segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pânico a bordo

Os passageiros do voo TAP 205 de ontem da rota Lisboa/Bissau não ganharam para o susto. Uma hora e pouco após abandonar Lisboa, uma forte turbulência que durou pouco mais de 10 minutos, provocou o pânico entre os passageiros.

"Viajo muito de avião mas nunca me aconteceu nada parecido", garantiu um passageiro ao DC. "Um senhor até rezou e despediu-se dos filhos", disse.

A turbulência foi tão espectacular, que, nos televisores a bordo, "via-se o desvio que o avião foi sujeito, também pelo vento. Estive na guerra, em Angola, e nunca apanhei tamanho susto", conclui o passageiro. Felizmente que tudo acabou bem.

Os passageiros foram unânimes numa coisa: o piloto da TAP é dos bons. AAS

Mulher do Secretário-Executivo da CPLP condenada no 'caso BRS' a 2 anos de cadeia com pena suspensa. Advogado diz que vai recorrer para STJ. AAS

More gold

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Faltas: de comparência, e de respeito

"Olá Amigo Aly!

Esta é a primeira vez que escrevo para o seu blog, mas sou uma leitora ferrenha desta página.

Na semana passada, foi lançado em Bissau um novo movimento da sociedade civil chamada “Associação Força Guiné” e foram convidadas várias instituições e personalidades da nossa praça pública.

Mas, por estranho que possa parecer, não marcaram presença nem a Liga Guineense dos Direitos Humanos, nem o movimento nacional da sociedade civil... e o Governo e nem se quer dignaram justificar a ausência. Não sabemos se é uma mera coincidência ou combinação, mas como o tempo é o mestre da vida, depois vamos ver. F.G."

A questão Zamora

Todos têm clamado pela libertação do Almirante Zamora Induta, deposto pelo seu vice-CEMGFA em 1 de abril. No que me diz respeito, tanto me faz como se me fez libertarem ou não Zamora Induta. No entanto, a libertação, hoje, de Zamora comporta vários perigos, a saber:

1 - Se a libertação ocorrer, quem garantirá a sua segurança? O Ministério do Interior ou o Estado-Maior General das Forças Armadas (alguém tem de lavar as mãos como Pilatos...);

2 - Conhecida a carta do PGR Amine Saad para o PR Malam Bacai Sanha, com revelações bombásticas, fará algum sentido libertá-lo agora? E se atentarem contra a sua vida fora da prisão?

3 - A quem interessa na verdade a libertação de Zamora Induta, hoje? A sua própria equipa de defesa põe em causa a questão segurança, que sabemos não está garantida a nenhum guineense ou expatriado que por cá viva. AAS

Para a RDP-África: Isto, sim, é fazer jornalismo

Na sua edição de hoje, o Público deu a notícia da carta que o Procurador-Geral da República, Amine Saad, escreveu ao Presidente da República, Malam Bacai Sanha e que Ditadura do Consenso revelou em exclusivo.

Assim, com os pontos nos «ii» e tudo. O Público não escreveu «a carta a que a RDP-África teve acesso», nem «a que o Público teve acesso». Foram à fonte e só lhes fica bem. A RDP-África que aprenda. AAS

domingo, 10 de outubro de 2010

Curto e frio

... Calma. Refiro-me ao meu comentário sobre o desfecho do desafio entre as selecções 'irmãs' de Angola e da Guiné-Bissau (estavam a pensar em quê, seus marotos?!).

Tomando como ermondadi o facto de Angola ter enviado um avião para levar: quem ia jogar, quem ia bater palmas, quem ia para o show-off , quem ia para fumar na casa-de-banho do avião entre outras coisas; tendo em conta que um dos comentadores da rádio 5 referiu-se ao parco número de guineenses presentes no estádio como "meia dúzia de gatos pingados"... A vitória de Angola não (me) espanta.

Desejo-vos uma boa semana, cheia de revelações e de reviravoltas. AAS

sábado, 9 de outubro de 2010

Jornalismo de investigação ou punhetas de bacalhau?

Ditadura do Consenso foi o primeiro a desvendar as duas cartas que estremeceram Bissau com estrondo na semana que passou. Na Presidência, alguém assobiou baixinho; na Primatura, alguém saltou da cadeira. Um encolheu os ombros.

Mas agora interessa-me falar (de novo!) da RDP-África. Leram na íntegra uma carta do PGR "que a RDP-África teve acesso". Acesso? Como? Quando e, já agora, por quem? MENTIRA!

Não sei se todos conhecem o jornalismo de investigação. É possível que muitos saibam do que se trata. Outros conhecem-no apenas 'de vista', porque actualmente quase ninguém o pratica. Mas eu praticá-lo-ei sempre. Sou formado numa das melhores escolas de jornalismo de investigação da Europa: o semanário "O Independente".

A RDP-África (responsabilizo o seu correspondente em Bissau e agora também 'consultor' do PNUD...o PNUD!!!) devia dizer "a carta, publicada no blog ditadura do consenso". E se a RDP-África quiser, eu posso provar o que digo - uma única alteração por mim feita sem mudar o contexto da carta é a prova. E tenho gravado o som da 'vossa' notícia...

Quero processar a RDP-África. Um advogado em Portugal para se chegar à frente? AAS

Bute lá dar uma coça a Angola? O pior é se, depois, nos tolhem o avião para o regresso a casa...AAS

Disco pedido: São 13:18h em todo o País. Gostaria de encomendar um golpe de Estado para o Dia de Todos os Santos. Favor mandar orçamento. AAS

Crónica sobre a coisa

"Meu Caro Aly
Antes de mais as minhas mantenhas. Este é o segundo artigo que escrevo para o blog enquanto seguidor. Concernente à posição dos americanos no que se refere à Guiné-Bissau como país, tal como diriam os americanos “They don’t give a shit about us” (em bom inglês). Ora porque? Passo a explicar;

O interesse dos EUA pela Guiné-Bissau advém do interesse demonstrado pelos seus inimigos “narcotraficantes”, pelas qualidades geográficas do país. Existe um “modus operandus”, em tácticas de guerra que é cortar as fontes de financiamento do nosso inimigo para o enfraquecer.

De onde vem a droga que transita pela Guiné-Bissau? Da América latina, ou seja as portas dos Estados Unidos. Para onde vai essa droga? Para a Europa e para a própria América. Para onde retorna o dinheiro proveniente das vendas? Para os produtores/ carteis que se encontram na América Latina (vizinhos dos yankees).

Qual é o destino dado a esse dinheiro:

 Suborno a políticos
 Aquisição de tecnologia para disseminar as suas actividades
 Aquisição de armamento (grande parte delas vindas das industrias americanas, pois nós africanos não produzimos armas)

Em linhas gerais tudo isso destabiliza o poder político dos EUA, na região, o que não fica nada bem ao poderoso império Americano. É pena que pessoas/estados/grupos de interesse mal intencionado se aproveitem da fragilidade (analfabetismo e fome) do nosso país e nos rotulem como “narcoestados”, ou seja quem acaba por pagar a factura dos países consumidores de droga é a pobre Guiné-Bissau.

Deixo aqui esta pequena visão, prometendo voltar brevemente com uma crónica comparativa do fenómeno da instabilidade aliada ao narcotráfico, com estados ditos de primeiro mundo.

Vamos em frente que atrás vem gente... Mantenhas. A
."

Comparação do fenómeno criminal e social entre a Guiné-Bissau e os EUA como país de primeiro mundo

Um dos indicadores de crescimento de um país é o fenómeno da segurança.
Sou um jovem como qualquer outro que aprecia imenso os filmes de acção, e como é natural a maioria dos filmes de acção que vejo vêem de Holywood (o fenómeno holywood).

A verdade é que esses filmes transmitem uma grande verdade do retrato da sociedade americana. Convido a qualquer pessoa a passar num blockbuster ou vídeo club e fazer a escolha de qualquer filme de acção americano e no fim fazer a sua critica.
É obvio que a ficção poderá aumentar e moldar um pouco a realidade, mas no que se refere a violência gratuita “ela é real!”. Basta abrir as páginas de informação ou vermos as notícias na TV.

Não sou um antiamericanista longe disso, mas o que não aceito é que os EUA nos seus disparates se posicionem contra o meu país, chamando-nos de narcoestado, colocando nomes de dirigente do meu pais em listas do departamento de finanças americanos sobre que pretexto?

Sinto-me mil vezes mais seguro em qualquer canto da Guiné-Bissau, do que nos EUA, país onde as probabilidades de ser assaltado por um toxicodependente ao virar da próxima esquina são enormes, ou de ser sequestrado por traficantes de órgãos humanos, ou de ser burlado por charlatões espalhados nas avenidas mais badaladas de Nova York.

A violência existe em toda a parte, mas as proporções entre a violência existente no meu país a praticada nos EUA, não se comparam. A proliferação de armas ligeiras nos EUA, não se compara a existente no meu país, alias o meu país não produz armas.
A nossa luta é a de sobrevivência humana, onde as pessoas despedem-se ao sair de casa todas as manhãs para garantir a subsistência alimentar. Contentando-se por ter um tecto, mesmo sem luz, sem casa de banho interior, sem banheira de hidromassagem, sem internet, sem conta no banco, sem número de segurança social, mas mesmo assim são felizes por estarem vivos, agradecendo a deus por não estar enfermo, planificando as próximas 24horas do amanhã.

O meu povo sabe sofrer calado sem reclamar. Sabe contentar-se com pouco (mesmo tendo ambição de muito). Muitas das vezes nos somos forçados a adoptar modelos de desenvolvimento impostos pelos doadores como condição de desbloqueio de pacotes de ajuda que não se adaptam a nossa realidade africana, o próprio povo nunca chega de ver esse “pacote de ajuda financeira” mas só de ouvir na rádio, enche-se de esperança “a Guiné-Bissau acaba de beneficiar de um pacote de ajuda orçado no valor de 20 milhões de euros”.

Por momentos julgamos estar ricos, mas até ao cumprimento da promessa e ver a cor desse dinheiro que acaba por ser gasto no pagamento de consultores internacionais que para além de receberem fortunas, ganham o estatuto de cooperantes confundindo a hospitalidade do meu povo com a liberdade de poder fazer o que no seu país jamais lhe seria permitido. E o povo quando a fome aperta e volta ao seu velho sistema de “kudji kudji”, para garantir o mata-bicho do dia seguinte.

A.H.

"A tua luta, sem a valentia demonstrada, não seria capaz de perdurar até hoje"

"Olá António Aly

Só te peço que tenhas um pouco de paciência e lê esta pequena missiva.
Desde Cabo Verde, onde estou estou desde a guerra da Guiné (98/99), envio-te um grande abraço.

Sou eu, teu ex-vizinho da Rua de Angola e Ex-Rádio. Como deves imaginar, estou ainda ligado à Rádio. Agradeço-te pelas informações que nos fazes chegar, sobre a nossa querida terra, ao mesmo tempo que encorajo-te a continuar esta luta, que sem a valentia demonstrada, não seria capaz de perdurar até hoje.

Mas está atento às manobras dos incomodados pela informações que avanças.
Coragem e bom trabalho.

Um Abraço do amigo, Ec."


MR: Amigo, este mundo é pequeno mesmo. Sabia-te por esses lados. O teu conselho é bom, mas por estes lados o instinto é que impera. E não há ninguém que nos valha. Abraço, Aly

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eh, pá, a UE diz agora que «está em reflexão». Se precisarem de um excitador (aquela peça que falta à TV que ninguém vê), apitem... AAS

Submeta-se, pois está claro

"Aly,

Apesar de ser contra a forma como ocorreu o 1 de abril, se formos a ver bem, com o novo CEMGFA a Guiné-Bissau parece ter encontrado a paz e a tranquilidade nas forças armadas, salvo pequenas e insignificantes escaramuças. Podemos dizer que estamos a ser surpreendidos pela positiva com as novas chefias das FARP, que, ao que parece, estão a submeter-se ao poder político. Oxalá a paz tenha chegado para a Guiné-Bissau. M.C.
"

MR: Desejo que tenhas razão. Um abraço AAS

Reconfortante

"Olá Aly,

Que Deus esteja contigo todos os dias. Ele conhece todos os teus sonhos para o bem da Guiné, por isso deves entregar-Lhe a tua vida todos os dias. Sei que todas as informações por ti publicadas são verdadeiras mas, por favor, não te esqueças DE ENTREGAR a Deus o teu dia-a-dia. Que Ele te guarde de todo o mal.

S.G.
"

Obrigado, S. Abraço. AAS

DRAMA: Alguns finalistas na Rússia dormem ao relento e passam fome

"Aly,

Quero agradecer-te por tudo o que tens feito para ajudar os nossos irmãos, finalistas na Federação Russa.
Aly, a nossa situação vai de mal a pior...já faz muito frio e alguns dos nossos irmãos estão a dormir na rua! É uma vergonha para o nosso Estado, o mesmo que os enviou para se formarem.

Ontem mesmo, estudantes de Angola, da Guiné-Equatorial, da Zâmbia, do Congo, etc reuniram-se para ajudar um estudante guineense que estudou com eles na mesma universidade, a fim de comprar um bilhete de avião para o regresso a casa.

É uma iniciativa de louvar, mas é sobretudo uma humilhação para o Estado da Guiné-Bissau. O coitado não pôde recusar porque está a sofrer - estamos a sofrer!

O Embaixador diz que não vai receber ninguém na embaixada.

Sei que nada mais podes fazer, mas o teu blog tem uma grande importância e é lida nos centros de tomadas de decisões.

Por fim, e mais importante: S. Exa. Sr. Presidente da República, Malam Bacai Sanha - ajude-os!!!

MEU CONSELHO: Esqueçam tudo. Que se LIXE o que diz o Embaixador. Juntem-se, mobilizem outros estudantes, incluindo estrangeiros, e vão à Embaixada que é um pedaço - ainda que de nada - do vosso País.
Façam barulho, levem tampas de panelas e, a exemplo do que os 'filhos' de Putine fizeram ao embaixador Britânico, sigam-no para onde quer que vá! Verão que surtirá efeito... AAS

EXCLUSIVO - José Zamora Induta: "Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr deu-me ordens para mandar executar o Presidente João Bernardo Vieira"

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Procuradoria-Geral da República

Sua Excelência Senhor
Malam Bacai Sanha
Presidente da República

Assunto: Processo nº10/2010 assassinato do então Presidente da República João Bernardo Vieira; processos relativos aos casos 4 e 5 de junho: assassínios de Hélder Proença e Baciro Dabó respectivamente.


Excelência,


No âmbito dos processos acima referenciados, atendendo o ponto a que se chegou com a investigação, bem como as implicações políticas que poderá acarretar, entendo ser meu dever trazer, ao conhecimento da Vossa Excelência para a necessária e devida ponderação, os factos relevantes que se conseguiu apurar.

Com efeito, as últimas audições de alguns cidadãos permitiram ao Ministério Público recolher informações sobre os autores materiais do homicídio do então Presidente da República, General João Bernanro Vieira, pois alguns deles assumem a sua perpetração.

Os pormenores de preparação e perpetração do crime, consiste resumidamente no seguinte:

No seguimento do atentado ocorrido no dia 1 de março, no Estado Maior general das Forças Armadas, que vitimou o então CEMGFA, General Batista Tagmé Na Waié, foram concentrados militares na sede do Estado Maior, entre os quais um grupo vindo do Batalhão de Mansoa. Passado algum tempo, o então Vice-CEM da Marinha, José Zamora Induta ordenou a formatura, os referidos militares no largo do Estado Maior, para explicar o sucedido, e comunicar-lhes o decesso do então CEMGFA.

À mesma formatura, informou que o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr deu-lhe ordens para mandar executar o Presidente João Bernardo Vieira, com o fundamento de que em caso de este não ser executado num período de 24 horas, todas as chefias militares iriam sofrer as consequências.

Na sequência deste discurso, o comandante José Zamora Induta, deu ordens aos 6 militares vindos de Mansoa que estavam na referida formatura para irem executar a operação.

Refere-se que integravam o grupo o Major Martinho Djata, que comandou a operação; o soldado José Sana Sambú; 2º Sargento Bicut Tchuda; Alferes Buam Na Dum; 2º Sargento Solnaté N’cuia; Furriel Wassat Besna.

Segundo declararm unanimemente os 6, deslocaram-se viatura dupla cabine ara a residência do malogrado Presidente, onde chegaram entre as 2 e as 3 da manhã. Ao chegarem a residência do Presidente Nino Vieira para o cumprimento da missão depararm com uma outra força militar vinda da Marinha, também instruídos para a mesma missão pelo então Vice-CEM da Marinha José Zamora Induta com o mesmo propósito da eliminação física do PR.

Todavia, o grupo de 6 militares do exército comandados pelo Major Marinho Djata assumiu o protagonismo na eliminação f´sica do PR Nino, ficando o grupo da Marinha encarregue de controlar o perímetro onde se iria desenrolar a operação.

As portas da resiência do PR Nino foram arrombadas com tiros e algum tiroteio que se ouviu foi mais para afuguentar pessoas do local e repelir qualquer eventual força que pudesse obstar o cumprimento da missão.

Os homens comandados pelo Major Martinho Djata, penetraram na residência do PR que, entretanto, se encontrava escondido com a esposa, tendo sido encontrado deitado no chão ao lado da cama debaixo da qual também se encontrava a esposa que foi descoberta algum tempo depois.

O Presidente foi conduzido para a sala de visitas onde foi sentar-se numa cadeira para, depois, ser morto a tiros.

De referir que os militares, só se aperceberam que a esposa do senhor Presidente afinal se encontrava debaixo da mesma cama, ao lado da qual encontraram o Presidente, já depois de terem conduzido este para a sala; porém, antes de o executarem, foram retirar a esposa debaixo da cama, tendo o comandante da operação ordenado que a conduzissem ara a casa de um familiar que morava nas redondezas.

Segundo as declarações dos militares, a esposa do ex-Presidente não presenciou o momento do cometimento do crime e a morte do PR Nino Vieira foi ocasionada pelos tiros que desferiram, ou seja, negaram categoricamente terem torturado o PR antes da sua morte. Negaram, ainda, ter utilizado outras armas tipo catana ou machado, precisando que no acto da execução só se utilizou armas de fogo.

Das declarações dos 6 militares resulta que um outro grupo teria penetrado na residência do PR, após a morte deste, infligindo mutilações à catanada ao corpo da vítima.

Conforme as declarações destes implicados, os autores morais do homicídio do R João Bernardo Vieira, o actual CEMGFA Contra-Almirante José Zamora Induta, e o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr.
A audição do CEMGFA para ser feita implica segundo a legislação penal que o mesmo terá que constituir um Advogado.

Ora, atendendo a situação da prisão em que se encontra, na sequ~encia do Caso 1 de Abril, esta questão deverá ser devidamente aquilatada. Por outro lado, o Ministério Público necessita ouvir o Primeiro-Ministro em autos, com as implicações jurídico-político advenientes.

II – Casos 4 e 5 de Junho

Quanto aos casos 4 e 5 de Junho, na sequência dos quais foi morto os então candidato à presidência da República e o ex-Ministro da Defesa, senhores Baciro Dabó e Hélder Proença respectivamente, dos autos de inquérito resultaram fortes indícios de que foram executados por um grupo de militares comandados pelo Capitão e Membro da Contra-Inteligência Militar, Pansau Intchama, sob ordens expressas do Contra-Almirante José Zamora Induta, conforme o testemunho do senhor Coronel Samba Djaló, comandante da Contra-Inteligência Militar.
O Capião Pansau Intchama, encontra-se, desde algum tempo a esta parte em Portugal, alegadamente por motivo de formação militar, frequentando o curso de capitães.

Afigura-se ao Ministério Público que a audição do Capitão Pansau Intchama é de extrema importância para o apramento da verdade dos factos, pelo que já iniciou diligências no sentido de pedir a sua extradição.

Olhando para o quadro global da situação e do panorama emergente dos acontecimentos do 1 de Abril, acreditamos que o momento político exige uma intervenção veemente e cuidada de Sua Exelência Senhor Presidente.

O Procurador-Geral da República
Amine Michel Saad

The Gambia!

Como sabem, aconteceu-me de tudo na minha aventura por terra com destino a Lisboa. Coisas más, primeiro; as boas vieram depois.
Mas hoje quero contar-vos sobre os acontecimentos pós-acidente com o carro do Governo da Gâmbia, já dentro do ferry boat, no porto desse País. Assim que regressei a Bissau vindo de Lisboa, sentei-me e escrevi uma carta dirigida ao Embaixador da Gâmbia em Bissau. Expliquei-me. Ponto por ponto, imprimi fotografias, dei contactos dos causadores de todo o meu drama, tudo. E fiquei sentado, à espera.

Não tardou, porém. Uma semana depois, fui avisado por interposta pessoa da embaixada que a minha carta estava já em Banjul. Mais uma semana e comecei a sentir o efeito. Recebi seis(!) sms de um único número de telefone da Gâmbia (+220), dizendo apenas - e em caixa alta: «SOURCE BARRED». E uma outra de um número diferente mas igualmente gambiano: «is F. immigration department gambia». A minha resposta às duas sms foi apenas esta: falem com as autoridades da Gâmbia.

De seguida, telefonei para a Embaixada, dando conta desses estranhos contactos, pois na Gâmbia – no País deles – fizeram tudo o que queriam. Só não falaram. Pediram-me as provas, e eu entreguei.

Uma coisa é clara: a Gâmbia, o seu Governo ou seja lá quem for tem de assumir as suas responsabilidades. Pedi um orçamento – que já tenho. Estou só à espera do feedback. AAS

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Querida Mãe, defunto Pai...

"Aly, não era uma carta pessoal? L.0"

MR: Credo, L.O.!!! Como se pode escrever uma carta pessoal a um Presidente da República e dar conhecimento da mesma a outras pessoas? O meu defunto Pai deve estar a beber um tintol lá onde estiver... Irra! AAS

A verdadeira reconciliação - se quiserem, é claro

...Há governantes a comprar habitação no estrangeiro (Europa e África), a preparar a rectaguarda, a fuga. Estejam atentos...

Publiquem-se os relatórios todos. Proiba-se de viajar qualquer pessoa que esteja referenciada nos hediondos crimes de março, junho entre outros. Isto, sim, é a verdadeira reconciliação.

Se houver alguém acusado e que esteja no estrangeiro, mandem-no para cá. É simples. Nô tem ku fika li tudo pa nô djumbai... AAS

Leve três e... pegue um

"Ticha

A tua forma de escrever, a rapidez em termos de raciocínio permitem-me afirmar que se houver cinco pessoas inteligentes (mesmo inteligentes, não espertos), tu estarás nos dois primeiros. Estarei a ferir alguém? Quem?
C.S."

MR: Ninguém. Obrigado.

P.S. - É bom que alguém no-lo diga com clareza de vez em quando. Mas atenção: há para aí umas três pessoas cultas na Guiné-Bissau. AAS

Exata(mentes?)

ESTÁ CLARO: Angola rasteirou a União Europeia.

FACTO: A União Europeia (UE) FALHOU na sua primeira e desastrada missão para a reforma dos sectores da Defesa e Segurança da Guiné-Bissau.

Hoje, o homem-forte da União Africana em Bissau, o angolano Exata (mentes?), deu a notícia. Ou seja:

Depois de lambidas as feridas, os 27 decidiram, agora que "Angola veio para ficar"... não ir embora como prometeram! Que pena e que merdas que são! Fica-vos mal, se querem saber, dizer mentiras.

Agora até dizem que há 20 milhões de euros do fundo H a juntar aos 27, do último FED, para 'dar' à Guiné-Bissau. AAS

"Não se preocupem muito, a inteligência salta geralmente uma geração"...

"Caro Aly

Compreendo a tua luta diária, corajosa e inteligente, neste nosso querido País, mas admiro ainda mais a tua paciência em tentar perceber - e corrigir - o português que algumas pessoas ditas 'de bem' ainda insistem em escrever.

Isto tem a ver com a carta do Sr. Carlos Domingos Gomes (Cadogo Pai), enviada à S. Exa., o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, onde, no seu íntimo (fingido) reclama a inocência do seu 'querido' filho e desastrado Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Junior. Pior ainda: Cadogo Pai reclama para ele mesmo o papel de salvador da Pátria!

Sem querer alongar muito, lembro apenas um velho professor, que, perante as más notas de alguns dos seus alunos dizia: "Não se preocupem muito, a inteligência salta geralmente uma geração." Eu digo, neste caso em concreto, que a inteligência saltou todas as gerações desta família.

O Sr. Cadogo Pai deve resumir-se à sua santa ignorância e ter presente que todos aqueles que foram barbaramente assassinados tinham famílias; pais, mães, tios, tias. E sobretudo amigos.

Um grande abraço,

H.F.P.

NOTA: Meu caro, já nem para isso estou. Deixa-os ir dando pontapés e cotoveladas. A língua portuguesa é traiçoeira mesmo... AAS

Telex

... Acho que o meu desparecimento - para breve - será a primeira coisa real que me terá acontecido... AAS

ESCANDALOSO E HUMILHANTE - O SENEGAL TEM A PALAVRA

Em 2006, numa escala em Dakar com destino a Paris, a segurança do Estado senegalês humilhou o Presidente 'Nino' Vieira e afrontou o Estado da Guiné-Bissau.

Em plena pista do aeroporto Léopold Sedar Senghor, pouco antes da descolagem do voo comercial/presidencial, 'Nino' foi REVISTADO de alto a baixo assim como toda a carga que acompanhava a comitiva presidencial. O actual embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa (na altura em Dakar), Falli, assitiu a tudo.

Assim que se soube desta humilhação sem precedentes, Bissau mandou chamar imediatamente o embaixador senegalês em Bissau (igualmente decano do corpo diplomático), para o pôr no olho da rua. Não aconteceu, porque o próprio 'Nino' Vieira, por telefone, dera as instruções: esqueçam tudo. Mas porquê esquecer mesmo?! Sabe-se lá... AAS