sábado, 18 de dezembro de 2010

É a liberdade de imprensa, estúpidos!

Afrontar um jornalista num país democrático, significa desembainhar uma espada sobre a cabeça de cada profissional da comunicação social e, no limite, o cerceamento à própria actividade profissional dos jornalistas guineenses. Nada mais é do que uma forma de censura!

O episódio - patético - da última visita à minha casa, representou um duro golpe contra um dos pilares da democracia: a liberdade de imprensa. Aos idealizadores dessa funesta decisão: a liberdade de imprensa é um princípio que garante a possibilidade de que um jornal, uma revista, um sítio na internet, publique notícias ou opiniões cujos atingidos considerem irresponsáveis. No entanto, para dar conta de eventuais ofensas, existe o recurso à Justiça comum, à qual caberá julgar se houve dano; determinar a extensão do mesmo e estabelecer a reparação correspondente.

A liberdade de imprensa não surgiu como um favor dos poderosos, não. Ela existe hoje porque houve gente corajosa que se entregou à luta pelo direito de opinião e de informação. E um dos primeiros foi precisamente John Milton. Na sua Aeropagítica, de 1644, o poeta inglês defendeu a ideia de que um autor podia ser processado criminalmente. Mas deixou claro que eles não podiam ser cerceados ou os seus escritos censurados, pois, defendia, «nas sociedades civilizadas, a verdade sempre triunfaria sobre o erro».

Se alguém se sentiu atingido pela denúnca do Ditadura do Consenso (que eu ainda edito), que tomasse as medidas judiciais ao alcance de qualquer cidadão. Agora, confundir a sua pessoa com o Estado guineense, como se a sua figura fosse um dos elementos desse Estado... Não. Nunca!

Meu caro:

Os elementos do Estado são o Povo, a Soberania e o Território – e nenhum deles foi ameaçado ou pilhado pelo António Aly Silva. A minha luta é contra os bandidos (como tu). E estes (e tu também) não deviam fazer parte do Estado da Guiné-Bissau. Triunfou novamente o erro; a liberdade de imprensa, essa, vencerá.

António Aly Silva

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Breves (porque estou feliz)

- O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, anunciaram há pouco o alívio da dívida externa da Guiné-Bissau: 1.2 mil milhões de dólares (cerca de 900 milhões de euros). As duas instituições decidiram pela continuação da prestação da ajuda financeira ao País;

- Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr acaba de inaugurar a feira de produtos do empresariado guineense para negócios nos países da CPLP. Já lá estive e aconselho uma visita. Oportunidades esperam por si;

- Jean Ping, presidente da comissão executiva da União Africana, está em Abidjan, com vista a encetar conversações com os 'dois' presidentes. Ontem, agências de notícias davam conta de cerca de trinta mortos nos confrontos entre partidários do vencedor das eleições Alassan Ouattara e do usurpador do poder, Laurent Gbagbo.
Notícias - não confirmadas - dão também conta da presença de militares angolanos vestidos à civil e armados de kalashnikov;

- Ditadura do Consenso incomoda? Sim. Muito. Mas também fala bem. O seu editor não se deixará, contudo, amedrontar. Tentam calar-me, mandam recados. Recuso a humilhação. E siga o baile. AAS

Só para os incondicionais

O café/restaurante 'Bate Papo' reabriu esta manhã. Serve almoços e jantares, tem um óptimo café e, claro, nova gerência. Bem bom. AAS

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

IV Centenário pronto a navegar

É relançado hoje, o barco IV Centenário da cidade do Cacheu. Construido em 1989, pela empresa Damen Shipyards Goringhen foi entregue nesse mesmo ano ao Estado guineense. Custo: um milhão e trezentos mil dólares.

O IV Centenário fazia a ligação Cacheu-S Domingos-Cacheu, até que, oito anos depois, uma avaria, em 1997, o atirou para a doca dos estaleiros navais. E por lá ficou.

Avarias de oredem mecânica e hidráulica. Encomendaram-se dois motores mas a guerra de 1998/99 fê-los 'desaparecer'...

Em dezembro do ano passado, técnicos da empresa construtora do barco estiveram em Bissau para fazer o levantamento das necessidades do barco. A empresa recomendou ao Governo a aquisição de um novo barco e a venda do IV Centenário à sucata.

Contudo, e graças aos esforços dispendidos - cerca de 120 milhões de fcfa, foi possível a sua recuperação.

Substituiu-se cerca de 70 por cento do casco e a totatilade da maquinaria a bordo, faltando adquirir os equipamentos de navegação e de salvamento.

Intervenções realizadas:

Seis casquilhos (três de cada lado);
Duas hélices, dois motores e uma bomba hidráulica. Em Bissau, foram construidas as duas falanges para os veios das novas hélices e as cadeiras. Foram igualmente feitas as adaptações dos cones aos veios das hélices, adquiriu-se uma lona para acobertura, um grupo electrogêneo e instalados quatro televisores plasma e dez colunas de som.

O IV Centenário pode transportar 150 passageiros e levar 10 toneladas de carga será entregue à APGB e fará a ligação Bissau-Bolama-Catió-Bolama-Bissau. AAS

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ponto único: Não sabem nada de mim. Ninguém sabe nada de ninguém... Não somos histórias contadas em hora e meia. AAS

Fadul sente-se ameaçado por Pansau Intchama e apresenta queixa à PSP de Lisboa

O comando metropolitano de Lisboa da PSP confirmou hoje ao PÚBLICO que o antigo primeiro-ministro guineense Francisco José Fadul esteve na esquadra de Carnide a queixar-se de que anda a ser perseguido nas ruas de Lisboa pelo seu compatriota Pansau Intchama, aparentemente com intenções criminosas.

Fadul, presidente do Tribunal de Contas, ainda em tratamento de uma agressão de que foi vítima em Bissau no ano passado, disse ao PÚBLICO ter sentido o olhar ameaçador do capitão Intchama cinco dias depois de ter sido publicada na "Gazeta de Notícias", da sua terra, uma entrevista em que falava de "corrupção na gestão financeira das Forças Armadas" e de "administração danosa dos interesses do Estado", do qual ele foi primeiro-ministro de Dezembro de 1998 a Fevereiro de 2000.

Na mesma entrevista, entretanto reproduzida por outro jornal de Bissau, o "Última Hora", Fadul contou ter sido assaltado em sua casa, no mês de Abril de 2009, por homens "fardados e armados com AK e com bazucas", na sequência de uma conferência de imprensa que dera em 30 de Março. À frente dos assaltantes estaria precisamente o capitão Pansau Intchama de que ontem teria levado fotos à esquadra de Carnide, um dia depois da queixa inicial, mal o viu na rua, "tentando fazer das suas, provocando".

Segundo Francisco José Fadul, que chefiou um Governo de Unidade Nacional, e amanhã completa 57 anos, "se o Estado não sabe ou não quer identificar" os elementos do esquadrão que o espancou gravemente em Bissau, ele fará o que estiver ao seu alcance para explicar quem é que o deixou na necessidade de mais de um ano e meio de tratamento hospitalar em Portugal.

Para além de presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau, aquele político dirige o Partido para a Democracia, Desenvolvimento e Cidadania (PADEC), que já há dois anos chamava a atenção para "a ostentação de dinheiro e riqueza" cuja proveniência, no seu entender, seria do narcotráfico.

A agressão de 2009 a Fadul verificou-se um mês depois de alguns militares terem assassinado o Presidente João Bernardo "Nino" Vieira, um dos muitos crimes que nos últimos anos foram cometidos em Bissau e que ainda estão por esclarecer.

Jorge Heitor/PÚBLICO

Assange 'nas mãos' da Justiça sueca

O fundador do sítio da Internet Wikileaks, Julian Assange, poderá sair em liberdade provisória após pagar uma fiança de 200 mil libras (cerca de 235 mil euros), decidiu hoje um juiz britânico.

Julian Assange foi detido em resultado da emissão de um mandado de captura, para ser extraditado para a Suécia, por alegados crimes sexuais.

EL./LUSA

É de mestre!

FINALMENTE A EXPLICAÇÃO

Uma mulher pergunta a um mestre chinês:

- Mestre, porque é que se chama campeão a um homem que tem sexo com várias mulheres, e às mulheres que fazem sexo com vários homens se apelida de vagabunda?

E o mestre respondeu:

- Filha...Veja bem, uma chave que abre várias fechaduras é uma chave-mestra. Já uma fechadura que se abre com qualquer chave, não serve para nada."

Ah, se tivéssemos...

"Caro António Aly, melhor 'Ticha', pois crescemos juntos e permite-me
que te trate pelo teu nome afectivo e de 'criaçon' como se diz em
“crioulo”.

Tenho procurado o teu site 'quase todos os dias' e confesso que me surpreendes também 'quase todos os dias'. Gostaria de te transmitir o meu apoio e dar-te os
parabéns pelo teu trabalho sério e transparente, na forma como lidas e tratas os assuntos. De certeza que são poucos os editores como tu, e o Julian Assange - corajosos na forma e sérios no conteúdo.

Orgulho-me ter crescido contigo, com os teus irmãos e os meus também, a brincar na rua de Cabo-Verde e de Angola, e hoje ver que não mudaste a forma de ser, mesmo vivendo num País em que só não se vende a alma porque... não se pode fixar um preço.

Tu permaneces firme e hirto, “suma tarafi na bolanha”. Continua assim, e como alguém escreveu no teu blog “Quem nos dera se tivéssemos uns três Aly's naquela pracinha de Bissau! Ah, se tivéssemos...!!! Subscrevo. Abraço fraterno!

Cuca, Portugal
"

M/R: Meu caro, acho que desde o casamento do Nino nunca mais nos vimos... Ou estarei enganado? Abraço fraterno. Ticha

A verdade, nada mais do que a verdade

Amanhã, o Procurador Geral da República, Amine Saad, recebe em audiência os advogados Abdú Mané e Armando Procel. Mas também Roberto Cacheu, Armando Correia Dias, uma das irmãs de Heldér Proença, uma filha do general Na Waie, um familiar do Presidente 'Nino' e a mulher do ex-candidato presidencial.

A audiência prende-se com os assassinatos de Hélder Proença, Tgma Na Waie, 'Nino' Vieira, Baciro Dabó e Puntchu, que foi buscar o Deputado do PAIGC à fronteira de N'Pack.

"Como vão os processos?" - será a primeira pergunta. Amine Saad, presumo, responder-lhes-á com a verdade... AAS

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EXCLUSIVO: Conselho de Administração do FMI acaba de aprovar o perdão da dívida externa da Guiné-Bissau. Venha daí mais 1 bilião de dólares, pá! AAS

Embaixada da China muda de instalações...

... Bom, é o que parece... A China fez as obras do Palácio do Governo. Óptimo. Mas...o que faz a bandeira da República Popular da China (ainda) no tal palácio? Nô djuntal ou kê? AAS

Inimigos, inimigos; negócios à parte...*

José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola, inicia amanhã uma visita de Estado à África do Sul.

Angola e a África do Sul - é sabido - não morrem de amores um pelo outro. Aliás, o ex-Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, chegou a conhecer as masmorras angolanas por um bom tempo. Mas, pronto, os tempos, hoje, exigem brindes e camarão...tudo, confitado com petróleo. Do bom. E servido frio... AAS

(*) Este post *%#& o juízo (e eu estou mais ajuizado). Explico depois. Abraços e beijinhos. AAS

Breves

- O Presidente eleito da Costa do Marfim, Alassan Ouattara, está cercado no seu 'quartel-generall' por tropas aliadas do auto-proclamado Presidente Laurent Gbagbo.
Por seu lado, militante fiéis (e armados) a Ouattara, juntamente com militares 'da paz' das Nações Unidas (presumo que desarmados), fazem o que podem - quase nada - para evitar uma invasão do hotel;

FILOSÓFICO:

- Josep Mutaboba, representante do Secretário Geral da ONU na Guiné-Bissau, num encontro, hoje, com o Presidente da República Malam Bacai Sanha e os representantes diplomáticos sedeados em Bissau: "Estamos aqui para ajudar-vos. Mas é preciso que nos ajudem a ajudar-vos". Pas mal, pas mal... AAS

400 anos depois...

...calma. Respire fundo. A escravatura não regressou, não (ela nunca saiu daqui. Continua, só que os escravocratas, agora, são 'pretos da Guiné'. Suma nôs.

Falo do barco '4º Centenário' (da cidade do Cacheu), atolado no Pindjiguiti faz tempo. Pois bem. Mal.

Nha amigo e Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, Djaka Esteves... marra dala kan!...e o resultado aí está: depois de investidos 120 milhões de fcfa, o barco está pronto para ajudar os insulares e quem os visita.

Na próxima 4ª feira, haverá inauguração com pompa e circunstância. Um passeio pelo rio.

"Geba rio di nha terra... ora ku bu na bassa, bassano ku kassabi; ora ku bu na intchi, Geba, bim ku kalma i sossegado..."

AAS