quarta-feira, 23 de junho de 2010

Já que tudo está bem, dancemos...

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design: aly silva

Joãozinho V. Có, advogado de Bubo adverte a propósito do boato de ontem: "Estão a brincar com fogo perto da gasolina...

Ah, e faltam 5 dias... AAS

terça-feira, 22 de junho de 2010

... Onde estará Bubo Na Tchuto? AAS

Anda tudo nervoso esta noite... AAS

domingo, 20 de junho de 2010

O início de toda a história

Espero vencer: as fronteiras e os oficiais de fronteira; a falta de placas ou a gasolina de má qualidade não serão adversários para mim. O sol vai sorrir, a estrada será benevolente. E eu, hoje, não podia estar mais feliz. Mas porquê hoje? Porque hoje é dia de... festa e cantarão as almas!... AAS

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Prémio Nobel da Fantochada

A má notícia: o procurador norte-americano impingido à Guiné-Bissau pela administração Obama chega apenas...em setembro!

A boa notícia: até lá, podemos fazer o que nos der na real gana: podemos comer uns aos outros, matar mais uns quantos, fazer sofrer as famílias, dar trabalho aos coveiros, enfim...contribuir, numa altura de crise, para o crescimento do óbito! É obra - digam o que disserem.

Ouvi o Procurador-Geral da República e não concordei com ele. "Eu não acusarei processo nenhum sem a garantia dos Estados Unidos da América". N'panta. N'djudi skerda, n'djubi drita...n'ka odja nada. Sukuru son. Merecemos, por isso, o Prémio Nobel da Fantochada!!!

Amigos: nesta guerra portam-se todos mal e porcamente. Os militares, o poder político, a sociedade civil (que é ordinária) e mais uns quantos.

Sabem lá o que é governar. Governar é traçar metas - e cumpri-las; é definir prioridades - e mantê-las. Governar não é desprezar o povo - é falar com ele, auscultâ-lo. Ir ao seu encontro.

Governar é ter escolas dignas e professores condignos; é ter ambição e não olhar a quem. Governar não é mentir. É contruir. AAS

Morreu José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998. Tinha 87 anos. Que a terra lhe seja leve. AAS

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Biocombustíveis: uma espécie de certidão de óbito

O Governo guineense quer 'dar' 1/7 do território da Guiné-Bissau ao magnata do jogo Stanley Ho (dono do banco BAO) para a produção de pulga.

Eu disse bem: 'dar' - mas isso só se passarem por cima dos cadáveres de todos os guineenses.

Isto é um problema grave, sobretudo para África e para alguns países da América Latina. Em vez de procurar parceiros e investir nas energias alternativas (solar, eólica entre outros), o Governo foi para o caminho mais fácil - e perigoso: a produção, em grandes áreas, para efeitos de biocombustíveis...é como tirar a comida às pessoas e...servi-la aos automóveis! Não passarão!!! A campanha começa agora. AAS

terça-feira, 15 de junho de 2010

PM "aconselhado" a nao dar conferência de imprensa + Chefias Militares

O PAIGC, aconselhou o Primeiro-Ministro para que não entre na jogada dos adversários. O motivo é a propalada conferência de imprensa prometida logo que o avião da TAP que o transportou para Bissau, se imobilizou na placa do aeroporto Osvaldo Vieira.

Hoje, o PM manteve um encontro com o Presidente da República, e está neste momento reunido com as chefias militares - o vice-CEMGFA António Indjai, e o CEM Exército.

Em cima da mesa, estão os nomes para as chefias militares. Aliás, num encontro tido com o PR os militares abordaram temas difíceis, tendo a classe castrense exigido a divulgação pública dos relatórios às mortes de Nino Vieira, Tagmé Na Waie, Baciro Dabó, Hélder Proença entre outros.

Afinal, foi o próprio PR quem, na França, despoletou tudo com as declarações que fez `'Jeune Afrique': "Há personalidades políticas envolvidas nos assassinatos", disse Malam Bacai Sanha. A tropa ouviu, e foi atrás.
AAS

segunda-feira, 14 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Hombridade*

A semana que passou trouxe (espero que esta a leve para bem longe) uma pequena altercação entre eu e o Didinho. De facto, falhei quando toquei num tema delicado e que um dia nos tocará a todos. Peço desculpa ao Didinho e toda a sua família. E peço igualmente desculpa aos leitores, quer do site www.didinho.org quer do blog ditaduradoconsenso. E peço igualmente desculpa aos colaboradores do ‘Contributo’, guineenses de bem. Como todos nós.

De facto, não somos feitos todos da mesma fibra. Eu fervo em pouca água. Quem me conhece sabe que assim é. Mas não sou uma pessoa má. E, para complicar as coisas, vivo e exerço a minha profissão num País pouco tolerável – a todos os níveis. Aqui, sobrevivo e luto contra os instintos. Em suma: vivo num País de alto risco. E acho até que todos os que vivem na Guiné-Bissau deviam ser bem pagos para aqui viverem. Não é fácil. Sei também que não é fácil ser daqui e viver longe daqui.

Há alturas em que sei que a minha vida corre perigo. Tento proteger-me. Mas proteger-me como? Simplesmente vagueio pela cidade. Os amigos de sempre continuam os mesmos. Os conhecidos também. Alguns, poucos, por causa das circunstâncias extraordinárias que o País vive, afastaram-se. Entendo-os. Espero que voltem. Eu também não quereria estar perto deles pelo simples prazer de estar. Há dias, nunca escrevi isto, quando publiquei a notícia sobre a ordem para a libertação do barco ‘Lamu Star’, tive que pedir – e foi-me dada – protecção policial. Três agentes foram-me destacados. À paisana. Mas depois pensei e, educadamente, agradeci. Nasci sozinho. Hei-de morrer sozinho. ‘Nino’ Vieira tinha mais segurança do que alguma vez vou ver na minha vida. Entretanto, todos sabemos o que aconteceu.

De facto, não fiz mais do que aquilo que o próprio Didinho pediu: ‘Porque é que o António Aly Silva não escreve sobre o narcotráfico?’. Bom, a pergunta do Didinho é perfeitamente natural e tem toda a razão de ser. O que me deixou um pouco zangado, foi o facto de o Didinho ter feito essa pergunta no seu site, portanto publicamente. Um e-mail bastava, e podíamos até trocar informações... Eu, nunca publiquei nada no ditadura do consenso contra o Didinho. Entretanto, chegam-me diariamente e-mails com todo o tipo de coisas contra o Didinho, e contra a minha pessoa. Simplesmente, não publico nem de um nem de outro. E nem respondo à pessoa. “Eles que escrevam ao Didinho directamente, ele tem lá todos os seus contactos” – é o que costumo pensar. Imodéstia à parte, acho que tenho pensado bem.

Entretanto, o Didinho já publicou inverdades escritas por terceiros sobre a minha pessoa, com acusações patéticas vindas de alguém que, ainda que me visse todos os dias, não me conhece de verdade. Mas, pronto, ao menos teve um efeito bom: fez-me rir a bandeiras despregadas.

Depois, bom, depois foi o que se viu. Nunca perguntei ao Didinho sobre a sua profissão e nem me passou alguma vez pela cabeça fazê-lo. Nunca falei da vida pessoal do Didinho porque não a conheço e nem me interessa. Da sua vida privada, também não. No ditadura do consenso, tudo tem que ver com quem governa – não há nem nunca houve ataques a pessoas sem qualquer responsabilidade pública. Não precisava de provar nada, escancarando tudo - quem me conhece sabe o meu percurso profissional. E eu tenho orgulho em mim.

Posto isto, quero dizer a todos as pessoas que me conhecem e me estimam: podem continuar a contar comigo, como profissional que sempre fui. Tive, em todos estes anos de jornalismo, dois processos judiciais e todos ao serviço de «O Independente»: um, movido pela filha de um destacado estadista africano; outro, por um ex-ministro da Defesa de Portugal. Ambos foram sanados – civilizadamente, em tribunal, sem derramamento de sangue...

Outra coisa que gostaria de deixa bem claro: não estou preocupado em ter nenhum cargo público na Guiné-Bissau – não quero. Se um dia souberem do contrário, aí sim, podem acusar e insultar. Mas, por favor, não ponham a carroça à frente dos bois.

Este País, acreditem, está mesmo acima da minha pessoa. Há mais milhão e setecentos mil guineenses. Gente que, como eu, ri - ainda que às vezes sem saber porquê; Gente que chora também, muitas vezes sabendo porquê. Não me vendi no passado, hoje muito menos. Acreditem no que escrevo. O blog pertence ao jornalista António Aly Silva. Acontece que esse sujeito nasceu há 44 anos num País chamado Guiné-Bissau. E o António Aly Silva apenas ama o seu País. Por mim, acaba tudo aqui.

António Aly Silva

(*) Nobreza de carácter, dignidade...