sábado, 27 de setembro de 2014

ONU: Portugal pede apoio técnico e financeiro para Guiné-Bissau, e defende "força de estabilização alargada"


Portugal defendeu hoje nas Nações Unidas o apoio dos parceiros internacionais na capacitação técnica e assistência financeira à Guiné-Bissau, aproveitando o "virar de página" que representaram as eleições recentes naquele país lusófono.

Na sua intervenção na 69.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, saudou "a reposição da ordem constitucional, a realização de eleições livres e a tomada de posse de instituições democráticas legítimas, dois anos após o golpe de Estado de 2012, são uma nota de esperança".

Para o governante, está em causa um "efetivo 'virar de página' que deve ser aproveitado e apoiado". "Os parceiros internacionais podem e devem desempenhar um papel determinante em áreas como a capacitação técnica e a assistência financeira, apoiando as prioridades indicadas pela Guiné-Bissau", defendeu o chefe da diplomacia portuguesa.

Portugal sugeriu ainda que "seria adequada" uma força de estabilização baseada na ECOMIB (missão militar internacional na Guiné-Bissau), "possivelmente alargada a novos parceiros africanos e mandatada pelas Nações Unidas". Lusa

DROGA: Polícia confirma aumento do narcotráfico na Guiné-Bissau


O aviso foi feito pela polícia judiciária deste país africano usado como plataforma pelo narcotráfico colombiano. O número de pessoas a passar pela Guiné-Bissau como correio de droga está a aumentar, denunciou ontem o director nacional adjunto da Polícia Judiciária da Guiné-Bissau.

Apesar de a PJ ter feito apenas dez apreensões desde o início do ano a pessoas que transportavam estupefacientes no aeroporto de Bissau, para Faustino Aires dos Reis, citado pela Lusa, as evidências apontam para uma tendência.

"Com a dificuldade de transporte de droga de outras partes do mundo para chegar ao destino real", em grandes quantidades e passando pela Guiné-Bissau, "aumentou a percentagem dos correios" que levam quantidades mais reduzidas, referiu.

Segundo explicou, o narcotráfico de grande escala está inibido devido à vigilância crescente, que envolve autoridades internacionais e ganhou mediatismo em 2013, com a detenção do antigo chefe da marinha guineense, Bubo na Tchuto, apanhado ao largo de Cabo Verde por uma brigada de combate ao tráfico de droga dos Estados Unidos.

O contra-almirante era considerado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como o principal narcotraficante na Guiné-Bissau. Em Abril de 2010, os EUA congelaram os bens de Bubo Na Tchuto e do chefe de Estado-Maior da Força Aérea da Guiné-Bissau, Ibrahima Papa Camará, por "desempenharem um papel significativo no tráfico de drogas".

"Se houvesse" grandes quantidades traficadas, a PJ já teria actuado, reforça Faustino Aires dos Reis. "Nós estamos atentos, embora com imensas dificuldades" ao nível dos recursos disponíveis, reconheceu o director nacional adjunto. A Polícia Judiciária mostrou hoje mais de um quilo de cocaína apreendida a três jovens que, na terça-feira, entraram no país pelo aeroporto de Bissau.

A droga estava enrolada em pequenos casulos de plástico: um dos suspeitos ingeriu 29, os outros dois traziam no corpo cerca de 80 cada um. Também esta semana, uma outra pessoa foi detida com 27 quilos de liamba em plena capital, com a erva carregada em fardos também hoje exibidos. O mesmo homem, oriundo do sul do país, para além de negociar liamba, levava cocaína para a área de residência. Os três estão sujeitos a prisão preventiva, anunciou a PJ.

Já esta semana, o Ministério da Administração Interna (MAI) da Guiné-Bissau anunciou a detenção de uma pessoa e a apreensão de 47 quilos de liamba e viaturas pertencentes a uma rede de tráfico de droga que operava por terra. Há meses que as autoridades norte-americanas de luta antidroga vêm advertindo que a guerrilha colombiana está envolvida no narcotráfico na Guiné-Bissau.

Estas acusações foram reiteradas recentemente por responsáveis norte-americanos durante uma audiência na Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado dos Estados Unidos. Durante uma audiência sobre este tema, diversos peritos afirmaram haver a necessidade de os países europeus darem uma maior contribuição para o combate a esse tráfico.

Michael Braun, que até recentemente foi director de operações da Agência de Combate à Droga (DEA), disse que a Europa "está à beira de uma catástrofe de abuso e tráfico de drogas semelhante àquela que os Estados Unidos sofreram há 30 anos atrás".

Braun e outros peritos que compareceram perante a comissão disseram que a situação se deverá deteriorar. Os riscos de traficar cocaína para Europa são agora menores do que para os Estados Unidos, os lucros maiores e a procura futura deverá aumentar, acrescentaram.

O actual chefe de operações da DEA, Thomas Harrigan, declarou que "traficantes colombianos e venezuelanos" estão "enraizados" na África ocidental e cultivaram relações de longo prazo com redes criminosas africanas para facilitar as suas actividades na região. Ionline com Agência Lusa

PEDIDO: Inventem uma espécie de Viagra para 'levantar' países como o meu, por favor

OPINIÃO: É outono na minha alma


"A cantata era: "eh, pa fulano pediu-me que intercedesse junto de ti para que parasses...", ou "beltrano disse-me 'eh, ma ami n'ka tene sorti'...". Tudo isto deixa-me, obviamente, bastante reconfortado. E aos pulos!

Numa mesa de café, alguém da Segurança do Estado pedia-me quase de joelhos no chão que "parasse" um pouco, que os "deixasse respirar". A minha resposta? Um sorriso maroto. E uma provocação: 'amigo, lala quema!'. E depois ainda, o troco: "ainda bem que esses palermas têm medo de alguma coisa"...

Digo o que quero. E di-lo-ei as vezes que tiver de o dizer. Não tenho medo de assumir as responsabilidades - de que todos fogem - que houver que assumir. Não estou para aqui com meias tintas. Que me ataquem, que me critiquem. Sei que muitos devem estar um pouco combalidos com o ditadura do consenso...devemos atrever-nos, devemos ter a coragem de dizer as verdades.

Não importa o que digam aqueles que nada sabem, ou, aqueles que, ainda sabendo, pouco ou nada acrescentam. Pouco me importa o que dizem os 'cumentadores' ou os 'paineleiros' de certos meios... O último a rir é quem ri melhor, já se dizia!

No ditadura do consenso, abordam-se problemas, casos pertinentes, luta-se pela melhoria da governação, e, por tabela, pelo bem-estar deste Povo humilde. Devemos ser capazes de reconhecer os nossos próprios erros precisamente por isso - porque só assim se alcança o objectivo que se pretende atingir.

Quem me dera ver os meus governantes com: entusiasmo, seriedade, dignidade, orgulho, consciência do bem! Ah, quem me dera!!! AAS
"

ÉBOLA


A NOVA HORTA DO TIO RUI/NOTÍCIA DC: Ex-PM guineense de transição Rui Barros, vai passar um brilhante ano em Timor Leste. Motivo? Nas mãos, terá um fundo milionário para gerir, criado especialmente para países pequenos - quase todos problemáticos - e onde, claro, se inclui a famosa Guiné-Bissau. A transição continua...overseas! AAS

TRAGÉDIA COM MINA: Hospital Simão Mendes não está preparado; o País simplesmente não consegue


Segundo a RTP, que filmou a chegada dos feridos ao hospital Simão Mendes, "instalou-se a confusão" porque "não havia condições" para tratar dos sobreviventes. Doeu fundo. Engoli em seco.

Caros amigos, isto é extremamente preocupante: como é que o maior hospital do País NÃO consegue sequer lidar com a pressão de receber dezenas de cadáveres (com os quais, infelizmente, nada se pode fazer) e menos ainda tratar as quinze pessoas que ficaram feridas no acidente e precisavam urgentemente de cuidados? Sim, quinze feridos?! Enterrar os mortos, cuidar dos feridos - alguém se lembrou? Não me parece.

A confusão que se instalou no corredor do hospital - eu vi as imagens - com médicos, enfermeiros, gente anónima, talvez alguns familiares, e, até de curiosos torna impossível, desastroso mesmo qualquer hipótese de sucesso. É a desorganização total, à moda da Guiné-Bissau. Confusão total. É triste, deixem que vos diga, é triste continuar a ver irmãos nossos, do mesmo sangue a serem tratados como números.

Às autoridades:
Ponham ordem na Guiné-Bissau! Ponham ordem nesse caos.

E, não, aquela mina não estava lá desde a luta da nossa independência. Ou foi 'plantada' por alturas da guerra civil de 1998/99 ou então alguém - as autoridades - vão ter muito que explicar. Para já, fica o balanço deste acidente ímpar na nossa hitória recente: morreram 22 pessoas, quase todas da mesma família.

Esta fatalidade vem apenas comprovar isto: Guiné-Bissau é mais frágil, muito mais frágil do que aparenta. O guineense quer apenas chegar ao poder, ainda que sem saber como chegou. Depois, bem depois é deixar estar...tipo: i ka ami ku danal, i ka ami ku na kumpul. Tristeza de merda! AAS


CONFIRMADA NOTÍCIA DC: 21 mortos e 15 feridos, é o balanço trágico do rebentamento de uma mina anti tanque, que atingiu uma carrinha de transporte colectivo de passageiros. AAS

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

MASSACRE/NOTÍCIA DC: 22 pessoas morreram hoje, na estrada Binar/Bissorã, vítimas do rebentamento de uma mina anti carro. Agora pergunto: como é que esse engenho aparece, assim, do nada numa estrada? E responsabilidades? AAS

Suspeitos de matar bebé para vender o fígado

A polícia da Guiné-Bissau anunciou hoje a detenção de dois homens suspeitos de terem matado uma criança de dois anos a quem extraíram o fígado para o venderem por cerca de três mil euros.

Os dois irmãos encontram-se detidos no centro penitenciário de Mansoa, disse o tenente-coronel Samuel Fernandes, porta-voz do Ministério da Administração Interna (MAI) guineense.

O caso remonta a 2013, mas a polícia só agora conseguiu descobrir os autores do crime, acrescentou Fernandes, explicando que o alegado "comprador do fígado" da criança ainda está a monte. Lusa

Nova Iorque fora de horas



New York, New York

P.S.: Podiam era aproveitar e começar a tratar do visto de turismo para o tio Ntony...AAS

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

BOM NATAL/Ordenados: Guiné-Bissau promete pagar até ao final do ano salários atrasados


Os ordenados em atraso na função pública da Guiné-Bissau relativos a 2014 e 2013 vão ser pagos até final do ano, anunciou hoje o ministro das Finanças, que prometeu uma estratégia para os casos mais antigos, que remontam a 2000.

"O nosso objetivo é fecharmos o ano sem [vencimentos] atrasados de 2013 e 2014 e com uma pequena margem para efetuar despesa no início de 2015", referiu hoje Geraldo Martins, numa conferência de imprensa conjunta em Bissau com uma missão do Fundo Monetário Internacional.

Segundo o governante, está também a ser preparada uma estratégia para pagar vencimentos ainda mais antigos, desde o ano 2000. O governo quer ainda rever a auditoria já feita sobre os ordenados em atraso entre 2000 e 2007 e verificar o que ficou por pagar depois disso, para também proceder a esses pagamentos.

"Quando tivermos os números em cima da mesa vamos adotar uma estratégia para resolver os atrasados mais antigos. Pode passar pela inclusão gradual [de uma verba] nos orçamentos de Estado dos próximos anos", explicou. Os ordenados em atraso na função pública são um problema crónico na Guiné-Bissau que acarreta outros problemas: escolas que não funcionam ou serviços de saúde que não tratam doentes.

O novo governo promete impor disciplina fiscal, garantindo mais receitas de impostos para mudar o cenário de uma vez por todas. O ministro das Finanças quer ainda dar prioridade a alguma da dívida externa. Segundo referiu, há entidades que ainda não estão a desbloquear apoios para a Guiné-Bissau por causa de dívidas antigas que o novo governo quer resolver.

"Algumas instituições que estão a financiar projetos de desenvolvimento não estão neste momento a desembolsar precisamente porque há situações de dívida acumulada", explicou Geraldo Martins. Liquidar as contas que estão por pagar "pode dar alento à economia", destacou.

AMNISTIA/NOTÍCIA DC CONFIRMADA: O Presidente da República, José Mário Vaz, anunciou ontem, dia 24 de Setembro, que vai indultar cidadãos nacionais detidos no país, como gesto de perdão e reconciliação nacional da sociedade guineense. "Aproveito para tornar público que irei indultar cidadãos nacionais, como gesto simbólico de que é possível o perdão e a reconciliação no seio da nossa sociedade", disse o PR guineense. AAS

VERGONHA/Quotas: Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe impedidos de votar na ONU


Cinco países, entre os quais a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, estão impedidos de votar na 69.ª sessão anual da Assembleia-Geral da ONU por terem contribuições financeiras em atraso.

A lista dos países em falta, completada por Somália, República Centro-Africana e Comores, bem como o texto do artigo 19 da Carta das Nações Unidas que consagra a norma, encontram-se no site da organização, cujo órgão plenário se encontra reunido em Nova Iorque até 30 de setembro.

"Nos termos do Artigo 19 da Carta, um estado-membro com atrasos no pagamento das suas obrigações num montante igual ou superior às contribuições dos dois anos anteriores pode perder o seu direito de voto na Assembleia-Geral", lê-se na página da internet.

Embora o mesmo texto preveja uma exceção ("Poderá ser autorizada uma exceção se o Estado-membro puder provar que circunstâncias fora do seu controlo contribuíram para a sua impossibilidade de pagar"), neste caso, a proibição de voto já foi decidida e comunicada ao presidente da Assembleia-Geral da ONU.

"A 09 de setembro de 2014, o secretário-geral informou o presidente da Assembleia-Geral de que os seguintes cinco Estados membros têm pagamentos em atraso, nos termos do Artigo 19 da Carta das Nações Unidas e, por isso, não têm direito de voto na Assembleia-Geral durante a sua 69.ª sessão: República Centro-Africana, Comores, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Somália", indica a organização.

Os dois países lusófonos têm sido palco de tensão interna nos últimos dois anos. Na Guiné-Bissau, um golpe militar em 2012 colocou no poder um governo de transição, não reconhecido pela maior parte da comunidade internacional, um processo que só ficou concluído após eleições gerais, já este ano. Em São Tomé e Príncipe, o partido que havia vencido as eleições foi afastado numa moção de censura parlamentar, extremando a tensão política entre as partes. Lusa

Guiné-Bissau/FMI empresta 4,1 milhões: O acordo foi alcançado durante a visita de uma delegação do FMI à Guiné-Bissau que começou a 15 de setembro e terminou hoje com elogios às medidas que estão a ser tomadas pelo novo governo - eleito em abril e empossado em julho. AAS