Isabel Romano Vieira, a viuva do Presidente 'Nino' Vieira, não compareceu esta semana em Dakar, no Senegal, conforme combinado, para ser ouvida como testemunha do assassinato do seu marido e ex-Presidente da Republica, ocorrido a 2 de Março de 2009. "Não me sinto ainda em condiçoes de falar" - foi o que alegou, o que deixou os procuradores do Ministerio Publico com o credo na boca. Afinal, Isabel Romano Vieira sera uma das peças-chave de todo este processo que se arrasta ha mais de um ano.
Em Dakar, foram ouvidos João Monteiro (que levou 3 tiros nessa fatidica madrugada) e mais duas outras testemunhas. Resta esperar para saber se, e quando, Isabel Vieira se disponibilizara para ser ouvida na qualidade de testemunha. AAS
P.S. - Cheguei esta manhã a Lisboa. Desculpem a falta de acentos - ainda não os descobri no 'Magalhães' do meu filho. Abraço todos. O meu contacto em Lisboa: 92 682 1186. AAS
quinta-feira, 22 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Viajar pela África ainda é muito complicado
"Lamento profundamente o que aconteceu na Gâmbia. Viajar pela África ainda é muito complicado. Bem mais difícil do que ir de Lisboa a Madrid ou Barcelona. Um abraço, J.H."
Amigo, é a grande verdade. Obrigado e um abraço. Aly
Amigo, é a grande verdade. Obrigado e um abraço. Aly
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Presidente da República, Deputados da Nação, Primeiro-Ministro: Eu, cidadão da República da Guiné-Bissau, fui raptado durante 4 horas na Gâmbia
No dia 11 do corrente, saí de Bissau com um destino na cabeça: Lisboa, Portugal - por terra. E no entanto nem 1000 quilómetros percorri. A principal culpada? A polícia de imigração e o próprio Governo da República da Gâmbia. Quem me humilhou pertence à mesma comunidade que eu pertenço: a CEDEAO.
Vou começar esta história do ínicio. Quando cheguei à fronteira em Amedalai, embirrei logo quando me pediram para pagar 1000 fcfa por um carimbo que mal se lê (havia lá um casal guineense a assistir). Disse-lhes que não devia pagar nada porque pertencemos à mesma comunidade. E disse-lhes que há uma lei que devia ser respeitada e que nesse momento estava a ser violada: a lei sobre a livre circulação de pessoas e bens dentro dos países membros da CEDEAO. Ele respondeu: «Não quero saber nada disso! Se não queres pagar, volta para o teu País!», assim mesmo. Paguei, e ele olhou-me e disse: vou ter de escrever no seu passaporte. Eu respondi: não deve fazê-lo, ponha apenas o carimbo. Nada. Escreveu: «Permit to visit 24 hrs». Humilhado e espezinhado, confrontei-o à minha maneira: «Fico na Gâmbia uma semana, um mês, se quiser!». Go!, go!, e lá fui para o meu carro. Chaves, ignição....apito! «Abra a bagageira, se fizer o favor». Nada mau, pensei. Uma revista rápida e um boa viagem selaram aquele brevissímo encontro.
Mas o meu destino estava muito, mas muito mais adiante daquilo que eu mesmo supunha. Ou esperava.
Presidente da República, Deputados da Nação, Primeiro-Ministro:
Eu, António Aly Silva, cidadão de um único País deste mundo - a República da Guiné-Bissau -, fui raptado em plena via pública e durante escaldantes quatro horas, dentro das instalações do Porto da Gâmbia, em Banjul, capital da República da Gâmbia! E fui extorquido por duas pessoas (tenho os nomes e os números dos telefones deles).
Afinal, enquanto tudo aquilo acontecia a uma velocidade estonteante, um militar gambiano assistia à cena não de muito longe. Chegou mesmo a adverti-los. Ainda naquele vai-que-fica, tirei o telefone do bolso para tentar, junto de alguém, em Bissau, contar o que se estava a passar comigo, aproveitando para pedir que alertasse a nossa embaixada, em Banjul. «Se fazes uma chamada rebentamos contigo (o ‘udju di djambatuto’ estava com ele, mas apenas no pensamento, pois eu sei que ele estava era interessado no meu dinheiro – era um simples motorista do Porth Of The Gambia. Pareceu-me até simpático,e vi logo nele um grande fumador de haxixe oude marijuana. Ficou sempre comigo, ora orientando, ora desorientando-me, e contribuiu na roubalheira quando fui comprar o bilhete para o carro – venderam-mo a 5.200fcfa quando devia ser 3.200 fcfa, há um recibo para comprovar, acompanhou-me até à entrada no ferry, viu o acidente tal como o polícia de fronteira, autor de todo o meu drama, um cumpridor zeloso, ambicioso e a chorar por uma promoção, viu»
Pediram-me a chave do carro mas recusei - eu não estava nem detido, nem preso e, menos ainda, não era acusado de coisa nenhuma! Quando recusei entregar as chaves do carro começaram os empurrões, o puxar da camisola... mas desta vez o militar intrometeu-se, puxou-me para junto de si, e protegeu-me até a um gabinete já no interior das instalações do porto.
O militar foi o primeiro a falar: Falaram todo o tempo em língua mandinga, mas eu notei que ele estava a repugnar o acto que acabar de presenciar. Depois falou o chefe, também em mandinga, e o militar abandonou a sala. E o agente causador do meu drama, também. Dois minutos depois, regressou à sala e pousou na mesa do chefe duas latas de chumbos de pressão-de-ar. «Look this, sir» - gritou. Calmamente, fiz ver ao chefe que aquilo eram chumbos de espingarda de ar comprimido - para desporto, portanto. Ofereci-me para deixar os chumbos na imigração, mas devolveu-mos sem sequer pestanejar – era dos moderados, o chefe.
Mas eis que tudo dá uma reviravolta: entra o militar (aquele que me protegeu) e, agora numa atitude mais seca, pede-me as chaves do carro. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, o chefe fala-lhe novamente em mandinga, e pede-me, educadamente, que lhe entregue as chaves do carro, o que fiz. Contaram-lhe, afinal, que «achavam que eu transportava drogas no meu carro».
Quatro horas depois, extorquiram-me 20.000 fcfa, mais 2.000 por dois carimbos horríveis, e ter-me-iam extorquido mais. Quando sentiram que eu estava a ganhar terreno, queria falar com o big boss, lá me guiaram por um canto alegando que me iam meter na fila dos carros do Governo para, assim, puder atravessar no próximo ferry!
Na jangada, foi aquilo que já sabem:
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Tenho um seguro CEDEAO (carta castanha, válido por 2 meses, que me custou mais de 25. 000 fcfa).
Se a Embaixada da Gâmbia ou o seu Governo não me pagar os prejuízos, então terá muito com que se preocupar daqui para a frente.
Senhores Deputados da Assembleia Nacional Popular: Eu, cidadão da República da Guiné-Bissau, peço a vossa ajuda.
Com consideração,
António Aly Silva
P.S. - A minha aventura com destino a Portugal termina aqui. Regresso a Bissau brevemente. Estou a recuperar das febres altas e das dores que tive desde o dia 11 - para além de ter perdido mais de 2 quilos. E, acreditem, o problema no porto de Banjul abalou-me psicologicamente. Sinto-me capaz de continuar mas gente amiga, algumas muito mais velhas, pediram-me que parasse por agora. De certeza que em Agosto estarei em Lisboa, Portugal, para abraçar os meus filhos. Abraço todos e cada um. AAS
Vou começar esta história do ínicio. Quando cheguei à fronteira em Amedalai, embirrei logo quando me pediram para pagar 1000 fcfa por um carimbo que mal se lê (havia lá um casal guineense a assistir). Disse-lhes que não devia pagar nada porque pertencemos à mesma comunidade. E disse-lhes que há uma lei que devia ser respeitada e que nesse momento estava a ser violada: a lei sobre a livre circulação de pessoas e bens dentro dos países membros da CEDEAO. Ele respondeu: «Não quero saber nada disso! Se não queres pagar, volta para o teu País!», assim mesmo. Paguei, e ele olhou-me e disse: vou ter de escrever no seu passaporte. Eu respondi: não deve fazê-lo, ponha apenas o carimbo. Nada. Escreveu: «Permit to visit 24 hrs». Humilhado e espezinhado, confrontei-o à minha maneira: «Fico na Gâmbia uma semana, um mês, se quiser!». Go!, go!, e lá fui para o meu carro. Chaves, ignição....apito! «Abra a bagageira, se fizer o favor». Nada mau, pensei. Uma revista rápida e um boa viagem selaram aquele brevissímo encontro.
Mas o meu destino estava muito, mas muito mais adiante daquilo que eu mesmo supunha. Ou esperava.
Presidente da República, Deputados da Nação, Primeiro-Ministro:
Eu, António Aly Silva, cidadão de um único País deste mundo - a República da Guiné-Bissau -, fui raptado em plena via pública e durante escaldantes quatro horas, dentro das instalações do Porto da Gâmbia, em Banjul, capital da República da Gâmbia! E fui extorquido por duas pessoas (tenho os nomes e os números dos telefones deles).
Afinal, enquanto tudo aquilo acontecia a uma velocidade estonteante, um militar gambiano assistia à cena não de muito longe. Chegou mesmo a adverti-los. Ainda naquele vai-que-fica, tirei o telefone do bolso para tentar, junto de alguém, em Bissau, contar o que se estava a passar comigo, aproveitando para pedir que alertasse a nossa embaixada, em Banjul. «Se fazes uma chamada rebentamos contigo (o ‘udju di djambatuto’ estava com ele, mas apenas no pensamento, pois eu sei que ele estava era interessado no meu dinheiro – era um simples motorista do Porth Of The Gambia. Pareceu-me até simpático,e vi logo nele um grande fumador de haxixe oude marijuana. Ficou sempre comigo, ora orientando, ora desorientando-me, e contribuiu na roubalheira quando fui comprar o bilhete para o carro – venderam-mo a 5.200fcfa quando devia ser 3.200 fcfa, há um recibo para comprovar, acompanhou-me até à entrada no ferry, viu o acidente tal como o polícia de fronteira, autor de todo o meu drama, um cumpridor zeloso, ambicioso e a chorar por uma promoção, viu»
Pediram-me a chave do carro mas recusei - eu não estava nem detido, nem preso e, menos ainda, não era acusado de coisa nenhuma! Quando recusei entregar as chaves do carro começaram os empurrões, o puxar da camisola... mas desta vez o militar intrometeu-se, puxou-me para junto de si, e protegeu-me até a um gabinete já no interior das instalações do porto.
O militar foi o primeiro a falar: Falaram todo o tempo em língua mandinga, mas eu notei que ele estava a repugnar o acto que acabar de presenciar. Depois falou o chefe, também em mandinga, e o militar abandonou a sala. E o agente causador do meu drama, também. Dois minutos depois, regressou à sala e pousou na mesa do chefe duas latas de chumbos de pressão-de-ar. «Look this, sir» - gritou. Calmamente, fiz ver ao chefe que aquilo eram chumbos de espingarda de ar comprimido - para desporto, portanto. Ofereci-me para deixar os chumbos na imigração, mas devolveu-mos sem sequer pestanejar – era dos moderados, o chefe.
Mas eis que tudo dá uma reviravolta: entra o militar (aquele que me protegeu) e, agora numa atitude mais seca, pede-me as chaves do carro. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, o chefe fala-lhe novamente em mandinga, e pede-me, educadamente, que lhe entregue as chaves do carro, o que fiz. Contaram-lhe, afinal, que «achavam que eu transportava drogas no meu carro».
Quatro horas depois, extorquiram-me 20.000 fcfa, mais 2.000 por dois carimbos horríveis, e ter-me-iam extorquido mais. Quando sentiram que eu estava a ganhar terreno, queria falar com o big boss, lá me guiaram por um canto alegando que me iam meter na fila dos carros do Governo para, assim, puder atravessar no próximo ferry!
Na jangada, foi aquilo que já sabem:
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Tenho um seguro CEDEAO (carta castanha, válido por 2 meses, que me custou mais de 25. 000 fcfa).
Se a Embaixada da Gâmbia ou o seu Governo não me pagar os prejuízos, então terá muito com que se preocupar daqui para a frente.
Senhores Deputados da Assembleia Nacional Popular: Eu, cidadão da República da Guiné-Bissau, peço a vossa ajuda.
Com consideração,
António Aly Silva
P.S. - A minha aventura com destino a Portugal termina aqui. Regresso a Bissau brevemente. Estou a recuperar das febres altas e das dores que tive desde o dia 11 - para além de ter perdido mais de 2 quilos. E, acreditem, o problema no porto de Banjul abalou-me psicologicamente. Sinto-me capaz de continuar mas gente amiga, algumas muito mais velhas, pediram-me que parasse por agora. De certeza que em Agosto estarei em Lisboa, Portugal, para abraçar os meus filhos. Abraço todos e cada um. AAS
terça-feira, 13 de julho de 2010
Queria ver tudo o que John Hopkins viveu
Que pena que já não possas ver mais
as muralhas vermelhas de Marráquexe
e a multidão que a teu lado caminha
na porta de Essaouira
Que pena que já não vejas
os jacarandás, as roseiras, as bungavílias dos jardins
que já não oiças o som da água nas fontes
que não escutes o silêncio dos pátios
que não vejas as estrelas nos terraços
Que pena que já não possas alisar com a mão
os azulejos do Palácio Bahia
Que pena que já não vejas todas
as coisas que amavámos
que não caminhes, não sintas, não te percas
em Marráquexe - a mais bela das cidades do Sul.
Poema escrito pela mulher e pelos oito filhos de John Hopkins, um inglês que viveu 22 anos em Marráquexe.
as muralhas vermelhas de Marráquexe
e a multidão que a teu lado caminha
na porta de Essaouira
Que pena que já não vejas
os jacarandás, as roseiras, as bungavílias dos jardins
que já não oiças o som da água nas fontes
que não escutes o silêncio dos pátios
que não vejas as estrelas nos terraços
Que pena que já não possas alisar com a mão
os azulejos do Palácio Bahia
Que pena que já não vejas todas
as coisas que amavámos
que não caminhes, não sintas, não te percas
em Marráquexe - a mais bela das cidades do Sul.
Poema escrito pela mulher e pelos oito filhos de John Hopkins, um inglês que viveu 22 anos em Marráquexe.
No stress
"Então rapaz, pelos vistos a tua viagem não começou nada bem, mas não percas a calma porque vai melhorar de certeza. Desejo que te corra tudo melhor daqui para a frente. Um abraço,
J.A"
NOTA: Amigo, aquele abraço. Não me sinto lá muito bem a nível de saúde... AAS
J.A"
NOTA: Amigo, aquele abraço. Não me sinto lá muito bem a nível de saúde... AAS
PAIC-PALOP - A bagunça total
Caro Aly,
Há um mês atrás, fiz circular pelos PALOP esta carta (em bold) dirigida a
colegas dos jornais, expondo a situação deste projecto cultural. Como a situação se encontra num impasse com clara perda para todos os artistas dos 5 países, permito-me sugerir a publicação dum pequeno artigo que agora junto. É um caso lamentável que as autoridades guineenses não assumam posição neste assunto! Esperando que esteja tudo bem consigo e que goze umas boas férias.
R.M.C.
PAIC-PALOP... SALVEM-NO!!!
Quando há alguns meses atrás, por ocasião da saída do seu gestor, nos referimos aqui ao PAIC-PALOP (Projecto de Apoio à intervenção Cultural nos PALOP) projecto sediado em Bissau, mas com carácter regional PALOP, previmos complicações pela forma como tudo foi levianamente tratado. Ora, elas aí estão! Entre o diz que assume ou não assume da consultora belga, o quer isto ou aquilo, os responsáveis em Bissau estão a transmitir uma má imagem da nossa capacidade de gestão dum projecto regional.
Não nos admiremos que em Maputo, Praia ou Luanda, os agentes culturais e até as autoridades se interroguem já se a decisão de entregar este projecto à Guiné-Bissau não terá sido precipitada!
O Ministro Artur Silva, e o Secretário de Estado Fernando Saldanha, não
foram antes ouvidos! Batam agora o pé e exijam uma solução rápida!
Se a consultora nº1 ganhou graças aos curricula dos peritos que já não estão… e se o processo “não vai, nem racha”. Então chamem o concorrente nº 2 ou nº3, mas não fiquem nas mãos de quem mostra ser como as “enguias”… fugitivo!
JOMAV, já viste? Isto de ficar nas mãos dos europeus, só dá mau resultado!
Arregaça as mangas, faz justiça: PAIC-PALOP …. Salvem-no!!! Artistas e agentes culturais dos 5 países ficarão gratos, pois tem havido tão pouco dinheiro para a cultura que “deitar fora 2 milhões e tal de euros” é crime de lesa majestade!!!
«Caro colega,
Regresso a si, pois tive conhecimento das dificuldades que o projecto PAIC-PALOP está a enfrentar. O que se passa é que na anterior gestão do Dr. Luís Machado tinha sido programado que o projecto seria executado em 3 fases: a primeira preparatória e 2 fases de execução. Este procedimento ainda que sendo mais trabalhoso, facilitaria na questão financeira, sobretudo no que diz respeito às garantias bancárias a apresentar pela consultora.
Numa última reunião, onde estiveram presentes o Dr. Luís Machado e o seu sucessor (o actual gestor), todos concordaram que iam fazer só uma fase de execução. O Dr. Luís Machado, ao que julgo, na altura, chamou a atenção para o facto de terem que avançar com uma garantia bancária enorme que cobriria quase todo o remanescente do projecto. Na altura, ninguém se preocupou!!!
Agora e há cerca de um mês que a Consultora belga Transtec está num braço de ferro com a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional (CAON) e a Delegação da UE em Bissau, pois querem ver se não têm que apresentar garantia bancária para os valores das subvenções (que são pouco mais de 1 milhão de euros).
Ora isto é inadmissível, pois a TRANSTEC assumiu um compromisso e se têm dificuldades em obter tal garantia bancária, a CAON e a Delegação da EU só têm que os afastar e convidar a segunda empresa para assumir o projecto tal como está.
Parece-me que a segunda empresa da lista (UCCLA, têm actualmente um projecto em curso com a Câmara Municipal da Praia e de Bissau) estaria disposta a avançar, se fosse convidada para isso. E eles, ao que julgo, não têm problema em arranjar a garantia bancária!
A OUTRA SOLUÇÃO SERÁ ACABAR COM O PROJECTO E PERDER ESTE DINHEIRO TODO!
O Ministério da Cultura guineense que é o principal actor representante de todos os Ministérios da Cultura, e o Moçambicano estão na disponibilidade de sugerir que os belgas da Transtec sejam afastados e que se avance com um convite ao número 2 da lista, com toda a rapidez, para até Julho ter o projecto a funcionar de facto.
A bem dos actores e agentes culturais dos PALOP que tantas dificuldades têm tido, sugiro-lhe que ajude a resolver esta situação através de um artigo no seu jornal.
Atenciosamente,
R. M. C.
Há um mês atrás, fiz circular pelos PALOP esta carta (em bold) dirigida a
colegas dos jornais, expondo a situação deste projecto cultural. Como a situação se encontra num impasse com clara perda para todos os artistas dos 5 países, permito-me sugerir a publicação dum pequeno artigo que agora junto. É um caso lamentável que as autoridades guineenses não assumam posição neste assunto! Esperando que esteja tudo bem consigo e que goze umas boas férias.
R.M.C.
PAIC-PALOP... SALVEM-NO!!!
Quando há alguns meses atrás, por ocasião da saída do seu gestor, nos referimos aqui ao PAIC-PALOP (Projecto de Apoio à intervenção Cultural nos PALOP) projecto sediado em Bissau, mas com carácter regional PALOP, previmos complicações pela forma como tudo foi levianamente tratado. Ora, elas aí estão! Entre o diz que assume ou não assume da consultora belga, o quer isto ou aquilo, os responsáveis em Bissau estão a transmitir uma má imagem da nossa capacidade de gestão dum projecto regional.
Não nos admiremos que em Maputo, Praia ou Luanda, os agentes culturais e até as autoridades se interroguem já se a decisão de entregar este projecto à Guiné-Bissau não terá sido precipitada!
O Ministro Artur Silva, e o Secretário de Estado Fernando Saldanha, não
foram antes ouvidos! Batam agora o pé e exijam uma solução rápida!
Se a consultora nº1 ganhou graças aos curricula dos peritos que já não estão… e se o processo “não vai, nem racha”. Então chamem o concorrente nº 2 ou nº3, mas não fiquem nas mãos de quem mostra ser como as “enguias”… fugitivo!
JOMAV, já viste? Isto de ficar nas mãos dos europeus, só dá mau resultado!
Arregaça as mangas, faz justiça: PAIC-PALOP …. Salvem-no!!! Artistas e agentes culturais dos 5 países ficarão gratos, pois tem havido tão pouco dinheiro para a cultura que “deitar fora 2 milhões e tal de euros” é crime de lesa majestade!!!
«Caro colega,
Regresso a si, pois tive conhecimento das dificuldades que o projecto PAIC-PALOP está a enfrentar. O que se passa é que na anterior gestão do Dr. Luís Machado tinha sido programado que o projecto seria executado em 3 fases: a primeira preparatória e 2 fases de execução. Este procedimento ainda que sendo mais trabalhoso, facilitaria na questão financeira, sobretudo no que diz respeito às garantias bancárias a apresentar pela consultora.
Numa última reunião, onde estiveram presentes o Dr. Luís Machado e o seu sucessor (o actual gestor), todos concordaram que iam fazer só uma fase de execução. O Dr. Luís Machado, ao que julgo, na altura, chamou a atenção para o facto de terem que avançar com uma garantia bancária enorme que cobriria quase todo o remanescente do projecto. Na altura, ninguém se preocupou!!!
Agora e há cerca de um mês que a Consultora belga Transtec está num braço de ferro com a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional (CAON) e a Delegação da UE em Bissau, pois querem ver se não têm que apresentar garantia bancária para os valores das subvenções (que são pouco mais de 1 milhão de euros).
Ora isto é inadmissível, pois a TRANSTEC assumiu um compromisso e se têm dificuldades em obter tal garantia bancária, a CAON e a Delegação da EU só têm que os afastar e convidar a segunda empresa para assumir o projecto tal como está.
Parece-me que a segunda empresa da lista (UCCLA, têm actualmente um projecto em curso com a Câmara Municipal da Praia e de Bissau) estaria disposta a avançar, se fosse convidada para isso. E eles, ao que julgo, não têm problema em arranjar a garantia bancária!
A OUTRA SOLUÇÃO SERÁ ACABAR COM O PROJECTO E PERDER ESTE DINHEIRO TODO!
O Ministério da Cultura guineense que é o principal actor representante de todos os Ministérios da Cultura, e o Moçambicano estão na disponibilidade de sugerir que os belgas da Transtec sejam afastados e que se avance com um convite ao número 2 da lista, com toda a rapidez, para até Julho ter o projecto a funcionar de facto.
A bem dos actores e agentes culturais dos PALOP que tantas dificuldades têm tido, sugiro-lhe que ajude a resolver esta situação através de um artigo no seu jornal.
Atenciosamente,
R. M. C.
A 'fórmula' para extorquir e humilhar os guineenses
"Olá Caro Aly,
Espero que este correio electrónico te encontre em melhores condições. Acabei de ler o teu posting sobre o ocorrido na Gâmbia. Acho que as autoridades policiais, militares e aduaneiras já encontraram uma fórmula de intimidar, burlar e saquear os guineenses, usando o pretexto "droga" para lançarem as suas ofensivas contra as pessoas clara e facilmente identificadas como sendo da Guiné-Bissau.
Eu tenho a plena certeza de que haverá centenas de outros guineenses anteriormente confrontados com a mesma situação. Mas em que parte do mundo uma pessoa é meticulosamente "revistada" com base numa simples "desconfiança" baseada no penteado do cabelo ou na origem da pessoa?
Como se isto não bastasse, uma outra pessoa da autoridade estraga a tua viatura e nem sequer pede desculpas ou oferece "reparações" pelos danos causados. Serão estas atitudes aceitáveis num país com mínimos direitos civis? O que te aconteceu é uma aberração e uma grande injustiça.
Se os guineenses - sobretudo o Governo guineense - não contestarem e repudiarem esta atitude inaceitável da nossa vizinha, haverá riscos de maiores incidentes e outras situações perigosas que poderão prejudicar gravemente o relacionamento entre os dois países.
Tomarei a iniciativa de fazer chegar esta mensagem às autoridades governamentais e civis da Guiné-Bissau, mesmo sabendo que tantas outras pessoas já o terão feito, já que o teu bloque é lido por muitos, incluindo diplomatas e pessoas nas posições de autoridade na Guiné-Bissau.
De resto, desejo-te a melhor sorte durante esta tua jornada. Que Deus te proteja todos os dias!
Abraços,
U.D."
NOTA: Meu caro amigo, muito obrigado. Um abraço para ti e outro a repartir pelos nossos irmãos nos States. Aly
Espero que este correio electrónico te encontre em melhores condições. Acabei de ler o teu posting sobre o ocorrido na Gâmbia. Acho que as autoridades policiais, militares e aduaneiras já encontraram uma fórmula de intimidar, burlar e saquear os guineenses, usando o pretexto "droga" para lançarem as suas ofensivas contra as pessoas clara e facilmente identificadas como sendo da Guiné-Bissau.
Eu tenho a plena certeza de que haverá centenas de outros guineenses anteriormente confrontados com a mesma situação. Mas em que parte do mundo uma pessoa é meticulosamente "revistada" com base numa simples "desconfiança" baseada no penteado do cabelo ou na origem da pessoa?
Como se isto não bastasse, uma outra pessoa da autoridade estraga a tua viatura e nem sequer pede desculpas ou oferece "reparações" pelos danos causados. Serão estas atitudes aceitáveis num país com mínimos direitos civis? O que te aconteceu é uma aberração e uma grande injustiça.
Se os guineenses - sobretudo o Governo guineense - não contestarem e repudiarem esta atitude inaceitável da nossa vizinha, haverá riscos de maiores incidentes e outras situações perigosas que poderão prejudicar gravemente o relacionamento entre os dois países.
Tomarei a iniciativa de fazer chegar esta mensagem às autoridades governamentais e civis da Guiné-Bissau, mesmo sabendo que tantas outras pessoas já o terão feito, já que o teu bloque é lido por muitos, incluindo diplomatas e pessoas nas posições de autoridade na Guiné-Bissau.
De resto, desejo-te a melhor sorte durante esta tua jornada. Que Deus te proteja todos os dias!
Abraços,
U.D."
NOTA: Meu caro amigo, muito obrigado. Um abraço para ti e outro a repartir pelos nossos irmãos nos States. Aly
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Ah, Dakar...perdão, Bissau
Manhã cedo, o telefone toca: 'Há tiros na zona do Alto Bandim'... E eu com isso?
Acordei cedo, pouco antes das 8 da manhã. E não posso dizer que tive uma boa noite de sono. Porque não tive. Depois de escrever o post que hoje leram, deu-me um ataque repentino de frio. Desliguei o ar condicionado e enfiei-me na cama com as calças e a t-shirt vestidos. Quando acordo...tinha a cama completamente encharcada. Parece que foi cansaço: saí de Bissau às 6 e qualquer coisa da madrugada e só cheguei a Dakar às 22h... Contudo, nada me pára. O Toyota está na oficina. AAS
Acordei cedo, pouco antes das 8 da manhã. E não posso dizer que tive uma boa noite de sono. Porque não tive. Depois de escrever o post que hoje leram, deu-me um ataque repentino de frio. Desliguei o ar condicionado e enfiei-me na cama com as calças e a t-shirt vestidos. Quando acordo...tinha a cama completamente encharcada. Parece que foi cansaço: saí de Bissau às 6 e qualquer coisa da madrugada e só cheguei a Dakar às 22h... Contudo, nada me pára. O Toyota está na oficina. AAS
Para começar: pode ser um mau sinal
A minha aventura num Toyota Camry CE, para chegar a Lisboa, não podia ter começado da pior maneira.
Saí bem cedo de Bissau. Em S. Domingos, visitei o meu bom amigo Otávio onde bebi 2 nescafés. Às 9:30 da manhã, arranquei rumo à fronteira de N´Pack. Desta vez e ao contrário da última visita que fiz a Dakar, empurrado por alguns amigos, lá fui por Binjona. E tudo começou a correr mal.
Cheguei a Banjul e rumei para a zona portuária. A minha primeira impressão dos ferry boat? Óptima (que se lixe o acordo ortográfico!). E então, do nada, surge uma figura de tez escura (azul metalizado?), olhos vermelhos como os de um djambatuto que, sem sequer me cumprimentar, ofereceu-se para me meter no próximo ferry. 'Go, go!', gritava-me num inglês pior do que o meu... Não desconfiei dele. Mas devia.
Assim que engato a mudança no D e arranco, ouço pancadas no porta bagagens. Era alguém, obviamente; Mas, o que quereria ele com aquela atitude? Assustar-me? Eu mesmo? Nããããã.
Saí disparado do carro e grito o meu já conhecido «fuck!» (o meu inglês não vai muito por aí além, mas ocorrem-me outras palavras como «bullshit», «fuck you», «Motherfucker». Ou esta, especialmente reservada aos francófonos: o «casse-toi pauvre con!».
Ele encara-me pela primeira vez. Encaramo-nos. E surge mais um. Eram polícias da imigração. Num ai, pede-me os documentos do carro e depois que saia do carro. «Não confio em ti», disse-me. De facto, ninguém confiaria em mim com este ar de vagabundo pedrado! Expliquei-lhe por que razão estava naquele momento na Gâmbia e contei-lhe o meu percurso. Nada.
DROGA. «O não confio em ti» afinal queria dizer «tens droga escondida algures, no carro». O tanas é que tenho. «Vai buscá-la», ripostei. E o que eu fui dizer. Três horas depois (3!), o meu carro ainda era minuciosamente revistado, até esvaziaram o pneu sobressalente!!! Depois, quando viram que não havia droga nenhuma (ou, como não viram droga nenhuma, o que vai dar ao mesmo...), lá me contaram a verdadeira farsa, que eu tardava em descobrir: sacaram-me 1.160 Dalasi, o equivalente a 20.000 fcfa. Menos maus, pensei. Quero sair daqui, e já! - pensei.
A REVELAÇÃO: Na semana passada um cidadão guineense foi preso no mesmo porto, quando descobriram numa revista de rotina ao seu automóvel, cocaína. Pagamos todos, ok, ok.
Entretanto, havia já perdido 3 ferry's. E o pior estava para vir. E havia de perder mais um ferry. Afinal, hoje (2ª feira) o presidente-feiticeiro Yayah Jameh irá fazer um périplo por mar a todos os recantos (os que contam) do País. E por isso, o porto estava cheio de militares, de carros militares, de carros do Governo, ambulâncias, e até postos de iluminação móveis alimentados e 'pregados' a enormes geradores brancos.
«Go!, go!...fast, fast my brother» - udju di djambatuto de novo. Sentia-se agora rico com os 580 dalasi no bolso. Os meus dalasi!!! E até já havia comprado um tubo de pasta de dentes com o sugestivo nome...Angola (quem lava mais branco?).
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Na Gâmbia, disse-me um guineense que também ia atravessar, há um enorme respeito pelo Estado. Ou seja: um carro do Estado gambiano faz o que faz ao meu carro, e fica assim: não aparece a polícia e quem arde é o bacalhau!
Vou fazer uma exposição à nossa embaixadora na Gâmbia, com conhecimento da Embaixada da Gâmbia em Bissau e do Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Ainda bem que há carros do Governo da Gâmbia em Bissau...
E o capot? Bom, até agora, não abre. Resultado: Tive que fazer um desvio para entrar em Dakar (a rota seria Kaolack, Thies, St. Louis e, depois, entrar na Mauritânia e atravessá-la logo, logo). Amanhã, oficina (o que é bom).
MAS NEM TUDO É MAU
Em Dakar, hoje e amanhã, por causa do bate-chapa e de uma ou outra afinação, ficarei sumptuosamente instalado no quarto 421 do Le Meridien President, e a dormir numa cama do tamanho do meu quarto de Bissau!!! Ah, pois - querer é poder!!!Embrulhem, e muito boa noite para mim!
Uma coisa é certa: vou amar cada kilómetro que percorrer.
P.S. - O próximo alvo: Mauritânia, e, a seguir o monstro: Marrocos - cerca de 3000 kilómetros. Há, contudo, uma coisa que não posso perder aqui: a paciência. Caso contrário, estarei fo-di-do (perdoar-me-ão...mas já viram a que horas escrevi este post?!).AAS
Saí bem cedo de Bissau. Em S. Domingos, visitei o meu bom amigo Otávio onde bebi 2 nescafés. Às 9:30 da manhã, arranquei rumo à fronteira de N´Pack. Desta vez e ao contrário da última visita que fiz a Dakar, empurrado por alguns amigos, lá fui por Binjona. E tudo começou a correr mal.
Cheguei a Banjul e rumei para a zona portuária. A minha primeira impressão dos ferry boat? Óptima (que se lixe o acordo ortográfico!). E então, do nada, surge uma figura de tez escura (azul metalizado?), olhos vermelhos como os de um djambatuto que, sem sequer me cumprimentar, ofereceu-se para me meter no próximo ferry. 'Go, go!', gritava-me num inglês pior do que o meu... Não desconfiei dele. Mas devia.
Assim que engato a mudança no D e arranco, ouço pancadas no porta bagagens. Era alguém, obviamente; Mas, o que quereria ele com aquela atitude? Assustar-me? Eu mesmo? Nããããã.
Saí disparado do carro e grito o meu já conhecido «fuck!» (o meu inglês não vai muito por aí além, mas ocorrem-me outras palavras como «bullshit», «fuck you», «Motherfucker». Ou esta, especialmente reservada aos francófonos: o «casse-toi pauvre con!».
Ele encara-me pela primeira vez. Encaramo-nos. E surge mais um. Eram polícias da imigração. Num ai, pede-me os documentos do carro e depois que saia do carro. «Não confio em ti», disse-me. De facto, ninguém confiaria em mim com este ar de vagabundo pedrado! Expliquei-lhe por que razão estava naquele momento na Gâmbia e contei-lhe o meu percurso. Nada.
DROGA. «O não confio em ti» afinal queria dizer «tens droga escondida algures, no carro». O tanas é que tenho. «Vai buscá-la», ripostei. E o que eu fui dizer. Três horas depois (3!), o meu carro ainda era minuciosamente revistado, até esvaziaram o pneu sobressalente!!! Depois, quando viram que não havia droga nenhuma (ou, como não viram droga nenhuma, o que vai dar ao mesmo...), lá me contaram a verdadeira farsa, que eu tardava em descobrir: sacaram-me 1.160 Dalasi, o equivalente a 20.000 fcfa. Menos maus, pensei. Quero sair daqui, e já! - pensei.
A REVELAÇÃO: Na semana passada um cidadão guineense foi preso no mesmo porto, quando descobriram numa revista de rotina ao seu automóvel, cocaína. Pagamos todos, ok, ok.
Entretanto, havia já perdido 3 ferry's. E o pior estava para vir. E havia de perder mais um ferry. Afinal, hoje (2ª feira) o presidente-feiticeiro Yayah Jameh irá fazer um périplo por mar a todos os recantos (os que contam) do País. E por isso, o porto estava cheio de militares, de carros militares, de carros do Governo, ambulâncias, e até postos de iluminação móveis alimentados e 'pregados' a enormes geradores brancos.
«Go!, go!...fast, fast my brother» - udju di djambatuto de novo. Sentia-se agora rico com os 580 dalasi no bolso. Os meus dalasi!!! E até já havia comprado um tubo de pasta de dentes com o sugestivo nome...Angola (quem lava mais branco?).
O meu carro foi o segundo a entrar no ferry, logo atrás de um carro do Governo da Gâmbia (na foto). Estaciono uns 20 cm atrás - ordens do arrumador. E sinto um baque e dou um salto dentro do carro: olho e não queria acreditar no que os meus lindos olhos viam: tinha a traseira do enorme Land Cruiser 'sentado' no capot do meu carro!!!
O condutor saiu calmamente - eu já estava aos gritos e aos berros, estava até capaz de o atirar borda fora, olhou para o disparate que acabara de fazer, e voltou a entrar no Land Cruiser e encaixou a primeira e saiu calmamente. De cima do capot do meu carro, bem entendido.
Eu, apenas queria a polícia. Mas qual polícia? Na Gâmbia, disse-me um guineense que também ia atravessar, há um enorme respeito pelo Estado. Ou seja: um carro do Estado gambiano faz o que faz ao meu carro, e fica assim: não aparece a polícia e quem arde é o bacalhau!
Vou fazer uma exposição à nossa embaixadora na Gâmbia, com conhecimento da Embaixada da Gâmbia em Bissau e do Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Ainda bem que há carros do Governo da Gâmbia em Bissau...
E o capot? Bom, até agora, não abre. Resultado: Tive que fazer um desvio para entrar em Dakar (a rota seria Kaolack, Thies, St. Louis e, depois, entrar na Mauritânia e atravessá-la logo, logo). Amanhã, oficina (o que é bom).
MAS NEM TUDO É MAU
Em Dakar, hoje e amanhã, por causa do bate-chapa e de uma ou outra afinação, ficarei sumptuosamente instalado no quarto 421 do Le Meridien President, e a dormir numa cama do tamanho do meu quarto de Bissau!!! Ah, pois - querer é poder!!!Embrulhem, e muito boa noite para mim!
Uma coisa é certa: vou amar cada kilómetro que percorrer.
P.S. - O próximo alvo: Mauritânia, e, a seguir o monstro: Marrocos - cerca de 3000 kilómetros. Há, contudo, uma coisa que não posso perder aqui: a paciência. Caso contrário, estarei fo-di-do (perdoar-me-ão...mas já viram a que horas escrevi este post?!).AAS
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Cônsul da Guiné-Bissau em Piacenza indiciado pela polícia italiana
Agentes da DIGOS (polícia especial de investigação do Estado) entraram ontem no escritório de Luciano Zilocchi, onde funciona o consulado da Guiné-Bissau, em Piacenza, Itália, e confiscaram várias pastas com documentos. Esta busca e apreensão de documentos foi confirmado por Michelle Morenhi, advogado de Luciano Zilocchi:”Existem investigações em curso”, disse, preferindo, contudo, manter em segredo as razões da mesma.
Segundos relatos, duas razões podem ter estado na origem desta investigação policial: a primeira tem que ver com o cargo de Cônsul que Zilocchi ocupa vai para mais de 20 anos (o advogado põe essa possibilidade de lado, uma vez que o seu cliente foi nomeado por Decreto Presidencial e a pedido do Estado da Guiné-Bissau); a segunda, tem que ver com os investigadores: querem investigar a fundo o trabalho do Cônsul, que, durante mais de 20 anos processou vários documentos, incluindo a emissão de passaportes da Guiné-Bissau). Para já, Luciano Zilocchi fecha-se em copas. Mas falará quando a Justiça o intimar.
Ontem mesmo, ditadura do consenso alertava para as situações dos consulados da Guiné-Bissau em Piacenza e Roma... AAS
Segundos relatos, duas razões podem ter estado na origem desta investigação policial: a primeira tem que ver com o cargo de Cônsul que Zilocchi ocupa vai para mais de 20 anos (o advogado põe essa possibilidade de lado, uma vez que o seu cliente foi nomeado por Decreto Presidencial e a pedido do Estado da Guiné-Bissau); a segunda, tem que ver com os investigadores: querem investigar a fundo o trabalho do Cônsul, que, durante mais de 20 anos processou vários documentos, incluindo a emissão de passaportes da Guiné-Bissau). Para já, Luciano Zilocchi fecha-se em copas. Mas falará quando a Justiça o intimar.
Ontem mesmo, ditadura do consenso alertava para as situações dos consulados da Guiné-Bissau em Piacenza e Roma... AAS
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Dolce fare niente
As autoridades italianas recusaram, diplomaticamente, a abertura de uma embaixada da Guiné-Bissau em Roma. "Não é a altura adequada", responderam à solicitação manifestada por Bissau.
As más condutas dos cônsules Luciano Zilocchi (Piacenza) e Roberto Tomsini (Roma) estarão na base desta recusa pela parte italiana. Recorde-se que o Presidente 'Nino' Vieira, durante uma estadia em Itália, havia solicitado o encerramento dos dois consulados. Até hoje... A 'resposta' italiana aí está para lhe dar razão. AAS
As más condutas dos cônsules Luciano Zilocchi (Piacenza) e Roberto Tomsini (Roma) estarão na base desta recusa pela parte italiana. Recorde-se que o Presidente 'Nino' Vieira, durante uma estadia em Itália, havia solicitado o encerramento dos dois consulados. Até hoje... A 'resposta' italiana aí está para lhe dar razão. AAS
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