sexta-feira, 11 de julho de 2008

Gente que dói

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Nas tardes de chuva é sempre assim: melancolia vaga, saudades nem eu sei de quê, a minha vida que parece não passar deste varandim. E a palmeira que num ai se me afigura humana. Pessoas que conheci ou nem existem, uma a uma diante de mim. Acenam. Calados, como convém quando chove. E eu sentado. E ela passa. Ela é gente. E a emoção que causa ao passar. Peito altivo e cara de colegial. E coragem para lhe sussurrar? Se ao menos fosse capaz de dizer isto num passinho muito leve, em palavras leves que os olhos quase não necessitam de tocar... Chamo-me António e que mistério num nome. Se o meu nome fosse outro o que teria feito dos dias? Uma palidez azul no interior da chuva chega-me. Enfim, banalidades importantíssimas que os anos me tiraram. E esta noite, vamos dançar? E fazer amor?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Muitos, não seremos demais

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Depois de mais de 30 anos...uma TERCEIRA VIA é possível. E necessária. AAS

quarta-feira, 9 de julho de 2008

É claro que fico chateado, pá!

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Nha parentis n'na konta bôs, stória di arte baratu...

Pois, então...

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Para aquelas pessoas que gostam de um ambiente descontraído e acolhedor, o X-Klub reserva-lhes um lugar na noite. No autocarro não que aí só cabem quatro...djitu ka ten. FOTO:(C)DR

terça-feira, 8 de julho de 2008

Encontramo-nos ao balcão

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...Para discutir a táctica. FOTO:DR

Gostava de vos ver aqui

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Sim. É que, sabe, eu sou daqui. Mesmo. Nem do Bureau Político nem do Comité Central. Nem da Esquerda, nem da Direita. Nem de qualquer dos centros. Apenas daqui, deste pedaço de terra. E não vos ligo nenhuma. Nem a um nem a outro. Nem à vossa retórica - um embuste, demagogia barata. Eu sou feliz assim.
E por ser daqui posso dizer: Um grupo restrito - ainda para mais de analfabetos e de incompetentes - domina a dignidade, a alma, o futuro do País.
E o povo. Passivo.
E, no entanto, continuo a ser daqui. Deste imenso verde desaproveitado. Deste lugar estranho onde a destruição do Estado é quase uma 'razão de ser'. Deste lado, daqui, a viver neste paraíso da palavra inútil e da imagem que não serve para nada.
Estou tão cansado de pensar no País, em mim próprio. Estou farto de mim!
Heróis. Daqui e de todo este verde passaram a bestas por tocarem no nosso dinheiro, por derramarem o nosso sangue.
E continuo daqui. E estou aqui. E acho mesmo que no meio de tanta coisa imóvel, só eu me mexo. E nos intervalos deixo sempre escapar, para um, para outro, um soslaiozinho satisfeito, contente.
Eu? Continuo daqui. Já agora, para aqui são dois murros:
Um, no estômago;
Outro, no conformismo.
AAS/FOTO: (C)AAS

segunda-feira, 7 de julho de 2008

I sibidu dja

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«I na bim», «I ka na bin», «é tudjil bim»», «siti ku liti», «leba ku tissi». Ma suma seku ku modjadu i ka konbersa... Finalmente. Koumba Yalá chegou. A democracia só tem a ganhar. Que ganhemos. Todos. Afinal, quem tem medo do doutor Koumba Yalá?
FOTO: DR

Falemos de... poesia medieval

Ontem. Eu. Sozinho.
Três cafés. Muitos cigarros.
E observava. Observava diversos tipos de pessoas que passavam. Eram umas poucas famílias, casais, um ou outro bêbado, pelo menos nove mafiosos, meninas de mini saia e outros tipos indefinidos.
E tu falavas de felicidade. A Felicidade, amiga, é um processo, e não um lugar onde finalmente se faz nada. Fazer nada no paraíso, por exemplo, não traz felicidade. Apesar de isto ser o sonho de tantos guineenses.
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E não é que sejamos felizes. Nem pensar. A estrela negra que eu carregava cheio de orgulho no lado esquerdo do peito desde a independência, deitei fora. E, com ela, ideias e convicções que não fazem mais sentido. O que ficou foi um grande vazio. De uma hora para outra senti-me meio órfão. Um dia, muita gente neste país terá de engolir a sua habitual prepotência.

Olha que três...

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Este Governo é tipo um barco a três. Um olha para um lado, outro rema para outro. Patrão ka tem! Só confusão...AAS

sábado, 5 de julho de 2008

Hoje, 7 de Julho

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Seja bem-vindo ao seu País, Sr. Presidente do PRS! Estava a ver... cheguei a pensar que seria preciso um helicóptero militar para que Koumba Yalá regressasse a Bissau... mas não!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Está desvendado o mistério

E qual é o mistério? Afinal, os elementos do governo guineense são todos membros do Greenpeace.
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E é, afinal, por isso que a Guiné-Bissau é um país ecológico. Ora vejamos: não temos luz (poupamos a camada de ozono, a vista dos peões, ajudamos os morcegos e por aí fora), não temos água (os animais rastejantes, em vias de extinção, escapam de uma morte por afogamento). Preservamos os buracos das estradas como nunca se fez no mundo todo (nem no Egipto, nem em Foz Côa se fez tanto pela preservação). AAS

Fixem (BEM) este nome

Vocês sabem do que é que eu estou a falar...

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

A montanha pariu um, dois, três, quatro... cinco ratos!

Caiu o pano sobre o 7º Congresso Ordinário do PAIGC. Já previra, no post de 30 de Junho, a vitória de Carlos Gomes Júnior «talvez até com uma perna às costas». Foi com as duas. Perdi. Ou melhor, não acertei por um triz.

IMPRENSA (sobretudo as rádios) – Uma barafunda. Imperceptíveis, os directos, confusas as mensagens que se quis passar. Registo, no entanto, uma das pérolas. Do Califa Soares Cassamá: já em Bissau e depois de um «cansativo trabalho», perdiu-se-lhe um ‘rescaldo’. Qual bombeiro, começou por atacar as infraestruturas (pois tinha tudo a ver; como se o estado das mesmas fosse uma novidade para o PAIGC...).
E a apreciação que Califa Cassamá fez dos candidatos, sobretudo de dois, o Baciro Djá e o Policarpo Cabral de Almada? Notável e digno de um Pulitzer: Do segundo (que obteve 0’5% dos votos), o jornaleiro augura «um bom futuro, pois teve ideias e coisa e tal e blá, blá». Do primeiro, não regateia elogios e chegou mesmo a apontá-lo como «alguém que podia vencer o Congresso», pois «fez todo o mundo chorar no salão com o seu discurso»... Ah!, o Califa tem razão. Não é por acaso que aqueles que estão bem neste país fizeram, cada um no seu tempo, chorar muita gente!

MAIS ‘PÉROLAS’

Sempre o Califa: «Há quem diga que houve compra de consciências. Bom, mas isso é que é democracia. Quem pode, compra!». Ora, aí está o remédio santo para as próximas eleições: sloganes como «eleitor, deixe que te comprem!» ou «eleitor, vende-te!» terão bastante saída e igual proveito para os partidos políticos.

RECADO AO PRESIDENTE DO PAIGC:
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Sr. Carlos Gomes Junior, a sua casa (o partido, bem entendido), está suja, desorganizada a exalar um cheiro fétido tão devastador quanto os cadáveres que se descobrem nos esgotos a céu aberto da cidade de Bissau. Quer, ao menos, tentar as ganhar próximas eleições legislativas? Então, parta para uma limpeza radical. Investigue. Puna. Quem sabe, alguns voltem a acreditar no PAIGC. Não obstante, não conte com o meu voto.

RECADO A MALAM BACAI SANHÁ
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Sr. Malam Bacai Sanhá: o senhor não ganhou a prata. Perdeu o ouro! Rápido, sai daí rápido, Malam. É ka mistiu lá...
PERGUNTA A MARTINHO DAFÁ KABI
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O que esperar de uma garrafa quando esta entra num jogo de pedras?

AAS

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Hora di gassali lenha tchiga!

O presidente cessante do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, foi reconduzido no seu cargo no termo das eleições no VII Congresso desta formação política realizado em Gabú. Cadogo foi eleito com 578 votos, contra 355 para o seu rival imediato Malam Bacai Sanhá, candidato do partido às eleições presidenciais de 2005 ganhas por João Bernando "Nino" Vieira.
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FOTO (c) AAS
Três outros candidatos disputaram a presidência do PAIGC, nomeadamente Cipriano Cassama, ex-líder do grupo parlamentar do partido, Baciro Dja, do movimento juvenil, e o actual primeiro-ministro, Martinho Ndafa Cabi, terceiro vice-presidente desta formação, considerado como libertador da Guiné-Bissau depois de 11 anos de guerra contra o colonialismo português. O presidente do PAIGC afirmou, por seu turno, que era uma vitória de todo o partido."Convido os perdedores a juntar-se a mim para que possamos construir um futuro melhor para o nosso partido", declarou o presidente do PAIGC no termo destas eleições. O Congresso do PAIGC decorreu de 26 a 30 de Junho. Martinho Dafá Cabi tem de retirar consequências políticas. JÁ!

Um dia em Bissau

Na Guiné-Bissau, um dia normal pode começar de variadíssimas formas.
Esta pode ser uma delas:

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Saio de casa logo pela manhã com uma brilhante disposição porque o optimismo é uma ferramenta crucial para a sobrevivência neste mundo...especialmente para Bissau...
Vou de carro para o trabalho; um carro comprado em segunda mão vindo não sei bem de onde...A meio do caminho apercebo-me que mais uns quilómetros e terei de abastecer o carro com combustível...Vou fazê-lo à hora do almoço!
8h30: sento-me na minha secretária, contente com o ambiente entre colegas e porque até a essa hora nada de mau aconteceu!
13 Horas: dirijo-me à bomba de gasolina Lenox e SURPRISE!!! Não há gasolina...Não desespero e arranjo logo o ponto positivo da situação: aproveito e levo o carro ao mecânico para arranjar o tubo de escape, o travão de mão ou as velas, há-de ter sempre alguma coisa para arranjar...
Vou a correr para a Santa Rosa com uma fome avassaladora e, surprise!!! Não há galinha em Bissau...Só pernas da dita! 1000 CFA cada!!! Não porque sou sovina mas porque não compactuo com este tipo de exploração flagrante, regresso de estômago vazio ao trabalho.
Ahhhhh, mas pago 2.500 CFA por uma sandes mista barrada com Planta, (margarina para quem não conhece)!!! Irónico. Depois de umas horas é o poder da fome contra o poder do bom senso!
Bom, o dia está a chegar ao fim e a esperança de chegar a casa sem mais nenhum stress cresce!
O carro já está pronto, fantástico! Sempre ouvi dizer que a festa se faz depois da vitória, ou que não se deve cantar antes do tempo, isto dos provérbios não é bem o meu forte. O meu forte é mais carregar com um fardo de “mufunessas”... O carro vem com o tubo de escape em ordem mas a porta vem sem a maçaneta e a placa da marca do carro caída...Não tenho tempo para reivindicar os meus direitos hoje e o mecânico tem de ir buscar ou levar o filho ao fanado, não percebi bem! Mecânicos! Desanco-o amanhã.
Mas nem tudo está perdido porque agora vou ter com a minha cara-metade, relatar os acontecimentos do dia e refastelar-me no conforto de a ter perto de mim.
Vamos dar uma volta de carro, porque finalmente, depois de duas semanas de desespero, sem luz, água, sem transportes, o Governo resolveu pronunciar-se em relação aos preços do combustível e já há gasóleo! Uma parvoíce de preços tendo em conta o que se ganha no país, quando se ganha...
De regresso a casa, já de noite, começa a chover torrencialmente como só acontece na Guiné, os carros mal conseguem circular. Como se isso por si só não bastasse, surprise!... resolvem fechar uma faixa da estrada porque o Presidente da República tem um rendez-vous algures por aí...
OK, aqui vamos nós a passo de caracol sem ver um palmo à frente do nariz, a levar com os máximos de carros de terceiros na fronha...Todos muito revoltados mas todos muito submissos a esta autoridade de merda que nos faz viver em condições de tamanha tristeza!
O Zé-povinho é que sofre quando o PR decide passear, decide viajar, decide confraternizar...É ver os toca-tocas a abarrotar de gente, gente a fugir da chuva, os polícias completamente encharcados no meio da estrada a desorganizar o caos mas altamente compenetrados no cumprimento do seu dever, carros a esbarrarem contra carros, a maré a aumentar, pessoas desesperadas por chegar rápido ao destino... A única satisfação é ver as crianças felizes a saltitar na rua ao ritmo da chuva!
O que levamos - 10 a 15 minutos num dia normal - levamos hoje 45 minutos. Ouvimos um CD inteiro de música. Se o PR quer segurança, conforto, que crie condições para isso: estradas alternativas e seguras, luzes nas estradas, sinalização de jeito, arranje um helicóptero, eu sei lá, dêem azo à criatividade. O PR deveria dar o exemplo...E não sacrificar o povo a condições de vida precárias e revoltantes.
Existem vezes, em que a escolta presidencial chega a atropelar pessoas e a criar acidentes entre carros (pessoalmente já tive um encontro de 1º grau com esses camelos, que resolveram circular em sentido proibido num dia de treino), tudo em nome da segurança do PR. E a segurança do povo?!
Ainda colocámos a hipótese de passar para a faixa do PR e fazer uso ao comportamento de massas, uma espécie de manifestação. A indiferença de todos os PR’s em relação a esta situação crónica irrita profundamente! Mas o bom senso e a experiência da Guiné, diz-nos que seríamos os únicos e que com a representação de justiça que a sociedade possui, estaríamos feitos ao bife.
É com este ânimo que chegamos a casa, completamente derrotados por um sentimento de impotência.
Duas horas depois e já de banho tomado damo-nos conta que o PR só agora acabou de passar... Duas horas de estrada fechada, polícias à chuva, carros encravados no trânsito, acidentes, pessoas aflitas para chegarem onde precisam (casa, hospital, trabalho,...)...E o PR tranquilo a executar a sua agenda.
Enterramos a falta de combustível, enterramos a falta de galinhas no mercado, enterramos a vigarice dos mecânicos e enterramos o “lebsimenti” das autoridades locais, para o nosso próprio bem físico, mental e social!!
O que vale é que amanhã o dia é outro e teremos tempo para criar outros ânimos e viver de forma diferente!

Tchumá

terça-feira, 1 de julho de 2008

Passeio em Gabú

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O 7º Congresso do partido libertador/destruidor lá continua no 'atolanço'. Mas, no final, Carlos Gomes Junior pode cantar vitória. Talvez até com uma perna às costas. Era bom. AAS

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Morreu um português bom

Morreu um português bom. António Almeida Um homem decente, sério, um amigo com muitos amigos. Um português de piada fácil, mas sem deselegância. Simples no trato e no afecto. A morte apanhou-o a quatro horas de casa, num país que talvez fosse também o seu. Porém, há um senão: na sua morte, teve na Embaixada de Portugal (outra vez!!!) na Guiné-Bissau uma autêntica... madrasta!
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O pedido de um caixão à Embaixada para a transladação do cadáver teve uma resposta, digamos... ora bem: «Podem levar o caixão, mas há que devolvê-lo». Eu deixo aqui uma pergunta à Embaixada de Portugal: Devolve-se o caixão depois do velório ou depois do funeral? Com ou sem um corpo lá dentro? Se para esta ultima pergunta a resposta for um 'sim', já agora desculpem lá mais esta perguntinha: Quem viria dentro do caixão?
Resta aos amigos e conhecidos do António a consolação de ainda haver portugueses bons. Um deles pagou do seu bolso mais de 6.000 euros para a transladação do corpo. Mas estejam descansados: este português bom não devolverá caixão nenhum à embaixada, pois o nosso amigo António precisa de eterno descanso. Descansa em paz e que a terra que te cobre te seja leve.
AAS

sábado, 28 de junho de 2008

De peido em peido...

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Pois é, caros amigos, pedir informações tem destas coisas... Não é que o Juíz Bacar Biai, numa nota à Polícia Judiciária, em vez de escrever PEDIDO, pede antes...um PEIDO de informação? Do outro lado, não se sabe se a carta foi - ou não - levada à letra. Mas devia ser.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

E vocês? Já PROJECTARAM hoje?

Interessante. Uma ideia genial: Onde não existe Estado, existe O.N.G. Que tal um projecto para uma O.N.G... para «endireitar bananas»? Vai descascar bananas, malandro...
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Há projectos por todo o lado… Saio de minha casa e, se me descuido, posso mesmo pisar um projecto, dar um pontapé noutro e esborrachar-me em cima dum ainda maior e mais valioso!
Não é mal de Bissau, é um mal geral… Mas é ainda mais caricato ver este mal a passear-se por entre o lixo, por entre a falta de água e luz, e , por vezes, gasóleo, por entre buracos rodeados de alcatrão, e por entre pessoas que lutam para sobreviver, sem um projecto para a próxima hora. E há quem diga calmamente quando lhes perguntam o que andam por aqui a fazer:
-Tenho um projecto!
É o argumento fantástico para um filme de terror de alta qualidade! E o mais incrível é que inquiridor se cala magicamente ao som da palavra bendita! Quem tem um projecto, tem um projecto e ponto final!
Com os ouvidos cheios da palavra “projecto”, cheguei a casa e pesquisei no nosso amigo google: o termo "projecto" tem várias conotações e é usado em sentidos diferentes. Por vezes, associamo-lo a um propósito, uma intenção ou mesmo um desígnio. Noutras situações, conotamo-lo com um esquema, um plano ou um programa. Em geral, os dois aspectos estão presentes, em maior ou menor grau e de modo mais ou menos explícito, naquilo a que chamamos um projecto.
É isto mesmo que as pessoas andam a fazer: mais ou menos qualquer coisa com um maior ou menos grau de qualquer coisa!
Um senhor muito interessante e igualmente perturbado com a questão disse entre duas risadas que já tinha pensado em fazer um projecto de endireitar bananas! É que as parvas nascem sempre tortas!!! Concordámos os dois que numa qualquer ONG que esteja mais ou menos em Bissau a fazer mais ou menos qualquer coisa, com mais ou menos dinheiro, o projecto (!) seria aprovado rapidamente!
E vocês? Já PROJECTARAM hoje?
MeGaMi

Luto ka ta mata...

...Lambu son bu bati!!!
Não lembra ao diabo... o PAIGC - partido «libertador» e, já agora, «destruidor», decidiu-se pela realização do seu 7º Congresso Ordinário (a designação é deles...) em Gabu e...no campo de luta livre. Deixo aos leitores todo o tempo para imaginar sobre o que pode acontecer quando 1053 pessoas (delegados) estão, literalmente, dentro de um campo de luta livre. Eu dou uma ajudinha: Lutam, porra!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vai começar o 'circo'

A Cidade do Gabú recebe com alguma pompa e circunstância o P.A.I.G.C. para o seu 7º Congresso Ordinário. Parafraseando Malam Bacai Sanhá, um dos eternos candidatos da 'velha senhora'... «Que ganhe o diabo de rabo mais curto».

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Amizade e sexo? Claro que sim.

Para os moralistas: Este texto não é pornográfico. É artístico. Como a fotografia.

Hoje não me apetece fazer nada. Nem falar. Apetece-me estar assim, quieto, sentado nesta cadeira que me deixa marcas no rabo, com o cotovelo apoiado nesta mesa que precisa com toda a certeza de calços, a beber este copo de água, a fumar este cigarro. Só. Sem telefone, sem cartas ou e-mail's, sem livros, sem o hipotético carteiro a anunciar
- «não há correspondência para si, sr. António». E sonho com esse tal dia, A. Todos os dias.

Em resposta à tua pergunta que já tem largos dias.

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«Olá, A.

Quero começar assim: nunca percebi os idiotas que acham que sexo não se mistura com nada. Por exemplo, com amizade.
Sou feroz defensor de sexo com amigos: se eles são, de facto, para as ociasiões, então não custa nada estarem lá para quando nos apetece uma ‘bombada’ ou outra.
Contudo, no meu caso e salva raras excepções, encontrar alguém disposto e sexualmente esclarecido é, praticamente, um mito urbano, quase tão difícil de encontrar como o ponto G...
Sou daquela espécie rara que entende que no misturar é que está o ganho, que temos que ser uns para os outros, fazer o bem e ajudar o próximo.
E não me venhas cá com essa treta de que não estás a perceber patavina, e a fazer aquela cara... A.!!!!
Não há quem esteja em déficit ou superávit de ‘bombadas’ porque ambos devemos querer o mesmo: sexo descomprometido mas escorado numa amizade que impede a impessoalidade da coisa. Ou seja, queremos o melhor de dois mundos. Alguém que faça boas gratificações orais ou lambidelas íntimas com intensidade sem que tenhamos que, forçosamente, nos lembrar da data em que fez a comunhão, nem do que quer que seja.
A única coisa que ambos querem é poder telefonar à uma da manhã cheios de tesão e que do outro lado haja uma voz que mostre igual vontade.
Ah!, mas encontar essa alguém é outra coisa... agora, imagina que tens alguém que te ‘bombe’ decentemente por mais de meia hora sem acusar dores nas pernas nem nos rins. Mil maneiras há que manter e proteger essa relação que, quando funciona em pleno, deixa grande saudade e é geradora de uma imensa cumplicidade e amizade duradoura. Da boa.

AAS»

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Señor Hamadi, presumo.

Ora, ora...quem é vivo sempre aparece!
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Eu lamento, mas não sabia que a Coca-Cola tem, em Bissau, um Cônsul Honorário. AAS

Poupem-me, porra!!!

O antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, João José 'Huco' Monteiro, tem todo o espaço para explicar este «cargo» no passaporte...AAS

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Tu também, Cuba?

Hoje, saí à caça do jeep do sr. Hamadi, o antigo cônsul honorário do Reino de Espanha. Não o vi, ou melhor, vi-o mas num outro jeep de matrícula IT. Não fiquei satisfeito e fui à sua residência. E perguntei pelo jeep CH. «Está fechado dentro da garagem», disse-me alguém. Não ficarei descansado enquanto não fotografar o jeep do sr. Hamadi. De preferência com o sr. Hamadi a sorrir e a fazer pose para a objectiva...

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Bom, mas na caça ao Hamadi surge-me esta carrinha, da embaixada de Cuba, literalmente en contra-mão. Cá está a prova. A não ser que em Cuba se guia pela esquerda...Eu, estou atento aos vossos disparates.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Chico-esperto

O Presidente do Tribunal de Contas (TC) e do Partido PADEC, Francisco Fadul, anda por aí a distribuir cartões de visita e a desancar e a ameaçar o Estado com o tribunal. Isto se, em três dias, não for resolvida a questão para a nova prisão - perdão, sede do seu poleiro.
Diz o homem que «há pelo menos um ano» que está a alertar para a situação do edifício do TC.
Bonito, bonito mesmo é o cartão de visita:
Tem todos os títulos e graus académicos: desde 'Sr. Professor Doutor' até aqueles de que o diabo se esqueceu há muito, isto para além, claro, dos cargos que o dito cujo ocupou. Ah, mas falta um e disso o homem não fala: o de golpista. E, já agora, o de Primeiro-Ministro falhado.
AAS

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Hipocrisia

«Contra vontade» ainda mexe...
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«Que fique bem claro que não me refiro a ninguém, nem a nenhum grupo de pessoas, em concreto. Amigo, tem paciência… então para que é que perdeste tempo a escrever estas linhas?

1 – Os que lá estão porque foram para lá enviados pela instituição/empresa para a qual trabalham; - não encontro propriamente um mal nisto… mas continuemos…;
2 – Os que lá estão por dinheiro; - quem com mais de sete palmos de testa não está aqui por dinheiro? Eu estou! Tu também já estiveste! Toda a gente quer ganhar dinheiro, uma vez que temos um estômago para alimentar, prestações para pagar, um corpo para vestir, etc, etc, etc…;
3 – Os que lá estão porque gostam de África e/ou da Guiné-Bissau.
Ok… querem convencer-me a mim de que há alguém que está algures em Portugal, a comer um belo dum bife do lombo, cheio de natas e cogumelos e que não tem papás que lhe tenham comprado um BMW aos 18 anos, que pensa: - Uau! O que era mesmo mesmo mesmo bom nesta altura era eu ir para a Guiné-Bissau… Aquele país maravilhoso, onde as pessoas vivem na miséria, onde não há luz nem água pública permanente, e onde a Olá só chegou há cerca de um mês!

Depois, criticas algures o facto dos “maus” fumarem, beberem, fazerem sexo… Ainda não descobriste como isso é maravilhoso??? Experimenta! Estás a perder as melhores actividades da vida!!!!! Se isso me faz ganhar um lugar no Inferno, sinto muito, mas valerá a pena!...

Ah! E já agora… Pertencias a que grupo? É que ao grupo dos bons não era de certeza, senão tinhas continuado em Bissau a trabalhar…


Branco N’Pelelé»

Ua!

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Morgan Tsvangirai desistiu porque a sua subida ao poder não justifica tantas mortes e refugiou-se na embaixada holandesa, em Harare. O mundo condenou Mugabe. A União Africana (UA), nem «nim» nem «sim»: «Esperamos que as eleições decorram com calma e transparência». Parece que não entenderam. África não aprendeu nem quer aprender com as lições do Quénia. Eden Kodjo, sempre! Afinal de contas, o Robert Mugabe de hoje é o Ian Smith de ontem. AAS

domingo, 22 de junho de 2008

O aperto de mão

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Uns autênticos esbirros fanfarrões, a julgar por aquilo que escrevem, meteram nessas cabeças desmioladas que eu fui à Embaixada de Portugal «apenas para arranjar caso». Quero esclarecer aqui, e agora: um rotundo... sim!, seguido de um sonoro «e depois?». Desde que não seja este vosso escriba o protagonista, bem entendido. É claro que fui à embaixada e apertei a mão a seis ou sete pessoas já nem sei bem. A primeira que apertei foi a mão direita do embaixador. A mão que, curiosa e malcriadamente, indicou a porta dos fundos a uma senhora(!).
Quero no entanto esclarecer que um aperto de mão não é apenas um acto físico; é sim, e embora muito breve (foi o tempo que esse aperto de mão durou), uma relação psicológica entre duas pessoas. Envolve emoções (não foi o caso desse aperto de mão), expectativas: «que esperar disto?» e pensamentos: «será que vai haver 'caso'?».
É esse aperto de mão que ainda hoje me perturba. E eu apertei a mão do embaixador, sim. E esclareço: foi um aperto de mão rápido e desinteressado. Não estávamos ali a negociar caixas de bagaço, nem fosfato, nem coisa que o valha. E se querem mesmo saber mais, então cá vai disto: apertei a mão do embaixador e, sim, estava fria. É o que dá. Às vezes, alguns e-mail's roubam-me tempo, que sempre me foi escasso.
António Aly Silva

sábado, 21 de junho de 2008

Expulsa por não cumprimentar

A ‘retaliação’ do embaixador e a carta da visada

Uma cidadã luso-guineense foi expulsa da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau pelo embaixador José Manuel Paes Moreira durante a cerimónia de 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, por não o ter cumprimentado, alegou o diplomata.
A visada enviou uma carta de protesto ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e outra para o Parlamento português.
Em declarações ao Correio da Manhã, Cristina Silva, a vítima, manifestou-se indignada com a atitude do embaixador. "Fui chamada, por um segurança, para falar com o embaixador. Ele volta-se para mim e diz-me para abandonar a embaixada porque não o cumprimentei. Quando tentei explicar o que se passou, deu-me ordem de expulsão". Cristina, casada com um professor de português que lecciona em Bissau, alega que chegou tarde à cerimónia. "Quando cheguei já tinham terminado os cumprimentos e não vi o embaixador. Isto não é caso para expulsão".
O gabinete de Luís Amado confirmou a recepção da carta e adiantou que a mesma "foi encaminhada para a secretaria-geral do Ministério para averiguar o que se passou". Recorde-se que, em Março último, as autoridades guineenses pediram a Lisboa a substituição do cônsul Eduardo Rafael acusado de "tratamento indigno" a guineenses.
Carlos Menezes (Correio da Manhã)
A versão da visada
(Excertos da carta que seguiu para o Ministro de Estado e dos Negocios Estrangeiros de Portugal, Luis Amado, e para o Parlamento português)

(...) No passado dia 10 de Junho, desloquei-me à Embaixada de Portugal, tal como faço todos os anos para celebrar o dia de Portugal. Não sei precisar a hora a que cheguei à Embaixada, mas foi seguramente depois de terem chegado os primeiros convidados, já que o recinto estava mais cheio do que alguma vez eu vira em recepções anteriores. Procurei por entre a multidão a comitiva de recepção da Embaixada e pude aperceber-me da presença do nosso Embaixador, o Sr. José Manuel Pães Moreira que, de costas, se encontrava rodeado por alguns convidados com quem me pareceu estar já a conviver. Para além do Sr. Embaixador, não consegui ver mais ninguém que pudesse fazer parte da comitiva de recepção pelo que conclui que à hora a que tinha chegado, o Sr. Embaixador já não estaria a receber.

Não cheguei sozinha e, ao contrário do meu acompanhante que permaneceu à entrada, dirigi-me a uma mesa para procurar uma bebida. Passados uns cinco minutos, um segurança da Embaixada veio ter comigo, explicando-me que deveria abandonar o local por que não havia cumprimentado o Sr. Embaixador. Perplexa fui levada pelo braço até ao Sr. Embaixador que furioso e aos gritos me disse que deveria abandonar de imediato a Embaixada por não o ter cumprimentado. Ainda bastante surpreendida tentei explicar, ao Sr. Embaixador, que, conforme referi acima, julgara que este já não estaria a receber.

O Sr. Embaixador, ainda aos gritos e diante da multidão de convidados nacionais e estrangeiros explicou-me que esta era a segunda vez o que eu me comportava de idêntica forma, o que me deixou sem palavras.

Pedi que me permitissem avisar o meu acompanhante de que teria de sair, o que me foi recusado tendo um segurança disponibilizado a fazê-lo.

Informo ainda que tive o cuidado de procurar no dia seguinte o nosso Adido da Cooperação, o Sr. Guilherme Zeverino, para explicar-lhe que tanto ele, como os restantes elementos da comitiva me haviam igualmente passado despercebidos mas que em momento algum tive qualquer intenção de os ignorar. O Sr. Adido da Cooperação, explicou-me que a Embaixada recebera cerca de quinhentos convidados e que apenas um (eu) não cumprimentara o Sr. Embaixador. Embora tal afirmação me tenha deixado desconcertada, posso dizer que fui recebida com cortesia pelo senhor Adido que, no entanto, em relação ao comportamento do Sr. Embaixador não foi capaz de proferir uma palavra (...)
Cristina Schwarz