Há vários meses que o Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF) tentava uma reunião com os ministros das Finanças e o da Educação. Nada.
Cansados de esperar, resolveram pedir uma audiência ao Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Junior. Este acedeu, e o encontro estava marcado para hoje.
Porém, quando chegou à sala para a reunião Primatura...voilá! Para além do PM estavam lá também José Mário Vaz (Jomav para nós, os amigalhaços...) e o seu homólogo da Educação, Artur Silva.
A ironia do presidente do SINAPROF é que não foi a melhor: "Espero que esta reunião seja para sermos confrontados com os dois ministros"... O 1º Ministro tomou então a palavra e disse: "Se é assim que vamos reunir, está terminada a reunião".
A resposta dos professores, essa, não deve tardar... AAS
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Procuradoria-Geral da República debaixo de fogo
Quando regressar a Bissau, o PGR Amine Saad deverá reservar pelo menos 48 horas para ler as várias cartas que ali tem sido depositadas.
11 anos depois, a família de Nicandro Pereira Barreto escreve ao PGR. "Continuamos a acreditar na Justiça" - uma boa tirada, sem dúvidas. Pois, o PGR da altura era...o Amine Saad. Consta que documentos desapareceram entre a PJ e o MP (ou vice-versa).
Nicandro Barreto, recorde-se, foi assassinado na sua residência. Foi PGR e ocupou vários cargos no Estado.
"Será Verissímo Seabra um indulgente?" - pergunta a família do assassinado CEMGFA e general de 4 estrelas. Estavámos em 2004. Henrique Rosa, Presidente de Transição, diz a família, "reagiu passivamente". De Kumba Yala, recordam uma passagem num seu discurso anterior aos acontecimentos: "Digam ao Verissímo que no dia em eu estiver a falar ele não estará presente". A rentrée promete. AAS
11 anos depois, a família de Nicandro Pereira Barreto escreve ao PGR. "Continuamos a acreditar na Justiça" - uma boa tirada, sem dúvidas. Pois, o PGR da altura era...o Amine Saad. Consta que documentos desapareceram entre a PJ e o MP (ou vice-versa).
Nicandro Barreto, recorde-se, foi assassinado na sua residência. Foi PGR e ocupou vários cargos no Estado.
"Será Verissímo Seabra um indulgente?" - pergunta a família do assassinado CEMGFA e general de 4 estrelas. Estavámos em 2004. Henrique Rosa, Presidente de Transição, diz a família, "reagiu passivamente". De Kumba Yala, recordam uma passagem num seu discurso anterior aos acontecimentos: "Digam ao Verissímo que no dia em eu estiver a falar ele não estará presente". A rentrée promete. AAS
Comentários sobre assassinato de 'Nino' Vieira segue para tribunal
A reunião dos familiares dos políticos e militares assassinados no País nos últimos anos, que teve lugar na Presidência da República com mediação do Presidente Malam Bacai Sanha, deu agora azo a um processo crime movido pelos advogados do 1º Ministro Carlos Gomes Junior "por calúnia e difamação". Recorde-se que alguns comentários apontavam uma suposta ligação do PM no assassinato do Presidente 'Nino' Vieira.
Sentindo-se lesado, Cadogo avança para os tribunais por a sua "dignidade e honra" terem sido postas em causa.
O PM garantiu o total empenho do Governo que lidera na busca de toda a verdade sobre e este e outros assassinatos que o País conheceu de há uns anos a esta parte. AAS
Sentindo-se lesado, Cadogo avança para os tribunais por a sua "dignidade e honra" terem sido postas em causa.
O PM garantiu o total empenho do Governo que lidera na busca de toda a verdade sobre e este e outros assassinatos que o País conheceu de há uns anos a esta parte. AAS
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Desculpa esfarrapada
O comunicado do Governo sobre o adiamento (pela 2ª vez) da viagem do 1º Ministro à África do Sul, não passa de uma desculpa esfarrapada! E desavergonhada. A razão para o adiamento da viagem, segundo o comunicado, tem que ver 'com o vazio' no Estado - isto por causa das ausências do Presidente da República e do Presidente da Assembleia Nacional Popular. Ora, por várias vezes o País esteve sem os três, e ao mesmo tempo. Aliás, quando não estão nada de mau acontece no País - o que não deixa de ser bom para os que cá vivem.
Estranho, estranho é a viagem ter sido adiada um dias após Zamora Induta, ex-CEMGFA caído em desgraça...ter sido ouvido pelas autoridades.
Ou seja: o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros não diz a verdadeira razão para a não viagem do chefe do Executivo à Africa do Sul. E assim vai o mundo!
- Miguel Girão de Sousa, que foi conselheiro da missão de reforma das forças de Defesa e Segurança - aquela missão, a tal que eu adivinhei que seria um flop, por se basear no divertimento, nos fins-de-semana apimentados e em atolanços, tugiu. Em entrevista ao semanário português "I", disse que a UE sabe 'quem prendou o 1º Ministro e ameaçou matar a população'.
A UE deve saber mais do que aquilo que diz. Eu, só esperava ler nessa entrevista "a UE sabe quem está por trás dos assassinatos de 2009"...
Numa das passagens, o ex-playboy de Bissau até ironiza com as declarações do Presidente da República e do Primeiro-Ministro - das suas opiniões, por exemplo. 'O que havemos de pensar?' - interrogou o menino-bonito-betinho da UE.
Eu, esperava ouvir da parte do conselheiro as desculpas pelo falhanço total da missão da UE-RSS, e a prestação total das contas. Quanto se obteve, quanto e como se gastaram milhões de euros pagos por contribuintes europeus.
O Governo liderado por Carlos Gomes Junior prepara mexida no Executivo. Fala-se do actual secretário de Estado (genro do PM e actual secretário de Estado dos Transportes) para ministro dos Recursos Naturais. Bom, mas é o que se diz por aí. Podemos é ter muitas surpresas pelo caminho...
O meu irmão mais novo, o Nilton, cumpre mais um aniversário. Parabéns, mano.
E é tudo. Por agora. AAS
Estranho, estranho é a viagem ter sido adiada um dias após Zamora Induta, ex-CEMGFA caído em desgraça...ter sido ouvido pelas autoridades.
Ou seja: o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros não diz a verdadeira razão para a não viagem do chefe do Executivo à Africa do Sul. E assim vai o mundo!
- Miguel Girão de Sousa, que foi conselheiro da missão de reforma das forças de Defesa e Segurança - aquela missão, a tal que eu adivinhei que seria um flop, por se basear no divertimento, nos fins-de-semana apimentados e em atolanços, tugiu. Em entrevista ao semanário português "I", disse que a UE sabe 'quem prendou o 1º Ministro e ameaçou matar a população'.
A UE deve saber mais do que aquilo que diz. Eu, só esperava ler nessa entrevista "a UE sabe quem está por trás dos assassinatos de 2009"...
Numa das passagens, o ex-playboy de Bissau até ironiza com as declarações do Presidente da República e do Primeiro-Ministro - das suas opiniões, por exemplo. 'O que havemos de pensar?' - interrogou o menino-bonito-betinho da UE.
Eu, esperava ouvir da parte do conselheiro as desculpas pelo falhanço total da missão da UE-RSS, e a prestação total das contas. Quanto se obteve, quanto e como se gastaram milhões de euros pagos por contribuintes europeus.
O Governo liderado por Carlos Gomes Junior prepara mexida no Executivo. Fala-se do actual secretário de Estado (genro do PM e actual secretário de Estado dos Transportes) para ministro dos Recursos Naturais. Bom, mas é o que se diz por aí. Podemos é ter muitas surpresas pelo caminho...
O meu irmão mais novo, o Nilton, cumpre mais um aniversário. Parabéns, mano.
E é tudo. Por agora. AAS
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Bonito
"Ontem, acabei por não enviar a última mensagem. Aproveitei para dar uma vista de olhos ao blog. Alegro-me por saber que chegou bem, e, e embora detestando o voo, o empenho e o amor pela escrita não foram afectados. Aly, tem uma boa semana junto dos que lhe são queridos.
S."
Obrigado. Muito obrigados. AAS
S."
Obrigado. Muito obrigados. AAS
Novidades, novidades + a TAP é outra merda
António Aly Silva, informa os inimigos da República, os cúmplices e mandantes dos assassinatos brutais e cruéis que tiveram lugar na Guiné-Bissau...que CHEGOU esta madrugada a Bissau.
Ah, já me ia esquecendo...tenho de mandar a TAP à merda. Por se ter atrasado quase duas horas (bom, mas também desconheciam que este senhor era passageiro...). E o sãotomense-delegado, em Dakar, também não ajuda nada. RUA para a TAP! Sabem que mais? bardamerdas! Sugam-nos até ao tutano, e respeitinho que é bom, nem vê-lo! AAS
Ah, já me ia esquecendo...tenho de mandar a TAP à merda. Por se ter atrasado quase duas horas (bom, mas também desconheciam que este senhor era passageiro...). E o sãotomense-delegado, em Dakar, também não ajuda nada. RUA para a TAP! Sabem que mais? bardamerdas! Sugam-nos até ao tutano, e respeitinho que é bom, nem vê-lo! AAS
sábado, 21 de agosto de 2010
Porra para esta força
O governo da Guiné-Bissau anunciou hoje, em comunicado de conselho de ministros, que só aceitará a vinda de uma força de estabilização ao país se o pedido for feito nos termos da Constituição da Republica e com um mandato das Nações Unidas.
Em reunião do conselho de ministros extraordinária dirigida pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, o governo guineense afirma aceitar o princípio da vinda de uma missão de estabilização, mas tudo terá que ser feita à luz da constituição do país e ter ainda a concordância de todos os órgãos da soberania.
Mas, para já, o governo decidiu incumbir o ministro da Defesa guineense, Aristides Ocante da Silva de preparar o dossiê sobre as posições de organizações internacionais, nomeadamente Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) sobre a matéria. LUSA
Em reunião do conselho de ministros extraordinária dirigida pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, o governo guineense afirma aceitar o princípio da vinda de uma missão de estabilização, mas tudo terá que ser feita à luz da constituição do país e ter ainda a concordância de todos os órgãos da soberania.
Mas, para já, o governo decidiu incumbir o ministro da Defesa guineense, Aristides Ocante da Silva de preparar o dossiê sobre as posições de organizações internacionais, nomeadamente Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) sobre a matéria. LUSA
De Bissau, nada de novo
O 1º Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, mandou prender hoje o empresário Armando Correia Dias (N'dinho) por este o ter acusado de implicações no assassinato do Presidente 'Nino' Vieira.
Mas não teve sorte. Este, alertado por amigos, procurou protecção.
Carlos Gomes Júnior - quer se ache bem, quer não - é o primeiro responsável por todos os assassinatos que tiveram lugar na Guiné-Bissau - precisamente por ser ele o 1º Ministro - como ele costuma dizer, e bem, escolhido pelo povo. Porreiro, pá!
Mas antes mesmo dos assassinatos de 2009, há um de que todos se esqueceram, ou fingem esquecer: a do general Verissímo Seabra, à altura CEMGFA e assassindao a tiros dentro do seu gabinete de trabalho. A morte do general de 4 estrelas foi a porta que faltava abrir para a (re)entrada de 'Nino' Vieira em Bissau, enganado, entre outros pelo próprio 1º Ministro...
Como 1º Ministro, Carlos Gomes Júnior deve explicações aos guineenses e ao mundo sobre todos estes assassinatos. E não venham cá com teorias de merda (isto é para aqueles que comem às mãos do Cadogo, do Governo) que a mim não enfiam o barrete. Tenho dito. E bem dito! AAS
Mas não teve sorte. Este, alertado por amigos, procurou protecção.
Carlos Gomes Júnior - quer se ache bem, quer não - é o primeiro responsável por todos os assassinatos que tiveram lugar na Guiné-Bissau - precisamente por ser ele o 1º Ministro - como ele costuma dizer, e bem, escolhido pelo povo. Porreiro, pá!
Mas antes mesmo dos assassinatos de 2009, há um de que todos se esqueceram, ou fingem esquecer: a do general Verissímo Seabra, à altura CEMGFA e assassindao a tiros dentro do seu gabinete de trabalho. A morte do general de 4 estrelas foi a porta que faltava abrir para a (re)entrada de 'Nino' Vieira em Bissau, enganado, entre outros pelo próprio 1º Ministro...
Como 1º Ministro, Carlos Gomes Júnior deve explicações aos guineenses e ao mundo sobre todos estes assassinatos. E não venham cá com teorias de merda (isto é para aqueles que comem às mãos do Cadogo, do Governo) que a mim não enfiam o barrete. Tenho dito. E bem dito! AAS
domingo, 15 de agosto de 2010
Bubo + ONU + N'ka sibi quê
O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, é o único obstáculo à recondução do almirante José Américo Bubu Na Tchuto como chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau.
O Governo de Carlos Gomes Júnior e as chefias militares já estão disponíveis para reconduzir Bubu Na Tchuto nas funções que exercia antes do suposto golpe de Estado de Agosto de 2008. Mas a movimentação de homens de confiança do Presidente da República junto do chefe do Estado-Maior, major-general António Indjai, impediram o regresso de Na Tchuto. O que está a causar dores de cabeça às autoridades de Bissau.
Os analistas locais são unamines em afirmar que o almirante é agora uma pedra no sapato do Presidente da República e do primeiro-ministro: os dois estão em rota de colisão quanto à sua reintegração na chefia das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).
Bubu Na Tchuto, que em Abril passado declarara que Malam Bacai Sanhá seria o melhor Presidente da República da Guiné-Bissau, agora não tem a mesma opinião em relação ao Chefe do Estado, com quem mantém um diferendo aberto.
Malam Bacai Sanhá não está disposto a reconduzir o almirante para não ter problemas com a comunidade internacional, que não vê com bons olhos o regresso de Na Tchuto à chefia da marinha de guerra da Guiné-Bissau.
Malam Bacai Sanhá preferia que Bubu Na Tchuto aceitasse o cargo de inspector-geral das Forças Armadas ou de chefe do Estado-Maior do Exército, passando o actual chefe do Estado-Maior do Exército, Mamadu N´Krumah, a vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
O almirante não aceitou essas funções e entende que, sendo um homem com formação na área da marinha da guerra, só aí poderá ser útil para a Guiné-Bissau.
Perante este cenário, o Chefe do Estado convocou um encontro com o almirante, na presença da ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Adiato Nadingna, para questionar os motivos de um anterior encontro entre Carlos Gomes Júnior e Bubu Na Tchuto. Malam Bacai Sanhá ficou a saber que os dois discutiram questões de pagamento da dívida do Governo para com o almirante. Dívida em relação à qual o primeiro-ministro terá já autorizado o pagamento de 50%. Todavia, desconhece-se ainda o valor total do montante que o Governo terá já pago.
ONU contra arbitrariedades
Em conferência de imprensa dada ontem à tarde, o representante especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que não pretendia falar de nenhum detido em particular, mas de todos aqueles que há muito se encontram na cadeia sem culpa formada.
“Antes de se prender uma pessoa, ela deve ser informada da sua culpa, e em seguida é constituído um processo que vai para o tribunal, que por sua vez escolhe um magistrado que vai analisar o processo, para dizer se a pessoa deve ou não ficar na prisão”, lembrou Joseph Mutaboba.
O representante do secretário-geral das Nações Unidas respondia desta forma a uma pergunta sobre o que acha do facto de ainda não existir qualquer resposta à deliberação tomada pelo Conselho de Segurança, que exigiu a libertação imediata de todas as pessoas indevidamente detidas na Guiné-Bissau. Ou então que sejam levadas a tribunal.
Entre os detidos figura o ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, vice-almirante Zamora Induta, preso no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau, desde o dia 1 de Abril passado, na sequência de uma sublevação militar dirigida pelo seu "número dois", o general António Indjai, posteriormente nomeado pelo Presidente Malam Bacai Sanhá para o cargo de que o afastara.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) solicitou há dias a libertação imediata do brigadeiro Manuel Melcíades Gomes Fernandes (antigo chefe do Estado-Maior da Força Aérea), do vice-almirante José Zamora Induta, do coronel Samba Djaló (ex-chefe dos serviços secretos militares) e de mais quatro pessoas detidas “ilegalmente”.
Ao completar 19 anos, a Liga disse que isso seria uma forma de se contribuir para a resolução de alguns dos problemas do país, onde “as circunstâncias apontam tendencialmente para a intimidação, o medo e a perseguição”.
Ainda ninguém conseguiu explicar como é que o ano passado foram assassinados, entre outras personalidades, o Presidente João Bernardo Nino Vieira e o Chefe do Estado-Maior anterior a Induta, Tagme Na Waie.
A Guiné-Bissau tem vindo a ser considerada por instâncias internacionais um país de total impunidade, refém de redes de narcotraficantes e de movimentações militares, sem qualquer respeito pelas estruturas políticas constitucionais.
O Governo de Carlos Gomes Júnior e as chefias militares já estão disponíveis para reconduzir Bubu Na Tchuto nas funções que exercia antes do suposto golpe de Estado de Agosto de 2008. Mas a movimentação de homens de confiança do Presidente da República junto do chefe do Estado-Maior, major-general António Indjai, impediram o regresso de Na Tchuto. O que está a causar dores de cabeça às autoridades de Bissau.
Os analistas locais são unamines em afirmar que o almirante é agora uma pedra no sapato do Presidente da República e do primeiro-ministro: os dois estão em rota de colisão quanto à sua reintegração na chefia das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).
Bubu Na Tchuto, que em Abril passado declarara que Malam Bacai Sanhá seria o melhor Presidente da República da Guiné-Bissau, agora não tem a mesma opinião em relação ao Chefe do Estado, com quem mantém um diferendo aberto.
Malam Bacai Sanhá não está disposto a reconduzir o almirante para não ter problemas com a comunidade internacional, que não vê com bons olhos o regresso de Na Tchuto à chefia da marinha de guerra da Guiné-Bissau.
Malam Bacai Sanhá preferia que Bubu Na Tchuto aceitasse o cargo de inspector-geral das Forças Armadas ou de chefe do Estado-Maior do Exército, passando o actual chefe do Estado-Maior do Exército, Mamadu N´Krumah, a vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
O almirante não aceitou essas funções e entende que, sendo um homem com formação na área da marinha da guerra, só aí poderá ser útil para a Guiné-Bissau.
Perante este cenário, o Chefe do Estado convocou um encontro com o almirante, na presença da ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Adiato Nadingna, para questionar os motivos de um anterior encontro entre Carlos Gomes Júnior e Bubu Na Tchuto. Malam Bacai Sanhá ficou a saber que os dois discutiram questões de pagamento da dívida do Governo para com o almirante. Dívida em relação à qual o primeiro-ministro terá já autorizado o pagamento de 50%. Todavia, desconhece-se ainda o valor total do montante que o Governo terá já pago.
ONU contra arbitrariedades
Em conferência de imprensa dada ontem à tarde, o representante especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que não pretendia falar de nenhum detido em particular, mas de todos aqueles que há muito se encontram na cadeia sem culpa formada.
“Antes de se prender uma pessoa, ela deve ser informada da sua culpa, e em seguida é constituído um processo que vai para o tribunal, que por sua vez escolhe um magistrado que vai analisar o processo, para dizer se a pessoa deve ou não ficar na prisão”, lembrou Joseph Mutaboba.
O representante do secretário-geral das Nações Unidas respondia desta forma a uma pergunta sobre o que acha do facto de ainda não existir qualquer resposta à deliberação tomada pelo Conselho de Segurança, que exigiu a libertação imediata de todas as pessoas indevidamente detidas na Guiné-Bissau. Ou então que sejam levadas a tribunal.
Entre os detidos figura o ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, vice-almirante Zamora Induta, preso no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau, desde o dia 1 de Abril passado, na sequência de uma sublevação militar dirigida pelo seu "número dois", o general António Indjai, posteriormente nomeado pelo Presidente Malam Bacai Sanhá para o cargo de que o afastara.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) solicitou há dias a libertação imediata do brigadeiro Manuel Melcíades Gomes Fernandes (antigo chefe do Estado-Maior da Força Aérea), do vice-almirante José Zamora Induta, do coronel Samba Djaló (ex-chefe dos serviços secretos militares) e de mais quatro pessoas detidas “ilegalmente”.
Ao completar 19 anos, a Liga disse que isso seria uma forma de se contribuir para a resolução de alguns dos problemas do país, onde “as circunstâncias apontam tendencialmente para a intimidação, o medo e a perseguição”.
Ainda ninguém conseguiu explicar como é que o ano passado foram assassinados, entre outras personalidades, o Presidente João Bernardo Nino Vieira e o Chefe do Estado-Maior anterior a Induta, Tagme Na Waie.
A Guiné-Bissau tem vindo a ser considerada por instâncias internacionais um país de total impunidade, refém de redes de narcotraficantes e de movimentações militares, sem qualquer respeito pelas estruturas políticas constitucionais.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Os condenados da terra
"Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesma. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca tivemos realmente.(...)"
Oscar Wilde em «The picture of Dorian Gray»
Oscar Wilde em «The picture of Dorian Gray»
domingo, 8 de agosto de 2010
Tropas (ou não)
"Ola Antonio,
Ha dias que li, que a Guine-Bissau pediu a presenca da forca de establizacao. Como guineense estou muito preocupado com esta atitude dos nossos politicos. Nao sei em que mundo estao. Com tantas experiencias do que passou com os paises onde estiveram forcas estrangeiras! Tudo correu mal para a populacao local, usurparam a riqueza local a fovor das grandes potencias e paises influentes. A Guine-Bissau nao esta em guerra, Angola e mesmo mais instavel que a Guine-Bissau, tem problemas na Provincia Cabinda e ainda nao pediu a presenca da forca de estabilzacao. Diz-se a forca de estabilzacao para acabar com o trafico de droga. Para isso a Guine-Bissau nao precisa da forca de estabilizacao, mas sim de ajuda com botes rapidos para controlar o nosso mar e as nossas ilhas. Portugal nao pediu a forca de estabilizacao e nem a organizacao CPLP propus o mando da forca de estabilizacao para esse pais, considerando que por Portugal passa 10 vezes ou mais droga que aquela que passa pela Guine-Bissau.
Os nossos politicos ainda nao entendem que para ocupar um pais e usurpar a riqueza do mesmo, existem estrategias semelhantes as que estao a acontecer a Guine-Bissau. Infiltram activdades ilegais no pais, criticam e exigem. Depois dizem que vao ajudar o pais a acabar com estes problemas, oferecendo dinheiro, que e depois considerado como divida. Quando estas na posicao imposivel de pagar as dividas, exigem consecoes para exploracao dos teus recursos naturais e tudo que tens como riqueza natural no pais. Se o pais nao esta na altura de executar o que eles exigem, fazem golpes de estado, guerra civil ou atacam o pais. Para a realizacao das estrategias do genero, existem empresas privadas, individuais com influencias e mesmo jornalistas. Guineenses, peco- vos um favor: abram os olhos!
Cumprimentos,
Inacio"
Caro amigo, sempre atento... No dia em que os cidadãos guineenses QUE SABEM regressarem ao Pais, então sim, poderemos avançar. AAS
Ha dias que li, que a Guine-Bissau pediu a presenca da forca de establizacao. Como guineense estou muito preocupado com esta atitude dos nossos politicos. Nao sei em que mundo estao. Com tantas experiencias do que passou com os paises onde estiveram forcas estrangeiras! Tudo correu mal para a populacao local, usurparam a riqueza local a fovor das grandes potencias e paises influentes. A Guine-Bissau nao esta em guerra, Angola e mesmo mais instavel que a Guine-Bissau, tem problemas na Provincia Cabinda e ainda nao pediu a presenca da forca de estabilzacao. Diz-se a forca de estabilzacao para acabar com o trafico de droga. Para isso a Guine-Bissau nao precisa da forca de estabilizacao, mas sim de ajuda com botes rapidos para controlar o nosso mar e as nossas ilhas. Portugal nao pediu a forca de estabilizacao e nem a organizacao CPLP propus o mando da forca de estabilizacao para esse pais, considerando que por Portugal passa 10 vezes ou mais droga que aquela que passa pela Guine-Bissau.
Os nossos politicos ainda nao entendem que para ocupar um pais e usurpar a riqueza do mesmo, existem estrategias semelhantes as que estao a acontecer a Guine-Bissau. Infiltram activdades ilegais no pais, criticam e exigem. Depois dizem que vao ajudar o pais a acabar com estes problemas, oferecendo dinheiro, que e depois considerado como divida. Quando estas na posicao imposivel de pagar as dividas, exigem consecoes para exploracao dos teus recursos naturais e tudo que tens como riqueza natural no pais. Se o pais nao esta na altura de executar o que eles exigem, fazem golpes de estado, guerra civil ou atacam o pais. Para a realizacao das estrategias do genero, existem empresas privadas, individuais com influencias e mesmo jornalistas. Guineenses, peco- vos um favor: abram os olhos!
Cumprimentos,
Inacio"
Caro amigo, sempre atento... No dia em que os cidadãos guineenses QUE SABEM regressarem ao Pais, então sim, poderemos avançar. AAS
sábado, 7 de agosto de 2010
Confundindo catana com caneta
Nos dias 12 e 13 de Outubro de 2009, o Consulado da Guiné-Bissau*, em Lisboa, assistiu a uma cena invulgar. A vítima foi o hoje Ministro-Conselheiro João Romano Ferreira (JRF).
Ditadura do Consenso investigou, e como aqui não se guarda nada na gaveta (nem nos bolsos...), decidi trazer o assunto a público.
No dia 12 de Outubro, enquanto se encontrava em despacho com o 1º secretário N’Bala Fernandes, surgiu do nada o 3º secretário da Embaixada, Bacar Sanha, e imediatamente começou a insultar o JRF e a proferir injúrias. Os insultos - «você e a sua família mataram o Presidente ‘Nino’ Vieira» (JRF é irmão da mulher do Presidente assassinado) - deram lugar a ameaças de morte. Bacar Sanha acusou ainda JRF de «andar a roubar o dinheiro do povo». Mas havia mais. Não contente, Bacar continuou: «O consulado não é propriedade do Teodoro Romano» (Pai de JRF, entretanto falecido).
Nesse mesmo dia, por volta das 16 horas, Bacar Sanha decide passar à tecnologia para aterrorizar ainda mais a sua vítima, de resto escolhida a dedo. E enviou mensagens de voz para o telefone de JRV: «Amanhã vou buscar o dinheiro»; «O dinheiro não é seu e nem é de nenhum familiar seu»; «Não tenho medo de nada e de ninguém e vou levar esta ameaça até às últimas consequências» ou ainda «Você é francês e não pode ser cônsul da Guiné-Bissau».
Bacar Sanha acusou ainda JRF de ter comprado um «carro novo com o dinheiro do povo». Investigações, em Lisboa, efectuadas pelo Ditadura do Consenso provam que esta acusação é falsa: João Romano Vieira comprou o Citroen C5 – em 2001, e por 3.000 euros! – ao Embaixador do Irão em Portugal. As testemunhas da compra foram N’Bala Fernandes e Ana Casimiro, secretária do Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal
Xutos e Pontapés
Como se toda a injúria, calúnia e ameaça não bastassem, Bacar Sanha decidiu, um dia depois, portanto a 13, regressar ao consulado. E fê-lo com estilo. Munido de dois facalhões, entrou de rompante ameaçando de morte João Romano Ferreira.
Tentou mesmo forçar a entrada no gabinete do cônsul, ao murro e ao pontapé. Quem o demoveu deste tresloucado acto foi um colaborador do consulado junto dos cidadãos guineenses detidos em Portugal – Bacar Pitche, que lhe confiscou as facas.
Ainda desnorteado, Bacar Sanha dirigiu-se a Nagete, funcionária do consulado, exigindo que esta passasse a entregar-lhe todo o dinheiro visto que, nas suas palavras, «o consulado não é do João Romano nem da sua família». Exigiu ainda – com o vocabulário que se pode adivinhar – que JRF lhe desse 800 euros com vista à reparação de uma viatura (o mecânico já havia dado o carro como sucata). Mês e meio antes, foram desembolsados 500 euros numa reparação. Depois, gripou o motor.
As testemunhas deste acto irreflectido são muitas. E o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta, recebeu mesmo uma carta enviada a 16 de Outubro denunciando a situação e apontando testemunhas. Até hoje... AAS
* O referido consulado não existe hoje em dia. Criado por Decreto Presidencial, foi encerrado...numa manhã. Ordens do Minstro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta que, assim, violou todas as regras diplomáticas e éticas, deixando a diplomacia portuguesa estupefacta. AAS
Ditadura do Consenso investigou, e como aqui não se guarda nada na gaveta (nem nos bolsos...), decidi trazer o assunto a público.
No dia 12 de Outubro, enquanto se encontrava em despacho com o 1º secretário N’Bala Fernandes, surgiu do nada o 3º secretário da Embaixada, Bacar Sanha, e imediatamente começou a insultar o JRF e a proferir injúrias. Os insultos - «você e a sua família mataram o Presidente ‘Nino’ Vieira» (JRF é irmão da mulher do Presidente assassinado) - deram lugar a ameaças de morte. Bacar Sanha acusou ainda JRF de «andar a roubar o dinheiro do povo». Mas havia mais. Não contente, Bacar continuou: «O consulado não é propriedade do Teodoro Romano» (Pai de JRF, entretanto falecido).
Nesse mesmo dia, por volta das 16 horas, Bacar Sanha decide passar à tecnologia para aterrorizar ainda mais a sua vítima, de resto escolhida a dedo. E enviou mensagens de voz para o telefone de JRV: «Amanhã vou buscar o dinheiro»; «O dinheiro não é seu e nem é de nenhum familiar seu»; «Não tenho medo de nada e de ninguém e vou levar esta ameaça até às últimas consequências» ou ainda «Você é francês e não pode ser cônsul da Guiné-Bissau».
Bacar Sanha acusou ainda JRF de ter comprado um «carro novo com o dinheiro do povo». Investigações, em Lisboa, efectuadas pelo Ditadura do Consenso provam que esta acusação é falsa: João Romano Vieira comprou o Citroen C5 – em 2001, e por 3.000 euros! – ao Embaixador do Irão em Portugal. As testemunhas da compra foram N’Bala Fernandes e Ana Casimiro, secretária do Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal
Xutos e Pontapés
Como se toda a injúria, calúnia e ameaça não bastassem, Bacar Sanha decidiu, um dia depois, portanto a 13, regressar ao consulado. E fê-lo com estilo. Munido de dois facalhões, entrou de rompante ameaçando de morte João Romano Ferreira.
Tentou mesmo forçar a entrada no gabinete do cônsul, ao murro e ao pontapé. Quem o demoveu deste tresloucado acto foi um colaborador do consulado junto dos cidadãos guineenses detidos em Portugal – Bacar Pitche, que lhe confiscou as facas.
Ainda desnorteado, Bacar Sanha dirigiu-se a Nagete, funcionária do consulado, exigindo que esta passasse a entregar-lhe todo o dinheiro visto que, nas suas palavras, «o consulado não é do João Romano nem da sua família». Exigiu ainda – com o vocabulário que se pode adivinhar – que JRF lhe desse 800 euros com vista à reparação de uma viatura (o mecânico já havia dado o carro como sucata). Mês e meio antes, foram desembolsados 500 euros numa reparação. Depois, gripou o motor.
As testemunhas deste acto irreflectido são muitas. E o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta, recebeu mesmo uma carta enviada a 16 de Outubro denunciando a situação e apontando testemunhas. Até hoje... AAS
* O referido consulado não existe hoje em dia. Criado por Decreto Presidencial, foi encerrado...numa manhã. Ordens do Minstro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta que, assim, violou todas as regras diplomáticas e éticas, deixando a diplomacia portuguesa estupefacta. AAS
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