quinta-feira, 13 de agosto de 2015
QUEDA DO GOVERNO: Angola apela a Guiné-Bissau a consolidar instituições de direito
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, apelou hoje (quinta-feira), em Luanda, aos políticos da Guiné-Bissau a consolidarem e respeitarem as instituições de direito saídas das eleições gerais, no sentido de garantirem a pacificação do país e a confiança da comunidade internacional.
O governante angolano falava à Angop, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, momentos antes de embarcar para Gaberone, Botswana, a fim de participar no Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a decorrer de 14 a 15 do corrente.
Georges Chicoti comentava assim a decisão do Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, de demitir o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, segundo um decreto presidencial lido às 23h10 de quarta-feira, na Rádio Difusão Nacional.
“Ninguém vai fazer as coisas pelos guineeses se eles mesmos não respeitarem os conselhos que lhes são dados por Angola, pelo próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moo, pelos mediadores e por outras entidades envolvidas”, salientou.
O ministro aproveitou para fazer uma abordagem do processo de pacificação e classificou a situação de “preocupante pelo facto de a Guiné-Bissau ter chegado aonde chegou, depois da realização das suas eleições gerais”.
Considerou que, apesar da crise política “que parece ser profunda”, Angola continua a trabalhar, a nível das Nações Unidas, da União Africana (UA), da CPLP, da CDEAO e junto de outras organizações internacionais, no sentido de ajudar a Guiné-Bissau a voltar a normalidade política.
De acordo com o ministro, a nível da CPLP poderá ser convocado um encontro com os peritos para abordar o assunto, pelo que Angola reitera o seu apoio aos países que se envolvam no processo para pôr fim a crise.
O governante manifestou, no entanto, o receio de que a situação se agrave e que as Forças Armadas tomem novamente conta do poder político, o que não é bom para aquele país lusófono, que já tem recebido o apoio da comunidade internacional, tem garantido confiança dos guineenses para a reconstrução do país.
A questão essencial é que os políticos devem “respeitar o Governo eleito, consolidar as instituições, fazer a reforma do Exército e organizar o próprio Governo, para que se volte a normalidade na Guiné-Bissau”, concluiu.