sábado, 9 de junho de 2012
Denúncia II
Caro Aly Silva,
Venho por este meio e utilizando o seu valioso site denunciar mais um crime em progresso pelo dito defensores da legalidade - COMANDO MILITAR.
Há já dias, encontra-se numa oficina, na segunda rua que da a Pefine, depois da Segunda Esquadra, a viatura V8 branco do antigo ministro de Justiça Mamadu Djalo Pires a ser pintado de azul. É fácil reconhecer a referida viatura devido a armadura de proteção em frente dos faróis. Os moradores do referido bairro estão indignados, cada um comenta mas nada podem fazer, bem nada mesmo? Por isso decide fazer essa denuncia. Dizem o pessoal da oficina que é a mando de António Injai que estão a fazer trabalho e de que a viatura agora lhe pertence. De referir também que uma viatura Nissan Patrol novo pertencente ao antigo Primeiro-Ministro Carlos Gomes foi trocada a matricula agora com uma vermelha das FA e quem anda com a referida viatura é o Comandante de Pará-Comandos Julio Nhate.
Apoiado
"SE A CPLP ACOLHER OS NOVOS DIRIGENTES (FALSOS E ILEGAIS) DA GUINÉ-BISSAU NA CIMEIRA DE MAPUTO NO DIA 20 DE JULHO PRÓXIMO, É PORQUE ESTAMOS PERANTE UMA LEGALIZAÇÃO DO GOLPE. DEVE-SE FECHAR AS PORTAS A TODOS OS "VIGARISTAS."
SEUS VIGARISTAS!!!
Tcharles Panaqye"
Escreve o filho de um combatente da liberdade da Pátria
Caro amigo Aly,
Tomo a liberdade de te escrever solicitando a publicação deste meu artigo no teu/nosso blog, unica voz credível que nos resta de nos intercambiar na denúncia da brutalidade que se vai praticando na Guiné-Bissau.
Sou filho de um Combatente da Liberdade da Pátria imbuido dos principios do sacrifio e do amor à Patria que o meu falecido Pai me ensinou em vida, por isso (embora tenha estado presente na reunião que o General convocou), faco questão de te escrever, porque é a unica via que entendo poder dar respaldo a minha posição e creio de muitos Antigos Combatentes presentes nessa reunião. Assim, solicito a tua compreensão dar a minha voz no teu famoso blog. Não pretendo defender ninguém, porquanto, não devo nada a ninguém, mas tão so, querendo respondender rebatendo e desmascarando em termos civilizados e com factos o General Antonio sobre as suas falsas declarações sobre os Antigos Combatentes da Liberdade da Patria. Penso que, dando-me essa oportunidade poderei esclarecer aos Camaradas do meu Pai, quem na verdade anda a a engana-los com mentiras e falsidades.
Sem saber qual o destino daras ao meu pedido, antecipadamente te agradeço, aproveitando encorajar-te na firmeza da nossa luta comum pela dignidade do Povo Guineense.
ABT
PS : se não fôr abusar demais da tua paciência e compreensão, caso este meu artigo seja publicado... gostaria de poder responder, também educadamente a um "Senhor" que nessa reunião teve o descaramento de intervir. Estou a falar do "Sr." Manuel Maria Santos, vulgo "Manecas". Se o olhar matasse...
Sem mais caro irmão, se me permitir, o obséquio, segue o meu artigo.
AS MENTIRAS DO GENERAL
No dia 6 de julho 2012, presenciei atónito o discurso do General António Injai na Plenária da ANP aquando da reunião com os Antigos Combatentes da Liberdade da Patria (ACLP), surpreendentemente convocada por ele, para segundo as suas palavras, prestar « esclarecimentos sobre os motivos do golpe de estado de 12 de abril 2012 » (deve ter sido a décima versão apresentada).
Confesso-vos que, a pessoa em si e a tal reunião em nada me interessavam, mas acabei por ir, quiçá «atirado» pelo instinto do meu sub-consciente, reactivando-me a memoria, de sempre querer contrariar (no bom sentido), o meu falecido Pai, também ele, Antigo Combatente da Liberdade da Patria, que estou certo, estando vivo, não punha os pés nessa reuniao, nem com a baioneta às costas.
Quis assim o destino e lá fui, nada motivado, mas também nada contrariado... fui porque...fui !.
Porém, gostaria de esclarecer de que, comento este assunto porque, primeiro, sou filho de Combatente da Liberdade da Patria e como tal senti-me atingido e humilhado com as patéticas afirmações do General Antonio Injai e, segundo, porque estou seguro que, caso o meu Pai estivesse vivo, não lhe faltaria essa reacção a que me proponho apresentar se me fôr permitido pelo Aly, que é : dizer a verdade, sem querer defender ninguém... apenas a verdade para combater a mentira oportunista. E, vamos aos factos,
Salão a compor-se aos poucos, as pessoas presentes entre-olhavam-se desconfiados uns para os outros, como se quisessem justifica : «porque razão estou eu aqui?». Mas, como disse, como por telepatia da nossa velha «contrariedade com o meu Pai», dei comigo no hemiciclo guineense (alias, espaço interessante e mal empregado, para albergar tantos deputados de QI = 0 ao quadrado), talvez, com a missão divina de, entre os nossos reencontros ocasionais na «passarela das almas», poder contar-lhe as peripécias surrealistas dessa reunião, pois contado eu não acreditava, mas estava lá à frente do bicho..., desculpem "homem"ouvin-do a vociferar incongruências atras de asneiras..., foi de partir a tampa. Assiste e, convenci-me de que pessoas falsas na terra, pior que Judas.
Certo é que, no fim, esse sacrificio não foi em vão, pois valeu à pena no fim das contas. Por um lado, revi os camaradas de peito do meu falecido Pai, os quais pude abraçar por conta "dele" e trocar as civilidades de sempre e, mais que isso (mas, com muita magoa por não mais poder fazer), poder desejar-lhes boa saude e coragem, porquanto a maioria deles, pena-se com o peso da idade e saude debilitada e, por outro lado, permitiu-me ver de perto, melhor, «conhecer», lendo o caracter do General Antonio Injai. Ele falou de tudo e mais alguma coisa, mas acabou por não dizer NADA aos Antigos Combatentes que não sejam besteiras para tentar justificar o injustificavel. Uma falta de respeito sem adjectivos.
Repito que, essa partida que o destino errante pregou-me, deu-me a oportunidade de conhecer de perto, uma nulidade de pessoa enquanto ser humano, vi um coisa a minha frente..., uma coisa, no pedestal da ignorância a esvaiar-se de ideias vazias, com um discurso hipocrita, sem principios baseado na banal retorica da mentira (desculpem a falta de educação).
O General Antonio Injai, faltou o respeito aos Antigos Combatentes da Liberdade da Patria (ACLP) e esta a gozar com a dignidade e honra dos mesmos, sejam os vivos ou os mortos.
O General Antonio Injai, mente descaradamente, quando diz que, os ACLP recebem uns miseros 14.000 Fcfa (um pouco mais de 21 Euros). O General mente, porque na verdade, foi graças a Carlos Gomes Junior (soldado colonial segundo as suas palavras), é que os ACLP passaram a receber 30.000 Fcfas, quase 48 Euros como salario minimo de base, pois ha ACLP que recebem de longe muito mais, dependendo dos cargos e funções que tenham desempenhado no passado e, no seu caso, caso fosse neste contexto para a reforma não receberia menos de 450 Euros (muito dinheiro para um carniceiro). Mais ainda, esses miseros dobros de CFA's agora recebidos eram pagos regularmete todos os meses pelo Governo de Carlos Gomes Junior.
O General Antonio Injai mente, quando diz que, Carlos Gomes Junior (CGJ), não respeita os ACLP. Pode-se provar que, não houve, nenhum Chefe de Governo (e houve muitos ACLP Chefes de Governo), que mais respeitou, ou defendeu os interesses dos ACLP que CGJ. Não enunciarei nomes por uma questão de respeito pelos Camaradas do meu Pai, mas sei que, CGJ, tem tomado por sua conta propria e encargo centenas de ACLP que lhe tem solicitado apoio quase diariamente, seja em bens materias, medicamentos, evacuação médica e sanitaria, pagamentos de rendas, enfim, uma infinidade de carências de um pais necessitado em tudo.
Muitos orfãos e viuvas de ACLP, indescriminadamente da sua raça ou estracto social têm beneficiado de gestos de CGJ, pagando ele, com meios proprios bolsas de estudo internos (nas Universidades e Institutos guineenses) e, ajudar mais de uma centena de entre eles a conseguir aceder a bolsas de estudos dados por paises amigos, proporcionando-lhes ir estudar para o estrangeiro, casos de China, Cuba, Venezuela, Turquia, Marrocos etc..., possibilidades que, sem o seu « cunho » e empenho pessoal, nunca consegueriam.
O General Antonio Injai, engana e goza com os ACLP, escondendo-lhes as verdades que o comprometem. Essa atitude vergonhosa do AI, demostra que ele pessoalmente, não tem moral para falar mal de CGJ, para mais, usando a mentira e a calunia para tentar ludibriar os seus Camaradas sobre as suas verdadeiras motivaçãoes tribais do seu desastroso golpe de estado.
O General Antonio Injai, esconde muitas verdades que o comprometem seriamente, senão vejamos :
- Os filhos de AI beneficiaram até às vesperas do 12 de abril de substanciais apoios de CGJ, indo desde bolsas de estudos a apoios materiais e monetarios diversos;
- Pelo menos, um dos filhos de AI a seu pedido, foi proposto com colocação garantida por CGJ num posto importante, escolhido pelo General, mas para a qual, o General desistiu a ultima, segundo ele, para «não dar que falar»;
- Consoante os pedidos formulados pelo General, muito dos seus amigos e familiares, beneficiaram igualmente de apoios e, ou influências de CGJ para acederem a algo ou beneficiarem de alguns dividendos financeiros;
- O General AI recebe mensalmente um subsidio igual a dos Ministros da Republica, valor acima de 3 milhões de Francos Cfa's (aproximadamente 4.600 Euros) ???. Muitas vezes, alegando imperativos familiares, esses montantes eram-lhes pagos antecipadamente... e na hora pelo Ministro das Finanças, José Mario Vaz;
- O General AI, vezeiro, usava sempre a situação de "instabilidade" e "movimentações suspeitas" para criar situações virtuais de "prevenção" e, assim sutirar ao erario publico, quase trimestralmente (isto é, sempre que tinha necessidade de dinheiro), dezenas de milhões de Francos CFA's (valores, entre 25 a 30 milhões de FCFA's, ou seja entre pouco mais de 38 mil euros e quase 46 mil euros). Desse dinheiro, uma infima parte era utilizado para criar fachadas de "prevenção" com "rondas nocturnas" esporadicas e, o resto do dinheiro ia para o seu bolso directo, recebendo as outras chefias militares, naturalmente alguma parte para lhes "calar a boca";
- O General AI, esconde aos ACLP, de que, de cada vez que visita semanalmente (no minimo 2/3 vezes) o Primeiro Ministro CGJ, tem sempre uma historia penosa para lhe contar, para assim sair com alguns milhoões escondidos no bolso do seu dolmem militar. Em cada encontro, conhecendo o caracter sensivel do PM, sempre lhe contava uma historia, seja de enterro, « toca choro », fanado, mau-olhado ou outro qualquer para lhe sacar uns milhões.
Este acedia aos pedidos, não por medo dele como muitos pensam, e ele mesmo assim o pensa, mas, mais para não suscitar animosidades na sua mente complexada. Alias, fontes proximas do PM, chegaram a confidenciar de que, este em varias ocasiões desabafou, de que, o General estava a "exagerar" no mamanço, porquanto na maior das vezes, tirando os aspectos operacionais da "segurança do Estado" em que era dinheiro do Estado, o prejuizo saia do seu bolso. So no periodo de dois meses que antecederam as eleições presidênciais, por varios motivos invocados, o General AI, recebeu do erario publico e também das mãos do PM, Carlos Gomes Junior, mais de 350 milhões de FCFA's, isto é acima de 500 mil euros;
- CGJr pagou do seu proprio bolso, varios tratamentos e evacuações médicas de familiares ou prôximos de AI, entre eles, destinos como, Portugal, Cuba e Dakar..., não por obrigação ou medo, mas por uma questão de principio e respeito;
- O General AI, apesar de mentir aos ACLP de que não tem dinheiro nos bancos, comprou recentemente uma belissima casa no Senegal (Zona da VDN) onde passaram a residir os seus filhos e alguns familiares (para além dos filhos em n° de 4, essencialmente, sobrinhos, cunhados e afins da mesma tabanca) que estão por Dakar a estudar, outros ainda em França. Sabe-se que qualquer estudante, para estar relativamente à vontade em Dakar, mesmo possuindo uma casa, como é o caso, entre pagamento de estudos e alimentação AI não deve gastar menos de 100 mil Fcfa por cabeça, mais àgua e luz. O numero de pessoas que estão albergados na sua residência ultrapassam as onze pessoas, entre os vais-e-vens diarios de comer e repousar;
- O General AI, alegando a situação dos filhos no Senegal, para além do recurso ao CEMFA Senegalês, recorrentemente, solicita apoio financeiro ao CGJ para fazer a face a alegados encargos e subsistência com os seus familiares. E, este tem sempre deferido aos seus repetidos pedidos ;
Por fim, para além dessas verdades escondidas, os ACLP deviam perguntar ao General Antonio Injai, o seguinte :
Para além do conforto de lhe garantirem a sua segurança (alegava que iriam mata-lo caso aceitasse a vinda da missão Angolana a Bissau), quanto recebeu de «Ankola nunca» como «cola» (prémio) de assinatura do pedido de vinda do contigente da MISSANG para a Reforma do Sector da Defesa e Segurança;
Quanto é, e quem fica com o dinheiro dos ACLP fantasmas que constam da lista de pagamentos das FA, montante que representa quase 23% da massa global da pensão dos ACLP? Esse gap misteriosamente indetectavel, permitiria melhor no minimo o salario desses seus Camaradas, em mais de 5 mil Francos CFA's, prefazendo mais de 50 euros;
Porquê, so agora lembrar deles??
Sugeria aos ACLP, convocar agora o Generalissimo AI e pedir-lhe satisfações das suas mentiras e trafulhices. Posto estes factos e quesitos, para os quais disponho de provas irrefutaveis, gostaria eu também que, o GAI viesse a publico voluntariamente, explicar aos seus Camaradas, como ele é um 'Ancien' Combatante, versão VIP (pois a sua ponta nada produz, a não ser um autêntico Paiol).
O General tem a palavra.
ABT
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Ponto sem nó
O secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, disse hoje que a reunião dos parceiros internacionais em Abidjan sobre a crise na Guiné-Bissau não produziu medidas concretas, mas mostrou otimismo em relação a uma saída comum para a situação do país africano. "Infelizmente não houve muita coisa concreta. Ficou evidente que continuamos a ter muita coisa a dividir-nos na avaliação da situação da Guiné-Bissau", declarou à agência Lusa o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Domingos Simões Pereira.
Os parceiros internacionais que tentam solucionar a crise político-militar na Guiné-Bissau voltaram a reunir-se na quinta-feira, em Abidjan, na Costa do Marfim. Segundo Simões Pereira, durante a reunião discutiram "muito sobre a aplicação da resolução 2048 do Conselho de Segurança da ONU (que aplicou sanções à Guiné-Bissau)" e avançaram "no sentido da convocação de uma reunião de alto nível por parte das Nações Unidas".
O golpe de Estado na Guiné-Bissau ocorreu a 12 de abril, na véspera do início da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais. Um governo de transição, negociado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi nomeado e deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano. No entanto, as autoridades de transição -- lideradas pelo Presidente Serifo Nhamadjo e pelo primeiro-ministro Rui Duarte de Barros - não são reconhecidas pela restante comunidade internacional, nomeadamente pela CPLP.
"Durante as discussões, a orientação foi no sentido de, na semana de 18 a 21 (de junho), haver uma reunião de técnicos para preparar uma reunião de alto nível. Essas reuniões devem ser coordenadas no sistema das Nações Unidas, que em contacto com as partes, deverá criar as condições para esse efeito", informou hoje Domingos Simões Pereira. Em relação a essas reuniões, o responsável da CPLP destacou ainda que não foi possível estabelecer "como um compromisso escrito e assinado por todas as partes, porque o conjunto de propostas que uma ou outra parte fizeram não permitiu chegar a um consenso".
"Na verdade, essa reunião (de alto nível) seria, preferencialmente, para sentar à mesa aquelas instituições de caráter multilateral que têm assumido uma posição bastante mais forte em relação ao processo, portanto, CEDEAO, CPLP, União Africana, União Europeia, sob a coordenação das Nações Unidas", destacou. O secretário-executivo da CPLP mostrou-se otimista sobre o encontro de uma saída concertada entre as organizações multilaterais para a crise na Guiné-Bissau. "Estamos a falar de um assunto que tem a ver com um país, membro da nossa organização (CPLP), também membro de todas as organizações que participaram na reunião, com a exceção da União Europeia", indicou.
"Nós temos a obrigação de continuar a acreditar que agora, cientes das dificuldades e das diferenças em relação ao processo, temos de mobilizar outros recursos, outros apoios para tentarmos lá chegar. Penso que estas dificuldades são espelho da própria complexidade do processo", acrescentou. Segundo Domingos Simões Pereira, participaram na reunião em Abidjan todos os membros do grupo internacional de contacto para a Guiné-Bissau, que é copresidido pela CPLP e pela CEDEAO, incluindo representantes da União Africana, da União Europeia, da ONU, e vários países, como Brasil, Portugal e Cabo Verde.
Obtusidade ou barbárie - é só escolher
Carissimo Aly,
Solicito a tua amabilidade para a publicação deste meu artigo no teu reputado blog, partindo do principio de que este meu exercicio de pensamento sobre a triste situação em que vive o nosso pais, deve ser, de uma forma ou outra partilhada por milhares dos meus concidadãos. Aproveito para louvar-te pela coragem e coerência da tua posição na denuncia e combate aos desmandos que se fez bandeira na Guiné-Bissau.
Certo de estarmos juntos nessa luta comum, grato antecipadamente e um abraço fraterno.
GHT
A ciclica situação de caricatura politica que se vive na Guiné-Bissau ao longo dos anos, com particular incidência nos tempos mais recentes, merece ser elegido como um modelo de caso estudo socio-politico-militar-tribal.
A Guiné-Bissau é um pais que tem estado mergulhado ha mais de trinta e dois (32) anos em conflitos recorrentes, caracterizado por sagas de violência e vendetas politicos ou militares, para os quais, aparentemente, até hoje, não se vislumbra uma solução à vista.
E, até quando?! Atrevo-me a perguntar. Quiça até nunca e para o sempre, se... NADA NAO FOR FEITO, se NAO AGIRMOS JUNTOS.
Irremediavelmente, de forma quase sadica, como se de uma maldição se tratasse, de cada vez que se perfilha um sinal de esperança, para que o nosso pais saia desse imenso atoleiro de retrocessos em que se encontra, vem, sempre um acontecimento nefasto a emperar o processo evolutivo em curso e, o pais sofre uma nova recaida, uma regressão ao seu estado primario de Estado sem prespectivas e sem sinais de paz e de desenvolvimento equilibrado e continuado. Enfim, o retorno à casa de partida, ao NADA, caracteristico de uma autêntica Republica das Bananas..., no nosso caso concrecto, infelizmente governado de facto, por grandes e enormes gorilhas que se dedicam ao seu desporto favorito : a pratica de matanças e golpes de estado.
Triste sina, tem o nosso pais!
Depois de quase duas dezenas de anos - isto é, a partir de novembro 1980 - a flutuar em incertezas e sem sinais minimos de desenvolvimento, a Guiné-Bissau resurge com sinais promissores de estabilidade e desenvolvimento nos ultimos 4 anos (2009/2012). Com a nova dinâmica, supôs-se, ser esse, o momento de sairmos do atoleiro e, ser finalmente a altura de reganhar-mos o comboio da via do desenvolvimento.
Porém, para nosso desgosto e desespero, foram apenas sinais fugazes de bom porto que pouco tempo durou, porquanto, sendo um caso sui generis, a Guiné-Bissau, pais com tendências sado-masoquistas e de auto-aniquilação, volta a retroceder no processo de retoma da estabilidade socio-politica e volta a falhar estrondosamente, ao ponto de sermos tratados e humilhados no nosso orgulho intimo, sendo a nossa soberania nacional velipendiada e enxuvalhada pela organização sub-regional dos caciques golpista da CEDEAO que, contra toda a logica dos seus propalados principios cauciona o golpe de estado e impõe-nos escandalosamente um «presidente» fantoche de 15%.
Nos ultimos quatro (4) anos, é indubitavel de que, foram alcançadas melhorias assinalaveis a quase todos os niveis da vida social e economica do pais (perdão de quase 90% do conjunto da divida externa, quer multilateral, quer bilateral, a realização de importantes investimentos em infraestructuras e meios estructurais de desenvolvimento, melhoramento substancial do nivel geral dos salarios dos servidores da função publica e seu pagamento atempado, assim como passos significativos foram dados com a cooperação angolana no âmbito da reforma do sector da defesa e da segurança).
Na verdade, o Governo recentemente destituido de forma ilegal e brutal tinha, principalmente com a cooperação financeira de Angola, objectivos bem delineados perspectivando um nivel de desenvolvimento com grau e potencial de competetividade real na sub-região. São os casos do projecto da exploração de bauxite e fosfato e, em particular o porto das aguas profundas de Buba, que seguramente, em termos de concurrenciais « apagaria do mapa » os portos de Dakar, de Abidjan e mesmo o do Bénin.
Apesar de sermos considerados o elo mais fraco, relativamente aos nossos vizinhos sub-regionais, esses indicadores de forte potencial de concorrência economica, a serem tornados realidade efectiva, não deixava os paises concernentes indeferentes e muito menos tranquilos em termos de disputa de espaços de competividade no mercado da UEMOA. Essa evidência afirmava-se ano apos ano face aos grandes progressos alcançados nos ultimos 4 anos pelo Governo então em funções.
Porém, foi mera aparência e expectativas de pouca dura, pelo que voltou a repetir-se o esta a tornar-se coriqueiro na Guiné-Bissau : mais um golpe de estado. Com o golpe de estado de 12 de abril, ficou também claro de que, não é somente os nossos vizinhos sub-regionais (particularmente o Senegal), que não querem ver a Guiné-Bissau a trilhar os caminhos da estabilidade e do desenvolvimento para assim deixar-mos de ser os bombos da festa da sub-região.
Face aos ultimos acontecimentos acima referidos, ficou claro como agua no espirito de todos guineenses de boa fé de que, existe efectivamente, um grupo de guineenses obtusos, inculcados de radicais complexos de inferioridade subtilmente forjados numa campanha de vitimização social, que ciclicamente, cada vez que o pais se apresta a dar passos importantes rumo ao desenvolvimento, vem, sucessivamente a contra-corrente do esforço patriotico de milhares de guineenses entravar o progresso.
Fazem-no, sempre recorrendo à força das armas em compadrio com actividades ligadas ao narcotrafico, interromper brutalmente o processo de desenvolvimento em curso desrespeitando vergonhosamente o nome do nosso pais no concerto das nações.
Num apice, a barbarie e irresponsabilidades de um grupo de pessoas mal intencionadas, com base em mentiras e invenções sem quaisquer fundamentos ou credibilidade), vem deitar por terra todo o trabalho ardua e louvavelmente erigido por guineenses honestos e patriotas empenhados e abnegados à causa nacional.
Esse grupo de meliantes da pior espécie que se faz ostensivamente de vitimas da sociedade e da vida (porque apesar de ostentarem pomposos titulos académicos não querem trabalhar honestamente, senão mamar do Estado), ja fizeram os guineenses viver a experiência amarga de o nosso pais ser considerado como um Estado-Circense entre 2000-2003, altura em que, a Guiné Bissau era alvo da chacota e anedotas na arena internacional.
Em 2004-2006, novas esperanças estavam a ser criadas, porém, abruptamente interrompidas, igualmente com a participação activa dessa seita do mal. Recentemente, com insubordinações e violências gratuitas, mais uma vez, a 12 de Abril, o grupo da barbarie volta de novo a entrar em cena, fazendo-se sentir no pior sentido com um ACTO DE PURA BARBARIE DEPONDO UM GOVERNO LEGITIMO E INTERROMPENDO O PROCESSO ELEITORAL EM CURSO..., tudo isso, porque estão cientes, de que tudo ficara como sempre, na PERFEITA IMPUNIDADE (suma mon di sal na yagu).
Lamentavelmente, enquanto uns sacrificam, labutando, construindo..., o grupo de guineenses obtusos e bananeiros vão atrasando e destruindo, colocando irresponsavelmente o nome da Guiné-Bissau pelos piores motivos nas bocas do mundo.
É assim que, infelizmente há quase quinze anos que esse grupo restricto de guineenses obtusos entrava o processo de desenvolvimento e estabilidade da Guiné-Bissau.
Assim, impõe-me perguntar aos meus concidadãos, irmão e a sociedade guineense ?
Até que ponto e até quando, a maioria dos guineenses vai continuar a submeter-se a uma minoria que promove o retrocesso e pleita o sub-desenvolvimento, que se acomoda num conceito retrogado de sociedade clãnica, que pensa maioritario no nosso pais pelo simples FACTO DE SEREM OS DETENTORES EXCLUSIVOS DAS ARMAS DA REPUBLICA, para com elas continuarem a MATAR-NOS, DESTRUIR O ESFORÇO COMUNITARIO DE EDIFICAÇÃO DO ORGULHO GUINEENSE E A DERRUBAREM GOVERNOS LEGITIMAMENTE ELEITOS..., na maior e MAIOR E SERENA IMPUNIDADE.
Até que ponto e até quando ??
Há que lhes dizer BASTA e juntos devemos enfrentá-los e combaté-los por quaisquer meios ao nosso alcance, em NOME DO FUTURO DA GUINE-BISSAU E DOS NOSSOS FILHOS.
GHT
Coisas de fascistas
Bom dia irmão,
Eis o paliativo que esses fascistas colonialistas arranjaram para apaziguar as tensões e eventuais turbulências socias. É só para enganar, pois esses gajos não têm dinheiro para os sustentar durante um ano. Alguns Estados fizeram constar o seu desacordo por impôr aos Estados membros esse esforço financeiro não previsto. Para a tropa esta garantido um bolo especial... para não fazerem muito barulho até ao fim da transição... mas estou certo de que não terão pedalada para mais tempo. Aquilo esta a cheirar mal e ao minimo desaguisado aquilo estoira. Logo a seguir envio-te um artigo que agradecia que postasses se fôr possivel e quiça se esta noite tiver lugar enviar-te-ei muito interessante sobre o AI.
Um abração
Ai vai a tradução:
"A UEMOA e a Nigéria vão ajudar a Guiné-Bissau, membro desta organização a "pagar (éponger) os atrasados de salários dos seus funcionarios" anunciou, quarta-feira, o presidente ivoiriense, Alassna Ouattara, dado que o pais atravessa depois dos ultimos meses uma crise politica, na sequência do golpe de Estado prepetado no dia 12 de Abril.
"Os paises membros e a Nigéria decidiram de contribuir para o reforço da economia da Guiné-Bissau, pagando os atrasados salariais (dos funcionarios). Nos vamos accionar um financiamento para permitir gerir a transição em curso nesse pais" declarou Sr OUTTARA, aquando do seu regresso da Cimeira da União tida em LOmé (Togo).
O Chefe de Estado indicou igualmente de que, os "Chefes de Estado, saudaram o o retorno progressivo da normalidade na Guiné-Bissau, apos o retorno dos civis ao poder"
Uma transição politica esta em curso na Guiné-Bissau, onde uma força oeste-africana, essencialmente composta de soldados nigérianos e burkinabés, foi estacionada para proteger as instâncias e personalidades politicas encarregues de conduzir o processo."
Fonte: news.abidjan.net
Entre irmãos
"Olá irmão,
Se me permitires, antes de tudo, eu agradeceria imensamente essa oportunidade de servir-me deste vosso/nosso blog pela vossa coragem e determinação na procura da verdade e sobretudo no esclarecimento da opinião publica. Tenho grande estima e admiração pelo teu trabalho de jornalista em nome da PAZ, do PROGRESSO e da UNIDADE NACIONAL.
Que Deus te proteja sempre,irmão!!!
A. Cabral de Oliveira"
Elogio para a Fatumata Binta
'SENHORA FATUMATA BINTA,
"OS ELOGIOS TORNAM OS BONS MELHORES E OS MAUS PIORES", diz Thomas Fuller
Fatumata, fez um excelente trabalho
TCHARLES PANAQUE'
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
"Achei que te pudesse interessar"
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MANIFESTO ANTI- COMANDO
por uma filha da Guiné-Bissau
BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM COMANDO, É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!
ABAIXO A GERAÇÃO!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
UMA GERAÇÃO COM UM COMANDO A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM COMANDO À PROA É UMA CANOA UNI SECO!
O COMANDO É UM CIGANO!
O COMANDO É MEIO CIGANO!
O COMANDO SABERÁ GRAMÁTICA, SABERÁ SINTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER CEIAS P'OS “IRANS” SABERÁ TUDO MENOS PROTEGER O POVO QUE DEVIA SER A ÚNICA COISA QUE DEVIA SABER FAZER!
O COMANDO PESCA TANTO DE PODER QUE ATÉ FAZ GOVERNO DE TRANSIÇÃO COM UM BANDO DE IDIOTAS IGUAL A ELE!
O COMANDO É UM HABILIDOSO!
O COMANDO VESTE-SE MAL!
O COMANDO ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O COMANDO É COMANDO!
O COMANDO É MILITAR!
O COMANDO É YALÁ!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
E O COMANDO APRISIONOU PESSOAS SEM LEGITIMIDADE PARA TAL E FERIU INOCENTES SEM DIREITO PARA TAL.
E O COMANDO TEVE CLÁQUE! E O COMANDO TEVE PALMAS! E O COMANDO AGRADECEU!
O COMANDO É UM PARVALHÃO!
NÃO É PRECISO IR P'RA “PONTA” P'RA SE SER UM PANTOMINEIRO, BASTA SER-SE PANTOMINEIRO!
NÃO É PRECISO DISFARÇAR-SE P'RA SE SER SALTEADOR, BASTA AGIR COMO O COMANDO! BASTA NÃO TER ESCRÚPULOS NEM MORAIS, NEM ARTÍSTICOS, NEM HUMANOS! BASTA USAR O TAL SORRISINHO, BASTA SER MUITO DELICADO E OLHOS MEIGOS! BASTA SER COMANDO!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
O COMANDO NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE ESTÃO NO PODER SABEM GOVERNAR OU PROTEGER O PAÍS DELES MESMOS!
O COMANDO É UM AUTÓMATO QUE DEITA PR'A FORA O QUE A GENTE JÁ SABE QUE VAI SAIR... MAS É PRECISO DEITAR DINHEIRO!
O COMANDO É UMA ACÇÃO DELE PRÓPRIO!
O COMANDO EM GÉNIO NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM!
O COMANDO NÚ É HORROROSO!
O COMANDO CHEIRA MAL DA BOCA!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
O COMANDO É O ESCARNEO DA CONSCIÊNCIA!
SE O COMANDO É GUINEENSE EU QUERO SER SENEGALENSE!
O COMANDO É A VERGONHA DA INTELECTUALIDADE GUINEENSE! O COMANDO É A META DA DECADÊNCIA MENTAL!
E AINDA HÁ QUEM NÃO SE ENVERGONHE QUANDO DIZ ADMIRAR O COMANDO!
E AINDA HÁ QUEM LHE ESTENDA A MÃO!
E QUEM LHE LAVE A ROUPA!
E QUEM TENHA DÓ DO COMANDO!
E AINDA HÁ QUEM DUVIDE DE QUE O COMANDO NÃO VALE NADA, E QUE NÃO SABE NADA, E QUE NEM É INTELIGENTE NEM DECENTE, NEM ZERO!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!
GUINÉ- BISSAU QUE COM TODOS ESTES SENHORES, CONSEGUIU A CLASSIFICAÇÃO DO PAÍS MAIS ATRASADO DA ÁFRICA E DE TODO O MUNDO! O PAÍS MAIS SELVAGEM DE TODAS AS ÁFRICAS! O EXÍLIO DOS DEGRADADOS E DOS INDIFERENTES! A ÁFRICA RECLUSA DOS GUINEENSES! O ENTULHO DAS DESVANTAGENS E DOS SOBEJOS! GUINÉ-BISSAU INTEIRO HÁ-DE ABRIR OS OLHOS UM DIA - SE É QUE A SUA CEGUEIRA NÃO É INCURÁVEL E ENTÃO GRITARÁ COMIGO, A MEU LADO, A NECESSIDADE QUE GUINÉ-BISSAU TEM DE SER QUALQUER COISA DE ASSEIADO!
MORRA O COMANDO, MORRA! PIM!»
Fatumata Binta
Jogadores e árbitros ao mesmo tempo
A característica marcante dos regimes democráticos é a institucionalização, ou seja, a criação de centros de competências funcionais fortes, totalmente republicanos, e consequentemente, despersonificados.
Portanto, capazes de resistir às mudanças de governos ou de pessoas, não declinando de suas funções, sempre na perspectiva de que as pessoas são passageiras enquanto o Estado é permanente. Essa é a premissa do Estado democrático burguês, de matriz europeia, predominante na maioria dos países em nível mundial, inclusive no caso da Guiné Bissau. O Estado que de acordo com várias teorias que fundamentam a sua existência, detém o monopólio do poder coercitivo sobre o cidadão e da organização da sociedade, através de uma burocracia especializada. Tudo nos termos da lei e da ética.
Deste modo, as instituições devem estar em constante aperfeiçoamento para melhor acompanhar o amadurecimento da sociedade de modo geral e dos respectivos avanços democráticos, de modo a emanarem decisões justas e equitativas, com a legitimidade inerente a cada caso concreto. Instituições que devem ser constituídas levando-se sempre em consideração a natureza de cada uma delas, que vão desde públicas ou privadas; politicas ou técncocientificas; legais ou consuetudinárias; civis ou militares; econômicas (com fins lucrativos) ou sociais (sem fins lucrativos); religiosas ou laicas; desportivas ou recreativas, assim por diante, visando sempre a consecução do papel a que se propõe em cada sociedade.
Pelo exposto acima, as instituições assim como qualquer ente precisam de ambientes favoráveis para crescer e desenvolver as suas atividades. Assim, a ausência de instituições fortes na Guiné-Bissau é sintomática, talvez pelo fato desde a nossa independência tenhamos valorizado muito mais o culto às personalidades, em vez do respeito ao cidadão às entidades constituídas. Talvez porque alguns tenham valorizado mais a mentira do que a verdade. Talvez porque algumas pessoas tenham valorizado mais a vassalagem em detrimento da competência e do comprometimento das pessoas com as causas da nação. O que acabou por minar a confiança das pessoas nas instituições, desembocando no incentivo constante a promoção do mal feito, o que é refletido no jargão crioulo “abo ku na kumpu Bissau”, ou seja, “não faça esforço ou não pratique o bem, pois você não é a única pessoa que vai mudar o estado das coisas”. Isto é um erro, pois a soma de boas práticas individuais é que redundam em avanço coletivo disseminando nova cultura responsável.
Como frisado anteriormente, a fraca institucionalização na Guiné-Bissau ficou patente, inexoravelmente, nestas últimas eleições presidenciais, em que a Comissão Nacional das Eleições (CNE) expôs as fissuras que alguns interpretam como de cariz política, ainda que isso seja uma mera “ilação” injusta para com seus integrantes. “Ilações” essas que se devem ao fato de ser um tanto quanto difícil para um cidadão mediano entender que um integrante do órgão possa tomar decisões, ainda que causem prejuízo ao partido ou ao grupo político que o indicou, sem sofrer no futuro as consequências politicas do seu ato. Daí que, a composição político-partidária de um órgão tão importante como a CNE colide com a velha concepção de que os “jogadores” não podem ser “árbitros” ao mesmo tempo.
Para enrobustecer a temática em questão, há quem relacione o golpe de estado do dia 12 abril do corrente ano, a suposta fraude eleitoral no primeiro turno, alegada por cinco candidatos a presidente da república, colocando assim, em dúvida a credibilidade da CNE. Mas, seja qual for o motivo real do golpe de estado, algumas fontes afirmam que o presidente desse órgão eleitoral teria sido arrancado do seu gabinete funcional pelos militares, e, temendo pela sua segurança refugiou-se na representação diplomática da União Europeia, até a poucos dias atrás. Desta forma, essa atitude arrastou para o centro da crise política um órgão que deveria estar imune a tais contendas.
Com intuito de evitar as eventuais injustiças para com entidade tão importante a nossa democracia, a CNE deve ser desaparelhada politicamente de modo a rende-lhe justa homenagem. Posto que, apesar de ser relativamente nova já prestou e ainda presta relevante serviço à nação, assim como seus integrantes e os que anteriormente lá deram seus préstimos, muitas vezes, em condições difíceis de trabalho, conseguem desempenhar suas funções a contento, pelo que devem merecer o nosso respeito.
Em minha opinião, as eventuais falhas ainda que sejam meramente técnicas acabam por ganhar dimensões politicas. Por isso, nesse aspecto a falha é do formato da CNE e não das pessoas. Levando em consideração a realidade sócio-política da Guiné-Bissau, a CNE não deve ser composta por representantes de partidos políticos, isso por uma questão de coerência, tendo em vista que ninguém é bom juiz de si próprio, e, por mais que os seus integrantes tomem decisões corretas perante qualquer controvérsia, correm risco de serem injustiçados sob a alegação de falta de isenção. Isto serve tanto para os representantes do partido no poder quanto para os da oposição. O modelo atual deixa vulnerável os seus integrantes e os expõem de forma perigosa sob o ponto de vista político e ético, e, sem contar a sensação de insegurança jurídica que tudo isso acarreta ao senso comum.
Nesse sentido, os nossos legisladores devem entender que para conferir maior legitimidade tanto às nossas leis quanto às instituições, a prudência legislativa sugere que se deve ter em conta os nossos traços culturais, posto que o que é bom para um determinado país pode não se ajustar à nossa realidade. O que funciona numa determinada sociedade pode não funcionar na nossa. No nosso caso especificamente, a formatação da CNE nos moldes que se apresenta faz com que a cada eleição sua isenção seja questionada, o que acaba por ofuscar de certa forma um órgão tão importante para a nossa democracia e por consequência para o processo eleitoral.
A questão eleitoral é de vital importância para qualquer país que queira ser verdadeiramente democrático, pois é através do sufrágio universal, igual, direto, secreto e periódico que os cidadãos materializam a escolha do seu destino político. É um expediente de exercício da cidadania, do direito cívico e da afirmação da soberania.
Em termos comparativos, a nossa legislação no que tange à estruturação da CNE assemelha-se a de Portugal, mas com algumas diferenças, sendo que a mais importante é de que a presidência do órgão é exercida por um juiz conselheiro do Supremo Tribunal daquele país. Outro exemplo importante na matéria é o Brasil, que devido às suas dimensões continentais aliadas à sua forma federalista de Estado, o processo eleitoral é mais complexo, o que levou à constituição de um tribunal específico para assuntos eleitorais, o chamado Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como instância superior e nos Estados Federados por Tribunais Regionais Eleitorais.
Uma realidade totalmente diversa da nossa, que somos um país pequeno e unitário, razão pela qual uma Comissão Nacional Eleitoral (CNE), responde satisfatoriamente às nossas necessidades, ressalvadas as ponderações que compõem objeto deste artigo.
Por fim, ressalto que a CNE não deve ser composta por quadros partidários. E, aproveito o ensejo para dar a minha modéstia sugestão de que os cargos deliberativos e diretivos sejam preenchidos por juízes de carreira, membros do Ministério Público e por advogados, sendo todos indicados pelos seus órgãos de classe, com mandatos definidos, nunca superiores a uma legislatura, devendo ser presidida somente por um juiz. Já no campo técnico, por funcionários de carreira, selecionados mediante concurso público. Esperando-se com isso, que sejam minimizadas as eventuais divergências de cunho político, capazes de lançar dúvidas sobre a isenção da instituição ou sobre o pleito eleitoral.
Alberto Indequi
Advogado e empresário
Meu, nosso, vosso blogue
Muita força Aly!
O teu blog tornou-se... nosso. Agradeço-te pela iniciativa. Espero poder encontrar consigo assim que um dia voltares para a Guiné. Continuarei aqui a lutar no anonimato, até for descoberto e fugir também para lugares mais seguros, evitando o embate com os indivíduos que caracterizam a evolução pós homo-sapiens na Guiné, o homo-brutos e homo-burros. Já versando para a razão que me obriga a escrever diria que sinto muita pena por causa da confusão e difusão de mentalidade falida por parte de certos elementos sociais que buscam a justificação de suas existências no PAIGC, a ponto de dizerem disparates.
O PAIGC de Cabral nunca existiu, não existe e nunca existirá porque o PAIGC em nenhuma instância foi propriedade de uma pessoa. A palavra de ordem e honra de Cabral, hoje por muitos torcidos, era “os que sabem que ensinem os que não sabem.” A sua palavra nunca foi que “os mais brutos que imponham a sua brutalidade aos que sabem fazer bem e melhor, criando situações que desvalorizem a própria independência e desenvolvimento, valores pelos quais muitos não hesitaram em dar suas próprias vidas.”
Aliás, se revisto a história, o próprio Cabral na indigitação que fizera dos responsáveis pelas frentes de luta, nunca escolheu para o comando um indivíduo da etnia balanta, por saber que lhes faltava a capacidade de raciocínio. Cabral escolheu para a Frente Leste, Amílcar Cabral e Osvaldo Vieira; Frente Norte, Luis Cabral e Francisco Mendes e; Frente Sul, Aristides Pereira e Nino Vieira.
Hoje, mais do que nunca, a história mostrou que Cabral tinha razão.
No tocante a actual situação caracterizada de crise e apelidada da mesma na Guiné-Bissau, entre muitas repostas que se possam dar, a que mais responde de forma duradoira são o retorno das normas constitucionais e a finalização das eleições. Toda e qualquer outra resposta, que divirja de retorno da ordem constitucional e da finalização das eleições, seria sintomática e sem qualquer possibilidade de fazer prevalecer a sua validade a longo prazo.
É bom que saibamos isso e que tudo façamos para evitar um Ruanda guineense. Tudo aponta que nenhuma das outras etnias da Guiné-Bissau estará pronto para sofrer mais um mês, acima dos dois já passados, de desgovernação caracterizado pelo roubo, brutalidade, falta de respeito e desespero em todas as esferas da vida social.
Urge que os próprios balantas se levantem e comecem a evitar o pior, exigindo a salvação étnica através do retorno da ordem constitucional e a finalização das eleições. Não tardará que as armas comecem a proliferar na Guiné-Bissau. E, a aniquilação étnica comece. Quem tenha ouvidos, que oiça.
Tirando Deus, na sacralidade vem a vontade popular expressa nas urnas. Quem contra esta verdade enveredar verá o seu fim sem muita demora. A profecia cumprir-se-á.
Mantenhas para quem luta.
A verdade liberta!
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M/N: Amigo, eu não fugi, e nem fujo. A Guiné-Bissau será o destino. Abraço, AAS
"Evoluções na Guiné-Bissau foram rápidas e muito plásticas", diz Presidente de Cabo Verde
As evoluções "rápidas e muito plásticas" da situação político-militar na Guiné-Bissau vai centrar o debate político internacional entre o Presidente de Cabo Verde e as autoridades portuguesas durante a visita de Estado de Jorge Carlos Fonseca a Portugal. Em entrevista à agência Lusa, o chefe de Estado cabo-verdiano, que inicia hoje uma visita privada e de Estado a Portugal, prolongando-se até quarta-feira, disse que esse será um tema a analisar nos encontros com as entidades oficiais portuguesas.
Ambos os países condenam o golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau e exigem o regresso à normalidade constitucional no país. "Ouvirei as opiniões das autoridades portuguesas, de líderes partidários e de outras figuras políticas de modo a confrontá-las com as que o Estado de Cabo Verde tem sufragado na participação em reuniões internacionais", afirmou, admitindo que poderá encontrar-se, em Lisboa, com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior.
Negando que haja uma "situação de acalmia" em torno da questão guineense, Jorge Carlos Fonseca, lembrou as "posições de princípio" que têm de prevalecer na análise e resolução do conflito na Guiné-Bissau. "Essa grande acalmia é aparente. Tem havido evoluções rápidas e muito plásticas da situação política e militar na Guiné-Bissau e, se as posições de princípio se mantêm, temos de estar sempre apetrechados com dados e elementos novos, de modo a que as que adotamos possam ser o mais eficazes possíveis", realçou. Cabo Verde "mantém que não se pode avalizar e dar cobertura a golpes de Estado anticonstitucionais". O presidente cabo-verdiano admitiu, porém, que, na diplomacia, tem de haver princípios", embora seja "bom" que haja, em paralelo, "soluções realistas e eficazes". LUSA
MISSANG deixa Bissau
A missão militar angolana na Guiné-Bissau (Missang) começou quarta-feira (6) o regresso a Angola, num processo que vai durar quatro dias, revelou o director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, embaixador Espírito Santo. O regresso dos 270 homens e o material está a ser assegurado por um navio e quatro aviões militares. O processo é supervisionado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O Executivo decidiu acabar com a missão na Guiné-Bissau, na sequência de atritos com as forças armadas guineenses, que acusaram as forças angolanas de se reforçarem com material bélico que nunca entregaram às Forças Armadas da Guiné-Bissau, informa nesta quinta-feira (7) o Jornal de Angola. O embaixador Espírito Santo esclareceu que as relações diplomáticas entre Angola e a Guiné-Bissau se mantêm, apesar da suspensão unilateral da cooperação técnica e militar. Ainda ontem, o secretário de Estado da Defesa de Portugal, Paulo Braga Lino, afirmou que não estão criadas as condições para reactivar o programa de cooperação militar com a Guiné-Bissau, ressalvando que se mantém uma "presença minimalista".
Em Janeiro, Angola disponibilizou 13,2 milhões de euros para a recuperação de infra-estruturas das Forças Armadas, especialmente para recuperação de casernas. A Missang estava também a recuperar e construir estruturas para as forças de segurança, um projecto de 5,7 milhões de euros e que incluía a construção de um Centro de Instrução da Polícia de Ordem Pública. Do programa, constava também a construção de instalações da Polícia de Trânsito, reabilitação dos edifícios para a instalação da Polícia de Intervenção Rápida, armazéns de logística, o Ministério do Interior e o Comissariado Geral da Polícia de Ordem Pública.
No dia 9 de Abril, Angola enviou a Bissau o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti, no mesmo dia em que o porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba Na Walna, dava uma conferência de imprensa para negar qualquer responsabilidade dos militares na saída da Missang. Três dias depois (12 de Abril), os militares guineenses davam um golpe de estado, prendendo o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. A justificação foi a defesa contra uma alegada agressão externa. A 13 de Abril, em comunicado, o Comando Militar (autor do golpe) disse que foi forçado a agir para defender as Forças Armadas guineenses de uma agressão, que seria conduzida pelas Forças Armadas de Angola, no âmbito da União Africana.
Jornal de Angola.
Guiné-Bissau: Chefes da diplomacia da CPLP debatem crise à margem de Rio+20
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP vão "refletir profundamente" sobre a situação da Guiné-Bissau, à margem da conferência sobre desenvolvimento sustentável da ONU Rio+20, a partir do dia 20 no Brasil, disse hoje o chefe da diplomacia moçambicana. O anúncio do encontro no Rio de Janeiro foi feito hoje por Oldemiro Baloi, no ato do lançamento da cimeira dos estados membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, que vai decorrer no dia 20 de julho, na capital moçambicana. A CPLP, recorde-se, não reconhece as autoridades que emergiram do golpe de Estado de 12 de abril, na Guiné-Bissau, na véspera da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Mensagem para os meus compatriotas:
"Ninguém tem a obrigação de obedecer aquele que não tem o direito de mandar." Cícero
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