segunda-feira, 26 de julho de 2004

À janela


Da janela da minha casa, registei muitas imagens. Reparto aqui a objectiva da minha NIKON convosco.

sexta-feira, 23 de julho de 2004

Recordar é viver (V)


Fotografia© António Aly Silva/2004
António Aly Silva, para Higino Cardoso, presidente da CNE/2004: «O povo diz que vocês foram incompetentes, vai demitir-se?»... - Resposta do próprio «Eu sei que somos incompetentes e que vamos demitir-nos, mas só depois das eleições.»
Nota: Escusado será dizer que a conferência de imprensa ficou-se por ali mesmo...

Recordar é viver (IV)


Fotografia© António Aly Silva/2003
O povo ainda canta e dança, vá-se lá saber porquê...

Recordar é viver(III)


Fotografia© Carlos Narciso/2004
Primeiro-ministro Artur Sanhá, justificando as trapalhadas nas eleições de 2004 e que resultaram no nervosismo da população que montou barricadas nas ruas de Bissau e arredores: "A verdade é que temos um povo do primeiro mundo"  - António Aly Silva: "É verdade, pena é o governo ser do terceiro mundo."
Provocações...

Recordar é viver(II)


Fotografia© António Aly Silva/2004
O general no seu labirinto...

Recordar é viver (I)


Confesso que ainda hoje, sobretudo quando estou só, penso no jornal Lusófono. De como foi pensado, passado à prática e como foi lindo ver algo nosso crescer a cada 15 dias durante 3 anos. Recordemos então algumas das imagens que marcaram o jornal.

Relâmpago e escuridão


Fotografia© António Aly Silva/2004
Na Guiné-Bissau, chuva quer dizer relâmpagos e trovões. A imagem, captada pela objectiva deste vosso escriba, é bem elucidativa. Os relâmpagos consistem numa descarga eléctrica transiente de elevada corrente eléctrica através da atmosfera. Essa descarga é consequência das cargas eléctricas acumuladas, em geral, nas nuvens e ocorre quando o campo eléctrico excede localmente o isolamento do ar. Os relâmpagos são classificados, na sua forma de ocorrência, como relâmpagos nuvem-solo, solo-nuvem, entre-nuvens, intranuvens, horizontais (ao projectarem-se e terminarem como que no espaço vazio lateral à nuvem), e para a estratosfera.

quarta-feira, 21 de julho de 2004

Eu tenho um sonho...


...E ele chama-se «Bolama», a ilha da paz na Guiné-Bissau. Há quem diga que esta foi a primeira capital da Guiné e também quem advogue que foi a cidade de Cacheu. Também isso não interessa para nada. O meu sonho é voltar e recolocar Bolama no mapa. Quero vê-la formosa e segura a galgar as ondas, para dar felicidade, criar prosperidade e preservar a paz; fazer coabitar o futuro com o presente. Eu tenho um sonho...

De volta

 
Fotografias© António Aly Silva/2004

As minhas desculpas pela não actualização deste blogue, desde 14 de Junho. Com efeito, estava desaparecido em Bissau, cidade capital da Guiné-Bissau e cuja Internet 'voa' a 28k...rasteja, melhor dizendo. Nestes 31 dias de ausência, cacei pombos e passarinhos e joguei à bola na estrada num dia em que chovia torrencialmente. Fui a Farim e andei por Mansoa. Revi amigos e fiz novos amigos. Torci por Portugal no Euro 2004 e ainda bem que o fiz. Não vi o Kumba Yalá (também não quis...). No entanto, este meu desaguar em Lisboa está por dias. No próximo dia 30, arranco de novo para Bissau. Faz-se tarde e urge ajudar na (re)construção do país. Lá, desta feita por muito mais tempo, tentarei fazer do blogue um diário católico (que é como quem diz: 'é quando a Internet deixar'). As fotografias que aqui publico foram tiradas depois dessa jogatana à chuva. O arco-iris apareceu e...como era lindo o arco-iris!

A Guiné-Bissau e o Euro 2004


Fotografias: (c) Jorge Neto

Faltou boa vontade às autoridades portuguesas em Bissau (Embaixada, etc, etc...), mas não a um grupo de portugueses amigos de guineenses. Vai daí, organizaram em três pancadas a transmissão da final do Euro 2004 entre as selecções de Portugal e da Grécia.
Escreveu-se neste blog - do meu amigo Jorge Neto e onde, amavelmente, saquei as fotografias: A coisa foi planeada em 24 horas e a única divulgação foram uma dezena de cartazes A4, espalhados por alguns estabelecimentos comerciais do centro de Bissau, e uma notícia nas rádios locais. A organização, que esperava entre 300 a 500 pessoas, viu aparecerem no estádio cerca de 3 mil adeptos guineenses da selecção das quinas. Foi a loucura total, com pessoas a procurar o melhor lugar para si. De tal forma que a polícia de intervenção teve que ser chamada a manter a ordem. Assim foi a febre da bola, a febre do Euro 2004, a febre da selecção portuguesa, na Guiné-Bissau. No mundial de 2006 haverá mais.

Nota: Com uma pala destas, Santana Lopes não teria os problemas que teve com o defunto Estádio de Alvalade...AAS

Palavras para quê?

 
Fotografia© António Aly Silva/2004

A Guiné-Bissau conta agora com dois nomes de vulto (e de peso), nos mais altos cargos da Nação: O presidente da República, HENRIQUE PEREIRA ROSA e o primeiro-ministro, CARLOS GOMES JÚNIOR. O entendimento entre os dois é perfeito: «(Henrique Rosa) é praticamente um irmão», disse um dia, em entrevista aos jornais 'Lusófono' e 'O Independente', o próprio primeiro-ministro guineense. Porém, o principal problema está dentro do próprio PAIGC, partido onde Cadogo «não cresceu». Aqui, com tudo quanto é 'ala', o primeiro-ministro tem uma árdua mas não impossível tarefa de 'amansar as feras'. Nos corredores da Primatura, a azáfama tem sido grande. E ainda bem que assim é, porque para imobilismo bastaram os 4 últimos anos, os mais desastrosos da história recente deste jovem Estado...
Para já, os melhoramentos em Bissau são por demais evidentes: as principais praças estão a sofrer operações plásticas (jardins e outros embelezamentos) e à noite estão iluminadas; as estradas em Bissau e no interior do país estão a ser remendadas (com a época das chuvas é impossível fazer melhor)...Vamos todos torcer porque a Guiné-Bissau vale a pena!


sexta-feira, 11 de junho de 2004

Imagem em vez de palavras(III)

Imagem em vez de palavras(II)

Imagem em vez de palavras(I)

Há quem marque na própria baliza...


Este é Kumba Ialá, metido num traje típico indonésio (ou sul-africano?). A seu lado, o árbitro, atónito.

O humor tem disto


Chegou-me via e-mail e, democraticamente, publico-a.

Simplesmente, adoro


Adoro este quadro que está no hall de entrada da minha casa. É do Diamantino, um dos melhores pintores guineenses contemporâneos.

Este é o homem


Este é o meu filho, Guilherme, de 3 anos de idade. Quem sai aos seus...

Sem pressas

Estou que nem 'poço'...

ANGOLA: MAIS UM POSSO DE PETRÓLEO NO BLOCO 31
«Angola tem mais um posso de petróleo, descobertas em águas ultra-profundas, no bloco 31, segundo comunicaram a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL) e a British Petroleum (BP)»...esta é uma notícia lida neste sítio, que continua assim: «Este é o quarto poço descoberto no Bloco 31, localizado ao largo do Soyo, na costa norte de Angola, onde já existem os poços Plutão, Saturno e Marte.». Em jeito de comentário, digo que quem escreveu ou 'picou' esta notícia, não sabia se era carne ou peixe...tinha as suas dúvidas. São as barbaridades que se escrevem por aí.

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Vão buscá-la!


Porque sei que os guineenses estão, de alma e coração, com a selecção portuguesa de futebol, deixo aqui a minha expressa vontade: Força, Portugal!!! Get It!!!

Hino Nacional da Guiné-Bissau

terça-feira, 8 de junho de 2004

Walking around

A vida é composta de ciclos...

Meu caro Aly,
Como sabemos a vida é composta de ciclos. Há a meninice, depois a adolescência, a idade adulta, a maturidade e, por fim, a morte. O Lusófono passou pela meninice, vai fazer um período sabático, no sítio, que será a adolescência; porque tenho a certeza que virá para a idade adulta cheio de maturidade que lhe conferirá o sítio. Continua a contar a 100% comigo, quer no sítio, quer quando o suporte papel regressar. Sempre. Abraços deste que assina com o nome e não sob o pseudónimo Eugénio Costa Almeida

Caro Eugénio,
Obrigado pelas palavras. Sim, talvez um dia volte à baila com o Lusófono. Quem sabe...abraço, Aly Silva

segunda-feira, 7 de junho de 2004

Como um bom soldado



«Para quem escreve com o fim de ser lido, não ser entendido ainda é pior do que não ser apreciado. Ou lido.» Miguel Esteves Cardoso, semanário ‘O Independente’/Maio de 1988

Durante dois anos – que foi quando dei conta de que tinha completado a minha instrução formal em jornalismo pelas mãos deste semanário (abraço a todos, em especial ao Paulo Pinto Mascarenhas, à Inês Serra Lopes, ao Vítor Cunha e ao Paulo Reis); e desta revista (obrigado à Áurea Sampaio, ao Rui Costa Pinto, ao Cáceres Monteiro, ao Francisco Galope e ao Pedro Camacho) - magiquei a ideia de criar e dirigir um jornal, quinzenal, que versasse sobre os países africanos que falam o português e fosse servido aos seus nacionais residentes em Portugal. Utópico? Talvez, mas o desafio valia a pena.
Passei todas as noites do mês que antecedeu a saída do número zero, rodeado daqueles que acabariam por nunca participar do projecto. Conversávamos sobre a ‘viabilidade’, a ‘durabilidade’ e a ‘aceitação’ do jornal por parte daquele que seria o nosso público-alvo. «Os africanos não lêem», dizia um; «não será prematuro?», interrogava-se outro. E eu, à minha maneira, aumentei a parada: «vou fazê-lo e vamos ter também um sítio na Internet». Tudo o que recebi foi um encolher de ombros e dois olhares de espanto.
Pois bem, consegui e orgulho-me disso. E eles também (obrigados ao Abílio Neto, ao Ricardo Godinho Gomes e ao Octávio Lopes). Inaugurei o sítio no dia 15 de Novembro de 2003. Fazia anos e morreu-me um amigo – que saudade do ‘nosso’ Carlinhos... Depois, bem, depois foi o sucesso (mas o sucesso é sempre relativo). Tudo isto para dizer a todos aqueles que nos leram durante perto de três anos, que fechamos um ciclo e vamos suspender a publicação do Lusófono no formato de papel, continuando apenas com o sítio.
Convém no entanto realçar que não fomos nós que vergámos. Foi-nos comunicado apenas trinta dias antes que a «crise» – ah!, la crise! – foi a responsável (eu continuo a defender que «a crise está nas nossas cabeças», caso contrário o Lusófono não sobreviveria até aqui...). É claro que durante perto de três anos reinámos. Fomos o único jornal do género e, assim, a referência de muito boa gente. Éramos aquele jornal que criticava a incompetência e não tinha receios ou medo; também fomos solidários quando chamados, ou não.
É sabido que Lusófono tem, desde há dois meses, um concorrente, propriedade de um grande grupo de comunicação que apoia alguns governos africanos... Não que o dito jornal fosse comparável ao nosso excelente produto ou coisa que o valha... não!. A força do nosso concorrente reside apenas no facto de ser um semanário e de ter uma tiragem de 40 mil exemplares, mesmo que não venda um terço do Lusófono. E daí termos sido preteridos. Convém, no entanto, dizer que levamos o BCP – o nosso parceiro desde o número zero - ao colo. Passaram de 20 por cento de quota no mercado das transferências de dinheiro para... 50 por cento, e orgulhamo-nos disso.
É certo que vivemos numa economia de mercado, onde os menos fortes quase nunca conseguem sobreviver – o Lusófono era frágil e baseava-se apenas na boa vontade de alguns poucos e da carolice de duas pessoas. Nunca tivemos aquele pressentimento do «vou ser rico». Seria até estúpido e isso não somos. Queríamos apenas servir, como um bom soldado. Desde 23 de Março de 2002, data em que foi lançado o número zero, com uma bonita festa na Estufa Fria (um agradecimento especial à Câmara Municipal de Lisboa), que não deixamos de cumprir com o nosso papel: o de escrever para ser lido.
É claro que incomodávamos. Mas também falávamos bem. Não nos deixámos, contudo, amedrontar. Nunca. Escrevíamos bem, mas havia um problema que nos acompanhou quase sempre, como se de uma sombra se tratasse: algumas pessoas liam-nos mal. Mandaram-nos «recados». Tentaram calar-nos, mas recusamos a humilhação. Quantas vezes, na paginação, nos deparamos com um problema caduco: como é difícil... nunca há espaço suficiente para publicar o pouco ou nada que foi escrito – À ‘DigisCript’, ao Nuno Figueiredo e João Reis, obrigado pela paciência, havemos de voltar a trabalhar juntos. Aos meus caros Eugénio Almeida, Inocência Mata, Leopoldo Amado, Sónia Neto, Sahida Alina entre outros que colaboraram com o Lusófono, não há palavras...elas simplesmente não chegariam para vos agradecer.
Diz-se que os últimos são sempre os primeiros. Assim, e na impossibilidade de citar todos, cá fica um abraço de saudade aos colaboradores que ao longo destes quase três anos aturaram o meu «mau feitio». Tenham paciência e não desesperem que o Lusófono voltará um dia. E, quem sabe, todos os que estiveram comigo. A ser, será um projecto muito mais arrojado, acreditem. Sem medos.
Agora, chegou a hora de experimentar novas aventuras, da qual vos darei conta mais tarde... Abraços calorosos a todas(os). O blogue continuará, bem como o sítio - isto se a nova realidade o permitir, claro.

António Aly Silva
Lisboa, Junho de 2004

Aparecemos aqui...



...E na RTP (´´Portugal no Coração, 'Mana África', Repórter RTP) e na SIC (SIC Notícias e 'Etnias') e em muitos mais sítios. Muito obrigados.

A dor da despedida

sexta-feira, 4 de junho de 2004

E as crianças, senhores?


É este o mapa da discórdia

Hoje, visitei a Feira do Livro e fiquei embasbacado...no stand 11, da DINALIVRO, existe um mapa do mundo «para crianças». Até aqui tudo bem, até porque as crianças merecem tudo. Porém, a curiosidade falou mais alto e decidi chegar mais perto. Qual não foi o meu espanto quando vejo que a Guiné-Bissau tinha ficado fora do mapa. Lá estavam o Senegal e a Guiné-Conacry e da Guiné-Bissau nem sombras...Reclamei e foi-me dito para ir ao stand 128, o que fiz, pois era lá que estava o responsável. Voltei a reclamar. Foi-me dito apenas que o mapa em causa «é feito na Alemanha e distribuído pelos espanhóis». Mais: a Guiné-Bissau não constava «porque havia muita informação de outros países». Não caí de cú porque não calhou. Porra para isto! Não conformado, pedi que retirassem o mapa da exposição, pois pode confundir a pequenada, baralhando-os ainda mais...que nada, apenas gastei o meu latim e a saliva. O mapa continua lá. Eu, apenas pude fazer uma fotografia, para mais tarde recordar. Não há direito!!!

quinta-feira, 3 de junho de 2004

Porra para isto (cont.)

Ou muito me engano, ou esta gente ainda não se apercebeu...ok, ok...agora lê-se melhor, mas podiam arranjar uma cor de fundo mais jeitosinha?...podem encontrar aqui uma vasta palete de cores...contentores deles, aliás!

O que diz Alatas?



O ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio que conduziu as negociações com Portugal para a independência de Timor-Leste, Ali Alatas, disse hoje, em Lisboa, que esse período "foi um dos mais difíceis" de toda a sua carreira diplomática. "Aquele período foi um dos mais difíceis de toda a minha carreira de diplomata. Tinha de conduzir a diplomacia em dois sentidos: perante Portugal e as Nações Unidas e perante o meu governo", disse Ali Alatas. O ex-ministro e actual conselheiro da presidência indonésia falava na conferência sobre as relações euro-asiáticas que está a decorrer hoje no Centro de Congressos da FIL, em Lisboa, para agradecer o "relato vívido" desse período feito na conferência por Ana Gomes, então embaixadora de Portugal em Jacarta. Na apresentação que fez do diplomata, a ex-embaixadora quis contar alguns dos "momentos decisivos" desse processo negocial que protagonizou com Ali Alatas na década de 1990 para ilustrar o papel em seu entender decisivo e empenhado que o então ministro indonésio teve. Segundo contou, logo na primeira reunião que mantiveram, dois dias depois de chegar a Jacarta para reabrir a secção de interesses de Portugal (31 de Janeiro de 1999), pôde "testemunhar a extraordinária qualidade do diplomata Ali Alatas". - Hum...