quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Excitações
Mais:
- "Não acusamos [Portugal], só colocamos questões e queremos respostas. Que o senhor Paulo Portas esclareça que Portugal não está por detrás e que nos explique como é que um asilado político em Portugal, sob custódia de Portugal, aparece na Guiné a fazer uma tentativa de tomada de um quartel", disse, em entrevista à Agência Lusa, o porta-voz do Governo, Fernando Vaz.
- O ex-primeiro-ministro guineense Francisco Fadul, líder de um pequeno partido, também responsabilizou Portugal pelo ataque, domingo, a um quartel em Bissau. Fadul estranhou o facto de Portugal se preocupar tanto com Carlos Gomes Júnior (deposto em Abril), que considerou totalitário.
- Bairros nos arredores de Bissau passados a pente-fino pelos militares. Militares autorizados por António Indjai, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, iniciaram, esta terça-feira, 23 de Outubro, buscas nos diversos bairros de Bissau.
- Governo moçambicano diz que está a colaborar para estabilidade na Guiné Bissau.
"Estamos abertos para colaborar naquilo que for necessário para a estabilidade da Guiné", disse Banze, que falava num briefing à imprensa.
Maputo - O governo moçambicano reafirma a sua disposição de continuar a trabalhar para a manutenção da paz e restauração da legalidade constitucional na Guiné-Bissau, afirmou, terça-feira (23), em Maputo, o vice ministro dos Negócios Estrangeiros, Henrique Banze. "Estamos a trabalhar a nível de Moçambique e em coordenação com o Secretariado Executivo da CPLP, com sede em Lisboa (Portugal) ... o nosso esforço é garantir que haja de facto estabilidade na Guiné-Bissau, ", disse Banze, quando questionado sobre as declarações proferidas domingo pelo governo de transição da Guiné-Bissau, alegando que Portugal e a CPLP estariam a tentar derrubar o governo daquele país da África Ocidental.
- Acontecimentos na Guiné-Bissau preocupam Governo de Cabo Verde. O Primeiro-ministro cabo-verdiano declarou, esta terça-feira, 23 de Outubro, que os acontecimentos de 21 e 22 de Outubro na Guiné-Bissau, que resultaram na morte de cerca de seis indivíduos, preocupam o seu Governo. Em declarações aos jornalistas, José Maria Neves revelou que Cabo Verde está a acompanhar a situação da Guiné-Bissau com muita atenção e que o seu Governo tem alguns dados mas não conhece toda a situação. «Não devemos precipitar-nos em relação aos acontecimentos e às declarações que são feitas e que nem sempre correspondem à realidade dos factos», declarou José Maria neves, sem precisar as informações que vieram de Bissau.
... E no meio de tudo isto:
Guiné-Bissau: Governo queixa-se da divulgação da língua portuguesa
O primeiro-ministro do Governo provisório da Guiné Bissau, Rui Duarte de Barros, acusa a CPLP de não estar a promover, como devia, a língua portuguesa no país e naquela região de África. O poder guineense queixa-se sobre a divulgação da língua portuguesa, uma preocupação transmitida ao repórter Joao Janes, que também perguntou ao primeiro-ministro sobre a situação do país, depois dos incidentes do passado fim-de-semana, mas sobre este aspecto... não há não há novidades. O Governo da Guiné-Bissau limita-se a dizer que decorre um processo de investigações. TSF
Parceiros, mas preocupados
Acontecimentos do passado domingo e desenvolvimentos dos dias seguintes estão a criar inquietação junto das organizações e parceiros internacionais presentes na capital guineense. Em comunicado conjunto, pedem " soluções pacíficas duráveis" para a situação na Guiné-Bissau.
Os parceiros internacionais da Guiné-Bissau manifestaram ontem "sérias preocupações relativamente aos acontecimentos de 21 e 22 de outubro" no país e pediram às autoridades o respeito e salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
"Os parceiros internacionais instam as autoridades na Guiné-Bissau a respeitarem e salvaguardarem os direitos e liberdades fundamentais de todos os cidadãos do país, enquanto são conduzidas as investigações, mantendo os padrões internacionais estabelecidos", lê-se numa nota assinada por Joseph Mutaboba, representante em Bissau do secretário-geral das Nações Unidas.
Os parceiros internacionais, acrescenta Joseph Mutaboba, juntam-se ao apelo da ONU no sentido "de empreender as ações necessárias para promover o diálogo nacional inclusivo, como forma de alcançar soluções pacíficas duráveis para os problemas da Guiné-Bissau".
A declaração conjunta resultou de uma reunião terça-feira realizada entre Joseph Mutaboba e os parceiros internacionais presentes no país.
No passado domingo, um grupo supostamente comandado por um oficial guineense que tinha pedido asilo a Portugal tentou assaltar um quartel militar, uma ação da qual resultaram seis mortos, segundo as autoridades. Na segunda-feira militares espancaram dois dirigentes partidários, abandonando-os depois em locais ermos nos arredores de Bissau. Diário de Notícias
COMUNICADO do Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
Gabinete do Primeiro-Ministro
Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau
COMUNICADO
O Governo Legitimo da República da Guiné-Bissau, foi surpreendido com os acontecimentos ocorridos no passado dia 21 de Outubro que ceifaram vidas humanas e voltaram a colocar toda a população guineense num estado de sobressalto e profunda inquietação, pelo que, condena com toda a veemência e repúdio, este ato ignóbil e inqualificável.
Movido pela nobreza de espírito que subjaz e sempre orientou a forma de atuação do governo legitimo, não só como políticos com princípios e valores, mas também como pessoas, comunicar a todo o povo guineense e à comunidade internacional que nunca se identificou com a violência e a força como meios de resolução de qualquer diferendo, mas sim o diálogo e o bom senso.
Desde o golpe de estado de 12 de abril passado, o Governo Legitimo, imbuído de alto sentido de Estado e de responsabilidade perante o povo da Guiné-Bissau, elegeu a diplomacia ativa como instrumento das suas ações, alertando a comunidade internacional sobre a real situação interna do país, denunciando e informando nas instâncias internacionais competentes os verdadeiros propósitos dos militares golpistas e seus comparsas.
Todas as diligências, com o apoio das forças democráticas e amantes da paz, foram promovidas junto de instâncias internacionais autorizadas e competentes como as Nações Unidas, União Africana a União Europeia, a CPLP e a CEDEAO, o que proporcionou ganhos políticos e diplomáticos incomensuráveis, levando a que a comunidade internacional reforçasse o isolamento por via do não reconhecimento dos golpistas e das autoridades ilegitimamente impostas.
Foi com preocupação acrescida que se registou o sinal dado no dia 21 deste mês, através de um ato de clara demonstração do estado de desespero e desnorte em que se encontram os usurpadores do poder legitimo que, na vã tentativa de branquear, justificar ou tentar desviar as atenções sobre o caminho da bancarrota e de implosão interna a que estão conduzindo a nação, forjam “um mano military” atirando as culpas sobre terceiros (Portugal, CPLP e Carlos Gomes Jr.), cuja conduta não compadece com atuações desta natureza.
Por esta, se alerta da clara intenção de branqueamento pois, apesar da menção explícita e repetida nas declarações veiculadas pelo Governo ilegítimo, de que a «inventona» seria encabeçada pelo Capitão Pansau Intchama, omite-se de forma deliberada tratar-se de uma testemunha vital do assassinato do Presidente João Bernardo Vieira, aliás com afirmações contundentes de sua participação a mando do atual Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.
Por tudo isto, se reitera de forma comprometida ao povo guineense e à comunidade internacional e a todas as forças amantes da paz e defensoras dos ideais da democracia e do Estado de direito democrático, a firme determinação na luta pelo restabelecimento da legalidade constitucional na Pátria de Amílcar Cabral e:
1. Condena veementemente os sequestros, perseguições e espancamentos de dirigentes e responsáveis políticos que se opõem firmemente ao golpe de estado, nomeadamente Inacuba Indjai e Silvestre Alves;
2. Condena e repudia os atos de invasão e vandalização da sede do PAIGC;
3. Solicitar às Nações Unidas a criação de uma Comissão Internacional de Inquérito sobre os acontecimentos do passado dia 21 de Outubro e a consequente responsabilização dos seus autores materiais e morais;
4. Reitera o pedido formulado ao Conselho de Segurança das Nações para urgente necessidade de constituição de um Tribunal Penal para a Guiné-Bissau;
5. Reafirma a imperiosa necessidade de uma força internacional para a Guiné-Bissau, com amplo mandato de, entre outras, estancar os desmandos e evitar mais atrocidades e mais derramamento de sangue.
Lisboa, 23 de Outubro de 2012
O Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau
Carta Aberta à ECOWAS, pelos cidadãos guineenses e lusófonos
Ao
Excelentíssimo Senhor Kadré Désiré Ouedraogo,
24 de Setembro de 2012
Presidente da Comissão ECOWAS,
O movimento Setembro Vitorioso elaborou esta carta com o objetivo principal de apelar a uma rápida mudança de atitude (por parte da CEDEAO), no sentido de se repor a normalidade democrática e constitucional na Guiné-Bissau.
Preocupa-nos o futuro do nosso povo e do nosso país, cujo progresso tem sido frequentemente impedido pela instabilidade política e por sucessivos golpes de estado, cada vez mais inadmissíveis.
Mas também nos preocupa o futuro conjunto dos países da região e da nossa comunidade: sem vontade para garantir a estabilidade, sem maturidade política e sem se perceber que só com essa estabilidade é que teremos condições para o desenvolvimento económico e social dos nossos países, dificilmente poderemos prosperar.
Porque nos parece que este pode ser um “momento de verdade”, não podemos esconder o nosso descontentamento (e desilusão!) para com o papel que a CEDEAO desempenhou até aqui, no que diz respeito à situação que se vive na Guiné-Bissau, na sequência do golpe de estado de 12 de Abril.
Presidente da Comissão ECOWAS,
Estamos descontentes e desiludidos, pois é evidente a discrepância entre as palavras e os atos. Para atalhar, a CEDEAO tem-se manifestado contra o golpe de estado, mas – na prática – criou condições para que os golpistas continuem a (des)governar o país.
Preferíamos não ter que fazer esta crítica, mas a disparidade entre o que se diz e o que se pratica é incontornável. Porque queremos capitalizar a atual situação da Guiné-Bissau para criar um “momento de verdade” na região, assumimos esta crítica e esperamos que ela suscite adequada reflexão.
Conhecemos bem a realidade do nosso país e a encruzilhada de interesses particulares (tantas vezes ilegais) que o permeiam e rodeiam. Admitimos até que a própria CEDEAO seja, também, vítima desses interesses, aos quais basta a mera proclamação de frases politicamente corretas, desde que possam continuar a atuar impunemente no terreno. Por isso, temos consciência de que este nosso apelo não é de simples correspondência. Mas não podemos deixar de o fazer:
- porque esperamos, confiando, que a CEDEAO opte por um novo rumo para a região;
- porque acreditamos no valor dos povos africanos que merecem viver em democracias estáveis e libertas da corrupção;
- em suma, porque esperamos que impere o bom senso e a perceção de que está em causa o nosso futuro conjunto, o qual só poderá ser construído em paz, com estabilidade e em democracia;
Mais do que naquilo que é dito e defendido em posições oficiais, as verdadeiras escolhas da CEDEAO, quanto ao futuro da Guiné-Bissau, irão revelar-se nos atos. Para já, repetimos, os atos não conduziram à desejável normalização política do país. Esta situação é extremamente prejudicial para a Guiné-Bissau que, assim, se vê privada daquele que poderia ser o importante apoio da CEDEAO. Mas também é prejudicial para todos os países da comunidade, uma vez que é claro o sinal que está a ser dado “à navegação”: o de uma CEDEAO como mero palco de representação do “politicamente correto”, em cujos bastidores decorre a peça real, onde imperam interesses particulares, completamente alheios às aspirações de povos inteiros.
Presidente da Comissão ECOWAS,
No entanto, amanhã é um novo dia.
Esperamos que esta carta suscite a urgente reflexão acerca do nosso futuro coletivo.
Queremos continuar a integrar a CEDEAO, mas gostaríamos de ver nesta – enquanto comunidade supranacional – uma organização capaz de ajudar os países que a constituem a resolver os seus problemas e não como mero prolongamento dos mesmos.
Para que amanhã seja um novo dia, hoje terá que ser um “dia de verdade”.
O “Governo de assalto” que tomou conta do poder na Guiné-Bissau está a delapidar a economia, o Estado e a coesão social – e logo quando o país, pela primeira vez, atingiu níveis significativos de crescimento económico. Por economia de espaço, não iremos aqui detalhar este capítulo sobre a destruição do país, até porque os fatos são sobejamente conhecidos - por muito que alguns os tentem esconder. Bastará referir que a situação é demasiado grave para que se faça dela um joguete, nas mãos de uma pequena minoria, cuja ganância demonstra não ter quaisquer limites.
Por tudo isto, eis o nosso apelo à mudança: a CEDEAO ainda pode ter um papel importante na solução do atual e muito grave problema que se vive na Guiné-Bissau. Ao faze-lo, estará não só a ajudar o nosso povo, mas também a instaurar uma nova forma de proceder que dará melhores frutos para toda a região. Será uma mudança difícil e exigirá coragem, mas esta é uma luta que vale a pena. Afinal, está em causa o futuro de todos nós! E que futuro queremos? O do progresso económico e social e da genuína colaboração entre os países desta comunidade, ou a manutenção da “lei do mais forte” que só tem salvaguardado interesses individuais, corporativos, mesquinhos e indiferentes ao destino dos nossos povos?
Presidente da Comissão ECOWAS,
Amanhã é já amanhã!
Não esperemos mais pelas mudanças de que necessitamos! Elas não se farão sozinhas e muito dificilmente alguém as fará por nós. Recordamos as recomendações das Nações Unidas, para que se retome, de imediato, o processo eleitoral para escolha de um novo Presidente e para que a ordem constitucional anterior ao golpe seja reposta. A comunidade internacional rejeita o dito Governo de transição e aguarda por uma solução vinda de nós. A CEDEAO está a tempo de corrigir este verdadeiro embaraço para a sua respeitabilidade internacional, mas é necessário intervir rapidamente e em sentido único: retirar o poder aos autores do golpe e devolve-lo ao Governo legítimo.
Confiamos numa pronta resposta da CEDEAO e confiamos na adoção das medidas necessárias. Confiamos, sobretudo, que a CEDEAO, pelos seus atos, a todos possa dar um sinal claro e definitivo: o da completa recusa do uso de golpes de estado como ferramenta aceitável para a mera conquista do poder.
Presidente da Comissão ECOWAS,
A terminar, o inevitável:
- Relembrar os artigos 3º e 4º do Tratado Fundador revisto em Julho de 1993, da própria CEDEAO e o “Protocolo A/SP1/12/01”, da CEDEAO, sobre Democracia e Boa Governação que suplementa o “Mecanismo para a Prevenção de Conflitos, Gestão, Resolução, Manutenção da Paz e Segurança”, aprovado em 2001, em Dakar, onde se pode ler: «todo o acesso ao poder deve ser feito através de eleições livres, honestas e transparentes» e que «toda a mudança anticonstitucional fica interdita, bem como qualquer modo não democrático de tomada ou manutenção do poder»;
- E relembrar a posição inicial da CEDEAO de firme condenação ao golpe de estado do dia 12 de Abril: esta foi a posição assumida pela Conferência de Chefes de Estado e Governo da CEDEAO de 26 e 29 de Abril e pela sua Presidência em declarações de 13 e 19 de Março de 2012 que, na altura, anunciaram mesmo «não reconhecer quaisquer instituições arquitetadas pelos golpistas – militares e civis -, na Guiné-Bissau».
Está certa a CEDEAO nos seus textos constitutivos e esteve certa a CEDEAO no início deste processo; tão certa que não se entende o ‘porquê’ das posições tomadas posteriormente, de apoio a um ‘Presidente’ e a um ‘Governo’ de transição formado pelos golpistas e, consequentemente, ilegítimo. Seguramente, não se entende o ‘porquê’ de uma posição tão isolada, no contexto das organizações internacionais relevantes (ONU, UA, EU, CPLP e OIF, etc.), todas repudiando a demora na reposição da ordem constitucional anterior ao golpe.
Por fim, sublinhamos o seguinte: os povos são a fonte da autoridade – devem ser respeitados!
O povo guineense saberá agradecer aos países vizinhos toda a ajuda que seja proporcionada, neste momento tão difícil.
Bem hajam.
Cidadãos guineenses e lusófonos
CC:: CPLP, UN
Excelentíssimo Senhor Kadré Désiré Ouedraogo,
24 de Setembro de 2012
Presidente da Comissão ECOWAS,
O movimento Setembro Vitorioso elaborou esta carta com o objetivo principal de apelar a uma rápida mudança de atitude (por parte da CEDEAO), no sentido de se repor a normalidade democrática e constitucional na Guiné-Bissau.
Preocupa-nos o futuro do nosso povo e do nosso país, cujo progresso tem sido frequentemente impedido pela instabilidade política e por sucessivos golpes de estado, cada vez mais inadmissíveis.
Mas também nos preocupa o futuro conjunto dos países da região e da nossa comunidade: sem vontade para garantir a estabilidade, sem maturidade política e sem se perceber que só com essa estabilidade é que teremos condições para o desenvolvimento económico e social dos nossos países, dificilmente poderemos prosperar.
Porque nos parece que este pode ser um “momento de verdade”, não podemos esconder o nosso descontentamento (e desilusão!) para com o papel que a CEDEAO desempenhou até aqui, no que diz respeito à situação que se vive na Guiné-Bissau, na sequência do golpe de estado de 12 de Abril.
Presidente da Comissão ECOWAS,
Estamos descontentes e desiludidos, pois é evidente a discrepância entre as palavras e os atos. Para atalhar, a CEDEAO tem-se manifestado contra o golpe de estado, mas – na prática – criou condições para que os golpistas continuem a (des)governar o país.
Preferíamos não ter que fazer esta crítica, mas a disparidade entre o que se diz e o que se pratica é incontornável. Porque queremos capitalizar a atual situação da Guiné-Bissau para criar um “momento de verdade” na região, assumimos esta crítica e esperamos que ela suscite adequada reflexão.
Conhecemos bem a realidade do nosso país e a encruzilhada de interesses particulares (tantas vezes ilegais) que o permeiam e rodeiam. Admitimos até que a própria CEDEAO seja, também, vítima desses interesses, aos quais basta a mera proclamação de frases politicamente corretas, desde que possam continuar a atuar impunemente no terreno. Por isso, temos consciência de que este nosso apelo não é de simples correspondência. Mas não podemos deixar de o fazer:
- porque esperamos, confiando, que a CEDEAO opte por um novo rumo para a região;
- porque acreditamos no valor dos povos africanos que merecem viver em democracias estáveis e libertas da corrupção;
- em suma, porque esperamos que impere o bom senso e a perceção de que está em causa o nosso futuro conjunto, o qual só poderá ser construído em paz, com estabilidade e em democracia;
Mais do que naquilo que é dito e defendido em posições oficiais, as verdadeiras escolhas da CEDEAO, quanto ao futuro da Guiné-Bissau, irão revelar-se nos atos. Para já, repetimos, os atos não conduziram à desejável normalização política do país. Esta situação é extremamente prejudicial para a Guiné-Bissau que, assim, se vê privada daquele que poderia ser o importante apoio da CEDEAO. Mas também é prejudicial para todos os países da comunidade, uma vez que é claro o sinal que está a ser dado “à navegação”: o de uma CEDEAO como mero palco de representação do “politicamente correto”, em cujos bastidores decorre a peça real, onde imperam interesses particulares, completamente alheios às aspirações de povos inteiros.
Presidente da Comissão ECOWAS,
No entanto, amanhã é um novo dia.
Esperamos que esta carta suscite a urgente reflexão acerca do nosso futuro coletivo.
Queremos continuar a integrar a CEDEAO, mas gostaríamos de ver nesta – enquanto comunidade supranacional – uma organização capaz de ajudar os países que a constituem a resolver os seus problemas e não como mero prolongamento dos mesmos.
Para que amanhã seja um novo dia, hoje terá que ser um “dia de verdade”.
O “Governo de assalto” que tomou conta do poder na Guiné-Bissau está a delapidar a economia, o Estado e a coesão social – e logo quando o país, pela primeira vez, atingiu níveis significativos de crescimento económico. Por economia de espaço, não iremos aqui detalhar este capítulo sobre a destruição do país, até porque os fatos são sobejamente conhecidos - por muito que alguns os tentem esconder. Bastará referir que a situação é demasiado grave para que se faça dela um joguete, nas mãos de uma pequena minoria, cuja ganância demonstra não ter quaisquer limites.
Por tudo isto, eis o nosso apelo à mudança: a CEDEAO ainda pode ter um papel importante na solução do atual e muito grave problema que se vive na Guiné-Bissau. Ao faze-lo, estará não só a ajudar o nosso povo, mas também a instaurar uma nova forma de proceder que dará melhores frutos para toda a região. Será uma mudança difícil e exigirá coragem, mas esta é uma luta que vale a pena. Afinal, está em causa o futuro de todos nós! E que futuro queremos? O do progresso económico e social e da genuína colaboração entre os países desta comunidade, ou a manutenção da “lei do mais forte” que só tem salvaguardado interesses individuais, corporativos, mesquinhos e indiferentes ao destino dos nossos povos?
Presidente da Comissão ECOWAS,
Amanhã é já amanhã!
Não esperemos mais pelas mudanças de que necessitamos! Elas não se farão sozinhas e muito dificilmente alguém as fará por nós. Recordamos as recomendações das Nações Unidas, para que se retome, de imediato, o processo eleitoral para escolha de um novo Presidente e para que a ordem constitucional anterior ao golpe seja reposta. A comunidade internacional rejeita o dito Governo de transição e aguarda por uma solução vinda de nós. A CEDEAO está a tempo de corrigir este verdadeiro embaraço para a sua respeitabilidade internacional, mas é necessário intervir rapidamente e em sentido único: retirar o poder aos autores do golpe e devolve-lo ao Governo legítimo.
Confiamos numa pronta resposta da CEDEAO e confiamos na adoção das medidas necessárias. Confiamos, sobretudo, que a CEDEAO, pelos seus atos, a todos possa dar um sinal claro e definitivo: o da completa recusa do uso de golpes de estado como ferramenta aceitável para a mera conquista do poder.
Presidente da Comissão ECOWAS,
A terminar, o inevitável:
- Relembrar os artigos 3º e 4º do Tratado Fundador revisto em Julho de 1993, da própria CEDEAO e o “Protocolo A/SP1/12/01”, da CEDEAO, sobre Democracia e Boa Governação que suplementa o “Mecanismo para a Prevenção de Conflitos, Gestão, Resolução, Manutenção da Paz e Segurança”, aprovado em 2001, em Dakar, onde se pode ler: «todo o acesso ao poder deve ser feito através de eleições livres, honestas e transparentes» e que «toda a mudança anticonstitucional fica interdita, bem como qualquer modo não democrático de tomada ou manutenção do poder»;
- E relembrar a posição inicial da CEDEAO de firme condenação ao golpe de estado do dia 12 de Abril: esta foi a posição assumida pela Conferência de Chefes de Estado e Governo da CEDEAO de 26 e 29 de Abril e pela sua Presidência em declarações de 13 e 19 de Março de 2012 que, na altura, anunciaram mesmo «não reconhecer quaisquer instituições arquitetadas pelos golpistas – militares e civis -, na Guiné-Bissau».
Está certa a CEDEAO nos seus textos constitutivos e esteve certa a CEDEAO no início deste processo; tão certa que não se entende o ‘porquê’ das posições tomadas posteriormente, de apoio a um ‘Presidente’ e a um ‘Governo’ de transição formado pelos golpistas e, consequentemente, ilegítimo. Seguramente, não se entende o ‘porquê’ de uma posição tão isolada, no contexto das organizações internacionais relevantes (ONU, UA, EU, CPLP e OIF, etc.), todas repudiando a demora na reposição da ordem constitucional anterior ao golpe.
Por fim, sublinhamos o seguinte: os povos são a fonte da autoridade – devem ser respeitados!
O povo guineense saberá agradecer aos países vizinhos toda a ajuda que seja proporcionada, neste momento tão difícil.
Bem hajam.
Cidadãos guineenses e lusófonos
CC:: CPLP, UN
'Governo de transição' reivindica "extradição" de Carlos Gomes Jr.
O governo de Guiné-Bissau exigiu ontem que Portugal extradite o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que se encontra exilado em Lisboa e é acusado de envolvimento no ataque de domingo passado contra o quartel militar dos "Boinas Vermelhas". "O governo de transição (de Guiné-Bissau) reivindica do governo de Portugal a extradição urgente do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, acusado de envolvimento no ataque contra a base dos "Boinas Vermelhas", disse em declarações aos meios de comunicação o porta-voz do governo, Fernando Vaz. A Guiné-Bissau, além disso, acusa Portugal e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pelo ataque, que deixou pelo menos sete mortos, na maioria membros do comando responsável pela investida. AAS
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Medo incluído
» Kumba Yalá é considerado em meios diplomáticos que acompanham a situação na Guiné Bissau como “principal obstrutor” da ideia da participação do PAIGC num governo inclusivo, a criar no quadro de um novo processo de transição política.
» O MNE da Guiné-Bissau, Faustino Imbali, pediu, de facto, a substituição de Joseph Mutaboba como representante do SG ONU, mas a diligência viria a ser posteriormente objecto de “reavaliação” e posta de lado. A iniciativa do MNE foi pressionada pelo CEMGFA, General António Indjai, agastado com declarações de Joseph Mutaboba sobre aspectos da situação no país. ÁfricaMonitor
Tentativa de golpe sem veracidade
1 . Foi uma “encenação”, inferidamente do interesse do CEMGFA, General António Indjai, o alegado golpe de mão (tentativa de assalto/intrusão) contra o quartel do Batalhão de Pára-Comandos, Bissau, em 21 de Outubro. Esta avaliação do episódio é a que merece mais ampla aceitação em meios diplomáticos e de Intelligence, inclusive em Dacar.
António Indjai está isolado, uma evidência de causas múltiplas cujos efeitos negativos para si próprio terá procurado atenuar/superar com uma acção aparentemente calculada para criar um clima político-emocional cuja exploração permitiria atingir objectivos como os seguintes:
- Erigir-se em vítima – o próprio e a ala consigo identificada nas FA, que assim terá querido mobilizar; arranjar pretexto (ascendente moral) para agir contra adversários e/ou accionar medidas do seu interesse.
- Captar/alargar simpatias da CEDEAO – intenção óbvia do reavivamento da teoria de implicações externas malquistas na região (Portugal e CPLP primeiro; MFDC de Casamansa, depois) na acção de 21 de Outubro em particular, e na instabilidade interna em geral.
Kumba Yalá, que exerce influências sobre António Indjai, também é apontado como “interessado” na acção. É emanação da sua aversão pessoal a Carlos Gomes Jr a menção feita a este como “implicado” na acção e actos praticados na esteira da mesma como a detenção de um dos mais constantes apoiantes do ex-PM, Iancuba Indjai.
2 . As conclusões segundo as quais o episódio correspondeu a uma “encenação” são alimentadas por verificações simples, que no essencial negam veracidade às versões oficiais ou entram em contradição com as mesmas. Apresentam fragilidades elementos como identificação dos supostos atacantes, condições em que foram abatidos, etc.
O Batalhão de Pára-Comandos é, a par do Batalhão de Mansoa, uma das mais habilitadas unidades das Forças Armadas da Guiné-Bissau. O seu efectivo orgânico completo é de cerca de 1.000 h. – volume considerado suficientemente dissuasor para levar um grupo aparentemente desorganizado e escasso a tentar tomá-lo de assalto.
O 2º comandante do Batalhão de Pára-Comandos, é um dos militares de alta patente dado como tendo supostamente entrado em conflito com António Indjai, do qual fora antes apoiante. Foi ele que, a mando de António Indjai, retirou o então Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr de sua casa no golpe de Estado de 12 de Abril.
3 . O Cap Pansau N’Tchama foi apontado num comunicado do Governo, lido pelo seu ministro da Presidência, Fernando Vaz, muito subordinado a António Indjai, como tendo sido o “cabecilha” da acção; nenhuma informação complementar, como condições actuais do oficial e paradeiro foi prestada.
A menção à suposta implicação de Pansau N’Tchama, desacompanhada de quaisquer detalhes com ela relacionadas, é objecto de conjecturas que também contribuem para pôr em causa a autenticidade do episódio de 21 de Outubro e relacionar a sua propalação com propósitos eventualmente escusos.
A Pansau N’Tchama é geralmente reconhecida preparação suficiente (frequentou em Portugal o curso de capitão), para não se envolver numa acção descrita como suicida. A sua identificação como “cabecilha” é vista como reflexo de um “processo de intenções” justificado por facetas da sua vida como as seguintes:
- Foi no passado um “fiel” de António Indjai; fez parte de um reduzido grupo de militares a que é atribuída a liquidação física do antigo Presidente Nino Vieira; disse mais tarde que o grupo cumpriu ordens do seu chefe hierárquico, que era António Indjai.
- Deu entrevistas sobre o caso que terão desagradado a António Indjai, do qual se afastou; era considerado testemunha chave no processo de investigação do assassinato de Nino Vieira aberto pela PGR; não regressou ao país depois de concluído o curso de capitão, alegando que não lhe era facultada uma passagem para tal; permaneceu em Portugal até recentemente.
4 . O isolamento de António Indjai é especialmente atribuído a comportamentos considerados prepotentes e a tendências do mesmo para a ostentação privada que no seu conjunto geram mal estar entre uma oficialidade – na sua sua larga maioria privada de condições básicas de vida.
Com um património do qual já fazem parte várias moradias, Bissau e Jugudul, por ex., António Indjai iniciou recentemente a construção de uma moradia em Mansoa, que tendo em conta as suas dimensões estimadas, dependências anexas e área de servidão, considerada na gíria “uma tabanca”, que aparentemente inclui uma pista de aviação. ÁFRICA MONITOR
Nota de Imprensa: MDG, Movimento Democrático Guineense
COMUNICADO DE IMPRENSA
A Comissão de Estratégia Política do Movimento Democrático Guineense, MDG, após uma concertação de urgência, vem por meio deste informar a sociedade guineense, aos partidos políticos, as representações diplomáticas acreditadas no país e a comunidade internacional, que em decorrência dos últimos acontecimentos do dia 20 de Outubro na Base Aérea, que resultou em perdas de vidas humanas, ontem dia 22 do corrente mês, por volta das 17h30, o seu líder, Dr. Silvestre Alves, foi sequestrado na porta do seu escritório no centro de Bissau por militares fortemente armados que o levaram e o espancaram desumanamente e depois abandonaram-o na via de acesso que liga Bissau a vila de Quinhamel.
Tendo em conta o atentado contra o princípio da ordem democrática e a gravidade do acto, a Comissão Política do MDG decide:
1. Informar a Sociedade Civil Guineense, aos Partidos Políticos, as Representações diplomáticas acreditadas no país e a Comunidade Internacional sobre a flagrante tentativa de violação dos direitos Humanos e restrição da liberdade política;
2. Condenar e repudiar com veemência o uso da violência como mecanismo para controlar e fazer silenciar vozes que clamam pela liberdade;
3. Responsabilizar o Estado Maior General das Forças Armadas, o Presidente de Transição e o Governo de Transição pelo sucedido e pelo estado de Saúde de Dr. Silvestre Alves;
4. Denunciar que o carro que esteve no sequestro de Iancuba Indjai foi o mesmo que participou no sequestro seguido de espancamento de Dr. Silvestre Alves;
5. Apelar à Sociedade Guineense a lutar contra qualquer tentativa de fazer o país voltar à Ditadura;
6. Afirmar que o MDG e o seu líder, Dr. Silvestre Alves, jamais temem às intimidações terroristas e continuarão dispostos a desempenhar os seus papéis políticos;
7. Apelar a todos os militantes e simpatizantes do MDG que se mantenham calmos, serenos e sobretudo determinantes na luta pela afirmação dos valores democráticos sempre defendidos pela partido.
Feito em Bissau, aos 23 dias do mês de Outubro, do ano de dois mil e doze.
A Comissão de Estratégia Política
LGDH - Comunicado Nr.: 2
MEMBRO DE:
FIDH – Federação Internacional dos Direitos Humanos
UIDH – União Internacional dos Direitos Humanos
FODHC-PALOP – Fórum das ONGs dos Direitos Humanos e da Criança dos PALOP
Fundador do Movimento da Sociedade Civil
PLACON – Plataforma de Concertação das ONGs
MEMBRO OBSERVADOR JUNTO DE:
CADHP – Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
COMUNICADO À IMPRENSA
Em virtude da alegada tentativa de assalto à unidade militar de Para-Comando no pretérito dia 20 de Outubro de 2012, instalou-se na Guiné-Bissau um clima de medo protagonizado pelos indivíduos afectos às Forças Armadas, num autêntico caça aos adversários politicos.
Além das invasões sucessivas à sede do PAIGC pelos militares, dois cidadãos e políticos de oposição, Drs Silvestre Alves e Iancuba Djola N’Djai foram ontem raptados por indivíduos à paisana supostamente ligagos às Forças Armadas, para lugares ainda por identificar, onde foram espancados brutalmente e abandonados à sua sorte nas zonas que dão acesso ao interior de Bissau. As duas vitimas desta demonstração abusiva de força ficaram gravemente feridos e em estado clínico extremamente preocupante. Dr Iancuba N”Djai foi encontrado na zona que liga as cidades de Bula e Canchungo e o Dr Silvestre Alves nas vias que dão acesso à cidade de Quinhamel, tendo sido encontrados e socorridos pelos populares das respectivas localidades.
Este acto vergonho e ignóbil dos agentes alegadmente afectos às Forças Armadas espelha de forma inequívoca o estado do país e a necessidade de encontrar uma solução definitiva e duradoura para a crise, em particular para as recorrentes intervenções e sublevações militares, os quais, extravasam de longe, as barreiras de mera transição por via das eleições democráticas. Por outro lado, a Liga qualifica esta atitude de perseguição dos adversários políticos como um instrumento para silenciar os cidadãos sobre os assuntos da vida politica nacional e semear o terror na sociedade guineense.
Em face dos factos acima aduzidos, a Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos delibera o seguinte:
1. Condenar sem reservas os actos de brutalidade contra a integridade fisica dos cidadãos Iancuba Djola N’Djai e Silvestre Alves;
2. Responsabilizar as autoridades de transição pelas atrocidades que estão a ser perpetradas no país, sem qualquer resposta necessária e eficaz.
3. Lamentar a ineficácia da ECOMID (Forças de Estabilização da CEDEAO), por não ser capaz de evitar o assalto ao quartel do Para-Comando bem como de atentados contra a integridade física dos cidadãos.
4. Exortar as Forças de Defesa e Segurança para cessarem de imediato os actos atentatórias dos direitos humanos e liberdade fundamentais dos cidadãos, em particular as perseguições politicas e atentados contra a vida e a integridade físicas dos cidadãos.
5. Alertar a comunidade internacional mais uma vez, em particular a CEDEAO, a CPLP, a União Africana e as Nações Unidas para os riscos de uma situação insustentável e de crise sem precedente, se as medidas urgentes e adequadas não forem accionadas imediatamente.
Feito em Bissau aos 23 dias de Outubro de 2012
CC/
Federaçao internacional dos Direitos Humanos
Amnistia Internacional
Organizaçao Mundial Contra Tortura
Uniao Europeia
Uniao Africana
A Direcçao Nacional
SETEMBRO VITORIOSO: Carta aberta à CPLP, pelos cidadãos guineenses e lusófonos
Ao
Excelentíssimo Senhor Murade Isaac Miguigy Murargy
Secretário Executivo da CPLP
Senhor Secretário Executivo da CPLP,
Dirigimos esta carta à CPLP, certos de serem genuínos os laços que unem os povos desta nossa comunidade. Como se sabe – e pelas piores razões – a Guiné-Bissau está a atravessar um momento marcante e decisivo da sua história. O nosso país e o nosso povo continuam a ser vítimas de uma autêntica catástrofe: o completo desgoverno de um pseudo governo a mando de um punhado de militares que apenas querem o poder para garantir a continuação e impunidade dos seus negócios privados e ilícitos. Não será demais referir a delapidação da função pública, a repressão das liberdades, as perseguições e pressões políticas e a destruição da economia nacional que vinha de um assinalável período de crescimento, baseado no aumento da produção e das exportações.
Não cabem aqui as muitas páginas necessárias para descrever todos os males que já foram e continuam a ser provocados ao nosso povo, pois sabemos que os países da CPLP estão cientes da terrível situação em que nos encontramos. Sabemo-lo, pois tem sido inestimável o apoio incondicional e unânime manifestado pelos países da lusofonia, assim que foi perpetrado o golpe de estado, no dia 12 de Abril do corrente ano. Muito a propósito, aqui fica o profundo agradecimento dos cidadãos guineenses que acompanham, incrédulos, o desenrolar dos acontecimentos na sua terra natal.
Apesar de serem péssimos os motivos que colocaram a Guiné-Bissau na agenda internacional, este período não deixou de nos proporcionar algumas alegrias; nomeadamente, a de sentirmos o enorme apoio da comunidade lusófona – o apoio oficial, seguramente, mas também o apoio dos cidadãos de outras nacionalidades que se têm juntado a nós (inclusive, em encontros da diáspora guineense).
Senhor Secretário Executivo da CPLP,
Uma comunidade como a nossa, a CPLP, tem uma dimensão emocional, associada a um sentimento de pertença comum que, havendo educação e respeito, encara as diferenças como riqueza cultural. É esse sentimento de pertença que tem mantido viva a nossa confiança em dias melhores. O difícil momento que atravessamos leva-nos a ver com especial nitidez que, talvez paradoxalmente, a CPLP poderá sair reforçada deste negro episódio na vida de um dos seus povos. Enche-nos de esperança a memória do que foi o empenho de todo o espaço lusófono pela independência e libertação de Timor. Na altura, a voz e a razão da nossa comunidade fizeram ouvir-se no mundo inteiro e os nossos protestos, apelos e influência não foram vãos.
Quando necessário, o espaço lusófono sempre esteve unido e é dessa união que vem a nossa força. Por isso, contamos com o incessante apoio de todos os países da CPLP para continuar esta luta até ao fim, sendo fundamental que se usem todos os meios que permitam o regresso do nosso Governo legítimo, para que seja reposta a ordem constitucional anterior ao absurdo golpe do dia 12.
O passado recente já demonstrou a força da nossa comunidade; mas, desta vez, temos um inimigo com características únicas: estamos a lidar com verdadeiros bárbaros que cuidam apenas dos seus interesses, independentemente daquilo que for preciso sacrificar – nem que seja o futuro da própria terra onde nasceram. Esta constatação é pertinente, não porque nos seja irresistível apontar-lhes os defeitos, mas sim porque estará aqui a razão do insucesso, até ao momento, de todas as iniciativas civilizadas para os demover do seu assalto ao poder. De facto, de nada valem resoluções (mesmo as da ONU…), cartas ou manifestos, se do outro lado apenas conta o poder das armas.
Gostaríamos que não fosse assim, mas não nos parece possível outra conclusão: perante a absoluta impossibilidade de qualquer diálogo verdadeiro e perante a evidência de que os autores do golpe são completamente insensíveis aos apelos do próprio povo guineense e ao toque da democracia, talvez seja necessário usar a força para lhes retirar o poder que nunca devia, sequer, ter sido deles.
Esgotadas as vias da decência, há que encarar o uso da força como mal necessário para repor a normalidade democrática na Guiné-Bissau - e julgamos estarem esgotadas essas vias. Por isso, estamos certos da necessidade de uma força de restabelecimento da ordem constitucional que permita o regresso do Governo legítimo e que assegure a paz e a segurança no país. Enquanto cidadãos, fizemos e faremos o que está ao nosso alcance para salvar a Guiné-Bissau. No entanto, o tempo passa e vemos o país afundar-se cada vez mais. É por isso que nos dirigimos aos países amigos da CPLP, pedindo que seja preparado o caminho para uma intervenção multilateral, devidamente avalizada internacionalmente, visando libertar a Guiné-Bissau. Tudo o resto demonstrou ser infrutífero.
Senhor Secretário Executivo da CPLP,
Aproveitamos para dar nota de uma outra carta que dirigimos à CEDEAO, apelando para que esta regresse, na prática, à sua posição inicial de rejeição do golpe e do governo de transição nomeado pelos golpistas. Pedimos à CPLP que reforce a nossa posição, junto da CEDEAO, pois é certo que os países da África Ocidental, pela sua proximidade, poderão ainda provocar a necessária inversão no rumo dos acontecimentos. Já vai sendo tarde, mas merecerá a pena um último compasso de espera, para aguardar a resposta da CEDEAO.
Terminamos com um forte apelo aos países da CPLP para que haja a necessária mobilização, entendimento e coordenação, no sentido de se materializarem as condições necessárias para libertar o nosso país do jugo bandoleiro em que está.
Bem hajam.
Cidadãos guineenses e lusófonos
CC: CEDEAO, NU
LGDH - Comunicado
COMUNICADO À IMPRENSA
A Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos acompanhou com a enorme preocupação as informações que dão conta de mais uma alegada tentativa de sublevação militar através de assalto ao Quartel das Forças de Para-comando, tendo resultado em 6 mortes de acordo com o comunicado emitido pelas autoridades nacionais no dia 21 de Outubro de 2012.
Esta alegada sublevação militar, acontece numa altura em que o país se encontra confronto com a maior crise político-militar da sua historia recente e sem sinais evidentes para uma solução sustentável e definitiva, enquanto que o mundo continua confrontado com a crise económico-financeira que obriga todas as nações uma maior contenção e estabilidade.
Não obstante, a escassez das informações relativas ao alegado assalto a Unidade Militar do Para-comando, a Liga Guineense dos Direitos Humanos considera de imperativo o esclarecimento do sucedido tendo em conta o momento delicado e sensível que o país atravessa.
Perante estes factos a Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos delibera o seguinte:
1. Condenar firmemente quaisquer tentativas de resolução dos problemas nacionais por via da violência, cujas consequências agudizam ainda mais, o grau da instabilidade e da crise politica, económica e social.
2. Exortar as autoridades nacionais para um maior e melhor esclarecimento do sucedido, bem como da tradução à justiça dos supostos mentores do alegado assalto.
3. Lamentar as mortes ocorridas e apelar ao povo guineense contenção e perseverança para este período difícil.
4. Apelar as autoridades nacionais à observância estrita dos padrões internacionais para preservação da vida humana, tratamento dos detidos e assegurar aos mesmos, um processo judicial justo e imparcial.
5. Apelar a comunidade internacional para a harmonização de esforços conducentes a criação de consensos sobre os problemas da Guiné-Bissau com vista a resolução definitiva dos mesmos, em particular no que concerne ao combate à impunidade institucionalizada e à instabilidade permanente.
Feito em Bissau aos 22 dias de Outubro de 2012
CC/
Federaçao internacional dos Direitos Humanos
Amnistia Internacional
Organizaçao Mundial Contra Tortura
Uniao Europeia
Uniao Africana
A Direcçao Nacional
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
ÚLTIMA HORA
ÚLTIMA HORA > Ibrahima Sow, procurado na sede do PAIGC, está neste momento à porta da representação da UE, zona da Penha, nos arredores de Bissau, a tentar conseguir refúgio. Esteve primeiro na UNIOGBIS mas não conseguiu entrar nas instalações desta representação das Nações Unidas. AAS
Enquanto tudo acontece...
Pode sempre contar com o restaurante 'Ponta de Pedra' no Hotel Ancar.
2ª feira (hoje) > Caldeirada de Peixe
3ª feira > Massa Primavera
4ª feira > Moussaka
5ª feira > Enrolados de Carne de Porco com Fiambre
6ª feira > Pataniscas de Bacalhau com Arroz de tomate
domingo, 21 de outubro de 2012
Governo acusa "a CPLP, Portugal e Carlos Gomes Jr. de trazer armas para a mesa de negociações"
Num comunicado lacônico e que deixa muito por explicar, o 'governo de transição' prontificou-se a justificar as acções desta madrugada, em Bissau. Diz, em comunicado, que "tudo aponta para uma acção concertada entre elementos recrutados na zona de Casamança e comandados pelo Capitão Pansau Intchama, ex-guarda costas do Almirante Zamora Induta, este ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas durante o governo de Carlos Gomes Jr que, segundo a informação disponível se encontrava em Portugal com estatuto de exilado político".
Acusações à CPLP, Portugal e Carlos Gomes Jr
Neste sentido, o 'governo de transição' na sequência dos acontecimentos políticos da semana transacta "considera que esta acção visa sem sombra de dúvida no quadro do que tem sido a tónica do discurso da CPLP, de Portugal e de Carlos Gomes Jr trazer as armas para a mesa de negociações."
Informa ainda o comunicado que "durante o assalto morreram seis pessoas dos agressores e duas pessoas foram feitas prisioneiras" (...) "A situação está calma e exorta as populações a prosseguirem a sua vida de forma normal". Por último, "felicita as forças de defesa e segurança pela forma pronta e eficaz com que neutralizaram esta acção destabilizadora e criminosa contra o Estado da Guiné-Bissau". AAS
Um país dilacerado
Estas são as principais datas da Guiné-Bissau, desde que viu a independência reconhecida por Portugal até aos dias de hoje. E com muitos golpes militares pelo meio
O pós-independência de Portugal
1974
10 de setembro
Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau, um ano depois da morte de Amilcar Cabral. Luis Cabral, o seu irmão, assume a presidência do novo país
1980
14 de novembro
Luís Cabral derrubado num golpe militar levado a cabo por João Bernardo "Nino" Vieira
1994
3 de julho
"Nino" Vieira foi eleito nas primeiras eleições presidenciais
A guerra civil
1998
6 de junho
Asumane Mané é destituído de chefe do estado maior general por "Nino".
Ele e os seus homens rebelam-se e o país entra em guerra civil
1999
7 de maio
Militares liderados por Asumane Mané derrubam "Nino" Vieira. Junta militar instala Malam Bacai Sanhá como presidente interino e "Nino" parte para o exílio em Portugal.
O golpe contra Kumba Ialá
2003
14 de setembro
Kumba Ialá, que fora eleito presidente nas eleições presidenciais de 2000, é derrubado do poder por um golpe de Estado militar. Aumane Mané também já tinha sido morto nessa altura ao tentar fazer um golpe
20 de setembro
Henrique Rosa assume interinamente as funções de Presidente
2004
março
AIGC vence as eleições legislativas
A esperança na estabilidade
2005
7 de abril
Nino Vieira regressa ao país depois do seu exílio em Portugal e chega ao poder através da vitória nas eleições presidenciais de julho desse ano
outubro
"Nino" Vieira demite de primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior
2007
março e abril
Aristides Gomes demite-se depois de o seu Governo perder uma moção de confiança. Martinho Ndafa Kabi é nomeado primeiro-ministro
Crise política de 2008
2008
5 agosto
Quase 16 meses depois de empossado, é demitido o Governo de Martinho N"Dafa Cabi, que emergiu de uma crise política prometendo acabar com a corrupção e o tráfico de droga
8 de agosto
Destituição do Chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Bubo Na Tchuto, por tentativa de perturbação da ordem constitucional. No mês seguinte, Bubo pede asilo humanitário à Gâmbia
6 de outubro
O então secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirma que a Guiné-Bissau se está a converter num mercado de drogas
16 de novembro
O PAIGC vence as eleições legislativas na Guiné-Bissau, elegendo 67 dos 100 deputados à Assembleia Nacional Popular
23 de Novembro
Vários tiros e explosões de granadas são ouvidas de madrugada em Bissau, próximo da residência do Presidente "Nino" Vieira. Da acção resultou um morto e um ferido entre os seguranças do chefe de Estado
O atentado que matou Nino Vieira
2009
2 de janeiro
O líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, é empossado como primeiro ministro
1 de março
Uma explosão no Quartel-General das Forças Armadas mata o general Tagmé Na Waié, tornando-se no terceiro CEMGFA a ser morto numa década, todos em circunstâncias algo difíceis de apurar
2 de março
Horas depois da explosão no Quartel General, militares armados atacam a residência do Presidente, João Bernardo "Nino" Vieira, matando-o
3 de março
O presidente da Assembleia da República da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, assume interinamente a chefia de Estado
6 de abril
Zamora Induta é nomeado interinamente para o cargo de chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas até haver novo Presidente
5 de junho
Baciro Dabó, candidato às presidenciais de 28 de junho, é assassinado de madrugada na sua residência em Bissau. Fontes da candidatura responsabilizam homens com uniformes militares
8 de Setembro
Malam Bacai Sanha, vencedor das presidenciais, toma posse no Estádio Nacional 24 de Bissau e promete que não haverá mais golpes no país ou queda de qualquer Governo legitimamente eleito
2010
1 de abril
O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, são feitos reféns por militares. Induta é destituído pelo chefe do estado maior general das Forças Armadas António Indjai. Gomes Júnior acabou por ser depois libertado e tentou controlar a fúria popular
2011
20 de março
Angola envia uma missão técnica de mais de uma centena de homens destinada a recuperar casernas militares e formar elementos da polícia
Tumultos de Natal e morte de Sanhá
2011
26 de dezembro
Um dia depois do Natal anunciou-se mais uma tentativa de golpe de Estado e houve troca de tiros nalguns pontos de Bissau.O Governo disse tratar-se de uma tentativa de subtração de arma de um paiol do Exército, mas o chefe das Forças Armadas, António Indjai, disse tratar-se de um golpe militar que visava eliminar fisicamente Carlos Gomes Júnior.Vários militares encontram-se detidos por ligações a este caso, entre os quais o chefe do Estado maior da Armada Bubo Na Tchuto.
2012
9 de janeiro
Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau, morre em Paris aos 64 anos, vítima de doença prolongada
18 de março
Nove candidatos apresentam-se às eleições presidenciais
12 de abril
Golpe de Estado entre as duas voltas das presidenciais depõe o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino Raimundo Pereira. Atualmente há um Governo de transição, liderado por Serifo Namadjo, o qual nomeou o primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. O Conselho de Segurança impôs, depois sanções aos líderes golpistas.
julho
O Conselho de Segurança da ONU expressou a sua preocupação em relação ao aumento do tráfico de droga na Guiné-Bissau, desde o golpe
21 de outubro
Tiroteio na unidade militar dos Boinas Vermelhas, junto ao aeroporto de Bissau, capital da Guiné-Bissau
Manhã violenta em Bissau
Testemunhas ouvidas esta manhã pela AFP deram conta de uma troca de tiros num quartel de uma unidade de elite do Exército da Guiné-Bissau, os "Boinas Vermelhas", a qual fica situada junto ao aeroporto de Bissau.A agência noticiosa francesa fala em pelo menosseis mortos.
O tiroteio terá demorado uma hora e eclodiu, alegadamente, quando um grupo de homens armados tomou de assalto o quartel militar às 04.00 (03.00 em Lisboa). O assalto terá falhado e os homens puseram-se em fuga, disseram as mesmas testemunhas que foram ouvidas pela AFP em Bissau. Não é certo, para já, qual o número total de vítimas, mas a AFP avança com pelo menos seis mortos, entre os quais cinco são os assaltantes. A sexta vítima mortal é um dos guardas que estava à porta do quartel.
O jornalista desta agência noticiosa francesa diz que, apesar de a tensão andar no ar nas imediações da caserna militar atacada, a situação parecia estar calma hoje de manhã na capital guineense. Não foi avançada ainda qualquer informação oficial sobre a origem e motivações dos assaltantes, mas, lembra a AFP, a recente promoção de alguns militares suscitou a cólera dos que não foram promovidos, segundo observadores atentos da realidade guineense.
sábado, 20 de outubro de 2012
Serifo Nhamadjo ameaçou "demitir-se e regressar à assembleia"
Na reunião da passada terça-feira, na Presidência da República, entre o PAIGC e o PRS, convocado pelo 'presidente de transição', as águas sulcaram o molhe... Serifo Nhamadjo queixou-se aos presentes por "já não ter sossego", mas disse querer "ter sucesso" enquanto PR de transição.
Serifo Nhamadjo, mostrou-se bastante desgastado com a ausência de consensos entre os dois maiores partidos políticos (PAIGC quer discutir a entrada no Governo e o impasse criado na ANP, de uma só assentada enquanto que o PRS quer discutir um assunto de cada vez), e ameaçou "ir para a imprensa acusar o PRS e o PAIGC pelo impasse criado, demitir-se e regressar à assembleia". A reunião foi entretanto suspensa por falta de acordo, mas será retomada na próxima segunda-feira.
O PRS fez-se representar por Martina Moniz, Augusto Poquena, Serifo Embaló, e o líder parlamentar Serifo Djaló, enquanto que Luis Sanca, Isabel Buscaridine, Aristides Ocante, Barros Bacar Banjai e Rui Diã, líder dos 'libertadores' representaram o PAIGC. A presença dois líderes parlamentares deve-se à questão da presidência da Assembleia Nacional Popular, que Sori Djaló, do PRS, tomou de assalto quando o lugar devia ser ocupado pelo PAIGC, na pessoa de Adiato Nandigna, que de momento se encontra em Cuba. AAS
Give me 5
Austrália, Argentina, Coreia do Sul, Luxemburgo e Ruanda - são estes os cinco países que foram eleitos como novos membros não permanentes para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O único país eleito a causar alguma «estranheza» foi o Ruanda, pelo facto de ter atualmente um ministro da Defesa que é acusado por parte de um painel de especialistas da ONU de estar a comandar uma rebelião na República Democrática do Congo. Portugal é um dos membros do Conselho de Segurança do ONU, tendo sido eleito para o biénio 2011/2012. AAS
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
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EXPLUSÃO? 'Governo' tem já a carta a pedir 'substituição de Joseph Mutaboba'
O 'governo de transição' da Guiné-Bissau, soube o Ditadura do Consenso de fonte fidedigna, tem já uma carta escrita para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pedindo a substituição do seu representante na Guiné-Bissau, o ruandês Joseph Mutaboba. Depois de o CEMGFA, António Indjai, ter acossado o homem-forte da UNIOGBIS, dizendo que se fosse governo "considerá-lo-ia personna non grata", o verniz estalou de vez. Todos ouvimos hoje - no meu caso com alguma incredulidade até - as declarações do 'ministro da presidência, Fernando Vaz quando instado pelos jornalistas sobre o 'destino' de Mutaboba.
Fernando Vaz não se coibiu de disparar, acusando Mutaboba de 'dificultar a Guiné-Bissau' mantendo-o no isolamento (o 'governo de transição' que saiu do golpe de 12 de abril obrigou a que a União Africana suspendesse o país da organização maior do continente, não é reconhecido, nem pela União Europeia nem pela ONU; tem dezenas de oficiais - generais e superiores - sob sanções das Nações Unidas, e arrisca-se a ver nomes de políticos sofrerem igual consequência). Depois, disse "não haver um prazo" em concreto para se enviar o 'desconvite'...
O que não se entende, atrapalhação incluida, é o seguinte: como pode o 'governo de transição' pedir a suspensão de quem quer que seja, no caso concreto de Joseph Mutaboba, se a ONU não reconhece sequer as autoridades impostas ao país por meia dúzia de países da sub-região, cada qual com o seu interesse, e com um ou dois a atrapalhar mais? Não engulo esta.
A meu ver - vale o que vale - o 'governo' devia enveredar pelo caminho da desdramatização, pois de cada vez que um seu membro fala, o cerco e o isolamento apertam-se, sufocando, não os membros do 'governo, mas a esmagadoria maioria do Povo guineense que vive pior a cada dia que passa. A diplomacia existe para isto mesmo! Para, em alturas destas, tentar furar o cerco, com pezinhos de lã, deitando água para a fervura e não atirando achas para uma fogueira já de si alta e em total descontrolo...
Joseph Mutaboba está na Guiné-Bissau ao abrigo da constituição da UNIOGBIS, por um governo eleito democraticamente e reconhecido internacionalmente. A UNIOGBIS está na Guiné-Bissau, mandatado pelo conselho de Segurança das Nações Unidas. Instalou-se no país no segundo semestre de 2009, e foi sendo renovado até hoje, pelo período de um ano. AAS
CRIME: Novos dados e outros tantos por esclarecer
O assassínio, à facada, de um cidadão português, há três dias em Bissau, assumiu agora novos contornos, deixando as coisas mais clara para a PJ. Mas permanece um mistério: Onde está a mulher, suspeita de ter cometido o crime? Agora o Ditadura do Consenso apurou que uma cidadã angolana - mulher do Luís Rijo - encontrava-se em Bissau à altura do seu assassinato, com a finalidade de o levar na proxima semana para Portugal: o Luis estava muito doente e debilitado. Foi, de resto, ela quem denunciou o assassinato à polícia. O corpo de Luis Rijo será trasladado na próxima madrugada. Agora, cabe à PJ separar o trigo do joio: foi passional? Não foi? E, sobretudo, quem matou? AAS
Novela
"Caro Aly, favor publicar esta minha contribuição.
Mais um episódio da novela
Meus irmãos, asistimos mais uma vez um dos episódios desta novela que a provocadoria da República esta a apresentar. Esta novela que, apesar de estar nos primeiros capitulos já dá para perceber qual é o fim. Triste, pois, os filmes só têm gosto quando estamos com expectativa de qual vai ser o fim e não o contrário.
Com a apresentação da queixa por parte dos advogados de Carlos Gomes júnior na promotoria de justiça do tribunal militar, eis que os motores foram aquecidos com vista a dar uma réplica. E foi, pois dois dias depois, o queixoso foi constituido suspeito pelo MP. É o que se diz em criuolo "I dau bu tornal". Afinal para quem advoga o MP? Para o Estado ou para o regime?
Se querem ouvir o homem, então permitam que as forças da CEDE(R)AO sejam substituidas por uma outra sob égide das nações unidas, podendo garantir a segurança não só ao regime, mas a todos quantos são filhos deste país. Aí sim se pode falar de verdadeira justiça.
Por que é que, até então o Injai não foi acusado por calunias injuriosas quando ao público afirmou que Bubo estava implicado na tentativa de golpe de Estado? Como o homem também é de armas e mais, então, estão agora a procurar formas de o amansar.
É povo Ka burro, kaba i panha pé.
Bolingo Cá"
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Português assassinado em Bissau
Um cidadão português, de nome Luis Rijo, e que residia em Bissau desde o mês de fevereiro, em casa de um cidadão espanhol, foi assassinado à facada, presumivelmente por uma cidadã guineense, namorada deste último, casa onde de resto o português residia. O cidadão espanhol encontrava-se, ao que tudo indica, ausente na altura do crime. Os contornos do crime ainda estão por esclarecer pois a presumível homicida ainda está a monte, procurada pela polícia Judiciária.
A embaixada de Portugal em Bissau, ao que apurou o Ditadura do Consenso, está a acompanhar o caso. AAS
Reabilitação de Bubo Na Tchuto para reduzir tensões nas FA
1 . O Alm Bubo Na Tchuto está em vias de retomar o cargo de CEM da Marinha (agora exibindo nas insígnias 3 estrelas, em lugar de apenas 2). A medida, objecto de sucessivas reuniões nos últimos dias, nalgumas das quais o próprio participou, é relacionada com a necessidade de esvaziar tensões internas (AM 701) nas FA.
O reavivamento recente de um antigo ambiente de disputas e desconfianças entre o actual CEMG, Gen António Indjai, e o Alm B Na Tchuto foi apontado como um dos principais focos de tensões – que com o regresso deste ao cargo de CEM da Marinha se considera poder dissipar.
Episódios considerados ilustrrativos das sinuosas relações entre ambos:
- Em Ago.2008, A Indjai, então T/Cor, comandante do Batalão de Mansoa, é um dos militares que acusa o então Comodoro B Na Tchuto, CEM da Marinha, de implicação numa conspiração contra o então Presidente Nino Vieira (por efeito do que abandona o país e se refugia na Gâmbia).
- Cai um ano depois (a seguir ao assassinato do ex-CEMG, Gen Tagme Na Waie), B Na Tchuto regressa clandestinamente a Bissau e refugia-se no escritório da ONU, de onde foi retirado, 01.Abr.2010, sob protecção de militares às ordens de A Indjai – que nesse dia se havia amotinado e derrubado o então CEMG, Alm Zamora Induta; A Indjai terá então, intencionalmente, procurado cativar B Na Tchuto, tendo em conta a conhecida antipatia deste por Z Induta.
- B Na Tchuto, ilibado pela Justiça Militar, retoma entretanto o cargo de CEM da Marinha (sob seu comando directo continua uma força de 300 Fuzileiros). Em Dez.2011 foi, porém, novamente afastado e detido por A Indjai, sob acusação de estar a preparar uma intentona contra o Governo de então, de Carlos Gomes Jr; ficou preso, em Mansoa, até há ca 2 meses.
Em Set o CEMG pôs em marcha um plano de promoções nas FA que contemplaria chefes e comandantes militares. A medida foi protelada em razão de resistências internas baseadas em argumentos como o que seria necessário resolver “o problema de B na Tchuto”; a sua reabilitação plena é, por isso, embaraçosa para A Indjai.
2 . O facto de ambos terem a categoria de figuras referenciais das FA, embora B Na Tchuto se considere superior a A Indjai, e de também terem origem étnica comum (balanta) faz com que as desavenças e rivalidades entre si tenham projecção no meio militar, no seu todo, e também na sua tribo/base étnica.
A reabilitação de B Na Tchuto como CEM da Marinha (paralelamente, A Indjai passará a ostentar uma quarta estrela de general), foi aventada e encorajada por um “conselho” de dignitários balantas com influência nas FA, entre os quais predomina Kumba Yalá, secundado por Artur Sanhá e por figuras do PRS, partido étnico-tribal.
O “leitmotiv” do “conselho” consiste em preservar o chamado “poder balanta”, especialmente presente nas FA. A antiga autoridade de K Yalá como “principal chefe
balanta” tem vindo a perder fulgor nos últimos anos, em especial à escala da etnia balanta, mas ainda goza de ascendente apreciável em meios militares.
Há cerca de 5 dias, Sola N’Quilim, antigo dirigente e lider parlamentar do PRS e membro de um dos governos de K Yalá, referiu-se desprimorosamente a este, tratando-o em público (entrevista a um jornal de Bissau), como “violento” e movido por consciência e instintos tribais.
3 . Meios com capacidade adequada para acompanhar o “inside” da situação político-militar sustentam que as tensões nas FA têm, além desta, outras causas, incluindo algumas relacionadas com a presente situação política (e face às quais um aparente apaziguamento A Indjai/B Na Tchuto tem limitados efeitos amenizadores).
Por ex, está identificada uma corrente interna nas FA, descrita como “básica”, que defende ostensivamente a substituição do actual Presidente de transição, Serifo Namadjo, por K Yalá; outra, mais polida, considera prioritária uma reposição da legalidade institucional nas FA para salvaguarda do seu futuro.
Os adversários de S Namadjo agitaram-se por efeito do encontro que o mesmo manteve em Nova Iorque com Raimundo Pereira. Também contrariaram, inclusive em público, declarações do mesmo segundo as quais o PR e o PM depostos pelo golpe de Estado de 12.Abr poderiam regressar ao país.
A mais recente das reuniões consideradas de “alto nível” que nos últimos dias têm tido lugar em Bissau, 13.Out, juntou S Namadjo e os militares, incluindo alguns sem funções de chefia. Não foi apurado, em concreto, de qual das partes partiu a iniciativa da reunião.
O contingente senegalês da força da CEDEAO estacionada em Bissau, ECOMIB, nominalmente constituído por uma companhia de engenharia e uma equipa médica, também é objecto de rumores fomentadores de mal estar nas FA. Considera-se que o contingente oculta um braço da “renseignement militaire” e outro de operações.
De acordo com os referidos rumores, o intuito do Senegal é preparar operações contra o movimento separatista do Casamansa, MFDC. Contará, para tal, com a cumplicidade dos chefes militares guineenses. As autoridades militares senegalesas consideram uma faixa N da Guiné-Bissau como “base de refúgio” da guerrilha do MFDC.
A má reputação que os chefes e comandantes militares guineenses têm entre as restantes camadas de oficiais, também decorre da ideia de que os mesmos tiram “proveitos pessoais” de préstimos a que sujeitam as FA (ou parte delas), dos quais fazem parte compromissos informais como os que se julgam existirem com o Senegal. AM
CASAMANSA - Negociações
Uma delegação do governo senegalês e pessoas ligadas ao Movimento das Forças Democratica da Casamance (MFDC) sentaram-se à mesa para discutirem sobre a crise da Casamansa em Roma. O encontro foi discretamente organizado nos dias 13 e 14 de outubro 2012. O mediador foi a Comunidade de Santo Egidio que pretende alcançar das duas partes um acordo de paz sobre a Casamansa. Contudo, as discussões, sabe-se, são complexas. As duas delegações decidiram de se reencontrar na capital italiana para prosseguirem as suas negociações.
Nota: Enquanto o nosso vizinho se empenha na promoção da sua paz, ele ajuda a semeiar ventos de instabilidade no nosso pais, isto, na perspectiva de dividir para melhor... ir mamando à la française os nossos recursos. Rico vizinho esses senegaleses.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Batatas
O guineense foi talhado para furar as leis. Descaradamente. Por estes dias, Bissau tem assistido uma autêntica caça aos automóveis 'fatasma'. Estima-se em 5.000 o número de veículos a circular nas nossas estradas na mais completa ilegalidada. A maior parte, pasme-se, foi desalfandegada como sendo um "contentor de batatas", "de cebolas"...
Carros de alta cilindrada, no valor de dezenas de milhares de euros, são, em alguns casos, os mais flagrantes em termos de desacaramento: pagam 200 mil francos CFA (pouco mais de 300 euros!!,). Para já, cetenas de automóveis e todo-o-terreno foram confiscados. A operação conta com a colaboração da Guarda Nacional e tem lugar em dezenas de ruas e avenidas de Bissau.
O Estado terá sido burlado em "centenas de milhões de francos CFA" no entender de uma fonte bem colocada nas alfândegas. Ditadura do Consenso apurou ainda que o Ministério Público poderá intervir. Este é um processo transversal às próprias alfândegas, envolvendo, ainda segundo a fonte do DC "alguns despachantes oficiais". AAS
Pontos nos ii
"Caro Aly, agradeceia, mas uma vez o favor de publicar esta minha mensagem.
Perguntas para responder.
Os recentes acontecimentos na Guiné-Bissau impõe que cada um de nós dê a
sua contribuição para o bem do País, seja você intelectual, operário, lavrador,
militar, polícia, etc.
É necessário, pôr os pontos nos "iii"; olhar-nos olhos nos olhos, sem medo nem vergonha
de quem quer que seja. Só assim sairemos deste buraco que alguns malditos filhos deste
País nos colocou.
Não é possível que no pleno século XXI o desenvolvimento do País continue a ser condicionado por certas pessoas que por uma simples questão de ambição pessoal, de tribalismo, de ódio, fazem tudo para afundar este lindo País e as ambições deste martirizado povo.
Quem não sabe que o motivo do golpe de estado de 12 de Abril é apenas afastar Carlos Gomes Júnior do Poder e inviabilizar as eleições presidências que foram consideradas justas e transparentes a luz da comunidade internacional?
Quem não sabia que desde o dia de apresentação de candidatura, o candidato Carlos Gomes Júnior tinha 90 porcento de probabilidade de vencer?
Quem não sabia ou não sabe que o candidato Koumba Ialá, mesmo concorrendo com um chinês naturalizado guineense perderá qualquer eleição? - Só consegue vencer aquelas que se realizam no seio do PRS.
Quem não sabe que António Injai tem fortes ligações com Koumba Ialá(não se sabe por razões étnicos ou familiares) e que está na linha de frente daqueles que a todo o custo querem fazer o barrete vermelho voltar ao poder?
Quem não recorda das recentes e constantes declarações de António Injai em relação a pessoa de Carlos Gomes Júnior? Ameaças de morte - "Si Cadogo Ka tira manifestantes na estrada n'na matal"; acusações caluniosas - "El i matadur, i mata manga de djintis".
Que militantes/activistas estava a referir Koumba Ialá quando ameaçava meter na rua seus militantes para vigiar quem teria a coragem de iniciar a campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidencias?
Não terá havido ligação entre as declarações de Koumba Ialá e o levantamento de 12 de Abril? Somos daqueles que respeita o principio que considera qualquer pessoa inocente enquanto a setença não transitar em julgado, mas isto não nos tolhe a liberdade de interrogar certos actos que achamos estranho, sem querer considera-los como factos provados.
Afinal quem manda neste País? Serifo Nhamadjo? António Injai? ou Koumba Ialá?
Se o que se quer é a descoberta da verdade em relação ao vários casos que aconteceram no país, faria sentido nomear como Procurador Geral da República uma pessoa que sempre acusou ou defendeu a parte acusadora quando se trata de processos(se é que existe processo)relacionados com Carlos Gomes júnior.
L."
O PAIGC não se encontra no Estado da agonia (Teses dos cegos)
O nosso objetivo é despertar os simples militantes do PAIGC e o povo, em geral, para as riquezas que possuímos e a necessidade de transformá-las em ferramentas para os grandes e melhores resultados, de acordo com os valores individuais.
Como sempre dissemos, cada indivíduo é um projeto e temos que conjugar os vários projetos individuais no chamado projeto comum no qual cada um e cada uma se revê, na base de uma reflexão e análises profunda da situação política vigente no país, assim como nos funcionamentos dos órgãos do Partido.
Sim! É verdade que ninguém, e ninguém mesmo, é proprietário do Partido, a não ser o povo da Guiné-Bissau.
Quem não quer ser líder de um grande Partido PAIGC? Pergunto!
Nas palavras de Jacob Zuma, para “Ser líder do PAIGC é preciso tê-lo no sangue”
Muitas vezes não fazemos análise profunda de quem somos nós, e quais as capacidades que possuímos, na base da esfera da nossa atuação e se somos/seremos capazes de responder àquilo que o contexto exigir de nós.
“Numa casa sem guardas, cada um faz o que quer e os gatunos fazem a festa “
Para os guineenses, já é hábito agir na base de: “Ami n pudi! Ke ku kila la mas mi?”
”Deus não lhe da mais do que você pode carregar“
“A nossa luta nos dias de hoje, não é contra o colonialismo português, e não podemos confundir o povo português com o colonialista português”, A nossa luta é contra a pobreza, a fome, a permitividade e, acima de tudo, é uma luta para o desenvolvimento. Uma das mais complexas lutas, porque exige de todos o armazenamento do saber, com base suficiente em tudo o que servirá de catalisador para o bem-estar dos guineenses.
Lamentamos a inversão de valores que se assiste hoje na Guiné, em que o conhecimento é relegado para o último plano, reinando a lei da selva – a lei do mais forte!
Como disse o escritor “Ter autoridade ou domínio de algo, não significa propriamente que você tem o poder em suas mãos”
Fazendo a análise do presente, gostaríamos de comungar as nossas ideias com os que entendem que este ano a Guiné-Bissau fez entrar na história da ONU um facto: uma nação civilizada, membro da organização, foi proibida de manifestar os seus sentimentos.
Se recordamos a Guiné-Bissau triunfou na ONU com o nosso saudoso líder Amílcar Cabral, quando a Guiné foi reconhecida pela ONU, enquanto país em luta, a título do observador.
Analisando a situação não podia deixar ficar de fora o Martin Luther King” Aprendemos a voar como os Pássaros, a nadar como os Peixes, mas não aprendemos a simples arte de vivermos juntos como irmãos”
Hoje, não se fazem perguntas, o que será do PAIGC? Será que vai resistir a tudo o que lhe é imposto?
Afinal existem falsos Profetas que se intitulam donos do P.A.I.
“Eu acredito em uma coisa, o Poder da vontade” Joseph Estaline
Como Amílcar dizia “Nenhuma força vindo do exterior, pode opor ou seja destruir a máquina do PAIGC, se não for os próprios militantes do Partido”
Já é hábito no meu e vosso vocabulário apresentar as seguintes tezes, de que o Rei prepara o filho, enquanto Príncipe para que no futuro o possa substitui-lo, mas no PAIGC, quem prepara os herdeiros?
Hoje assiste-se às vozes levantando-se alto e em bom som, como sendo Charle Ohms, para a salvação do Partido, anunciando a profecia dos ideais dos combatentes, na corrida da estafeta juntando a velha geração com as dos Mancebos.
Para quando a entrega do pauzinho?
Somos nascidos na base da Lei que a natureza nos impõe, e com o tempo a doença da velhice faz engolir não só a nossa visualidade, assim como pode transformar a pele, a cor do seu cabelo, e de seguida mudando a nossa forma de pensar, porque muda-se o tempo, muda-se os homens.
Aqui ninguém faz parte do passado! Você acredita no era-era? Ou seja a Lenda do passado?
Chamem a mim o nome que vos convém, só sei que o Amílcar dizia, que a aprendizagem é um acto continuo A.C. ”Aprendemos através da vida, através da experiência dos outros, através do livro, através do nosso povo e nunca parar de aprender”
Em cada momento constatamos a verdadeira tese do A.C. ”Nem toda a gente é do Partido”
Para a liderança do PAIGC, nos precisamos saber, aquilo que você fez para o sucesso do Partido, projectos, realizações etc…
Todos nos temos grandes sonhos, mas não basta ter sonhos, porque o PAIGC, precisa de quem o fará ter os ingredientes após as longas e varias etapas de travessia (Luta de libertação, Mono partidarismo, Pluralismo Democrático), onde pelo contrário os ingredientes vão fortalecer o Partido, para os novos desafios, apoiando nas capacidades da regeneração da sua massa militante.
A nossa missão consiste em despertar os fiéis militantes do Partido, a Juventude, as Mulheres e aos Veteranos. Como diz os ensinamentos de Deus (Mateus 7:12) ”Tratar os outros como gostaríamos de ser tratados”
O momento é dramático para o PAIGC e em particular para o povo da Guiné – Bissau, porque temos aquilo que existe e que não merecemos, e somos aquilo que somos, por nos forem obrigados a silenciar o sentir do eco de um povo “Cala Iem”, absoluto da escuridão enraizada na sombra do nosso – vosso destino. Sonhamos com a perpétua idade do viver e do querer ser livre, livre de se manifestar como a trovoada que evoca as suas lanças de relâmpagos das conquistas dos combatentes de liberdade da pátria.
Para nós, ser líder do PAIGC, tem de se basear nos indivíduos com o profundo conhecimento dos ideais do Amílcar Cabral, isto é dos libertadores. Ter noção clara do funcionamento das estruturas do partido, a partir das suas bases, e saber fazer a leitura dos erros cometidos na execução do programa maior e a apresentar soluções, assim como tornar o PAIGC, enquanto mosaico étnico no símbolo da Unidade Nacional.
“Políticos quando não tem argumentos políticos vão–se refugiando nas suas pertenças étnicas e religiosas” A.C
Não basta querer ser Presidente do Partido, o Amílcar dizia: “Temos que promover os melhores, com capacidade de criatividade e de compreensão do momento, assim como apontar as pistas para resolução dos problemas”.
Para findar as nossas inverdades, gostaríamos de apresentar as seguintes questões:
a) Quais são as pessoas que te seguem?
b) Para o crescimento do Partido, o que você fez?
c) Qual é o seu passado?
d) A sua visão ideológica?
e) Quem é você? (Bissau pikininu di mas,pan ka sibi!)
É verdade que temos problemas, dificuldades, mas não tanto para sermos reféns e pedintes de “Lombar dine” aos pobres, porque somos ricos nos ideais do fundador do PAIGC, e o Partido não se encontra no estado de agonia.
Sonhar é bom, mas os ditados falem a sua maneira:
1) Kussin kasaku suma d’manga flanu: si bo ombra ka djusta i ka ta pudi sedu. (I ta perta ou i ta iogoli).
2) Si bu firma na kau sukuru, si utru ka odjau, ma abó bu ta odja bu kabessa.
3) Bonitasku di iagu salgadu i bonitu, ma i kansadu bibi.
Que a bênção de DEUS vos acompanhe, obrigado.
T.B.
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