sábado, 3 de agosto de 2013

JÁ NÃO VALE A PENA TELEFONAR


grand cherokee

VENDIDO!

Paulo Gomes: algumas considerações sobre a possível candidatura


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"Gostaria, solenemente, de garantir a todos vós que, caso a minha decisão for de avançar para esta corrida, terei em mente todas as vossas sugestões, uma vez que coincidem em alguns aspetos com o conceito de magistratura que tenho em mente.

Estou convencido de que o próximo Presidente da República deve ter os atributos mencionados por todos vós, caros compatriotas, sendo de realçar que o mesmo deve ser um cidadão que inspire confiança e credibilidade e que não queira apenas satisfazer ambições pessoais, mas pelo contrário, colocar o interesse dos Guineenses acima dos seus interesses pessoais. Mais, diria eu, um Presidente da República capaz de lançar e consolidar as bases para um diálogo franco e inclusivo – verdadeiramente democrático, em que cada guineense, filho desta nobre Nação, sinta parte do mesmo.

A construção de uma Nação é um processo continuo! Portanto, é fundamental que as gerações tenham consciência clara de que o INTERESSE PÚBLICO tem de ser o reflexo de um consenso alargado sobre as prioridades do país. É crucial que a nova geração se sinta parte desse diálogo e que assuma o papel que lhe cabe. E, para tal, o próximo Presidente da República deve ser o elo de ligação entre gerações, alguém capaz de aproximar os guineenses, as gerações, ser o dinamizador desse tão importante diálogo!

Que tenha a capacidade e a visão de longo prazo para poder apoiar o Governo a tirar o país da situação em que se encontra, ajudar a construir uma sociedade mais justa e solidária, mais coesa socialmente e mais democrática. Rumo a um só objetivo que é a reconstrução de um país activo e credível na cena internacional."
Paulo Gomes

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Detenção em Bissau: Ministra admite "falhas na comunicação"


A ministra da Administração Interna já tem o relatório que pode elucidar sobre “eventuais falhas” no processo de deportação da cidadã guineense, Enide Gama a quem foi aplicada a pena acessória de expulsão do país. Dois agentes do Serviço de Fronteiras da Polícia Nacional foram detidos no passado dia 12 pelos Serviços de Informações e Segurança da Guiné-Bissau, quando iam encetar viagem de regresso a Cabo Verde.

A detenção ocorreu no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira (Bissau) e os dois agentes encontravam-se em missão rotineira de escolta de uma cidadã guineense que foi expulsa de Cabo Verde, depois de estar presa na Cadeia Central de S. Martinho por tráfico de droga. Entretanto, a responsável pelo departamento governamental da Administração Interna, Marisa Morais, não avançou o conteúdo do relatório, alegando que o mesmo lhe foi entregue no final da tarde desta quarta-feira, pelo que ainda está a analisá-lo.

O inquérito foi instaurado à Inspecção Geral de Segurança Interna, um serviço recentemente instalado no MAI, no dia 15 de Julho, ou seja, três dias depois da detenção dos citados agentes da Polícia Nacional em Bissau.
Em declarações hoje à Rádio de Cabo Verde (RCV), afirmou que depois de analisar o relatório poderão sair as “necessárias medidas” que se mostrarem pertinentes. Na sua primeira declaração a um órgão de comunicação social, depois de os dois agentes da PN terem chegado esta quarta-feira à Cidade da Praia, Marisa Morais admitiu “eventuais falhas” na comunicação com as autoridades de Bissau no processo do repatriamento da referida cidadã guineense.

Perguntada se as autoridades guineenses estavam informadas sobre a referida diligência, a ministra que tutela a Polícia respondeu: “Não houve a informação que devia ter existido, não só através das Polícias, mas também através dos Negócios Estrangeiros. Temos que ver o quê que aconteceu e prevenir que situações futuras não voltem a acontecer”. Para Marisa Morais, a libertação dos dois policiais nacionais é uma vitória da diplomacia cabo-verdiana, mas também do campo judicial. “Tivemos uma assistência jurídica competente e guerreira que não se poupou a esforços desde a primeira hora, levando a água ao seu moinho”, assinalou Morais que destacou o papel do ministro cabo-verdiano das Relações Exteriores, Jorge Borges, neste processo. Expresso das Ilhas

Um dos meus poemas preferidos


"As mãos de outros

São as mãos de outros que cultivam a comida que comemos
Que cosem as roupas que vestimos,
Que constroem as casas que habitamos.

São as mãos de outros que nos cuidam quando estamos doentes
E que nos erguem quando caimos;
São as mãos dos outros que nos levantam do berço
E finalmente nos descem para o túmulo

James Stockinger
"

Brasil perdoa a alguns países africanos 98 por cento da dívida contraída


O ministro brasileiro das das Relações Exteriores, António Patriota, anunciou hoje o perdão de 98% da dívida que alguns países africanos contraíram com o Brasil. Segundo Patriota, isso facilitará concessão de créditos e intensificará comércio e investimentos. Restam US$ 200 mil para pagamento. “O acordo foi alcançado e deve ser aprovado pelo Congresso Nacional antes do fim do ano”, afirmou Patriota, em entrevista coletiva após o encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné, Louncény Fall.

O total da dívida perdoada ou renegociada é de quase US$ 900 milhões e beneficiará a República do Congo, a Costa do Marfim, a Tanzânia, o Gabão, o Senegal, a República da Guiné, a Mauritânia, a Zâmbia, São Tomé e Príncipe, a República Democrática do Congo, o Sudão e a nossa conhecida Guiné Bissau. António Patriota destacou que, com a criação de uma nova diretoria para a África no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com a instalação do escritório do banco em Joannesburgo, na África do Sul, comércio, investimentos e cooperação econômica devem ser aprofundados com os países africanos.

Olha!, fugiu-lhe a boca para a verdade


CORREIO DA MANHÃ - Um dos candidatos às eleições é justamente Gomes Júnior, que foi derrubado pelo golpe de Estado justamente quando estava à beira de conquistar a presidência da República, pergunto, se nas eleições de novembro, ou em qualquer outra data, se Gomes Júnior ganhar, pensa que as Forças Armadas, e também o governo de transição, estão dispostos a aceitar essa vitória?

Fernando Vaz - Pelo governo posso responder e digo que este governo é democrático e o resultado que sair das urnas será respeitado, contrariamente ao que faria Carlos Gomes Júnior.

NOTA - Afinal, não há nenhum impedimento para que Carlos Gomes Jr seja um dos candidatos às eleições presidenciais previstas para novembro. Às vezes a boca lá foge ao porta-disparate para a verdade... AAS

Porta-disparate aos pontapés


Caro Aly,

Em relação a uma pequena entrevista dada pelo Fernando Vaz ao jornal Correio da Manhã (CM), gostaria caso seja possível que publicasses no teu blog estas poucas linhas. Antes de mais devo esclarecer que não sou apoiante de Carlos Gomes Jr ou de qualquer outro eventual candidato à governação da Guiné-Bissau, nem tão pouco me movem simpatias político-partidárias. A única coisa da qual sou um fervoroso apoiante é de que a Guiné-Bissau encontre o caminho da paz e da boa governação e que em breve possamos de novo ver algum crescimento económico e desenvolvimento no país cujo povo bem merece. Quanto à dita entrevista do Fernando Vaz, ao Correio da Manhã, apraz-me fazer o seguinte comentário:


Apesar de ser um crítico da actual governação portuguesa em diversos aspectos, fiquei satisfeito e congratulei-me com a posição tomada por Portugal em particular e pela CPLP em geral, no que diz respeito aos fatídicos acontecimentos de 12 de Abril de 2012, os quais vieram de novo provocar um enorme retrocesso no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau, facto que infelizmente a população Bissau-guineense sente como mais ninguém.

Também não posso esquecer tudo aquilo que foi afirmado publicamente pelo Fernando Vaz em relação a Portugal, nomeadamente, após os alegados - repito alegados - incidentes de 21 de Outubro de 2012 e que vieram a culminar com a encenação de 27 de Outubro de 2012. Ainda não me esqueci, nem posso, do triste e lamentável incidente da bandeira enrolada ao tronco do Capitão Pansau, sem ter existido qualquer reacção do dito governo de transição a todo esse lamentável episódio. Todos perceberam que foi uma cena encenada, resta saber por quem, mas parece-me não existirem grandes dúvidas acerca de quem foram os guionistas de serviço.

Perante aquilo que referi anteriormente, considero de uma enorme falta de vergonha, bem como de verticalidade, o facto do Fernando Vaz se ter dirigido ao MNE português da forma como o fez. Demonstra da sua parte e mais uma vez, um enorme grau de amadorismo, a inexistência de qualquer sentido de Estado e a enorme falta de aptidão para o cargo que desempenha, o que aliás, já ficou comprovado nas inúmeras e infelizes intervenções que fez desde que é membro do dito governo de transição. Aliás, se o Senhor tivesse o mínimo de sentido de Estado, ter-se-ia demitido imediatamente aquando do episódio do alegado “roubo” dos 20 milhões de CFA do interior de sua casa. Não consigo adjectivar o facto de, num país onde a maioria dos cidadãos sobrevive com cerca de 1 USD/dia, o Senhor se vangloriar de ter 40 milhões de CFA (cerca de 60 mil Euros) “guardados” num cofre e para os quais não existiu até hoje qualquer explicação pública válida. Tal facto teria sido só por si suficiente para apresentar a respectiva demissão ou ser demitido. Todos sabem porque tal não aconteceu.

O Fernando Vaz, refere na entrevista ao CM que “Os amigos que nos apoiam, esses sim acompanham todo o processo e, conjuntamente, temos estado a fazer esforços no sentido da realização das eleições a 24 deste ano”. O Senhor sabe muito bem, que desse grupo de amigos faz parte Portugal, e se efectivamente vai ter eleições na Guiné-Bissau, deve-se tão só e apenas ao apoio internacional, apoio esse que vem quase exclusivamente da União Europeia. E o Senhor sabe perfeitamente que é Portugal que continua a fazer com que a Guiné-Bissau não seja esquecida no seio da UE e que esta continue a contribuir para o desenvolvimento do país. Não queira “atirar com areia” para os olhos dos guineenses que o povo não merece uma coisa dessas.

À questão colocada pelo jornalista, sobre se as Forças Armadas e o dito governo de transição estarão dispostos a aceitar uma eventual vitória de Carlos Gomes Jr em futuras eleições presidenciais, a sua resposta não podia ser mais elucidativa e transmite exactamente aquilo que se passa na Guiné-Bissau. O “poder politico” não tem – e o Senhor sabe isso – qualquer controlo sobre o “poder militar” e quando o Senhor responde ao jornalista que “pelo governo posso responder e digo que este governo é democrático e o resultado que sair das urnas será respeitado”, está implicitamente a assumir que os senhores não têm qualquer controlo sobre os militares e que não fazem a mínima ideia do que irá acontecer no dia imediatamente a seguir às eleições.

Caro Fernando Vaz, veja se percebe uma coisa de uma vez por todas. “Não é com vinagre que se apanham moscas”. E o Senhor, como não percebe absolutamente nada de diplomacia, teima em usar vinagre. Portugal, tal como outros países, tem todo o direito em não reconhecer o vosso governo e pessoalmente acho que o devem continuar a fazer até à realização de eleições livres e democráticas, onde um governo legítimo seja efectivamente eleito. Os senhores não podem querer continuar a impor a vossa vontade aos outros. Decidiram levar a efeito um golpe de estado. Óptimo, fizeram “muito bem”. Agora acarretam com as consequências. É simples.

S.V.

ATENÇÃO


O editor do blog Ditadura do Consenso cingir-se-á, por agora, a publicar os textos enviados pelos pré-candidatos à eleição presidencial prevista para novembro próximo. Quando o Supremo Tribunal de Justiça se pronunciar sobre quem pode, ou não, candidatar-se, logo verei se disponibilizo espaço para os artigos de opinião.

Muito obrigado a todos,

António Aly Silva


ÚLTIMA HORA - Braima Camará recebido na Embaixada dos EUA


Braima Camará, candidato à liderança do PAIGC e líder do projecto político "Por Uma Liderança Democrática e Inclusiva", foi recebido esta quinta-feira na Embaixada dos Estados Unidos da América, em Lisboa. De acordo com uma fonte, na ausência do Embaixador, Braima Camará teve uma reunião "satisfatória" com o primeiro secretário e Conselheiro dos Assuntos Políticos e Económicos da Embaixada dos EUA, David G. Mosby. Este encontro, explicou ao Ditadura do Consenso a mesma, teve como motivo "dar a conhecer as linhas mestras do seu projecto político, e a sua firme determinação em levar a cabo a sua candidatura até ao fim, tendo em vista a vitória no Congresso do partido", previsto para este ano. AAS

ORGULHO E EXEMPLO NACIONAL


O NOSSO CARLOS LOPES é o nr. 8

DEA...betes? O general António Indjai anda desaparecido da circulação. DEA? - também. Mas qual é mesmo o motivo? O seu desastroso estado de saúde. António Indjai, sabe o DC de fonte segura, está gravemente doente, queixando-se insistentemente de dores no pé - António Indjai padece da diabetes. Há duas semanas não pode sequer deslocar-se da sua casa para o quartel general, facto que fez com que o comandante da polícia timorense não tivesse conseguido avistar-se com ele. Recorde-se que antes do golpe de Estado de 12 de Abril, Indjai tinha viagem marcada para Cuba para tratar da referida ferida. AAS


CÓLERA - Ontem, foram confirmados dois casos de cólera - uma senhora de 43 anos e um jovem de 18 - no hospital Simão Mendes, em Bissau. Mas até agora o governo não quer assumir e fazer o ponto da situação. AAS




quarta-feira, 31 de julho de 2013

Presidente da República de Cabo Verde "satisfeito" com a libertação dos agentes em Bissau


O Presidente cabo-verdiano mostrou-se hoje satisfeito com a libertação dos dois polícias cabo-verdianos detidos na Guiné-Bissau, mas defendeu que o caso deve ser analisado para corrigir "eventuais falhas". Os dois agentes cabo-verdianos que estavam detidos na Guiné-Bissau desde o dia 12 de julho, foram libertados na terça e, em declarações à Inforpress, Jorge Carlos Fonseca afirmou que a libertação foi feita "num espaço de tempo razoável".

"Imagino que para os próprios agentes, que estiveram sob regime de tensão, e para os seus familiares, isso será motivo de alegria, alívio e contentamento porque esta era uma situação que naturalmente não era muito agradável", acrescentou. LUSA

Morreu em Lisboa, Helder Saldanha, que residia na rua de Angola, em Bissau. O malogrado era irmão da Embaixadora da Guiné-Bissau no Brasil, Eugênia Saldanha. Que a sua alma descanse em paz. AAS


EXCLUSIVO DC: Porta-disparate (novamente) barrado no MNE português


O 'ministro da Presidência do Conselho de Ministros, ex-porta disparates do governo e eterno porta-disparate do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau e do procurado general António Indjai' - Fernando Vaz, tão cedo não esquecerá esta sua última passagem por Lisboa. E porquê, perguntam. Eu conto. A temperatura por cá não pára de subir mesmo...

Então não é que o infeliz do 'Nando' teve a péssima ideia de se dirigir directamente ao ministério português dos Negócios Estrangeiros? Talvez para receber uma palmadinha de conforto no ombrozinho... Cojones!!! Enganou-se. Receberam-no na recepção, mas quando a moeda caiu na ranhura, a temperatura caiu para graus negativos...

- nhu Nando pudu mon na pitu.

Bu bin nam ku pitu, bu riba marcha a ré

Bom, mas depois de anunciado, a resposta não tardou a chegar das profundezas: "O Sr. Fernando Vaz que se dirija ao Instituto Camões." Aqui - nas Necessidades - "temos dois olhos." (dus kuku di udju!). O Camões, esse, como se sabe... O coitado (coisa que não € de certeza) lá se escondeu nas golas do casaco e bateu em retirada. Não consta que foi ao Instituto Camões...nhu sufri. AAS

ÚLTIMA HORA/LIBERDADE DEFINITIVA: Os dois agentes cabo-verdianos, ontem libertados em Bissau, estão já em Dakar, no Senegal. Viajaram na companhia do Embaixador de Cabo Verde acreditado em Dakar. Mas...no aeroporto de Bissau, os serviços de informações (leia-se militares) tentaram impedir o seu embarque à última da hora! Valeu-lhes as várias organizações presentes no aeroporto 'Osvaldo Vieira'... AAS


Hélder Vaz, candidato às eleições presidenciais: “Acredito numa Guiné-Bissau positiva"


“Acredito numa Guiné-Bissau positiva, com a excelência dos seus recursos humanos e recursos naturais ainda por explorar”, disse Hélder Vaz à agência Lusa. Neste sentido, disse acreditar que a Guiné-Bissau pode “vir a tornar-se na ‘Suíça de África’, afirmar-se pela diferença e ser um país especial. Tudo depende dos seus filhos”. Hélder Vaz referiu que a sua candidatura é “suprapartidária” e quando questionado sobre o que pode fazer pelo seu país, disse: Vou fazer tudo diferente”. “A minha vida é o espelho daquilo que posso fazer de diferente”, disse, explicando que a diferença é que não pretende “ir buscar votos às etnias”, mas sim juntá-las em torno da sua candidatura por acreditar que representa “a pluralidade dos guineenses”.

“Temos de nos reconciliar enquanto povo, de ter a capacidade de perdoar os infratores para que vitimas e perpetradores possam reconciliar-se na sua humanidade e acabem com os sentimentos de vingança. Temos de ser capazes de trabalhar em conjunto, de desenvolver um plano coletivo que some vontades e atenue as diferenças”, escreveu o candidato na “1.ª Mensagem aos Guineenses e Amigos da Guiné-Bissau”, que serviu para lançar a sua candidatura. Hélder Vaz, de 54 anos, disse que é apoiado por “um conjunto de personalidades que pretendem mudar a Guiné-Bissau” e justifica assim a escolha do nome da candidatura: Aliança Patriótica para a Salvação da Guiné-Bissau. O candidato defendeu ainda que “chegou a altura de o poder político assumir o seu papel e da estrutura militar assumir o seu”, considerando que “o papel dos militares é defender a Pátria das agressões externas”.

“Precisamos de dignificar a vida dos antigos combatentes e dar condições aos militares no ativo e na reserva para prosseguirem a sua vida com dignidade social e com oportunidades económicas para que possam ter escolha nas suas opções de vida e de futuro”, disse, defendendo que os militares devem ser isentos “de influências e manipulações políticas”. A Guiné-Bissau tem um historial de vários golpes de Estado nos últimos anos, tendo o último, a 12 de abril de 2012, afastado do poder o então primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que também anunciou na terça-feira à Lusa a sua intenção de concorrer à presidência.

Assumindo-se como “o rosto daqueles que acreditam no projeto político de Amílcar Cabral”, de quem disse ser um “humilde e modesto continuador”, Hélder Vaz estabeleceu como prioridade para o país a educação. No entanto, pretende também, com a ajuda dos parceiros da Guiné-Bissau, "criar uma estratégia nacional de combate ao crime organizado, nomeadamente ao crime transnacional, movendo um combate cerrado e sem tréguas ao narcotráfico”. A candidatura de Hélder Vaz às presidenciais de 24 de novembro próximo é a terceira a ser conhecida, depois de Carlos Gomes Júnior e Tcherno Djaló, antigo ministro da Educação da Guiné-Bissau.

Nascido em Bissau, licenciado em filosofia e mestre em administração e gestão publica, Hélder Vaz foi deputado no Parlamento da Guiné-Bissau (1994 -2004) e ministro da Economia e do Desenvolvimento Regional (2000-2001) no primeiro Governo de Coligação, constituído no seguimento da crise político-militar na Guiné-Bissau. Entre 1999 e 2004 foi Presidente da RGB-MB (Resistência da Guiné-Bissau - Movimento Bafatá), tendo sido Secretário-Geral do mesmo partido entre 1991-1996.

Após a extinção do RGB e uma derrota nas eleições legislativas de 2004, às quais se candidatou numa grande coligação de partidos da oposição, Hélder Vaz abandonou a política ativa e regressou a Portugal.De 2004 a 2007 esteve ligado à UCCLA (União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas) e, antes disso, fora consultor de várias entidades, nomeadamente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, da USAID, do TIPS (Trade and Investment Project Support) e do Grupo Águas de Portugal. Assumiu o cargo de primeiro diretor-geral da CPLP a 31 de janeiro de 2008, em que se manteve até ao último dia 18. LUSA

Falsa partida


OPINIÃO

"Caro Paulo Gomes

Antes de mais, seguem os meus profundos desejos de uma longa vida cheia de saúde, e de prosperidades sempre, ao lado da família, assim como ao lado dos que vão merecendo a sua preciosa dedicação. Apesar da relativa distância que nos separa, sou um dos guineenses que em si, e mais noutras poucas personalidades da nossa paupérrima intelectualidade, encontra uma referência positiva, por tudo que tem conquistado como homem das ciências, e pela forma como tudo tem conquistado enquanto compatriota. E tenho plena certeza, de que isso lhe cobre em cada momento, de um mais que merecido orgulho.

Caro Paulo Gomes, foi para mim um desagrado, na proporção inversa do que acima acabei de mencionar, conhecer na sua página oficial no Facebook, àquela inoportuna hesitação arrogante, em jeito de lançamento duma candidatura, à mais alta magistratura da nação, tão simplesmente porque, as fortes exigências para um arranque definitivo ao desenvolvimento sustentado, que o nosso país imprime nesta fase crucial da nossa longa caminhada, não devem competir por prioridade, aos que sem uma sólida dose de convicção política, pretendam assumir certos protagonismos na vida pública.

Não conheço o seu percurso escolar, mas presumo que como quase todos nós, também tenha beneficiado nos primeiros anos lectivos, de certas infra-estruturas públicas, das quais, algumas custaram heróicas chicotadas, nas costas dos nossos gloriosos ascendentes, e até mesmo vida, para que hoje tenhamos a conviver entre a nossa humilde população, pessoas com o seu elevado nível académico. Por isso e por mais, fiquei sem perceber, como é que alguém com o seu grau de instrução, com uma reconhecida e internacionalizada experiência profissional, eventualmente acreditou que, na também auscultação da reduzida população internauta, no nosso caso, poderá existir suficiente cobaia eleitoral, para ensaiar uma espécie de plebiscito, como motivação fundamentada, para o sucesso, ou não, de uma candidatura presidencial!

Se pelo que percebi, por três vezes ter declinado convites para liderar governos, devido aos nossos famigerados problemas estruturais, será que agora, depois de alguns sacrifícios carnais, com as lágrimas do povo a secar, faz assim tanto sentido, numa perspectiva política, e sobretudo pela moral dos bons costumes, querer avançar uma reputada candidatura presidencial, embora com o grosso desses nossos problemas ainda por resolver?!

Caro Paulo Gomes, de hesitações políticas em hesitações políticas, acabou por cometer uma grave falta política, por falsa partida, para uma prestigiada disputa política. E a isso, o bom senso recomenda uma inequívoca e voluntária desqualificação política! Até porque desta vez, a qualidade média dos potenciais adversários presenciáveis, e do resto dos actores políticos, ainda que numa afirmação tímida, está a ser desejável como nunca. Pelo que deve sim, evitar imediatamente o centro da arena política, e empenhar-se numa melhor preparação, para enquanto isso, melhor sustentar futuras ambições, às diversas outras funções no aparelho do Estado.

Nota: Pela importância da sua instantânea aspiração política; pela natureza pública da sua hesitação política; e pela generalidade da sua pretensão à devida auscultação, optei por expressar publicamente a minha opinião, sobre a sua livre e legítima solicitação.

Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar

Flaviano Mindela dos Santos"

A dor de um Pai


"CAROS AMIGOS,

Neste momento de consternação resultante da perda inesperada do meu filho/amigo, BRUNO VAZ PERDIGÃO, por razões já sobejamente conhecidas, quero, em nome de toda a família, agradecer a todos quantos a nós se juntaram, e nos transmitiram todo o vosso carinho, afeto e força espiritual de que tanto necessitávamos para erguermos a cabeça e continuar a ter fé em Deus...

Do fundo do coração, obrigado a todos!

Fernando Eduardo Marques Perdigão
"

A TAP - de novo!


Muito a gradeço que publique estas linhas no seu blog, pois julgo que o assunto é muito sério e começa a roçar a falta de consideração e respeito.

Ontem, mais uma vez a TAP esteve no seu melhor, cancelando, sem aviso prévio o voo Bissau-Lisboa. Senhores governantes, actuais, futuros e potenciais candidatos, façam um esforço de união para assuntos relacionados com o interesse público e o respeito pela população guineense. Esta questão da TAP, que constantemente cancela voos, deixa bagagens em terra e pratica preços exorbitantes, deve merecer a atenção de todos dos governantes, independentemente do partido A, B ou C que esteja no poder. É uma questão de orgulho nacional e devemos todos lutar por ele.

A minha sugestão:

1- Obrigar a TAP, ou outra companhia aérea qualquer, a indemnizar os passageiros nacionais em situações de incumprimento.
2- Encetar esforços no sentido de rapidamente a Guiné-Bissau possuir uma companhia aérea, de bandeira nacional, com preços mais baixos.

Com os melhores cumprimentos,
Augusto

terça-feira, 30 de julho de 2013

Carlos Gomes Jr. diz que "a luta continua"


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O Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior revelou hoje (terça-feira)à Lusa que vai apresentar a sua candidatura à Presidente da República da Guiné-Bissau para a semana e regressará ao país "brevemente". Em declarações ao telefone, o Primeiro-ministro deposto na sequência do golpe de Estado militar de Abril de 2012 adiantou que está, em conjunto com os seus colaboradores, "a programar uma conferência de imprensa para a semana", com o objectivo de apresentar a candidatura a Presidente da República. "Estamos a preparar os documentos do lançamento da candidatura", disse. Questionado sobre se tal significará também o seu regresso à Guiné-Bissau na mesma altura, Gomes Júnior respondeu apenas que voltará "brevemente" ao país.

"Eu ganhei as eleições, com 49 por cento dos votos, antes do golpe de Estado", recordou, considerando que essa percentagem "quer dizer que a população tem confiança no líder do PAIGC". Carlos Gomes Júnior não receia um regresso, frisando: "A luta continua, não podemos cruzar os braços." A Guiné-Bissau vive um período de transição depois do golpe de Estado que, a 12 de Abril do ano passado, afastou os governantes legítimos.

O Presidente interino, Raimundo Pereira (que ocupava o cargo na sequência da morte do Presidente eleito Malam Bacai Sanhá), e o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram afastados e estão desde então em Portugal. Em Maio do ano passado foi constituído um governo de transição para conduzir o país até às eleições, que deviam realizar-se no prazo de um ano. Atrasos vários no processo levaram a que o período de transição fosse estendido até ao final deste ano. As eleições gerais estão agendadas para 24 de Novembro. LUSA

Carmelita Pires parte à conquista do PUSD


Será anunciada amanhã, em Bissau, a candidatura de Carmelita Pires para a liderança do PUSD (Partido Unido Social Democrata). O Manifesto da Candidatura evidencia a aspiração do PUSD em contribuir nas mudanças positivas que se impõem ao país, através do seu projeto de sociedade, cujo acento tónico e prioridades são a modernização do Estado, a democratização, a reforma e melhoria da educação, da saúde e da justiça, e o desenvolvimento socioeconómico.

carmeçita pires

A candidatura de Carmelita Pires à liderança do seu partido defende um Estado Social forte, o desenvolvimento sustentável, a reforma e a modernização das forças de defesa e segurança nacional e uma nova forma de fazer política no país. Carmelita Pires e a sua equipa se auto credenciam para apostar na transição geracional, na mulher guineense e na diáspora guineense. Por se tratar duma candidatura direcionada às capacidades nacionais (a Guiné-Bissau possui recursos humanos qualificados que não pode menosprezar), aos jovens (a eles pertence o futuro), às mulheres (a elas pertence o equilíbrio social) e à diáspora guineense (a ela pertence a diferença na requalificação das competências guineenses).

A candidata à chefia do PUSD apela à reunificação da família PUSD no II Congresso do partido, agendado para a primeira quinzena de Setembro, visando com esta reunião magna a reorganização e a reestruturação do PUSD, a reafirmação do partido como fiel de balança da interação no domínio político e o seu impulsionamento para vitórias políticas. Esta candidatura almeja assim dar uma voz ativa ao PUSD na vida política guineense, reerguê-lo como uma força política essencial e indispensável na Guiné-Bissau e como um dos mais importantes partidos políticos nacionais.

Finalmente, indiciando valores inegociáveis e uma visão para a Guiné-Bissau e da Guiné-Bissau, a candidatura acredita poder mobilizar e congregar as vontades e as energias para a luta política inerente à solidificação de um Estado de Direito, num compromisso que impulsione a mudança e o amanhã guineense e que possa, nomeadamente, fazer recuperar a credibilidade externa do país e devolver a esperança aos cidadãos.

A partir de amanhã, poderá consultar o site da candidata CARMELITA PIRES na internet.

VENDE-SE


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ÚLTIMA HORA/NOTÍCIA DC: Morreu hoje, em Rabat, Abubacar Ly, Embaixador da Guiné-Bissau em Marrocos, vítima de doença prolongada. Que a terra lhe seja leve. AAS


ÚLTIMA HORA: Liberdade!


A ministra da Administração Interna de Cabo Verde, Marisa Morais, acabou de anunciar que os dois agentes da Direcção de Serviços e Fronteiras detidos na Guiné-Bissau desde o dia 12, acabaram de ser libertados. Júlio Gomes Tavares e Mário Varela Brito regressam ao país amanhã à tarde, num voo da Air Senegal. Os agentes estão entretanto instalados num hotel em Bissau, acompanhados pelo Embaixador cabo-verdiano em Dakar.

Os dois polícias deslocaram-se a Bissau no dia 09 de Julho e estavam detidos desde dia 13. Esta terça-feira, em declarações ao Expresso das Ilhas Dulcelina Silva da Costa, esposa de Mário e Lúcia Centeio, mãe de Júlio revelaram que estavam preocupadas e ansiosas com o desfecho deste caso, mas diziam também que confiavam nas autoridades nacionais.

ÚLTIMA HORA/EXCLUSIVO: Carlos Gomes Jr., está pronto para regressar à Guiné-Bissau com vista a recensear-se para se candidatar às eleições presidenciais que estão marcadas para novembro próximo. Para director de campanha, Carlos Gomes Jr., escolheu o seu ex-ministro do Comércio, Botché Candé. AAS


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Detenção em Bissau - Cabo Verde não poupa esforços para libertar os seus dois agentes


O Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, disse hoje (segunda – feira) na Cidade da Praia, que o Governo "está a trabalhar em várias frentes" para conseguir a libertação dos dois polícias nacionais presos na Guiné Bissau. José Maria Neves reconheceu que "o problema é complexo", mas indicou que o Governo tem dado todo o apoio necessário aos dois cidadãos cabo-verdianos, nomeadamente judicial, através de advogados.

"Estamos em permanente contacto com os dois agentes, as autoridades guineenses e os organismos internacionais para resolvermos da melhor forma possível esta situação". Questionado sobre a demora na resolução do caso, José Maria Neves pediu paciência e disse que "há questões que não podem ser resolvidas ao ritmo que desejamos, tendo em conta um conjunto de equívocos que têm de ser removidos".

O Primeiro-ministro confirmou também que o embaixador de Cabo Verde no Senegal, Francisco Veiga, se encontra neste momento na Guiné-Bissau a dialogar com as autoridades guineenses para trazer de volta os dois agentes da Polícia Nacional. Os dois agentes do Departamento de Estrangeiros e Fronteiras Mário Lúcio de Barros e Júlio Gomes Tavares foram detidos no Aeroporto de Bissau no dia 12 de Julho, quando já se encontravam na sala de embarque para Cabo Verde, depois de terem realizado uma missão de escolta a uma cidadã guineense expulsa do país, depois de cumprir metade de uma pena por tráfico de droga.

Também o novo líder do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Ulisses Correia e Silva, pediu o reforço do diálogo político e diplomático, com vista à libertação dos dois agentes da Direcção de Migração e Fronteiras de Cabo Verde, detidos na Guiné Bissau desde 12 de Julho.

Em declarações à comunicação social, no final de uma audiência com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, Ulisses Correia e Silva afirmou que o único caminho que o Governo cabo-verdiano deve seguir é a intensificação do diálogo político e diplomático com as autoridades guineenses, para que os dois cidadãos cabo-verdianos possam regressar rapidamente ao país.

Estão convocados


TCHERNO DJALO

Detenção em Bissau: “Cartada perigosa” de um “poder arbitrário”


Fonte: A Semana

Os agentes da PN Júlio Tavares e Mário Lúcio de Barros correm o risco de enfrentar um tribunal militar na Guiné-Bissau, numa altura em que começou, nos Estados Unidos, o julgamento do Contra-Almirante Bubo Na Tchuto, acusado de pertencer a uma rede de narcotráfico. Uma coincidência que pode atiçar a sede de “justiça” do Governo de Bissau, que dá claros sinais de querer levar o caso até às últimas consequências. Cabo Verde terá sérias dificuldades em resolver o conflito que o opõe à Guiné-Bissau pela via judicial. O problema, segundo um ex-Procurador da República, é que o poder instituído em Bissau está a agir à margem da lei em relação aos dois agentes da PN detidos inicialmente por suspeita de espionagem e, sendo assim, o canal apropriado a ser usado é o político-diplomático.

“Os dois policiais não passam neste momento de dois peões usados num perigoso jogo político. Ora, se Cabo Verde quer solucionar este caso depressa, como o Governo tem deixado entender, a via judicial não é a mais indicada, por ser demorada e estarmos perante uma força dominante que não respeita a sua própria lei. Passadas duas semanas sobre o incidente, o Ministério Público nem sequer conseguiu sustentar uma acusação contra eles e decidiu remeter o caso para o Tribunal Militar”, frisa o jurista, que considera uma perda de tempo envolver, neste momento, o Tribunal da CEDEAO neste processo. No entanto, o Palácio da Várzea deveria suscitar a enérgica intervenção de certos organismos internacionais, como a União Africana, a CPLP, a ONU e a própria Comunidade Económica da África Ocidental, perante a clara intenção do Governo de Transição da Guiné-Bissau de levar o caso às últimas consequências.

Entregar os agentes da PN detidos em Bissau nas mãos de um Tribunal Militar, como pretende o Procurador-Geral da República Abdu Mané, é, na perspectiva de uma alta patente das Forças Armadas cabo-verdianas, uma cartada perigosa de um poder autoritário e sem legitimação. Mais uma prova, a seu ver, de que o Governo liderado por Rui Duarte de Barros quer obrigar os agentes a pagar o pato pelos incidentes diplomáticos registados entre Praia e Bissau desde o último golpe de Estado nesse país vizinho, em 2012. “Acontece que os agentes não cometeram nenhum crime e não podem ser submetidos a julgamento, quanto mais perante um tribunal militar. Isso só seria possível se tivessem participado numa missão de cariz militar, por exemplo, inseridos numa operação da ONU ou noutro organismo”, exemplifica o oficial militar, que não arrisca nenhum prognóstico sobre o fim desta novela.

A actual situação, nas suas palavras, é muito delicada porque a Guiné-Bissau não é um Estado de Direito Democrático e nem está a dar sinais de querer respeitar a sua própria lei. Se o processo for resolvido por uma instância militar, a nossa fonte teme que a sentença possa ser pesada para os dois agentes. É que, apesar de ainda não haver uma acusação formalizada pelo Ministério Público contra os policiais, corre a informação de que o Governo de Bissau pondera levá-los a julgamento por crimes contra a segurança do Estado.

“Em qualquer país, esta acusação é grave. Repara que começaram a ser suspeitos de espionagem. Esta versão não colou, passaram a acusá-los de tráfico de droga. Depois disseram que, afinal, o crime eram falsas declarações; agora já são suspeitos de atentado à segurança do Estado da Guiné-Bissau. Isto tudo prova duas coisas: que Bissau anda às apalpadelas e que está empenhado em descarregar o seu ódio contra Cabo Verde sobre esses dois policiais”, comenta uma fonte ligada à segurança cabo-verdiana, acentuando que as sentenças dos tribunais militares são, normalmente, mais pesadas que as das instâncias civis. Nalguns países, lembra, podem até decretar a pena de morte. Mas esse não é o caso da Guiné que, segundo essa fonte, baniu essa condenação.

O quadro vivido neste momento é de pura conjectura, na perspectiva desse elemento ligado aos serviços de segurança em Cabo Verde. O facto que mais preocupa agora é o estado de saúde dos dois agentes. É que um deles é epiléptico e hipertenso e o outro começa a dar sinais de depressão.

Confrontada com esse cenário, a ministra Marisa Morais garantiu que os policiais – além de contarem com a advogada contratada pelo Estado de Cabo Verde – estão a ser medicados. “Continuamos confiantes na resolução do problema. Volto a frisar que avaliamos os cenários e a nossa intervenção continua firme no terreno”, respondeu a ministra da Administração Interna quando pedida para comentar a informação segundo a qual os policiais podem ser levados a um tribunal militar e terem, por isso, dificuldades acrescidas para provar a sua inocência.

Por coincidência ou não, o Contra-Almirante guineense Bubo Na Tchuto, preso perto das águas territoriais cabo-verdianas por suspeita de narcotráfico, começou a ser julgado, ontem, nos Estados Unidos. A captura do suspeito foi consumada no dia 2 de Abril por forças da Drug Enforcement Administration, mas Bissau acredita que os policiais norte-americanos foram ajudados por dois agentes cabo-verdianos.

E tudo indica que chegou o momento de Bissau retaliar. Na altura dos acontecimentos, recorde-se, o Executivo da Guiné demonstrou o seu desagrado pela suposta colaboração da cidade da Praia concedida aos norte-americanos e acusou Cabo Verde de ser um “mau vizinho”. Essa declaração colocou a nu o nível das relações diplomáticas entre os dois países, até aqui considerados irmãos, pelo que Cabo Verde encara agora com certa apreensão as contas de causa – efeito que o julgamento de Na Tchuto em Nova Iorque pode ter na situação dos agentes.

Missão provada
A missão dos policiais a Bissau já foi comprovada pelos Serviços de Emigração e Fronteiras, que disponibilizaram à sua congénere guineense os documentos sobre a condenação e o repatriamento da cidadã Enide Tavares para Guiné-Bissau, escoltada pelos dois policiais de segurança. Todos os comprovativos, inclusive os disponibilizados pela companhia Air Maroc indicando o número do assento atribuído no avião a Enide Tavares, foram repassados a Bissau. Mas, mesmo assim, as autoridades guineenses não parecem dar sinais de estar satisfeitas.

Esta semana, o próprio Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, mostrou-se preocupado com o rumo dos acontecimentos. Segundo Fonseca, ele e o Primeiro-Ministro José Maria Neves estão a acertar passos, visando garantir a protecção necessária aos policiais Júlio Tavares e Mário Lúcio de Barros.

Se em Cabo Verde o incidente está a provocar stress na sociedade e nas hostes políticas, na Guiné-Bissau ameaça fazer rolar cabeças. Informações divulgadas na imprensa indicam que o director da Policia Judiciária corre o risco de ser demitido, por ter recusado dar uma conferência de imprensa para acusar os dois agentes da PN, tal como lhe foi exigido pelo PGR Abdu Mané e o Ministro da Justiça. Aguarda-se, pois, pelos novos capítulos desta novela “rasca”, que não parece ter fim à vista.

domingo, 28 de julho de 2013

"Meu caro amigo Aly, chegou o momento de iniciarmos um novo ciclo político na Guiné-Bissau. Foram 40 anos de percurso desastroso, um país sempre adiado e a dignidade de toda uma nação abafada. A recusa de conformismo e de demissão estão na base do meu engajamento."


Foi desta maneira sentida que o professor Tcherno Djaló se me dirigiu. O lançamento da candidatura para a presidência da República da Guiné-Bissau é já na próxima terça-feira, dia 30 do corrente mês de Julho, no hotel AZALAI, em Bissau.