quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
FIFA nomeia José Medina Lobato, Membro da Comissão de Fair Play e Responsabilidade Social
JOSÉ MEDINA LOBATO: O Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, viu o seu trabalho reconhecido pela instância maior do futebol mundial.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Mensagem de Ano Novo do Presidente de Cabo Verde, S. Exª Dr., Jorge Carlos Fonseca
«Caros concidadãos,
Ao longo dos tempos a Nação Cabo-verdiana tem sido exemplo de coragem, determinação e de uma criatividade única para ultrapassar obstáculos da mais diversa natureza e se projectar no Mundo., conquistando respeito e admiração dos outros Povos.
É a esta força que nos caracteriza que apelo neste momento em que é preciso fazer o balanço e traçar os caminhos para o futuro próximo.
Ao dizermos adeus ao ano 2011 devemos reconhecer que grandes problemas nacionais continuam à espera de soluções mais eficazes e duradouras. O insuficiente crescimento económico, o desemprego, a pobreza, o custo de vida, a violência e insegurança nas cidades, a morosidade da justiça, a erosão de referências morais e as dificuldades do sector energético são algumas das grandes preocupações dos cidadãos e cujo reconhecimento constitui um primeiro passo para encontrar-lhes solução.
Cabo-verdianos,
A ideia de vos dar o retrato da situação interna e internacional em que vivemos não tem a finalidade de vos desencorajar. O que se quer é que todos estejam devidamente informados acerca da conjuntura económica e financeira que o mundo vive nos dias de hoje e se envolvam no esforço colectivo de resistência à crise e do aproveitamento das oportunidades. Vamos todos começar o novo ano com um caderno repleto de preocupações e precisamos enfrenta-lo com a mesma garra e determinação de sempre.
O ano 2012 não será fácil. Os problemas e dificuldades que enumerei, e outros que não referi, irão conviver connosco ao longo do próximo ano. Somos ainda um país vulnerável e frágil. Mas, como já tive oportunidade de referir noutros momentos, a fibra de um povo vem à tona nos momentos mais difíceis, e a nossa geração não pode permitir-se cruzar os braços.
Meus caros concidadãos,
A força de transformação de uma Nação reside, justamente, na capacidade de se situar (saber onde está) e de se projectar no tempo e no espaço (saber para onde quer ir). Nós sabemos onde estamos e sabemos, igualmente, para onde queremos ir. Temos, pois, a força que faz mover as Nações. Vamos apenas precisar traçar, com criatividade, realismo e rigor, o caminho a seguir, de ONDE ESTAMOS para ONDE QUEREMOS IR, definindo recursos e parcerias, e acelerar o passo para que os problemas não se agudizem, o nosso nível de vida continue a crescer e todos tenham a oportunidade de realização pessoal que cada ser humano almeja no fundo de si próprio. Neste processo precisamos estar todos envolvidos.
Ao Governo compete agir para resolver os problemas de fundo da sociedade. Mas a sociedade civil não pode ficar distanciada, ausente. Pelo contrário. Tenho plena consciência das divergências e das fracturas que existem na esfera política e social em Cabo Verde. Não pretendo sugerir que as forças políticas ponham de lado as suas diferenças fundamentais. Seria o mesmo que pedir o fim do regime de democracia por que optámos viver. Mas considero que um esforço sério de aproximação deve ser feito em matérias de alto interesse nacional.
Uma das áreas onde o interesse nacional deve sobrepor-se a todos os outros, no ano de 2012, é o do combate à violência e à insegurança. O povo das ilhas precisa de um ambiente de paz e tranquilidade sociais e isso será um recurso que tem de ser disponibilizado. Uma sociedade com o nível de violência que actualmente conhecemos em Cabo Verde, não pode ser considerada uma sociedade sã. Neste ambiente, o que podemos esperar das gerações que crescem neste momento? Que valores defenderão quando forem adultos? Como irão resolver os seus problemas? Na base da violência? Uma sociedade violenta é capaz de oferecer paz, trabalho, respeito e dignidade às pessoas? De garantir efectivamente a liberdade?
Incumbe ao governo organizar e realizar o essencial desse combate. As autoridades governamentais estão cientes disso e têm desenvolvido esforços meritórios nesse sentido. Mas é preciso ir mais longe, é preciso envolver outras forças políticas e a sociedade civil na definição de uma estratégia nacional de combate a todo o tipo de violência. Temos que mostrar, convencer que a violência não é necessária e que será combatida.
O grupo familiar é esfera central neste processo, capaz de contribuir de forma fundamental na criação de condições ao saudável desenvolvimento das pessoas e à equilibrada realização humana, e como tal deve ser revitalizado e protegido.
Outras áreas de concertação política e envolvimento da sociedade civil podem ser recortadas. Falo da luta contra a corrupção e o enriquecimento ilícito, a promoção da família e dos valores de uma sociedade democrática, capaz de garantir em definitivo a democracia como sistema e regime. Um tal desiderato deve ser prosseguido com firmeza e determinação, mas sempre no quadro dos princípios que constituem núcleo irredutível do estado de direito.
Caros Amigos,
No ano que vai começar, impõe-se, igualmente, um amplo e descomplexado debate sobre a descentralização. Tivemos, há vinte anos atrás, um processo de descentralização administrativa que tem dado, reconhecidamente, os seus frutos. Hoje, sente-se uma forte movimentação no sentido do aprofundamento da descentralização, acompanhada dos necessários recursos. Todos as possibilidades que, de há anos a esta parte, vêm sendo aventadas, devem ser postas em cima da mesa para discussão e subsequente assumpção da solução mais consensual e que assegure a realização adequada do interesse nacional e das aspirações legítimas das comunidades locais.
Concidadãos,
A morosidade da Justiça é outra questão central a ser resolvida. O diagnóstico está, no essencial, feito, urge agora a adopção corajosa das soluções. Elas são muitas e entrelaçadas. Entre elas – e permitam-me repetir o que tenho dito noutras ocasiões – sublinho a necessidade de uma maior capacitação técnica de todos os agentes da justiça, a criação de verdadeiros e autónomos serviços de inspecção extensivos a todo o sistema, para além de outros mecanismos de responsabilização do sistema no seu todo.
Espera-se, igualmente, que neste novo ano os actores políticos encontrem as soluções e os compromissos que permitam a rápida instalação do Tribunal Constitucional e a investidura de um Provedor de Justiça, independente e tecnicamente habilitado par servir de mediador entre o cidadão e o Estado, dando, assim, um passo importantíssimo no sentido da realização da Constituição e da efectivação de direitos de cidadania. Sei do que falo, sobretudo nestes poucos meses de exercício do cargo, pois tenho sido, na prática, procurado como se também fosse um provedor de cidadania.
Meus caros Compatriotas,
As dificuldades actuais não devem abalar a nossa confiança no futuro. A nossa sociedade fez progressos importantes que devem ser valorizados. Temos que ser realistas e positivos. A qualidade da nossa democracia acaba de ser graduada como a vigésima sexta do Mundo e a primeira da CPLP, em vésperas do vigésimo aniversário da Constituição Política da República de Cabo Verde, o que muito nos deve orgulhar. Estamos satisfeitos. Mas, temos o potencial para ir bem mais longe.
Já o disse e repito. Somos um povo corajoso, temos que almejar alto. Somos um povo ambicioso e devemos demonstrar que somos capazes de atingir os nossos objectivos ambiciosos, com visão, com estratégia e com acção sistemática e coerente. Por isso, os homens e as mulheres que gizam, gerem e se interagem no processo do desenvolvimento têm de ser forjados em um sistema de educação altamente qualificado, calibrado para formar técnicos e cidadãos, com a responsabilidade de agir, no seu dia-a-dia, como verdadeiros agentes de mudança.
À juventude cabo-verdiana, no país e na diáspora peço que ponham toda a vossa inteligência, criatividade e irreverência ao serviço da Nação. Entre ser parte do problema e ser parte da solução, optem sempre por fazer parte das soluções. O país precisa de vós como agentes de mudança para que possamos nos desembaraçar das teias geradoras do subdesenvolvimento.
Aos cabo-verdianos vivendo no estrangeiro quero deixar uma mensagem especial: que continuem com a determinação de sempre por saberem que estão a ter uma oportunidade de vida melhor, mas que ela não caiu do céu, antes a conquistaram com o vosso trabalho, a vossa inteligência e o vosso espírito de entrega.
Mesmo em tempos reconhecidamente difíceis, o país conta convosco na mobilização das energias, meios e vontades para, juntos, erguermos o Cabo Verde desenvolvido com que todos sonhamos.
Concidadãos,
Os países pequenos e abertos ao mundo, como o nosso, só conseguem progredir e oferecer condições de vida dignas ao seu povo, se forem capazes de identificar as oportunidades que a situação internacional oferece, por mínimas que sejam, e mobilizarem as energias internas latentes para aproveitar essas oportunidades.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Este refrão de uma canção brasileira devia ser também o nosso lema.
Conto com todos os cabo-verdianos e ofereço-me para, com a lealdade que me caracteriza e caracteriza a função, trabalhar com todos os actores políticos, designadamente com o Governo no sentido do aprimoramento do Estado de Direito democrático e da construção de um país moderno, avançado e, sobretudo, competitivo. Com lealdade institucional e respeito mútuo pelas funções que a cada um deve caber o caminho torna-se mais facilitado. Sobretudo quando o futuro parece incerto em diversas frentes, a partilha do espaço público deve fundar-se numa ética pautada pela lucidez e pela responsabilidade, mas também pela competência e afecto.
Esperemos e trabalhemos para que esta atitude se afirme e se expanda entre nós.
A todos, votos de Boas Festas e de um bom e feliz 2012.»
Ao longo dos tempos a Nação Cabo-verdiana tem sido exemplo de coragem, determinação e de uma criatividade única para ultrapassar obstáculos da mais diversa natureza e se projectar no Mundo., conquistando respeito e admiração dos outros Povos.
É a esta força que nos caracteriza que apelo neste momento em que é preciso fazer o balanço e traçar os caminhos para o futuro próximo.
Ao dizermos adeus ao ano 2011 devemos reconhecer que grandes problemas nacionais continuam à espera de soluções mais eficazes e duradouras. O insuficiente crescimento económico, o desemprego, a pobreza, o custo de vida, a violência e insegurança nas cidades, a morosidade da justiça, a erosão de referências morais e as dificuldades do sector energético são algumas das grandes preocupações dos cidadãos e cujo reconhecimento constitui um primeiro passo para encontrar-lhes solução.
Cabo-verdianos,
A ideia de vos dar o retrato da situação interna e internacional em que vivemos não tem a finalidade de vos desencorajar. O que se quer é que todos estejam devidamente informados acerca da conjuntura económica e financeira que o mundo vive nos dias de hoje e se envolvam no esforço colectivo de resistência à crise e do aproveitamento das oportunidades. Vamos todos começar o novo ano com um caderno repleto de preocupações e precisamos enfrenta-lo com a mesma garra e determinação de sempre.
O ano 2012 não será fácil. Os problemas e dificuldades que enumerei, e outros que não referi, irão conviver connosco ao longo do próximo ano. Somos ainda um país vulnerável e frágil. Mas, como já tive oportunidade de referir noutros momentos, a fibra de um povo vem à tona nos momentos mais difíceis, e a nossa geração não pode permitir-se cruzar os braços.
Meus caros concidadãos,
A força de transformação de uma Nação reside, justamente, na capacidade de se situar (saber onde está) e de se projectar no tempo e no espaço (saber para onde quer ir). Nós sabemos onde estamos e sabemos, igualmente, para onde queremos ir. Temos, pois, a força que faz mover as Nações. Vamos apenas precisar traçar, com criatividade, realismo e rigor, o caminho a seguir, de ONDE ESTAMOS para ONDE QUEREMOS IR, definindo recursos e parcerias, e acelerar o passo para que os problemas não se agudizem, o nosso nível de vida continue a crescer e todos tenham a oportunidade de realização pessoal que cada ser humano almeja no fundo de si próprio. Neste processo precisamos estar todos envolvidos.
Ao Governo compete agir para resolver os problemas de fundo da sociedade. Mas a sociedade civil não pode ficar distanciada, ausente. Pelo contrário. Tenho plena consciência das divergências e das fracturas que existem na esfera política e social em Cabo Verde. Não pretendo sugerir que as forças políticas ponham de lado as suas diferenças fundamentais. Seria o mesmo que pedir o fim do regime de democracia por que optámos viver. Mas considero que um esforço sério de aproximação deve ser feito em matérias de alto interesse nacional.
Uma das áreas onde o interesse nacional deve sobrepor-se a todos os outros, no ano de 2012, é o do combate à violência e à insegurança. O povo das ilhas precisa de um ambiente de paz e tranquilidade sociais e isso será um recurso que tem de ser disponibilizado. Uma sociedade com o nível de violência que actualmente conhecemos em Cabo Verde, não pode ser considerada uma sociedade sã. Neste ambiente, o que podemos esperar das gerações que crescem neste momento? Que valores defenderão quando forem adultos? Como irão resolver os seus problemas? Na base da violência? Uma sociedade violenta é capaz de oferecer paz, trabalho, respeito e dignidade às pessoas? De garantir efectivamente a liberdade?
Incumbe ao governo organizar e realizar o essencial desse combate. As autoridades governamentais estão cientes disso e têm desenvolvido esforços meritórios nesse sentido. Mas é preciso ir mais longe, é preciso envolver outras forças políticas e a sociedade civil na definição de uma estratégia nacional de combate a todo o tipo de violência. Temos que mostrar, convencer que a violência não é necessária e que será combatida.
O grupo familiar é esfera central neste processo, capaz de contribuir de forma fundamental na criação de condições ao saudável desenvolvimento das pessoas e à equilibrada realização humana, e como tal deve ser revitalizado e protegido.
Outras áreas de concertação política e envolvimento da sociedade civil podem ser recortadas. Falo da luta contra a corrupção e o enriquecimento ilícito, a promoção da família e dos valores de uma sociedade democrática, capaz de garantir em definitivo a democracia como sistema e regime. Um tal desiderato deve ser prosseguido com firmeza e determinação, mas sempre no quadro dos princípios que constituem núcleo irredutível do estado de direito.
Caros Amigos,
No ano que vai começar, impõe-se, igualmente, um amplo e descomplexado debate sobre a descentralização. Tivemos, há vinte anos atrás, um processo de descentralização administrativa que tem dado, reconhecidamente, os seus frutos. Hoje, sente-se uma forte movimentação no sentido do aprofundamento da descentralização, acompanhada dos necessários recursos. Todos as possibilidades que, de há anos a esta parte, vêm sendo aventadas, devem ser postas em cima da mesa para discussão e subsequente assumpção da solução mais consensual e que assegure a realização adequada do interesse nacional e das aspirações legítimas das comunidades locais.
Concidadãos,
A morosidade da Justiça é outra questão central a ser resolvida. O diagnóstico está, no essencial, feito, urge agora a adopção corajosa das soluções. Elas são muitas e entrelaçadas. Entre elas – e permitam-me repetir o que tenho dito noutras ocasiões – sublinho a necessidade de uma maior capacitação técnica de todos os agentes da justiça, a criação de verdadeiros e autónomos serviços de inspecção extensivos a todo o sistema, para além de outros mecanismos de responsabilização do sistema no seu todo.
Espera-se, igualmente, que neste novo ano os actores políticos encontrem as soluções e os compromissos que permitam a rápida instalação do Tribunal Constitucional e a investidura de um Provedor de Justiça, independente e tecnicamente habilitado par servir de mediador entre o cidadão e o Estado, dando, assim, um passo importantíssimo no sentido da realização da Constituição e da efectivação de direitos de cidadania. Sei do que falo, sobretudo nestes poucos meses de exercício do cargo, pois tenho sido, na prática, procurado como se também fosse um provedor de cidadania.
Meus caros Compatriotas,
As dificuldades actuais não devem abalar a nossa confiança no futuro. A nossa sociedade fez progressos importantes que devem ser valorizados. Temos que ser realistas e positivos. A qualidade da nossa democracia acaba de ser graduada como a vigésima sexta do Mundo e a primeira da CPLP, em vésperas do vigésimo aniversário da Constituição Política da República de Cabo Verde, o que muito nos deve orgulhar. Estamos satisfeitos. Mas, temos o potencial para ir bem mais longe.
Já o disse e repito. Somos um povo corajoso, temos que almejar alto. Somos um povo ambicioso e devemos demonstrar que somos capazes de atingir os nossos objectivos ambiciosos, com visão, com estratégia e com acção sistemática e coerente. Por isso, os homens e as mulheres que gizam, gerem e se interagem no processo do desenvolvimento têm de ser forjados em um sistema de educação altamente qualificado, calibrado para formar técnicos e cidadãos, com a responsabilidade de agir, no seu dia-a-dia, como verdadeiros agentes de mudança.
À juventude cabo-verdiana, no país e na diáspora peço que ponham toda a vossa inteligência, criatividade e irreverência ao serviço da Nação. Entre ser parte do problema e ser parte da solução, optem sempre por fazer parte das soluções. O país precisa de vós como agentes de mudança para que possamos nos desembaraçar das teias geradoras do subdesenvolvimento.
Aos cabo-verdianos vivendo no estrangeiro quero deixar uma mensagem especial: que continuem com a determinação de sempre por saberem que estão a ter uma oportunidade de vida melhor, mas que ela não caiu do céu, antes a conquistaram com o vosso trabalho, a vossa inteligência e o vosso espírito de entrega.
Mesmo em tempos reconhecidamente difíceis, o país conta convosco na mobilização das energias, meios e vontades para, juntos, erguermos o Cabo Verde desenvolvido com que todos sonhamos.
Concidadãos,
Os países pequenos e abertos ao mundo, como o nosso, só conseguem progredir e oferecer condições de vida dignas ao seu povo, se forem capazes de identificar as oportunidades que a situação internacional oferece, por mínimas que sejam, e mobilizarem as energias internas latentes para aproveitar essas oportunidades.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Este refrão de uma canção brasileira devia ser também o nosso lema.
Conto com todos os cabo-verdianos e ofereço-me para, com a lealdade que me caracteriza e caracteriza a função, trabalhar com todos os actores políticos, designadamente com o Governo no sentido do aprimoramento do Estado de Direito democrático e da construção de um país moderno, avançado e, sobretudo, competitivo. Com lealdade institucional e respeito mútuo pelas funções que a cada um deve caber o caminho torna-se mais facilitado. Sobretudo quando o futuro parece incerto em diversas frentes, a partilha do espaço público deve fundar-se numa ética pautada pela lucidez e pela responsabilidade, mas também pela competência e afecto.
Esperemos e trabalhemos para que esta atitude se afirme e se expanda entre nós.
A todos, votos de Boas Festas e de um bom e feliz 2012.»
'Só, no meio desse vespeiro'
«Caro amigo,
Cumprimentos.
Uma vez mais comunico consigo. Não sou guineense, como sabe, mas sabe que amo essa terra como a minha. E dói-me, dói-me muito, ver que alguns dos seus filhos são os seus piores inimigos, maltratando-a, chicoteando-a, ferindo-a de morte.
Isto não pode continuar assim. O povo, o pacífico e ordeiro povo da Guiné-Bissau, aquele mesmo que há anos atrás se levantou na defesa do seu “chão”, tem que se levantar novamente. Afastando os caciques, afastando os criminosos, os bandidos, os sanguessugas.
Sei quanto deve passar para fazer chegar aos quatro cantos do mundo as verdadeiras noticias daquilo que dia a dia se vai passando e que a comunicação social “pacificada” filtra antes de chegar até nós. Sei que tem sido ameaçado de morte, o que não admira. os tiranos, os caciques, os bandidos têm medo da verdade! sempre assim foi.
O meu bravo por todo o trabalho que está a fazer em prol da sua querida terra. Sei que o faz porque a sua consciência o impõe e não porque busca louros. Pena que esteja só, no meio desse vespeiro.
Um bom ano para a Guiné é o que mais ardentemente desejo. Um bom 2012, repleto das maiores venturas para si e para toda a sua família, é o meu desejo muito sincero.
J.C.»
Cumprimentos.
Uma vez mais comunico consigo. Não sou guineense, como sabe, mas sabe que amo essa terra como a minha. E dói-me, dói-me muito, ver que alguns dos seus filhos são os seus piores inimigos, maltratando-a, chicoteando-a, ferindo-a de morte.
Isto não pode continuar assim. O povo, o pacífico e ordeiro povo da Guiné-Bissau, aquele mesmo que há anos atrás se levantou na defesa do seu “chão”, tem que se levantar novamente. Afastando os caciques, afastando os criminosos, os bandidos, os sanguessugas.
Sei quanto deve passar para fazer chegar aos quatro cantos do mundo as verdadeiras noticias daquilo que dia a dia se vai passando e que a comunicação social “pacificada” filtra antes de chegar até nós. Sei que tem sido ameaçado de morte, o que não admira. os tiranos, os caciques, os bandidos têm medo da verdade! sempre assim foi.
O meu bravo por todo o trabalho que está a fazer em prol da sua querida terra. Sei que o faz porque a sua consciência o impõe e não porque busca louros. Pena que esteja só, no meio desse vespeiro.
Um bom ano para a Guiné é o que mais ardentemente desejo. Um bom 2012, repleto das maiores venturas para si e para toda a sua família, é o meu desejo muito sincero.
J.C.»
domingo, 1 de janeiro de 2012
EXCLUSIVO: Tentativa de entrada nas instalações das Nações Unidas
Ontem, por voltas 23:45 horas, quatro indivíduos, todos eles civis, tentaram entrar no edifício das Nações Unidas, em Bissau, para, como disseram, procurar protecção. Foi-lhes recusado a entrada pelos oito seguranças da West Africa, de serviço na portartia das NU.
Contactado o Geoff Wiffin (representante da UNICEF e susbtituto de Joseph Mutaboba), foi dito taxativamente que qualquer entrada na sede da ONU, em Bissau, carece de autorização de Nova Iorque.
As forças armadas, curiosamente, deixaram de patrulhar a área das NU ontem pela tarde. Hoje, são 12 os seguranças da West Africa nas NU. Ditadura do Consenso tentou, em vão, saber os nomes. Os seguranças nao os conhecem. AAS
Contactado o Geoff Wiffin (representante da UNICEF e susbtituto de Joseph Mutaboba), foi dito taxativamente que qualquer entrada na sede da ONU, em Bissau, carece de autorização de Nova Iorque.
As forças armadas, curiosamente, deixaram de patrulhar a área das NU ontem pela tarde. Hoje, são 12 os seguranças da West Africa nas NU. Ditadura do Consenso tentou, em vão, saber os nomes. Os seguranças nao os conhecem. AAS
sábado, 31 de dezembro de 2011
Brincadeira de (muito) mau gosto
Num momento em que Bissau esta como que sitiada, disparar tiros para celebrar a passagem de ano foi de muito mau gosto. Dezenas de tiros - de pistola e de AK 47 - ouviram-se durante alguns minutos na cidade de Bissau. Eu, e todos os que ouviram os tiros, nao gostamos. E fica aqui registado.
E quem disparou mesmo? Imaginem...
Feliz Ano Novo a todos. Antonio Aly Silva
E quem disparou mesmo? Imaginem...
Feliz Ano Novo a todos. Antonio Aly Silva
Palhaçada Político/Militar
«Aly,
É normal nesta fase conturbada do pais, aliás, em mais uma fase conturbada, haja opinioes de várias sensibilidades com o único intuito de encontrar respostas - se é que ela vai ser encontrada - uma vez que, nas inúmeras situaçoes anteriores e apesar dos prometidos inquéritos tudo desembocou em nada e, o povo, o principal interessado nesta explicaçao nao foi tido nem achado. Curiosamente, e apesar dos prevaricadores serem sempre os mesmos e conhecidos por todos, o que se vê, no final de tudo isso, sao promoçoes dos mesmos a altas patentes, servindo, como estímulo a mais situaçoes como as que acabamos infelizmente de assistir.
Se todos os inquéritos levados acabo pelas entidades competentes resultaram deliberadamente inconclusivos ou pouco credíveis, então, uma pergunta faz sentido: A quem se subordinam esses militares? Em que critérios se devem basear a nomeaçao de um militar a alta patente? Ou seja, o que é que um militar deve ter, como relevante, para ser incluido no lote dos possiveis promovidos? Quem tem a competência para os promover? Como podem ver, existem infindáveis perguntas para respostas também sem fim. Mas, a resposta, creio eu, existe na lei magna do país. Assim sendo, alguém deve ser responsabilizado por este estado cíclico de palhaçada.
E, para mim, esta responsabilidade deve ser imputada à pessoa do Senhor Presidente da República e ao Senhor Primeiro Ministro na medida em que são os responsáveis pelas nomeações das altas patentes militares. Por outro lado, parece evidente que o Presidente da República na qualidade de Comandante em Chefe das forças armadas, está a perder controlo da mesma. Isto vê-se pela forma como todos os CEMGFA se apresentam com as suas escoltas, chegando a ser maior em número comparativamente às do próprio PR ou PM.
Estou em crer que se todas as promoções tivessem assentes em critérios que não aqueles que servem outros fins, muitas destas palhaçadas nao teriam acontecido.
Do Primeiro Ministro se espera uma explicação ao país, e, desta vez, não se esperam explicações simplistas como a que nos tem habituado: "... apenas houve um mal entendido entre os militares nos quartéis ". Este tipo de explicações, Sr Primeiro Ministro, são inaceitáveis. O país e o mundo querem acções concretas e s aplicação exemplar da lei e que os culpados sejam entregues à Justiça. E, não bastaria. Seria preciso que a justiça funcionasse! O sr não é o único guineense porquanto, não tendo nada mais a dar ao país, o melhor que se deve fazer é retirar-se!
Quero lembrar-lhe sr Primeiro Ministro que aquando do encerramento do convite da Câmara de Comércio e Industria da Guiné-Bissau aos empresários Portugueses, o Sr apelou ao investimento dos empresários Portugueses na Guiné. Que empresário aceitaria investir num país instável como a Guiné-Bissau?
Sr Primeiro Ministro, é preciso mais do que um simples apelo. O que o país espera de si, é uma coragem política capaz de promover uma ruptura neste status quo. No passado defendi que o país precisa de abrir e fechar um ciclo eleitoral sem interrupçoes por forma a cimentarmos ainda mais a nossa maturidade democrática. Aqui, devo dizer-lhe sr Primeiro Ministro que estou a ficar desapontado com a sua inércia ou falta de visao política. E porquê? Porque ao aceitar indicar uma pessoa para eventual alto cargo militar e o Presidente conferir-lhe a posse, pese embora nao reunir condiçoes académicas mínimas, os senhores estao, isso sim, a cemear vento para depois, mais tarde, o país colher tempestade! As pessoas nao podem continuar a morrer assim Sr Presidente, Sr Primeiro Ministro!
Em Cabo-Verde duvido que haja um Capitão que não saiba falar o português correctamente. E porque é que isso continua acontecer na Guiné? São estas e outras coisas por isso a escola não tem o devido destaque que merece! Sr Primeiro Ministro, não podia terminar sem antes desejar-lhe felicidades e que o país se encontre no novo ano 2012 que aí está, a paz e a tranquilidade necessárias para que possa desempenhar e resolver os desafios que o mundo e o país espera de si.
Exmo Sr Presidente,
Vossa excelência prometeu na sua tomada de posse que caso fosse necessario, daria sua vida para que certos casos sobejamente conhecido e que envergonham o país fossem esclarecidos. Pessoalmente, creio que nao é preciso ir tao longe pois cada guineense continua válido e com tarefa a desempenhar no processo de recontruçao do país. Ao envez disso, use a sua influência para que deixemos de nos matar pois cada guineense morto gratuitamente, constitue um retrocesso na nossa aspiraçao do desenvolvimente de que o sr tanto se fala.
Concretamente neste último aparato militar, a somar outros tantos, infelizmente nao vejo os principais actores como culpados mas sim, as pessoas que permitiram que essas pessoas ocupassem esses lugares. Ao dizer isso, estou a imputar-lhe a grande parte de responsabilidade por razoes que atrás invoquei. A Guiné possui pessoas capazes e, em relaçao as forças armadas, a soluçao passa em adoptar altos cargos ás pessoas bem preparadas academicamente pois sao menos propensos as influências externas das forças armadas que , quanto a mim, está na base de todas estas situaçoes.
As reformas de que tanto se fala e que depende em grande medida das ajudas internacionais só terá efeito se fizermos a nossa parte, se assumirmos a nossa responsabilidade. Da minha parte nao espantaria se os mesmos subversivos militares voltarem a ocupar os seus anteriores cargos. Entao, como estranhar se algo de semelhante voltasse a acontecer.
Para terminar, desejo-lhe a mais rápida recuperaçao do problema de saúde de que o sr padece e que o novo ano 2012 lhe trague mais garra e energia para melhor puder desempenhar de forma sábia o cargo da mais alta magistratura de que foi incumbido.
Ao país e o povo guineense, agradeço e desejo profundamente que o ano 2011 seja o fim de todos os conflitos internos, e que o novo ano 2012 seja o início de uma convivência fraterna entre todos os imaos. Paz, paz, paz sempre!!
Caro Aly, Saúde é o meu maior desejo para que continue a dar-nos, na Guiné e aqui na diáspora, o privilégio de acompanhar a par e passo tudo o que se passa no nosso país. Tarefa difícil sim, mas quem corre por gosto... aquele abraço.
M.A.L.»
É normal nesta fase conturbada do pais, aliás, em mais uma fase conturbada, haja opinioes de várias sensibilidades com o único intuito de encontrar respostas - se é que ela vai ser encontrada - uma vez que, nas inúmeras situaçoes anteriores e apesar dos prometidos inquéritos tudo desembocou em nada e, o povo, o principal interessado nesta explicaçao nao foi tido nem achado. Curiosamente, e apesar dos prevaricadores serem sempre os mesmos e conhecidos por todos, o que se vê, no final de tudo isso, sao promoçoes dos mesmos a altas patentes, servindo, como estímulo a mais situaçoes como as que acabamos infelizmente de assistir.
Se todos os inquéritos levados acabo pelas entidades competentes resultaram deliberadamente inconclusivos ou pouco credíveis, então, uma pergunta faz sentido: A quem se subordinam esses militares? Em que critérios se devem basear a nomeaçao de um militar a alta patente? Ou seja, o que é que um militar deve ter, como relevante, para ser incluido no lote dos possiveis promovidos? Quem tem a competência para os promover? Como podem ver, existem infindáveis perguntas para respostas também sem fim. Mas, a resposta, creio eu, existe na lei magna do país. Assim sendo, alguém deve ser responsabilizado por este estado cíclico de palhaçada.
E, para mim, esta responsabilidade deve ser imputada à pessoa do Senhor Presidente da República e ao Senhor Primeiro Ministro na medida em que são os responsáveis pelas nomeações das altas patentes militares. Por outro lado, parece evidente que o Presidente da República na qualidade de Comandante em Chefe das forças armadas, está a perder controlo da mesma. Isto vê-se pela forma como todos os CEMGFA se apresentam com as suas escoltas, chegando a ser maior em número comparativamente às do próprio PR ou PM.
Estou em crer que se todas as promoções tivessem assentes em critérios que não aqueles que servem outros fins, muitas destas palhaçadas nao teriam acontecido.
Do Primeiro Ministro se espera uma explicação ao país, e, desta vez, não se esperam explicações simplistas como a que nos tem habituado: "... apenas houve um mal entendido entre os militares nos quartéis ". Este tipo de explicações, Sr Primeiro Ministro, são inaceitáveis. O país e o mundo querem acções concretas e s aplicação exemplar da lei e que os culpados sejam entregues à Justiça. E, não bastaria. Seria preciso que a justiça funcionasse! O sr não é o único guineense porquanto, não tendo nada mais a dar ao país, o melhor que se deve fazer é retirar-se!
Quero lembrar-lhe sr Primeiro Ministro que aquando do encerramento do convite da Câmara de Comércio e Industria da Guiné-Bissau aos empresários Portugueses, o Sr apelou ao investimento dos empresários Portugueses na Guiné. Que empresário aceitaria investir num país instável como a Guiné-Bissau?
Sr Primeiro Ministro, é preciso mais do que um simples apelo. O que o país espera de si, é uma coragem política capaz de promover uma ruptura neste status quo. No passado defendi que o país precisa de abrir e fechar um ciclo eleitoral sem interrupçoes por forma a cimentarmos ainda mais a nossa maturidade democrática. Aqui, devo dizer-lhe sr Primeiro Ministro que estou a ficar desapontado com a sua inércia ou falta de visao política. E porquê? Porque ao aceitar indicar uma pessoa para eventual alto cargo militar e o Presidente conferir-lhe a posse, pese embora nao reunir condiçoes académicas mínimas, os senhores estao, isso sim, a cemear vento para depois, mais tarde, o país colher tempestade! As pessoas nao podem continuar a morrer assim Sr Presidente, Sr Primeiro Ministro!
Em Cabo-Verde duvido que haja um Capitão que não saiba falar o português correctamente. E porque é que isso continua acontecer na Guiné? São estas e outras coisas por isso a escola não tem o devido destaque que merece! Sr Primeiro Ministro, não podia terminar sem antes desejar-lhe felicidades e que o país se encontre no novo ano 2012 que aí está, a paz e a tranquilidade necessárias para que possa desempenhar e resolver os desafios que o mundo e o país espera de si.
Exmo Sr Presidente,
Vossa excelência prometeu na sua tomada de posse que caso fosse necessario, daria sua vida para que certos casos sobejamente conhecido e que envergonham o país fossem esclarecidos. Pessoalmente, creio que nao é preciso ir tao longe pois cada guineense continua válido e com tarefa a desempenhar no processo de recontruçao do país. Ao envez disso, use a sua influência para que deixemos de nos matar pois cada guineense morto gratuitamente, constitue um retrocesso na nossa aspiraçao do desenvolvimente de que o sr tanto se fala.
Concretamente neste último aparato militar, a somar outros tantos, infelizmente nao vejo os principais actores como culpados mas sim, as pessoas que permitiram que essas pessoas ocupassem esses lugares. Ao dizer isso, estou a imputar-lhe a grande parte de responsabilidade por razoes que atrás invoquei. A Guiné possui pessoas capazes e, em relaçao as forças armadas, a soluçao passa em adoptar altos cargos ás pessoas bem preparadas academicamente pois sao menos propensos as influências externas das forças armadas que , quanto a mim, está na base de todas estas situaçoes.
As reformas de que tanto se fala e que depende em grande medida das ajudas internacionais só terá efeito se fizermos a nossa parte, se assumirmos a nossa responsabilidade. Da minha parte nao espantaria se os mesmos subversivos militares voltarem a ocupar os seus anteriores cargos. Entao, como estranhar se algo de semelhante voltasse a acontecer.
Para terminar, desejo-lhe a mais rápida recuperaçao do problema de saúde de que o sr padece e que o novo ano 2012 lhe trague mais garra e energia para melhor puder desempenhar de forma sábia o cargo da mais alta magistratura de que foi incumbido.
Ao país e o povo guineense, agradeço e desejo profundamente que o ano 2011 seja o fim de todos os conflitos internos, e que o novo ano 2012 seja o início de uma convivência fraterna entre todos os imaos. Paz, paz, paz sempre!!
Caro Aly, Saúde é o meu maior desejo para que continue a dar-nos, na Guiné e aqui na diáspora, o privilégio de acompanhar a par e passo tudo o que se passa no nosso país. Tarefa difícil sim, mas quem corre por gosto... aquele abraço.
M.A.L.»
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