sexta-feira, 4 de julho de 2008

Está desvendado o mistério

E qual é o mistério? Afinal, os elementos do governo guineense são todos membros do Greenpeace.
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E é, afinal, por isso que a Guiné-Bissau é um país ecológico. Ora vejamos: não temos luz (poupamos a camada de ozono, a vista dos peões, ajudamos os morcegos e por aí fora), não temos água (os animais rastejantes, em vias de extinção, escapam de uma morte por afogamento). Preservamos os buracos das estradas como nunca se fez no mundo todo (nem no Egipto, nem em Foz Côa se fez tanto pela preservação). AAS

Fixem (BEM) este nome

Vocês sabem do que é que eu estou a falar...

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

A montanha pariu um, dois, três, quatro... cinco ratos!

Caiu o pano sobre o 7º Congresso Ordinário do PAIGC. Já previra, no post de 30 de Junho, a vitória de Carlos Gomes Júnior «talvez até com uma perna às costas». Foi com as duas. Perdi. Ou melhor, não acertei por um triz.

IMPRENSA (sobretudo as rádios) – Uma barafunda. Imperceptíveis, os directos, confusas as mensagens que se quis passar. Registo, no entanto, uma das pérolas. Do Califa Soares Cassamá: já em Bissau e depois de um «cansativo trabalho», perdiu-se-lhe um ‘rescaldo’. Qual bombeiro, começou por atacar as infraestruturas (pois tinha tudo a ver; como se o estado das mesmas fosse uma novidade para o PAIGC...).
E a apreciação que Califa Cassamá fez dos candidatos, sobretudo de dois, o Baciro Djá e o Policarpo Cabral de Almada? Notável e digno de um Pulitzer: Do segundo (que obteve 0’5% dos votos), o jornaleiro augura «um bom futuro, pois teve ideias e coisa e tal e blá, blá». Do primeiro, não regateia elogios e chegou mesmo a apontá-lo como «alguém que podia vencer o Congresso», pois «fez todo o mundo chorar no salão com o seu discurso»... Ah!, o Califa tem razão. Não é por acaso que aqueles que estão bem neste país fizeram, cada um no seu tempo, chorar muita gente!

MAIS ‘PÉROLAS’

Sempre o Califa: «Há quem diga que houve compra de consciências. Bom, mas isso é que é democracia. Quem pode, compra!». Ora, aí está o remédio santo para as próximas eleições: sloganes como «eleitor, deixe que te comprem!» ou «eleitor, vende-te!» terão bastante saída e igual proveito para os partidos políticos.

RECADO AO PRESIDENTE DO PAIGC:
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Sr. Carlos Gomes Junior, a sua casa (o partido, bem entendido), está suja, desorganizada a exalar um cheiro fétido tão devastador quanto os cadáveres que se descobrem nos esgotos a céu aberto da cidade de Bissau. Quer, ao menos, tentar as ganhar próximas eleições legislativas? Então, parta para uma limpeza radical. Investigue. Puna. Quem sabe, alguns voltem a acreditar no PAIGC. Não obstante, não conte com o meu voto.

RECADO A MALAM BACAI SANHÁ
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Sr. Malam Bacai Sanhá: o senhor não ganhou a prata. Perdeu o ouro! Rápido, sai daí rápido, Malam. É ka mistiu lá...
PERGUNTA A MARTINHO DAFÁ KABI
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O que esperar de uma garrafa quando esta entra num jogo de pedras?

AAS

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Hora di gassali lenha tchiga!

O presidente cessante do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, foi reconduzido no seu cargo no termo das eleições no VII Congresso desta formação política realizado em Gabú. Cadogo foi eleito com 578 votos, contra 355 para o seu rival imediato Malam Bacai Sanhá, candidato do partido às eleições presidenciais de 2005 ganhas por João Bernando "Nino" Vieira.
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FOTO (c) AAS
Três outros candidatos disputaram a presidência do PAIGC, nomeadamente Cipriano Cassama, ex-líder do grupo parlamentar do partido, Baciro Dja, do movimento juvenil, e o actual primeiro-ministro, Martinho Ndafa Cabi, terceiro vice-presidente desta formação, considerado como libertador da Guiné-Bissau depois de 11 anos de guerra contra o colonialismo português. O presidente do PAIGC afirmou, por seu turno, que era uma vitória de todo o partido."Convido os perdedores a juntar-se a mim para que possamos construir um futuro melhor para o nosso partido", declarou o presidente do PAIGC no termo destas eleições. O Congresso do PAIGC decorreu de 26 a 30 de Junho. Martinho Dafá Cabi tem de retirar consequências políticas. JÁ!

Um dia em Bissau

Na Guiné-Bissau, um dia normal pode começar de variadíssimas formas.
Esta pode ser uma delas:

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Saio de casa logo pela manhã com uma brilhante disposição porque o optimismo é uma ferramenta crucial para a sobrevivência neste mundo...especialmente para Bissau...
Vou de carro para o trabalho; um carro comprado em segunda mão vindo não sei bem de onde...A meio do caminho apercebo-me que mais uns quilómetros e terei de abastecer o carro com combustível...Vou fazê-lo à hora do almoço!
8h30: sento-me na minha secretária, contente com o ambiente entre colegas e porque até a essa hora nada de mau aconteceu!
13 Horas: dirijo-me à bomba de gasolina Lenox e SURPRISE!!! Não há gasolina...Não desespero e arranjo logo o ponto positivo da situação: aproveito e levo o carro ao mecânico para arranjar o tubo de escape, o travão de mão ou as velas, há-de ter sempre alguma coisa para arranjar...
Vou a correr para a Santa Rosa com uma fome avassaladora e, surprise!!! Não há galinha em Bissau...Só pernas da dita! 1000 CFA cada!!! Não porque sou sovina mas porque não compactuo com este tipo de exploração flagrante, regresso de estômago vazio ao trabalho.
Ahhhhh, mas pago 2.500 CFA por uma sandes mista barrada com Planta, (margarina para quem não conhece)!!! Irónico. Depois de umas horas é o poder da fome contra o poder do bom senso!
Bom, o dia está a chegar ao fim e a esperança de chegar a casa sem mais nenhum stress cresce!
O carro já está pronto, fantástico! Sempre ouvi dizer que a festa se faz depois da vitória, ou que não se deve cantar antes do tempo, isto dos provérbios não é bem o meu forte. O meu forte é mais carregar com um fardo de “mufunessas”... O carro vem com o tubo de escape em ordem mas a porta vem sem a maçaneta e a placa da marca do carro caída...Não tenho tempo para reivindicar os meus direitos hoje e o mecânico tem de ir buscar ou levar o filho ao fanado, não percebi bem! Mecânicos! Desanco-o amanhã.
Mas nem tudo está perdido porque agora vou ter com a minha cara-metade, relatar os acontecimentos do dia e refastelar-me no conforto de a ter perto de mim.
Vamos dar uma volta de carro, porque finalmente, depois de duas semanas de desespero, sem luz, água, sem transportes, o Governo resolveu pronunciar-se em relação aos preços do combustível e já há gasóleo! Uma parvoíce de preços tendo em conta o que se ganha no país, quando se ganha...
De regresso a casa, já de noite, começa a chover torrencialmente como só acontece na Guiné, os carros mal conseguem circular. Como se isso por si só não bastasse, surprise!... resolvem fechar uma faixa da estrada porque o Presidente da República tem um rendez-vous algures por aí...
OK, aqui vamos nós a passo de caracol sem ver um palmo à frente do nariz, a levar com os máximos de carros de terceiros na fronha...Todos muito revoltados mas todos muito submissos a esta autoridade de merda que nos faz viver em condições de tamanha tristeza!
O Zé-povinho é que sofre quando o PR decide passear, decide viajar, decide confraternizar...É ver os toca-tocas a abarrotar de gente, gente a fugir da chuva, os polícias completamente encharcados no meio da estrada a desorganizar o caos mas altamente compenetrados no cumprimento do seu dever, carros a esbarrarem contra carros, a maré a aumentar, pessoas desesperadas por chegar rápido ao destino... A única satisfação é ver as crianças felizes a saltitar na rua ao ritmo da chuva!
O que levamos - 10 a 15 minutos num dia normal - levamos hoje 45 minutos. Ouvimos um CD inteiro de música. Se o PR quer segurança, conforto, que crie condições para isso: estradas alternativas e seguras, luzes nas estradas, sinalização de jeito, arranje um helicóptero, eu sei lá, dêem azo à criatividade. O PR deveria dar o exemplo...E não sacrificar o povo a condições de vida precárias e revoltantes.
Existem vezes, em que a escolta presidencial chega a atropelar pessoas e a criar acidentes entre carros (pessoalmente já tive um encontro de 1º grau com esses camelos, que resolveram circular em sentido proibido num dia de treino), tudo em nome da segurança do PR. E a segurança do povo?!
Ainda colocámos a hipótese de passar para a faixa do PR e fazer uso ao comportamento de massas, uma espécie de manifestação. A indiferença de todos os PR’s em relação a esta situação crónica irrita profundamente! Mas o bom senso e a experiência da Guiné, diz-nos que seríamos os únicos e que com a representação de justiça que a sociedade possui, estaríamos feitos ao bife.
É com este ânimo que chegamos a casa, completamente derrotados por um sentimento de impotência.
Duas horas depois e já de banho tomado damo-nos conta que o PR só agora acabou de passar... Duas horas de estrada fechada, polícias à chuva, carros encravados no trânsito, acidentes, pessoas aflitas para chegarem onde precisam (casa, hospital, trabalho,...)...E o PR tranquilo a executar a sua agenda.
Enterramos a falta de combustível, enterramos a falta de galinhas no mercado, enterramos a vigarice dos mecânicos e enterramos o “lebsimenti” das autoridades locais, para o nosso próprio bem físico, mental e social!!
O que vale é que amanhã o dia é outro e teremos tempo para criar outros ânimos e viver de forma diferente!

Tchumá

terça-feira, 1 de julho de 2008

Passeio em Gabú

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O 7º Congresso do partido libertador/destruidor lá continua no 'atolanço'. Mas, no final, Carlos Gomes Junior pode cantar vitória. Talvez até com uma perna às costas. Era bom. AAS

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Morreu um português bom

Morreu um português bom. António Almeida Um homem decente, sério, um amigo com muitos amigos. Um português de piada fácil, mas sem deselegância. Simples no trato e no afecto. A morte apanhou-o a quatro horas de casa, num país que talvez fosse também o seu. Porém, há um senão: na sua morte, teve na Embaixada de Portugal (outra vez!!!) na Guiné-Bissau uma autêntica... madrasta!
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O pedido de um caixão à Embaixada para a transladação do cadáver teve uma resposta, digamos... ora bem: «Podem levar o caixão, mas há que devolvê-lo». Eu deixo aqui uma pergunta à Embaixada de Portugal: Devolve-se o caixão depois do velório ou depois do funeral? Com ou sem um corpo lá dentro? Se para esta ultima pergunta a resposta for um 'sim', já agora desculpem lá mais esta perguntinha: Quem viria dentro do caixão?
Resta aos amigos e conhecidos do António a consolação de ainda haver portugueses bons. Um deles pagou do seu bolso mais de 6.000 euros para a transladação do corpo. Mas estejam descansados: este português bom não devolverá caixão nenhum à embaixada, pois o nosso amigo António precisa de eterno descanso. Descansa em paz e que a terra que te cobre te seja leve.
AAS

sábado, 28 de junho de 2008

De peido em peido...

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Pois é, caros amigos, pedir informações tem destas coisas... Não é que o Juíz Bacar Biai, numa nota à Polícia Judiciária, em vez de escrever PEDIDO, pede antes...um PEIDO de informação? Do outro lado, não se sabe se a carta foi - ou não - levada à letra. Mas devia ser.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

E vocês? Já PROJECTARAM hoje?

Interessante. Uma ideia genial: Onde não existe Estado, existe O.N.G. Que tal um projecto para uma O.N.G... para «endireitar bananas»? Vai descascar bananas, malandro...
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Há projectos por todo o lado… Saio de minha casa e, se me descuido, posso mesmo pisar um projecto, dar um pontapé noutro e esborrachar-me em cima dum ainda maior e mais valioso!
Não é mal de Bissau, é um mal geral… Mas é ainda mais caricato ver este mal a passear-se por entre o lixo, por entre a falta de água e luz, e , por vezes, gasóleo, por entre buracos rodeados de alcatrão, e por entre pessoas que lutam para sobreviver, sem um projecto para a próxima hora. E há quem diga calmamente quando lhes perguntam o que andam por aqui a fazer:
-Tenho um projecto!
É o argumento fantástico para um filme de terror de alta qualidade! E o mais incrível é que inquiridor se cala magicamente ao som da palavra bendita! Quem tem um projecto, tem um projecto e ponto final!
Com os ouvidos cheios da palavra “projecto”, cheguei a casa e pesquisei no nosso amigo google: o termo "projecto" tem várias conotações e é usado em sentidos diferentes. Por vezes, associamo-lo a um propósito, uma intenção ou mesmo um desígnio. Noutras situações, conotamo-lo com um esquema, um plano ou um programa. Em geral, os dois aspectos estão presentes, em maior ou menor grau e de modo mais ou menos explícito, naquilo a que chamamos um projecto.
É isto mesmo que as pessoas andam a fazer: mais ou menos qualquer coisa com um maior ou menos grau de qualquer coisa!
Um senhor muito interessante e igualmente perturbado com a questão disse entre duas risadas que já tinha pensado em fazer um projecto de endireitar bananas! É que as parvas nascem sempre tortas!!! Concordámos os dois que numa qualquer ONG que esteja mais ou menos em Bissau a fazer mais ou menos qualquer coisa, com mais ou menos dinheiro, o projecto (!) seria aprovado rapidamente!
E vocês? Já PROJECTARAM hoje?
MeGaMi

Luto ka ta mata...

...Lambu son bu bati!!!
Não lembra ao diabo... o PAIGC - partido «libertador» e, já agora, «destruidor», decidiu-se pela realização do seu 7º Congresso Ordinário (a designação é deles...) em Gabu e...no campo de luta livre. Deixo aos leitores todo o tempo para imaginar sobre o que pode acontecer quando 1053 pessoas (delegados) estão, literalmente, dentro de um campo de luta livre. Eu dou uma ajudinha: Lutam, porra!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vai começar o 'circo'

A Cidade do Gabú recebe com alguma pompa e circunstância o P.A.I.G.C. para o seu 7º Congresso Ordinário. Parafraseando Malam Bacai Sanhá, um dos eternos candidatos da 'velha senhora'... «Que ganhe o diabo de rabo mais curto».

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Amizade e sexo? Claro que sim.

Para os moralistas: Este texto não é pornográfico. É artístico. Como a fotografia.

Hoje não me apetece fazer nada. Nem falar. Apetece-me estar assim, quieto, sentado nesta cadeira que me deixa marcas no rabo, com o cotovelo apoiado nesta mesa que precisa com toda a certeza de calços, a beber este copo de água, a fumar este cigarro. Só. Sem telefone, sem cartas ou e-mail's, sem livros, sem o hipotético carteiro a anunciar
- «não há correspondência para si, sr. António». E sonho com esse tal dia, A. Todos os dias.

Em resposta à tua pergunta que já tem largos dias.

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«Olá, A.

Quero começar assim: nunca percebi os idiotas que acham que sexo não se mistura com nada. Por exemplo, com amizade.
Sou feroz defensor de sexo com amigos: se eles são, de facto, para as ociasiões, então não custa nada estarem lá para quando nos apetece uma ‘bombada’ ou outra.
Contudo, no meu caso e salva raras excepções, encontrar alguém disposto e sexualmente esclarecido é, praticamente, um mito urbano, quase tão difícil de encontrar como o ponto G...
Sou daquela espécie rara que entende que no misturar é que está o ganho, que temos que ser uns para os outros, fazer o bem e ajudar o próximo.
E não me venhas cá com essa treta de que não estás a perceber patavina, e a fazer aquela cara... A.!!!!
Não há quem esteja em déficit ou superávit de ‘bombadas’ porque ambos devemos querer o mesmo: sexo descomprometido mas escorado numa amizade que impede a impessoalidade da coisa. Ou seja, queremos o melhor de dois mundos. Alguém que faça boas gratificações orais ou lambidelas íntimas com intensidade sem que tenhamos que, forçosamente, nos lembrar da data em que fez a comunhão, nem do que quer que seja.
A única coisa que ambos querem é poder telefonar à uma da manhã cheios de tesão e que do outro lado haja uma voz que mostre igual vontade.
Ah!, mas encontar essa alguém é outra coisa... agora, imagina que tens alguém que te ‘bombe’ decentemente por mais de meia hora sem acusar dores nas pernas nem nos rins. Mil maneiras há que manter e proteger essa relação que, quando funciona em pleno, deixa grande saudade e é geradora de uma imensa cumplicidade e amizade duradoura. Da boa.

AAS»

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Señor Hamadi, presumo.

Ora, ora...quem é vivo sempre aparece!
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Eu lamento, mas não sabia que a Coca-Cola tem, em Bissau, um Cônsul Honorário. AAS

Poupem-me, porra!!!

O antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, João José 'Huco' Monteiro, tem todo o espaço para explicar este «cargo» no passaporte...AAS

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Tu também, Cuba?

Hoje, saí à caça do jeep do sr. Hamadi, o antigo cônsul honorário do Reino de Espanha. Não o vi, ou melhor, vi-o mas num outro jeep de matrícula IT. Não fiquei satisfeito e fui à sua residência. E perguntei pelo jeep CH. «Está fechado dentro da garagem», disse-me alguém. Não ficarei descansado enquanto não fotografar o jeep do sr. Hamadi. De preferência com o sr. Hamadi a sorrir e a fazer pose para a objectiva...

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Bom, mas na caça ao Hamadi surge-me esta carrinha, da embaixada de Cuba, literalmente en contra-mão. Cá está a prova. A não ser que em Cuba se guia pela esquerda...Eu, estou atento aos vossos disparates.