sábado, 15 de outubro de 2011
Onde param os 7.8 mil milhoes?
Ditadura do Consenso, qual rato de esgoto, penetrou nos bancos e conseguiu, de todas instituicoes bancarias provas que sustentam que nao saiu 1 Fcfa de nenhuma conta onde estao depositadas (a prazo e a render juros) as contribuicoes pagas pelos exportadores da castanha de caju. Segunda-feira, em exclusivo e a atencao de Procuradoria-Geral da Republica. AAS
... Surpresa
- Lista de empresas que ja exportaram castanha de caju, mas nao pagaram o imposto dos 50 Fcfa:
- Geta Bissau, S.A. > 40 toneladas x 50 Fcfa = 2 milhoes Fcfa
- Carsilva, S.A. > 1500 toneladas x 50 Fcfa = 75 milhoes Fcfa
- Cheta Guine Pravim > 120 toneladas x 50 Fcfa = 6 milhoes Fcfa
Afinal, foi por causa desta rede, dentro do proprio ministerio do Comercio, que varias empresas furtaram-se ao pagamento da contribuicao dos 50 Fcfa. Ontem mesmo, o ministerio do Comercio suspendeu catorze pessoas, entre elas Mamudu Embalo, inspector-geral do ministerio do Comercio. AAS
- Geta Bissau, S.A. > 40 toneladas x 50 Fcfa = 2 milhoes Fcfa
- Carsilva, S.A. > 1500 toneladas x 50 Fcfa = 75 milhoes Fcfa
- Cheta Guine Pravim > 120 toneladas x 50 Fcfa = 6 milhoes Fcfa
Afinal, foi por causa desta rede, dentro do proprio ministerio do Comercio, que varias empresas furtaram-se ao pagamento da contribuicao dos 50 Fcfa. Ontem mesmo, o ministerio do Comercio suspendeu catorze pessoas, entre elas Mamudu Embalo, inspector-geral do ministerio do Comercio. AAS
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Telex
- George Wright, procurado ha 41 anos pelo FBI, e detido em Sintra, Portugal, pela Policia Judiciaria, conheceu ja a decisao do juiz: fica em prisao domiciliaria com pulseira electronica;
- Temos menos tres postes de iluminacao na av. Combatentes da Liberdade da Patria: uma ambulancia ceifou um, ontem;
- Conflito 50 fcfa/castanha caju: Braima Camara, o acossado presidente da CCIAS, responde com desafio: se alguem provar que houve uso indevido de dinheiros, demite-se de todos os cargos. E sao muitos: Conselheiro Especial do Presidente da Republica, vice-presidente da Camara Consular Regional da UEMOA, presidente da CCIAS, vice-presidente das camaras da CPLP, entre outros.
Diz ainda que "quem nao deve, nao teme", que "tem orgulho no trabalho feito na CCIAS", que "nao ha nada a esconder". Garantiu que nao entra "em esquemas" e menos ainda para "favorecer este ou aquele grupinho". Falando aos jornalistas, numa sala cheia de apoiantes, Braima Camara garantiu que o milhao e meio de euros nao foi para o seu bolso: "Estao no mercado", disse. "Desafio qualquer um a provar o contrario", finalizou.
Entretanto, hoje, catorze pessoas foram exoneradas pelo ministro do Comercio, incluindo um director-geral, por "nao terem cumprido ordens superiores (do ministro)" sobre o destino dado a uma parte desse fundo da castanha do caju. O caso esta sob alcada do Ministerio Publico, e o grupo de exportadore nao desarma. E esta guerra ainda agora comecou... AAS
- Temos menos tres postes de iluminacao na av. Combatentes da Liberdade da Patria: uma ambulancia ceifou um, ontem;
- Conflito 50 fcfa/castanha caju: Braima Camara, o acossado presidente da CCIAS, responde com desafio: se alguem provar que houve uso indevido de dinheiros, demite-se de todos os cargos. E sao muitos: Conselheiro Especial do Presidente da Republica, vice-presidente da Camara Consular Regional da UEMOA, presidente da CCIAS, vice-presidente das camaras da CPLP, entre outros.
Diz ainda que "quem nao deve, nao teme", que "tem orgulho no trabalho feito na CCIAS", que "nao ha nada a esconder". Garantiu que nao entra "em esquemas" e menos ainda para "favorecer este ou aquele grupinho". Falando aos jornalistas, numa sala cheia de apoiantes, Braima Camara garantiu que o milhao e meio de euros nao foi para o seu bolso: "Estao no mercado", disse. "Desafio qualquer um a provar o contrario", finalizou.
Entretanto, hoje, catorze pessoas foram exoneradas pelo ministro do Comercio, incluindo um director-geral, por "nao terem cumprido ordens superiores (do ministro)" sobre o destino dado a uma parte desse fundo da castanha do caju. O caso esta sob alcada do Ministerio Publico, e o grupo de exportadore nao desarma. E esta guerra ainda agora comecou... AAS
Aos 50 nao se tenta...
Depois da conferencia de imprensa dos exportadores da castanha do caju, marcou-se uma reuniao, hoje, entre o ministro do Comercio Botche Cande e os representantes dos exportadores.
Para ja, comecou e esta tudo ao barulho no ministerio, e a reuniao ainda nem comecou. Segundo uma fonte dos exportadores "ha muita gente que esta na sala apenas para bater palmas"...
Entretanto, o acossado presidente da Camara do Comercio, Industria, Agricultura e Servicos Braima Camara, esta neste momento reunido com o ministro do Comercio no gabinete deste. AAS
Para ja, comecou e esta tudo ao barulho no ministerio, e a reuniao ainda nem comecou. Segundo uma fonte dos exportadores "ha muita gente que esta na sala apenas para bater palmas"...
Entretanto, o acossado presidente da Camara do Comercio, Industria, Agricultura e Servicos Braima Camara, esta neste momento reunido com o ministro do Comercio no gabinete deste. AAS
Djumbulumani na baliza di bas
"Aly,
Li o teu artigo de ontem e deixa-me acrescentar uma coisa: a quantidade de erros na sinalizacao dos semaforos e a falta de conhecimento quer dos condutores, quer da policia, os quais nao tem culpa nenhuma. Alguem comecou a construir a casa pelo telhado...
Abraco,
..."
M/N: Espera, deixa-me rir: eh eh eh eh. Coisas do Cancan? Do conselheiro? AAS
Li o teu artigo de ontem e deixa-me acrescentar uma coisa: a quantidade de erros na sinalizacao dos semaforos e a falta de conhecimento quer dos condutores, quer da policia, os quais nao tem culpa nenhuma. Alguem comecou a construir a casa pelo telhado...
Abraco,
..."
M/N: Espera, deixa-me rir: eh eh eh eh. Coisas do Cancan? Do conselheiro? AAS
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Foram-se os aneis
Pois esta claro. Fizeram a festa, deitaram os foguetes...agora apanham as canas. Afinal, "nao ha 1.5 megawatts" para alimentar a iluminacao nas famosas estradas (Av. Antigos Combatentes e Antula). E voltamos todos a escuridao.
Durante uma semana, essas estradas, durante a noite, pareciam os Campos Elisios. Luz, luz e mais luz. Agora que a hora da verdade chegou, vieram em seu proprio socorro. Que a iluminacao "nao estava prevista" no caderno de encargos, que sao precisos 1.5 megawatts para alimentar cerca de 400 lampadas - que o Pais nao tem. Mas ha mais. Dizem que agora iam ver a possibilidade de se acender poste sim, dois postes nao. Para isso, preusmo, 10 watts serao suficientes...
Para alem disso, temos menos um poste de iluminacao, ah pois! Nao fossemos nos o Pais daqueles que tem 'aquilo' nas maos...e pelos vistos nos pes tambem. Na 2a feira, uma viatura foi ao seu encontro. E la esta, esventrada, prostrada no separador central a espera que uma alma caridosa salve o que dela restar.
Foi tudo feito a pressa, sem que ninguem pensasse na continuidade. Estao la 11 kms de estrada, se nao houver manutencao, adeus alcatrao! Os semaforos acendem a vez. Se os do Alto-Crim acenderem, e certo e seguro que na Chapa estarao intermitentes e uma certeza mais do que absoluta de que no Bairro Ajuda estarao apagados.
Foi tudo pensado para o dia da independencia. Havia luz, bandeiras (muitas, muitas mais ainda colocadas de cabeca para baixo, como a que esta entre o palacio assado e a sede do PAIGC...); queriam que o povo contemplasse 'a obra' e o povo saia a rua a noite; queriam o povo embasbacado e este prostrou-se na poeira, a engolir o fumo dos escapes.
Hoje, passada a euforia, os 11 kms tornaram-se onze escuros quilometros, onde atropelar alguem que atravessa a estrada e um acidente apenas a espera de acontecer. Enfiaram-nos o barrete com uma pinta...
Hoje, 38 anos depois, continuam a enganar-nos, a brincar connosco, a gozar na nossa cara; hoje, 38 anos depois, os nossos governantes parecem nao ter entendido esta mensagem: o nosso povo e um vulcao em ebulicao... AAS
P.S. - Ditadura do Consenso publica, amanha, um documento muito interessante... Muito mesmo. AAS
Durante uma semana, essas estradas, durante a noite, pareciam os Campos Elisios. Luz, luz e mais luz. Agora que a hora da verdade chegou, vieram em seu proprio socorro. Que a iluminacao "nao estava prevista" no caderno de encargos, que sao precisos 1.5 megawatts para alimentar cerca de 400 lampadas - que o Pais nao tem. Mas ha mais. Dizem que agora iam ver a possibilidade de se acender poste sim, dois postes nao. Para isso, preusmo, 10 watts serao suficientes...
Para alem disso, temos menos um poste de iluminacao, ah pois! Nao fossemos nos o Pais daqueles que tem 'aquilo' nas maos...e pelos vistos nos pes tambem. Na 2a feira, uma viatura foi ao seu encontro. E la esta, esventrada, prostrada no separador central a espera que uma alma caridosa salve o que dela restar.
Foi tudo feito a pressa, sem que ninguem pensasse na continuidade. Estao la 11 kms de estrada, se nao houver manutencao, adeus alcatrao! Os semaforos acendem a vez. Se os do Alto-Crim acenderem, e certo e seguro que na Chapa estarao intermitentes e uma certeza mais do que absoluta de que no Bairro Ajuda estarao apagados.
Foi tudo pensado para o dia da independencia. Havia luz, bandeiras (muitas, muitas mais ainda colocadas de cabeca para baixo, como a que esta entre o palacio assado e a sede do PAIGC...); queriam que o povo contemplasse 'a obra' e o povo saia a rua a noite; queriam o povo embasbacado e este prostrou-se na poeira, a engolir o fumo dos escapes.
Hoje, passada a euforia, os 11 kms tornaram-se onze escuros quilometros, onde atropelar alguem que atravessa a estrada e um acidente apenas a espera de acontecer. Enfiaram-nos o barrete com uma pinta...
Hoje, 38 anos depois, continuam a enganar-nos, a brincar connosco, a gozar na nossa cara; hoje, 38 anos depois, os nossos governantes parecem nao ter entendido esta mensagem: o nosso povo e um vulcao em ebulicao... AAS
P.S. - Ditadura do Consenso publica, amanha, um documento muito interessante... Muito mesmo. AAS
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
A guerra da castanha ja comecou
Um grupo de empresarios, tendo como porta-voz Vitor Mandinga, administrador do GETA Bissau (Grupo Economico de Transaccoes em Africa) promoveu hoje uma conferencia de imprensa para, "com provas", acusar o presidente da Camara do Comercio, Industria, Agricultura e Servicos (CCIAS), Braima Camara de "abuso de poder".
Segundo 'Nado' Mandinga, Braima Camara, que e tambem conselheiro do Presidente da Republica, "movimentou a conta, pagou algumas dividas e transferiu mais de 1 milhao de Euros" para outra conta.
Aguarda-se pela reaccao do presidente da CCIAS. Vitor Mandinga, recorde-se, foi dos principais entusiastas deste imposto, aprovado mesmo antes de ser discutido... Eu avisei na altura que a guerra do caju vinha ai nao tarda nada. AAS
Segundo 'Nado' Mandinga, Braima Camara, que e tambem conselheiro do Presidente da Republica, "movimentou a conta, pagou algumas dividas e transferiu mais de 1 milhao de Euros" para outra conta.
Aguarda-se pela reaccao do presidente da CCIAS. Vitor Mandinga, recorde-se, foi dos principais entusiastas deste imposto, aprovado mesmo antes de ser discutido... Eu avisei na altura que a guerra do caju vinha ai nao tarda nada. AAS
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Zamora, Samba e Melciades ouvidos
Zamora Induta, ex-Chefe do Estado-Maior General das Forcas Armadas, deposto por um golpe palaciano em 1 de abril; Samba Djalo, ex-Director da DINFOSEMIL, deposto no mesmo dia, e Melciades Fernandes (general, antigo Chefe do Estado-Maior da Forca Aerea, preso durante mais de um ano por suspeita de ter posto a bomba que rebentou no EMGFA matando o na altura CEMGFA, Tagme na Waie, estao a ser novamente ouvidos pelo Ministerio Publico.
As audicoes, apurou o ditadura do consenso, tem que ver com acareacoes entre os tres em audicoes anteriores, de resto, publicadas em exclusivo pelo ditadura do consenso. Segundo uma fonte do DC junto da Procuradoria-Geral da Republica, aos tres foi imposto a proibicao de abandono do territorio nacional. AAS
As audicoes, apurou o ditadura do consenso, tem que ver com acareacoes entre os tres em audicoes anteriores, de resto, publicadas em exclusivo pelo ditadura do consenso. Segundo uma fonte do DC junto da Procuradoria-Geral da Republica, aos tres foi imposto a proibicao de abandono do territorio nacional. AAS
Estao todos convocados
Aos que exercem cargos relevantes neste Pais, que tenham capacidade de decisao, de influencia ou que possam fazer qualquer coisa. Para os que estao numa posicao privilegiada: de opinar, aconselhar, mandar; aos que ja estiveram, e, a todos aqueles que vao efectivamente estar - a todos os 'bissau-guineenses' (como gosta que se diga, o meu bom amigo RGG).
A Guine-Bissau pede: Basta!
Nao acham que ja chega de ver politicos contra politicos, pessoas com responsabilidade na Justica contra os seus colegas e contra advogados, pessoas com responsabilidades governativas contra pessoas com responsabilidade na justica?
Nao acham que ja chega vermos arrastar processos em tribunais, nao durante anos, mas durante decadas, sem que nada aconteca, e ja ninguem acredita que alguma coisa vai acontecer?
Nao pensam que chegou a altura de alguem bater com o punho na mesa e dizier basta!? Nao pensam que chegou a altura de se fazer alguma coisa de util pela Guine-Bissau?
Nos outros paises sao os empreendedores, os pequenos e medios empresarios, a forca da economia, os criadores de emprego - esses sim, que desesejam investir, que fazem acontecer o desenvolvimento e contribuem de forma significativa e decisiva para o crescimento do pais, esse e que deviam ser incentivados - aqui o empreariado serve para pagar impostos e depois... ser enterrado pelo proprio Estado!
Nos outros paises tenta-se diminuir o custo do proprio Estado, tenta-se diminuir a factura, o peso mensal do Estado nas contas do Pais, libertando esses colossais valores para o investimento. Aqui a conta da factura vai subindo, mes apos mes.
Nos outros paises nota-se uma preocupacao cada vez maior pela preservacao do meio ambiente, pelo seu desenvolvimento sustentavel, pelo seu futuro. Aqui e o salve-se quem puder - esgotos pluvias a servir de caixotes para o lixo, lixeiras dentro da cidade, autenticos Kilimandjaros!
Hoje, devia exaltar-se a sociedade civil a contribuir com propostas claras e perceptiveis para o desenvolvimento e melhoramento do tecido social. Aqui, ela e ordinaria - desculpem o termo.
Mas este Pais faz algum sentido sem um esboco de futuro a medio prazo sequer? Nao faz, nao. Sera que todo o Pais ensandeceu? Tambem nao me parece. Entao, estamos a espera de que para fazer alguma coisa?
Deste modo nenhum plano aguenta, nao havera estrategia que resista, e, pior, nao ha Pais nenhum que se sustente. Nao temos que ser nos, os guineenses, a levar este Pais, a Guine-Bissau, para a frente? Entao, vamos! Estas convocada(o). AAS
A Guine-Bissau pede: Basta!
Nao acham que ja chega de ver politicos contra politicos, pessoas com responsabilidade na Justica contra os seus colegas e contra advogados, pessoas com responsabilidades governativas contra pessoas com responsabilidade na justica?
Nao acham que ja chega vermos arrastar processos em tribunais, nao durante anos, mas durante decadas, sem que nada aconteca, e ja ninguem acredita que alguma coisa vai acontecer?
Nao pensam que chegou a altura de alguem bater com o punho na mesa e dizier basta!? Nao pensam que chegou a altura de se fazer alguma coisa de util pela Guine-Bissau?
Nos outros paises sao os empreendedores, os pequenos e medios empresarios, a forca da economia, os criadores de emprego - esses sim, que desesejam investir, que fazem acontecer o desenvolvimento e contribuem de forma significativa e decisiva para o crescimento do pais, esse e que deviam ser incentivados - aqui o empreariado serve para pagar impostos e depois... ser enterrado pelo proprio Estado!
Nos outros paises tenta-se diminuir o custo do proprio Estado, tenta-se diminuir a factura, o peso mensal do Estado nas contas do Pais, libertando esses colossais valores para o investimento. Aqui a conta da factura vai subindo, mes apos mes.
Nos outros paises nota-se uma preocupacao cada vez maior pela preservacao do meio ambiente, pelo seu desenvolvimento sustentavel, pelo seu futuro. Aqui e o salve-se quem puder - esgotos pluvias a servir de caixotes para o lixo, lixeiras dentro da cidade, autenticos Kilimandjaros!
Hoje, devia exaltar-se a sociedade civil a contribuir com propostas claras e perceptiveis para o desenvolvimento e melhoramento do tecido social. Aqui, ela e ordinaria - desculpem o termo.
Mas este Pais faz algum sentido sem um esboco de futuro a medio prazo sequer? Nao faz, nao. Sera que todo o Pais ensandeceu? Tambem nao me parece. Entao, estamos a espera de que para fazer alguma coisa?
Deste modo nenhum plano aguenta, nao havera estrategia que resista, e, pior, nao ha Pais nenhum que se sustente. Nao temos que ser nos, os guineenses, a levar este Pais, a Guine-Bissau, para a frente? Entao, vamos! Estas convocada(o). AAS
Morreu o General Tchambu Mane
O General Tchambu Mane, foi meu comandante no batalhao de Gabu, entre 1987 e 1989. Que a sua alma descanse em paz. AAS
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Encontro de irmaos
A CAF prestou, ontem, um mau servico a todos aqueles que assistiram o jogo entre as seleccoes da Guine-Bissau e Angola (0-2). O desafio comecou as 14 hrs, com uma temperatura de 42o! Os jogadores viveram 90. Minutos em condicoes lancinantes, e os jogadores da seleccao de Angola ressentiram-se e de que maneira.
Os espectadores sofreram com o sol abrasador.
No seu banco de suplentes, o seleccionado angolano tinha 8 caixas de 6x1.5 lts de agua, para alem de dezenas de garrafas de 33 cl, e ja no hotel Ancar, onde ainda estao hospedados (seguem viagem na proxima madrugada) varios jogadores vomitaram, e quase todos apresentavam enormes bolhas de agua nos pes.
Foi um jogo bem disputado, mas o resultado peca por defeito: a Guine-Bissau (a par de Angola, as duas melhores seleccoes dos PALOP) jogou melhor, criou muitas mais oportunidades de golo e assustou Angola ainda antes do dia do jogo!
Nao creio que, como se diz na 'voz di tabanca', tenha havido corrupcao nesta partida, mas nao resisto a dizer isto: deixamos Angola ganhar o jogo (ja nada tinhamos a ganhar...mas ha o orgulho, a dignidade para defender).
Ao seleccionador nacional, Norton de Matos, uma palavra de apreco, por: a Guine-Bissau nunca ter estado tao alto no ranking FIFA; por ter conseguido, em pouco tempo, criar um grupo de trabalho homogeneo, ganhando e empatando jogos durante as eliminatorias.
Ao seleccionado guineense, o meu obrigado. Por terem com orgulho envergado a camisola nacional, por se baterem com brio e profissionalismo, desbravando um caminho que, a curto prazo, dara os seus frutos. Naturalmente.
A equipa angolana, desejo boa sorte para o CAN. Foi bom terem vindo a esta que e tambem uma parte do vosso Pais. AAS
Os espectadores sofreram com o sol abrasador.
No seu banco de suplentes, o seleccionado angolano tinha 8 caixas de 6x1.5 lts de agua, para alem de dezenas de garrafas de 33 cl, e ja no hotel Ancar, onde ainda estao hospedados (seguem viagem na proxima madrugada) varios jogadores vomitaram, e quase todos apresentavam enormes bolhas de agua nos pes.
Foi um jogo bem disputado, mas o resultado peca por defeito: a Guine-Bissau (a par de Angola, as duas melhores seleccoes dos PALOP) jogou melhor, criou muitas mais oportunidades de golo e assustou Angola ainda antes do dia do jogo!
Nao creio que, como se diz na 'voz di tabanca', tenha havido corrupcao nesta partida, mas nao resisto a dizer isto: deixamos Angola ganhar o jogo (ja nada tinhamos a ganhar...mas ha o orgulho, a dignidade para defender).
Ao seleccionador nacional, Norton de Matos, uma palavra de apreco, por: a Guine-Bissau nunca ter estado tao alto no ranking FIFA; por ter conseguido, em pouco tempo, criar um grupo de trabalho homogeneo, ganhando e empatando jogos durante as eliminatorias.
Ao seleccionado guineense, o meu obrigado. Por terem com orgulho envergado a camisola nacional, por se baterem com brio e profissionalismo, desbravando um caminho que, a curto prazo, dara os seus frutos. Naturalmente.
A equipa angolana, desejo boa sorte para o CAN. Foi bom terem vindo a esta que e tambem uma parte do vosso Pais. AAS
sábado, 8 de outubro de 2011
Angola faz barulhoooo
Senegal nao permitiu que o aviao com a claque angolana sobrevoasse o seu territorio. Assim, a claque dos Palancas Negras, no estadio, resume-se aos militares da MISSANG. Ainda assim, so se ouve os angolanos.
Depois do golo...
... Gabi, dos Irmao Verdades, anima o publico. Este jogo cheira-me a esturro...ainda ontem, no hotel Ancar o Lito Vidigal, seleccionador angolano, dizia-me 'se nos deixarem ganhar...'. Hum
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Toda a verdade
Comunicaram-me ha pouco, de Lisboa, que o advogado do 'Jack', alias, George Wright desmentiu que o seu cliente tivesse morto alguem na Guine-Bissau. Nao me parece que se esteja a dizer a VERDADE ao advogado em causa.
Desafio aqui a TVI: contactem-me, tal como fizeram, por exemplo, no dia 1 de abril de 2009. Antonio Aly Silva, telefone: +245 6683113
So quero a verdade, toda a verdade. Se a TVI quer, de facto, ser imparcial entao ca fica o meu desafio. AAS
Desafio aqui a TVI: contactem-me, tal como fizeram, por exemplo, no dia 1 de abril de 2009. Antonio Aly Silva, telefone: +245 6683113
So quero a verdade, toda a verdade. Se a TVI quer, de facto, ser imparcial entao ca fica o meu desafio. AAS
Gag
O Antonio Aly Silva, formado num dos melhores jornais de investigacao da Europa - O Independente, orgulha-se de fazer o seu trabalho o melhor que pode e sabe. Pouco me importa que outros - aventureiros, paineleiros, cumentadores - critiquem. Eles nao sabem, outros nem sequer me conhecem, outros ainda...
A esses, que se metem insistentemente no meu trabalho - sim, porque escrever para uma grande publicacao, fazendo jornalismo puro e duro, de investigacao e diferente do blog, mas eles nao sabem. E eu nao os perdoo - talvez procurem a minha atencao, querem que eu reaja. Nao estou!
Contudo, uma coisa e certa: quando o Antonio Aly Silva, Jornalista, se poe em campo para investigar, da o seu melhor, sua as estopinhas e apresenta um trabalho limpo e cristalino. Sei que ha gente descontente com certas coisas que escrevo - problema deles!
Nao e por isso que vou deixar de investigar. A duvida, agora, e saber se o 'Jack' matou ou nao um ladrao. Pois jogo aqui e agora a minha carteira profissional de Jornalista: os que de perto conviveram com o 'Jack' SABEM que sim, que matou um ladrao. Alias, algumas pessoas com quem falei, quando a questao 'matar o ladrao' vinha a baila...pediam um intervalo. Um ate disse-me 'pois, e isso mesmo que nao se quer que se saiba'.
Nao queriam tocar, nem que eu tocasse, no assunto. Ou seja, imaginem que vou a Ramallah, na Palestina, estou a assistir a uma intifada e de repente oico tiros e vejo alguem cair, morto ou mesmo ferido: acham que darei atencao as pedras? O tanas! Virar-me-ei para a pessoa que jaz em terra - e sera esta a noticia a abrir o texto. Mas quem nada pesca de jornalismo, pouco percebe dos pequenos mas importantes detalhes. E nao serei eu a ensinar ninguem.
Mas agora o mais importante (para sossego de quem goste de 'ler' o Aly Silva): vou continuar a fazer o meu trabalho - independentemente de alguem, um grupo, um batalhao ou uma divisao gostarem. Ou nao. Para cao, cao e meio!
AAS
P.S.: A revista Sabado esta tranquila, assim como o Antonio Aly Silva - e contra isso nada ha que se possa fazer! Son pa sufri. AAS
A esses, que se metem insistentemente no meu trabalho - sim, porque escrever para uma grande publicacao, fazendo jornalismo puro e duro, de investigacao e diferente do blog, mas eles nao sabem. E eu nao os perdoo - talvez procurem a minha atencao, querem que eu reaja. Nao estou!
Contudo, uma coisa e certa: quando o Antonio Aly Silva, Jornalista, se poe em campo para investigar, da o seu melhor, sua as estopinhas e apresenta um trabalho limpo e cristalino. Sei que ha gente descontente com certas coisas que escrevo - problema deles!
Nao e por isso que vou deixar de investigar. A duvida, agora, e saber se o 'Jack' matou ou nao um ladrao. Pois jogo aqui e agora a minha carteira profissional de Jornalista: os que de perto conviveram com o 'Jack' SABEM que sim, que matou um ladrao. Alias, algumas pessoas com quem falei, quando a questao 'matar o ladrao' vinha a baila...pediam um intervalo. Um ate disse-me 'pois, e isso mesmo que nao se quer que se saiba'.
Nao queriam tocar, nem que eu tocasse, no assunto. Ou seja, imaginem que vou a Ramallah, na Palestina, estou a assistir a uma intifada e de repente oico tiros e vejo alguem cair, morto ou mesmo ferido: acham que darei atencao as pedras? O tanas! Virar-me-ei para a pessoa que jaz em terra - e sera esta a noticia a abrir o texto. Mas quem nada pesca de jornalismo, pouco percebe dos pequenos mas importantes detalhes. E nao serei eu a ensinar ninguem.
Mas agora o mais importante (para sossego de quem goste de 'ler' o Aly Silva): vou continuar a fazer o meu trabalho - independentemente de alguem, um grupo, um batalhao ou uma divisao gostarem. Ou nao. Para cao, cao e meio!
AAS
P.S.: A revista Sabado esta tranquila, assim como o Antonio Aly Silva - e contra isso nada ha que se possa fazer! Son pa sufri. AAS
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Nao ha dormidas para malucos
A seleccao de Angola, ja se sabe, esta bem instalada no hotel Ancar. O que nao se sabia, e que eu vou contar-vos, e que estiveram quase...por nao estar. Eu explico. Engracado, como se vera.
Entao la chegou o autocarro, vindo do aeroporto, os angolanos todos aperaltados, com batedores da policia, carros da embaixada, enfim, um luxo digno de uma visita de Estado. Mas...estalou a bernarda: afinal havia outra - divida! A Federacao Guineense de Futebol 'esqueceu-se' de pagar a conta da seleccao senegalesa... E o Hotel Ancar deixou as coisas bem cristalinas: ou se paga a conta anterior, ou a seleccao de Angola bem que pode ir dormir a Missang!!!
O que aconteceu depois? Bom, aconteceu tudo. Pagaram (a FGF?, Angola?) a conta anterior, e ate a conta da seleccao angolana! Nao ha ca dormidas gratis, c'um catano pa!!! Bem visto. Este jogo comecou ha muito... A proposito, chega amanha outro aviao com a claque angolana. AAS
Entao la chegou o autocarro, vindo do aeroporto, os angolanos todos aperaltados, com batedores da policia, carros da embaixada, enfim, um luxo digno de uma visita de Estado. Mas...estalou a bernarda: afinal havia outra - divida! A Federacao Guineense de Futebol 'esqueceu-se' de pagar a conta da seleccao senegalesa... E o Hotel Ancar deixou as coisas bem cristalinas: ou se paga a conta anterior, ou a seleccao de Angola bem que pode ir dormir a Missang!!!
O que aconteceu depois? Bom, aconteceu tudo. Pagaram (a FGF?, Angola?) a conta anterior, e ate a conta da seleccao angolana! Nao ha ca dormidas gratis, c'um catano pa!!! Bem visto. Este jogo comecou ha muito... A proposito, chega amanha outro aviao com a claque angolana. AAS
Conselheiros & pontapes
- A mulher do Carlos Pinto Pereira, conselheiro do primeiro ministro, foi a protagonista de um mega-escandalo, que abalou muita boa gente. Um jeep pertencente a organizacao humanitaria 'Pueblos en Marcha', estava estacionado a porta da mulher, e os espanhois a almocar calmamente quando...
irrompe do nada a senhora Salome. Ah, pois!
"Ela (a Salome) chegou e comecou a insultar os espanhois, com improperios, dizendo que o estacionamento lhe pertence" e que "tinham de retirar o carro imediatamente - diz quem assistiu a triste cena. Nao satisfeita, accionou os servicos da DG Viacao para que se retirasse o veiculo, o que acabou por acontecer.
Contudo, que se saiba, ninguem chamou a Camara de Bissau para ver o telheiro horrivel e de mau gosto mandado instalar pela senhora Salome, para tapar o sol... No dia em que esse telheiro cair e matar alguem, logo veremos o que dira o conselheiro...;
Irritados, os espanhois desabafarm que "sempre ha cidadaos de primeira e de segunda" - o que os espanhois desconhecem e que esta cidada...deve ser da 4a classe... E prometeram repensar a ajuda que tem dado a Guine-Bissau;
- O ex-Governador de Bafata caido em desgraca, Carlos Adulai Djalo, esteve ha dias no ministerio das Financas por causa de um titulo de 2 milhoes de francos CFA. Nao conseguiu receber. De repente aparece outro conselheiro do PM, Gabriel Sow, a quem Adulai testemunhou. E foram andando, o Sow ouvindo explicacoes e choramingueiras... ate que, num ai, o ex-governador desfaleceu. Mas nao perdeu o chao... Lembra outro desmaio, ha cerca de 2 anos, do ex-primeiro ministro do PRS, Mario Pires (cheira-me a uma velha tecnica - desmaiar para depois receber! Pas mal, pas mal);
- A seleccao de Angola chegou mas nao ficou no hotel que 'exigiu' - o Malaika. Ficam no Ancar (ca mandamos nos) e, segundo e seu desejo, a alimentacao ficara a cargo do restaurante 'A Padeira Africana'. Seria bom se apanhassem uma intoxicacao alimentar...;
- A Federacao de Futebol da GB esta uns maos largas. Entao nao e que convidaram (aviao e hotel, pagos pela FFGB) o director (!?) da RDP Africa... para vir relatar o jogo?! Vi-o ha pouco: pequenino, todo cor-de-rosa, nariz proeminente...logo veremos o que o homem relata. AAS
irrompe do nada a senhora Salome. Ah, pois!
"Ela (a Salome) chegou e comecou a insultar os espanhois, com improperios, dizendo que o estacionamento lhe pertence" e que "tinham de retirar o carro imediatamente - diz quem assistiu a triste cena. Nao satisfeita, accionou os servicos da DG Viacao para que se retirasse o veiculo, o que acabou por acontecer.
Contudo, que se saiba, ninguem chamou a Camara de Bissau para ver o telheiro horrivel e de mau gosto mandado instalar pela senhora Salome, para tapar o sol... No dia em que esse telheiro cair e matar alguem, logo veremos o que dira o conselheiro...;
Irritados, os espanhois desabafarm que "sempre ha cidadaos de primeira e de segunda" - o que os espanhois desconhecem e que esta cidada...deve ser da 4a classe... E prometeram repensar a ajuda que tem dado a Guine-Bissau;
- O ex-Governador de Bafata caido em desgraca, Carlos Adulai Djalo, esteve ha dias no ministerio das Financas por causa de um titulo de 2 milhoes de francos CFA. Nao conseguiu receber. De repente aparece outro conselheiro do PM, Gabriel Sow, a quem Adulai testemunhou. E foram andando, o Sow ouvindo explicacoes e choramingueiras... ate que, num ai, o ex-governador desfaleceu. Mas nao perdeu o chao... Lembra outro desmaio, ha cerca de 2 anos, do ex-primeiro ministro do PRS, Mario Pires (cheira-me a uma velha tecnica - desmaiar para depois receber! Pas mal, pas mal);
- A seleccao de Angola chegou mas nao ficou no hotel que 'exigiu' - o Malaika. Ficam no Ancar (ca mandamos nos) e, segundo e seu desejo, a alimentacao ficara a cargo do restaurante 'A Padeira Africana'. Seria bom se apanhassem uma intoxicacao alimentar...;
- A Federacao de Futebol da GB esta uns maos largas. Entao nao e que convidaram (aviao e hotel, pagos pela FFGB) o director (!?) da RDP Africa... para vir relatar o jogo?! Vi-o ha pouco: pequenino, todo cor-de-rosa, nariz proeminente...logo veremos o que o homem relata. AAS
Novos 'aires'
"Caro Aly,
Tenho, desde longa data, acompanhado as noticias do seu blog. Muitas delas sao todavia pertinentes, uteis e do maior interesse para quem quer ser informado e informar-se das noticias da Guine-Bissau - o seu Pais, a sua Patria e a sua Nacao de facto.
Sugeria que, independentemente de um ou outro artigo que melhor entenda, viesse a procurar enveredar por um estilo e um posicionamento do tipo mais informativo, esclarecedor, educativo.
Sera um bem precioso e um servico impar, que ninguem pode negar, para todos aqueles, guineenses e nao so (muitosssssssss), que quotidianamente dedicam algum do seu tempo (util) a vislumbrar e a 'saborear' o seu blog e as suas informacoes.
Um abraco de alguem que um dia lhe chamou 'Aires' Aly.
Manuel A."
M/R: Sugestao recusada. Outro abraco. AAS
Tenho, desde longa data, acompanhado as noticias do seu blog. Muitas delas sao todavia pertinentes, uteis e do maior interesse para quem quer ser informado e informar-se das noticias da Guine-Bissau - o seu Pais, a sua Patria e a sua Nacao de facto.
Sugeria que, independentemente de um ou outro artigo que melhor entenda, viesse a procurar enveredar por um estilo e um posicionamento do tipo mais informativo, esclarecedor, educativo.
Sera um bem precioso e um servico impar, que ninguem pode negar, para todos aqueles, guineenses e nao so (muitosssssssss), que quotidianamente dedicam algum do seu tempo (util) a vislumbrar e a 'saborear' o seu blog e as suas informacoes.
Um abraco de alguem que um dia lhe chamou 'Aires' Aly.
Manuel A."
M/R: Sugestao recusada. Outro abraco. AAS
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Morreu o LG
Tenho o doloroso dever de informar que morreu hoje, por volta das 20 horas, o LG, o meu companheiro durante longos mas rapidos quatro anos de caminhada - umas vezes sobre brasas, outras quase mirando o inferno.
Morreu para sempre, e, julgo eu, permanecera mais tempo morto do que aquele que teve de vida (espero que seja tambem assim comigo, com todos...com ou sem bacalhau!). O que interessa aqui e: morreu. Que interesse tem saber o motivo? Para mim, nenhum.
As fantasticas luzes azuis simplesmente eclipsaram e nao mais acenderam. Nao houve sequer lugar a um gemido, para alem das 'convulsoes' que antecederam o acto de descansar. Tirei a bateria e voltei a colocar, nada; sacudi-o, 'olha la onde queres chegar'; toma la dois estaladoes, e o ecra apagou-se. Foram-se as luzes.
A escuridao total, as profundezas do abismo!
O LG morreu de morte subita, talvez devido a idade, talvez devido a canseira que e viver em Bissau, talvez ainda porque quis apenas descansar, cansando-me. Ou tera morrido por causa dos estaladoes?
E nesse caso eu poderia ser acusado? De que? Ah, ah! De tentativa de assassinato de um sul-coreano - de uma maquina sul-coreana, bem entendido.
Bom, mas seja la qual for o motivo por que morreste, LG, desejo muito sinceramente que ardas no inferno, traidor do raio! Havias de morrer logo hoje! Porque nao morreste amanha, hein?! Tretas!
Estou agora no velorio. Felizmente com alguem para me consolar.
Somos dois - o defunto continua bem morto. As tentativas de reanimacao boca-a-boca nao deram resultado (acho que vou virar-me para a companhia, uma transfusao pode ajudar...) - como cantou Quim Barreiros... "Ha dias que da uma, ha dias que da duas, ha dias que da tres... horas da madrugada".
A proposito, o LG era o meu computador portatil. AAS
Morreu para sempre, e, julgo eu, permanecera mais tempo morto do que aquele que teve de vida (espero que seja tambem assim comigo, com todos...com ou sem bacalhau!). O que interessa aqui e: morreu. Que interesse tem saber o motivo? Para mim, nenhum.
As fantasticas luzes azuis simplesmente eclipsaram e nao mais acenderam. Nao houve sequer lugar a um gemido, para alem das 'convulsoes' que antecederam o acto de descansar. Tirei a bateria e voltei a colocar, nada; sacudi-o, 'olha la onde queres chegar'; toma la dois estaladoes, e o ecra apagou-se. Foram-se as luzes.
A escuridao total, as profundezas do abismo!
O LG morreu de morte subita, talvez devido a idade, talvez devido a canseira que e viver em Bissau, talvez ainda porque quis apenas descansar, cansando-me. Ou tera morrido por causa dos estaladoes?
E nesse caso eu poderia ser acusado? De que? Ah, ah! De tentativa de assassinato de um sul-coreano - de uma maquina sul-coreana, bem entendido.
Bom, mas seja la qual for o motivo por que morreste, LG, desejo muito sinceramente que ardas no inferno, traidor do raio! Havias de morrer logo hoje! Porque nao morreste amanha, hein?! Tretas!
Estou agora no velorio. Felizmente com alguem para me consolar.
Somos dois - o defunto continua bem morto. As tentativas de reanimacao boca-a-boca nao deram resultado (acho que vou virar-me para a companhia, uma transfusao pode ajudar...) - como cantou Quim Barreiros... "Ha dias que da uma, ha dias que da duas, ha dias que da tres... horas da madrugada".
A proposito, o LG era o meu computador portatil. AAS
Estrada inaugurada no dia da tropa
A empresa Arezki faz, amanha, a entrega tecnica das obras da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Patria, e de Antula. Ao todo, 12 quilometros de estradas.
O Governo guarda a inauguracao oficial para o dia 16 de novembro - dia da fundacao das Forcas Armadas Revolucionarias do Povo (FARP). O que faz todo o sentido - os combatentes da liberdade da patria sao/foram, na sua esmagadora maioria militares.
Contudo, ha um senao: ha semaforos que 'trabalham' apenas umas horitas e depois ficam intermitentes; outras ha que as vezes nem acendem, e os do Alto-Crim, entao...levam uma eternidade para abrir. Outra coisa que nao entendo: por que nao se pos uma passadeira superior na chapa? E aquela rotunda na chapa de Bissau - e aquelas vias exclusivas para o PR & PM?... AAS
O Governo guarda a inauguracao oficial para o dia 16 de novembro - dia da fundacao das Forcas Armadas Revolucionarias do Povo (FARP). O que faz todo o sentido - os combatentes da liberdade da patria sao/foram, na sua esmagadora maioria militares.
Contudo, ha um senao: ha semaforos que 'trabalham' apenas umas horitas e depois ficam intermitentes; outras ha que as vezes nem acendem, e os do Alto-Crim, entao...levam uma eternidade para abrir. Outra coisa que nao entendo: por que nao se pos uma passadeira superior na chapa? E aquela rotunda na chapa de Bissau - e aquelas vias exclusivas para o PR & PM?... AAS
terça-feira, 4 de outubro de 2011
kkkkkkkkkkk
Há quase um mês, o primeiro-ministro remodelou o Governo. Hoje tomaram posse os três que faltavam: Adelino Mano Queta transita dos Negócios Estrangeiros para a Justiça, e Mamadu Saliu Pires da Justiça para os Negócios Estrangeiros. Tomás Barbosa tomou posse como Secretário de Estado das Pescas.
Malam Bacai Sanha aproveitou para dizer que "o Governo vai completar a legislatura" - seria a primeira vez em 38 anos da história da Guiné-Bissau. O primeiro-ministro, por seu lado, aproveitou para falar...para fora. "Toda a comunidade internacional tem falado bem daquilo que estamos a fazer". Excitado, Carlos Gomes Jr continou com a mesma lenga-lenga: "Hoje você sai da cidade para o aeroporto e vê obra feita".
Mas...digo eu: olhem para as 'estradas' de ambos os lados da avenida dos Combatentes... 11 kms de estrada (paga por terceiros, pelo BOAD - Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento) em 7 anos de mandato...deve ter sido cá uma trabalheira... Aposto aqui o fim do blog: esta estrada não dura um ano (a garantia da estrada é precisamente de... um ano).
A propósito, o prazo para a conclusão das obras termina hoje. A Arezki faz a entrega oficial no dia 6. AAS
Malam Bacai Sanha aproveitou para dizer que "o Governo vai completar a legislatura" - seria a primeira vez em 38 anos da história da Guiné-Bissau. O primeiro-ministro, por seu lado, aproveitou para falar...para fora. "Toda a comunidade internacional tem falado bem daquilo que estamos a fazer". Excitado, Carlos Gomes Jr continou com a mesma lenga-lenga: "Hoje você sai da cidade para o aeroporto e vê obra feita".
Mas...digo eu: olhem para as 'estradas' de ambos os lados da avenida dos Combatentes... 11 kms de estrada (paga por terceiros, pelo BOAD - Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento) em 7 anos de mandato...deve ter sido cá uma trabalheira... Aposto aqui o fim do blog: esta estrada não dura um ano (a garantia da estrada é precisamente de... um ano).
A propósito, o prazo para a conclusão das obras termina hoje. A Arezki faz a entrega oficial no dia 6. AAS
Carta do primeiro-ministro: PGR responde
Em resposta à carta de Carlos Gomes Jr (publicada em exclusivo pelo ditadura do consenso), o Procurador-Geral da República tira o sossego ao primeiro-ministro: "Aguarde até eu lidar de perto com os dossiers".
Aliás, em relação aos processos de crimes de sangue que estão sob alçada do Ministério Público, ditadura do consenso sabe que, mais tardar, até final da próxima semana, haverá novidades. AAS
Aliás, em relação aos processos de crimes de sangue que estão sob alçada do Ministério Público, ditadura do consenso sabe que, mais tardar, até final da próxima semana, haverá novidades. AAS
Sábado
A selecção da Guiné-Bissau recebe, no próximo sábado, a sua congénere de Angola, num jogo a horas impróprias: 14 horas! E num 'estádio' de 3.000 lugares - quando nós temos um senhor estádio nacional para 15.000 pessoas... O guineense, parece que tem o sexo na mão: onde mete a mão, fode tudo! Foi o que aconteceu ao estádio nacional - uma oferta dos chineses...
O jogo, o último que o seleccionado nacional faz, conta para o CAN. A Guiné-Bissau está arredada desta competição, e Angola...ten ku pega tessu! Li i nô tchon! AAS
O jogo, o último que o seleccionado nacional faz, conta para o CAN. A Guiné-Bissau está arredada desta competição, e Angola...ten ku pega tessu! Li i nô tchon! AAS
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Kiss kiss, bang bang
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou hoje que a visita ao país do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, prevista para este ano, já só vai realizar-se em 2012. "Estava tudo combinado para que fosse ainda este ano, mas quando chegámos a Lisboa, fomos avisados que (a visita) só poderá ter lugar em 2012", disse Carlos Gomes Júnior, em declarações a imprensa à sua chegada ao aeroporto de Bissau.
O primeiro-ministro aproveitou ainda para criticar a postura de "alguns partidos da oposição" que, segundo ele, "dizem que vão aproveitar a visita do secretário-geral da ONU para organizarem manifestações" de rua. "Seria bom se os nossos políticos reflictissem sobre o que querem para a Guiné-Bissau. Pensamos que a visita de uma personalidade como é o caso de Ban Ki-moon, que tanto ajudou a Guiné-Bissau, que quer vir cá constatar o que está sendo feito pelo povo e pelo Governo da Guiné-Bissau não podia ser desencorajada com manifestações", destacou Carlos Gomes Júnior. AAS
O primeiro-ministro aproveitou ainda para criticar a postura de "alguns partidos da oposição" que, segundo ele, "dizem que vão aproveitar a visita do secretário-geral da ONU para organizarem manifestações" de rua. "Seria bom se os nossos políticos reflictissem sobre o que querem para a Guiné-Bissau. Pensamos que a visita de uma personalidade como é o caso de Ban Ki-moon, que tanto ajudou a Guiné-Bissau, que quer vir cá constatar o que está sendo feito pelo povo e pelo Governo da Guiné-Bissau não podia ser desencorajada com manifestações", destacou Carlos Gomes Júnior. AAS
Peça...que tem! Não perceberam? Bom, mas alguém percebeu, e eu depois explico, com imagens... AAS
DOIDEIRAS: AQUI...
moreno, castanho de chocolate, doceeeeeeeee em mim, hoje não me dizes nada, anteontem o teu "regresso" levou-me a sonhar, o teu beijo ontem a delirar...hoje ainda não me tiveste...
teu corpo sólido, saudavel, forte, fresco, moreno...hummmmmmmmmmmmm...faz me sonhar, enche-me de ilusoes e prazeres, foge comigo...teus beijosssssssss
teus beijos, vem me buscar...
PUBLICADA POR TRETAS EM 09:29 0 COMENTÁRIOS
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SÁBADO, 21 DE MAIO DE 2011
;)
gimmie gimmie gimmie...just a litle smile
PUBLICADA POR TRETAS EM 07:37 0 COMENTÁRIOS
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QUARTA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2011
A vida são dois dias e o carnaval, três
Sufoca. Ligaste-me para saber de mim porque soubeste que estava doente e algures doeu-me. Doi-me porque só podemos ser amigos. A tua voz ainda a estala na minha cabeça. A tua voz há pouco era particularmente atraente.
Será da distancia?
Nem te perguntei se voltarias cá brevemente ou um dia...fiquei tão incomodad que não soube ter uma conversa normal, tamanho foi o esforço que fiz para me convencer que sei que somos apenas amigos. bons amigos. custa saber que não podes ser de mim, mesmo que apenas por uma estação, como pede a minha natureza intensa mas insaciavel. a minha natureza magoada mas terna, timida mas leal.
Saberás que te quero um pouco? Sentes te em divida comigo por te ser amigavel?
Sabes dou-me mal com limites, com portas fechadas...não necessito ir longe, mas não suporto saber que as portas estão fechadas, que ha limites, limitações, regras a respeitar...
Hoje estou chata, deve ser porque estou de cama e nao me aguento em pé...os teus cabelos crespos, fortes, encaracolados, a tua cabeça no meu peito e a certeza na altura que hoje iria voltar a esse dia...
PUBLICADA POR TRETAS EM 09:22 0 COMENTÁRIOS
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Ainda te Necessito
"Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me deixes só.
Ainda não estou preparado pra crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.
Ainda não estou preparado para não te ter
e apenas te recordar
Ainda não estou preparado para não poder te olhar
ou não poder te falar.
Não estou preparado para que não me abraces
e para não poder te abraçar.
Ainda te necessito.
E ainda não estou preparado para caminhar
por este mundo perguntando-me: Por quê?
Não estou preparado hoje nem nunca o estarei.
Ainda te Necessito."
nota: isto vem a propósito de tudo e de nada...sobretudo de nada...das minhas mãos que sonham com os teus cabelos, quando neles afundava os dedos que bebericavam o calor da tua pele e regressavam saciados, impregnados do teu cheiro...acaso notavas que meus dedos namoravam teus cabelos?
PUBLICADA POR TRETAS EM 09:00 0 COMENTÁRIOS
moreno, castanho de chocolate, doceeeeeeeee em mim, hoje não me dizes nada, anteontem o teu "regresso" levou-me a sonhar, o teu beijo ontem a delirar...hoje ainda não me tiveste...
teu corpo sólido, saudavel, forte, fresco, moreno...hummmmmmmmmmmmm...faz me sonhar, enche-me de ilusoes e prazeres, foge comigo...teus beijosssssssss
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QUARTA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2011
A vida são dois dias e o carnaval, três
Sufoca. Ligaste-me para saber de mim porque soubeste que estava doente e algures doeu-me. Doi-me porque só podemos ser amigos. A tua voz ainda a estala na minha cabeça. A tua voz há pouco era particularmente atraente.
Será da distancia?
Nem te perguntei se voltarias cá brevemente ou um dia...fiquei tão incomodad que não soube ter uma conversa normal, tamanho foi o esforço que fiz para me convencer que sei que somos apenas amigos. bons amigos. custa saber que não podes ser de mim, mesmo que apenas por uma estação, como pede a minha natureza intensa mas insaciavel. a minha natureza magoada mas terna, timida mas leal.
Saberás que te quero um pouco? Sentes te em divida comigo por te ser amigavel?
Sabes dou-me mal com limites, com portas fechadas...não necessito ir longe, mas não suporto saber que as portas estão fechadas, que ha limites, limitações, regras a respeitar...
Hoje estou chata, deve ser porque estou de cama e nao me aguento em pé...os teus cabelos crespos, fortes, encaracolados, a tua cabeça no meu peito e a certeza na altura que hoje iria voltar a esse dia...
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Ainda te Necessito
"Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me deixes só.
Ainda não estou preparado pra crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.
Ainda não estou preparado para não te ter
e apenas te recordar
Ainda não estou preparado para não poder te olhar
ou não poder te falar.
Não estou preparado para que não me abraces
e para não poder te abraçar.
Ainda te necessito.
E ainda não estou preparado para caminhar
por este mundo perguntando-me: Por quê?
Não estou preparado hoje nem nunca o estarei.
Ainda te Necessito."
nota: isto vem a propósito de tudo e de nada...sobretudo de nada...das minhas mãos que sonham com os teus cabelos, quando neles afundava os dedos que bebericavam o calor da tua pele e regressavam saciados, impregnados do teu cheiro...acaso notavas que meus dedos namoravam teus cabelos?
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Importa-se de repetir?
O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Jr., disse hoje à rádio Pindjiguiti que a marcha programada pelos 17 partidos democráticos da oposição "pode pôr em causa as ajudas da ONU" ao País. "Isto é triste", desabafou, impotente, o chefe do Executivo, em crioulo.
A oposição pretende manifestar-se assim que o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, visitar Bissau - o que está para breve. AAS
A oposição pretende manifestar-se assim que o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, visitar Bissau - o que está para breve. AAS
domingo, 2 de outubro de 2011
O responsável Nr. 1
Foi o militante do PAIGC,
VASCO CABRAL (já falecido) o principal responsável pela vinda do 'Jack', aliás do George Wright, à Guiné-Bissau. AAS
VASCO CABRAL (já falecido) o principal responsável pela vinda do 'Jack', aliás do George Wright, à Guiné-Bissau. AAS
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
As duas mortes do Toni
"Quarta-feira, 21 de setembro de 2011, 19 horas, em Jackson, capital do estado da Geórgia, Estados Unidos, Troy Davis, um negro de 42 anos, recebeu a dose letal que o levaria à morte. Condenado por assassinato, Troy Davis deitou-se na maca para receber as injeções repetindo a mesma frase de 22 anos antes, quando foi preso e condenado: “Sou inocente”.
Quinta-feira, 22 de setembro de 2011, por volta das 23 horas, em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, Brasil, Tony Bernardo da Silva, um negro de 27 anos, africano de Guiné-Bissau, estudante de Economia da Universidade Federal, recebeu um pontapé na traquéia e morreu. O golpe culmina uma sessão de socos e pontapés desferidos por dois policiais e um empresário que duraria em torno de 15 minutos.
Impossível não traçar um paralelo entre as duas mortes.
A primeira foi uma condenação legal, nos moldes da justiça norte-americana, que todos conhecemos, empenhada a condenar negros, ainda que, como é o caso de Troy, haja evidências de inocência. Inclusive depoimento de outro preso assumindo a autoria do crime atribuído a ele. Em vão: Troy não recebeu perdão, não teve a clemência do governador da Geórgia e muito menos direito a recurso na Suprema Corte, dado às evidências de sua inocência.
Difícil não imaginar que se trata de mais um caso de racismo como os que pontuam a crueldade do sistema jurídico e a sociedade racista dos Estados Unidos, especialmente nos estados sulistas como a Geórgia.
Como é difícil não suspeitar que o caso do Toni foi uma expressão pura e cabal de racismo.
Uma condenação prévia: um negro que adentra a uma pizzaria freqüentada por rapagões e moçoilas de classe média alta de Cuiabá, num bairro idem, embora predominantemente de repúblicas estudantis (o Boa Esperança fica ao lado do campus da UFMT) é um bandido. E ainda mais se este negro acidentalmente esbarra na namorada de um desses fregueses.
Afinal, aquele não é um lugar para negros. Pior ainda. Que atrevimento! Um negro que deveria estar na senzala não pode adentrar a uma casa grande dos pequenos burgueses e tocar a mulher branca do sinhozinho.
Então, eis seu crime. E está decretada a pena de morte. Não se sabe se os policiais e o empresário (sinhozinho) estavam armados. Se estivessem teriam desferido vários tiros? Tenho dúvida. Não sei se não preferiram mesmo usar como instrumentos de execução os socos e pontapés. Afinal, esta na moda uma das marcas da intolerância: matar a porradas negros, homossexuais e todos que esses “bad boys” não toleram por serem diferentes deles, supostamente bem nascidos, bem nutridos e crentes da impunidade. E com um ingrediente macabro: eles se divertem. E não raras vezes filmam e jogam em suas redes sociais.
Seguindo o mesmo “modelito” que a imprensa em geral aplica a esses casos, todos ciosos a dar voz e vez aos assassinos da elite, tentam desqualificar o morto. Versões diversas surgem por todos lados dando conta que ele tinha passagens pela polícia, era drogado, perdeu a vaga no convênio da UFMT e outras informações nefastas. Como sempre trabalham com meias-verdades, com deturpações dos fatos e a omissão de outros.
Essas versões são disseminadas por advogados e familiares dos assassinos, que encontram voz em veículos de comunicação que, deliberadamente ou não, as propagam sem questionar o contexto da vida do Toni e os depoimentos de amigos, colegas e ex-namorada, todos, unanimemente, testemunhando sua conduta passível e respeitadora.
É compreensível que os advogados e familiares tomem tal atitude. Mas não justifica a postura dos representantes da Universidade Federal de Mato Grosso, que qualificaram o Toni como um indivíduo de má conduta.
O setor da UFMT responsável pelo convênio entre o governo brasileiro e os governos dos países africanos de língua portuguesa, que permitem jovens daqueles países estudarem no Brasil, sempre foi omisso e racista com esses estudantes. Poderia desfilar aqui uma série de descasos, dificuldades criadas e declarações preconceituosas. Não é o caso agora.
Por enquanto fica o registro de que o Toni sempre buscou desesperadamente lutar contra o vício do crack e encontrou pouco apoio na UFMT. Seus amigos se mobilizaram, igualmente seus colegas e professores. Mas a instituição se agarrou na burocracia. Por ele não conseguir mais freqüentar as aulas, o desligaram do convênio, pura e simplesmente. E ficou por isso. Contudo não pouparam declarações cruéis, insensíveis e até irresponsáveis na imprensa.
Esta é a mesma instituição que ignora que drogas como o crack estão se proliferando dentro e na periferia do campus da UFMT do Boa Esperança. Foi ali mesmo que o Toni se viciou. Nas imediações da república em que ele morava, assim como nos corredores da UFMT, a droga e traficantes transitam livremente. Que providência a instituição tem tomado acerca disso? Prefere tapar os olhos e ajudar a condenar seus jovens alunos.
Foi-se o tempo em que o romantismo e a rebeldia de fumar um baseado faziam parte do cotidiano universitário. Agora o ambiente universitário é um dos mercados de drogas pesadas, assim como seu entorno. E a tragédia do crack, a pior delas, bate à porta de todos nós. Meus amigos e colegas, muitos deles vivendo esse drama familiar, sabem do que estou dizendo. Acompanhei esses dramas quando morava ainda em Cuiabá.
Eu mesmo o vivo bem de perto. Tenho um irmão que vive a perambular pelas ruas de Goiânia se consumindo pelo crack. Gilmar, um dos sete filhos adotivos de minha mãe, era um rapaz trabalhador desde criança. Estudou, casou, formou família. Suas três filhas e esposa não agüentaram viver aquela tragédia e o abandonaram. Desde então passou a viver nas cracolândias do bairro Vila Nova, na capital de Goiás.
Minha mãe, já com seus 74 anos e morando agora em Goiânia, acompanha seu infortúnio e, dentro de suas limitações, nos mobiliza a todos para tentar salvá-lo.
O Toni tentou sobreviver. Poucos meses antes de voltar para Brasília, o recebi na minha casa, a qual ele freqüentava com os demais estudantes guineenses. Minha mulher era amiga dele, chegaram de Guiné-Bissau juntos. Ele para curso Economia e ela, Publicidade. Éramos capazes de deixar nossa casa aberta para ele, junto com meus filhos. O Toni não era um bandido. Repito: era uma pessoa amável e respeitadora.
Naquela tarde fria de julho e Cuiabá melancólica devido à carência de seu sol escaldante, o Toni chegou desesperado. Primeiro pediu dinheiro emprestado. Depois, muito envergonhado, chorou no nosso colo. Pediu ajuda, implorou para que afastássemos aquela sua vontade incontrolável de querer consumir a droga. Então começamos a mobilizar os amigos, colegas e seus professores. Ele necessitava de tratamento para poder concluir os estudos e voltar para o seu país.
Dois meses depois voltei para Brasília. Mas acompanhamos daqui a vida do Toni. Ficamos sabendo que ele havia ido para o tratamento. Depois fomos informados que havia vendido tudo que tinha e foi obrigado a entregar toda a sua bolsa de estudos para os traficantes. Quando perdeu a bolsa, foi para a rua mendigar. Foi num desses momentos que entrou na pizzaria naquela noite do dia 22 de setembro.
O Toni é filho de uma família de classe média alta em Guiné-Bissau. Seu pai é agrônomo e possui uma pequena fazenda. Idealista, sempre quis que os filhos tivessem boa formação para ajudarem no desenvolvimento do país. Tem irmãos que estudam ou estudaram na França, Inglaterra e Portugal. Parte da família fez carreira nas forças armadas, onde um tio seu é um dos comandantes.
Certa vez o Toni foi flagrado pela polícia em Cuiabá carregando um botijão de gás que ganhou de um dos colegas, pois o seu ele havia vendido para comprar crack. A polícia o abordou, o levou preso, apesar de afirmar que o objeto era dele. Passou o dia inteiro na delegacia, jogado numa sala e só saiu de lá depois que acionou a Polícia Federal, jurisdição da qual estão os estudantes africanos.
Aqui abro um parêntese. Não foram poucas as vezes que a UFMT acionou a Polícia Federal para perseguir os estudantes africanos que, por um motivo ou outro, não estavam freqüentando aulas ou haviam formado e ainda estavam no Brasil tentando pós-graduações ou empregos.
Setores da imprensa de Cuiabá, motivados por advogados e familiares dos assassinos, utilizam este caso do botijão, entre outros sem gravidade, para propagar que o Toni tinha passagens pela polícia. Como se a tal “passagem” fosse uma sentença de morte.
Antes de continuar, peço licença para contar duas histórias:
Em 1980, um rapaz que faria 20 anos dali a poucas semanas, cursava Agrimensura na antiga Escola Técnica Federal de Goiás e fazia estágio numa cidade a 20 quilômetros de Goiânia. Numa tarde, como fazia todos os dias, entrou às 17 horas no ônibus que o levaria de volta para casa, quando dois policiais o abordaram, algemaram, jogaram no camburão e levaram para a delegacia. Lavraram um boletim e mal ouviram a versão do rapaz. Em seguida, para fazê-lo confessar que havia feito um assalto, os policiais deram-lhe tapas nos ouvidos, murros, beliscões no nariz, nas orelhas, cascudos e ameaçaram quebrar seus dedos com um alicate e queimá-lo com cigarros.
As sevícias duram até que um dos policiais sugeriu ao delegado que o rapaz fosse levado para que a vítima identificasse o assaltante. Àquela altura a cidade inteira já sabia da prisão. Ao chegar à casa da senhora assaltada, de onde foram levados um televisor, aparelho de som e uma bicicleta do filho, o carro da polícia encontrou uma multidão que queria linchar o “bandido”. Os policiais com dificuldade abriram um corredor para a mulher chegar até o carro. Quando ela olhou pelo pára-brisa foi logo dizendo: “Não, não é este. O ladrão é branco!”.
Em 2004, um homem de 44 anos foi abordado pela polícia próximo à sua casa. Estranhou o fato de os policiais o obrigarem a ficar ao lado da viatura, longe do seu carro. Então um dos policiais faz uma rápida revista e aparece com um revolver e um pacote do que seriam drogas. Imediatamente o homem protesta, denuncia a “plantação” e só não vai preso porque estava com a identificação de secretário-adjunto de Comunicação Social do governo de Mato Grosso e ameaçou denunciar os policiais, que imediatamente fugiram do local.
O homem e o rapaz de 24 anos antes é a mesma pessoa: eu. Poderia aqui contar outras várias histórias de arbitrariedades e prisões às quais fui submetido. Por ser negro, tido como ladrão, drogado e traficante, tive passagens pela polícia. Infelizmente aquela piadinha infame que de vez em quando ouvimos por aí é de fato uma máxima entre policiais: “Preto parado é suspeito, correndo é ladrão”.
Quantas passagens pela polícia justificam uma morte?
Mereceria eu morrer por ter cometido o crime de ter nascido negro?
Mereceria eu morrer pelo crime de provocar aos policiais a sanha assassina de quem ainda nos vê como escravos, como sub-raça, como seres desprezíveis?
Mereceria eu morrer porque há cinco séculos retiraram meus antepassados da África, jogaram num navio negreiro, atravessaram o Atlântico, os leiloaram, os submeteram a ferro e fogo, os jogaram nos canaviais, minas e fazendas, os subjugaram nas senzalas, colocaram no pelourinho, humilharam, sugaram seus sangues e suores, para depois, com a abolição, os jogarem as ruas como se fossem animais, sem direito a dignidade?
Deveria eu morrer por ser filho de Clarice Laura e José Orozimbo, neto de José e Regina e de Josefa e Pedro Alves, por sua vez netos e filhos de escravos?
Este é meu crime?
Por favor, se é este o meu crime, então que me matem! Mas me matem apenas uma vez. Não façam como estão fazendo com o Toni.
Depois de ser trucidado pelos “bad boys da intolerância”, Toni corre o risco de ser massacrado, pisoteado, sangrando até a última gota da sua dignidade.
PS: O corpo do Toni ainda está no IML de Cuiabá aguardando resultados de exames pedidos pelo delegado que acompanha o caso e a chegada da família para liberá-lo.
Dona Cecília, mãe dele, me informou que um de suas irmãs, que é arquiteta na França, deve vir ao Brasil.
A Embaixada de Guiné-Bissau em Brasília também está acompanhando o caso e prestando apoio à família.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, já se manifestou, repudiando o crime e pedindo desculpas à família e aos guineenses.
Amigos e compatriotas do Toni estão se mobilizando em Cuiabá e aqui em Brasília, denunciando o assassinato e pedido para que seja tipificado como motivado por racismo.
João Negrão, Jornalista
Quinta-feira, 22 de setembro de 2011, por volta das 23 horas, em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, Brasil, Tony Bernardo da Silva, um negro de 27 anos, africano de Guiné-Bissau, estudante de Economia da Universidade Federal, recebeu um pontapé na traquéia e morreu. O golpe culmina uma sessão de socos e pontapés desferidos por dois policiais e um empresário que duraria em torno de 15 minutos.
Impossível não traçar um paralelo entre as duas mortes.
A primeira foi uma condenação legal, nos moldes da justiça norte-americana, que todos conhecemos, empenhada a condenar negros, ainda que, como é o caso de Troy, haja evidências de inocência. Inclusive depoimento de outro preso assumindo a autoria do crime atribuído a ele. Em vão: Troy não recebeu perdão, não teve a clemência do governador da Geórgia e muito menos direito a recurso na Suprema Corte, dado às evidências de sua inocência.
Difícil não imaginar que se trata de mais um caso de racismo como os que pontuam a crueldade do sistema jurídico e a sociedade racista dos Estados Unidos, especialmente nos estados sulistas como a Geórgia.
Como é difícil não suspeitar que o caso do Toni foi uma expressão pura e cabal de racismo.
Uma condenação prévia: um negro que adentra a uma pizzaria freqüentada por rapagões e moçoilas de classe média alta de Cuiabá, num bairro idem, embora predominantemente de repúblicas estudantis (o Boa Esperança fica ao lado do campus da UFMT) é um bandido. E ainda mais se este negro acidentalmente esbarra na namorada de um desses fregueses.
Afinal, aquele não é um lugar para negros. Pior ainda. Que atrevimento! Um negro que deveria estar na senzala não pode adentrar a uma casa grande dos pequenos burgueses e tocar a mulher branca do sinhozinho.
Então, eis seu crime. E está decretada a pena de morte. Não se sabe se os policiais e o empresário (sinhozinho) estavam armados. Se estivessem teriam desferido vários tiros? Tenho dúvida. Não sei se não preferiram mesmo usar como instrumentos de execução os socos e pontapés. Afinal, esta na moda uma das marcas da intolerância: matar a porradas negros, homossexuais e todos que esses “bad boys” não toleram por serem diferentes deles, supostamente bem nascidos, bem nutridos e crentes da impunidade. E com um ingrediente macabro: eles se divertem. E não raras vezes filmam e jogam em suas redes sociais.
Seguindo o mesmo “modelito” que a imprensa em geral aplica a esses casos, todos ciosos a dar voz e vez aos assassinos da elite, tentam desqualificar o morto. Versões diversas surgem por todos lados dando conta que ele tinha passagens pela polícia, era drogado, perdeu a vaga no convênio da UFMT e outras informações nefastas. Como sempre trabalham com meias-verdades, com deturpações dos fatos e a omissão de outros.
Essas versões são disseminadas por advogados e familiares dos assassinos, que encontram voz em veículos de comunicação que, deliberadamente ou não, as propagam sem questionar o contexto da vida do Toni e os depoimentos de amigos, colegas e ex-namorada, todos, unanimemente, testemunhando sua conduta passível e respeitadora.
É compreensível que os advogados e familiares tomem tal atitude. Mas não justifica a postura dos representantes da Universidade Federal de Mato Grosso, que qualificaram o Toni como um indivíduo de má conduta.
O setor da UFMT responsável pelo convênio entre o governo brasileiro e os governos dos países africanos de língua portuguesa, que permitem jovens daqueles países estudarem no Brasil, sempre foi omisso e racista com esses estudantes. Poderia desfilar aqui uma série de descasos, dificuldades criadas e declarações preconceituosas. Não é o caso agora.
Por enquanto fica o registro de que o Toni sempre buscou desesperadamente lutar contra o vício do crack e encontrou pouco apoio na UFMT. Seus amigos se mobilizaram, igualmente seus colegas e professores. Mas a instituição se agarrou na burocracia. Por ele não conseguir mais freqüentar as aulas, o desligaram do convênio, pura e simplesmente. E ficou por isso. Contudo não pouparam declarações cruéis, insensíveis e até irresponsáveis na imprensa.
Esta é a mesma instituição que ignora que drogas como o crack estão se proliferando dentro e na periferia do campus da UFMT do Boa Esperança. Foi ali mesmo que o Toni se viciou. Nas imediações da república em que ele morava, assim como nos corredores da UFMT, a droga e traficantes transitam livremente. Que providência a instituição tem tomado acerca disso? Prefere tapar os olhos e ajudar a condenar seus jovens alunos.
Foi-se o tempo em que o romantismo e a rebeldia de fumar um baseado faziam parte do cotidiano universitário. Agora o ambiente universitário é um dos mercados de drogas pesadas, assim como seu entorno. E a tragédia do crack, a pior delas, bate à porta de todos nós. Meus amigos e colegas, muitos deles vivendo esse drama familiar, sabem do que estou dizendo. Acompanhei esses dramas quando morava ainda em Cuiabá.
Eu mesmo o vivo bem de perto. Tenho um irmão que vive a perambular pelas ruas de Goiânia se consumindo pelo crack. Gilmar, um dos sete filhos adotivos de minha mãe, era um rapaz trabalhador desde criança. Estudou, casou, formou família. Suas três filhas e esposa não agüentaram viver aquela tragédia e o abandonaram. Desde então passou a viver nas cracolândias do bairro Vila Nova, na capital de Goiás.
Minha mãe, já com seus 74 anos e morando agora em Goiânia, acompanha seu infortúnio e, dentro de suas limitações, nos mobiliza a todos para tentar salvá-lo.
O Toni tentou sobreviver. Poucos meses antes de voltar para Brasília, o recebi na minha casa, a qual ele freqüentava com os demais estudantes guineenses. Minha mulher era amiga dele, chegaram de Guiné-Bissau juntos. Ele para curso Economia e ela, Publicidade. Éramos capazes de deixar nossa casa aberta para ele, junto com meus filhos. O Toni não era um bandido. Repito: era uma pessoa amável e respeitadora.
Naquela tarde fria de julho e Cuiabá melancólica devido à carência de seu sol escaldante, o Toni chegou desesperado. Primeiro pediu dinheiro emprestado. Depois, muito envergonhado, chorou no nosso colo. Pediu ajuda, implorou para que afastássemos aquela sua vontade incontrolável de querer consumir a droga. Então começamos a mobilizar os amigos, colegas e seus professores. Ele necessitava de tratamento para poder concluir os estudos e voltar para o seu país.
Dois meses depois voltei para Brasília. Mas acompanhamos daqui a vida do Toni. Ficamos sabendo que ele havia ido para o tratamento. Depois fomos informados que havia vendido tudo que tinha e foi obrigado a entregar toda a sua bolsa de estudos para os traficantes. Quando perdeu a bolsa, foi para a rua mendigar. Foi num desses momentos que entrou na pizzaria naquela noite do dia 22 de setembro.
O Toni é filho de uma família de classe média alta em Guiné-Bissau. Seu pai é agrônomo e possui uma pequena fazenda. Idealista, sempre quis que os filhos tivessem boa formação para ajudarem no desenvolvimento do país. Tem irmãos que estudam ou estudaram na França, Inglaterra e Portugal. Parte da família fez carreira nas forças armadas, onde um tio seu é um dos comandantes.
Certa vez o Toni foi flagrado pela polícia em Cuiabá carregando um botijão de gás que ganhou de um dos colegas, pois o seu ele havia vendido para comprar crack. A polícia o abordou, o levou preso, apesar de afirmar que o objeto era dele. Passou o dia inteiro na delegacia, jogado numa sala e só saiu de lá depois que acionou a Polícia Federal, jurisdição da qual estão os estudantes africanos.
Aqui abro um parêntese. Não foram poucas as vezes que a UFMT acionou a Polícia Federal para perseguir os estudantes africanos que, por um motivo ou outro, não estavam freqüentando aulas ou haviam formado e ainda estavam no Brasil tentando pós-graduações ou empregos.
Setores da imprensa de Cuiabá, motivados por advogados e familiares dos assassinos, utilizam este caso do botijão, entre outros sem gravidade, para propagar que o Toni tinha passagens pela polícia. Como se a tal “passagem” fosse uma sentença de morte.
Antes de continuar, peço licença para contar duas histórias:
Em 1980, um rapaz que faria 20 anos dali a poucas semanas, cursava Agrimensura na antiga Escola Técnica Federal de Goiás e fazia estágio numa cidade a 20 quilômetros de Goiânia. Numa tarde, como fazia todos os dias, entrou às 17 horas no ônibus que o levaria de volta para casa, quando dois policiais o abordaram, algemaram, jogaram no camburão e levaram para a delegacia. Lavraram um boletim e mal ouviram a versão do rapaz. Em seguida, para fazê-lo confessar que havia feito um assalto, os policiais deram-lhe tapas nos ouvidos, murros, beliscões no nariz, nas orelhas, cascudos e ameaçaram quebrar seus dedos com um alicate e queimá-lo com cigarros.
As sevícias duram até que um dos policiais sugeriu ao delegado que o rapaz fosse levado para que a vítima identificasse o assaltante. Àquela altura a cidade inteira já sabia da prisão. Ao chegar à casa da senhora assaltada, de onde foram levados um televisor, aparelho de som e uma bicicleta do filho, o carro da polícia encontrou uma multidão que queria linchar o “bandido”. Os policiais com dificuldade abriram um corredor para a mulher chegar até o carro. Quando ela olhou pelo pára-brisa foi logo dizendo: “Não, não é este. O ladrão é branco!”.
Em 2004, um homem de 44 anos foi abordado pela polícia próximo à sua casa. Estranhou o fato de os policiais o obrigarem a ficar ao lado da viatura, longe do seu carro. Então um dos policiais faz uma rápida revista e aparece com um revolver e um pacote do que seriam drogas. Imediatamente o homem protesta, denuncia a “plantação” e só não vai preso porque estava com a identificação de secretário-adjunto de Comunicação Social do governo de Mato Grosso e ameaçou denunciar os policiais, que imediatamente fugiram do local.
O homem e o rapaz de 24 anos antes é a mesma pessoa: eu. Poderia aqui contar outras várias histórias de arbitrariedades e prisões às quais fui submetido. Por ser negro, tido como ladrão, drogado e traficante, tive passagens pela polícia. Infelizmente aquela piadinha infame que de vez em quando ouvimos por aí é de fato uma máxima entre policiais: “Preto parado é suspeito, correndo é ladrão”.
Quantas passagens pela polícia justificam uma morte?
Mereceria eu morrer por ter cometido o crime de ter nascido negro?
Mereceria eu morrer pelo crime de provocar aos policiais a sanha assassina de quem ainda nos vê como escravos, como sub-raça, como seres desprezíveis?
Mereceria eu morrer porque há cinco séculos retiraram meus antepassados da África, jogaram num navio negreiro, atravessaram o Atlântico, os leiloaram, os submeteram a ferro e fogo, os jogaram nos canaviais, minas e fazendas, os subjugaram nas senzalas, colocaram no pelourinho, humilharam, sugaram seus sangues e suores, para depois, com a abolição, os jogarem as ruas como se fossem animais, sem direito a dignidade?
Deveria eu morrer por ser filho de Clarice Laura e José Orozimbo, neto de José e Regina e de Josefa e Pedro Alves, por sua vez netos e filhos de escravos?
Este é meu crime?
Por favor, se é este o meu crime, então que me matem! Mas me matem apenas uma vez. Não façam como estão fazendo com o Toni.
Depois de ser trucidado pelos “bad boys da intolerância”, Toni corre o risco de ser massacrado, pisoteado, sangrando até a última gota da sua dignidade.
PS: O corpo do Toni ainda está no IML de Cuiabá aguardando resultados de exames pedidos pelo delegado que acompanha o caso e a chegada da família para liberá-lo.
Dona Cecília, mãe dele, me informou que um de suas irmãs, que é arquiteta na França, deve vir ao Brasil.
A Embaixada de Guiné-Bissau em Brasília também está acompanhando o caso e prestando apoio à família.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, já se manifestou, repudiando o crime e pedindo desculpas à família e aos guineenses.
Amigos e compatriotas do Toni estão se mobilizando em Cuiabá e aqui em Brasília, denunciando o assassinato e pedido para que seja tipificado como motivado por racismo.
João Negrão, Jornalista
O espião que voltou para o frio
Manuel Esperança, coronel, afecto ao SIEDM (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa e Militares depois convertido em SIED) - foi a ‘antena’ que, entre 2005 e 2010, Portugal impingiu à Guiné-Bissau.
Manuel Esperança era tudo menos discreto. Morava numa casa arrendada ao primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr., de quem aliás era vizinho – apenas separava-os um muro, e quando terminou a sua missão, mercê da crise portuguesa, vendeu o seu carro ao... primeiro-ministro. Estas ligações, pelo menos na Guiné-Bissau, são de resto 'aconselhadas', para mais num País onde tudo pode acontecer, a qualquer hora - mas para um espião...
Hoje, contudo, impõe-se esta pergunta: o que sabe o Manuel Esperança (e Portugal?) - quase tudo – é a resposta. No dia em que Hélder Proença foi assassinado (4 de junho de 2009), Manuel Esperança foi visto no Estado-Maior General das Forças Armadas, e era presença assídua no Ministério do Interior, de dia e de noite. Segundo uma fonte, depois da morte do General Tagme Na Waie, o espião português «tinha sempre encontros demorados com o Coronel Samba Djaló», ex-chefe da sinistra DINFOSEMIL, no gabinete deste no Ministério do Interior.
A ‘antena’ da secreta militar portuguesa foi dos primeiros a chegar à residência do Baciro Dabó no dia em que este foi assassinado (5 junho 2009), tendo tirado várias fotografias ao cadáver prostrado no chão com o sangue ainda fresco.
Manuel Esperança estava com o General e CEMGFA, Tagme Na Waie , no dia em que este ficou a saber (através de uma fuga de informação) de que corria risco de morte. E, numa reunião, onde esteve presente um alto oficial da secreta militar, Manuel Esperança disse que sabia de um plano para assassinar o General Tagme Na Waie, acrescentando que poderia ser um atentado à bomba. Acabou por ser. AAS
Manuel Esperança era tudo menos discreto. Morava numa casa arrendada ao primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr., de quem aliás era vizinho – apenas separava-os um muro, e quando terminou a sua missão, mercê da crise portuguesa, vendeu o seu carro ao... primeiro-ministro. Estas ligações, pelo menos na Guiné-Bissau, são de resto 'aconselhadas', para mais num País onde tudo pode acontecer, a qualquer hora - mas para um espião...
Hoje, contudo, impõe-se esta pergunta: o que sabe o Manuel Esperança (e Portugal?) - quase tudo – é a resposta. No dia em que Hélder Proença foi assassinado (4 de junho de 2009), Manuel Esperança foi visto no Estado-Maior General das Forças Armadas, e era presença assídua no Ministério do Interior, de dia e de noite. Segundo uma fonte, depois da morte do General Tagme Na Waie, o espião português «tinha sempre encontros demorados com o Coronel Samba Djaló», ex-chefe da sinistra DINFOSEMIL, no gabinete deste no Ministério do Interior.
A ‘antena’ da secreta militar portuguesa foi dos primeiros a chegar à residência do Baciro Dabó no dia em que este foi assassinado (5 junho 2009), tendo tirado várias fotografias ao cadáver prostrado no chão com o sangue ainda fresco.
Manuel Esperança estava com o General e CEMGFA, Tagme Na Waie , no dia em que este ficou a saber (através de uma fuga de informação) de que corria risco de morte. E, numa reunião, onde esteve presente um alto oficial da secreta militar, Manuel Esperança disse que sabia de um plano para assassinar o General Tagme Na Waie, acrescentando que poderia ser um atentado à bomba. Acabou por ser. AAS
Roupa nova
Durante 24 horas (entre ontem e hoje) andei por toda a cidade de Bissau; centro da cidade, zonas com mais polícias, parei uns minutos junto da Direcção Geral de Viação e Transportes Terrestres, passei por carros do Corpo Diplomático, do Estado, cruzei-me com ministros, com carros das Nações Unidas (PNUD, UNFPA, UNIOGBIS, eu sei lá que mais); parei quase duas horas (entre ontem e hoje) no triângulo da Av. amilcar Cabral, mesmo em frente à Secretaria de Estado da Cooperação. Népia!
Quase choquei com alguns amigos, vi colegas. Enfim, fiz tudo aquilo que faço num dia normal - mas havia um pormenor: a matrícula do meu carro dizia DC 3350 - o D significa ditadura e o C consenso. Ninguém reparou, nem me mandaram parar.
Isto é só um exemplo de como tudo pode acontecer neste País - tu-do!. Cada um na dele e o resto que se amanhe. É o caos total! Voltarei... AAS
Quase choquei com alguns amigos, vi colegas. Enfim, fiz tudo aquilo que faço num dia normal - mas havia um pormenor: a matrícula do meu carro dizia DC 3350 - o D significa ditadura e o C consenso. Ninguém reparou, nem me mandaram parar.
Isto é só um exemplo de como tudo pode acontecer neste País - tu-do!. Cada um na dele e o resto que se amanhe. É o caos total! Voltarei... AAS
George Wright chegou a socializar com o embaixador americano na Guiné-Bissau
John Blacken, que era então o representante diplomático americano na Guiné-Bissau, disse à Associated Press que ficou muito espantado quando soube da detenção de Wright porque na altura convivia com ele e com a sua mulher, e que ambos terão até trabalhado em projectos de tradução para a embaixada americana na Guiné-Bissau.
“Tudo isto foi uma grande surpresa, meu Deus, o assassinato e tudo o resto”, disse Blacken numa entrevista telefónica a partir de Bissau. “Ninguém o tomava por assassino. Claro que não o conhecíamos assim tão bem, mas parecia uma pessoa normal, nada radical”.
O diplomata disse ainda que nunca foi avisado do historial de Wright e que nunca pensou, enquanto embaixador, que ele pudesse ter semelhante passado. “Se tivesse recebido semelhante informação, teria respondido”, acrescentou Blacken. “Ele era conhecido por 'Jack' na Guiné e é estranho que a justiça americana nunca o tenha localizado lá”.
As autoridades governamentais americanas não comentaram ainda o facto de Wright ter passado pela Guiné-Bissau e ter até convivido com membros da embaixada, escreve o “The Guardian”.
George Wright andava fugido à justiça americana há 41 anos e residia em Portugal há mais de 20 quando decidiu entrar em contacto com uns familiares nos EUA. Foi esse telefonema que o traiu. Na passada segunda-feira Wright foi preso pela Polícia Judiciária nos arredores de Sintra, onde era conhecido por José Luís Jorge dos Santos.
A carreira de “fugitivo internacional” de Wright começou quando se evadiu da Prisão Estadual de Bayside, em Leesburg, onde cumpria o oitavo ano de uma pena de 30 anos, pelo assassínio de um veterano da Segunda Guerra Mundial, em 1962, num assalto à mão armada. Depois disso, ajudou a desviar um avião da Delta Airlines e aterrou na Argélia. Depois disso desapareceu dos radares, mas sabe-se agora que andou pela Guiné-Bissau, França e Portugal. (P.)
“Tudo isto foi uma grande surpresa, meu Deus, o assassinato e tudo o resto”, disse Blacken numa entrevista telefónica a partir de Bissau. “Ninguém o tomava por assassino. Claro que não o conhecíamos assim tão bem, mas parecia uma pessoa normal, nada radical”.
O diplomata disse ainda que nunca foi avisado do historial de Wright e que nunca pensou, enquanto embaixador, que ele pudesse ter semelhante passado. “Se tivesse recebido semelhante informação, teria respondido”, acrescentou Blacken. “Ele era conhecido por 'Jack' na Guiné e é estranho que a justiça americana nunca o tenha localizado lá”.
As autoridades governamentais americanas não comentaram ainda o facto de Wright ter passado pela Guiné-Bissau e ter até convivido com membros da embaixada, escreve o “The Guardian”.
George Wright andava fugido à justiça americana há 41 anos e residia em Portugal há mais de 20 quando decidiu entrar em contacto com uns familiares nos EUA. Foi esse telefonema que o traiu. Na passada segunda-feira Wright foi preso pela Polícia Judiciária nos arredores de Sintra, onde era conhecido por José Luís Jorge dos Santos.
A carreira de “fugitivo internacional” de Wright começou quando se evadiu da Prisão Estadual de Bayside, em Leesburg, onde cumpria o oitavo ano de uma pena de 30 anos, pelo assassínio de um veterano da Segunda Guerra Mundial, em 1962, num assalto à mão armada. Depois disso, ajudou a desviar um avião da Delta Airlines e aterrou na Argélia. Depois disso desapareceu dos radares, mas sabe-se agora que andou pela Guiné-Bissau, França e Portugal. (P.)
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
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