quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Educação: Hoje não, amanhã talvez depois

- Os dois sindicatos de professores não desarmam e iniciaram hoje uma greve por um período de 30 dias - a 5ª deste ano lectivo. Estão em causa, segundo os sindicatos, dois meses de salários que o Governo deve aos professores, prometeu pagar, assinou até um memorando... mas não cumpriu. Para ser claro: o Governo mentiu porque assinou dizendo que pagava.
"Assinámos um cessar-fogo mas o Governo violou-o. Portanto, vamos para a guerra", sublinhou Luis Nancassa, um dos líderes sindicais, salvaguardando no entanto que se o Governo cumprir com a sua parte a greve será levantada imediatamente. Ou arriscamos a ter um ano lectivo nulo ou fracote - coisa a que, infelizmente, nos vão habituando com algum descaramento. Descurar a Educação pode vir a ser um desastre para este País;

- Presidente da República oferece jantar ao corpo diplomático e representantes de organismos internacionais, pela festa do Tabasky.
Mas talvez por a Guiné-Bissau ser um País laico é que Malam Bacai Sanha emendou logo a mão, prometendo outra festa "mais bem organizada", lá pelo Natal. De arromba ou não, é esperar para ver;

- Novo Embaixador de Cuba entrega cartas credenciais ao Presidente da República. Na sua alocução, disse trazer uma mensagem no sentido do desenvolvimento da Guiné-Bissau. AAS

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Guiné-Bissau: 600 mil eleitores, 37 partidos políticos + a UNODC

... Cada um mais quebrado que o outro. Ah, Guiné-Bissau, teus filhos fizeram-te dar tantas voltas, cambalhotas e reviravoltas, que te tornaste num País - desculpem mas tenho de, forçosamente, dizer isto... onde até as putas têm orgasmos! (e é bom desconfiar de uma terra assim...).

Não há alguém, um político, um djila, um trolha eu sei lá, para pôr ordem no País? Porque não congelar a Constituição e impormos uma ditadura social de 10 anos, com um regime presidencialista? Pensem no assunto e depois apitem.

- O Gabinete das Nações Unidas de combate ao tráfico de drogas - UNODC, tem uma missão no País. Qual é essa missão mesmo? Eu digo-vos: a sua missão consiste no apoio técnico às autoridades, para facilitar contactos e trocas de informações com os outros parceiros internacionais, e agilizar o desenvolvimento e a implementação do programa estratégico. Este programa exige especialistas - áreas da justiça, investigação, formação policial e gestão administrativa.

Presumo (mas isto sou eu) que, por ser tanta coisa, tanta trabalheira...é que a UNODC nada faz! E, ainda que soubesse da captura do barco 'Lamu Star' nas águas guineenses (um barco referenciado e procurado pela própria UNODC, o tenham deixado sair, lavando apenas as mãos, tal como Pilatos... AAS

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jogo amigável: Cabo Verde 2 - Guiné-Bissau 1

.... Mas se era mesmo 'amigável', porque não ficou 2 a 2?. AAS

PASEG: 6+6

No âmbito do PASEG - Programa de Apoio ao Sistema Educativo da Guiné-Bissau, apoiado pela Cooperação Portuguesa, chegaram na madrugada de ontem a Bissau seis professores portugueses, a que se juntarão outros tantos não tarda nada.
Ditadura do Consenso dá as boas vindas e deseja votos de muitos sucessos. AAS

Quase

"Oi Aly,

Como prometido, partilho contigo um texto de que gosto muito e que decerto já conheces.

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência.Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para erros há perdão; para fracassos, esperança; para amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal Batista da Silva

Aly,

Escolheste não viver no quase, nessa apatia e indiferença que corrompe e destrói a alma, que mata a esperança de um talvez. E mesmo quando as contrariedades da vida e a inteligência te fazem sofrer de crises de misantropia, queres continuar a acreditar.

Bem sabes que o caminho de seres tu próprio, essa coerência e fidelidade àquilo que és e que vives, está longe de ser o mais fácil. Sabes bem quem és, pequenino e frágil, ousado e corajoso, ao escolheres esse trilho tantas vezes solitário, mas que te permite viver pleno, em paz, fiel a quem és. Bem sabes que não deves ter de merecer a aprovação ou a amor de alguém, algo que é, por definição, gratuito. Mas é nesse desejo íntimo e profundo de seres e te sentires amado (como qualquer ser humano) que enraizas o desejo firme de continuares a viveres fiel àquela que sentes ser a tua missão, ousando ser, ousando lutar com palavras, ousando silenciar, ousando seres mal amado, ousando acreditar, ousando seres quem és.

E como diz e muito bem a citação de Wilde, "Só há no mundo uma coisa pior do que ser objecto de falatórios: é não o ser".

As pessoas podem não gostar ou simpatizar contigo. Estão no seu direito. Gostar é somente isso mesmo, um sentimento que não controlamos e que tantas vezes nasce da ignorância, do olhar comprometido perante a transparência de quem não usa máscaras, dos preconceitos de quem não ousa ousar, da insegurança e do medo de quem vê reflectido no outro aquilo que é ou que deseja ser... Já amar é uma escolha, uma opção feita de muita entrega e de cedências, de partilha desinteressada, de sofrimento, desse dom gratuito que não temos de merecer.

Pois bem. É verdade: quantas vezes não passou pelas nossas cabecinhas aquela vontade de esganar pessoas, talvez numa tentativa de fazê-las acordarem dos mundinhos medíocres e banais onde vivem? Temos vontade de sacudi-las e obrigá-las a serem mais perspicazes.
Acredito e sei que existem pessoas com boa disposição para serem honestas, lúcidas e, acima de tudo, íntegras. Seres capazes de perceber a pequenez do Homem, porém, não se apequenando com tal coisa. São pessoas que reconhecem as suas próprias imperfeições, mas nem por isso se acomodam. Ser assim não me provoca nenhuma culpa.

Às vezes, as pessoas preferem silenciar o que pensam por medo de serem incompreendidas ou mal interpretadas. Ora, pensar assim, até certo ponto, parece-me sensato. Mas, se tomado como regra diária e geral, transforma-nos em cínicos e cobardes, seres incapazes de correr o risco de provocar, mesmo sem intenção, o desconforto e a antipatia de determinados grupos. Afinal de contas, só os tolos e inseguros tentam agradar a todos. Somente os ingênuos ou dissimulados agem assim. Porque não suportam (nem comportam) a ideia de não parecerem perfeitos.


Acho que este é o TEU retrato (ou antes, o teu não retrato). E acredita que te compreendo.
Bem menino, não te vou dizer para leres O Principezinho, pois há muito que passaste na cadeira Introdução às relações humanas, mas que continues a ler a voz da tua alma e, sobretudo, a voz do teu coração. E que continues também a dar voz e expressão aos teus medos e inseguranças, pois é na humildade e na pequenez que se manifesta a verdadeira força de carácter.

Desculpa não estar propriamente muito inspirada, mas só quis escrever-te umas palavras neste dia tão especial.

Estamos juntos!
Mónica
"

M/R: Uau! Obrigado, Mónica. Beijinhos, Aly

Saúde rija

"Grande Homem,

Muitos parabéns, votos de saúde rija, longa vida, em suma tudo de bom para ti. Que o Bom Deus te abençoe agora e sempre. Muitos beijinhos da amiga de sempre,
F.M.L.
"

M/R: Olá, F. Obrigado e beijinhos. AAS

Um mimo da invicta

"Aly

Muitos parabéns e felicidades!
Que este seja mais um ano cheio de força para que a voz da Guiné-Bissau se faça ouvir. Tudo de bom!
Um mimo da cidade do Porto,
LG.
"

M/R: Olááááááááá... mimo bom! Beijos, AAS

País ímpar

"Meu caro Aly,

Parabéns, ainda bem que nao nasceste no dia 14 de novembro, porque, se não, já te tínhamos esquecido... como esqueceram o 14 de novembro de 1980.
Aly, nesta data, desejo e espero que a saúde, o amor, a felicidade e a coragem sejam os teus melhores amigos e que sejam também os teus anjos da guarda para que possas continuar a nos formar e informar sobre aquele país, ímpar do mundo.

Aly Silva parabéns
anu ta bai anu ta bin
ma bu kana bai nin un kau
pabia abo i yagu di mar
di tchon di budjugu
limpu nan pus

Aly Silva parabens
kumandanti di kaneta
busta na bu tempu
nkana falau koragen
nunka bu medi nada
din'na DI kil tempu
ku tempu ika era tempu
ku fadin tempu di es tempu

disa timberus
pa è bata timbera
kabu diskisi son
di bu ermons
ku sinta na tera di mel
ku gustu di sal

Aly Silva, a porta da nossa casa estará aberta, não precisas de dar a data de
chegada, telefona a dizer somente, que ja chegaste. Do teu amigo e admirador - fidju di kanua (Maio di UDIB
"

M/R: Nha ermon garandi...n'na bim gora i ka na tarda. Abraço garandi... AAS

Manga di anos

"Caro Amigo, Aly

Desejo-te muitas felicidades e que este dia se repita por muitos e muitos anos, e que o teu próximo aniverssário seja num ambiente melhor na nossa Terra.
Um grande abraço. Por favor transmita os meus cumprimentos ao Ferrage, quem foi meu condiscipulo. Ticha mais uma vez muito obrigado pelo teu trabalho.
S.F.
"

M/R: Comandante, aquele abraço. AAS

"Honroso e corajoso trabalho"

"Aly,

Quero começar por te dar os meus mais sinceros parabéns pelo teu aniversário.
Desejar-te as maiores felicidades e felicitar-te pelo honroso e corajoso trabalho que tens desenvolvido em beneficio desse bela terra e boa gente.
Ben hajas e que o meu Deus te abençoe e proteja sempre.
João Dias
Braga/Portugal
"

M/R: Obrigado, amigo. Abraço, AAS

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Abraço jubiloso

"Parabéns, Aly!!!

Passa um dia muito bom em muito boa companhia. Tu és uma presença diária na vida de muita gente que como eu te acompanha através do teu blog, és quase da família.
Tudo de bom para ti, um abraço jubiloso.
M.R."

M/R: Obrigado. Quanto à companhia... Quem sabe um dia, porque não? Beijinhos, AAS

Da terra do Samba

"Caro Ticha,

Ao abrir, como sempre, o meu 1º site informativo - o Ditadura do Consenso, aproveitei para te enviar este e-mail com os meus sinceros parabéns pelo teu 44º ano de vida. Continua valente como sempre foste (conheço-te desde tenra idade), e és, pois sei que nada te fará parar ou desanimar.

Sabes bem que muita gente está atenta às tuas informações. Eu estou sempre... Como sabes estou a viver no Brasil, com muita pena e com saudade de todos vocês. Saudades de Bissau, das ostradas, das serenatas, etc, mas estou tranquilo.

Mas acho que estou a perder a esperança de voltar para viver e morrer na minha, na nossa terra. Será? Quando? O futuro dirá.

Parabéns novamente por tudo; pelo aniversário, por aquilo que és e representas para muitos, mas muitos guineenses, pelo teu trabalho.

Aceita um abração do teu amigo

Tony Ferrage"

M/R: Nha amigo, n'disdjau, pubis na miskinhau. Obrigado, nha garandi. AAS

Jantar de aniversário de António Aly Silva, hoje, às 20.30h no restaurante OÁSIS, frente ao quartel da Marinha. AAS

"Baca ke ka ten rabu, Deus ke ta banal"

"Bom dia, Aly!

Feliz aniversário!!!
Agradeço o teu esforço em manter informado os teus conterrâneos sobre os acontecimentos da terra. Que Deus te abençoe! O que me faz te escrever hoje, o teu dia (Parabéns e felicidades), é a nossa Guiné-Bissau, cabaz que nô djunta.


A Guiné-Bissau um pequeno grande país só devia ser visto pelos seus filhos assim.
Isto é uma realidade para os que assim o podem ver e uma missão para os que assim o querem ver. A Guiné-Bissau é linda, rica e agradável, alguns filhos que não se dão conta.

Ontem pude ouvir uma missionária brasileira dizer o que de melhor se pode ouvir da Guiné-Bissau, essa sim conseguiu enxergar a verdadeira Guiné e em poucas palavras ela disse o seguinte: Terra abençoada por Deus, a mais linda que pude conhecer e com as melhores condições naturais que existem, com um povo acolhedor e amável, parto com dor e eu que pensei que iria partir alegre porque vou rever os meus.

Essa é a nossa Guiné, suavemente marcante.

Irmãos guineenses, eu quero lançar o desafio de todos unidos começarmos a falar, cantar e escrever da Guiné-Bissau que todos sonhamos ter, um pequeno grande país, uma terra linda, rica e agradável.

Vamos dar basta ao mal e deixar de ser mensageiros do podre de nossa terra, pois podres todos os países têm, mas na maioria deles seus filhos resolvem os podres em casa e falam do bem que a terra tem.

Por favor, deixemos a tarefa de comunicação aos profissionais da área, pois eles conhecem a ética deontológica do affaire e sabem censurar devidamente os factos, de maneira a comunicar o essencial e não transmitir o que só fomenta o mal que a si só se basta.

Olhem para os nossos irmãos angolanos, que em plena guerra civil cantavam a Angola como ela é hoje, verdadeiras mensagens de esperança. Por favor ouçam as músicas angolanas que dançamos nas matinées dançantes no início dos anos 90 em Bissau. Com isso não quero dizer que Angola não tenha problemas, mas creio que existem esforços para superá-los, pelo menos é o que a comunicação social angolana nos mostra em todos os canais internacionais que têm acesso.

Força irmão guineense, podemos quando queremos e vamos vencer.

Um grande abraço a todos com graça e paz.

Aly, n'fiau.
Baca ke ka ten rabu, Deus ke ta banal.

M.G.
"

M/R: Olá, olá...bem bom o teu texto. Valeu. Beijos e fico à vossa espera para o jantar. AAS

'Conhecer-te é como ler a minha autobiografia'

"GRANDE Aly (aceito o desafio)

Não acredito muito em coincidências, mas do tempo em que vou seguindo os artigos do Ditadura do Consenso, sinto partilhar não só da tua visão, como por vezes da tua frustração que é viver na Guiné-Bissau. Cada vez que te vou conhecendo melhor é como se estivesse a ler uma autobiografia minha.

As nossas coincidências:

Também tenho duas filhas e também estou num divórcio moroso que já leva 4 anos (fruto da minha decisão de voltar ao país). Tenho 14 anos a menos que tu e também sou de uma geração conturbada, a geração do dito “Movimento reajustador”, que descomandou geral.

Ao ler o teu último artigo, relembro-me de histórias contadas pela minha mãe:
Por altura do 14 de Novembro tinha eu 7 meses. Tivémos um tanque estacionado à porta de casa durante bastante tempo (vivíamos nas imediações da praça do império). Eu era um bebé muito sociável, dava-me bem com toda a gente, e conquistei a amizade dos militares que faziam a segurança do perímetro do palácio, acabando por passar mais tempo dentro do tanque (uma espécie de mascote).

Corri muito depressa na adolescência para atingir a fase da maturidade e agora que lá estou, começo a tentar consertar os estragos que deixei para trás na corrida que fiz (devem ser os genes do Movimento reajustador eheh).

Peripécias vividas contigo:

Infelizmente nenhuma. Sou um aventureiro nato que não tem medo de encarar qualquer desafio. Mas depois que me tornei seguidor do DC, que te tenho seguido de longe, mas sempre presente, tu sabes… e continuarei a fazê-lo como se de um anjo da guarda se tratasse (alguns duvidam da sua existência, não os vemos mas há quem crê neles).

Ao mesmo tempo quero deixar-te aqui um provérbio de um sábio que se calhar iria ajudar-te a iluminar a recente decisão pessoal de saíres da Guiné-Bissau:

'100 Anos para um país não é nada, mas para um ser humano é muito. Só temos uma vida para viver e ela não volta atrás!'"

A.H.”

M/R: amigo, djanti bu riba. abraço AAS