu tempo. Se conseguirmos iniciar o processo de circulação de pessoas e bens, que ainda não está consolidado e é urgente, daremos um grande salto para a cidadania lusófona. Vai levar o seu tempo e não existem prazos para atingir tal objectivo.
- Em 16 anos de história, a questão da cidadania lusófona não poderia ser já uma realidade?
M.M. – Acho que podia, mas ainda não está. Se os estados-membros da CPLP tivessem uma contiguidade geográfica seria mais fácil. Só que estamos espalhados pelo mundo e não temos fronteiras comuns. Por isso, temos de encontrar formas paulatinas de chegar lá.
- Considera que a língua portuguesa continua a ser o activo mais importante da CPLP?
M.M. – A língua é um instrumento muito importante para a nossa unidade e comunicação, mas existem outros aspectos, que teremos desenvolver, sobretudo na área política e diplomática.
- A aceitação de novos pedidos de adesão continua a estar em cima da mesa?
M.M. – Sim. A nossa comunidade está aberta a quem queira entrar, se os países que manifestem esse interesse cumpram os princípios da nossa constituição. Estamos abertos à colaboração entre todos os estados, na promoção da paz do mundo e no desenvolvimento económico-social. Queremos que haja estabilidade e que todos possamos beneficiar dela.
CPLP continua de “portas abertas” para Macau
O mês de Outubro é sinónimo de lusofonia em Macau. Foi por isso que o PONTO FINAL questionou Murade Murargy sobre a possibilidade do território integrar a CPLP. “A adesão de um novo membro tem de ser sempre manifestada de livre vontade e, neste caso concreto, tem de haver uma iniciativa de quem exerce o poder no território. Mas a CPLP está a aguardar esta manifestação de interesse a qualquer momento. Do nosso lado, a porta está aberta”, garante o novo secretário-executivo da organização.
Perfil do secretário-executivo da CPLP
Murade Murargy assumiu funções na CPLP a 18 de Setembro de 2012. Antigo embaixador de Moçambique no Brasil, o diplomata foi eleito secretário-executivo da CPLP pela IX Conferência de Chefes de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se realizou em Maputo, no dia 20 de Julho, sucedendo no cargo ao guineense Domingos Simões Pereira.
Pai de cinco filhos, Murargy é bacharel licenciado em Direito pela Faculdade Clássica de Lisboa, tendo ingressado em 1976 no ministério moçambicano dos Negócios Estrangeiros, onde foi conselheiro jurídico no Gabinete de Estudos, Planificação e Informações até 1980. Entre esse ano e 1985 assumiu os cargos de director para assuntos jurídicos, director nacional de protocolo e director das Organizações Internacionais e Conferências.
Desde então, foi embaixador extraordinário e plenipotenciário em França e não-residente na Alemanha, Suíça, Tunísia, Gabão, Mali, Costa do Marfim, Senegal, Irão e Palestina. Foi também delegado permanente junto a UNESCO, em Paris. Entre outras condecorações, o novo secretário-executivo da CPLP foi distinguido com a Grã Cruz da Ordem do Mérito de Portugal em 1996. Ponto Final
Polícias guineenses em Angola: Regresso aparentemente bloqueado
As autoridades angolanas opõem-se ao regresso dos de 372 agentes da policia Guineenses que concluiram o ciclo de formação em Angola desde Agosto ultimo, indicaram sabado fontes proximas do Commissariado Central da Policia de Bissau. Segundo Quemo Cissé, um dos agentes da policia bloqueados em Angola, as Autoridades Angolanas decidiram de não os repatriar, justificando esta decisão pelo facto de que não existe na Guiné-Bissau um governo reconhecido pela comunidade internacional na Guiné- Bissau". Em Bissau, as autoridades encarregues da segurança prometeram o regresso desses agentes de policia daqui ao fim do mês de outubro.
Em tempos, fontes não oficiais, tinham veiculado de que Luanda prometera mobilizar dois aviões para repatriar o grupo de policiais para Bissau num curto prazo de tempo. Até agora nada de concrecto, restando esperar confirmar a sua veracidade e a ser verdade, para quando. A recusa de Luanda de autorizar o regresso dos policias esta a ser interpretada por Bissau como uma represalia das Autoridades à decisão de Bissau de ordenar, em junho ultimo o repatriamento das tropas Angolanas instaladas em Bissau depois de março 2011.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Cólera assusta população, autoridades falam de 'diarreia'
Até quinta-feira tinham sido registados 541 casos e três mortos. A capital é a zona mais afectada. Internamente já se fala em surto de cólera, mas as autoridades não admitem a situação. As autoridades sanitárias da Guiné-Bissau alertaram, nesta segunda-feira, para a existência de um "surto forte de diarreia" no país, surto que já provocou a morte de três pessoas. Bissau tem sido a zona mais afectada pelo surto de diarreia, com 541 casos. A região de Biombo (nordeste) registou até quinta-feira passada, 20 casos, e Tombali, no sul, seis casos.
As informações foram avançadas por Lamine Indjai, responsável pela comunicação do ministério da saúde guineense, que pediu à população para ter cuidados especiais com o manuseamento de alimentos e bebidas, sobretudo, aquelas que são vendidas nas ruas, alertando também para os riscos de aglomeração de pessoas nas cerimónias fúnebres ou festas. Ainda segundo fontes médicas, em Bissau, o surto de cólera atinge já os países vizinhos da Guiné-Bissau, nomeadamente Senegal e Guiné-Conacri. Recorde-se que o último grande problema de saúde pública na Guiné-Bissau foi em 2008, quando um surto de cólera matou mais de 200 pessoas, entre cerca de 12 mil infectadas. RFI
How Cocaine Transformed a Tiny African Nation
Seven years ago, almost no one in Guinea-Bissau could imagine that just 1 g of a bland-looking white powder could be worth more than their average monthly salary. Tiny Guinea-Bissau has become a base for cocaine trafficking between Latin America and Europe, and officials seem helpless to stop it.
One morning in early 2005, the villagers of Biombo found hundreds of carefully sealed packets of white powder washed up on their mangrove flats on Guinea-Bissau’s Atlantic coast. The women discovered them as they checked their fishing lines; they had arrived, it turned out, from a simple-looking steel-hull cargo vessel that ran aground while trying to reach the shore. Some of the villagers thought the powder was Ajinomoto, a popular Japanese brand of MSG, and used it in their cooking sauces. One man mixed some with water and tried to use it to whitewash his house. Most people initially agreed it was fertilizer, but doubts grew when it seemed to be killing rather than invigorating the eggplant crop.
It took a Bissau-Guinean man who had been recently deported from Europe, known now by local legend simply as the Boy from Biombo, to realize exactly what the powder was: cocaine. Seeing calabashes filled with the stuff, he began buying it up for a few dollars a kilo and shipping it to the capital, Bissau. When one of the villagers, Joy, telephoned Guinea-Bissau’s City FM radio station, told them the story of the sacks of powder and asked them to contact the vegetable department at the Ministry of Agriculture on her behalf, a group of Nigerians arrived in Biombo and set about buying up whatever of the substance remained. By then, the Boy from Biombo was well on the way to establishing a small business empire. It was only after several months that the penny finally dropped for the police and the villagers. There were living in the middle of a new drug-trafficking highway running between Latin America and Europe.
Seven years ago, almost no one in Guinea-Bissau could imagine that just 1 g of a bland-looking white powder could be worth more than their average monthly salary. But in 2004 and ’05 the Latin American cartels, realizing they had all but saturated the North American market, began looking for growth in Europe, and today the U.S. estimates 30 tons of cocaine passes through this African country every year en route across the Atlantic. In Guinea-Bissau, one of the poorest countries in the world and one of the smallest, with a population of just 1.6 million, the drug now permeates the entire nation, from the military and political elites, who facilitate its passage, to the poorest and most vulnerable, who are developing a rising addiction.
Despite obvious signs of the trade — such as $100,000 cars in Bissau’s streets and smugglers’ abandoned Gulfstream jet at the airport — the drug business thrives on a willful silence. Malam is a 35-year-old Bissau-Guinean drug dealer and international trafficker. He tells me he has full impunity because he is related to a former President. “The police are worthless,” says Malam, who refuses to use his full name. “They’re in everyone’s pocket.” He dips into his own supply on occasion and counts himself lucky.
The younger and poorer in Guinea-Bissau use cocaine’s cheaper and more-addictive derivative, crack. As night falls in the capital, young people can be seen gathering in groups under mango trees or in sleepy side streets to smoke rocks of crack cocaine for less than a dollar a hit. “No police approach them,” says Peter Correia, a government health care worker, in his small office piled high with boxes of condoms. “They can’t because of the condition of these people — they are becoming dangerous.”
Guinea-Bissau’s only drug-addiction clinic lies on a back road in the quiet village about an hour outside Bissau. Nine months ago, fellow inmates watched as José Belenta arrived at Quinhámel mental-health center with his wrists and ankles bound.
Then addicted to crack, the former carpenter is now clean and has become a voluntary worker at the clinic. Run by an evangelical pastor with no formal medical training, it combines drug rehab with a safe environment for the mentally ill: Belenta has to break off from our conversation a number of times to administer sedatives to patients or to calm his charges. “It started in 2009,” he says. “Some of my friends had big money, and I’d travel up and down helping them to transport the drugs.” Belenta says he was paying around 70 ¢ for a hit. He estimates 20% to 30% of the young people in Bissau are now using crack. A World Health Organization representative in Bissau, who asks not to be identified, concurs with that rough assessment. “We have no proof,” he says, “but if you see the number of people with mental illness now, it figures that there is an increase in drug use.” A European health worker, who also requests anonymity, adds: “I like the Bible — I’m a Christian — but for recovery, people need a wider path. We need specialized psychiatric doctors and nurses.”
There is little hope of that. All aid to the state was cut after Army Chief of Staff Antonio Indjai — in a putsch most observers agree was at least partly motivated by a fight over the drug trade — staged a coup in April. The government cannot bring itself to accept that the 60 patients admitted to the Simão Mendes National Hospital with severe diarrhea in September were suffering from cholera. Cocaine, a trade in which the state is complicit, is even more taboo, says Correia, the government health worker. “No one will talk about it, so how can we address it?” he says. “There is no state control at all.” At least, he says, he himself knows about cocaine. Speaking of his 7-year-old daughter, he says, “I am aware of the problem.
I will be able to protect my child and give her the ability to understand.” In a country where the average age is 19, many thousands of others are likely to be less fortunate. “Our population is so young that if the youth enter into this phenomenon, we’ll never get out,” says Allen Yero Embalo, a former radio presenter who follows the rising influence of cocaine in Guinea-Bissau. In the end, he says, the white powder did turn out to be a kind of fertilizer. The political corruption and social instability it brought, he says, “is a fertilizer for criminals.”
'Ponta de Pedra' - Hotel Ancar
2ª feira > Filetes de Peixe com Laranja
3ª Feira > Strogonoff de Frango
4ª Feira > Linguado de Marinada
5ª Feira > Cabrito Estufado com Legumes
6ª Feira > Camarão à Glória com Fusili
Bom proveito.
GÂMBIA: YAHYA JAMMEH traduzido à justiça pela execução de nove pessoas
A Associação da Sociedade civil Gambiana (CSAG) depositou, sabado 13 outubro 2012 uma queixa junto ao Tribunal da CEDEAO com sede em Abuja, na Nigéria, contra o regime do presidente Yahya Jammeh. Esta acção judiciaria tem por finalidade defender e tentar proteger os direitos de 38 condenados à morte detidos neste momento na prisão Mile2 de Banjul cujas vidas estão dependentes da vontade do Presidente Yahya Jammeh. A mesma acção visa igualmente obter da CEDEAO que Yahya Jammeh responda por ter feito executer 9 prisioneiros em agosto ultimo.
No dossier depositado pelo advogado françês François Serres, seu colega maliano Mamadou Ismaila Konate e o advogado ghanês Anthony Akoto Ampaw junto dos serviços de diligência do tribunal comunitario, os autores da queixa que pretendem salvar a vida desses 38 prisioneiros, solicitam ao Tribunal da CEDEAO de pronunciar no sentido de que, "a Republica da Gambia violou a Carta Africana dos direitos do Homem e do Povos, os tratados internacionais relativos aos direitos civis e politicos, o direito costumeiro internacional, as normas basicas do direito internacional, o direito à vida, a interdição de tratamentos crueis, in-humanos ou degradantes, o principio da legalisdade dos delitos e das penas e o direito a um processo équitavel".
Conscientes de que Yahya Jammeh pode a qualquer momento cometer uma outro loucura, trata-se sobretudo para a CSAG de tantar obter do Tribunal da CEDEAO uma notificação/injunção formal segundo a qual, "a manutenção desses 38 prisioneiros nos corredores da morte de Banjul é uma violação volontaria e deliberada dos principios os mais elementares da vida humana" e de exigir a Yahya Jammeh "de pôr fim definitivamente a essas execuções programadas". Na mesma senda os queixosos constituiram-se partes civil para 9 outros presioneiros, executados em agosto ultimo na prisão Mile2 de Banjul sob as ordens de Yahya Jammeh.
Solicitam no respectivo requerimento que a Gambia seja condenada a pagar 1 milhão de dolares de indemnização às familles dos 9 executados, a CSAG faz sobretudo saber que "]essas pessoas não foram sequer autorizados a dizer adeus, muito menos ainda conhecer a data das execuções e os locais onde foram sepultados aos seus entes mais prôximos". A CSAG solicitou assim ao Tribunal da CEDEAO "de ordenar que a Republica da Gambia entregue aos familiares dos 9 detidos recentemente executados os respectivos corpos afim que elas possam lhes dispensar uma sepultura digna e lhes dedicar as ceremônias religiosas necessarias tal como se passa em circuntâncias da morte de uùm prôximo".
Terra de ninguém
- Dois supostos policias, fardados como GNR (farda preta) e mais três outras pessoas sem identificação, numa viatura sem matricula, invadiram ontem por volta da 1 da manhã a casa de um gambiano, funcionario de um chinês que exporta madeira e levaram 50 milhões de francos CFA com a acusação verbal de trafico de drogas. Ele não foi preso e nem lhe passaram qualquer recibo pela apreensão. Droga que é bom, nem sinal... O dinheiro e os policiais sumiram simplesmente.
- Passaportes disponiveis apenas para os muçulmanos que irão a Meca. Os simples mortais que esperem. Há doentes para evacuar e centenas de pessoas que querem viajar e não podem... AAS
Francofonia exige eleições "no mais curto espaço de tempo"
Os Chefes de Estado e de governo dos paises da Francofonia "apelaram", ontem em Kinshasa, à realização no "no mais curto espaço de tempo" de eleições presidencial e legislativas, "fiaveis e transparentes" na Guiné-Bissau, pais suspenso das suas instancias depois do golpe de estado de abril ultimo.
Um presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, foi designado em maio em Bissau, na sequência de discussões e entendimentos entre os militares golpistas e a CEDEAO. O economista Rui Duarte Barros foi por sua vez escolhido para o posto de Primeiro ministro em maio, tendo como missão de organizar as eleições gerais no prazo de um ano. Numa resolução – não vinculativa – sobre as situações de saida de crise adoptada ontem, domingo, a Francofonia enumera todas as acções a seguir nesse pequeno pais africano : "consolidar duravelmente a paz e a democracia", "restaurar a justiça", "lutar contra a impunidade", "implimentação de uma reforma credivel do sector da segurança"... E, de novo, a organização insiste sobre a necessidade de "lutar resolutamente contra o trafico de droga, com o poio dos parceiros internacionais".
Pais com uma situação de instabilidade cronica, a Guiné-Bissau foi de novo sacudida por um golpe de estado militar ocorrido a 12 de abril, no intervalo das duas voltas da eleição presidencial. A segunda volta deveria opôr o ex-Primeiro ministro Carlos Gomes Junior e o ex-presidente Kumba Yala. O dirigentes depostos pelo golpe de estado recusaram-se a reconhecer as autoridades de transição. Apos o golpe de estado, a Francofonia suspendeu imediatamente da suas instâncias a Guiné-Bissau, tal como fizera a União Africana (UA). Esta decisão implica o congelamento de todos os programas da Francofonia nesse pais, "à excepção dos programmes que beneficiam directamente as populações civil e daqueles quepossam contribuir ao resrabelecimento da democracia".
Missão conjunta da ONU-CPLP-CEDEAO-UA esperada a todo o momento
Uma missão conjunta da ONU, da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) e da União Africana (UA) é esperada a todo o momento na Guiné-Bissau, indicou sexta-feira em Dakar, 12 de outubro, Joseph Mutaboba, Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau.
Durante uma conferência de imprensa na capital senegalesa, Joseph Mutaboba, precisou que essa missão tera incumbência avaliar a situação no terreno em Bissau a fim de harmonizar, sob os auspicios das Nações Unidas, as posições dos parceiros sobre a crise politico-militar prevalecente. "Uma vez em Bissau, essa missão vai encontrar-se com as autoridades de transição, assim como com as outras diferentes partes do conflito", acrescenta esse diplomara onusino. Joseph Mutaboba aproveitou a ocasião para lançar um vibrante apelo as actuais autoridades Bissau-guineeses no sentido de se dignarem se empenhar seriamente no restabelecimento o fio do dialogo rompido apos o golpe de 12 de abril 2012.
Nessa mesma conferência lamentou a morte em janeiro 2012 do Presidente Guineense, Malam Bacai Sanha que provocou a anulação da Conferência Nacional de Reconciliação que estava prevista de 14 a 18 janeiro 2012. Falou igualmente do se à Dakar, Mutaboba do statu quo que impera na Guiné-Bissau com uma Assembleia Nacional que não fonciona depois do 12 de abril ultimo. Entretanto, disse que, é sua opinião de que a solução desta crise reside na vontade de todas as forças vivas da Nação Guineense de restabelecer e enveredar por um dialogo inclusivo no mais breve espaço de tempo.
Mutaboba é hoje corrosivamente criticado pelos altos oficiais das Forças Armadas que lhe acusam de imparcialidade e de tomar parte e posicionar-se a favor de Carlos Gomes Junior, no exilio. Rui Landim, analista politico, num dos seus comentarios radiofonicos, pede simplesmente que este renuncie ao seu cargo. "Joseph Mutaboba falhou na sua missão de consolidação da paz na Guiné-Bissau, com a agravante que é na sua presença que foram assassinados friamente, Nino Vieira, o general Baptista Tagmé na Wai, os deputados Baciro Dabo, Helder Proença, etc", conclui esse conhecido comentador da capital guineense.
domingo, 14 de outubro de 2012
Presidente da Mauritânia alvejado a tiro
O presidente da Mauritânia, Mohamed Abdel Aziz, ficou ferido no sábado ao ser atingido por um tiro disparado "por erro" por uma unidade militar, segundo o ministro da Comunicação, Hamdi Ould Mahjoub. Em declarações à televisão pública, citadas pela agência francesa AFP, Hamdi Ould Mahjoub esclareceu que se tratou de "um tiro por erro contra a comitiva do presidente, que voltava do interior do país" e que a unidade militar de origem do tiro não sabia que se tratava da comitiva presidencial.
Fontes policiais citadas pela agência espanhola EFE tinham inicialmente referido que o presidente tinha sido alvo de um atentado no norte do país, a 40 quilómetros da capital, Nuakchot. "O povo mauritano pode estar tranquilo, o presidente está bem, está a ser tratado no hospital nacional. Ficou ligeiramente ferido, mas saiu por si próprio da viatura quando chegou ao hospital e andava sem dificuldades", referiu o ministro.
sábado, 13 de outubro de 2012
JOÃO SOARES, JOÃO SOARES… DE NOVO!!!!
"Pelos vistos os tentáculos do nosso Embaixador nas Nações Unidas... chegou ao Japão e ao Congo. Será que também foi ele o culpado da nossa não participação nas reuniões do FMI/Banco Mundial e na Francofonia?
Estamos à espera que o governo de “transição” invente um “clone” do João Soares da Gama para o responsabilizar. Está factualmente comprovado que a equipa diplomática deste governo é incapaz de fazer face às tarefas diplomáticas que lhe foram incumbidas.
A única coisa honrosa a fazer neste momento é a apresentação de um pedido de demissão em bloco, a começar pelo falhado 'minitro dos Negócios Estrangeiros', depois pelo 'conselheiro diplomático do 'presidente' etc, etc. O presidente de “transição” está ansioso e à espera que esse pedido chegue à sua secretária. Afinal, às vezes, “DJITU TEM KU TEM
P.C"
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Joseph Mutaboba: "ONU está para ajudar o Povo guineense"
O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau sublinhou hoje em conferência de imprensa os avanços registados quanto à resolução da crise desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril. Reagindo às críticas de que foi alvo, nomeadamente pela cúpula militar, alvo alega estar a servir o povo guineense e não alguém em particular. Joseph Mutaboba fora duramente criticado por António Indjai, chefe de Estado maior general das forças armadas guineenses, nomeadamente devido ao facto de se equacionar o regresso a Bissau das autoridades depostas.
O representante de Ban Ki Moon fez questão em lembrar que uma missão internacional deve chegar ao terreno para se inteirar da transição guineense onde o presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram derrubados a 12 de Abril impedindo a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
Golpe de Estado de 12 de abril: Queixas-crime junto do Tribunal Militar Superior, contra o CEMGFA António Indjai e outros envolvidos
Os advogados do primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau apresentaram hoje em Bissau uma queixa-crime contra o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, António Injai, "e demais envolvidos no golpe de Estado de 12 de abril", disse à Lusa fonte judicial. De acordo com a fonte, a queixa dos representantes de Carlos Gomes Júnior foi entregue hoje na Promotoria de Justiça do Tribunal Militar Superior.
Ainda segundo a mesma fonte, a equipa de advogados de Carlos Gomes Júnior e da mulher (Floriberto de Carvalho, Ruth Monteiro, José Paulo Semedo e Itla Semedo) acusam os militares, nomeadamente, de extorsão, agressão e invasão de propriedade alheia.
A 12 de abril passado um autodenominado "Comando Militar" fez um golpe de Estado na Guiné-Bissau e prendeu o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira. A casa de Carlos Gomes Júnior foi saqueada, de acordo com a queixa-crime hoje apresentada. Uma parte da casa, nas traseiras, também foi destruída. O golpe aconteceu na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais antecipadas (na sequência da morte por doença do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá), nas quais deviam participar os dois candidatos mais votados na primeira volta, Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.
Carlos Gomes Júnior é o presidente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), o partido mais votado nas eleições legislativas de 2008, e Kumba Ialá, o líder do maior partido da oposição, o PRS (Partido da Renovação Social). Duas semanas depois de serem detidos, Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira foram libertados e partiram para a Costa do Marfim e daí para Portugal, onde estão desde então. Desde maio que a Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição e por um Presidente da República de transição. Em abril do próximo ano deverão realizar-se eleições gerais, presidenciais e legislativas. LUSA
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